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    Curso de formaoem Gesto de obras

    Disciplina: Materiais de construo

    Prof. Nicodemos

    05/09/15

    Aula 1Ementa, contextualizao,propriedades dos materiais e cimento

    ementa

    O que se espera de um gestor de

    obras? Viso de empresas

    ...profissional responsvel por fiscalizar esupervisionar a construo de umadeterminada obra, desde o seu incio at a suaconcluso...

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    Atividades- Analisar e discutir com o superior detalhes e instrues tcnicas doprojeto a ser executado;v- Orientar e acompanhar a execuo docronograma;v- Participar da instalao do canteiro de obras, definindolocais fsicos conforme o projeto; compor equipes, distribuir tarefas eacompanhar a realizao das mesmas;

    - Controlar estoques de materiais; - Acompanhar a realizao do trabalho,solucionando problemas, redistribuindo tarefas, remanejando pessoal,controlando qualidade e qu antidade do trabalho realizado; -Auxiliar naelaborao de manuais, relatrios e cronogramas durante a execuo daobra;- Zelar pela manuteno, limpeza, conservao, guarda e controle detodo o material, aparelhos, equipamentos e de seu local de trabalho.

    Requisitos- Utilizao de Ferramentas manuais e Eltricas; - Conhecimento em leiturade projetos arquitetnicos e es truturas

    . Conhecimento em Alvenaria. ...

    Analisar e discutir com o superior instrues tcnicas do projeto aser desenvolvido. Interpretar plantas, grficos e escalas.Orientar e acompanhar a equipe quanto execuo dos trabalhoscumprindo o cronograma. Coordenar a instalao e utilizao deequipamentos e estruturas construtivas em canteiros de obra.Participar da instalao do canteiro de obras, demarcando a obra,

    conforme projeto. Supervisionar o controle do estoque demateriais, equipamentos, ferramentas e instrumental necessrios realizao do trabalho. Controlar a qualidade e quantidade dotrabalho realizado. Controlar resduos e desperdcios. Examinarsegurana dos locais e equipamentos da obra. Monitorar ocumprimento das normas de segurana do trabalho. Executartarefas pertinentes rea de atuao. Executar outras tarefaspara o desenvolvimento das atividades do setor, inerentes suafuno...

    Atividades:Planejar e coordenar todas as tarefas de todos oscolaboradores da obra sob sua responsabilidade,seguindo asnormas de segurana e zelando pela integridade fsicaprpria, bem como dos demais colaboradores. Analisarprojetos; Acompanhar cronogramas; Verificar os serviosexecutados e registrar.

    Experincia:Experincia em realizao de obras prediais / mdio alto padroem concreto armado ou de padro popular em alvenaria

    estrutural; Leitura e compreenso de projetos (arquitetnico,estrutural, instalaes...

    MATERIAIS DE CONSTRUO Os materiais de construo so definidos como todo e

    qualquer material utilizado na construo de uma edificao,desde a locao e infraestrutura da obra at a fase deacabamento, passando desde um simples prego at os maisconhecidos materiais, como o cimento.

    A expresso materiais de construo, portanto, abrangeuma gama extensa de materiais, dos quais estudaremosalguns dos principais, que denominamos Materiais deConstruoBsicos.

    Atributos indispensveis Condies tcnicas

    O material deve possuir propriedades que o tornem adequado aouso que se pretende fazer dele. Entre essas propriedades esto aresistncia, a trabalhabilidade, a durabilidade, a higiene e asegurana.

    Condies econmicas

    O material deve satisfazer as necessidades de sua aplicao com umcusto reduzido no s de aquisio, mas de aplicao e demanuteno, visto que muitas obras precisam de servios demanuteno depois de concludas e que da manuteno depende adurabilidade da construo.

    Condies estticas:

    O material utilizado deve proporcionar uma aparncia agradvel econforto ao ambiente onde for aplicado.

