Atos Dos Apostolos.

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ESTUDO BIBLICO SOBRE:

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ESTUDO BIBLICO SOBRE:

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Introdução:

Só conseguimos entender a importância do livro de Atos, escrito por Lucas, como fonte histórica, se fizermos esforço consciente para eliminar as informações nele contidas (e que são de nosso conhecimento) a respeito do cristianismo primitivo.

Não tem como passar vários meses num estudo minucioso desse livro “ sem ficar profundamente emocionado“. Aqui estamos vendo a igreja no esplendor de sua mocidade, valorosa e íntegra... um corpo de homens e mulheres comuns unidos em comunhão inconquistável, jamais vista na terra".

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ATOS DOS APOSTOLOS

Essa "é a igreja como deveria ser. Igreja vigorosa e flexível, pois nesses dias ela ainda não havia se tornado gorda e sem fôlego, por causa da prosperidade, ou paralisada pelo excesso de organização. Aquelas pessoas não praticavam 'atos de fé' —elas criam; não 'recitavam suas orações' — oravam de verdade. Não faziam palestras sobre medicina psicossomática, mas simplesmente curavam os enfermos.

Segundo os padrões modernos, aqueles crentes poderiam passar por ingênuos, mas talvez por causa de sua simplicidade ou por causa de sua prontidão para crer, obedecer, dar, sofrer e, se necessário, morrer, o Espírito de Deus verificou que lhe era possível trabalhar neles e através deles, pelo que 'alvoroçava' as pessoas, "pondo o mundo de cabeça para baixo" (veja 17:6).

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ODUÇÃO AO ESTUDO DE ATOS I. Por que estudar o livro de Atos?

Mas, talvez você esteja se perguntando:

“Qual é a necessidade de estudar Atos, um livro tão grande?”.

A resposta para essa pergunta vai nos orientar e nos ajudar a compreender a importância que esse livro tem para a vida dos cristãos de hoje. Devemos nos lembrar sempre que o aproveitamento deste livro está intimamente ligado às expectativas que temos dele. Por isso, podemos responder a pergunta em pauta da seguinte maneira:

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A. Porque é o único documento histórico sobre a expansão do evangelho escrito antes do III século:

Bastaria esse fato isolado para darmos devida atenção a que Atos nos conta. Sem o registro de Lucas, os cristãos de todos os tempos estariam virtualmente desprovidos de qualquer informação a respeito do desenvolvimento inicial e a propagação do cristianismo primitivo.

PORQUE DEVEMOS ESTUDAR O LIVRO DE ATOS ?

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B. Porque nos fornece padrões para a vida da igreja: Não podemos esquecer que Atos nos demonstra aquilo

que é essencial e vital para a experiência comunitária da igreja. Atos nos brinda com os pontos mais importantes da vida comum dos participantes da igreja, que está além de sua organização, mas antes, focalizada no seu organismo.

C. Porque nos fornece alguns princípios para o trabalho missionário

O livro de Atos é também marcante, pelo fato de que boa parte de seu conteúdo é focado no empenho missionário do Apóstolo Paulo. Assim, podemos retirar, das experiências registradas, princípios que vão nos orientar a respeito da tarefa missionária da Igreja.

PORQUE DEVEMOS ESTUDAR O LIVRO DE ATOS ?

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D. Porque nos oferece o pano de fundo histórico para boa parte das epístolas:

Também é obra de grande valia na ajuda que nos presta para melhor entendermos as epístolas paulinas, que constituem uma porção avantajada do volume do Novo Testamento, posto que lhes provê valiosas informações de pano de fundo histórico.

PORQUE DEVEMOS ESTUDAR O LIVRO DE ATOS ?

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ll PARTE

Qual é o Propósito do Livro de Atos? Todo nosso estudo deve estar centralizado nas

escrituras, de modo que nada do que venha ser enfatizado esteja em desconformidade com ela. Para isso, precisaremos compreender o Propósito pelo qual Lucas escreve o livro de Atos. Entretanto, para considerarmos adequadamente o propósito deste livro, vamos considerar três fatos:

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A. Atos não é uma obra completa por si mesmo: Conforme podemos observar no primeiro versículo do texto

Atos é a continuidade de um outro escrito do mesmo autor, que neste caso está mais que claro que é o Evangelho de Lucas. Portanto, considerar o propósito de Atos separadamente do terceiro evangelho é incorrer em erro, uma vez que Atos é o segundo volume de uma mesma obra. Ou seja, Atos é a confirmação do evangelho.

