atividades ritmicase xpressivas

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ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA ENTRE SEME E UNESCO PROJETO 914BRZ1006 CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM PEDAGOGIA DO ESPORTE Guia Didático Atividades Rítmicas e Expressivas (versão preliminar) Consultora Cynthia Cleusa Pasqua Mayer Tibeau

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apostila atividades ritmicas e expressivas

Transcript of atividades ritmicase xpressivas

  • ACORDO DE COOPERAO TCNICA ENTRE

    SEME E UNESCO PROJETO 914BRZ1006

    CURSO DE ATUALIZAO EM PEDAGOGIA DO ESPORTE

    Guia Didtico

    Atividades Rtmicas e Expressivas

    (verso preliminar)

    Consultora

    Cynthia Cleusa Pasqua Mayer Tibeau

    javascript:abreDetalhe('K4776072J6','Cynthia_Cleusa_Pasqua_Mayer_Tibeau',441183)
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    Organizadoras das obras de referncia:

    Sheila Aparecida Pereira dos Santos Silva

    Thatiana Aguiar Freire Silva

    Autores:

    Antenor Magno da Silva Neto

    Cynthia Cleusa Pasqua Mayer Tibeau

    Dante de Rose Junior

    Edison de Jesus Manoel

    Igor Armbrust

    Jos Anibal de Azevedo Marques

    Meico Fugita

    Reviso dos textos:

    Fernando Fagundes Ferreira

    So Paulo

    2013

    javascript:abreDetalhe('K4776072J6','Cynthia_Cleusa_Pasqua_Mayer_Tibeau',441183)
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    Lista de Figuras

    FIGURA 1: Fatores ligados ao desenvolvimento humano e suas inter-relaes 5

    FIGURA 2: Caractersticas comuns famlia das atividades rtmicas e

    expressivas 8

    FIGURA 3: Ginasta executando molinete com as maas. 9

    FIGURA 4: Material para a prtica de ginstica confeccionado com tecido. 10

    FIGURA 5: Materiais que podem ser utilizados em sries de GG. 22

    FIGURA 6: Inter-relao entre expresses da motricidade. 24

    FIGURA 7: Figura formada com cordas. 33

    FIGURA 8: Movimentos do Street-Dance. 34

    FIGURA 9: Esquema do lenol de jornal. 38

    Lista de Quadros

    QUADRO 1: Materiais oficiais e alternativos da GR ......................................... 17

    QUADRO 2: Movimentos corporais obrigatrios para cada material. .............. 20

    QUADRO 3: Competncias a desenvolver por meio das atividades rtmicas e expressivas ............................................................................................... 26

    QUADRO 4: Exemplo de ficha de observao ................................................. 33

    QUADRO 5 - Exemplo de ficha para coavaliao ............................................ 35

    QUADRO 6: Ficha de avaliao do educador .................................................. 35

    QUADRO 7: Exemplo de questionrio para resoluo de conflitos .................. 43

    QUADRO 8: Exemplo de ficha de autoavaliao e observao ....................... 43

    QUADRO 9: Ficha de verificao ..................................................................... 48

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    SUMRIO

    1. Apresentao ............................................................................................... 5

    2. Caractersticas comuns famlia das Atividades Rtmicas e Expressivas... 7

    2.1 Movimentos naturais e movimentos tcnicos ........................................ 8

    2.2 O ritmo movimento, o movimento ritmo ......................................... 11

    2.3 A ttica nas ginsticas e nas danas .................................................. 12

    2.4 Dimenso esttica ............................................................................... 14

    2.5 A interao entre parceiros ................................................................. 15

    3. Modalidades presentes na famlia esportiva .............................................. 16

    3.1 Ginstica Rtmica (GR) ....................................................................... 17

    3.2 Ginstica Geral (GG) ........................................................................... 20

    3.3 Danas ................................................................................................ 22

    3.4 Outras consideraes sobre as Atividades Rtmicas e Expressivas ... 24

    4. Competncias gerais e sua relao com os quatro pilares da educao da

    Unesco ............................................................................................................. 25

    5. Processos pedaggicos ............................................................................. 27

    5.1 Propostas, variaes e avaliao. Parte 1 ............................................. 30

    5.2 Propostas, variaes e avaliao. Parte 2 ............................................. 40

    5.3 Sobre os gestos tcnicos e os erros ....................................................... 48

    5.4 Elaborao e montagem de sries e coreografias ................................. 53

    5.5 Organizao de festivais e eventos ........................................................ 55

    6. Para saber mais ......................................................................................... 57

    7. Referncias bibliogrficas .......................................................................... 58

  • 5

    1. Apresentao

    Um Guia Didtico deve ter como objetivo maior abrir oportunidades para o

    processo de reflexo-ao-reflexo por parte dos educadores e possibilitar, por

    meio de um processo dialgico, a construo de outras possibilidades de ao

    na prtica pedaggica.

    Desta forma, o Guia Didtico das Atividades Rtmicas e Expressivas

    no pode ser entendido como uma receita a ser seguida sem a devida crtica,

    reflexo e adaptao, mas sim como uma ferramenta que possibilita a

    mediao entre a proposta do Programa Clube Escola, as experincias e

    conhecimentos dos profissionais envolvidos, os materiais, espao e tempo que

    dispem para sua prtica e o atendimento s necessidades de crianas e

    jovens em desenvolvimento (Figura 1).

    Figura 1: Fatores ligados ao desenvolvimento humano e suas inter-relaes

    Os textos produzidos para este GuiaI tm como propsitos:

    Nortear o trabalho dos educadores do Clube Escola com vistas a

    atender os quatro pilares da educao preconizados pela UNESCO.

    I Para uma melhor compreenso dos fundamentos desta proposta pedaggica importante ler o Documento Norteador da Proposta Pedaggica do Programa Clube Escola.

    Tempo, espao, materiais

    Experincia do EDUCADOR

    CLUBE ESCOLA

    DESENVOLVIMENTO

    de crianas e jovens

    file:///C:/Users/Luiz%20e%20Thati/Google%20Drive/ECOLE/SEME_UNESCO/GUIAS%20EM%20REVISO/da
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    Apresentar as modalidades que compem a famlia esportiva e as

    caractersticas comuns entre elas, assim como as competncias e habilidades

    que podem ser objetivadas por meio da prtica.

    Oferecer subsdios e exemplos de experincias exploratrias,

    desafiadoras e esclarecedoras de aprendizagem, compatveis com as

    diferentes faixas etrias e necessidades dos praticantes.

    Permitir ao educador construir um planejamento coerente com as

    particularidades de cada turma.

    A quadra ou o ginsio so espaos tradicionais. A prtica das atividades rtmicas e expressivas pode ser desenvolvida nesses

    e em outros espaos.

    As propostas no tm a pretenso de cercear ou limitar o fazer pedaggico do

    educador, mas possibilitar a realizao de formas diferentes de tratar situaes de

    aprendizagem.

    O foco da proposta o desenvolvimento humano por meio das atividades rtmicas e

    expressivas.

    Aprender a ser; aprender a conviver; aprender a conhecer; aprender a

    fazer.

  • 7

    Orientar o educador na avaliao de sua prtica, por meio de diferentes

    instrumentos, que colocam o aluno como o foco desse processo.

    Apresentar material de apoio e referncia.

    2. Caractersticas comuns famlia das Atividades Rtmicas e

    Expressivas.

    A famlia das Atividades Rtmicas e Expressivas, presentes neste

    Guia Didtico incluem as modalidades de Ginstica Rtmica, Ginstica Geral e

    Dana. Essa classificao reflete o que ou pode ser oferecido no mbito do

    Programa Clube Escola, mas no deve ser entendida como nica. Outras

    vivncias e modalidades esportivas de carter rtmico, e que possuem

    caractersticas semelhantes, sero trabalhadas em outros guias, como o caso

    da capoeira e do nado sincronizado.

    As Atividades Rtmicas e Expressivas so manifestaes da cultura

    corporal que tm como caractersticas:

    Sites, artigos, documentrios e referncias bibliogrficas.

    Instrumentos que caminhem na direo de uma avaliao integrada e que possam sinalizar a aquisio de competncias e

    habilidades.

  • 8

    Figura 2: Caractersticas comuns famlia das Atividades Rtmicas e

    Expressivas.

    2.1 Movimentos naturais e movimentos tcnicos

    Os movimentos ou elementos corporais constituem a base das atividades

    tratadas nas atividades rtmicas e expressivas. So produes humanas,

    portanto, histricas, inesgotveis e em constante modificao. Tcnicas ou

    gestos tcnicos presentes nos esportes ou nas artes so movimentos

    culturalmente determinados que, ao longo do tempo, mostraram-se como

    formas mais eficientes de se realizar algo em um determinado contexto.

    Isso significa que no podemos privilegiar um movimento tcnico sem

    considerar o contexto no qual ele est inserido. Como exemplo: a tcnica do

    pivot ou da pirueta a melhor para uma coreografia de dana clssica ou uma

    srie de ginstica rtmica, mas pode no ser para uma coreografia de street

    dance. Existem outras formas de se executar esse tipo de giro.