    Propriedades dos materiais So as qualidades exteriores que caracterizam e

    distinguem os materiais. Um determinado material conhecido e identificado por suas propriedades e porseu comportamento perante agentes exteriores.Bauer (2008) define algumas das principaispropriedades dos materiais dentre as quais podemoscitar as mais importantes ao nosso estudo :

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    Propriedades dos materiais Massa:

    a quantidade de matria e constante para o mesmo corpo,

    esteja onde estiver. Peso:

    definido como a fora com que a massa atrada para ocentro da Terra varia de local para local.

    Volume:

    o espao que ocupa determinada quantidade de matria.

    Propriedades dos materiais Massa especfica:

    a relao entre sua massa e seu volume.

    Peso especfico: a relao entre seu peso e seu volume.

    Densidade:

    a relao entre sua massa e a massa do mesmo volume degua destilada a 4C.

    Porosidade:

    a propriedade que tem a matria de no ser contnua,havendo espaos entre as massas.

    Propriedades dos materiais Dureza:

    definida como a resistncia que os corpos opem ao seremriscados.

    Tenacidade:

    a resistncia que o material opem ao choque ou percursso.

    Maleabilidade ou Plasticidade:

    a capacidade que tm os corpos de se adelgaarem atformarem lminas sem, no entanto, se romperem.

    Ductibilidade:

    a capacidade que tm os corpos de se reduzirem a fios sem seromperem.

    Propriedades dos materiais Durabilidade:

    a capacidade que os corpos apresentam de permanecereminalterados com o tempo.

    Desgaste:

    a perda de qualidades ou de dimenses com o uso contnuo.

    Elasticidade:

    a tendncia que os corpos apresentam de retornar formaprimitiva ps a aplicao de um esforo.

    Conhecer as propriedades permite selecionar o melhor material Esforos mecnicosOs materiais de construo esto constantemente submetidos a

    solicitaes como cargas, peso prprio, ao do vento, entre outros, que

    chamamos de esforos. Dependendo da forma como os esforos seaplicam a um corpo, recebe uma denominao. Os principais esforos aosquais os materiais podem ser submetidos so:

    Compresso:esforo aplicado na mesma direo e sentido contrrio queleva a um encurtamentodo objeto na direo em que est aplicado.

    Trao:esforo aplicado na mesma direo e sentido contrrio que levao objeto a sofrer um alongamento na direo em que o esforo aplicado.

    Flexo:esforo que provoca uma deformao na direo perpendicularao qual e aplicado.

    Toro:esforo aplicado no sentido da rotao do material.

    Cisalhamento:esforo que provoca a ruptura por cisalhamento.

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    A histria das construesPreparar a massa

    Alguma definies

    O cimento Portland A origem da palavra CIMENTO vem do latim CAEMENTU, que designava na

    velha Roma espcie de pedra natural de rochedos e no esquadrejada.

    O cimento teve incio h aproximadamente 4.500anos.

    No Egito antigo, no Panteo grego e o Coliseu romano, foram construdas como uso de solos de origem vulcnica que possuam propriedades deendurecimento sob a ao da gua.

    No ano de 1756, o ingls John Smeaton obteve um produto de alta resistnciapor meio de calcinaode calcrios moles e argilosos.

    Em 1818, o francs Vicat obteve resultados semelhantes ao misturarcomponentes argilosos e calcrios.

    A origem do cimento Portland atribuda ao construtor ingls Joseph Aspdinque, no ano de 1824, queimou conjuntamente pedras calcrias e argila,transformando-as num p fino. Ele percebeu que, ao adicionar gua, obtinhauma mistura e, ao secar, tornava-se to dura quanto as pedras empregadas nasconstrues e no se dissolvia em gua.

    No Brasil, a pesquisa/fabricao do cimento Portland ocorreu aparentementeem 1888.

    Os aglomerantesOs aglomerantes so definidos como produtos

    empregados na construo civil para fixar ou aglomerar outrosmateriais entre si. Geralmente so materiais em forma de p,

    tambm chamados de pulverulentos que, misturados com agua, formam uma pasta capaz de endurecer por simplessecagem ou devido ocorrncia de reaes qumicas.

