Atmosfera
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ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 1
PROPAGAÇÃO II
Influência da Atmosfera
Instituto Superior de Engenharia de LisboaDepartamento de Engenharia de Electrónica e Telecomunicações e de Computadores
Secção de Sistemas de Telecomunicações
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 2
Influência da Atmosfera�A presença da atmosfera no modelo de ligação em estudo vai ter cinco efeitos principais:
�Atenuação suplementar , função do comprimento do percurso e da sua inclinação, devido aos gases constituintes da atmosfera (principalmente o oxigénio e vapor de água) e aos hidrometeoritos (chuva, nevoeiro, granizo, neve) �Alteração dos raios de onda que deixam de ser rectilíneos e vão passar a ser curvilíneos, função do índice de refracção da atmosfera em cada ponto do percurso;�Formação de direcções privilegiadas de propagação (os ductos) que permitem a propagação de sinais intensos a distâncias muito superiores às que são possíveis sem atmosfera;�Aparecimento de flutuações apreciáveis na amplitude do sinal recebido devido àpossibilidade da existência de vários percursos, cada um com um tempo de propagação próprio, entre as antenas de emissão e de recepção; (desvanecimento por multipercurso atmosférico nas ligações por feixes hertzianos e por cintilação nas ligações via satélite);�Existência de dispersão provocada por irregularidades nas camadas superiores da troposfera, que conduz a que fracções pequenas do sinal emitido atinjam distâncias muito elevadas (várias centenas de kms), permitindo o estabelecimento de ligações designadas ligações troposféricas.
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 3
Atenuação Suplementar�Os gases atmosféricos, em particular o oxigénio, o vapor de água, o nevoeiro e os
hidrometeoritos (sobretudo a chuva) são responsáveis por uma atenuação suplementar
nos percursos que se desenvolvem, no todo ou em parte, na atmosfera.
�A atenuação atmosférica é mínima numa janela que se estende entre 1 e cerca de 10
GHz. Na região inferior desta banda, até 2 GHz, pode mesmo desprezar-se a atenuação
atmosférica, excepto para percursos muito longos.
� Entre 2 e cerca de 13 GHz basta, em geral, considerar o efeito da chuva (intensa)
que, às frequências mais elevadas desta gama, pode constituir o factor determinante do
projecto da ligação.
�Uma outra janela de frequências, muito interessante para ligações ainda mais curtas (até
cerca de 2 km), nas mesmas condições, é a que se estende desde o infravermelho ao
ultravioleta próximos (300 a 1000 THz).
�Habitualmente, os sistemas de feixes hertzianos utilizam frequências entre 1 e cerca
de 55 GHz, sendo as frequências inferiores naturalmente mais favoráveis para os percursos
mais longos.
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 4
Atenuação Suplementar�Para um percurso de comprimento d, o valor da atenuação suplementar devida à presença
da atmosfera Aa expressa em dB, é dado por:
em que x é comprimento medido ao longo do raio directo e γ0 e γw são, respectivamente, os
coeficientes de atenuação, por unidade de comprimento, devidos ao oxigénio e ao vapor de
água.
�É habitual exprimir o coeficiente de atenuação à pressão média ao nível do mar (1 atm =
1013 hPa), a 15 °C e com uma humidade de 7.5 g/m3.
� Para os percursos correspondentes a ligações terrestres é, normalmente possível sim-
plificar a expressão anterior, uma vez que não há variação apreciável dos coeficientes de
atenuação ao longo do percurso:
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 5
�Atenuação específica devida aos gases atmosféricos para uma pressão atmosférica de
1013 hPa, uma temperatura 15 °C e uma concentração de vapor de água de 7.5 g/m3.
Atenuação Suplementar
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 6
�Para altitudes até 5 km, as atenuações específicas, em dB/km, do ar seco e do vapor de
água γ0 e γw (em dB/km) podem ser estimados, com uma precisão de 15%, a partir da
frequência f, em GHz, da pressão atmosférica p, em hPa, da temperatura T, em graus
centígrados(ºC), e do conteúdo em vapor de água ρ, em g/m3, usando as seguintes
expressões da Recomendação P.676-3 da ITU-R :
�Para frequências f inferiores ou iguais a 57 GHz:
�Para frequências f superiores a 57 GHz e inferiores a 63 GHz e de uma forma
aproximada devido ao elevado número de linhas de absorção do oxigénio nesta gama de
frequências:
�Para frequências f superiores ou iguais a 63 GHz e inferiores ou iguais a 350
GHz:
Atenuação Suplementar (ligações terrestres)
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 7
�para frequências f inferiores ou iguais a 350 GHz:
�tomou-se para valores de γ0 (57) e γ0(63) os dados pelas expressões anteriores com f
igual a 57 e 63 GHz, respectivamente.