    Alm disso, possvel e desejvel que os praticantes experimentem as

    particularidades de cada modalidade esportiva, antes da aprendizagem de

    tcnicas especficas. Por exemplo, praticar a ginstica rtmica com as maas,

    antes de aprender a tcnica de execuo dos molinetes, buscando diferentes

    possibilidades de movimentos; ou utilizar materiais alternativos da Ginstica

    Geral em grandes grupos, todos se movimentando ao mesmo tempo.

    Lembre-se que o molinete o movimento de execuo de pequenos

    movimentos em oito, simultnea e alternadamente, com uma maa em cada

    mo. utilizado tambm em sries de conjunto quando possvel manusear

    dois arcos, sustentados pela corda, segura pelo centro e com os movimentos

    Expresso e comunicao de gestos

    Presena de msica ou percusso

    Abordagem ttica diferenciada

    Dimenso esttica especial

    A relao com o parceiro

  • 9

    em oito sendo realizados pelas pontas da corda. No so movimentos

    caractersticos desses materiais, mas possvel execut-los. Veja a Figura 3

    Figura 3 - Ginasta executando molinete com as maas.

    Na Ginstica Rtmica e em alguns estilos de dana, as tcnicas corporais

    e de manuseio de materiais so tradicionalmente vistas e comparadas aos

    gestos tcnicos de atletas de alto nvel e de bailarinos profissionais. Isso pode

    ser perigoso, pois pode levar educadores e colegas a formularem um

    julgamento negativo sobre a forma como o aluno se expressa, especialmente,

    quando ele no executa os movimentos de acordo com a forma tcnica

    predeterminada. Na maioria das vezes, isso causa desmotivao ao aprendiz e

    o consequente abandono da prtica.

    O educador precisa ter clareza sobre esse tipo de risco, j que quando o

    assunto so as atividades rtmicas expressivas, potencialmente ligadas

    criatividade, a censura e reprovao podem ser prejudiciais e desestimulantes

    durante a aprendizagem. Os elementos novos em coreografias de danas ou

    sries de ginstica so criados quando se d liberdade ao grupo para ter

    ideias, coloc-las em sequncia, associ-las por meio do brincar, do fantasiar e

    do imaginar. Na Figura 4 veja que material interessante para ginstica foi

    possvel construir com tecido.

  • 10

    Figura 4 - Material para a prtica de ginstica confeccionado com tecido.

    As tcnicas so recursos que o educador deve ensinar para que o

    aprendiz crie a partir delas, no para que se restrinja a elas. O aprendizado no

    pode ser considerado de sucesso apenas quando o aprendiz consegue

    reproduzir fielmente tcnicas j constitudas, mas quando ele as utiliza como

    uma ferramenta para se expressar e, principalmente, para criar.

    Assim, tcnicas corporais presentes nas ginsticas e nas danas:

    Foram e so construdas culturalmente;

    Representam formas eficientes de se executar um gesto esportivo ou

    artstico, mas no so nicas;

    Permitem uma ao mais econmica e efetiva dos movimentos em

    determinados contextos;

    Melhoram qualitativamente o resultado quando esto aliadas esttica

    da composio coreogrfica;

    Correspondem a uma etapa da preparao, sendo uma das formas de

    se obter rendimento e performance.

    Vale lembrar que essas manifestaes da motricidade so

    diferenciadas de outras modalidades, porque privilegiam a

    qualidade do movimento, no a quantidade. Nas ginsticas e nas

    danas o que valorizado est na subjetividade, na escolha dos

    movimentos, da msica, do sincronismo entre os praticantes. Ao

    trabalharmos com msica e movimentos expressivos e criativos,

    colocamos em jogo sentimentos, emoes e transmitimos algo1.

  • 11

    Desta forma, fica mais claro o entendimento da eficincia tcnica, que

    implica pensar no resultado, no produto final, e da eficcia simblica, que

    considera os significados dos praticantes presentes no processo 2,3. Esta ltima

    pode muitas vezes no funcionar em termos biomecnicos ou de rendimento

    esportivo, mas a forma cultural como as pessoas utilizam as tcnicas

    corporais.

    Os jovens apresentam uma facilidade muito grande para criar e recriar

    movimentos que esto relacionados comunidade em que vivem e influncia

    da mdia. Deslocamentos variados, saltos e saltitos, giros e pivots, ondas e

    balanceados, movimentos axiais, equilbrios e apoios, movimentos de grande

    flexibilidade e movimentos acrobticos adquirem nomes diferentes e so

    expandidos, conforme a especificidade de cada modalidade. Tais experincias

    devem ser aproveitadas nas aulas, garantindo assim um espao no qual eles

    possam atribuir seus prprios significados e, tambm, das novos significados a

    elementos j presentes na cultura nacional e internacional.

    2.2 O ritmo movimento, o movimento ritmo

    Todo ser humano dotado de ritmo, que se manifesta antes mesmo do

    nascimento, nos batimentos cardacos. O ritmo est na respirao, na fala e

    est presente, tambm, nas formas bsicas de locomoo.

    O ritmo considerado o elemento da msica que est mais associado ao

    movimento, s aes motoras do homem. Como um fenmeno presente em

    todas as manifestaes da motricidade humana, o ritmo universal e o

    percebemos em todos os movimentos da vida.

    Ritmo e movimento humano se desenvolvem, simultaneamente, no tempo

    e no espao. Esto ligados s percepes temporal, espacial e proprioceptiva4.

    O ritmo e a msica, assim como o movimento, devem ser vistos de dentro para

    fora, na medida em que no h movimento, msica e ritmo para as pessoas,

    mas sim pessoas que se movem, que vivem e sentem a msica e o

    movimento5 .

    Entender o ritmo como algo interno e que pode ser alterado a partir de

    estmulos externos, advindos do meio ambiente, equivale a consider-lo como

    impulsionador de processos psquicos, afetivos e emocionais. Entretanto,

  • 12

    quando o ritmo externo ao nosso corpo, quando chega por meio de um

    aparelho de som, por exemplo, coloca em jogo, sobretudo, o movimento

    corporal e possveis modificaes fisiolgicas.

    O ritmo da bateria de uma escola de samba provoca, na maioria das

    pessoas, elevao da frequncia cardaca e, mesmo que discretamente, um

    gingado do corpo, uma batida de p, um estalar de dedos e mos 4. Msica e

    movimento so considerados como unicidade, integrao, e no como

    elementos colocados lado a lado, apenas combinados. Ambos provm da

    mesma origem - o ritmo e se separam na forma de manifestao exterior. Ou

    seja, a interao msica-movimento deve tornar visvel a msica e audvel o

    movimento6.

    Nas ginsticas e nas danas, a msica e o acompanhamento rtmico so

    essenciais para a composio de sries e coreografias, sendo um suporte

    indispensvel para as aulas. Estudos relatam que aulas e treinamentos com

    acompanhamento musical adequado interferem positivamente no estado de

    nimo de seus praticantes13.

    Escutar msica uma experincia dos sentidos que induze reaes

    fsicas conectadas ao sistema nervoso central. A escuta musical, quando

    intencional para a realizao de atividades motoras, pode induzir s

    experincias de flow8, estado de profundo envolvimento com a tarefa que

    tambm pode ser designado como fluir. Quando as pessoas se encontram em

    estado de flow, ou fluindo na atividade elas se tornam mais conscientes e

    focadas no que realizam9.

    2.3 A ttica nas ginsticas e nas danas

    To importante quanto a tcnica (forma de fazer), a ttica (por que fazer,

    as razes do fazer) tambm deve ser priorizada. Desde os primeiros contatos

    dos praticantes com as ginsticas e as danas, o educador deve mostrar ao

    Para saber mais, acesse: http://www.ufjf.br/faefid/files/2010/08/TCC-Helder-

    Oliveira-Flow-Feeling-no-esporte-Uma-revis%C3%A3o-bibliogr%C3%A1fica.pdf

    http://www.ufjf.br/faefid/files/2010/08/TCC-Helder-Oliveira-Flow-Feeling-no-esporte-Uma-revis%C3%A3o-bibliogr%C3%A1fica.pdfhttp://www.ufjf.br/faefid/files/2010/08/TCC-Helder-Oliveira-Flow-Feeling-no-esporte-Uma-revis%C3%A3o-bibliogr%C3%A1fica.pdfhttp://www.ufjf.br/faefid/files/2010/08/TCC-Helder-Oliveira-Flow-Feeling-no-esporte-Uma-revis%C3%A3o-bibliogr%C3%A1fica.pdf
  • 13

    aprendiz em que situaes as ginsticas e danas so praticadas, so

    demonstradas, ou fazem parte de eventos competitivos.

    Nos esportes coletivos, que possuem situaes quase imprevisveis, o

    objetivo da aprendizagem ttica10 que os praticantes aprendam a tomar

    decises e a resolver problemas que ocorrem durante o jogo. Todavia,

    diferentemente de outros esportes, nas ginsticas e nas danas os

    acontecimentos se repetem sempre na mesma ordem. Aquilo que se treina o

    que ser apresentado, isto , reproduzido em uma competio ou exibio. As

    decises tticas ou estratgicas so tomadas durante o perodo de

    aprendizagem ou treinamento.

