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Auditoria – Teoria e Exercícios para ICMS-RJ Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 06 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 1 Introdução ............................................................................................ 01 Carta de responsabilidade da administração .............................................. 02 Contingências ........................................................................................ 05 Auditoria Contábil - Ativo ........................................................................ 10 Auditoria Contábil – Passivo e PL.............................................................. 17 Auditoria Contábil - Resultado.................................................................. 23 Questões comentadas ............................................................................. 30 Lista de questões sem comentários .......................................................... 41 Bibliografia ............................................................................................ 61 Introdução Prezado Aluno, Chegamos à nossa sexta aula do Curso de Auditor Fiscal da Receita Estadual da Secretaria de Estado da Fazenda do Rio de Janeiro. Hoje será nossa última aula teórica. Na próxima aula, faremos uma rápida revisão e uma bateria de exercícios. Estamos à disposição para tirar todas as dúvidas em nosso Fórum. Por fim, lembre que as questões discutidas durante a aula estão no final do arquivo, caso você queira tentar resolver as questões antes de ver os comentários. Vamos em frente!

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    Introduo ............................................................................................ 01 Carta de responsabilidade da administrao .............................................. 02 Contingncias ........................................................................................ 05 Auditoria Contbil - Ativo ........................................................................ 10 Auditoria Contbil Passivo e PL .............................................................. 17 Auditoria Contbil - Resultado .................................................................. 23 Questes comentadas ............................................................................. 30 Lista de questes sem comentrios .......................................................... 41 Bibliografia ............................................................................................ 61

    Introduo

    Prezado Aluno, Chegamos nossa sexta aula do Curso de Auditor Fiscal da Receita Estadual da Secretaria de Estado da Fazenda do Rio de Janeiro. Hoje ser nossa ltima aula terica. Na prxima aula, faremos uma rpida reviso e uma bateria de exerccios. Estamos disposio para tirar todas as dvidas em nosso Frum. Por fim, lembre que as questes discutidas durante a aula esto no final do arquivo, caso voc queira tentar resolver as questes antes de ver os comentrios. Vamos em frente!

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    Carta de responsabilidade da administrao

    Com a entrada em vigor das novas normas de auditoria, a figura da carta de responsabilidade da administrao da empresa, disciplinado pela Resoluo CFC n 1.054/05 deixou de existir. Ela foi substituda pela representao formal, instituda pela NBC TA 5801. Inicialmente, vamos fazer uma comparao entre as definies trazidas nas normas antigas e nas novas:

    Representao formal Carta de responsabilidade da

    administrao uma declarao escrita pela administrao, fornecida ao auditor, para confirmar certos assuntos ou suportar outra evidncia de auditoria.

    um documento emitido pelos administradores da entidade, cujas Demonstraes Contbeis esto sendo auditadas.

    Da mesma forma, vamos recorrer s normas revogadas e s em vigor para comparar a utilidade dessa evidncia:

    Representao formal Carta de responsabilidade da

    administrao Entre outros usos, o auditor deve solicitar administrao que fornea representao formal de que ela cumpriu a sua responsabilidade pela elaborao das demonstraes contbeis de acordo com a estrutura de relatrio financeiro aplicvel, incluindo quando relevante a adequada apresentao, como estabelecido nos termos do trabalho de auditoria.

    A administrao da entidade deve encaminhar a carta ao auditor independente, confirmando as informaes e os dados a ele fornecidos, assim como as bases de preparao, apresentao e divulgao das Demonstraes Contbeis submetidas para exame de acordo com as Normas de Auditoria Independente das Demonstraes Contbeis.

    Comparando os quadros acima chegamos seguinte concluso: s mudou a denominao.

    1 Resoluo CFC n 1.227/09 - Representaes Formais

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    Ou seja, tanto a representao formal, quanto a carta de responsabilidade, representa evidncia de que a administrao reconhece a responsabilidade pela preparao e apresentao adequada, assim como pela aprovao das Demonstraes Contbeis objeto da auditoria. Bom, sempre que o auditor no possa ter uma expectativa razovel quanto existncia de outra evidncia de auditoria pertinente, ele deve obter declaraes por escrito da administrao sobre os assuntos significativos para as Demonstraes Contbeis. As declaraes devem ser feitas por escrito, pois declaraes verbais so de difcil comprovao e a possibilidade de mal-entendidos entre o auditor e a administrao reduzida quando a evidncia escrita. Desta forma, uma declarao por escrito uma evidncia de auditoria melhor do que uma declarao verbal. Por uma questo de eficincia e praticidade as declaraes por escrito solicitadas da administrao podem estar limitadas aqueles assuntos considerados, individual ou coletivamente, como significativos para as Demonstraes Contbeis. Nesse sentido, muitas vezes caber ao auditor esclarecer a administrao a necessidade da representao formal, visto entender relevante o assunto em relao s Demonstraes Contbeis tomadas em conjunto. Sempre que, no decorrer da auditoria, a administrao da entidade auditada fizer declaraes ao auditor, espontaneamente ou em resposta a indagaes especficas, sobre assuntos significativos para as Demonstraes Contbeis, ele deve (o auditor deve ser prudente, por natureza um ser desconfiado...):

    buscar evidncia comprobatria de auditoria com base em fontes dentro e fora da entidade;

    avaliar se as declaraes feitas pela administrao so razoveis e

    consistentes com outras evidncias de auditoria obtidas, incluindo outras declaraes; e

    analisar se as pessoas que fazem as declaraes podem ser consideradas

    bem informadas sobre assuntos especficos sob os quais emitiram suas declaraes.

    Importante As declaraes da administrao no substituem outras evidncias de auditoria. O auditor no pode deixar de realizar os procedimentos necessrios de auditoria para obter as evidncias em troca de representaes formais. (O

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    auditor no pode ser preguioso, na maioria das vezes, as evidncias mais fceis de serem obtidas so as mais fracas...) Assim, constituir uma limitao de escopo da auditoria o fato do auditor no conseguir obter uma evidncia de auditoria adequada e suficiente, que seja esperado que esteja disponvel, sobre um item que tenha ou possa ter um efeito significativo sobre as Demonstraes Contbeis, mesmo que a administrao emita uma declarao sobre isso. (A declarao no substitui uma evidncia que deveria existir.) Porm, em certos casos, uma declarao da administrao pode ser a nica evidncia de auditoria que, normalmente, est disponvel, como por exemplo, para corroborar a inteno da administrao de manter um investimento especfico a longo prazo. Devido natureza das fraudes (que resultam de aes deliberadas, de conluios) e das dificuldades inerentes em detect-las, o auditor deve obter declaraes formais da administrao de que ela reconhece sua responsabilidade na elaborao e na implementao dos controles para prevenir e detectar sua ocorrncia. Alm disso, o auditor deve obter a declarao da entidade de que ela no tem conhecimento de qualquer fraude ou suspeita de fraude que pudesse ter efeito relevante nas demonstraes contbeis. Caso a declarao da administrao seja conflitante com outra evidncia de auditoria, o auditor deve investigar as circunstncias e, se necessrio, reconsiderar a confiabilidade de outras declaraes feitas pela administrao.

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    Contingncias

    Contingncia, bem resumidamente, algo que no certo, que no determinado, mas que se acontecer pode ter grande relevncia quanto a real situao ou mesmo quanto continuidade normal das atividades da empresa. Enfim, so fatos incertos que, caso se concretizem, podem impactar positivamente ou negativamente o resultado de um entidade. Por exemplo, uma multa ambiental que a empresa discute na justia ou um pedido administrativo de restituio de tributos supostamente pagos a maior. Antes de tudo, vamos dar uma repassada em alguns termos que voc j deve conhecer da disciplina de Contabilidade, mas que pela importncia para nosso tema vale uma revisada, ressalvando que essas definies devem ser vistas sob a tica da contingncia:

    Proviso um passivo de prazo ou valor incerto. Ela deve ser reconhecida quando, cumulativamente:

    a entidade tem uma obrigao legal ou no-formalizada presente como consequncia de um evento passado;

    provvel que recursos sejam exigidos para liquidar a obrigao; e o montante da obrigao possa ser estimado com suficiente

    segurana.

    Passivo uma obrigao presente da entidade, decorrente de eventos j ocorridos, cuja liquidao resultar em uma entrega de recursos.

    Obrigao Legal aquela que deriva de um contrato, por meio de termos

    explcitos ou implcitos, de lei ou de outro instrumento fundamentado em lei.

    Obrigao No-formalizada aquela que surge quando a entidade,

    mediante prticas do passado, polticas divulgadas ou declaraes feitas, cria expectativa vlida por parte de terceiros e, por conta disso, assume um compromisso.

    Contingncia Passiva :

    o uma possvel obrigao presente cuja existncia ser confirmada

    somente pela ocorrncia, ou no, de um ou mais eventos futuros, que no estejam totalmente sob o controle da entidade; ou,

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    o uma obrigao presente que surge de eventos passados, mas que no reconhecida porque:

    improvvel que a entidade tenha de liquid-la; ou,

    o valor da obrigao no pode ser mensurado com suficiente

    segurana.

    Contingncia Ativa um possvel ativo, decorrente de eventos passados, cuja existncia ser confirmada somente pela ocorrncia, ou no, de um ou mais eventos futuros, que no estejam totalmente sob o controle da entidade.

    Fato Gerador, no que se refere s contingncias, um evento passado que cria uma obrigao presente para entidade, legal ou no-formalizada.

    Contrato Oneroso o contrato no qual, apesar de ainda no-concludo, ou at mesmo iniciado, j apresenta prejuzo decorrente da existncia de custos inevitveis que excedem os benefcios econmicos esperados do contrato.