B. Atos é uma obra dedicada a cristãos: Como podemos observar na introdução do evangelho de

Lucas, Teófilo, destinatário primeiro desse documento, é um cristão (Lc.1.4). Logo, somos habilitados a afirmar que Lucas escreve com a mente voltada a um público cristão. Portanto, não trata-se de uma obra essencialmente evangelística, antes, é uma obra focada na informação e edificação de cristãos.

Qual é o Propósito do Livro de Atos?

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C. Atos é uma obra que enfoca gentios Como veremos mais claramente, Lucas coloca

enfasê maior nos gentios, e não nos judeus. Observe que judeus tem sua participação no início do livro, mas grande parte é dedicada ao ministério entre gentios. Lucas parece demonstrar que, não somente Cristo, sua vida, ministério, paixão, ressureição e ascenção estão em conformidade com as escrituras, mas que o surgimento da Igreja e a extenção da salvação a gentios é também cumprimento específico de profecias do Velho Testamento (Lc.24.47; At.1.4-5, 20).

Qual é o Propósito do Livro de Atos?

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Sendo assim, podemos considerar que o propósito de Lucas ao redigir o segundo volume de sua obra é:

“Informar, instruir e edificar cristãos com fatos referentes à expansão da mensagem de Cristo, enquanto procura demonstrar a validade da missão aos gentios como a legítima continuação da mensagem do reino”.

ALTORIA DO LIVRO DE ATOS DOS APOSTOLOS. Antes de qualquer colocação sobre a autoria de Atos,

devemos considerar os fatores que sugerem a unicidade entre o terceiro evangelho e Atos. Em primeiro lugar podemos citar o destinatário comum. Após isso, podemos considerar o estilo literário.

Qual é o Propósito do Livro de Atos?

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Unindo os dois fatos mencionados, somados ainda à explícita declaração de que Atos é um segundo volume, a continuidade de um anterior, podemos sugerir que o mesmo autor o está escrevendo. Por conseguinte, podemos retirar de ambos documentos informação sobre o autor.

Seguindo o raciocínio acima lançado, podemos dizer que o autor de ambos documentos é alguém de estimada a cultura e bom nível literário. Isso pode ser observado pelo conhecimento claro, da parte do autor, em relação a versão grega do Velho Testamento, a Septuaginta.

ALTORIA DO LIVRO DE ATOS DOS APOSTOLOS.

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Sem contar no seu conhecimento sobre as condições políticas e sociais vigentes na época em que escreve. Outro detalhe importante é que tal personagem histórico não pode ser um dos discípulos de Cristo, visto que ele escreve a respeito das coisas que foram transmitidas a ele pelas testemunhas oculares e ministros da palavra (Lc.1.1-3). Por outro lado, não é alguém alheio aos acontecimentos narrados, pois existe a indicação de que o autor esteve presente em alguns deles.

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ALTORIA DO LIVRO DE ATOS DOS APOSTOLOS.

Note a mudança na forma de narração no trecho de At.16.8-10; 20.5-15; 21.1-18 e 27.1-28.16. Observe que a narrativa normal acontece sempre na terceira pessoa do plural, a exceção dos quatro trechos mencionados. Isso sugere que o narrador participou eventualmente de acontecimentos narrados no próprio livro. Ou seja, o autor acompanhou Paulo nesses acontecimentos. Logo, não pode ser nenhum dos personagens citados nesses trechos. Assim, como nem Lucas nem Tito são mencionados especificamente entre os companheiro de Paulo em Atos, presume-se que um dos dois tenha sido aquele que, anonimamente, se incluiu entre esse “nós”. Contudo, Tito jamais fora defendido como autor do documento. Sendo assim, é mais sensato não levá-lo em conta como autor do documento em pauta.

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Portanto, se os argumentos anteriores são corretos não podemos ter outra opção senão considerar que Lucas, o “amado médico” (Cl.1.14) como o autor de tal documento. Aliás, é digno de nota que a autoria lucana não teria sido contestada até o advento das abordagens críticas do Novo Testamento no fim do século XVIII. Ou seja, se as evidências internas apontam para a autoria lucana, as evidências externas da época o confirmam, não há porque dar crédito aos intentos da teologia liberal, fundamentada na alta crítica textual.

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III. PARTEAlgumas considerações devem ser avaliadas:

1. Não é mencionada nenhum material Paulino em Atos. Portanto Atos foi escrito antes da circulação universal das cartas de Paulo. Portanto Atos foi escrito antes do segundo século.

2. Não é mencionada a Queda de Jerusalém. Isso aconteceu no ano 70d.C com General Tito. Portanto, Atos foi escrito em data anterior a esta.