    Estudos relacionados a esse tema indicam fatores ou elementos

    tticos8,11 da ginstica rtmica que podem ser transferidos para a ginstica geral

    e para as danas:

    A combinao e a esttica da vestimenta;

    A entrada e a sada da ginasta com suavidade, firmeza, beleza e

    elegncia;

    A renovao e a criao de novos programas de exerccios;

    A seleo musical;

    O desempenho da ginasta com beleza, originalidade;

    A relao de reciprocidade com o aparelho utilizado (corda, arco,

    maas, fita ou bola); e

    A utilizao de elementos novos e originais na coreografia.

    A ttica nas ginsticas e na dana envolve a organizao de movimentos

    dentro da composio coreogrfica e est relacionada beleza e

    complexidade das exigncias fsicas. No caso das atividades com msica, a

    escolha do tema musical, as associaes com os movimentos e a mensagem

    que se quer transmitir tambm compem a ttica. A ttica nas Atividades

    Rtmicas e Expressivas, em resumo, se caracteriza como a melhor organizao

    possvel adotada pelo educador e pelos praticantes, para melhor impressionar

    esteticamente a percepo que as pessoas tm da apresentao do ginasta ou

    do danarino.

    A composio coreogrfica resultado de muitos fatores, como anlise

    do espao, o nmero de pessoas envolvidas, reflexes sobre a escolha de um

  • 14

    tema e os meios disponveis para sua execuo. Nesse universo, a criatividade

    fator primordial.

    Na aprendizagem e prtica das Atividades Rtmicas e Expressivas, a

    associao entre tcnica e ttica traz implicaes qualitativas para os

    praticantes:

    Cria condies para a participao de todos e possibilita o

    desenvolvimento integral;

    O conhecimento sobre a modalidade torna-se mais abrangente e

    efetivo, possibilitando o entendimento crtico como praticante e como

    apreciador;

    A inteligncia ttica e a criatividade so estimuladas e a prtica mais

    motivadora.

    Nessas modalidades, a ttica talvez seja o componente que mais difere

    de outros esportes, uma vez que os fatores estticos so os elementos mais

    significativos.

    2.4 Dimenso esttica

    Como em todos os esportes, a preparao fsica, a tcnica e a ttica so

    partes essenciais do treinamento. Nas Atividades Rtmicas e Expressivas,

    esses componentes apresentam-se imbudos de uma dimenso esttica que os

    especifica e os torna peculiares a essas modalidades. A escolha de

    movimentos que faro parte das composies das sries e coreografias implica

    a busca pela beleza e elegncia dos movimentos e uma harmonia e

    compatibilidade com a msica.

    A dimenso esttica no um atributo exclusivo das Atividades

    Rtmicas e Expressivas, mas seus elementos se mostram muito significativos

    na apresentao das modalidades, pois objetivam provocar emoes e afetar

    nossa sensibilidade. Numa apresentao ou competio, desde a entrada at

    Acesse para saber mais: http://www.ggu.com.br/ggu-banco-de-ideias-

    coreografias

    http://www.ggu.com.br/ggu-banco-de-ideias-coreografiashttp://www.ggu.com.br/ggu-banco-de-ideias-coreografias
  • 15

    a sada dos participantes de um grupo de ginstica ou dana, existe uma

    preocupao em impactar os espectadores por meio das vestimentas, adornos,

    msica e beleza dos gestos.

    A composio de coreografias, em conjunto ou individuais, alm de

    garantir as exigncias tcnicas, carece de uma viso esttica que possibilite

    articular os movimentos com plasticidade e originalidade. Para compor uma

    srie que encante preciso ousar e saber articular a possibilidade do

    movimento, criativamente, para que o conjunto possa parecer belo e original

    queles que o aprecia8.

    Graa, elegncia e beleza so imprescindveis. No basta ser flexvel,

    mas tambm saber utilizar-se da prpria flexibilidade de forma expressiva,

    original e exuberante.

    2.5 A interao entre parceiros

    Na famlia das Atividades Rtmicas e Expressivas, outra caracterstica a

    ser destacada a relao/interao que se estabelece entre os parceiros no

    momento de uma competio ou apresentao e, principalmente, durante aulas

    e treinamentos. De acordo com a perspectiva metodolgica do Clube Escola,

    as prticas pedaggicas devem estar aliceradas na possibilidade da

    participao ativa dos praticantes durante todo o processo ensino-

    aprendizagem, inclusive na criao de sries e coreografias.

    Em situaes de aula, a interao educador-aluno condio bsica para

    que se identifique e se localize o que Vygostki chamou de Zona de

    Desenvolvimento Proximal (ZDP). A ZDP o espao constitudo pelo que o

    aluno j sabe fazer (habilidades que ele domina sozinho) e o que ele pode

    fazer com alguma assistncia e auxlio. A mediao de pessoas mais

    experientes interfere significativamente na aprendizagem e,

    consequentemente, no desenvolvimento do aprendiz12, 13.

    A interao cooperativa entre praticantes pode ser tambm uma base

    adequada para a criao da ZDP: ajudas mtuas, que podem fazer os

    participantes progredirem na aprendizagem, resulta em trocas positivas para

    quem sabe mais e tambm para quem ainda no consegue fazer sozinho.

    Tais relaes interpessoais assumem valor indiscutvel na formao do

    indivduo, pois as funes psicolgicas superiores, que incluem a ateno

  • 16

    voluntria, a memria lgica e a formao de conceitos, so ativadas. As

    relaes surgem de incio, no grupo, entre os praticantes e educador, para

    depois, serem interiorizadas por cada um e, em seguida, produzirem elementos

    que podem ser devolvidos ao meio.

    As prticas pedaggicas de trabalho em grupo que, por exemplo,

    solicitam a criao de um exerccio ou srie de movimentos, possibilitam uma

    negociao entre os praticantes, quando se utilizam tanto da linguagem

    verbal quanto da linguagem corporal para se comunicarem1.

    3. Modalidades presentes na famlia esportiva

    Para o estudo das Atividades Rtmicas e Expressivas, bem como de

    qualquer outro contedo, imprescindvel conhecer o surgimento, a sua

    evoluo histrica e a sua contextualizao. Isso evita cair no erro da ausncia

    de sentido e significado que por muito tempo acompanhou os assuntos da

    Educao Fsica e dos Esportes em nossa cultura. Essa seria uma das formas

    de se trabalhar com os contedos conceituais e factuais das modalidades

    rtmicas e expressivas.

    Os contedos conceituais e factuais tambm englobam implementos,

    aparelhos, locais e objetivos com os quais as atividades rtmicas e expressivas

    so praticadas. Compreendem ainda uma srie de conhecimentos sobre os

    efeitos da prtica sobre o corpo, o bem-estar, a qualidade de vida dos

    praticantes e at mesmo os interesses econmicos que fazem com que

    algumas dessas atividades sejam veiculadas pelos mais diversos meios de

    comunicao.

    A maior relao que se pode estabelecer entre a ginstica rtmica, a

    ginstica geral e a dana o fato de que so expresses da cultura corporal de

    movimento. Cada uma tem sua lgica interna (ou essncia), que as

    caracteriza e, ao mesmo tempo, as diferencia uma das outras.

    Para saber mais, acesse: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-

    continuada/vygotsky-conceito-zona-desenvolvimento-proximal-629243.shtml?page=1

    http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/vygotsky-conceito-zona-desenvolvimento-proximal-629243.shtml?page=1http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/vygotsky-conceito-zona-desenvolvimento-proximal-629243.shtml?page=1http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/vygotsky-conceito-zona-desenvolvimento-proximal-629243.shtml?page=1
  • 17

    3.1 Ginstica Rtmica (GR)

    Como ginstica de competio, a GR avaliada por rbitros que se

    baseiam num Cdigo de Pontuao pelo qual so atribudas notas ao valor

    tcnico dos exerccios, somadas ao aspecto qualitativo, este que se denomina

    como valor artstico14.

    Apesar de existir como modalidade esportiva, a GR s foi regulamentada

    pela Federao Internacional de Ginstica na dcada de 60, sendo

    considerada modalidade olmpica em 1984, nos Jogos Olmpicos de Los

    Angeles. Muito embora a GR seja conhecida como modalidade exclusivamente

    feminina, existem apresentaes e competies masculinas realizadas em

    vrios pases.

    As atletas apresentam sries em conjunto compostas por cinco ginastas e

    sries individuais. As composies tm durao limitada. So executadas em

    um espao especfico, com o uso obrigatrio de materiais oficiais: corda, bola,

    arco, maas e fita. Cada um dos materiais possui medida e peso oficiais e

    propiciam movimentos caractersticos.

    Um dos entraves para o trabalho com a GR em centros esportivos,

    academias e at mesmo em escolas o custo dos materiais. Apesar de serem

    implementos de pequeno porte, possuem caractersticas prprias e seu custo

    alto. Entretanto, possvel a utilizao de materiais alternativos, que podem

    ser fabricados pelos praticantes ou suas famlias.

    No Quadro 1, possvel visualizar ilustraes e ler a descrio dos

    materiais oficiais e a descrio de adaptaes que podem ser feitas com

    material alternativo.

    Quadro 1: Materiais oficiais e alternativos da GR

    Material Oficial Adaptaes

    BOLA

    De plstico ou borracha, com dimetro entre 18 e 20 cm e peso mnimo de 400 g.

    Bolas de borracha tamanho 10 ou 12 ou qualquer outra disponvel, que seja compatvel em peso e tamanho.