    Vamos fazer um comparativo entre as normas antigas (Resoluo CFC n 1.066/05) e as novas (Resoluo CFC n 1.180/09) quanto classificao dos ativos e passivos como contingentes ou no. A norma antiga usa os seguintes conceitos:

    Obrigao presente uma obrigao legal ou no formalizada que pode resultar em um passivo para a entidade. Obrigao possvel existncia ser confirmada apenas pela ocorrncia ou no de um ou mais eventos futuros incertos no totalmente sob controle da entidade. Praticamente certo - este termo mais fortemente utilizado no julgamento de ativos contingentes. Ele aplicado para refletir a situao na qual um evento futuro certo, apesar de no-ocorrido. Essa certeza advm de situaes cujo controle est com a administrao da entidade, e depende apenas dela, ou de situaes em que h garantias reais ou decises judiciais favorveis para a entidade, sobre as quais no cabem mais recursos.

    Provvel - a chance de um ou mais eventos futuros ocorrer maior do que a de no ocorrer.

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    Possvel - a chance de um ou mais eventos futuros ocorrer menor que provvel, mas maior que remota. Remota - a chance de um ou mais eventos futuros ocorrer muito pequena.

    Ateno! As normas antigas traziam a classificao possvel que no mais est explcita nas novas normas. Na prtica, a classificao possvel o mesmo que no provvel, aplicada nas situaes em que a probabilidade de ocorrncia est entre provvel e remota. Por sua vez, a norma nova traz duas tabelas que relacionam o tipo de contingncia com a probabilidade de o evento ocorrer e com o tratamento que deve ser dado:

    Passivo Contingente

    Obrigao presente com provvel sada

    de recursos.

    Obrigao presente com no provvel sada de

    recursos. (POSSVEL)

    Obrigao com probabilidade remota de sada de recursos.

    A proviso reconhecida e divulgada.

    Proviso apenas divulgada. Proviso no reconhecida nem

    divulgada.

    Ativo Contingente

    Entrada de benefcios econmicos

    praticamente certa.

    Entrada de benefcios econmicos provvel, mas no praticamente

    certa.

    Entrada de benefcios no provvel. (POSSVEL)

    No se trata de um ativo contingente, mas de um ativo que deve

    ser reconhecido.

    Divulgao do ativo contingente.

    Ativo contingente no divulgado.

    Observao: um ativo contingente nunca pode ser reconhecido (princpio da prudncia). Note que, quando a entrada de benefcios econmicos for praticamente certa, no se trata de ativo contingente, mas de ativo propriamente dito. Em qualquer dos casos a administrao da entidade a responsvel pela adoo de polticas e procedimentos para identificar, avaliar, contabilizar e/ou divulgar, adequadamente, os passivos no-registrados e as contingncias.

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    No entanto, o auditor independente deve considerar alguns procedimentos na realizao de um exame para identificar passivos no-registrados e contingncias ativas ou passivas relacionados a litgios, pedidos de indenizao ou questes tributrias, e assegurar-se de sua adequada contabilizao e/ou divulgao nas demonstraes contbeis examinadas, de acordo com a tabela que acabamos de ver. Em outras palavras, o auditor deve verificar se as contingncias relevantes esto devidamente tratadas nas demonstraes contbeis, seja pela contabilizao, seja pela divulgao, de acordo com a probabilidade de sua ocorrncia. Ateno: como regra, a empresa no dever reconhecer as contingncias (=contabilizar) em suas demonstraes contbeis, elas devem ser adequadamente divulgadas nas notas explicativas. As excees so: as contingncias ativas praticamente certas e as contingncias passivas provveis. Identificao das contingncias Muitas vezes os passivos no-registrados e as contingncias so de difcil identificao, ento o auditor pode se valer de diversos procedimentos, entre eles:

    a) indagar e discutir com a administrao a respeito das polticas e dos procedimentos adotados;

    b) obter, formalmente, da administrao uma descrio das contingncias

    na data de encerramento das demonstraes contbeis; c) examinar os documentos em poder do cliente vinculados aos passivos

    no-registrados e s contingncias, incluindo correspondncias e faturas de consultores jurdicos; e,

    d) obter representao formal da administrao, contendo a lista de

    consultores ou assessores jurdicos que cuidam do assunto e representao de que todas as contingncias potenciais ou ainda no-formalizadas, relevantes, foram divulgadas nas Demonstraes Contbeis.

    Alertamos mais uma vez, no se preocupe em gravar listas como essa de procedimentos, pois alm de serem na maioria das vezes exemplificativas, so bem intuitivas, caso aparea uma questo sobre esse assunto (que achamos muito difcil de ocorrer) simplesmente avalie a pertinncia do procedimento adotado com o objetivo de identificar as contingncias, se parecer lgico marque correta, se for absurdo, marque errada.

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    Bom... Voltando ao assunto. Caso considere necessrio, o auditor, baseado nas informaes obtidas dos consultores jurdicos, tendo em vista eventuais incertezas e relevncia do assunto, deve solicitar administrao a opinio de outro consultor jurdico independente. A circularizao dos consultores jurdicos uma forma de o auditor obter confirmao independente das informaes fornecidas pela administrao referentes a situaes relacionadas a litgios, pedidos de indenizao ou questes tributrias. Importante salientar que a recusa de um consultor jurdico em fornecer a informao solicitada, por meio de circularizao ou em reunio, ou a ausncia de opinio de outro consultor jurdico independente nas condies consideradas necessrias uma limitao na extenso da auditoria suficiente para impedir a emisso de uma opinio sem ressalvas. Devemos considerar ainda que alguns fatores fogem da competncia ou do conhecimento do consultor jurdico e podem influenciar a probabilidade de um resultado desfavorvel, como, por exemplo, a inexistncia de jurisprudncia sobre o assunto. Em tais circunstncias, o auditor pode concluir que as demonstraes contbeis esto afetadas por uma incerteza relativa ao resultado de um evento futuro que no suscetvel de ser, razoavelmente, estimado. O auditor deve avaliar todas essas circunstncias e as evidncias obtidas durante a aplicao de seus procedimentos de auditoria para passivos no-registrados e contingncias para formar o seu julgamento quanto adequao s prticas contbeis adotadas na elaborao e na apresentao das demonstraes contbeis sob exame.

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    Procedimentos especficos de auditoria contbil - Ativo

    Vamos iniciar nossa discusso sobre a auditoria das contas do ativo. Inicialmente, temos que saber que a Lei n 11.941/09, alterou a Lei n 6.404/76, modificando a classificao das contas no Balano Patrimonial. De acordo com a nova lei no ativo, as contas sero dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

    ativo circulante; e ativo no circulante, composto por ativo realizvel a longo prazo,

    investimentos, imobilizado e intangvel. As contas do ativo devem ser dispostas em ordem decrescente e grau de conversibilidade; as contas do passivo, em ordem decrescente de grau de exigibilidade. Dentro do ativo circulante as contas que nos interessam so: as disponibilidades (caixa e bancos), contas a receber (e PDD) e estoques. J, no ativo no circulante nos ateremos s contas referentes aos investimentos, imobilizado e intangvel. J vimos que o auditor deve saber que o saldo de uma conta do balano patrimonial (BP) ou da demonstrao do resultado do exerccio (DRE) pode estar errado para mais (superavaliao) ou para menos (subavaliao). Devido a esse risco, as contas da contabilidade, por intermdio dos testes substantivos, devem ser testadas nesses dois sentidos, ou seja, para mais ou para menos. Nunca demais lembrar que segundo a doutrina, a experincia tem demonstrado que mais prtico dirigir os testes principais de superavaliao para as contas devedoras (normalmente, as contas do ativo e despesas) e os de subavaliao para as contas credoras (geralmente, contas do passivo e receitas). Inicialmente, antes de falar sobre os procedimentos especficos, vamos nos lembrar da reviso do controle interno, que tem a finalidade de determinar qual a confiabilidade depositada no controle interno da entidade, isso necessrio para a definio de quais os procedimentos de auditoria sero mais adequados e em qual extenso sero utilizados.

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    Entre os vrios tipos de controle, podemos citar alguns que servem de fortalecimento do controle interno para a rea do disponvel:

    segregao de funes entre custdia de valores e a contabilizao; sistema de autorizao e aprovao para pagamentos; conciliaes bancrias peridicas e revisadas por pessoa independente da

    sua preparao; utilizao de duas pessoas independentes para assinatura dos cheques;

    etc. Bom agora, quais so os objetivos da auditoria especficos para essas reas? Caixas e Bancos J sabemos que os ativos so classificados por ordem decrescente de grau de liquidez, sendo que Caixas e Bancos esto na primeira linha do lado ativo, no Balano Patrimonial. Enfim, so os ativos de maior liquidez, de forma que no h restries quanto ao seu uso imediato. Por ser uma conta do ativo, os testes de auditoria so dirigidos para superavaliao e, alm disso, o principal objetivo desses testes verificar a existncia do ativo. Dessa forma, mesmo que haja um bom sistema de controle interno (=baixo risco de controle), o auditor deve fazer um maior nmero de testes que o normal, devido ao alto risco inerente dessas contas. Portanto, preste ateno nesse detalhe! Caixas e Banco so os ativos mais sensveis e de maior risco, portanto o auditor deve dar especial ateno a essas contas. De tal forma que a finalidade dos exames vai alm de apurar se realmente existem todas as disponibilidades mencionadas no balano, devendo averiguar se existem todas aquelas que deveriam existir. Para atingir seus objetivos o auditor utiliza alguns procedimentos especficos, os mais comuns so:

    Contagem de caixa: consiste na contagem dos valores (dinheiro, cheques, ttulos de pronta liquidez) em poder do caixa. Recomenda-se fazer essa contagem de surpresa, em data prxima ao balano.

    Confirmao de saldos bancrios: trata-se de uma carta de confirmao dos saldos das contas endereada aos bancos, para averiguar se os saldos existentes na contabilidade da empresa conferem com aqueles que esto nos extratos bancrios.

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    Corte (Cut-off) de cheques: o corte uma interrupo na continuidade das operaes, ou seja, consiste em anotar os ltimos cheques emitidos antes do exame da auditoria, de forma que o auditor tenha um referencial temporal para que possa avaliar as demonstraes.