�É por vezes necessário calcular a concentração de vapor de água ρ a partir da humidade
relativa H definida como a relação, expressa em %, entre a pressão parcial e do vapor de
água no ar húmido e a pressão parcial es do vapor de água saturado à mesma pressão e
temperatura:
�A pressão parcial do vapor de água saturado es, em função da temperatura T, em ºC, é
dada, na Recomendação ITU-R P.453-6, por:
Atenuação Suplementar (ligações terrestres)
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 8
�Carta mundial com os valores médios de ρ para o mês de Fevereiro (Recomendação
P.836-1 da ITU-R.
Atenuação Suplementar
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 9
�Carta mundial com os valores médios de ρ para o mês de Agosto (Recomendação P.836-1
da ITU-R ).
Atenuação Suplementar
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 10
Atenuação Suplementar�A pressão parcial do vapor es de água saturado, em função da temperatura T expressa
em ºC pode ser observada na figura seguinte:
�Pressão do vapor de água saturado em função da temperatura.
� A relação entre pressão parcial e (em hPa) e concentração do vapor de água p (em
g/m3) à temperatura T (em ºC) é dada, também na Recomendação P.453-6 da ITU-R ,
por:
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 11
Atenuação Suplementar�Exemplo: Considere-se o cálculo da concentração de vapor de água em situações
típicas de Verão (25 ºC e 50% de humidade relativa) e de Inverno (10 ºC e 85% de
humidade relativa) em Portugal. Da figura anterior obtém-se a pressão parcial es do
vapor saturado a 25 ºC igual a 31 hPa, pelo que a pressão parcial para uma humidade
relativa de 50% é de 15.5 hPa. Calculando o valor do conteúdo de vapor de água vem ρ =
11.3 g/m3. Procedendo analogamente para 10 ºC e 85% de humidade obtém-se ρ = 7.3
g/m3.
� O valor da atenuação atmosférica, é normalmente desprezável para frequências
inferiores a 1 GHz. Para frequências entre 1 e 20 GHz a atenuação atmosférica
não excede, em geral, 1 dB.
�Pelo contrário, para frequências superiores a cerca de 10 GHz (com chuva) ou 20
GHz (sem chuva), é a atenuação suplementar devida à presença dos gases
atmosféricos e aos hidrometeoritos (sobretudo a chuva) que limita a utilização de
frequências sempre mais elevadas nas ligações por feixes hertzianos.
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 12
Atenuação Suplementar (ligações Terra-Satélite)
� Para ligações muito inclinadas, típicas das ligações via-satélite, o cálculo da
atenuação atmosférica não pode já fazer-se pela expressão anteriormente estudada. É,
então, habitual recorrer quer ao método de cálculo preconizado por Rice.
� De acordo com Rice, a integração da expressão inicial é equivalente a utilizar para o
cálculo da atenuação na atmosfera padrão a seguinte expressão:
em que deo e dew são os comprimentos equivalentes do percurso respectivamente para
as atenuações provocadas pelo oxigénio e pelo vapor de água. Os valores de deo e dew
são, naturalmente, função da inclinação do percurso na atmosfera.
� Para o percurso entre uma estação de Terra, situada ao nível do mar, e um satélite
observado segundo um ângulo de fogo (θ > 10°) o comprimento efectivo do percurso pode
aproximar-se (Recomendação P.676-3 da ITU-R) pelo comprimento correspondente ao
percurso oblíquo numa atmosfera uniforme de altura ho (para o oxigénio) e hw (para o
valor de água) dados por:
�
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 13
�sendo hwO a altura equivalente para o vapor de água que toma os valores:
�1.6 km, a 15°C, com bom tempo;
�2.1 km, a 15°C, com chuva.
� Para temperaturas diferentes de 15°C as alturas equivalentes devem ser
corrigidas, aumentando de 0.1% ou 1% por ºC, respectivamente, com bom tempo ou
chuva.
Atenuação Suplementar (ligações Terra-Satélite)
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 14
�Para uma ligação pouco inclinada (θ < 10°) entre dois terminais situados a altitudes h1
e h2 convém substituir os valores de ho e hw por h’0 e h’w dados por:
�Para um percurso com inclinações θ entre 0° e 10° a integração mais rigorosa da
expressão inicial (do cálculo de Aa) conduz a:
�em que r é o raio equivalente da Terra que, na generalidade dos casos, poderá ser
tomado como 8500 km, e F é uma função definida como:
�A expressão anterior é aplicável ao percurso entre uma estação de terra ao nível do
mar e um satélite.