  • 18

    MAAS

    De madeira ou plstico, devem ter entre 40 cm e 50 cm de comprimento e peso mnimo de 150 g cada uma.

    Garrafas pet so adequadas para substiturem, inicialmente, as maas. possvel confeccion-las tambm utilizando bolas de tnis colocadas dentro de um par de meias.

    FITA

    Fita de 6 cm de largura e de 4 a 6 m de comprimento; o estilete deve ter 50 a 60 cm de comprimento.

    O estilete pode ser substitudo pelo suporte reto de um cabide de madeira ou pela cavilha (encontrada no comrcio madeireiro a um custo baixo). Para fazer a conexo entre o estilete e a fita usa-se uma pea de pesca chamada girador ou um parafuso com uma argola na ponta. Uma fita larga entre 5 e 7 cm, com um ilhs em uma das pontas para a conexo com o estilete. O comprimento da fita pode variar de 4 a 6 m, dependendo da idade das alunas.

    ARCO

    De madeira ou plstico rgido, mede de 80 a 90 cm de dimetro e pesa no mnimo 300 g.

    Confeccionado com condute ou PVC (material de construo para fiao) e fita adesiva ou bambols. O tamanho pode variar de acordo com a idade e estatura das alunas.

    CORDA

    De sisal ou polipropileno e com tamanho proporcional altura da ginasta.

    Espessura aproximada de 12 mm. Pode ser de sisal. A medida varia de acordo com a estatura da aluna.

    Para saber mais, acesse: http://labgin-es.blogspot.com.br/p/confeccao-

    de-materiais.html

    http://labgin-es.blogspot.com.br/p/confeccao-de-materiais.htmlhttp://labgin-es.blogspot.com.br/p/confeccao-de-materiais.html
  • 19

    O manejo desses materiais se compara destreza do malabarismo e

    elasticidade das artes circenses. A GR uma modalidade bastante

    interessante no que diz respeito ao gesto motor, uma vez que envolve a

    participao simultnea e alternada das duas mos 1,15. Alguns materiais

    permitem a execuo de todos os tipos de movimentos da GR, outros materiais

    permitem a execuo de um menor nmero deles. O Quadro 2 mostra as

    possibilidades de manejo de cada material 16,18.

    Quadro 2: Possibilidades de manejo dos materiais de GR

    Movimentos Arco Bola Maas Fita e

    estilete Corda

    Balancear e circunduzir x x x x x

    Lanar e recuperar x x x x x

    Movimentar em oito x x x x x

    Passar sobre x x x x x

    Rodar x x x x

    Equilibrar x x x

    Quicar x x x

    Realizar batidas rtmicas x x x

    Rolar (no corpo e no solo) x x x

    Soltar x x x

    Passar por dentro x x x

    Realizar espirais e serpentinas x x

    Enrolar no corpo/formar figuras x x

    Dobrar x x

    Prensar/recuperar x x x x

    Realizar molinetes x! x x!

    Realizar movimentos assimtricos x

    Os movimentos corporais nas sries de GR so semelhantes a alguns

    movimentos da ginstica artstica de solo e das danas e podem ser

    classificados em dois grupos 14.

    I - Grupo de movimentos fundamentais vlidos para a composio

    das dificuldades:

    Saltos;

    Equilbrios;

  • 20

    Pivots;

    Elementos de flexibilidade/ondas.

    II - Grupo de elementos necessrios e vlidos para as ligaes entre

    os movimentos:

    Deslocamentos variados;

    Saltitos;

    Balanceados e circundues;

    Passos rtmicos.

    Para a composio das sries individuais, o Cdigo de Pontuao da

    Federao Internacional de Ginstica descreve a obrigatoriedade da incluso

    do grupo corporal obrigatrio14 (GCO), de acordo com o Quadro 3. Estabelece,

    ainda, que na composio das sries individuais de bola so necessrios dois

    elementos e, para as sries de arco, quatro movimentos corporais obrigatrios.

    Quadro 2: Movimentos corporais obrigatrios para cada material.

    CORDA ARCO BOLA MAAS FITA

    Saltos Saltos, equilbrios, pivots, elementos de flexibilidade

    e ondas

    Elementos de flexibilidade e ondas

    Equilbrios Pivots

    3.2 Ginstica Geral (GG)

    A GG caracterizada como ginstica de participao, com uma histria

    bastante peculiar. Ela surge primeiramente como manifestao gmnica em

    festivais e eventos e somente muito tempo depois uma Federao Mundial

    elaborou sua nomenclatura, conceituao e organizao. Atualmente,

    nomeada pela Federao Internacional de Ginstica como Ginstica para

    Para saber mais, acesse: http://www.frginastica.com.br/downloads/gr/Codigo%

    20novo%20em%20portugues%202009_2012.pdf

    http://www.frginastica.com.br/downloads/gr/Codigo%20novo%20em%20portugues%202009_2012.pdfhttp://www.frginastica.com.br/downloads/gr/Codigo%20novo%20em%20portugues%202009_2012.pdf
  • 21

    Todos (GPT)16, mas toda a literatura encontrada a respeito a denomina

    Ginstica Geral.

    Tem como princpios a incluso, a diversificao e comporta os

    fundamentos da GR, da Ginstica Artstica, das Artes Circenses, da Ginstica

    Acrobtica, do Teatro e das Danas. Pode ser executada com ou sem

    materiais e sobre aparelhos. Por ser uma modalidade no competitiva, no

    possui um cdigo de pontuao ou livro de regras.

    As caractersticas ou atributos que identificam e fundamentam a prtica

    da GG podem ser resumidos em:

    Elementos ginsticos e influncias das danas e das artes circenses;

    Aparelhos e materiais convencionais e alternativos;

    Coreografia com formaes geomtricas e assimtricas;

    Nmero indefinido de participantes e de diferentes idades;

    Liberdade de vestimenta;

    Diversidade musical e insero de elementos da cultura;

    No competitividade e incluso de todos.

    Os mais diversos materiais e aparelhos podem ser utilizados nas

    composies de sries de GG. No existe classificao ou regras quanto

    utilizao, cor e tamanho. possvel encontrar em sites especializados grupos

    que utilizam materiais e aparelhos convencionais e conhecidos, e outros que,

    com muita criatividade, lanam mo de materiais e aparelhos inusitados,

    manuseados individualmente, em pequenos ou grandes grupos. Algumas

    ideias: tecidos individuais ou coletivos, gales de gua, cordas individuais ou

    coletivas, bambus gigantes, caixas de plstico, bolas gigantes, botas de

    borracha, bastes, cmaras de pneus e outros materiais podem virar objetos

    que os ginastas utilizam em sries de GG.

  • 22

    Figura 5 - Materiais que podem ser utilizados em sries de GG.

    A Gymnaestrada17 o maior evento de GG no mundo e acontece a cada

    quatro anos, geralmente na Europa, onde est a maior concentrao de pases

    participantes. Diversos grupos mostram trabalhos coreogrficos focados em

    sua cultura, apresentam temas e materiais inusitados e discutem a GG como

    importante elemento para o aprimoramento e desenvolvimento humano. O

    evento ginstico resulta em um grande intercmbio cultural e de

    confraternizao entre os participantes.

    Por sua caracterstica no competitiva, causa espanto quanto

    quantidade e diversidade de participantes. Em Lausanne, na Sua, em 2011,

    foi contabilizada a participao de 55 pases e mais de 19 mil atletas. No

    Brasil, existem vrios grupos que se encontram para apresentaes no Gym

    Brasil - maior evento de ginstica de exibio do pas.

    3.3 Danas

    Em geral, as danas possibilitam uma forma de expresso que nica no

    rol das atividades motoras. Por meio delas, os praticantes podem perceber

  • 23

    melhor as qualidades dos movimentos: leve e pesado; forte e fraco; rpido e

    lento; fluido e interrompido; e tambm sua intensidade, durao e direo.

    Desenvolvem, ainda, um tipo de educao esttica para a apreciao e

    valorizao de manifestaes expressivas e artsticas 19.

    Existe uma infinidade de gneros ou estilos de dana que so

    configurados por sua historicidade, seu significado, sua contemporaneidade: as

    danas urbanas; as que caracterizam uma poca, como o funk, o rap; as

    danas sociais; as danas folclricas; a dana criativa; as danas circulares; e

    a dana de rua.

    Os diferentes estilos de dana representam uma forma de integrao e

    expresso, tanto individual como coletiva, que oferecem possibilidades de

    construir um estilo pessoal de se movimentar e de apreciao crtica. Os jovens

    tm uma facilidade imensa de criar e recriar movimentos ritmados. Suas

    experincias advm, em parte, da comunidade em que vivem e, de outra parte,

    da influncia da mdia, principalmente, da televiso.

    Cabe ao educador intervir de forma sistematizada, dar um tratamento

    pedaggico ao assunto, respeitando as formas de manifestaes locais, para, a

    partir delas, problematizar e compreender o significado do estilo para seus

    praticantes e, tambm, possibilitar que se criem outros significados em sua

    prtica. Alguns estilos, como o funk e o hip hop, por exemplo, normalmente so

    associados ao cotidiano de pessoas que vivem em comunidades pobres e

    sofrem com problemas sociais. O que necessrio destacar que so estilos

    musicais com a mesma legitimidade social que outros tidos como tradicionais e

    que devem ser vistos sem preconceitos por parte dos educadores. Discutir as

    diferenas entre as realidades vividas por diferentes grupos de pessoas e as

    formas peculiares de cada grupo se manifestar precisa ser analisado, discutido

    e respeitado. O recado que deve ser dado que, desde que cada grupo de

    pessoas respeite as outras pessoas que no compartilham dos mesmos gostos

    e interesses, possvel conviver harmoniosamente.