    Testes de conciliaes bancrias: consiste em verificar as transaes

    registradas pela empresa e no registradas pelos bancos e vice-versa.

    Testes das transferncias bancrias: corresponde a conciliaes bancrias entre diferentes bancos.

    Clientes Sabemos que Contas a Receber representam os direitos adquiridos por vendas a prazo de bens e servios, e a auditoria nessa rea tem como alguns de seus objetivos apurar se:

    as contas so autnticas e tm origem em transaes relacionadas com vendas;

    os valores apresentados so efetivamente realizveis;

    no h devolues, descontos, abatimentos ou qualquer outro nus a ser considerado; e

    h avaliao prudente do montante de contas a receber, levando em considerao as provises para devedores duvidosos (PDD).

    O valor da PDD est em conformidade com a estimativa da probabilidade das quantias que deixaro de ser pagas por inadimplncia dos devedores.

    Em resumo, os principais pontos que o auditor deve cobrir so existncia, avaliao e classificao desse grupo de contas. Vejamos quais so os procedimentos de auditoria mais utilizados para atingir esses objetivos:

    Confirmao de contas a receber de clientes (circularizao): a partir de uma listagem de todos os ttulos a receber, possvel obter a confirmao direta do devedor sobre os saldos em aberto.

    Testes de avaliao das contas a receber: avaliao do valor lquido realizvel dos recebveis.

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    Por meio de exames documentais e clculos, possvel comparar mapas de idades das duplicatas e ndices de recebimento do perodo atual com perodos anteriores. Uma das finalidades desse procedimento averiguar a adequao das perdas j conhecidas e das perdas estimadas que constituem a PDD.

    Testes das duplicatas descontadas: identificao das duplicatas descontadas por meio de confirmao bancria.

    Estoque

    Estoques so os bens destinados venda ou fabricao, relacionados com os objetivos e atividades da empresa, sendo importantes na apurao do lucro lquido de cada exerccio social (pois compem o Custo das Mercadorias Vendidas CMV ou o Custo dos Produtos Vendidos - CPV) e na determinao do valor do capital circulante lquido do Balano Patrimonial. O auditor, nesse momento, tem a oportunidade de desenvolver recomendaes construtivas, visando o aprimoramento dos controles e a reduo de custos da empresa. Entretanto, sabemos que o principal objetivo da auditoria independente no fazer recomendaes, mas emitir uma opinio sobre a adequao das demonstraes contbeis, incluindo os Estoques. Dessa forma, podemos afirmar que a finalidade principal desses procedimentos verificar se:

    os estoques existem; existem nus sobre os estoques; h obsolescncia, defeitos e m conservao; e os critrios de avaliao so adequados.

    Portanto, os principais procedimentos aplicados pelo auditor so:

    Verificao da existncia fsica: inspees fsicas e acompanhamento das contagens para assegurar-se da real existncia dos bens que compem os estoques.

    Acompanhamento do inventrio fsico: o auditor deve acompanhar a contagem fsica dos bens e confronto dos resultados com os registros contbeis.

    Cortes (cut-off): definio do momento em que os registros contbeis refletem o inventrio, ou seja, consiste em definir uma data-limite para interromper a contabilizao de novas transaes.

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    O corte (=cut-off) consiste em determinar o momento em que os registros contbeis e os documentos relacionados refletem o levantamento do inventrio.

    Esse tipo de procedimento bem intuitivo. Ora, se coloque no lugar do auditor que ir acompanhar um inventrio.

    A empresa no interrompe suas atividades durante a auditoria, ou seja, h um fluxo constante de mercadorias entrando e saindo do estoque. Dessa forma, importante definir um momento, uma data, um corte nas operaes da empresa para servir de referencial para o auditor.

    Escolhido esse momento, e estando todos os registros em dia, verifica-se a ltima anotao constante dos registros que indicar os materiais que, at ali, faro parte do inventrio. Lanamentos posteriores corresponderiam a mercadorias no registradas at o momento do corte e que, portanto, no devem ser inventariados.

    Dessa forma, mercadorias adquiridas no perodo posterior, por exemplo, no podem constar no perodo em anlise.

    Testes de avaliao de estoques: reviso do sistema de alocao de custos aos estoques (UEPS ou PEPS) e conferncia de clculos.

    Investimentos Continuando com os procedimentos especficos, vamos falar sobre aqueles utilizados nas contas do grupo Investimentos. Voc j deve saber que os investimentos da empresa so constitudos por aplicaes financeiras, participao no capital social de outras empresas e outros investimentos. As empresas, como parte de sua poltica, aplicam recursos em ttulos e outros direitos, com objetivos diversos, tais como tornar rentvel o excesso temporrio de dinheiro disponvel e estender o leque de suas operaes por meio de participao no capital social de outras companhias. Estaremos interessados, principalmente, no ltimo caso, aquele que trata dos investimentos relevantes de uma empresa. Nesse sentido, o auditor dever examinar e avaliar os investimentos relevantes para poder opinar sobre a real situao patrimonial e financeira de uma empresa. No nosso foco discutir os critrios legais para contabilizao desses investimentos, mas entender qual o objetivo da auditoria nessa rea e que procedimentos devem ser utilizados.

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    intuitivo o fato de que, se uma empresa detm parte do ativo de outra, a sade econmica desta ter reflexos na daquela. Essa influncia ser maior ou menor, conforme o vulto do investimento. De tal forma que o objetivo do exame nessa rea verificar o comportamento dos investimentos relevantes realizados pela empresa auditada. Os principais procedimentos utilizados so:

    Exame documental dos ttulos de investimento: consiste em verificar os documentos comprobatrios da existncia dos investimentos como cautelas de aes, certificados e contratos sociais.

    Verificao da contabilizao do investimento: conferncia de clculos, levando em considerao as aquisies e variaes dos investimentos, confrontando com os registros contbeis e com as representaes formais da administrao (=carta de responsabilidade da administrao).

    Avaliaes dos investimentos em coligadas e controladas: avaliar a aplicao do Mtodo de Equivalncia Patrimonial - MEP, verificando:

    descrio dos investimentos (companhia, natureza da ao, participao etc.);

    aquisies e baixas de aes e/ou quotas no perodo;

    ajustes de equivalncia patrimonial (gios, desgios etc.) Imobilizado

    Os bens do imobilizado representam, geralmente, uma parcela significativa dos ativos da empresa. Esses bens tm uma permanncia prolongada na entidade e so destinados manuteno de suas atividades. Sabemos que esses ativos so contabilizados por todos os custos envolvidos em sua aquisio e instalao, em alguns casos esses custos so acrescidos tambm de reavaliao. Aqui j podemos notar um dos principais objetivos da auditoria nessa rea: avaliao da existncia e da correta contabilizao do ativo, identificando possveis superavaliaes. Alm disso, voc sabe que esses bens so deduzidos da depreciao, que um processo de apropriao de custos e despesas e consequentemente reduo do valor contbil do ativo.

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    Portanto, notamos outro ponto de interesse para a auditoria: a necessidade de averiguar a adequao do processo de depreciao, identificando possveis subavaliaes dessas contas. Vejamos os principais procedimentos que o auditor pode aplicar nesse grupo de contas:

    Verificao da existncia fsica do bem: inspeo fsica para avaliar se os bens realmente existem e o seu estado de conservao.

    Verificao da propriedade e da existncia de nus: exame documental dos certificados de propriedade de veculos e certides atualizadas dos registros de imveis.

    Verificao do valor do Imobilizado: identificar o real valor do ativo.

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    Procedimentos especficos de auditoria contbil Passivo e PL

    Da mesma forma que no ativo, a Lei n 11.941/09, que alterou a Lei n 6.404/76, modificou a classificao das contas do passivo no Balano Patrimonial. De acordo com a nova lei, no passivo, as contas sero classificadas nos seguintes grupos:

    passivo circulante; passivo no circulante; e patrimnio lquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes

    de avaliao patrimonial, reservas de lucros, aes em tesouraria e prejuzos acumulados.

    Auditoria do passivo A auditoria dos passivos tem a finalidade de:

    Determinar se so pertencentes empresa (a empresa realmente a devedora?);

    Determinar se foram utilizados os princpios de contabilidade; Determinar a existncia de ativos dados em garantia ou vinculaes aos

    passivos; e Determinar se esto corretamente classificados no Balano Patrimonial e

    se as divulgaes cabveis foram expostas por notas explicativas. Reviso do controle interno Como j foi dito nesta aula, a reviso do controle interno tem a finalidade de determinar a confiabilidade depositada pelo auditor para a determinao dos procedimentos de auditoria, a extenso dos trabalhos e o momento de sua aplicabilidade. Muito embora o controle interno seja varivel de companhia para companhia, recomendvel que a administrao estabelea pontos fortes de controle que lhe concedam segurana. Mesmo assim, no h garantias de que erros no ocorrero, porm, um controle interno eficiente deve minimizar a probabilidade de sua ocorrncia. Por exemplo, na rea dos passivos, entre outros podem ser estabelecidos os seguintes controles internos:

    Segregao de funes entre o setor de contas a pagar e a tesouraria; Segregao de funes entre o setor de contas a pagar e setor de

    compras;

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    Sistema de autorizao e aprovao para compras e pagamentos; Utilizao de duas pessoas independentes para a assinatura de cheques; Cancelamento da documentao comprobatria aps o pagamento; Controle de pagamentos para evitar atrasos e consequente multa ou

    juros de mora; etc. O auditor, ao avaliar o controle interno, deve dar ateno especial quanto existncia de pontos fortes de controle interno e de sua efetiva obedincia, para que possa medir os riscos envolvidos e os procedimentos de auditoria praticveis para a obteno de sua opinio independente. Um problema relevante nessa rea diz respeito a eventual omisso de passivos. Ao realizar seus testes de eficincia dos controles internos, o auditor deve estar atento a essa possibilidade. Os passivos omissos, tais como duplicatas emitidas sem lastro (faturamentos frios), so prticas muito comuns de que as empresas em dificuldades lanam mo. Por outro lado, os controles internos devero oferecer condies, tambm, para impedir o pagamento dplice de fornecimento, que uma das formas de alcance bastante usada por empregados desonestos. Procedimentos de auditoria Os procedimentos de auditoria a serem utilizados pelo auditor para a obteno dos objetivos so dependentes da avaliao do controle interno e da materialidade, ou seja, da importncia de cada conta contbil para as demonstraes tomadas em conjunto. Vejamos agora quais so os procedimentos de auditoria mais comuns nas contas do passivo para atingir esses objetivos:

    Procedimentos Aplicao

    Inspeo fsica Contagem das contas a pagar Contagem dos ttulos a pagar

    Confirmao direta (circularizao)

    Dos fornecedores Dos emprstimos a pagar Das contas a pagar

    Inspeo de documentos originais

    Exame documental das faturas / notas fiscais

    Exame documental dos contratos de emprstimos

    Exame documental das guias de impostos etc.