3. Não é mencionada a morte de Paulo. Isso sugere que Paulo ainda estava vivo enquanto Lucas coletava informações sobre os fatos mencionados. Se a tradição está correta, Paulo morreu debaixo do governo de Nero, que findou por volta do ano 68 d.C. Portanto, Atos foi escrito antes dessa data.

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4. Não é mencionada a perseguição de Nero contra os cristãos. Segundo a história, a perseguição de Nero, iniciada no ano de 64d.C., foi a mais cruel. Portanto, Lucas escreveu Atos antes de 64d.C.

Á luz dessas considerações podemos concluir que Atos foi escrito antes de 64d.C. Alguns comentaristas tem sugerido que Lucas tenha escrito o livro durante os eventos narrados no fim dele, o que sugere uma data entre 61d.C e 63d.C.

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IV. Características:

Lucas é um livro que combina uma multiplicidade de intenções, todas elas envolvidas com aspectos característicos da narrativa. Podemos dizer que existem três grandes pilares em Atos: Didático, Teológico e Apologético.

A. Atos é um livro Didático: Atos é o segundo volume de uma obra com intenções

claramente didáticas (cf. Lc 1.1-4). Lucas intenta fortalecer e edificar Teófilo em sua fé por meio de um relato ordenado. No evangelho Lucas narra o ensino e a obra de Jesus, o Messias; em Atos, ele narra as obras do Cristo ressurreto por meio de Seus apóstolos, no poder do Espírito.

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B. Atos é um livro Teológico: Além disso, Lucas tem intenções claramente

teológicas. O tema do reino de Deus permeia os dois livros. Assim é que Atos começa com uma pergunta escatológica (1.6) e termina com vocabulário escatológico (28.31).

Outra ênfase teológica é o relacionamento da Igreja com o reino de Deus, ou seja, como a mensagem do reino, soberanamente, deixou de ser um fenômeno predominantemente judeu e se tornou um movimento predominantemente gentílico, com seu centro se deslocando de Jerusalém para Roma. Ele demonstrou ao(s) seu(s) leitor(es) como Deus tencionava incluir em Seu reino um povo formado por judeus e gentios durante esta era.10

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Assim como fizera no evangelho, Lucas vindicou esta mudança na operação divina em Atos narrando a oferta autorizada da mensagem cristã aos judeus, e sua rejeição por Israel, de Jerusalém a Roma, escancarando assim a porta aos Gentios. Assim, as palavras de Paulo e Barnabé aos judeus em Antioquia da Pisídia são significativas: "Era necessário que a Palavra de Deus fosse proclamada primeiramente a vós; visto que a repudiais e vos julgais indignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios" (13.46). Para os judeus incrédulos em Roma, Paulo citou Isaías 6.9-10, a passagem clássica de endurecimento e condenação nos quatro evangelhos, e disse: "Fique sabido, portanto, que esta salvação de Deus foi enviada aos gentios: eles a ouvirão" (28.28).

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Outra ênfase é o papel preponderante do

Espírito Santo como o fator motivador no progresso da mensagem do reino. Não foi o esforço humano, e sim o cumprimento da promessa de Jesus que possibilitou o dramático avanço do cristianismo até os confins da terra. Essa ênfase no Espírito Santo é vista ainda na continuidade dos ensinos proféticos de Jesus no livro de Atos:

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lll Parte. TEMAS DO ENSINO DE JESUS CONTINUADOS EM ATOS.

1. A profecia do crescimento da Igreja, que seria vitoriosa contra Satanás (Mt 16.18)

1.1 Lucas registrou o nascimento e o crescimento da nova entidade chamada igreja e a conquista dos domínios das trevas e do mal.

2. Jesus afirmou aos líderes religiosos que apenas um sinal seria dado a Israel, a Sua ressurreição (Mt 12.38-40; cf. Jo 2.19).

2.1 A morte, ressurreição, e o ministério continuado de Jesus Cristo formam o contexto e a base do livro de Atos, sendo o centro da pregação dos apóstolos.

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lll Parte

3. Jesus declarou que a cidade de Jerusalém seria destruída, porque aquela geração de israelitas estava sob julgamento divino pelo pecado nacional de haver rejeitado o Messias (Lc 21.23-24).

3.1 Os apóstolos instaram com os judeus a que se arrependessem e se salvassem daquela "geração perversa" (At 2.40).

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4. Jesus declarou que o reino seria tirado de Israel (aquela geração) e dado a outro povo (os gentios/Igreja), até o cumprimento futuro de suas alianças com Abraão e Davi (Mt 21.43).