    O Clube Escola pretende ser cada vez mais um espao acolhedor da

    cultura jovem, contando com danas, msicas, artes e, para isso, procura

    garantir vivncias nas quais os praticantes possam conhecer, atribuir

    significado e construir diversas formas de danar. Outra possibilidade a ser

    considerada no Clube Escola a Dana Esportiva, considerada um esporte

  • 24

    regulamentado pela International Dance Sport Federation (IDSF), reconhecida

    pelo Comit Olmpico Internacional. Foi apresentada como modalidade

    olmpica nos Jogos Olmpicos de Sidney (2000) e faz parte do World Games

    desde 2001 20.

    No Brasil, a Dana Esportiva representada pela Confederao Brasileira

    de Dana Esportiva (CBDance). uma modalidade em que casais ou vrios

    pares danam sob um enfoque esportivo, utilizando tcnica tpica e

    interpretao artstica, com o objetivo de produzir performances altamente

    especializadas. Agrega a seus participantes valores esportivos e educacionais,

    que oportunizam sua prtica por grupos de diferentes idades e tambm por

    portadores de necessidades especiais. Suas principais caractersticas so

    ritmo, unidade do casal em relao postura corporal, movimentos tcnicos

    caractersticos de cada estilo, coreografia, interpretao e utilizao do espao.

    3.4 Outras consideraes sobre as Atividades Rtmicas e Expressivas

    possvel fazer uma triangulao entre os diferentes tipos de

    Atividades Rtmicas e Expressivas tratadas aqui em relao aos movimentos

    similares e oriundos de outras prticas e que podem aparecer nas trs

    modalidades (Figura 6).

    Figura 6: Inter-relao entre expresses da motricidade.

  • 25

    Msica e Movimento configuram o ponto central das trs modalidades

    (GG, GR e Dana), que utilizam em suas composies coreogrficas

    movimentos e elementos das artes circenses, do teatro e das manifestaes

    acrobticas.

    4. Competncias gerais e sua relao com os quatro pilares da educao

    da Unesco

    Os quatro Pilares da Educao aconselhados pela Unesco esto

    relacionados aos objetivos gerais do Programa Clube Escola, voltados ao

    desenvolvimento das seguintes competncias gerais:

    Saber executar habilidades de acordo com suas capacidades,

    interesses e necessidades.

    Conhecer e apreciar manifestaes esportivas e explor-las com

    criatividade.

    Estabelecer relaes positivas consigo, com os outros e com o

    ambiente

    As competncias so construdas por meio de saberes especficos

    ligados, neste caso, s atividades rtmicas e expressivas. Estes saberes

    especficos do esporte sero aqui denominados de competncias no contexto

    esportivo.

    No Quadro 3, so mencionadas trs competncias gerais e suas relaes

    com os pilares da educao propostos pela UNESCO. Essas competncias

    so compostas pela integrao de diferentes saberes e podem ser

    desdobradas em competncias especficas ao contexto esportivo. So

    importante destacar que o objetivo do aprender

    desenvolver um saber, e que a aplicao desse

    saber, somado a outros saberes, seja nas mesmas

    situaes em que foi gerado e, principalmente, em

    outras situaes, que caracteriza a(s)

    competncia(s).

  • 26

    apresentados alguns exemplos de saberes comuns s trs modalidades, mas

    que podem ser ampliados, reconhecendo o que especfico em cada uma.

    Quadro 3: Competncias a desenvolver por meio das Atividades Rtmicas

    e Expressivas

    Aprender a conhecer

    Aprender a fazer Aprender a

    conviver Aprender a ser

    1-Saber executar habilidades de acordo com suas caractersticas e interesses.

    Conhecer e relacionar as diferentes tcnicas de movimento e capacidades fsicas para a prtica da modalidade. Identificar movimentos que podem se relacionar modalidade escolhida.

    Explorar e executar de maneira eficiente aes corporais, com e sem materiais ou aparelhos. Executar movimentos na relao, com msica, espao e com os outros.

    Participar ativamente das atividades em grupo, cooperando com os colegas e respeitando limites. Buscar igualar seu desempenho aos dos colegas.

    Demonstrar atitude de interesse, de motivao e de persistncia na aprendizagem e treinamento de novas habilidades. Perceber reais possibilidades de desempenho.

    2-Conhecer e apropriar-se das manifestaes esportivas e explor-las com criatividade.

    Conhecer e sistematizar a histria, as regras, o contexto e o estado da arte da modalidade. Pesquisar msicas, configuraes e outras formas de manifestaes que possam auxiliar nas coreografias.

    Empregar (utilizar) novos conhecimentos sobre as modalidades, na execuo de movimentos, sries e coreografias. Perceber e atuar em diferentes espaos e tempos.

    Aceitar e compartilhar os conhecimentos adquiridos para a construo de conhecimentos coletivos. Cooperar nas atividades de criao e execuo das coreografias e exerccios.

    Valorizar e saber ser crtico em relao s outras manifestaes culturais. Sugerir e tomar decises para a execuo de movimentos, escolha de msicas e outras necessidades da modalidade.

    3-Estabelecer relaes positivas consigo, com os outros e com o ambiente.

    Compreender, relacionar e organizar conhecimentos para a elaborao de tarefas dentro e fora das aulas.

    Aprimorar movimentos e capacidades, individualmente e em grupo.

    Valorizar as opinies de colegas para realizar os movimentos e responder s solicitaes do professor.

    Discutir e resolver conflitos e situaes que decorram da difcil tarefa de criar e executar em grupo.

  • 27

    5. Processos pedaggicos

    Os processos de ensino/aprendizagem que ocorrem nas aulas so

    bastante complexos 22,23 e provocam uma inquietao: sobre que base se

    justifica uma proposta didtica? Quais so os critrios que permitem

    reconhecer quando uma forma de interveno educativa apropriada? Como

    selecionar as atividades que possibilitem o alcance das competncias pelos

    aprendizes?

    Para tentar responder a essas e outras perguntas pode-se recorrer a

    critrios que ajudem o educador a selecionar atividades de promoo de

    aprendizagem. Esses critrios esclarecem que, em iguais condies, uma

    atividade prefervel a outra se:

    Permite que o aluno tome decises sobre como desenvolv-la e veja

    as condies de sua escolha;

    Exige do aluno processos intelectuais e o estimula a envolver-se nela;

    Obriga o aluno a interagir com sua realidade e oferece possibilidade de

    planej-la com outros e comparar os resultados obtidos;

    Pode ser realizada por alunos de diversos nveis de capacidade e

    interesses diferentes;

    For relevante para os propsitos e interesses dos alunos.

    As orientaes e sugestes apresentadas neste guia didtico no

    pretendem ser nicas, nem cercear a criatividade do educador ou a dos

    praticantes. Ningum melhor que o educador para pensar e operacionalizar

    situaes de aprendizagem condizentes para o grupo de praticantes que est

    sob sua responsabilidade. A ideia oferecer subsdios para que o educador

    possa produzir outras tarefas a partir das que sero apresentadas.

  • 28

    Ainda que existam situaes nas quais a srie de GR obrigatria ou a

    coreografia de dana j for preestabelecida, importante oportunizar a

    criatividade dos praticantes para realizar um bom trabalho.

    Para isso, importante ter em mente o que j foi mencionado neste guia

    sobre eficcia simblica24:

    necessrio enfatizar que a utilizao das atividades aqui propostas e de

    suas inmeras possibilidades de variao oportuniza o estmulo ao

    desenvolvimento de vrias competncias ao mesmo tempo. Para os objetivos

    deste guia, colocamos o foco em partes dessas competncias, ou seja,

    importante resgatar o conhecimento que o aluno traz consigo.

    Partir sempre da totalidade significativa, do funcionamento geral da

    modalidade, para depois melhorar e aprimorar a eficincia tcnica de cada gesto.

    O desenvolvimento da criatividade um processo lento, requer cuidado e

    aceitao por parte de alunos e atletas.

    melhor partir do conhecido para o desconhecido, de pequenas tarefas

    para grandes trabalhos.

    Crianas menores expressam suas ideias sem censuras, fantasiam,

    inventam.

    Adolescentes e adultos tendem a se expressar com movimentos mais

    estereotipados e, com raras excees, j esto contaminados com o isso-pode,

    isso-no-pode.

    Antes de tudo, preciso ir alm da velha e conhecida

    frmula: demonstrar a coreografia, treinar inmeras

    vezes e, finalmente, apresent-la.

    As metodologias utilizadas para trabalhar com as

    Atividades Rtmicas e Expressivas requerem uma

    participao ativa do aluno e, portanto, no podem ser

    totalmente diretivas.

  • 29

    pinamos algumas competncias para observar e avaliar. Isso significa que,

    se o educador preferir, poder eleger outras e trabalhar de maneira

    semelhante.