    Reclculo

    Dos impostos a pagar Dos juros a pagar Da composio dos fornecedores Das provises de frias, 13 salrio

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    etc.

    Escriturao

    Exame da conta razo dos fornecedores e do contas a pagar

    Exame da contabilizao do perodo de competncias

    Investigao

    Exame da documentao de compras

    Exame dos passivos com saldos devedores (=saldo virado)

    Exame das aprovaes de compras Exame das aprovaes de

    pagamentos

    Observao Classificao adequada das contas Observao de ativos dados em

    garantia etc. O exame de auditoria na rea de passivos, como em qualquer outra rea, tem por finalidade atingir os objetivos previamente determinados. Dessa forma, o programa de auditoria deve ser desenhado com o intuito de evitar trabalhos desnecessrios ou que no atendam aos objetivos definidos. Uma vez definido o programa de auditoria, durante a execuo do trabalho o auditor deve estar alerta para evitar possveis trabalhos desnecessrios ou deixar de realizar trabalhos no programados, porm importantes. Caso isso venha a ocorrer o programa dever ser modificado para atender a eventuais trabalhos no programados. Ou seja, o planejamento no estanque, ele pode ser mudado no decorrer dos trabalhos conforme surja essa necessidade. Na auditoria do passivo, devemos dar ateno especial ao procedimento de confirmao, pois um dos mais utilizados para a determinao de que o passivo registrado no contas a pagar real e pertence mesmo a empresa (pertencer, nesse caso, quer dizer que a empresa realmente devedora daquele valor). Uma vez determinada a utilizao do procedimento de confirmao para as contas a pagar, devem-se levar em considerao:

    Data-base de confirmao; e Amplitude do teste de confirmao

    Nunca demais lembrar que as consideraes referentes data-base e amplitude do teste de confirmao so dependentes da avaliao e efetividade dos controles internos. O pedido de confirmao empregado usualmente a forma positiva em branco (ou seja, sem mencionar os valores) que traz maiores subsdios quanto existncia de passivos no registrados.

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    Adicionalmente, uma vez que, nem todos os pedidos de confirmao sero efetivamente devolvidos, dependendo do resultado obtido daqueles efetivamente recebidos, o auditor pode proceder ao exame alternativo, que engloba o exame documental:

    que comprove a existncia de contas a pagar: ex. nota fiscal de compra;

    que comprove por parte do credor seu crdito junto empresa: ex. fatura / duplicata;

    da realizao do contas a pagar: ex. aviso bancrio de pagamento,

    duplicata quitada. Com relao s respostas recebidas, o auditor deve estar atento para quaisquer informaes apostas nas confirmaes por credores. Estas informaes denominadas como gratuitas devem ser minuciosamente examinadas, pois podem revelar a existncia de desvios, apropriaes indbitas, contas a pagar irreais ou incorrees. Alm desses procedimentos, na rea dos passivos, o auditor deve estar atento aos eventos subsequentes que possam afetar as contas do passivo e, ainda, s possveis contingncias.

    Auditoria do Patrimnio Lquido A auditoria do patrimnio lquido tem as seguintes finalidades:

    Determinar se as aes ou ttulos de propriedade do capital social foram adequadamente autorizados e emitidos;

    Determinar se todas as normas descritas nos estatutos sociais, as obrigaes sociais e legais foram cumpridas;

    Determinar se foram utilizados os princpios de contabilidade; Determinar a existncia de restries de uso das contas patrimoniais; Determinar se o patrimnio lquido est corretamente classificado no

    balano patrimonial, se as divulgaes cabveis foram expostas por notas explicativas.

    Reviso do controle interno J vimos que a reviso do controle interno tem a finalidade de determinar ao auditor qual a confiabilidade depositada para efeitos da definio dos procedimentos de auditoria a serem aplicados, a extenso dos trabalhos e o momento de sua aplicao. Veja alguns exemplos de controles internos que podem ser implantados nessa rea:

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    Segregao de funes entre a guarda fsica de cautelas e pessoas

    autorizadas a assinar; Assinatura de cheques para pagamento de dividendos por duas pessoas

    independentes; Segregao de funes entre o departamento de aes e a contabilidade;

    etc. Procedimentos de auditoria No esquea que os procedimentos de auditoria a serem utilizados pelo auditor para a obteno dos objetivos so dependentes da avaliao do controle interno e da materialidade do item analisado. Vejamos quais so os procedimentos de auditoria mais utilizados para atingir esses objetivos:

    Testes Aplicao

    Inspeo fsica Contagem das cautelas em branco Contagem dos canhotos de cautela

    emitidos

    Confirmao

    Da participao acionria Dos advogados sobre aspectos

    legais e societrios ou de quaisquer passivos que possam afetar o patrimnio lquido

    Inspeo de documentos originais

    Exame documental das cautelas emitidas, resgatadas, desdobradas

    Exame das atas de assemblias e reunies

    Exame dos registros nas juntas comerciais

    Exame dos estatutos sociais

    Reclculo

    Da reserva legal Das participaes a partes

    beneficirias Da distribuio de dividendos etc.

    Escriturao Exame da conta razo de lucros, da

    reserva legal e de outras reservas etc.

    Investigao

    Exame do desdobramento das cautelas

    Exame dos dividendos distribudos Exame da aprovao de alterao

    do capital

    Observao Classificao adequada das contas Observao de ativos dados em

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    garantia etc. Da mesma forma que nas outras reas, o exame de auditoria na rea do patrimnio lquido tem por finalidade atingir os objetivos planejados. Dessa forma, o programa de auditoria deve ser desenhado com o intuito de evitar trabalhos desnecessrios ou que no atendam aos objetivos definidos. Os exames de auditoria voltados rea do patrimnio lquido, particularmente, s sociedades annimas, e, em menor extenso, s outras sociedades regidas por contratos sociais, levam o auditor a entrar em contato com normas ou regulamentos oficiais e estatutos societrios. Nem sempre o auditor possui experincia suficiente para o completo entendimento das implicaes legais e fiscais impostas por estas normas, regulamentos e estatutos. Em quaisquer casos de dvidas ou interpretaes, o auditor deve recorrer s fontes externas, tais como advogados, para melhor fundamentar sua opinio ou reformular conceitos. Ao examinar as demonstraes contbeis de uma empresa, o auditor deve adquirir conhecimentos antecipados sobre contratos ou estatutos sociais, de forma que lhe sejam teis quanto a possveis bases de participao nos lucros, servios e atividades desenvolvidas pela companhia, nvel de participao acionria, entre outros.

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    Procedimentos especficos de auditoria contbil Resultado

    A auditoria de receitas, despesas e custos compreende os valores registrados na demonstrao de resultado do exerccio, a receita decorrente das transaes com mercadorias e servios, os dbitos nas contas de estoques, referentes a compras de matrias-primas, os custos incorridos na fabricao ou aquisio de produtos para a venda, as despesas em geral, a tributao incidente etc. O teste dessas transaes consiste em o auditor verificar se os valores foram registrados dentro do regime de competncia, se foram aprovados, se esto de acordo com a natureza dos negcios da companhia, se existe documentao suportando a operao e se a classificao contbil foi adequada e se todas as despesas incorridas para a realizao das receitas foram devidamente apropriadas. Adicionalmente, as receitas so testadas para subavaliao, ou seja, o auditor parte do documento para o razo geral, enquanto as despesas e os custos so auditados para superavaliao, o que significa que o auditor deve partir do razo geral para o documento. Mas, porque o auditor deve adotar esses direcionamentos? Ora, natural que a empresa queira pagar menos tributos, ento, a tendncia da fraude, ou mesmo, do erro, que a receita seja subavaliada e os custos e despesas sejam superavaliados. Procedimentos de Auditoria Os procedimentos de auditoria aplicados pelo auditor na rea de resultado dividem-se basicamente em trs tpicos, a saber:

    Exame de contas correlatas do balano patrimonial; Estudo e avaliao do controle interno e teste de procedimentos; e Estudo, anlise e exame das contas de resultado.

