Aula 03 - Poluição Do Solo

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Faculdade de Engenharia Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental Disciplina: Ecologia e Preservação do Ambiente Aula 03 Poluição do solo Resíduos Sólidos Urbanos Ana Silvia Pereira Santos [email protected]

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POluição

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Disciplina: Ecologia e Preservação do Ambiente

Aula 03 – Poluição do soloResíduos Sólidos Urbanos

Ana Silvia Pereira [email protected]

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Conceito de Solo

Para engenharia civil

Deve ter capacidade de suportar cargas

e/ou de se transformar em material de

construção

Manto superficial formado por rocha desagregada e,

eventualmente, cinzas vulcânicas, em mistura com

matéria orgânica em decomposição, contendo

ainda, água e ar em proporções variáveis e

organismos vivos

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Composição do soloA composição média do solo varia bastante, mas em termos médios de ordem de grandeza,

pode ser:

45% - elementos naturais

25% - ar

25% - água

5% - matéria orgânica

Proveniente de rochas desagregadas no próprio local ou em

locais distantes, trazidas pela água e pelo ar. As ações físicas

que provocam desagregação são erosão, variação brusca de

temperatura e congelamento de água em fissuras. As ações

químicas são principalmente nas rochas calcárias, com o

ataque de águas com gás carbônico e chuvas ácidas

Proveniente do gás existente na superfície e dos gases da biodegradação da

matéria orgânica: gás carbônico (degradação aeróbia) e metano (degradação

anaeróbia

Fundamentalmente constituída de água proveniente de precipitação, tais

como: chuva, sereno, neblina, orvalho e degelo de neve e geleiras. A

precipitação ainda influencia as enchentes e a saturação do solo

Proveniente de queda de folhas, frutos, galhos e ramos, além de

restos animais, excrementos e outros resíduos em diferentes

estágios de decomposição, em fase sólida ou líquida.

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Estágios de formação x Poluição

horizonte do solo

É resultante da ação combinada de cinco fatores:

Clima (pluviosidade, umidade, temperatura...)

Natureza dos organismos (vegetação, microrganismos decompositores, animais)

Material de origem (tipo de rocha desagregada)

Relevo (plano, montanhoso, vale...)

A atuação dos 04 primeiros define, ao longo do tempo (idade), estágios de

sucessão: profundidade, composição e propriedades e horizontes do solo

Idade (período de início de formação)

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Estágios de formação x Poluição

Implicações diversas e marcantes em função do estágio de formação do solo

Solo raso (regiões áridas) Solo profundo

Poros rapidamente preenchidos com precipitação

Rápido escoamento superficial

Enchentes

Cessada a chuva, curso d’água alimentado pela

águas do poros

Volume de poros pequenos (solo raso)

Rio intermitente

Maior tempo para preenchimento dos poros

Mais infiltração

Pode não causar enchentes

Cessada a chuva, curso d’água alimentado pela

águas do poros

Volume de poros grande (solo profundo)

Rio perene

Tempo de preenchimento dos poros

Escoamento x infiltração

Enchentes

AlimentAção do curso d’águA nA estiAgem

Tipo de rio

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Poluição do solo rural x Poluição do solo urbano

• Fertilizantes

(uso imprescindível para

assegurar produção)

• Defensivos agrícolas

(necessário para o combate de

pragas)

• Proveniente dos resíduos gerados pelas

atividades econômicas que são típicas das

cidades, como os domésticos, industriais e

de serviços.

• Podem ser sólidos, líquidos e gasosos

• Os sólidos causam maior impacto em

função das grandes quantidades geradas e

dificuldade de transporte

Solo Rural Solo urbano

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Resíduos Sólidos Urbanos - RSUConceito

Restos das atividades humanas, consideradas pelos geradores como inúteis, indesejáveis

ou descartáveis. Normalmente, apresentando-se em estado sólido, semissólido ou

semilíquido (com quantidade de líquido insuficiente para que possa fluir livremente).Fonte: IPT/CEMPRE, 2000.

Segundo NBR 10.004

Resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos que

resultam de atividades da comunidade, de origem

industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola,

de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta

definição os lodos provenientes de sistemas de

tratamentos de águas e esgotos, aqueles gerados em

equipamentos e instalações de controle de poluição,

bem como determinados líquidos cujas

particularidades tornem inviável o seu lançamento na

rede pública de esgotos ou corpos d’água ou exijam

para isto soluções técnicas e economicamente

inviáveis em face a melhor tecnologia disponível”.