    As tarefas relacionadas s competncias so chamadas de propostas,

    para as quais apresentamos o procedimento e algumas variaes. Sugerimos,

    tambm, formas de avaliao/verificao para um encaminhamento didtico-

    pedaggico mais eficiente.

    As propostas se dividem em duas partes: na primeira, apresentamos

    atividades e variaes que podem ser utilizadas para as trs modalidades da

    famlia esportiva e que permitem abordar, entre outros aspectos, as

    caractersticas que so comuns a elas. Na segunda parte, sugerimos formas de

    trabalhar com tarefas que privilegiam tcnicas, principalmente, de manuseio

    dos materiais de GR.

    A avaliao aqui deve ser entendida como o conhecimento sistemtico de

    como os alunos esto aprendendo, o que est diretamente ligado aos mtodos

    utilizados e s competncias estabelecidas. Existem tipos de avaliao que

    desempenham funes diferentes no processo ensino-aprendizagem e que

    servem de ferramentas valiosas para o educador.

    A avaliao das aprendizagens realizadas pelos alunos d ao educador

    informaes insubstituveis e oferece oportunidades para que eles prprios

    regulem, controlem e se responsabilizem por suas aprendizagens e pelo seu

    desenvolvimento 22,23. Se um dos objetivos propostos o alcance da autonomia

    bom lembrar que no existe mgica, ou seja, no basta utilizar

    as sugestes para que imediatamente uma competncia passe a

    ser incorporada pelos alunos. Por exemplo, o volume de

    exerccios de criatividade e resoluo de problemas deve garantir

    a fixao do hbito de buscar novas formas de movimento, de

    maneira que se estabelea como atividade normal da vida atual,

    para o futuro e sob quaisquer condies 24.

  • 30

    dos aprendizes, a avaliao pode e deve servir como instrumento de

    autorregulao.

    Desta forma, destacamos e sugerimos formas de avaliao participativa,

    que envolvem o educador e os aprendizes.

    5.1 Propostas, variaes e avaliao. Parte 1

    A primeira proposta de atividade est vinculada competncia geral 1

    (descrita no Quadro 3). Trata-se da competncia que diz respeito ao espao,

    ao tempo e ao trabalho em grupo, com a utilizao de materiais.

    1 - Saber executar habilidades de acordo com suas caractersticas e interesses.

    Identificar movimentos que podem se relacionar modalidade escolhida.

    Executar movimentos na relao com msica, espao e com os outros.

    Buscar igualar seu desempenho aos dos colegas.

    Demonstrar atitude de interesse, de motivao e de persistncia na aprendizagem e treinamento de novas habilidades.

    Nas ginsticas e na dana, o desenho coreogrfico uma caracterstica

    bsica. Para compreend-lo, necessrio que os praticantes desenvolvam

    percepo espacial para a formao de figuras ou formas. interessante que

    os praticantes consigam visualizar no desenho plano aquilo que podem fazer

    no espao tridimensional e com seu prprio corpo.

    A competncia geral 1 pode ser desdobrada numa competncia

    especfica para a prtica das atividades rtmicas e expressivas:

    Competncia: melhorar a percepo espacial e temporal, praticar habilidades

    com a corda e trabalhar em grupo.

    Proposta 1 Desenhando no espao

    Junto com os aprendizes, utilizar folhas de papel, explorar

    possibilidades e elaborar as formaes que podero fazer parte de uma

    coreografia. Decidir em conjunto como os praticantes se deslocaro de uma

    situao para outra. Por exemplo, na GR em conjunto podemos ter:

  • 31

    Ou com grandes grupos:

    Depois da elaborao dos desenhos, os praticantes executam as

    diferentes formas e a maneira de se deslocar. O nvel de dificuldade vai

    depender da experincia do grupo.

    Variaes:

    1 - A situao inversa tambm pode ser utilizada: primeiro as figuras so

    montadas no espao e depois transferidas para o papel.

    2 - Tocar uma msica ou estabelecer uma batida rtmica para que os

    praticantes se desloquem vontade pelo espao; na pausa, devero ficar nos

    lugares determinados.

    3 - A verbalizao de um poema ou de uma parlenda tambm pode ser

    uma alternativa divertida para substituir a msica.

    4 - Se o grupo for muito grande, trabalhar dois a dois, um sendo sombra

    do outro.

    Proposta 2 - Brincando com a corda

    Saltitar pela corda, girando para frente, se deslocando em linha reta.

    Escolher um colega, um ao lado do outro, trocar uma ponta de sua

    corda com a dele. Saltitar dessa forma, em linha reta.

  • 32

    Em trio: o aluno do meio vai segurar a ponta da corda do seu colega da

    direita e a ponta do seu colega da esquerda. Os giros das trs cordas devem

    estar sincronizados para que se possa executar a tarefa.

    Variaes: sugerir aos praticantes (caso eles no executem)

    1 - Girando a corda para trs; saltitar lateralmente.

    2 - Dois praticantes de frente e um de costas e vice-versa; agregar mais

    componentes ao grupo.

    3 - Formar diferentes figuras com as cordas, como na Figura 7.

    Figura 7 Figura formada com cordas.

    Avaliao/verificao para as competncias em foco.

    Sugesto: construa uma ficha de observao como a do Quadro 4, que

    pode ser utilizada para as duas tarefas. A avaliao por observao requer que

    o educador selecione o que quer observar, entendendo que no possvel

    verificar todas as competncias juntas, em um s momento, em todos os

    praticantes.

  • 33

    Quadro 4: Exemplo de ficha de observao

    NOME DO ALUNO

    Executa com

    fluncia

    Necessita mais treino

    Sugere formas

    Demonstra habilidade

    Coopera e se ajusta

    Lembre-se de que outras competncias tambm podem ser observadas,

    modificando a solicitao feita aos praticantes.

    A propostas de tarefa seguintes vo ao encontro da competncia geral 2:

    2 - Conhecer e apropriar-se das manifestaes esportivas e explor-las com criatividade.

    Pesquisar msicas, configuraes e outras formas de manifestaes que possam auxiliar nas coreografias.

    Empregar novos conhecimentos sobre as modalidades na execuo de movimentos, sries e coreografias.

    Aceitar e compartilhar os conhecimentos adquiridos para a construo de conhecimentos coletivos.

    Valorizar e saber ser crtico em relao s outras manifestaes culturais.

    Tanto nas ginsticas como na dana, importante que os praticantes

    busquem formas de se movimentar que estejam ligadas a contextos

    significativos para eles. Lembre-se que no se pretende aqui uma criao

    indita e que nunca foi vista. O processo criativo, neste caso, o mais

    importante, superando o produto. mais fcil criarmos algo a partir do

    conhecido.

    Competncia: compartilhar os conhecimentos adquiridos, cooperar nas

    atividades de criao e saber ser crtico em relao s manifestaes

    corporais.

  • 34

    Proposta 3 - Danando do jeito que nosso.

    Pea aos praticantes que pesquisem com outros colegas, na televiso

    ou na internet, uma sequncia de movimentos de Street Dance (Figura 8) , que

    tenha, por exemplo, um giro e uma passagem pelo solo e que totalize oito

    tempos de movimento.

    Figura 8 Movimentos do Street-Dance

    Na aula seguinte, pea a eles que se agrupem em duplas e que um

    ensine ao outro o movimento que pesquisou. Ao final de um tempo (15

    minutos), eles tero uma sequncia de 16 tempos.

    Solicite, agora, que eles se renam em quartetos e procedam da

    mesma maneira para formar 32 tempos. No existe uma regra para essa fase,

    eles podem mudar a ordem dos movimentos, se quiserem.

    Deixe que o grupo decida e ajude quando necessrio. Essa estratgia

    pode continuar enquanto existir motivao e tempo, recordando sempre que a

    memorizao das sequncias requer tempo.

    Variaes:

    1 - Coloque um fundo musical, mas que possa ser percebido pelos

    praticantes. Observe que alguns tentaro executar os movimentos nos tempos

    da msica.

    Proposta 4 Mini festival

    Solicite que cada quarteto demonstre a srie de movimentos que criou.

    Aproveite para observar como os praticantes se comportam em uma

    coavaliao (entre eles). Os outros grupos devero indicar o que mais

    gostaram, o que menos gostaram, e apresentaro sugestes. Isso pode ser

    feito verbalmente ou de forma escrita.

  • 35

    Avaliao/verificao: por meio da coavaliao e observao dos grupos

    A coavaliao uma estratgia onde cada grupo avaliado pelos demais

    e se autoavalia. Esse tipo de avaliao no muito utilizado e pode trazer

    dvidas para os alunos. Em um primeiro momento, necessrio que o

    educador fornea critrios para que os grupos possam avaliar seus colegas e o

    prprio trabalho (Quadro 6). Colocar os parmetros ou critrios em forma de

    perguntas facilita a observao e a avaliao crtica por parte dos alunos.

    Quadro 5 - Exemplo de ficha para coavaliao

    Grupo/ Critrios

    Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Meu

    grupo Algo mais

    Executaram movimentos diferentes?

    Executaram movimentos no ritmo da

    msica?

    Mostraram interao

    entre eles?

    O que eles podem

    melhorar?

