Aula 02. Exercicio em portadores de doencas cardiovasculares.pdf
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FACULDADES ASPER
COORDENAÇÃO DE FISIOTERAPIA
DISCIPLINA REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
Profª Zênia Araújo
ROTEIRO DE ESTUDO: Exercício em Portadores de Deficiências Cardiovasculares
1 - DOENÇAS CARDIOVASCULARES
São doenças provocadas pelo acúmulo de placas de gordura nas artérias, que podem
bloquear total ou parcialmente a passagem do sangue, causando infarto ou derrame
cerebral.
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DCV
DOENÇAS CARDIOVASCULARES
AVC
É a interrupção do fornecimento de sangue ao cérebro.
Pode ser:
Isquêmico
Hemorrágico
Fatores de Risco:
↑ Pressão arterial
Fibrilação atrial
↑ Colesterol
Uso do tabaco
Dieta inadequada
Inatividade física
Diabetes
Idade avançada
Doença Coronariana
São distúrbios que envolvem a circulação das artérias coronarianas e
consequentemente afetam a irrigação do miocárdio.
Caracteriza-se pelo estreitamento progressivo, agudo ou crônico, devido ao depósito
de substâncias gordurosas na parede dessas artérias.
Fatores de Risco:
↑ Pressão arterial
↑ Colesterol
Uso do tabaco
Dieta inadequada
Inatividade física
Diabetes
Idade avançada
Herança genética
Doença Cardíaca Congênita
São má formação das estruturas cardíacas existentes no nascimento.
Causadas por fatores genéticos ou exposições durante a gestação.
Fatores de Risco:
Uso álcool
Medicamentos
Infecções (rrubéola)
Má nutrição
Consanguinidade
Doença Arterial Periférica (DAP)
É uma condição dos vasos sanguíneos que leva ao estreitamento e endurecimento das
artérias das pernas e dos pés.
O estreitamento dos vasos sanguíneos ocasiona redução no fluxo sanguíneo, o que
pode lesar nervos e outros tecidos.
Fatores de Risco:
↑ Pressão arterial
Fibrilação atrial
↑ Colesterol
Uso do tabaco
Dieta inadequada
Inatividade física
Diabetes
Idade avançada
Trombose venosa Profunda (TVP)
É uma doença potencialmente grave causada pela formação de coágulos (trombos)
no interior das veias profundas.
Fatores de Risco:
Cirurgias
Obesidade
Câncer
Parto recente
Uso de contraceptivo oral
Imobilidade prolongada
Terapia reposição hormonal
2 - REABILITAÇÃO CARDÍACA
É soma de intervenções que asseguram a melhora das condições físicas, psicológicas
e sociais daqueles pacientes com doenças cardiovasculares pós-aguda e crônica,
podendo, por seus próprios esforços, preservar e recuperar suas funções na sociedade e,
através de um comportamento saudável, minimizar ou reverter a progressão da doença.
(FLETCHER et al., 2001)
Histórico:
1939 Indicado repouso no leito por 3 a 4 semanas
1956 Deambulação precoce após a segunda semana do Infarto Agudo Miocárdio
1962 OMS recomendou o exercício físico com o objetivo de melhorar a qualidade de
vida
1972 No Brasil foram criados os Serviços de Reabilitação Cardíaca
Décadas dos 80 e 90 foi demonstrado à relação da atividade física e a redução de
mortalidade cardiovascular.
2.1 - OBJETIVOS DA REABILITAÇÃO CARDÍACA
Diminuir o impacto físico e psicossocial das condições incapacitantes e limitantes
que acometem o indivíduo;
Restaurar e aumentar a Capacidade Funcional;
Melhorar a qualidade de vida e do prognóstico.
2.2 - PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDÍACA
O programa de reabilitação cardíaca é composto por uma equipe multidisciplinar:
Fisioterapeuta
Médico
Psicólogo
Enfermeiro
Nutricionista
Educador Físico
2.3 - INDICAÇÕES DA REABILITAÇÃO CARDÍACA
Cardiopatias Adquiridas - IAM, angina estável
Cardiopatias Congênitas
Cirurgia Cardíaca
Disfunção ventricular esquerda
Insuficiência Cardíaca
Transplante Cardíaco
Hipertensão Arterial sistêmica (HAS)
Fatores de risco cardiovasculares
Idosos
2.4 - CONTRA-INDICAÇÕES DA REABILITAÇÃO CARDÍACA
Fase aguda IAM
Angina Instável
Insuficiência Cardíaca - Classe IV (NYHA)
Arritmias de risco
Aneurisma dissecante da aorta
Estenose aórtica grave
Embolia Pulmonar
HAS grave
Tromboflebite aguda
2.5 - OBJETIVOS DO PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDÍACA
Período de Internação
Diminuir os efeitos deletérios do repouso prolongado no leito;
Avaliar as respostas clínicas ao aumento progressivo do esforço;
Manter o controle do estado emocional;
Estabelecer a intensidade de esforço a ser executada no domicílio; e
Diminuir o tempo de internação hospitalar.