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Resíduos Sólidos Urbanos - RSUGeração per capita média

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Resíduos Sólidos Urbanos - RSUGeração em Juiz de Fora/MG

A CTR-Juiz de Fora foi inaugurada em abril de 2010. Possui 351 hectares e foi projetada para receber em

média, 530 toneladas de resíduos por dia. Ocupa somente 10% da área para disposição de resíduos

Em janeiro de 2011

560 Ton/diaEm dezembro de 2011

900 Ton/dia

Consórcios municipais

Produz 190

mil tonelada

de resíduos

por dia

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Resíduos Sólidos Urbanos – RSUEtapas do serviço de limpeza urbana – Geração

• É a primeira etapa dos serviços

de limpeza urbana

• Possibilita o dimensionamento

da frota de veículos

• Permite definir o tipo de coleta

a ser adotado

• Orienta a melhor forma de

tratamento a ser adotada

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Resíduos Sólidos Urbanos – RSUEtapas do serviço de limpeza urbana – Acondicionamento

O acondicionamento adequado:

• Evita acidentes

• Evita a proliferação de vetores

• Minimiza o impacto visual e

olfativo

• Reduz a heterogeneidade dos

resíduos (no caso de coleta

seletiva)

• Facilita a realização da coleta

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Resíduos Sólidos Urbanos – RSUEtapas do serviço de limpeza urbana – Acondicionamento

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Disciplina: Ecologia e Preservação do Ambiente

Resíduos Sólidos Urbanos – RSUEtapas do serviço de limpeza urbana – Coleta e transporte

Discutem-se nas etapas de coleta e

transporte:

• Definição do tipo de coleta a ser

adotada: comum ou seletiva

• Veículos mais apropriados para a

coleta

• Quantidade de caminhões e garis

(guarnição ou equipe)

• Estabelecimento do itinerário para a

frota de caminhões coletores

• Inserção de catadores na coleta

seletiva

• Participação da sociedade no

acondicionamento e separação dos

resíduos

• Facilita a realização da coleta

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Resíduos Sólidos Urbanos – RSUEtapas do serviço de limpeza urbana – Coleta e transporte

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Disciplina: Ecologia e Preservação do Ambiente

Resíduos Sólidos Urbanos – RSUEtapas do serviço de limpeza urbana – Tratamento

Série de procedimentos destinados a reduzir a quantidade ou o potencial poluidor dos resíduos sólidos,

seja impedindo descarte de lixo em ambiente ou em local inadequado, seja transformando-o em material

inerte ou biologicamente estável. As principais formas de tratamento empregadas aos resíduos são:

reciclagem, incineração, compostagem e aterro sanitário.

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Resíduos Sólidos Urbanos – RSUEtapas do serviço de limpeza urbana – Tratamento

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Resíduos Sólidos Urbanos – RSUEtapas do serviço de limpeza urbana – Tratamento

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Resíduos Sólidos Urbanos – RSUEtapas do serviço de limpeza urbana – Disposição final

Aterro Sanitário

• Área cercada e protegida

• Isolamento do solo por camada

impermeável

• Sistemática cobertura dos resíduos

• Exige configuração definida

• Exige revegetação nas áreas acabadas

• Possibilita o aproveitamento energético

• Pode ser construído em áreas urbanas

• Área pode se tornar parque, centro

esportivo, etc.

Lixão

• Contaminação da atmosfera: gases

efeito estufa

• Contaminação das águas: lixiviado

• Mau cheiro e poeiras

• Insetos e roedores

• Perigo à navegação aérea: urubus

• Desvalorização da região

• Catadores em situação de risco

• Elevado custo ambiental

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Resíduos Sólidos Urbanos – RSUEtapas do serviço de limpeza urbana – Disposição final

Aterro sanitário Bandeirantes (SP)

Lixão típico

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Resíduos Sólidos Urbanos – RSUAterro Sanitário

BiogásDecomposição anaeróbia

Lixiviado

Técnica de disposição de resíduos sólidos no solo, sem causar danos à saúde pública e á segurança,

minimizando os impactos ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia para confinar os

resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor ao menor volume permissível, cobrindo-os

com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores se

necessário. (NBR 8419/1992)