    Total

    Em um segundo momento, ajude os praticantes a construir indicadores ou

    critrios. Depois, na medida em que se habituarem a esse procedimento,

    permita que discutam e selecionem os indicadores que julgarem mais

    importantes de observar.

    O educador, por sua vez, tambm ter suas fichas de avaliao por

    observao, conforme o Quadro 6.

    Quadro 6: Ficha de avaliao do educador

    Indicador/Grupo Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5

    Atenderam solicitao da tarefa?

  • 36

    Cooperaram na aprendizagem e na execuo dos movimentos?

    Interagiram na elaborao e execuo da tarefa?

    Avaliaram e sugeriram melhoras nas coreografias (com base na coavaliao)?

    Precisam de mais prtica?

    Proposta 5 Lances livres

    Solicite aos praticantes que tragam recipientes que no esto sendo

    utilizados em casa (garrafas pet, potes de plstico, caixas de papelo, latinhas

    de refrigerante, cabos de vassoura, baldes, etc...). Certifique-se de que eles

    no apresentam riscos para o manuseio.

    Pea que executem batidas rtmicas e exerccios de lanar e recuperar.

    Sugira que eles troquem entre si os objetos, que vivenciem, percebam e

    verbalizem as diferentes formas de manuseio.

    Variao: aproveite os sapatos dos praticantes e explore esse material.

    Vale lanar pelo cadaro de um p ou amarrar os cadaros do par de tnis;

    assim, tero um material inusitado para trabalhar.

    Avaliao/verificao: ESPORTflio

    Um portflio um instrumento retirado do campo das artes, que pode ser

    adaptado e aproveitado nas Atividades Rtmicas e Expressivas, para

    documentar a evoluo do aprendizado e conquistas de cada aluno. ,

    simultaneamente, uma estratgia que facilita a aprendizagem e permite sua

    avaliao26 pelos praticantes e pelo educador.

    Elabore com seus aprendizes um modelo de portflio que possibilite uma

    viso ampla de como as conquistas de cada um esto acontecendo. Uma

    maneira simples de fazer esse tipo de registro por meio de um caderno ou

    fichrio individual. Ainda para as mesmas competncias citadas nas propostas

    5 e 6, segue uma sugesto para trabalhos com materiais alternativos.

    Proposta 6 Lenol de jornal com fita adesiva

  • 37

    importante alertar os praticantes para que no rasguem ou amassem o

    jornal. Esse tipo de atividade requer um tipo de manuseio que envolve a

    coordenao motora fina. Distribua folhas duplas de jornal e tenha um rolo de

    fita adesiva disposio.

    Explorar movimentos com uma folha dupla de jornal, individualmente.

    Ao final de alguns minutos, solicitar que se juntem em duplas, que

    unam as folhas de jornal com a fita adesiva e explorem movimentos dois a

    dois.

    Prosseguir com a explorao e formar quartetos, sempre unindo as

    folhas de jornal e criando movimentos que envolvam corpo e material.

    A partir da, voc pode interromper a dinmica e ajudar os praticantes a

    unirem todos os quadrados at formar um grande lenol, conforme a Figura 9.

    Tendo como base o que eles exploraram, auxilie-os na elaborao de uma

    coreografia.

    Figura 9 - Esquema do lenol de jornal.

    Variaes:

    1 - O lenol de jornal pode ser substitudo por sacos de lixo reforados.

    Uma idia cortar as laterais e uni-los com uma costura mquina.

  • 38

    2 - Pode ser feito tambm com cortes de tecido colorido de nylon, que

    substituem muito bem o paraquedas utilizado em algumas coreografias de GG.

    Competncia: atender s solicitaes do professor para a elaborao e

    execuo de movimentos, utilizando percusso corporal, buscando igualar seu

    desempenho aos dos colegas.

    Proposta 7 - Banda corporal

    Oriente os praticantes para que aprendam uma sequncia de oito

    tempos, utilizando os sons do corpo. Por exemplo: batidas com as palmas das

    mos em diferentes partes do corpo, estalos com os dedos, batidas com os ps

    e sons com a boca.

    Pea aos grupos que, seguindo a sua sequncia, elaborem mais oito

    movimentos semelhantes, mas deslocando-se pelo espao.

    Ensine mais oito tempos que voc criou e solicite a criao de mais oito

    tempos em deslocamento.

    Prossiga desta maneira o tempo que achar necessrio. Essa deve ser

    uma atividade divertida, no espere a motivao terminar para encerrar a

    atividade.

    Variao:

    1 - Utilize a voz para marcar e acompanhar o ritmo corporal. Sons como:

    t-t-t para movimentos curtos ou brrrrrr para movimentos mais longos,

    funcionam muito bem e so divertidos.

    2 - Utilize materiais alternativos como latinhas, pequenos bastes de

    madeira, ou garrafas pet pequenas, para estimular movimentos e ritmos

    diferentes.

    Avaliao/verificao

    Quais so os critrios para se avaliar um trabalho com ritmo? Antes de

    qualquer coisa preciso refletir sobre por que algumas pessoas apresentam

    dificuldade em seguir um ritmo com grandes ou pequenos movimentos. Esse

    problema to comum tem afligido profissionais das diferentes reas que

    trabalham com msica e com movimentos corporais.

  • 39

    Algumas causas podem ser relatadas e devem ser observadas antes de

    rotular algum ou se deixar rotular como uma pessoa que no tm ritmo. A

    chamada educao do ouvido ou desenvolvimento da percepo auditiva no

    apenas um aspecto fisiolgico e fsico, mas que se realiza tambm no plano

    mental e afetivo4.

    Esse falso problema de falta de ritmo pode ser ocasionado por:

    Problemas de audio: o aprendiz tem uma deficincia

    fsica/anatmica, mesmo que pequena; apresenta dificuldade em discriminar e

    ouvir acentos rtmicos;

    Problemas de ordem perceptiva: o aprendiz quando solicitado a

    acompanhar um ritmo externo est sempre um tempo atrasado ou adiantado;

    Problemas de concentrao crnica: dificuldade em reter informaes e

    reproduzi-las, o que poderia estar atrelado a um problema de memorizao e

    de ateno;

    Bloqueios afetivos: insegurana gerada por inibio, vergonha de se

    expor;

    Bloqueios fsicos: elevado tnus muscular ou deficincias que possam

    impedir a livre movimentao do corpo ou partes do corpo;

    Problemas de aprendizagem: gerados por ansiedade e/ou instabilidade

    emocional.

    Proposta 8 - Preto, Branco, Colorido

    Proponha uma atividade de percepo com materiais pretos, brancos e

    coloridos.

    Pea aos alunos que explorem lanamentos e recuperaes e que

    verbalizem se existe um grau de dificuldade diferente.

    Para saber mais, acesse: http://www.youtube.com/user/barbatuques?annotation_id=annotation_162995&feature=iv

    &src_vid=_E0EJLRkysM

    http://www.youtube.com/user/barbatuques?annotation_id=annotation_162995&feature=iv&src_vid=_E0EJLRkysMhttp://www.youtube.com/user/barbatuques?annotation_id=annotation_162995&feature=iv&src_vid=_E0EJLRkysMhttp://www.youtube.com/user/barbatuques?annotation_id=annotation_162995&feature=iv&src_vid=_E0EJLRkysM
  • 40

    Variaes:

    1 - Utilize sacos plsticos pretos e brancos para embrulhar as bolas.

    2 - possvel encapar os arcos e tambm as maas com fitas adesivas

    coloridas ou mesmo com tiras de tecido finos.

    5.2 Propostas, variaes e avaliao. Parte 2

    As propostas seguintes tm como objetivo oferecer meios para atingir a

    competncia geral 3. Elas proporcionam a prtica de tcnicas de manuseio de

    materiais da GR, mas servem tambm para materiais utilizados na GG e para

    adereos na dana. Todos os movimentos corporais com materiais devem ser

    sempre executados com acompanhamento rtmico ou musical.

    3 - Estabelecer relaes positivas consigo, com os outros e com o ambiente.

    Compreender, relacionar e organizar conhecimentos para a elaborao de tarefas dentro e fora das aulas.

    Aprimorar movimentos e capacidades, individualmente e em grupo.

    Valorizar as opinies de colegas para realizar os movimentos e responder s solicitaes do professor.

    Discutir e resolver conflitos e situaes que decorram da difcil tarefa de criar e executar em conjunto.

    Um dos obstculos que encontramos na prtica das atividades que

    envolvem materiais e lanamentos est relacionado pontaria, distncia e

    recuperao desse material. Tanto na GR como na GG importante que os

    praticantes explorem formas diferentes de lanar e recuperar, para si mesmos

    e para companheiros, com diferentes materiais.

    Por exemplo: lanar com as duas mos e recuperar com uma; lanar com

    uma das mos e recuperar com os ps; lanar com um dos ps e recuperar

    com outra parte do corpo; lanar na posio em p e recuperar em uma

    A cor do material favorece ou dificulta a recuperao dos lanamentos1,

    principalmente para iniciantes. A cor branca d uma iluso de que a bola maior

    e facilita a visualizao. Entretanto, isso no vale para o arco e a corda: colocar

    uma fita adesiva de cor forte ao redor das duas pontas da corda branca ou enrolar

    fitas coloridas no arco chama a ateno da aluna e facilita a recuperao.