    Existem alguns termos para definir a mistura de um aglomerantecom materiais especficos. Entre os mais conhecidos podemoscitar:

    PASTA= MISTURA DE AGLOMERANTE + GUA

    ARGAMASSA = MISTURA DE AGLOMERANTE + AGREGADOMUDO + GUA

    CONCRETO = AGLOMERANTE + AGREGADO MUDO +AGREGADO GRADO + GUA

    Classificao dos aglomerantes

    De acordo com o mecanismo de endurecimento, osaglomerantes podem ser classificados em: AGLOMERANTES QUIMICAMENTE INERTES: seu endurecimento

    ocorre devido secagem do material. A argila um exemplo deaglomerante inerte.AGLOMERANTES QUIMICAMENTE ATIVOS:seu endurecimento se dpor meio de reaes qumicas. o caso da cal e do cimento. Os aglomerantes quimicamente ativos so subdivididos em doisgrupos: AGLOMERANTES AREOS: so aqueles que conservam suaspropriedades e processam seu endurecimento somente na presenade ar. Como exemplo deste tipo de aglomerante, temos o gesso e a cal. AGLOMERANTES HIDRULICOS: caracterizados por conservaremsuas propriedades em presena de ar e gua, mas seu endurecimentoocorre sob influncia exclusiva da gua. O cimento o principalaglomerante hidrulico utilizado na construo civil.

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    Classificao dos aglomerantes

    Quanto composio, os aglomerantes so classificados em: AGLOMERANTES SIMPLES:so formados por apenas um produto

    com pequenas adies de outros componentes com o objetivo demelhorar algumas caractersticas do produto final. Normalmente asadies no ultrapassam 5% em peso do material. O cimentoPortland comum um exemplo deste tipo de material.

    AGLOMERANTES COM ADIO: so compostos por umaglomerante simples com adies em quantidades superiores, como objetivo de conferir propriedades especiais ao aglomerante,como menor permeabilidade, menor calor de hidratao, menorretrao, entre outras.

    AGLOMERANTES COMPOSTOS: formados pela mistura desubprodutos industriais ou produtos de baixo custo comaglomerante simples. O resultado um aglomerante com custo deproduo relativamente mais baixo e com propriedades especficas.Como exemplo, temos o cimento pozolnico, que uma mistura docimento Portland com uma adio chamada pozolana.

    Hidratao do cimento Tempo de Pega

    o tempo para o incio da reao qumica deendurecimento da argamassa quando esta misturada com agua. O fim da pega ocorre a partirdo momento em que a pasta adquire consistncia ese torna imprpria para o trabalho.

    Aps este perodo a argamassa no admite mais aremistura e no pode mais ser reutilizada mesmocom o acrscimo de gua.

    Assim aps este perodo a pasta deve permanecerem repouso para permitir o desenvolvimento doendurecimento.

    Pega x endurecimento

    Pega Corresponde ao intervalo de tempo em que a pasta podeser manuseada. O fim da pega significa que a pasta no pode maisser manuseada e, terminada essa fase, inicia o endurecimento.

    Apesar de no fim da pega a pasta j ter alguma resistncia, durante o endurecimento que os ganhos de resistncia sosignificativos.

    De acordo com o tempo que o aglomerante desenvolve a pega napasta, podemos classific-lo em:

    AGLOMERANTE DE PEGA RPIDA: quando a pasta inicia suasolidificao num intervalo de tempo inferior a 30 minutos.

    AGLOMERANTE DE PEGA SEMIRRPIDA: quando a pasta iniciasua solidificaonum intervalo de tempo entre 30 a 60 minutos.

    AGLOMERANTE DE PEGA NORMAL: quando a solidificao dapasta ocorre num intervalo de tempo entre 60 minutos e 6 horas.

    Tempo em aberto o tempo disponvel para a utilizao da argamassa aps ser

    aberta sobre a base (piso ou parede). Aps este tempo aargamassa perde o seu poder de adeso.