Atenuação Suplementar (ligações Terra-Satélite)
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 15
�Para o caso do percurso entre duas estações de terra às altitudes h1 e h2 ( com h2 > h1)
, deve utilizar-se a expressão:
�em que θ1 é o ângulo de inclinação do raio directo na estação à cota h1 e:
�Com i = 1,2.
Atenuação Suplementar (ligações Terra-Satélite)
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 16
Atenuação devido à Precipitção e Partículas Atmosféricas
�Para além de atenuação provocada pelo vapor de água e do oxigénio é indispensável
estudar os efeitos da precipitação e da presença de outras partículas atmosféricas.
� A precipitação (em especial a chuva) provoca absorção, dispersão e alterações na polari-
zação das ondas radioeléctricas.
�Pode afirmar-se que a atenuação suplementar por unidade de comprimento provocada
pela presença, na atmosfera, de areia e de pó:
�é directamente proporcional à frequência e inversamente proporcional à
visibilidade óptica, dependendo ainda de forma acentuada da humidade relativa das
partículas;
�é inferior a 0.1 dB/km e 0.4 dB/km, a 10 GHz, para uma concentração de partículas,
respectivamente, de areia e argila inferior a 10-5 g/cm3;
�só interfere significativamente no funcionamento das ligações por feixes
hertzianos quando a visibilidade é inferior a 10 a 20 m ou quando a humidade das
partículas é muito elevada.
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 17
Atenuação devido à Precipitção
�A atenuação provocada pela chuva pode ser calculada com base na teoria clássica de
dispersão devida a Mie.
�Admitindo gotas esféricas, o coeficiente de atenuação por unidade de comprimento (γr)
pode ser relacionado com a intensidade de precipitação Ri, expressa em (mm/h).
�sendo k e α funções da frequência, da temperatura, da forma das gotas e da distribuição
estatística das suas dimensões.
�Note-se que o coeficiente de atenuação é diferente para a polarização horizontal e
vertical, desde que as gotas de chuva não tenham forma esférica, como de facto sucede.
�Utilizando a distribuição das dimensões das gotas de chuva para intensidades de
precipitação inferiores a 50 mm/h, tomando para temperatura das gotas de chuva a
temperatura de 20 °C e admitindo que as gotas têm a forma de elipsóides achatados de
dimensões tais que o seu volume seja igual ao das gotas esféricas, é possível obter os
valores de k e α , para as polarizações horizontal e vertical.
αγ Rikr =
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 18
Atenuação devido à Precipitção
�Para valores da frequência f não
constantes da tabela, podem calcular-se
os valores de k e α por interpolação a
partir dos valores da tabela, usando
escalas logarítmicas para k e f e uma
escala linear para α.
�Valores de k e α para as polarizações horizontal e
vertical em função da frequência (Recomendação
P.838 da ITU-R).
( )
( )112
121
112
121
log log log log
log log log log log log log log
ffff
ffffkkkk
−−−+=
−−−+=
αααα
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 19
Atenuação devido à Precipitção
�Os valores de k e α para uma polarização linear inclinada τ em relação à horizontal e um
ângulo de fogo Θ são dados a partir de kH, kV, αH e αV pelas seguintes relações
aproximadas:
�Variação da atenuação por
unidade de comprimento
devida à chuva com a
frequência, para PH e para
diferentes valores da
intensidade de precipitação Ri
em mm/h (Recomendação
P.838 da ITU-R ).
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 20
Atenuação devido à Precipitção (Zonas Climáticas)
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 21
Atenuação devido à Precipitção�Para o projecto de ligações por feixes hertzianos é preferível obter elementos sobre a
distribuição acumulada da intensidade de precipitação a partir de dados meteorológicos.
�Infelizmente, em muitos locais, não se dispõe de valores médios da intensidade de pre-
cipitação durante períodos curtos (da ordem dos minutos), pelo que há que recorrer a
distribuições típicas, de acordo com a região climática onde se situa a ligação.� A Recomendação P.837-1 da ITU-R divide a Terra em regiões climáticas e apresenta para cada uma destas regiões uma distribuição acumulada de intensidades de precipi-tação.
�Na tabela seguinte apresentam-se os valores de precipitação correspondentes às duas
regiões em que Portugal se encontra dividido e que são designadas pelas letras H e K. A
primeira corresponde sensivelmente ao Minho, Trás-os-Montes e Beira Alta, e a segunda
ao restante território.