Período Pós-alta Hospitalar
Melhorar a capacidade de trabalho físico;
Diminuir a morbimortalidade cardiovascular;
Melhorar o limiar de angina;
Restaurar a sua melhor condição fisiológica, social e laborativa;
Retornar a níveis seguros de atividade física;e
Iniciar o combate aos fatores de risco da doença arterial coronariana.
2.6 FASES DO PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDÍACA
Fase I fase aguda, período de internação hospitalar;
Fase II após alta hospitalar, até 2 ou 3 meses pós evento coronariano;
Fase III após o 3º mês, visando manutenção;
Fase não-supervisionada após treinamento especializado.
Prescrição do Exercício – Componentes:
Frequência
Intensidade
Duração
Modo
Progressão
Fase de Internação – Fase I:
Quando se inicia?
Qual a duração?
UTI/UCO
Unidade de Internação
Durante a permanência na UTI/UCO é indispensável:
Monitorização cardíaca
SpO2
Monitorização não-invasiva da PA
Atividades na UTI/UCO:
Restringem-se a atividades leves
Consumo calórico máximo de 2 METS (1 MET = 3,5 ml O2
consumido/Kg/min)
Exercícios respiratórios passivos
Exercícios ativos livres de MMSS e MMII
Cuidado: Exercícios isométricos
Fase Ambulatorial – Fase II:
A fase II dos programas de Reabilitação Cardíaca vem ganhando grande destaque
nos últimos anos. Isto ocorre devido à diminuição do período de internação hospitalar
devido aos avanços nas intervenções médicas e as razões econômicas.
Esta fase II pode ser supervisionada ou não.
O programa deve ser iniciado ao redor da 3ª semana pós-IAM e ter duração média de
8 semanas.
É fase de reabilitação cardíaca desenvolvida pelo fisioterapeuta ou pela sua
orientação à distância com pacientes cardiopatas imediatamente após a alta hospitalar.
Esta fase inclui a programação de atividades físicas rigorosamente programadas,
reeducação do paciente e orientações específicas, com o objetivo de aumentar o
conhecimento destes indivíduos e de seus familiares sobre os aspectos envolvidos com a
patologia e estimular modificações no estilo de vida.
O que é a FASE II?
Melhorar a função dos sistemas cardiovascular e respiratório;
Melhorar as condições físicas, mentais e emocionais dos pacientes, dando condições
para retorno mais rápido às suas atividades cotidianas;
Reeducar o paciente com o intuito de modificar o seu estilo de vida e aumentar seu
conhecimento sobre a patologia;
Propiciar condições adequadas para o ingresso do paciente na fase III do programa
de reabilitação cardíaca.
Protocolo Reabilitação Cardíaca na Fase II:
O protocolo consiste em 3 elementos básicos:
Treinamento físico supervisionado de acordo com prescrições individuais;
Reeducação do paciente;
Orientações para o paciente e seus familiares.
O programa de exercícios deve ser dividido em 3 fases:
Aquecimento
Condicionamento
Desaquecimento
Fase Ambulatorial – Fase III:
A fisioterapia cardiovascular atua como parte integrante da reabilitação cardíaca na
fase tardia.
Duração: 6 a 24 meses;
Pacientes de baixo risco que não participaram da fase 2;
Supervisão de exercícios por profissional;
Exercícios aeróbicos: marcha, trote, ciclismo e natação;
Esportes: tênis, voleibol;
Aquecimento: 10 min.;
Condicionamento muscular: 20 min.;
Atividade aeróbia: 30 min.;
Objetivo: Condicionamento Físico
Fase Ambulatorial – Fase IV:
Não necessariamente supervisionado;
Manutenção de programa de exercícios físicos e atividades esportivas recreativas;
Avaliação por médico com Teste ergométrico pelo menos uma vez ao ano;
Objetivo: carga de exercícios que atenda as necessidades individuais.
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Reabilitação Cardíaca: Evita a imobilização prolongada;
Aumenta a capacidade funcional;
Recupera a condição laborativa, mental e social;
Melhora a qualidade de vida;
Reduz a progressão da lesão ateroesclerótica;
Reduz a mortalidade e os eventos cardiovasculares;
Mudança do estilo de vida;
Controle dos fatores de risco: Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus,
Dislipidemia, Obesidade e Tabagismo;
Apropriado tratamento médico.
Bom Estudo!