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    exsudao a tendncia da gua de amassamento de vir superfcie do

    concreto recm lanado

    fenmeno de segregao

    gros de cimento mais pesados

    sedimentao por gravidade

    excesso de gua nas partes superiores

    finura do cimento influi:

    diminuio dos espaos intergranulares

    Cimento

    O cimento um aglomerante hidrulico produzido a partirde uma mistura de rocha calcria e argila. A calcinao dessamistura d origem ao clinker, um produto de natureza granulosa,cuja composio qumica constituda essencialmente de silicatoshidrulicos de clcio, com certa proporo de outras substnciasque modificam suas propriedades ou facilitam seu emprego.

    De acordo com Oliveira (2008), entre os constituintes fundamentaisdo cimento (95 a 96%) podemos citar:

    Cal (CaO);

    Slica (SiO2);

    Alumina (Al2O3)

    xido de Ferro (Fe2O3)

    Magnsia (MgO)em proporo mxima de 5%Impurezas

    calcrioO calcrio empregado de natureza calctica, isto ,composto predominantemente por carbonato de clcio(CaCO3) que se apresenta na natureza com impurezascomo o xido de magnsio, SiO2, Al2O3e Fe2O3. O teor dexido de magnsio no pode ser elevado por conduzir acimentos com caractersticas expansivas.

    CaCO3

    100%

    CaO + CO2

    56% 44%

    argilaA argila empregada na fabricao do cimento essencialmente

    constituda de um silicato de alumno hidratado, geralmente

    contendo ferro e outros minerais, em memores propores. A

    argila fornece os xidos SiO2, Al2O3 e Fe2O3 necessrios ao

    processo de fabricao do cimento.

    gessoO gesso o produto de adio final no processo de fabricao do

    cimento portland, com o fim de regular o tempo de pega por

    ocasio das reaes de hidratao. encontrado sob as formas de

    gipsita (CaSO4.2H2O), hemidrato ou bassanita (CaSO4.0,5H2O) e

    anidrita (CaSO4).

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    Composio qumica docimento

    No interior do forno de produo de cimento, a slica, aalumina, o xido de ferro e xido de clcio, reagem dando

    origem ao clnquer, cujos compostos principais so aoseguintes:

    - Silicato triccico: 3 CaO.SiO2 (C3S)

    - Silicato diclcico: 2 CaO.SiO2 (C2S)

    - Aluminato triclcico: 3 CaO.Al2O3 (C3A)

    - Ferro aluminato tetraclcico: 4 CaO.Al2O3.Fe2O3 (C4AF)

    Os componentes da mistura influenciam

    nas propriedades do cimentoA mistura dessas matrias-primas e a exposio temperatura de fuso do origem aoclinker. Como consequncia desse processo, ocorrem combinaes qumicas queresultam na formao dos seguintes compostos, cujas propores influenciamdiretamente nas propriedades do cimento:

    Silicato Triclcico (C3S): esse componente contribui para a resistncia da pasta emtodas as idades. O cimento, ao ser misturado com a gua, comea a sofrer reaesqumicas, fenmeno que chamamos de hidratao. Durante a hidratao do cimentoh liberao de certa quantidade de calor, chamado calor de hidratao, o qual serabordado mais adiante. O silicato triclcico um dos componentes que mais liberacalor durante as reaes de hidratao do cimento.

    Silicato Biclcio (C2S): contribui para o endurecimento da pasta em idadesavanadas e contribui pouco para a liberao de calor na hidratao do cimento.