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 22
�Numa ligação por feixes hertzianos, a atenuação provocada pela chuva Ar(p) excedida
durante uma percentagem p do ano é calculada por:
ou
� Para calcular a atenuação Ar(p) é necessário conhecer não só a distribuição da
intensidade de precipitação num ponto do percurso, mas também as características de
distribuição espacial da chuva.
�A recomendação P.530-7 da ITU-R propõe o seguinte método de cálculo da atenuação
devida à chuva, não excedida em mais de p % do tempo, anualmente numa ligação por
feixes hertzianos com o comprimento d [km], à frequência f [GHz] e com a polarização ζ.
Método de Cálculo da atenuação devida à Chuva
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 23
Método de Cálculo da atenuação devida à Chuva
1) Obter a intensidade de precipitação Ri0.01 ultrapassada apenas durante 0.01 % do
tempo (com um tempo de integração de um minuto) recorrendo de preferência a
valores meteorlogicos locais ou, se estes não estiverem disponíveis, aos indicados na
recomendação P.837.1 da ITU-R.
2) Calcular o coeficiente por unidade de comprimento γr, para a intensidade de
precipitação Ri0.01 a partir da frequência e da polarização da ligaçao.
3) Calcular o comprimento eficaz do percurso def a partir do comprimento real d da
ligação:
4) Calcular a atenuação devida à chuva não excedida mais de 0.01 % do tempo,
multiplicando a atenuação por unidade de comprimento γr pelo comprimento eficaz da
ligação
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 24
Método de Cálculo da atenuação devida à Chuva
5) A atenuação devida à chuva não excedida mais do que p % (0.001 < p < 1 é calculada a
partir de Ar(0.01)
� Podem calcular-se valores de atenuação relativos a percentagens do tempo pm "no
mês mais desfavorável", utilizando a seguinte relação, proposta na Recomendação
P.841 da ITU-R e válida para 1.9 x 10-4 < pm < 7.8
� A relação anterior, embora com forma ligeiramente modificada, pode ser
generalizada a outros fenómenos. A Recomendação P.841 da ITU-R sugere então que
se faça:
� em que Q é dado por (com p em %):
Q ppm =
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 25
Método de Cálculo da atenuação devida à Chuva
� Os valores de Q1 e β dependem da região e do efeito em estudo.
� Para efeitos de planeamento, usa-se Q1 = 2.85 e β = 0.13, o que conduz à equação
anterior.
� Na Europa, para o multipercurso, pode tomar-se Q1 = 4.0 e β = 0.13
� Para os feixes com propagação por dispersão troposférica sobre terra deverá ser
utilizado Q1 = 3.3 e β = 0.18 e sobre o mar Q1 = 5.0 e β = 0.11.
Considerações Finais
� Quando uma ligação por feixes hertzianos comporta vários saltos, a probabilidade de
interrupção da ligação, por efeito de precipitação intensa, é igual à soma das
probabilidades de interrupção de cada um dos saltos, se estes forem longos
(comprimento superior a cerca de 40 km).
� Caso contrário, a probabilidade de interrupção da ligação é significativamente
inferior à soma das probabilidades de interrupção de cada um dos saltos, e tanto
menor quanto mais curtos estes forem e quanto maior for o seu número.
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 26
Efeitos Refractivos (Introdução)
� Para além da atenuação suplementar, devida à presença de gases e de
hidrometeoritos ( o mais importante dos quais é a chuva) , a atmosfera é
responsável por modificações na direcção de propagação, provocadas pelas
variações do seu próprio índice de refracção, ao longo do percurso.
� O índice de refracção n da atmosfera é uma função da pressão atmosférica p (em
hPa), da pressão parcial do vapor de água e (em hPa) e da temperatura absoluta T
(em K).
� Para as frequências habituais, de acordo com a Recomendação P.453-6 da ITU-R, o
índice de refracção é dado por:
� em que N, a refractividade, é dada por:
� A pressão parcial do vapor de água e, pode ser calculada para cada temperatura a
partir da humidade relativa e da pressão parcial do vapor de água saturado.