    Exame das contas correlatas do balano patrimonial O exame das contas correlatas do balano patrimonial nada mais do que o relacionamento harmnico do sistema contbil de partidas dobradas, cujo efeito se revela tanto no balano quanto no resultado. Estudo e avaliao do controle interno e teste de procedimentos

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    No estudo e avaliao do controle interno e testes de procedimentos, so enfocados a existncia de trs grandes ciclos que merecem a apreciao do auditor e que tm influencia significativa, quer no balano patrimonial quer no resultado, que so: ciclo de vendas, ciclo de compras e ciclo de folha. A efetividade dos controles internos deve indicar nas fases envolvidas de cada ciclo a presteza das informaes de forma conveniente ao bom andamento do trabalho e que todas as pessoas envolvidas em cada setor tenham todas as informaes necessrias e em tempo hbil. Dentro de cada um dos ciclos desenvolvidos inclui-se a contabilidade que responsvel pelo registro de todas as operaes que sero refletidas nas demonstraes financeiras. O teste de procedimentos realizado de forma adequada e com uma cobertura razovel permite, portanto, que, alm de se confirmar a efetividade dos controles internos, se determine tambm que as informaes contbeis refletidas em suas demonstraes financeiras sejam adequadas, uma vez que sejam atingidos os objetivos da existncia e efetividade dos controles internos e a fluidez necessria para todos os setores envolvidos e a contabilizao em tempo hbil. Para os ciclos examinados por ocasio do estudo e avaliao do controle interno e teste de procedimento com cobertura adequada, o trabalho relativo auditoria do resultado deveria ser complementativo, uma vez que j foram analisadas as contas do ativo e do passivo, observando-se, dependendo das necessidades do auditor, os seguintes itens:

    Ciclo de vendas: anlise comparativa das vendas por produtos, comportamento de mercado, analise da rentabilidade por produto, discusso com a gerncia de vendas quanto s variaes ou aos aspectos relevantes etc.;

    Ciclo de compras: complementao atravs de exame documental para compras, caso seja necessrio, e exame de compras de matrias de despesas, caso relevantes etc.;

    Ciclo de folha: anlise mensal da distribuio da folha e encargos,

    discusso com a gerncia sobre variaes ocorridas ou aspectos relevantes etc.

    Estudo, anlise e exame das contas de resultado Representa o estudo e anlise do comportamento das receitas, custos e despesas do perodo em exame e, em casos especficos, o exame documental suporte das receitas, custos e despesas contabilizados no resultado.

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    Podem ser aplicados, por exemplo, os seguintes procedimentos:

    Reviso das contas do razo para identificao de possveis valores duvidosos ou incomuns e investigao dos itens observados;

    Anlise comparativa das contas de receitas, custos e despesas e investigaes de variaes importantes;

    Anlise detalhada das contas de receitas, custos e despesas para possveis exames documentais;

    Anlise das vendas por produto, quando ao comportamento de mercado; e

    Anlise de lucro, produto por produto. Ateno especial deve ser dada a contas que paream anormais, ou que muitas vezes no dispem de suporte documental adequado, tais como: viagens, manuteno e reparos, servios legais, servios de terceiros, royalties, despesas diversas, despesas no classificadas etc. Orientao para auditoria Quando da auditoria de resultado, conveniente que o auditor faa uma adequada reflexo dos exames j praticados, quer no balano patrimonial, quer nos exames preliminares que envolveram o estudo e a avaliao do controle interno e testes de procedimentos, para que no sejam realizados exames em duplicidade. Com base neste raciocnio, a conta de proviso para devedores duvidosos, por exemplo, que foi examinada na auditoria das contas a receber, no seria analisada na auditoria de resultado, pois se constituiria em duplicidade de exame. Em verdade, o nico procedimento de auditoria aplicvel a esta circunstncia seria a amarrao dos papis de trabalhos envolvidos na auditoria das duas reas citadas. conveniente que todo o trabalho de auditoria a ser realizado nas contas de resultado seja cuidadosamente planejado, pois existiro casos em que, mesmo que as contas envolvidas tenham sido analisadas, a profundidade pode no ter sido adequada. Nesse caso, o procedimento de auditoria aplicvel seria o de complementao ao exame j realizado como a cobertura de valores ou saldos ainda no analisados. A ttulo de ilustrao: os juros pagos ou incorridos sobre emprstimos podem ter sido parcialmente analisados na auditoria das instituies financeiras com base nos saldos remanescentes, o que poder no cobrir a totalidade ou a cobertura necessria desejada. Anlise e verificao das contas de resultado

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    Ento, vamos ver mais detalhadamente a anlise das contas de resultado. Ao examinar as contas de receita, custos e despesas, o auditor, via de regra, prepara uma anlise da conta em exame, retroagindo nos registros contbeis, com o intuito de exigir as provas documentais adequadas e os lanamentos detalhados. De posse da documentao comprobatria, seu exame feito em profundidade, de forma a determinar que as operaes tenham sido adequadamente autorizadas, que tenham sido obedecidos os princpios contbeis e que sejam normais em relao companhia. Como j foi falado, o auditor deve dispor de suficiente conhecimento dos controles internos daquela companhia para distinguir que as autorizaes tenham sido adequadas e normais, e dispor de conhecimentos contbeis para julgar o correto lanamento contbil e a operao em si. As contas de receita e despesas so examinadas por amostragem e, como regra geral, antes de ser feito o exame documental recomendvel que o auditor faa uma leitura do razo para determinar a existncia de itens anormais ou que lhe chamem a ateno. Receitas As receitas de uma empresa so divididas em operacionais e outras receitas. As receitas operacionais so oriundas da atividade principal da companhia, por exemplo, pode ser oriunda da venda de mercadorias se for uma empresa comercial ou da prestao de um servio, se for uma empresa prestadora de servios. Essas receitas normalmente requerem a emisso de nota fiscal. As outras receitas podem ser financeiras, oriundas de rendimentos auferidos em funo de os recursos da empresa serem utilizados por terceiros ou, ainda, ganhos auferidos fora da atividade principal da companhia, como, por exemplo, venda de bens do ativo imobilizado, venda de sucata etc. Reconhecimento da receita As receitas so reconhecidas no resultado do exerccio por ocasio da passagem da propriedade da mercadoria para terceiros, ou quando da prestao dos servios. Recebimentos ocorridos antes do reconhecimento das receitas devem ser contabilizados no passivo. Exceo a essa regra so as transaes envolvendo contratos a longo prazo, em que os lucros podero ser reconhecidos quando o contrato estiver substancialmente completado ou de acordo com o andamento do projeto.

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    Vejamos os principais procedimentos que o auditor pode aplicar nessas transaes:

    Selecionar notas fiscais de venda ou prestao de servio para teste e ver a aprovao dos crditos;

    Comparar as notas com os pedidos; conferir o preo; checar a soma e o clculo dos impostos (ICMS, ISS, IPI) e inspecionar a documentao de embarque das mercadorias; e

    Verificar a escriturao e a contabilizao da nota fiscal. O objetivo principal desses procedimentos de auditoria identificar subavaliaes nas contas de receita. Essas subavaliaes podem ocorrer da seguinte maneira:

    No contabilizao de notas fiscais de venda ou prestao de servios (=omisso de receitas); e

    Soma menor dos registros de vendas (=subfaturamento). O auditor dever ficar atento para diferenas anormais no inventrio fsico de produtos acabados (quantidades inventariadas em nmero inferior s apresentadas no registro de estoque), as quais poderiam evidenciar vendas no contabilizadas. Teste das outras receitas As receitas financeiras so testadas basicamente em conjunto com a auditoria do grupo de aplicaes financeiras, que vimos quando falamos de investimentos. As demais receitas como, por exemplo, de venda do ativo imobilizado so testadas por ocasio da auditoria do imobilizado que vimos na auditoria do ativo. Despesas e custos A auditoria de despesas e custos dividida da seguinte forma:

    Despesas que so testadas em conexo com as contas do balano patrimonial;

    Aquisio de matrias-primas e servios; Custo das vendas; Impostos; Folha de pagamento; Outras despesas e gastos gerais de fabricao.

    Despesas testadas em conexo com as contas do balano patrimonial

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    O auditor deve, sempre que possvel, testar as transaes que influenciam o lucro ou prejuzo lquido do perodo, em conexo com a auditoria das contas do balano patrimonial. Por exemplo:

    Balano Patrimonial DRE Contas a receber Despesa com devedores duvidosos;

    Ativo imobilizado

    Depreciaes, exaustes e amortizaes;

    Valor contbil de bens do ativo imobilizado baixados;

    Obrigaes Despesa de imposto de renda; Despesa com frias;

    Emprstimos Despesas com juros; Teste das aquisies de matrias-primas e servios Para os dbitos relacionados ao razo geral, referentes compra de bens e servios, o auditor deve executar os procedimentos de auditoria abaixo discriminados:

    Conferir o dbito selecionado com a ficha de lanamento contbil; Conferir o valor selecionado no registro com a documentao de compra; Examinar a documentao comprobatria da compra e atente quanto a

    sua autenticidade; Conferir a nota fiscal de compra do fornecedor com o pedido de compra

    e/ou contrato; Inspecionar o registro de cotao de preos (a fim de certificar-se de que

    a empresa comprou nas melhores condies); Ver pedidos de cotao de preos aos fornecedores (a fim de assegurar-

    se de que as informaes do registro de cotao de preos so corretas); Inspecionar a requisio de compra (com o objetivo de verificar se

    realmente houve a necessidade de compra); Conferir a aprovao de compra; Verificar se a empresa recebeu a mercadoria ou se o servio foi

    prestado; Verificar se a compra est de acordo com a natureza dos negcios da

    empresa; Verificar a adequao da classificao contbil (todos os custos incorridos

    na compra de um ativo devem ser contabilizados como custo desse ativo);

    Verificar se a compra foi registrada dentro do regime de competncia; Observar se os impostos recuperveis incidentes na compra esto

    corretos e no foram alocados ao custo de matria-prima, e sim debitados no grupo de contas de impostos a receber.

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    Teste do custo de vendas O custo dos produtos vendidos ou das vendas representa valores transferidos do estoque e, em ltima anlise, consiste na seguinte diferena:

    EI + CP EF = CPV, onde

    EI = Estoque inicial; CP = compras de matrias-primas, mo-de-obra e gastos gerais de fabricao; EF = Estoque final; CPV = Custo dos produtos vendidos. As entradas e os saldos inicial e final dos estoques so testados diretamente para superavaliao e indiretamente para subavaliao, por ocasio da auditoria das contas do balano patrimonial e demonstrao do resultado do exerccio. Teste das despesas com impostos (ICMS, IPI, ISS, etc.) Para as despesas com impostos selecionados para teste no razo geral, o auditor deve proceder da seguinte forma:

    Verificar se esto de acordo com a legislao vigente; Conferir os clculos; Verificar escriturao nos livros fiscais, quando aplicvel; Inspecionar guias quitadas.