    Aluminato Triclcico (C3A): contribui para a resistncia no primeiro dia, para arapidez de pega e o componente que mais libera calor na reao de hidratao;

    Ferroaluminato de Clcio (C4AFe): apresenta pouca influncia nas caratersticas dapasta.

    adiesSo denominados adies, os materiais que, misturados aoscimentos ou concretos em quantidades apreciveis (maior doque 5% em massa), alteram as propriedades que o aglomeranteconfere ao concreto. No Brasil, quase a totalidade dos cimentoscomercialmente disponveis possuem um ou mais tipos deadio. Isto se explica principalmente pela reduo de custo docimento e por questes ambientais pois a maioria destas adiesso sub-produtos industriais.

    sempre importante enfatizar que a fabricao de cimentoPortland ecologicamente agressiva, pois a produo de umatonelada de cimento resulta na emisso de cerca de umatonelada de dixido de carbono para a atmosfera. A seguir

    apresentada uma breve descrio dos principais tipos de adiesempregadas nos cimentos brasileiros.

    Adies mais comuns Pozolanas naturais e arti ficiais

    Cinza volante

    Silica ativa

    Metacaulin

    Cinza da casca de arroz

    Escrias de autoforno

    fillers

    Etapas da produo de cimento

    Etapas da fabricaoa) preparo e dosagem da mistura crua;

    b) homogeneizao;

    c) clinquerizao;

    d) esfriamento;

    e) adies finais e moagem; e

    f) ensacamento.

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    Preparo damistura crua

    A matria-prima extrada da jazidas pelos processos usuaisde explorao de

    depsitos minerais.

    Dosagem damistura crua

    A determinao da porcentagem de cada matria-prima namistura crua depende

    essencialmente da composio qumica das matrias-primas eda composio que se

    deseja obter para o cimento Portland, quando terminado oprocesso de fabricao.

    Durante o processo de fabricao, a matria-prima e a misturacrua so

    analisadas, quimicamente, numerosas vezes, a intervalos de 1hora e, s vezes, de meia

    em meia hora, e em face dos resultados dos ensaios, olaboratrio indica as porcentagens

    de cada matria-prima que deve compor a mistura crua.

    Homogeneizao

    A matria-prima devidamente dosada e reduzida a p muitofino, aps a moagem, deve ter a sua homogeneidadeassegurada da melhor forma possvel.

    No processo de fabricao por via mida, a matria-prima moda com gua e sai dos moinhos sob a forma de uma pastacontendo geralmente de 30 a 40 % de gua, e bombeadapara grandes tanques cilndricos, onde se processa durantevrias horas a

    operao de homogeneizao.

    No processo de fabricao por via seca a matria-prima sai domoinho j misturada, pulverizada e seca. Normalmente osmoinhos de cru do sistema por via seca trabalham comtemperaturas elevadas (300 - 400c) no seu interior, o que

    permite sec-la (menos de 1 % de umidade).

    Clinquerizao

    A matria-prima, uma vez pulverizada e intimamentemisturada na dosagem conveniente, sofre o seguintetratamento trmico,

    No processo por via mida, todo o processamento termo-qumico necessrio produo do clnquer se d no fornorotativo.

    Esfriamento

    No forno, como resultado do tratamento sofrido, a matria-prima transforma-se em clnquer. Na sada, o materialapresenta-se na forma de bolas de dimetro mximo varivelentre 1cm a 3cm. As bolas que constituem o clnquer saem do

    forno a uma temperatura da ordem de 1200C a 1300C, poish um incio de abaixamento de temperatura, na fase final,ainda no interior do forno.

    O clnquer sai do forno e passa ao equipamento esfriador, quepode ser de vrios tipos. Sua finalidade reduzir atemperatura, mais ou menos rapidamente, pela passagem deuma corrente de ar frio no clnquer. Dependendo dainstalao, na sada do esfriador o clnquer apresenta-se comtemperatura entre 50C e 70C, em mdia.

    O clnquer, aps o esfriamento, transportado e estocado emdepsitos.

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    Adies Finais e Moagem

    O clnquer portland assim obtido conduzido moagem final,

    recebendo, antes, uma certa quantidade de gesso, limitadapela norma, gesso esse destinado ao controle do tempo deincio de pega.

    O cimento portland de alta resistncia inicialNBR 5733 (EB-2) - , o cimento portland branco, o cimento portland demoderada resistncia aos sulfatos e moderado calor dehidratao (MRS), e o cimento portland de alta resistncia asulfatos (ARS) NBR 5737 (EB-903) no recebem outrosaditivos, a no ser o gesso.