6101 −×+= Nn
+=T
epT
N 48106.77
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 27
Efeitos Refractivos (Introdução)
� Em condições médias, por exemplo, com:
� p = 1017 hPa
� e = 10 hPa (50% de humidade relativa)
� T = 291.3K = 18°C
vem:
� N = 314.9
� n = 1.0003149
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 28
Efeitos RefractivosVariação de N com a altura
� Em circunstâncias normais N diminui com a altura h expressa em km. De acordo com
a recomendação P.369-6 da ITU-R, esta variação pode ser expressa por:
� que dá
� Na figura seguinte representa-se N(h) segundo a lei expressa anteriormente (traço
contínuo); a tracejado representa-se a aproximação linear.
� Esta variação linear define a “atmosfera padrão”. Verifica-se que até cerca de 1000
m as duas formas de variação coincidem praticamente; esta observação tem
interesse, porque é nesta região que se efectua a maior parte das ligações solo-solo.
( ) [ ]( )( ) [ ]( )km
km
hhNhhn
136.0exp 315136.0exp103151 6
−=
−×+= −
( ) 3150 =N 1
0
43 −
=
−=∂∂ km
hN
h
( ) [ ]kmhNN 430 −=
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 29
Efeitos RefractivosVariação de N com a altura
� Variação da refractividade (N) com a altura h
( ) [ ]kmhNN 430 −=
( ) [ ]( )kmhhN 136.0exp 315 −=
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 30
Efeitos RefractivosÍndice de Refracção Modificado (M)
� Outra forma de representação do índice de refecção é o índice de refracção
modificado M, dado por:
em que r representa o raio da Terra.rhNM 610+=
� Representa-se o índice M(h)
usando a expressão de N para
a atmosfera média. Tomou-se
r = 6370 km. Verifica-se que o
termo 106 h/r cresce com a
altura mais rapidamente do
que decresce o índice N.
� Variação da refractividade modificada (M) com a altura h.
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 31
Efeitos RefractivosÍndice de Refracção Modificado (M)
� A figura seguinte
corresponde a condições
usuais de propagação.
� são de interesse
particular as curvas em
que, devido a condições
meteorológicas especiais
se formam camadas de
inversão onde dM/dh se
torna negativo; estas
regiões vão-se
comportar como um guia
de ondas aberto podendo
guiar ondas a grande
distância, daí a
designação de “ducto”.
� Examplos de perfis M(h)
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 32
Efeitos RefractivosTrajectória de um raio óptico numa atmosfera horizontalmenteestratificada.
� Considera-se que:
� A atmosfera está estratificada horizontalmente, isto é, o índice de
refracção n é só função da altura – n(h).
� A função n(h) é muito lentamente variável à escala do comprimento de
onda.
� Ignora-se a onda reflectida na transição entre dois meios e só se
considera a onda transmitida.
� Utiliza-se um tratamento de óptica geométrica. Por uma questão de
metodologia, considera-se primeiro uma estratificação plana e depois
uma estratificação esférica (que é a natural, atendendo a que a Terra é
esférica).
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 33
Efeitos RefractivosEstratificação Plana
� Considere-se a seguinte figura:
� Existem 3 estratos de índices n0, n1 e n; o andamento do raio implica que n0>n1>n
mas esse facto não é em nada restritivo. Da passagem do meio n0 para o meio n1
tem-se,
110 φφ sennsenno =
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 34
Efeitos RefractivosEstratificação Plana (cont.)
� e do meio n1 para o meio n
� Destas duas equações conclui-se que do meio n1 para o meio n tem-se
� Passando agora ao limite duma variação contínua de n ter-se-á:
φφ sennsenn 11 =
00 φφ sennsenn =
( ) . Ctesenhn =φ
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 35
Efeitos RefractivosEstratificação Esférica
( )( )2 '1
11
1100
φφφφ
sennsennsennsenn
==
� Consideram-se agora estratos esféricos concêntricos; admite-se ainda que o
raio de curvatura dos estratos é muito grande, utilizando-se então as leis de
refracção em interfaces planas.
� Note-se que:
mas considerando o triângulo CP0P vem,
ou
( )0
11 'r
senr
sen φφπ =−
11' φφ ≠
( )3 'sen 110 φφ rsenr =
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 36
Efeitos RefractivosEstratificação Esférica
� Multiplicando (1) por r0 e (2) por r, e usando (3) vem
� Induzindo para o caso contínuo vem,
ou, atendendo a que r=r0 + h
( )4 sen 000 φφ rnsenrn =
( ) ( )5 .Ctersenrn =φ
( )( ) ( )6 .0 Ctesenhrhn =+ φ
� Geometria para
estratificação esférica
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 37
Efeitos RefractivosRaio de curvatura do raio óptico
� O raio de curvatura é dado em
cada ponto por:
� Consegue-se demonstrar que
� O sinal de ρ é tal que ρ > 0
quando a curvatura do raio está
virada para a Terra.