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Resíduos Sólidos Urbanos – RSUAterro Sanitário

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Resíduos Sólidos Urbanos – RSUDisposição final em outros países

- Somente 3% dos RSU coletados foram para AS (2003)

- Maior parte vai para incineração (72%)

- Reciclagem e compostagem

- Novas tecnologias para o tratamento de dioxinas e

furanos (+ ambientalmente correto)

- Somente 18% dos RSU coletados foram para AS (2004)

- Maior parte é reciclada (40%)

- Incineração e compostagem

- Somente 36% dos RSU coletados foram para AS (2005)

- Maior parte é incinerada (35%)

- Reciclagem e compostagem

- Aplicação de impostos específicos para a utilização de AS

incentivou a incineração

- De 2004 para 2005: redução de quase 50% dos RSU

aterrados

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Resíduos Sólidos Urbanos – RSUDisposição final em outros países

- Em 1993: 13 milhões de T de RSU aterrados. Em 2005:

apenas 3 milhões de toneladas

- No mesmo período redução de 80 para 30 unidades de

aterramento de RSU

- Em 1996: promulgação de novas orientações e padrões e

emissão de gases

- Em 1980: 81% dos RSU coletados foram aterrados. Em

2005: 54%

- Em 1988: 8000 AS. Em 2005: 1650 AS

CEC-1999/31/EC

- Requisitos para se reduzir a quantidade de RSU aterrados

- Em 2016: Membros da CE não estarão permitidos a

aterrarem mais de 35% dos resíduos biodegradáveis

aterrados em 1995

- ...

Fontes: GIUSTI (2009), HARADA et al (2010), PERSSON et al (2007), SCHARFF et al (2007), THORLEONE (2007).

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Curiosidades

Reduzir: a quantidade de lixo produzido evitando desperdício

Reutilizar: embalagens para outros fins

Reciclar: reaproveitamento de materiais que serão utilizados

como matéria-prima

No PAC2, o governo federal irá investir 41 bilhões de reais até 2014

em saneamento (inclusive RSU)Das 189 mil toneladas de resíduos sólidos produzidos diariamente no Brasil, apenas 1,4% é formalmente

reciclado

Somente 14% dos municípios brasileiros fazem coleta seletiva no

Brasil. Neste contexto, coleta seletiva é quando no mínimo 10% da população separa o lixo e existe

um trabalho de reciclagem

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos,

2.906 lixões deverão ser fechado até 2014

27% das cidades brasileiras possuem aterros sanitários. Há 10

anos atrás, esse número correspondia a 17%

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Curiosidades

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Disciplina: Ecologia e Preservação do Ambiente

O que fazer?

Recusar ou

diminuir o

consumo de

sacos e sacolas

plásticas. Utilizar

sacolas

reutilizáveis ou

caixas de

papelão

Campanha: aumentar a coleta

seletiva, a reciclagem e

facilitar o trabalho do catador.

Brasil perde 8 bilhões por ano

por não reciclar

Consumo

consciente de

embalagens

Avaliar durante as

compras, se as

embalagens levadas

para a casa, junto com

os produtos são mesmo

necessárias e feitas de

produtos amigáveis

(reciclado, fonte

renováveis, fáceis de

reciclar ou que

possibilitem reutilização

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Política Nacional de Resíduos Sólidos – 2010Premissas

Responsabilidade compartilhada

A responsabilidade pela destinação

adequada dos resíduos sólidos é de

todos: governos, empresas, sociedade

Devemos cobrar, separar o lixo em

casa, buscar soluções...

Fim dos lixões até 2014

Todos os municípios deverão oferecer

coleta seletiva à população, destinando

aos aterros, somente o que não é

reciclável

Esse é o fim dos lixões!

Logística reversa

Empresas: obrigação de coleta e

destinação final adequada do resíduo

produzido, para reaproveitamento(Lâmpadas fluorescentes, pilhas, baterias,

eletroeletrônicos, pneus, óleos

lubrificantes/embalagens, agrotóxicos/

embalagens)

3Rs

Reduzir, reutilizar e reciclar

Exige mudança de comportamento.

Modifica a maneira como o Brasil trata

seus resíduos

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Política Nacional de Resíduos Sólidos – 2010Inclusão social – Importância dos catadores na coleta seletiva