    Ensacamento

    O cimento portland resultante da moagem do clnquer, com osaditivos permitidos, transportado mecnica epneumaticamente para os silos de cimento a granel, onde estocado.

    Aps os ensaios finais de qualidade do cimento estocado, ele

    enviado aos silos para a operao de ensacamento, operaofeita em mquinas especiais que automaticamente enchem ossacos e os soltam assim que atingem o peso especificado de 50Kg.

    Muitas so as fbricas providas de

    equipamentos que permitem tambm

    a entregado cimento a granel.

    Nomenclatura do cimento Portland Tipos de cimento

    O tipo de cimento representado por nmeros romanos seguidos ouno de letras, de acordo com a composio. Um mesmo tipo decimento pode ter diferentes classes de resistncia, representada por umnmero correspondente resistncia em megapascais (Mpa), obtidaem ensaio especfico. Segundo Oliveira (2008) o ensaio para determinara classe de resistncia do cimento descrito em detalhes na NBR 7215e de forma resumida consiste em moldar amostras (tambm chamadasde corpos-de-prova) de uma argamassa composta por 1 medida docimento a ser analisado e 3 medidas de areia.

    As amostras so mantidas em condies adequadas e ensaiadas emidades de 1, 3, 7 e 28 dias. Os resultados mnimos de resistncia devemser de 8 Mpa na idade de 3 dias, 15 Mpa na idade de 7 dias e 25 Mpa naidade de 28 dias. A resistncia mnima aos 28 dias a classe de

    resistncia do cimento. Quanto composio e classe de resistncia, o cimento pode ser

    dividido em diferentes tipos, conforme apresentado a seguir:

    A resistncia e a composio

    - At os 3 dias: assegurada pela hidratao dosaluminatos e silicatos de clcio (C3S).

    - At os 7 dias: Praticamente pelo aumento dahidratao do C3S.

    - At os 28 dias: Continua a hidratao do C3Sresponsvel pelo aumento da resistncia,

    com pequena contribuio do C2S.

    - Acima dos 28 dias: O aumento de resistncia passaa ser devido hidratao do C2S.

    Nomenclatura do cimento

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    Cimento Tipo I (CP I): Tambm chamado de Cimento Portland comum. composto

    em sua maior parte por clinker, contendo uma pequenaadio de gesso (aproximadamente 5%) que age como

    retardador da pega. A NBR 5732 a norma que trata destetipo de cimento e estabelece 3 classes de resistncia para omesmo: 25 Mpa, 32 Mpa e 40 Mpa. Este tipo de cimentotambm pode receber adio de pequena quantidade dematerial pozolnico (15%), recebendo a denominao de CPI-S. indicado para construes que no necessitem decondies especiais e no apresentem exposio a agentesagressivos, como guas subterrneas, esgotos, gua do mar epresena de sulfatos. Por utilizar muito clinker seu custo deproduo elevado e por isso pouco fabricado.

    Cimento Tipo II (CP II): Recebe a adio de materiais de baixo custo o que confere

    propriedades especiais ao cimento. A norma que trata deste tipo decimento NBR 11578 e as classes de resistncia em que o mesmopode ser fabricado so 25 Mpa, 32 Mpa e 40 Mpa. As adies e

    aplicaes recomendadas para cada tipo desse cimento soapresentadas na tabela abaixo:

    Cimento Tipo III (CP III): Tambm chamado de Cimento Portland de alto-forno, caracteriza-

    se por conter adio de escria em teores que variam de 35% a70%. Este tipo de cimento confere baixo calor de hidratao, maiorimpermeabilidade e durabilidade e maior resistncia a sulfatos smisturas onde empregado. Recomendado para obras de grandeporte e sujeitas a condies de alta agressividade (barragens,fundaes, tubos para conduo de lquidos agressivos, esgotos eefluentes industriais, concretos com agregados reativos, obrassubmersas, pavimentao de estradas, pistas de aeroportos). Porser recomendado para obras de grande porte e onde haver grandeconsumo frequentemente comercializado granel (no em sacos)e sob encomenda. A norma que trata deste cimento a NBR 5735,

    a qual estabelece 3 classes de resistncia para este tipo de cimento:25 Mpa, 32 Mpa e 40 Mpa.

