Aula 03_Mecanismos de fragmentação
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Prof. Dr. Carlos Magno Muniz e Silva
Universidade Federal de Pernambuco
Centro de Tecnologia e Geociências
Departamento de Engenharia de Minas
Aula 03 – Mecanismos de fragmentação em desmonte de Mecanismos de fragmentação em desmonte de rochasrochas
Introdução:
fragmentação é um processo de quebra relacionado à partição de fragmentos, de significado distinto de cominuição (FUJIMURA, 1999) ;
o desmonte por explosivo pode ser considerado o primeiro estágio do processo de cominuição (WILLS, 1985);
Fragmentação em desmonte por explosivos é considerado, na prática, um complicado processo que compreende interações como: número de detonações, anisotropismo da rocha, efeitos da frente livres, etc. (WHITTAKER et al., 1992);
Segundo AYRES DA SILVA (1997), em desmonte de rochas considerava-se apenas o efeito da expansão dos gases em altas pressões decorrentes da combustão dos explosivos. Os gases abririam fendas no maciço rochoso, que se estenderiam por todas as direções até a face livre, subdividindo o maciço em fragmentos menores.
Os mecanismos de fragmentação em desmonte de rochas são divididos em 2 fases: Dinâmica e Semi-estática;
Segundo WHITTAKER et al. (1992), a fragmentação por desmonte convencional dá-se através de um processo dinâmico do que através de um processo estático;
A finalidade do desmonte por explosivos é converter a rocha em vários fragmentos menores capaz de serem transportados ou escavados por equipamento disponível. Para isso, são necessários 2 fatores: (i) fragmentação suficiente; e (ii) deslocamento, movimentação e lançamento (HEMPHILL, 1981).
CONCLUSÃO:
Considerações teóricas e medidas experimentais sobre pulsos de deformações e sobre pressão de gás, indicaram ser partes de uma variação contínua do período de pressão na rocha, e que podem ser consideradas separadamente. Assim, pode-se supor que a rocha sujeita ao efeito da pressão gasosa tem sido pré-condicionada pelo esforço impulsivo da onda de deformação (KUTTER; FAIRHURST, 1971). Isto reforça considerar que os mecanismos de fragmentação de rochas por explosivos podem ser divididos em duas fases: (i) Fase Dinâmica - ação dos pulsos de ondas de deformação/choque; e (ii) Fase Semi-Estática - ação da pressão dos gases.
Progresso de fragmentação dividido em 4 períodos:
Detonação propagação da onda de tensão ou de choque
expansão da pressão de gás movimentação e deslocamento da rocha
Segundo LOPEZ JIMENO et al. (1995) os mecanismos envolvidos no processo de fragmentação se dividem em 8 etapas, enquanto MORHARD (1987) classifica os principais mecanismos de fragmentação baseados em:
(i) energia de onda de deformação (compressão e tração);
(ii) reflexões da onda de choque em faces livres;
(iii) pressurização de gás sobre o maciço rochoso circundante ao furo de
desmonte;
(iv) ruptura por flexão; ondas de cisalhamento;
(v) intensidade da carga explosiva;
(vi) nucleação de fendas em falhas e descontinuidades; e
(vii) colisões de fragmentos no ar.
ENERGIA TERMODINÂMICA
Energia cinética Energia potencial Energia térmicae ruído
Compartimentodo maciço
Separação emovimentação dos
blocosAtmosfera
Fragmentação e lançamento da rocha
Quadro resumo de distribuição energética numa detonação em desmonte de rochas por explosivos (AYRES DA SILVA, 1997).
Coluna de explosivos
Tensões cilíndricas
furo
(a) forma de expansão cilíndrica (>6:1);
Frente de detonação de coluna de explosivo
Onda de tensão de alta tensão transmitida a rocha
face
Base da bancada
Topo da bancada
(b) forma de expansão esférica (<6:1);
i – impedância acústica do material i;
i - densidade do material;
Vp – velocidade sônica do material.
ipiV
DEPOIS
interface Material I 1=1.v1
Material II 2=2.v2
ANTES
interface
Pre
ssão
-
+
+ frente de onda conpressiva – frente de onda refletida
(tração)
Propagação de frente de onda com razão de impedância menor que 1.
Material I 1=1.v1
Material II 2=2.v2
ANTES
interface
Pre
ssão
-
+
+ frente de onda compressiva - frente de onda refletida (tração)
Material I
Material II
DEPOIS
interface
Propagação de frente de onda com razão de impedância igual a 1.
Material I 1=1.v1
Material II 2=2.v2
ANTES
interface
Pre
ssão
-
+
+ frente de onda compressiva - frente de onda refletida (tração)
Material I Material II
DEPOIS
interface
Propagação de frente de onda com razão de impedância maior que 1.
Furo expandido
tampão
Onda compressiva
Zona de trituração Furo original Fendas radiais
lascamento
Onda de tração
Propagação e reflexão de ondas de choque (SCOTT, 1996).
t
c – compressão t - tração
c
(a) fraturamento radial
Compressão radial
Tensão tangencial
(b) tensão tangencial induzida pela compressão radial por onda de detonação
Elemento de rocha submetido a fraturamento radial (LOPEZ JIMENO et al., 1995; SCOTT, 1996).
Zona de fratura
furo
Carga explosiva
Trituração anelar
Zona de formação de fragmento
Zonas de trituramento, fraturamentos radiais e formação de fragmentos (WHITTAKER et al., 1992).
tampãoo
Zona de trituração
Furo original
Face livre
Ação da pressão dos gases (SCOTT, 1996).
tampão
carga
Fenda de tração
Mecanismo de quebra por flexão (LOPEZ JIMENO et al., 1995)
(e) lançamento e requebramento do material.
(c) reflexão da frente de onda de choque e início
de lançamento do maciço
(d) lançamento do material;
(a) propagação da frente onda de choque;
(b) reflexão da frente de onda de choque;
Seqüência de desmonte de rochas baseado em mecanismos de fragmentação (MORHARD, 1987; LOPEZ JIMENO et al., 1995; COSTA E SILVA, 1998)