� Para que um dado raio tangente ao círculo de raio r0 + h concêntrico com a Terra
volte à superfície da Terra é necessário que o seu raio de curvatura seja menor
que o desse círculo, ou seja,
ϕρ ds d =
φρ
sendhdn
n−=
( )hr
sendhdn
n +<−= 0
2/πρ
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 38
Efeitos RefractivosRaio de curvatura do raio óptico
� Vem então para o gradiente vertical do índice de refracção,
com deverá ser
� Este valor é muito superior ao observado para atmosfera média (aproximadamente
43х10-6 km-1), pelo que em condições normais os raios iniciados horizontalmente
afastam-se da Terra.
� Para os raios iniciados perto da horizontal, e dado que em condições “normais” na
baixa atmosfera dn/dh é aproximadamente constante, infere-se que o raio de
curvatura desses raios é também aproximadamente constante, ainda que o raio se vá
afastando progressivamente da Terra.
hrn
dhdn
+>−
0
km 6370rr ,1 00 =≅+≅ hn
1-6 km 101576370
1 −×=>−dhdn
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 39
Efeitos RefractivosConceito de Raio Equivalente da Terra
� Trata-se dum conceito muito importante para o projecto de feixes hertzianos.
Para o estabelecer retoma-se a expressão (4)
que representa a trajectória do raio numa atmosfera com estratificação esférica.
� Põe-se
� Admite-se ainda que se está em condições tais que n pode ser descrito em função de
h por uma variação linear:
� Substituindo (8) e (9) em (7) e conservando apenas os termos de 1ª ordem vem
( )7 sen 000 φφ rnsenrn =
( )8 10
00
+=+=
rhrhrr
( ) ( )9 0
0 hhnnhn
h
⋅∂∂+=
=
( )10 111 0000
φφ sensenhn
nrh
h
=
∂∂++
=
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 40
Efeitos RefractivosConceito de Raio Equivalente da Terra
� Posta a equação da trajectória sob esta forma vê-se que o termo
exerce o mesmo papel que o termo 1/r0 o que sugere a definição dum raio equivalente da
Terra re dado por
tomando então (10) a forma
Por outro lado, se se procurar a equação da trajectória dum raio numa atmosfera
homogénea junto duma Terra equivalente de raio re, obtém-se
que é imediatamente transformável na equação (12)!.
( )10 111 0000
φφ sensenhn
nrh
h
=
∂∂++
=
00
1
=∂∂
hhn
n
( )11 111
000 =∂∂+=
he hn
nrr
( )12 1 0φφ sensenrhe
=
+
( ) (13) 0
ee rsen
hrsen φφπ =
+−
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 41
Efeitos RefractivosConceito de Raio Equivalente da Terra
� Resultado Importante: A trajectória curva de um raio numa atmosfera com
estratificação esférica em que dn/dh é constante sobre a Terra de raio r0, é
equivalente a uma trajectória rectilínea numa atmosfera homogénea sobre uma
Terra equivalente de raio re dado pela equação (11).
� No presente contexto é habitual definir um factor K dado por pelo que
usando (11) temos:
� Para a atmosfera “média” é, como se viu,
que substituindo em (14) conduz ao valor
a que corresponde
0rKre ⋅=
(14) 1
1
00
0
=∂∂+
=
hhn
nr
K
166
00
104310 −−−
==
×−=×∂∂=
∂∂ km
hN
hn
hh
3/43772.1 ≅=K
km 8500637034 ≅×=er
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 42
Efeitos RefractivosConceito de Raio Equivalente da Terra
∞=K 1=K 0<K
3/4=K 10 << K
� Para valores de K superiores à unidade (dN/dh < 0), o raio equivalente da Terra
aumenta, atingindo-se para K = ( dN/dh = -157 km-1) a situação da Terra plana.
� Para valores de dN/dh inferiores a -157 km-1, o valor de K torna-se negativo, o que é
equivalente a mudar o sentido de curvatura da superfície da Terra, que passa de
convexa a côncava.
� Por outro lado, para valores de dN/dh positivos o valor de K diminui, reduzindo-se o
raio equivalente de Terra e, portanto, o radio-horizonte.
� Na figura seguinte representa-se o efeito da variação do valor de K no percurso dos
raios electromagnéticos.