    Testes das outras despesas e gastos gerais de produo Para os dbitos selecionados do razo geral, o auditor deve efetuar os seguintes procedimentos de auditoria:

    Conferir o valor selecionado com a ficha de lanamento contbil; Verificar se a classificao contbil adequada; Inspecionar a documentao comprobatria (notas fiscais, contratos,

    recibos, guias etc.) e observar se autntica e se o gasto ou despesa est de acordo com a natureza dos negcios da companhia;

    Ver a aprovao do gasto ou da despesa e atentar se a contabilizao est de acordo com o regime de competncia;

    Cumpre destacar que, no caso de empresas prestadoras de servios, o auditor deve realizar os critrios de apurao dos servios prestados e comprovar os dbitos selecionados para teste.

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    Questes comentadas

    01. (FGV/SEFAZ RJ - Fiscal de Rendas/2008) ADAPTADA De acordo com Jos Carlos Carvalho (Auditoria Geral e Pblica), muitas das informaes obtidas pelo auditor durante a aplicao dos procedimentos so verbais. Dessa forma, por ocasio do encerramento dos trabalhos (com a conseqente emisso do relatrio com opinio de auditoria), a administrao da auditada precisa ratificar ao auditor todas as informaes repassadas durante os trabalhos, destacando a responsabilidade pelas transaes efetuadas, pela elaborao das demonstraes, pelo clculo dos tributos, etc. A esse documento d-se o nome de representao formal. Considerando o disposto pelo CFC, as representaes formais devem informar os atos enunciados nas alternativas a seguir, exceo de um. Assinale-o. (A) cumpriu a sua responsabilidade pela elaborao das demonstraes contbeis de acordo com a estrutura de relatrio financeiro aplicvel (B) forneceu ao auditor as informaes por ela julgadas relevantes e necessrias ao trabalho de auditoria (C) atestou que todas as transaes foram registradas e esto refletidas nas demonstraes contbeis (D) comunicou ao auditor todas as deficincias no controle interno de que a administrao tenha conhecimento (E) confirmou que os passivos efetivos e contingentes foram reconhecidos, mensurados, apresentados ou divulgados Comentrios: Vamos analisar o que no faz parte de uma representao formal. O nico item que foge do que se espera de uma representao formal o item B (forneceu ao auditor as informaes por ela julgadas relevantes e necessrias ao trabalho de auditoria). As informaes fornecidas pela entidade no so apenas aquelas que ela julga relevantes, mas que o auditor necessita para desempenhar o seu trabalho e emitir uma opinio sobre as demonstraes contbeis. Gabarito: B.

    02. (FCC Pref. de So Paulo - Especialista em Administrao, Oramento e Finanas Pblicas - 2010) A carta de responsabilidade da administrao o documento que deve ser emitido pelos administradores da

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    entidade, cujas Demonstraes Contbeis esto sendo auditadas, e que deve ser endereada (A) ao conselho de administrao. (B) ao comit de auditoria. (C) ao auditor independente. (D) aos acionistas da entidade. (E) aos funcionrios da contabilidade. Comentrios: A questo pergunta a quem deve ser endereada a carta de responsabilidade da administrao, ou seja, as representaes formais. Vimos que uma declarao escrita pela administrao, fornecida ao auditor, para confirmar certos assuntos ou suportar outra evidncia de auditoria. Gabarito: C

    03. (ESAF/AFRFB/2009) - adaptada - O auditor, ao realizar auditoria na empresa Construo S.A., aplicou todos os procedimentos de auditoria necessrios ao trabalho, realizando os trabalhos em conformidade com as normas de auditoria. Ao solicitar administrao representao formal de que ela cumpriu a sua responsabilidade pela elaborao das demonstraes contbeis de acordo com a estrutura de relatrio financeiro aplicvel, esta deve ser emitida na data (A) de encerramento das demonstraes contbeis. (B) do trmino dos relatrios de reviso. (C) da publicao das demonstraes contbeis. (D) to prxima quanto praticvel, mas no posterior data do relatrio do auditor sobre as demonstraes contbeis. (E) em que o auditor finalizar os trabalhos em campo. Comentrios: Vimos que representao formal uma declarao escrita pela administrao, fornecida ao auditor, para confirmar certos assuntos ou suportar outra evidncia de auditoria. Entre outros usos, o auditor deve solicitar administrao que fornea representao formal de que ela cumpriu a sua responsabilidade pela elaborao das demonstraes contbeis de acordo com a estrutura de relatrio financeiro aplicvel, incluindo quando relevante a adequada apresentao, como estabelecido nos termos do trabalho de auditoria.

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    A data das representaes formais deve ser to prxima quanto praticvel, mas no posterior data do relatrio do auditor sobre as demonstraes contbeis. Ou seja, a data deve ser o mais prxima possvel da data do relatrio de auditoria, no precisa ser a mesma data (Obs.: As normas antigas dispunham que a data da carta de responsabilidade da administrao deveria ser a mesma do parecer do auditor independente). Gabarito: D

    04. (ESAF/APOFP/Sefaz-SP/2009) adaptada - Sempre que no possa ter expectativa razovel quanto existncia de outra evidncia de auditoria pertinente, deve o auditor obter declaraes por escrito da administrao, sobre os assuntos significativos para as Demonstraes Contbeis, por meio da(o) chamada(o): (A) Representao Formal. (B) Circularizao dos Consultores Jurdicos. (C) Carta de Responsabilidade da Administrao. (D) Termo de Diligncia. (E) Carta de Conforto. Comentrios: Como vimos, com as modificaes trazidas pelas normas de auditoria que entraram em vigor a partir de 1/1/2010, foi instituda a NBC TA 580, que trata das representaes formais. Estas so declaraes escritas pela administrao, fornecidas ao auditor, para confirmar certos assuntos ou suportar outras evidncias de auditoria. Gabarito: A

    05. (FCCISS/SP2012) A carta de responsabilidade da administrao da empresa auditada responsabiliza (A) a diretoria financeira e a de controladoria. (B) o conselho de administrao e o conselho fiscal. (C) a diretoria executiva. (D) o conselho de administrao. (E) a governana e a administrao. Comentrios: A carta de responsabilidade da administrao estabelece as responsabilidades da administrao e dos responsveis pela governana. Apesar disso o item E, dado como gabarito, fala apenas em governana.

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    Assim, no nosso entendimento, essa questo no tem gabarito correto, pois existe uma diferena conceitual entre governana e responsveis pela governana. O primeiro termo se refere, de acordo com o IBGC, a um SISTEMA pelo qual as organizaes so dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietrios, Conselho de Administrao, Diretoria e rgos de controle. J o segundo, de acordo com a NBC TA 260 (Resoluo CFC n 1.209/09), se refere s PESSOAS ou ORGANIZAES com responsabilidade pela superviso geral da direo estratgica da entidade e das obrigaes relacionadas responsabilidade da entidade. Bom, mas o mais importante entender o posicionamento da banca, portanto, fique alerta. Gabarito: E

    06. (FCC/TRT 20 Analista Judicirio Administrativa - Especialidade Contabilidade/2011) No que se refere guarda da documentao, o Auditor, para fins de fiscalizao do exerccio profissional, deve conservar a boa guarda pelo prazo de (A) dezoito meses, a partir da data de emisso do relatrio e parecer relacionado com os servios realizados. (B) dois anos, a partir da data do trmino dos servios realizados. (C) trs anos, a partir da data do incio dos servios realizados. (D) cinco anos, a partir da data de emisso do seu parecer, de toda a documentao, papeis de trabalho, relatrios e pareceres relacionados com os servios realizados. (E) dez anos, a partir da data de entrega ou publicao do seu parecer relacionado com os servios realizados. Comentrios: De acordo com a NBC PA 01, o perodo de reteno para trabalhos de auditoria geralmente no pode ser inferior a 5 (cinco) anos a contar da data do relatrio do auditor. Gabarito: D

    07. (FGV/TCM RJ Auditor/2008) ADAPTADA Uma das crticas s demonstraes contbeis no servio pblico diz respeito ao no-uso de provises contbeis na medida necessria. Como exemplo dessa situao, possvel citar a manuteno de elevados saldos da dvida ativa constantes no balano patrimonial quando sabido que parte desse valor dificilmente ser

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    arrecadado, sobretudo em funo da falta de garantias. O Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Resoluo 1.180 de 2009, quando trata de contingncias, determina que os auditores considerem, ao analisar a probabilidade de Ativos Contingentes, as seguintes categorias de chance de sucesso: (A) provvel, possvel e remoto. (B) certo, possvel e remoto. (C) provvel, possvel e remota. (D) certo, provvel e remota. (E) praticamente certo, provvel, e no provvel. Comentrios: Vimos que na anlise dos Ativos Contingentes, as seguintes categorias de chance de sucesso so consideradas: praticamente certo, provvel e no provvel. Gabarito: E.

    08. (FCC/APOFP/2010) NO pode ser entendida e contabilizada como proviso para contingncia a proviso para (A) 13o salrio e frias. (B) danos ambientais. (C) autuaes fiscais. (D) indenizaes trabalhistas. (E) garantias de produtos. Comentrios: Contingncia algo que no certo, que no determinado, mas que se acontecer pode ter grande relevncia quanto a real situao ou mesmo quanto continuidade normal das atividades da empresa. Das opes listadas acima, apenas o item A (13 salrio e frias), pois so eventos previsveis dentro da operao da entidade. Gabarito: A.