4.1 O reino permaneceu em foco (1.3, 6; 28.31); Jesus não negou a restauração do reino a Israel (1.6-7); Jesus esboçou para os discípulos a sua tarefa até a época fixada pela autoridade do Pai (1.8);O ministério dos apóstolos, especialmente de Paulo, confirmou mais profunda e amplamente a rejeição do Messias por Israel e demonstrou um deslocamento da obra divina dentre os judeus para entre os gentios por meio da Igreja.

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C. Atos é um Livro Apologético

A última, mas não menos importante, das intenções de Lucas era a apologética. Ele tencionava defender o apostolado e a missão de Paulo, complementando assim, com base histórica, as defesas que o próprio Paulo fizera nas cartas de Gálatas e 2 Coríntios.

Lucas retrata o poder e a autoridade de Paulo

como plenamente comparáveis aos de Pedro,

conforme sintetiza o quadro abaixo:

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AS OBRAS PODEROSAS DE PEDRO

3.1-11 Curou um paralítico de nascença

5.15-16 Cria-se que sua sombra curava pessoas.

8.9-24 Repreendeu Simão, um ilusionista

9.32-35 Curou Enéias de paralisia

9.36-41 Ressuscitou a Dorcas

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AS OBRAS PODEROSAS DE PAULO

14.8-18 Curou um paralítico de nascença

19.11-12 Cria-se que seus lenços e aventais curavam pessoas.

13.6-11 Repreendeu Elimas, um feiticeiro

28.7-9 Curou o pai de Públio e outros (Malta)

20.9-12 Ressuscitou a Êutico

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A CONVERSÃO DE PAULO

A conversão de Paulo é narrada três vezes (caps. 9, 22, 26), e em cada uma delas se enfatiza sua condição de "caso escolhido", o que dá a nítida impressão de que Lucas considerava tal evento como crucial no desenvolvimento da mensagem do reino. Esta defesa de Paulo, todavia, não pode ser o único ângulo da intenção apologética de Lucas, pois muito material em Atos em nada contribui para ela (e.g. relatos sobre outros líderes como Estêvão e Filipe).

A possibilidade de que Lucas tenha escrito para demonstrar que o cristianismo não era religião nociva à paz romana pode-se depreender da afirmação dos judeus romanos sobre a fé cristã de que "em toda parte se fala contra ela" (28.22). O cristianismo já havia sido difamado em Roma antes de Paulo ali chegar.

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A CONVERSÃO DE PAULO

Assim, Lucas indica cuidadosamente que as perseguições em Atos eram de origem religiosa, não política. Que haviam nascido da intolerância e incredulidade dos judeus, exceto em Éfeso e Filipos, onde os motivos foram puramente econômicos, embora relacionados a práticas religiosas.

Se levarmos em conta os dois volumes escritos por Lucas, descobrimos a declaração de inocência de Jesus por Pilatos foi registrada nada menos de três vezes (Lc 23.4, 14, 22). Em Pafos, o procônsul de Chipre, um homem de bom senso, abraçou a fé cristã (At 13.6-12). Em Filipos os magistrados se desculparam diante de Paulo e Silas por abuso de poder e violação de seus direitos de cidadania romana. Em Corinto, o procônsul da Acaia,

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C. Missão da Igreja

Enquanto que Lucas dedica não mais de sete capítulos à igreja em Jerusalém, o restante (outros vinte e um capítulos) relata a expansão do Cristianismo até a cidade mais importante da época, Roma. A ênfase, portanto, é na missão aos Gentios – ainda que Paulo procure sempre os judeus em primeiro lugar (Rm.1.16). Lucas narra a conversão de Paulo três vezes (9.1ss; 22.3ss; 26.2ss); como o evangelho chegou aos gentios duas vezes (10.1ss; 11.4ss); o decreto de Jerusalém sobre os Gentios três vezes (15.20, 29; 21.25). É interessante observar também que a missão da igreja foi essencialmente urbana (Jerusalém, Éfeso, Antioquia, Roma).

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O Espírito Santo

O poder do ES através da igreja é característica mais surpreendente de Atos. O livro foi até mesmo chamado de Os Atos do Espírito Santo, como já vimos. A sua obra no livro, entretanto, não pode ser compreendida sem que se veja a relação entre Atos e os Evangelhos, que demonstra uma continuidade essencial. Tanto o ministério público de Jesus nos Evangelhos quanto o ministério público da igreja em Atos começaram com um encontro com o Espírito capaz de mudar vidas; em ambos os relatos essenciais os resultados desse acontecimento.