� Efeito da variação de K no percurso dos raios de onda
∞
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 43
Efeitos RefractivosConceito de Raio Equivalente da Terra
� Para o projecto de feixes hertzianos, em vez de calcular o percurso dos raios
ópticos, é muito mais simples manter este percurso como rectilíneo e alterar a
curvatura da Terra substituindo o seu raio físico r0 pelo raio equivalente re = K r0 . Na
figura seguinte exemplifica-se este processo.
� Uma vez que o valor de K varia ao longo do tempo, em cada instante e de local
para local, há que definir critérios para estabelecer o valor a utilizar no
projecto.
0>K
∞=K
0<K
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 44
Efeitos RefractivosCritérios de Projecto� Para poder afirmar que o percurso está desimpedido é comum em vários países exigir
a libertação completa do primeiro elipsóide de Fresnel para K = 4/3, que
corresponde ao valor usual de K em países de clima temperado.
� Medições efectuadas na antiga República Federal da Alemanha mostram que este
critério é insuficiente em percursos longos (superiores a cerca de 100 km), pelo
que alguns autores sugerem complementar o critério anterior com a exigência de
desobstrução da linha de vista para K = 1.
� Um outro critério, em geral mais exigente do que o anterior, é utilizado nos Estados
Unidos da América. Corresponde a exigir que pelo menos 60% do raio do primeiro
elipsóide de Fresnel estejam desimpedidos para K = 0.66. A análise de um elevado
número de ligações projectadas de acordo com este critério sugere que ele poderá
ser demasiado exigente.
� Mais recentemente e para frequências superiores a 2 GHz, a Recomendação P.530-7
da ITU-R, propõe um outro critério de desimpedimento de um percurso em que o
valor mínimo de K e a fracção do primeiro elipsóide de Fresnel a libertar é função do
comprimento do percurso d e das condições de propagação.
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 45
Efeitos RefractivosCritérios de Projecto
� Seja Kmin(d), dado na figura seguinte o valor mínimo de K ( excedido em 99.9% do
tempo) em função do comprimento do percurso, para o clima continental temperado, e
r1e o raio do primeiro elipsóide de Fresnel no ponto de obstrução.
minK
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 46
Efeitos RefractivosCritérios de Projecto
� No projecto da ligação deve procurar garantir-se o cumprimento da mais severa das
seguintes condições:
� libertação de r1e para o valor de K apropriado ao local da ligação (na falta de
dados, tomar K = 4/3)
� libertação de 0.6r1e para o Kmin(d), para d > 30 km, em climas tropicais;
� libertação do raio directo (incidência rasante) , para Kmin(d) , em clima
temperado se existir apenas um obstáculo ao raio directo no percurso;
� libertação de 0.3r1e para Kmin (d), em clima temperado, se existir um obstáculo
extenso no percurso.
� Recorda-se que todos estes critérios se destinam a permitir considerar um dado
percurso como desimpedido, ou seja, sem atenuação de obstáculos. Tal não impede
que se considerem percursos que não cumpram os critérios anteriores. Simplesmente,
nestes casos, é indispensável incluir a atenuação suplementar de obstáculo na
atenuação de propagação.
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 47
�Valor médio da N0 para o mês de Fevereiro (Recomendação P.453-6 da ITU-R).
Efeitos RefractivosCritérios de Projecto
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 48
�Valor médio de N0 para o mês de Agosto (Recomendação P.453-4 da ITU-R).
Efeitos RefractivosCritérios de Projecto
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 49
�Valor médio de –dN/dh para o mês de Fevereiro (Recomendação P.453-6 da ITU-R).
Efeitos RefractivosCritérios de Projecto
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 50
�Valor médio de –dN/dh para o mês de Agosto (Recomendação P.453-6 da ITU-R).
Efeitos RefractivosCritérios de Projecto
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 51
Anomalias Troposféricas
� A troposfera só se comporta normalmente, com um índice de refracção
decrescente exponencialmente com a altitude quando a agitação atmosférica é
suficiente para garantir uma mistura adequada.
� Estas circunstâncias verificam-se durante quase todo o tempo em terreno acidentado
ou montanhoso.
� Em regiões planas, ou em vales protegidos, em especial durante a noite e nas
primeiras horas após o nascer do Sol, verificam-se anomalias capazes de afectar
seriamente as ligações por feixes hertzianos.
� A análise destas perturbações é facilitada pela utilização da variação com a altitude
h do índice de refracção modificado M, definido como:
em que N é a refractividade e ro é o raio físico da Terra (ro = 6370 km).