    09. (ESAF/ATM/Natal/2008) Adaptada - Uma firma de auditoria, ao circularizar os escritrios de advocacia, prestadores de servios da empresa auditada, recebeu a seguinte posio de contingncias, relativa aos R$ 3.000.000,00 em processos existentes: I. Processos provveis de perda pela empresa: 30%; II. Processos possveis de perda por parte da empresa: 45%;

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    III. Processos remotos de perdas por parte da empresa: 25%. Assim, deve a empresa constituir proviso para contingncias no valor de: (A) R$ 750.000,00 (B) R$ 900.000,00 (C) R$ 1.650.000,00 (D) R$ 2.250.000,00 (E) R$ 3.000.000,00 Comentrios: Dos R$ 3 milhes em contingncias passivas, temos que saber o que deve ser provisionado. Fcil basta saber quais so quelas provveis (lembre da tabela que mostramos acima). Logo, como os processos provveis de perda pela empresa representam 30% do total, temos que o valor provisionado ser: 30% x (R$ 3 milhes) = R$ 900 mil. Gabarito: B.

    10. (FCC/ISS-SP/2012) A empresa Terceserv S.A. possui prejuzos fiscais decorrentes de resultados negativos apurados nos ltimos dois anos no valor de R$ 1.000.000,00. Opera em Mercado extremamente competitivo e no h por parte da administrao expectativa de obteno de lucros nos prximos 5 anos. A empresa aposta na qualidade dos servios prestados para superar a concorrncia e comear a gerar lucro. Como no h prescrio do crdito tributrio, a empresa constituiu proviso ativa para reconhecimento do crdito. Nesse caso, o auditor externo deve (A) ressalvar o relatrio de auditoria, mesmo que o valor seja irrelevante, uma vez que a empresa infringe regra contbil e fiscal. (B) abster-se de emitir o relatrio de auditoria, em virtude de no atender aos pronunciamentos contbeis vigentes. (C) solicitar que a empresa reverta o lanamento, caso a empresa no atenda ressalvar o relatrio de auditoria. (D) manter o lanamento, uma vez que o crdito devido, e emitir relatrio de auditoria sem ressalva ou nfase. (E) recomendar que seja apropriado parte para o resultado do perodo, uma vez que o benefcio j devido, e emitir relatrio de auditoria sem ressalva. Comentrios: Vimos que contingncias ativas no podem ser reconhecidas (provisionadas) nas demonstraes contbeis, devido ao princpio da prudncia. Quando a

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    entrada de benefcios econmicos for praticamente certa, no se trata de ativo contingente, mas de ativo propriamente dito. No caso em pauta, a empresa pretende provisionar a expectativa de crdito tributrio, ou seja, uma contingncia ativa. Assim, a princpio, estaramos diante de uma prtica no adequada pelo simples fato de se tratar de uma contingncia ativa. No entanto, no bem por ai... As noes de contingncias tratadas at aqui esto presentes na NBC TG 25 (anteriormente denominada NBC T 19.7), que deve ser aplicada por todas as entidades na contabilizao de provises, e de passivos e ativos contingentes, exceto:

    (a) os que resultem de contratos a executar, a menos que o contrato seja oneroso; e

    (b) os cobertos por outra norma. Ou seja, h algumas excees. A NBC TG 32 trata de tributos sobre o lucro e admite a possibilidade de que um ativo fiscal diferido possa ser reconhecido para o registro de prejuzos fiscais no utilizados e crditos fiscais no utilizados na medida em que seja provvel que estaro disponveis lucros tributveis futuros. Veja, no entanto, que para que haja esse reconhecimento necessrio que haja probabilidade razovel de lucros tributveis futuros. Na medida em que no for provvel que estar disponvel lucro tributvel contra o qual prejuzos fiscais ou crditos fiscais no utilizados sejam utilizados, o ativo fiscal diferido no deve ser reconhecido. A NBC TG 32 define alguns critrios para avaliar a probabilidade de que haver disponibilidade de lucro tributvel:

    (a) se a entidade tem diferenas temporrias tributveis suficientes relacionadas com a mesma autoridade tributria e a mesma entidade tributvel que resultaro em valores tributveis contra os quais os prejuzos fiscais ou crditos fiscais no utilizados podem ser utilizados antes que expirem;

    (b) se for provvel que a entidade ter lucros tributveis antes que os prejuzos fiscais ou crditos fiscais no utilizados expirem;

    (c) se os prejuzos fiscais no utilizados resultarem de causas identificveis que so improvveis de ocorrer novamente; e

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    (d) se estiverem disponveis para a entidade oportunidades de

    planejamento tributrio que criaro lucro tributvel no perodo em que prejuzos fiscais ou crditos fiscais no utilizados possam ser utilizados.

    Note que o enunciado da questo no d elementos para concluir que o auditor possui evidncias que a empresa ter lucro no futuro. Consequentemente, as demonstraes contbeis no esto adequadas. Portanto, o auditor deve discutir com a administrao o ajuste das demonstraes e, caso no atendido, modificar sua opinio. Neste caso, ser uma ressalva, pois se trata de uma distoro relevante e no de uma limitao de escopo. Essa questo no foi nada fcil. Mais importante que o conhecimento de auditoria, a bagagem de contabilidade exigida do candidato. Portanto, fique atento e construa uma base slida de contabilidade. Gabarito: C.

    11. (ESAF SEFAZ/SP - Analista em Planejamento, Oramento e Finanas Pblicas - 2009) - A inspeo fsica, por meio da contagem de numerrio, procedimento bsico de auditoria aplicvel verificao em conta do: (A) Ativo Circulante. (B) Ativo Realizvel a Longo Prazo. (C) Ativo Permanente. (D) Passivo Circulante. (E) Patrimnio Lquido. Comentrios: A contagem dos valores (dinheiro, cheques, ttulos de pronta liquidez) utilizada para verificar a existncia dos ativos circulantes de maior liquidez como os valores em Caixa, pois so os mais sujeitos utilizao indevida. Gabarito: A.

    12. (FCC / 2006 / Auditor Fiscal Receita CE) - A empresa Ordem S.A. estabelece, em seus controles internos de tesouraria, que todos os pagamentos devero ser efetuados mediante a emisso de cheques, assinados por um diretor e um gerente de tesouraria. O auditor, ao entrar na sala do gerente de tesouraria, percebe que dois tales de cheques, sem

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    preenchimento dos valores, j esto assinados pelo diretor financeiro para serem utilizados pelo tesoureiro. correto afirmar que (A) o diretor financeiro delega a responsabilidade ao tesoureiro pelos pagamentos, garantindo o controle. (B) a empresa no possui controles internos para os processos de tesouraria. (C) os controles internos de tesouraria so eficazes para qualquer tipo de desvio financeiro. (D) o tesoureiro uma pessoa de confiana, no sendo necessrio segregao de funes. (E) no h conformidade entre os controles internos definidos e sua ocorrncia no processo. Comentrios: S para lembrar, vimos que a existncia e a efetividade dos controles internos determinam o tipo e a extenso dos procedimentos de auditoria que devero ser adotados. No caso dessa questo, o enunciado afirma que a empresa tem controles internos implantados na rea do disponvel, ou seja, a assinatura dos cheques por duas pessoas independentes, no entanto, esse controle na prtica no funciona, pois, os cheques so previamente assinados em branco. Isso um pssimo sinal para o auditor que ter que redobrar a ateno nessa rea. Mas, para o deslinde da questo, basta entendermos que no h conformidade entre o controle interno implantado e a sua aplicao prtica. Gabarito: E.

    13. (FGV/Fiscal da Receita Estadual do Amap/2010) - Assinale a alternativa que indique os procedimentos de auditoria aplicveis conta Proviso para Devedores Duvidosos. (A) Inspeo documental para exame dos documentos de pagamentos e recebimentos e solicitao de informaes aos bancos mediante circularizao. (B) Reviso de clculos por meio da conferncia da exatido aritmtica do valor e inspeo para verificao dos documentos que serviram de base para fixao dos critrios de clculo. (C) Inspeo de documentos e reviso dos clculos para a verificao dos valores lanados nos investimentos. (D) Inspeo de documentos e reviso dos clculos no caso de depreciao e amortizao acumulada. (E) Reviso de clculos e investigao e confirmao das operaes por meio de circularizao de informaes financeiras. Comentrios:

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    A nica assertiva que nos traz um procedimento aplicvel conta de PDD a B, por meio da reviso do clculo e da inspeo dos documentos que suportaram esse clculo, o auditor ir verificar se o valor provisionado est condizente a probabilidade de perdas devido a inadimplncia dos devedores. Gabarito: B.

    14. (NCE/UFRJ / 2004 / Auditoria Geral do MS) - Uma tcnica de auditoria independente chamada de cut-off utilizada, entre outros, para (A) apurar o patrimnio lquido. (B) calcular o valor de reserva de reavaliao. (C) efetuar inventrios, controlando as ltimas entradas e sadas de estoques. (D) apurar o good will. (E) elaborar o planejamento fiscal visando pagar menos tributos. Comentrios: O cut-off um procedimento que pode ser utilizado na auditoria das contas de Estoque, durante o acompanhamento do inventrio, estabelecendo uma data de referncia e controlando as entradas e sadas de mercadorias. Gabarito: C.

    15. (ESAF / 2001 / SEFIN/NATAL Auditor do Tesouro Municipal) Adaptada - Um funcionrio da entidade auditada, em conluio com o fornecedor, realizou pagamentos por servios no prestados. Esse fato: (A) constitui uma limitao inerente dos sistemas de controles internos. (B) ser detectado nos exames de auditoria de circularizao de fornecedores. (C) ser detectado nos exames de auditoria de pagamentos subsequentes. (D) ser detectado no acompanhamento do inventrio fsico de estoques. (E) constitui uma das hipteses de emisso de opinio com ressalva. Comentrios: Veja que essa questo tem relao com a questo anterior. Se os controles internos estabelecidos pela entidade no so efetivos a possibilidade da ocorrncia desse tipo de situao muito grande e sabemos que o conluio, pela sua prpria caracterstica, de difcil deteco. A forma mais eficaz de se prevenir esse tipo de prtica o estabelecimento de um sistema de controle interno que efetivamente funcione.