O poder do Espírito na vida de Jesus o autorizou a pregar o Reino de Deus e a demonstrar o poder do Reino mediante a cura de doente, a expulsão de demônios e a libertação dos cativos (Lc 4.14-19 M7 4.23). O mesmo poder em At 2 deu a mesma autoridade aos discípulos.

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O Espírito Santo

Lucas observa que as pessoas eram “cheias pelo ES” (2.4; 9.17), que “recebiam o ES” (8.17), que “caiu o ES sobre todos”(10.44), que “o ES se derramasse sobre também os gentios” (10.45) e que “veio sobre eles o ES” (19.6) Todas essas passagens são equivalentes à promessa de Jesus de que a Igreja seria “batizada com o ES” (1.5; 2.4).

Três destes cinco exemplos registram manifestações específicas do ÉS em que as próprias pessoas participavam. O presente nos dia de Pentecostes e os gentios da casa de Cornélio falara outras línguas (2.4; 10.46); os efésios “falavam línguas e profetizavam” (19.6). Embora não esteja especificado, normalmente concorda-se que também houve algum tipo de manifestação na qual os samaritanos participaram, pois Lucas diz que Simão viu que “era dado o ES” (8.18).

A direção do Espírito Santo se faz presente no desenrolar da história que Lucas conta em At.2.1-4; 6.3; 11. 28; 13.2; 15.28; 16.7; 21.11.

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VI. Contexto Histórico:

A Igreja Primitiva estava sendo perseguida e assolada pelos judeus e pelo Império Romano, acusada de ser religião ilegal. Ao mesmo tempo, divisões e facções internas, junto com a presença de falsos mestres ameaçavam a saúde da igreja. A Igreja ainda estava em desenvolvimento, com menos de 30 anos, mas sua obra missionária era “invejável”, ainda que tenha se iniciado com perseguição. O livro encoraja os crentes pelos relatórios do pr0gresso inevitável do evangelho através da Obra do Espírito Santo. Incentiva a continuação da obra missionária iniciada por Pedro, Paulo e outros.

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VII. Esboço:

Atos é uma seqüência da vida de Cristo nos Evangelhos, registrando a disseminação da cristandade de Jerusalém a Roma. É a iniciação da Grande Comissão de Jesus pra formar discípulos de todas as nações (Mt 28.18-20; Lc 24.46-49).

At 1.8 é a chave do livro. Esse versículo prediz o derramamento do Espírito Santo e seu poderoso testemunho. Em geral, Atos relaciona a expansão do Cristianismo passo a passo para o oeste, desde a Palestina até a Itália. O livro, portanto, começa em Jerusalém (caps 1-7) Como Pedro assumindo o papel principal e os judeus como receptores do evangelho.

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Depois da morte de Estevão (7.60-8.1), a perseguição espalhou-se conta à igreja, e os crentes se dispersaram (Caps. 8-12). Durante esse período da história, ocorreu a conversão de Saulo (cap 9), um acontecimento de tamanha importância que Lucas inclui três longas descrições sobre o incidente (caps 9; 22; 26).

A maior seção de Atos enfoca o desenvolvimento e expansão do ministério gentio comandado por Paulo e seus colaboradores (13.28). Sobre o término abrupto do livro existe pelos menos três sugestões interessantes: (1) Lucas não terminou o livro por que lhe faltou papiro para tal; (2) Lucas terminou o livro, pois já tinha atualizado o assunto, e não havia mais o que escrever; (3) Lucas intencionava escrever mais uma parte sobre a história da Igreja.

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1. O Cristianismo em Jerusalém – 1.1-8.3

a. Senhor Exaltado – 1.1-26 b. Pentecostes: O Nascimento da Igreja – 2.1-47 c. A Cura do Paralítico – 3.1-26 d. O Começo da Perseguição – 4.1-37 e. Purificação e Perseguição – 5.1-42 f. A Convocação de Colaboradores 6.1-7 g. Estevão, o Primeiro Mártir 7.1-60

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2. O Cristianismo na Palestina e Síria – 8.4-12.25

a. Os Cristãos Dispersos – 8.4-40 b. A Conversão de Saulo – 9.1-31 c. A Conversão dos Gentios – 9.32-11.30 d. Os Cristãos são Perseguidos por Herodes –

12.1-25

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3. O Cristianismo vai aos Confins da Terra – 13.1-28.31

a. A Primeira Viagem Missionária – 13.1-14.28 b. O Concílio em Jerusalém – 15.1-35 c. A Segunda Viagem Missionária – 15.30-35 d. A Terceira Viagem Missionária – 18.23-21.26 e. Viagem de Paulo para Roma – 21.27-28.31