    Cimento Tipo IV (CP IV): Tambm chamado de Cimento Portland pozolnico, possui

    adio de pozolana em teores que variam de 15% a 50%, queconferem alta impermeabilidade e durabilidade s misturasem que so empregados. recomendado para obras expostas ao de guas correntes e ambientes agressivos. Em longoprazo, eleva a resistncia mecnica de concretos, quando osmesmo so comparados a concretos similares feitos comcimento comum. fabricado nas classes de resistncia de 25Mpa e 32 Mpa, de acordo com a NBR 5736.

    Cimento Tipo V (CP V -ARI): Este tipo de cimento confere alta resistncia inicial nas primeiras idades

    dos concretos onde aplicado. O cimento tipo ARI ou alta resistnciainicial, no possui nenhuma adio especial. A capacidade de

    desenvolver a resistncia mais rpido que os demais cimentos resultado do processo de fabricao diferenciado, principalmentequanto composio do clinker, que possui um percentual diferenciadode argila, e moagem do material, que mais fina quando comparadaaos demais cimentos. A hidratao ocorre de maneira mais rpida. indicado para desforma rpida do concreto, na confeco de elementospr-moldados, blocos, postes, tubos, entre outros. A norma que tratadeste tipo de cimento a NBR 5733, que estabelece a resistnciamnima para ensaios especficos com este tipo de cimento, conformetabela abaixo:

    Cimento Resistente aSulfatos (RS):

    De acordo com a ABCP, qualquer dos cimentos j estudados pode

    ser resistente a sulfatos, desde que se enquadre em algunsrequisitos como teor do componente qumico C3A do clinkerinferior a 8% e teor de adies carbonticas de no mximo 5%. Oscimentos do tipo alto-forno tambm podem ser resistentes asulfatos quando contiverem entre 60% e 70% de escria granuladade alto-forno, em massa. Os cimentos do tipo pozolnico quecontiverem entre 25% e 40% de material pozolnico em massatambm apresentam comportamento satisfatrio quando expostos ao de guas sulfatadas. O cimento resistente a sulfatos recomendado para uso em redes de esgotos de guas servidas ouindustriais, gua do mar e em alguns tipos de solos, ambientesonde este agente agressivo pode estar presente.

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    Cimento Aluminoso: Resulta do cozimento de uma mistura de bauxita e calcrio.

    De acordo com Oliveira (2008) este tipo de cimento possuipega lenta, porm, alcana altas resistncias em pouco tempo(31,5 Mpa em 2 dias; 40 Mpa em 28 dias). A reao dehidratao intensa e desenvolve grandes quantidades decalor. Sua principal utilizao como cimento refratrio,resistindo a temperaturas superiores a 1.200C, podendochegar a 1.400C em misturas com agregadosconvenientemente escolhidos. No fabricado no Brasil.

    Cimento Branco (CPB): Possui colorao branca em funo das matrias-primas

    utilizadas na sua fabricao (caulim no lugar da argila), quepossuem baixos teores de xido de ferro e mangans. Almdisso, so observadas condies especiais durante o processode fabricao. O cimento branco pode ser do tipo estruturalou no-estrutural. O CPB estrutural utilizado em concretosbrancos para fins arquitetnicos e fabricado nas classes deresistncia 25 MPa, 32 MPa e 40 Mpa. O CPB no estrutural utilizado para rejuntamento de azulejos e aplicaes noestruturais. Em ambos os casos, o cimento pode ser associadoa pigmentos, o que resulta nos concretos coloridos.

    Tipos de cimento e composioTipos de cimento e usos