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    O caso em questo representa, portanto, uma limitao do sistema de controle interno da entidade. Gabarito: A.

    16. (FGV/Fiscal da Receita Estadual do Amap/2010) - Assinale a alternativa que apresente o objetivo especfico da auditoria do resultado: (A) comprovar se compras de mercadoria esto de acordo com os objetivos da empresa. (B) confirmar se os pagamentos realizados foram conciliados. (C) verificar se as despesas correspondentes s receitas realizadas foram apropriadas no perodo. (D) comprovar a correta apropriao das despesas em obedincia ao regime de caixa. (E) conferir a exatido dos registros contbeis dos estoques de mercadorias. Comentrios: Assertiva A Os testes nas contas de resultado visam comprovao da exatido dos lanamentos contbeis no tem nada a ver com os objetivos da empresa. Item errado. Assertiva B A confirmao dos pagamentos efetuados diz respeito ao Passivo e no ao Resultado. Assertiva C Esse o gabarito da questo, vimos que os testes nas contas de resultado tem como objetivo a verificao da apropriao das despesas e das receitas do perodo. Assertiva D Os testes nas contas de resultado tm como objetivo comprovar a correta apropriao das despesas, porm o regime o de competncia e no de caixa. Item errado. Assertiva E A conta de estoque faz parte do Ativo e no do Resultado. Gabarito: C.

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    Lista de Questes

    01. (FGV/SEFAZ RJ - Fiscal de Rendas/2008) ADAPTADA De acordo com Jos Carlos Carvalho (Auditoria Geral e Pblica), muitas das informaes obtidas pelo auditor durante a aplicao dos procedimentos so verbais. Dessa forma, por ocasio do encerramento dos trabalhos (com a conseqente emisso do relatrio com opinio de auditoria), a administrao da auditada precisa ratificar ao auditor todas as informaes repassadas durante os trabalhos, destacando a responsabilidade pelas transaes efetuadas, pela elaborao das demonstraes, pelo clculo dos tributos, etc. A esse documento d-se o nome de representao formal. Considerando o disposto pelo CFC, as representaes formais devem informar os atos enunciados nas alternativas a seguir, exceo de um. Assinale-o. (A) cumpriu a sua responsabilidade pela elaborao das demonstraes contbeis de acordo com a estrutura de relatrio financeiro aplicvel (B) forneceu ao auditor as informaes por ela julgadas relevantes e necessrias ao trabalho de auditoria (C) atestou que todas as transaes foram registradas e esto refletidas nas demonstraes contbeis (D) comunicou ao auditor todas as deficincias no controle interno de que a administrao tenha conhecimento (E) confirmou que os passivos efetivos e contingentes foram reconhecidos, mensurados, apresentados ou divulgados 02. (FCC Pref. de So Paulo - Especialista em Administrao, Oramento e Finanas Pblicas - 2010) A carta de responsabilidade da administrao o documento que deve ser emitido pelos administradores da entidade, cujas Demonstraes Contbeis esto sendo auditadas, e que deve ser endereada (A) ao conselho de administrao. (B) ao comit de auditoria. (C) ao auditor independente. (D) aos acionistas da entidade. 03. (ESAF/AFRFB/2009) - adaptada - O auditor, ao realizar auditoria na empresa Construo S.A., aplicou todos os procedimentos de auditoria necessrios ao trabalho, realizando os trabalhos em conformidade com as normas de auditoria. Ao solicitar administrao representao formal de que ela cumpriu a sua responsabilidade pela elaborao das demonstraes contbeis de acordo com a estrutura de relatrio financeiro aplicvel, esta deve ser emitida na data

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    (A) de encerramento das demonstraes contbeis. (B) do trmino dos relatrios de reviso. (C) da publicao das demonstraes contbeis. (D) to prxima quanto praticvel, mas no posterior data do relatrio do auditor sobre as demonstraes contbeis. (E) em que o auditor finalizar os trabalhos em campo. 04. (ESAF/APOFP/Sefaz-SP/2009) adaptada - Sempre que no possa ter expectativa razovel quanto existncia de outra evidncia de auditoria pertinente, deve o auditor obter declaraes por escrito da administrao, sobre os assuntos significativos para as Demonstraes Contbeis, por meio da(o) chamada(o): (A) Representao Formal. (B) Circularizao dos Consultores Jurdicos. (C) Carta de Responsabilidade da Administrao. (D) Termo de Diligncia. (E) Carta de Conforto. 05. (FCCISS/SP2012) A carta de responsabilidade da administrao da empresa auditada responsabiliza (A) a diretoria financeira e a de controladoria. (B) o conselho de administrao e o conselho fiscal. (C) a diretoria executiva. (D) o conselho de administrao. (E) a governana e a administrao. 06. (FCC/TRT 20 Analista Judicirio Administrativa - Especialidade Contabilidade/2011) No que se refere guarda da documentao, o Auditor, para fins de fiscalizao do exerccio profissional, deve conservar a boa guarda pelo prazo de (A) dezoito meses, a partir da data de emisso do relatrio e parecer relacionado com os servios realizados. (B) dois anos, a partir da data do trmino dos servios realizados. (C) trs anos, a partir da data do incio dos servios realizados. (D) cinco anos, a partir da data de emisso do seu parecer, de toda a documentao, papeis de trabalho, relatrios e pareceres relacionados com os servios realizados. (E) dez anos, a partir da data de entrega ou publicao do seu parecer relacionado com os servios realizados. 07. (FGV/TCM RJ Auditor/2008) ADAPTADA Uma das crticas s demonstraes contbeis no servio pblico diz respeito ao no-uso de provises contbeis na medida necessria. Como exemplo dessa situao,

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    possvel citar a manuteno de elevados saldos da dvida ativa constantes no balano patrimonial quando sabido que parte desse valor dificilmente ser arrecadado, sobretudo em funo da falta de garantias. O Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Resoluo 1.180 de 2009, quando trata de contingncias, determina que os auditores considerem, ao analisar a probabilidade de Ativos Contingentes, as seguintes categorias de chance de sucesso: (A) provvel, possvel e remoto. (B) certo, possvel e remoto. (C) provvel, possvel e remota. (D) certo, provvel e remota. (E) praticamente certo, provvel, e no provvel. 08. (FCC/APOFP/2010) NO pode ser entendida e contabilizada como proviso para contingncia a proviso para (A) 13o salrio e frias. (B) danos ambientais. (C) autuaes fiscais. (D) indenizaes trabalhistas. (E) garantias de produtos. 09. (ESAF/ATM/Natal/2008) Adaptada - Uma firma de auditoria, ao circularizar os escritrios de advocacia, prestadores de servios da empresa auditada, recebeu a seguinte posio de contingncias, relativa aos R$ 3.000.000,00 em processos existentes: I. Processos provveis de perda pela empresa: 30%; II. Processos possveis de perda por parte da empresa: 45%; III. Processos remotos de perdas por parte da empresa: 25%. Assim, deve a empresa constituir proviso para contingncias no valor de: (A) R$ 750.000,00 (B) R$ 900.000,00 (C) R$ 1.650.000,00 (D) R$ 2.250.000,00 (E) R$ 3.000.000,00 10. (FCC/ISS-SP/2012) A empresa Terceserv S.A. possui prejuzos fiscais decorrentes de resultados negativos apurados nos ltimos dois anos no valor de R$ 1.000.000,00. Opera em Mercado extremamente competitivo e no h por parte da administrao expectativa de obteno de lucros nos prximos 5 anos. A empresa aposta na qualidade dos servios prestados para superar a concorrncia e comear a gerar lucro. Como no h prescrio do crdito

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    tributrio, a empresa constituiu proviso ativa para reconhecimento do crdito. Nesse caso, o auditor externo deve (A) ressalvar o relatrio de auditoria, mesmo que o valor seja irrelevante, uma vez que a empresa infringe regra contbil e fiscal. (B) abster-se de emitir o relatrio de auditoria, em virtude de no atender aos pronunciamentos contbeis vigentes. (C) solicitar que a empresa reverta o lanamento, caso a empresa no atenda ressalvar o relatrio de auditoria. (D) manter o lanamento, uma vez que o crdito devido, e emitir relatrio de auditoria sem ressalva ou nfase. (E) recomendar que seja apropriado parte para o resultado do perodo, uma vez que o benefcio j devido, e emitir relatrio de auditoria sem ressalva. 11. (ESAF SEFAZ/SP - Analista em Planejamento, Oramento e Finanas Pblicas - 2009) - A inspeo fsica, por meio da contagem de numerrio, procedimento bsico de auditoria aplicvel verificao em conta do: (A) Ativo Circulante. (B) Ativo Realizvel a Longo Prazo. (C) Ativo Permanente. (D) Passivo Circulante. (E) Patrimnio Lquido. 12. (FCC / 2006 / Auditor Fiscal Receita CE) - A empresa Ordem S.A. estabelece, em seus controles internos de tesouraria, que todos os pagamentos devero ser efetuados mediante a emisso de cheques, assinados por um diretor e um gerente de tesouraria. O auditor, ao entrar na sala do gerente de tesouraria, percebe que dois tales de cheques, sem preenchimento dos valores, j esto assinados pelo diretor financeiro para serem utilizados pelo tesoureiro. correto afirmar que (A) o diretor financeiro delega a responsabilidade ao tesoureiro pelos pagamentos, garantindo o controle. (B) a empresa no possui controles internos para os processos de tesouraria. (C) os controles internos de tesouraria so eficazes para qualquer tipo de desvio financeiro. (D) o tesoureiro uma pessoa de confiana, no sendo necessrio segregao de funes. (E) no h conformidade entre os controles internos definidos e sua ocorrncia no processo. 13. (FGV/Fiscal da Receita Estadual do Amap/2010) - Assinale a alternativa que indique os procedimentos de auditoria aplicveis conta Proviso para Devedores Duvidosos.

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    (A) Ins