0
610rhNM +=
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 52
Anomalias Troposféricas
� uma vez que h << r0, a expressão M(h) pode escrever-se, aproximadamente,
exprimindo h em km:
� Dado que se tem:
virá:
� Na atmosfera de referência, com No = 315 e ∆N = 43, tem-se:
� Na figura seguinte representa-se a variação M(h) para vários tipos de atmosferas,
incluindo ( a atmosfera de referência, com o valor de M em abcissas, como é
tradicional.
hNM 157+=
h∆N NN 0 −=
( ) h∆NNM −+= 1570
hM 114315 +=
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 53
Anomalias Troposféricas
� Para atmosferas "sub-standard", em que ∆N < 43, a variação M(h) mantém-se linear mas
a inclinação da recta é diferente da da atmosfera de referência e tanto menor quanto
menor o valor de N.
� Pelo contrário, para atmosferas "super-standard", com ∆N > 43, a inclinação da recta
aumenta, atingindo a vertical para ∆N = 157, a que corresponde igual a infinito.
� Para valores de ∆N > 157, o índice de refracção modificado passa a decrescer com a
altitude, o que corresponde a um valor de K < 0, isto é, a uma superfície de Terra côncava
(Super-Refracção).
0<K ∞=K ( )3/4>K ( )3/4=K
( )3/4<K
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 54
Anomalias Troposféricas
� Em certos locais, devido a condições topográficas e meteorológicas, verificam-se por
vezes variações anormais do índice de refracção modificado.
� Estas anomalias podem tomar a forma de camadas superficiais com características
marcadamente diferentes da restante troposfera (tanto "sub-standard" como "super-
standard") ou de ductos (superficiais e em altitude). Na seguinte representa-se a
variação M(h) para os diferentes tipos de anomalias referidos.
( )3/4=K
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 55
Anomalias Troposféricas
� Os ductos, permitem a sinais de frequência apropriada (que depende das dimensões
verticais do ducto) que se propaguem no seu seio com atenuações inferiores às
correspondentes à da propagação em espaço livre para a mesma distância.
� Os ductos podem pois ser responsáveis por alcances anormalmente elevados,
susceptíveis de provocar interferências indesejáveis noutros sistemas que operem na
mesma gama de frequência.
� São condições para a formação de ductos os aumentos da temperatura com a altitude
(também designados por inversões de temperatura) ou as diminuições de humidade com
a altitude. Estas condições verificam-se quando as camadas superiores da atmosfera
estão anormalmente quentes e secas em comparação com as camadas inferiores. Isto
conduz a situações de Super-Refracção (dN/dh < -157).
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 56
Anomalias TroposféricasCONDIÇÕES METEOROLÓGICAS ASSOCIADAS AO APARECIMENTO DE DUCTOS
� Sobre a terra, os ductos superficiais ocorrem, em geral, nas noites claras de Verão,
sem vento, em especial se o solo estiver húmido. A terra arrefece e a sua temperatura
desce mas não há, praticamente, variação de temperatura das camadas superiores da
atmosfera. De dia, quando as correntes convectivas e o vento agitam a troposfera, os
ductos desaparecem.
� Sobre o mar , os ductos superficiais podem ser devidos a massas de ar quente
sopradas de terra que se sobrepõem a massas de ar frias, provocando uma inversão de
temperatura (Brisa de Terra).
� As condições meteorológicas favoráveis à formação dum ducto sobreelevado resultam
muito frequentemente do fenómeno da depressão, isto é da deslocação vertical
descendente e lenta de massas de ar. Isto pode acontecer por altura das trovoadas: o ar
frio que se desloca de cima para baixo é capaz de provocar uma inversão de temperatura,
sobretudo quando simultaneamente se verifica um gradiente de humidade favorável.
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 57
Anomalias Troposféricas
CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS ASSOCIADAS AO APARECIMENTO DE DUCTOS (cont.)
� Com excepção das trovoadas, os ductos são fenómenos associados ao bom tempo. As
regiões de clima tropical (mas não equatorial) reconhecidas pelo seu bom tempo são
precisamente os locais onde os ductos são mais frequentes.
� Convém, por fim, referir que os ductos apresentam espessuras reduzidas (alguns metros
ou dezenas de metros). São portanto apenas as frequências mais elevadas (em geral
superiores a 1 GHz) as afectadas pela sua existência.
ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Influência da Atmosfera 58
Anomalias Troposféricas
� Em certos locais, devido a
condições topográficas e
meteorológicas,
verificam-se por vezes
variações anormais do
índice de refracção
modificado.
� Segue-se uma
representação de captura
de raios num ducto
superficial e
sobreelevado.
( )3/4=K
Ducto Superficial
Ducto Sobreelevado