  • 41

    posio no solo, etc. Com base nessa explorao e com o auxlio do educador

    necessrio que os praticantes percebam e compreendam:

    Para operacionalizar tarefas desse tipo indicamos a utilizao de dicas de

    aprendizagem 1,25 como as que sero mostradas na Proposta 9.

    Na Proposta 9, sugerimos a bola, mas outros materiais podem ser

    utilizados. importante, tambm, que os praticantes vivenciem essas tcnicas

    combinadas com movimentos corporais, sempre que possvel.

    Competncia: Discutir e resolver conflitos e situaes que decorram da difcil

    tarefa de criar e executar em conjunto. Perceber suas reais possibilidades de

    desempenho e responder s solicitaes do educador.

    Proposta 9 - Lanando e recuperando

    Dica 1: lanar a bola quando o brao estiver ligeiramente frente do

    corpo, na diagonal; bater palmas e recuper-la, ou executar um giro e

    recuper-la;

    Explorar ao mximo essa tcnica, sempre solicitando aos praticantes que

    combinem movimentos de pequeno deslocamento, de acordo com as

    possibilidades de cada um e utilizando tambm a mo no dominante.

    Dica 2: com o brao um pouco mais na diagonal, lanar a bola,

    executar dois passos e recuper-la, ou executar um rolamento para frente e

    recuper-la.

    Para isso necessrio que o lanamento tenha altura suficiente, uma vez

    que o deslocamento maior.

    - Qual a melhor posio do brao para um lanamento para si mesmo e para

    um companheiro.

    - Qual a fora a ser empregada para que o material atinja a altura necessria.

    - A probabilidade de o companheiro ter sucesso na recuperao do material

    lanado grande, se cada um se preocupar com um lanamento bem

    executado.

  • 42

    Dica 3: em duplas, de costas um para o outro: lanar a bola para trs

    quando o brao estiver na linha da orelha, executar meio giro e recuperar a

    bola que foi lanada pelo companheiro.

    As trocas de materiais so imprescindveis na GR e, por esse motivo,

    devem ser bem exploradas. Estimule e desafie os praticantes a tentarem outras

    possibilidades de movimentos corporais, utilizando a tcnica de lanar para

    trs.

    Avaliao/verificao

    Para as competncias em foco nessa proposta, sugerimos duas formas

    de avaliao. A atividade apresentada na proposta 9 pode ser utilizada como

    referncia para a avaliao e outras podem ser criadas intencionalmente para

    provocar com que os alunos tenham que mobilizar as competncias em

    questo.

    A avaliao da competncia de resolver conflitos pode ser realizada

    atravs de um questionrio respondido pelo educador, a partir de suas

    observaes sobre como os educandos portam-se ao precisar negociar com os

    colegas. interessante o educador, no momento da avaliao, assumir o papel

    de observador para ver como os alunos lidam sozinhos com a situao e no

    interferir para resolver os conflitos por eles. Contudo, caso perceba que os

    alunos esto com dificuldades e os conflitos podem gerar confrontos, brigas e

    outras situaes de desrespeito, pode-se intervir para mediar a situao e

    oferecer suporte para sua resoluo. O quadro 7 apresenta uma sugesto de

    questionrio:

    As dicas de aprendizagem podem ser visuais. Utilizar uma fita

    colorida em um ponto suficientemente alto para a execuo de

    lanamento, seguido de rolamento e recuperao, substitui a dica

    verbal lance o mais alto possvel 12.

  • 43

    Quadro 7: Exemplo de questionrio para resoluo de conflitos

    Nome do(a) aluno(a): _______________________________________________

    Em uma escala de 1 a 4, considerando que quanto maior for o valor atribudo, mais

    perto de ter essa competncia bem incorporada est o(a) aluno(a), como voc avalia a

    postura do(a) aluno(a) em situaes de conflito?

    1. Ele(a) consegue ouvir e respeitar o ponto de vista dos seus colegas?

    ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4

    2. Deixa claro para o colega seu posicionamento sem impor suas opinies?

    ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4

    3. Consegue entrar em acordo com os colegas sem a necessidade de interveno do

    educador?

    ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4

    4. Controla suas emoes e evita situaes de desrespeito?

    ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4

    Observao: note que as perguntas do questionrio, representam

    comportamentos esperados de pessoas que tem uma boa habilidade para

    resover conflitos.

    Esse questionrio pode ser aplicado em mais de um momento do

    semestre ou ano, a fim de verificar, alm da situao de cada aluno com

    relao a essa competncia, como ele evoluiu ao longo das aulas.

    Para a competncia de perceber suas reais possibilidades de

    desempenho, sugerimos uma auto-avaliao, assim como uma avaliao feita

    a partir da observao do educador. A ideia que aps a auto-avaliao, o

    educador converse com cada aluno mostrando a comparao entre sua

    avaliao e a avaliao do aluno, buscando estimular que cada vez mais ele

    consiga perceber-se melhor.

    QUADRO 8: Exemplo de ficha de autoavaliao e observao

    Nome do(a) aluno(a):

  • 44

    Avalie seu desempenho na realizao das seguintes aes: AVALIAO DO

    EDUCADOR Excelente Bom Mais ou menos

    Ruim

    Lanamento de materiais

    Recuperao de materiais

    Ateno s orientaes do

    educador

    Cooperao com os colegas

    Competncia: Conhecer e relacionar as diferentes tcnicas de movimento e

    capacidades fsicas; aprimorar movimentos e capacidades individualmente e

    em grupo; buscar igualar seu desempenho ao dos colegas.

    Proposta 10 - Exerccios com maas

    Apesar de a maa ser um material caracterstico da GR, a tcnica

    utilizada em seu manuseio pode ser transferida para outros materiais usados

    tanto na GG como na dana, como por exemplo: sacolas plsticas, garrafas

    pet, bastes de madeira ou de material plstico, leques e lenos. Essas

    sugestes de materiais tambm podem e devem ser utilizadas em qualquer

    nvel de aprendizagem da GR, uma vez que possibilitam percepes

    cinestsicas diferentes, pelas variaes de formato e peso.

    Nossa sugesto que se enfatize a execuo de determinados

    movimentos que possam proporcionar maior segurana e plasticidade na

    execuo de exerccios mais complexos.

    Variao 1

    Balanceados e circundues: demonstre ou mostre figuras e vdeos de um

    exerccio no plano frontal com oito tempos. Inicie com uma maa em cada mo

    do lado esquerdo, dois tempos de balanceados e dois tempos para a

    circunduo, com pequeno deslocamento do corpo para a direita. Na

    continuao, executar o mesmo para o outro lado.

  • 45

    uma sequncia fcil e estimulante, que provoca uma postura corporal

    mais alinhada e elegante. Aps esse exerccio, pea ao grupo que procurem

    formas de executar os balanceados e circundues em outros planos (sagital,

    diagonal, horizontal), com os braos paralelos, sempre combinando

    movimentos corporais, ainda que sejam simples e de pequena amplitude.

    Variao 2 Pequenos crculos so excelentes recursos, j que as

    maas no devem ficar estticas durante as sries de GR. O foco est no

    movimento dos punhos, realizando pequenos crculos com as maas, em

    diferentes planos e direes, podendo tambm ser realizados com as maas

    paralelas, sucessivas ou em assimetria.

    Da mesma forma que no exerccio anterior, solicite aos alunos que

    explorem os pequenos crculos em outros planos, sempre combinando com

    pequenos deslocamentos.

    Proposta 11 Quadrado de oito tempos

    Elabore junto com os alunos uma sequncia dos movimentos explorados

    e executados, conforme a Proposta 10. Por exemplo:

    Demonstre ou mostre figuras ou vdeos: mantendo o brao junto ao corpo, executar

    um pequeno crculo com as maas paralelas no plano sagital e um pequeno

    deslocamento para frente, acentuando a parada do movimento das maas. Inverter

    a direo do pequeno crculo e executar o mesmo movimento com um pequeno

    deslocamento para trs.

    Observe: as maas devem estar em

    linha reta com os braos, o movimento

    total deve respeitar o plano em que se

    inicia a execuo, e a frase rtmica deve

    ser evidenciada por contagem ou

    msica.

  • 46

    Lembre-se que, nesses movimentos, batidas rtmicas ou

    acompanhamento musical so necessrios e tornam a atividade mais

    motivante e prazerosa.

    Proposta 12 - Desafios - Quem consegue?

    Propor a soluo de alguns desafios, utilizando seus conhecimentos

    prvios sobre os materiais e as aes, alm de conhecimento sobre suas

    caractersticas e possibilidades. Estimular tambm para que busquem solues

    em grupo e observem o desempenho dos colegas.

    Desafios:

    1 - Executar um rolamento no cho, segurando ou apoiando as maas no

    corpo, sem utilizar as mos.

    2 - Equilibrar, lanar e recuperar.

    O que possvel que eles faam:

    Segurar as duas maas debaixo de um dos braos e executar um

    rolamento para frente;

    Prender as maas atrs dos joelhos e executar um rolamento para trs;

    Segurar uma das maas com os dedos do p, a outra debaixo do brao e

    executar rolamento para frente.

    - 8 tempos de balanceados e circundues no plano frontal, com

    deslocamento lateral; meio giro para a esquerda e

    - 8 tempos de pequenos crculos no plano sagital, com

    deslocamento para frente e para trs; meio giro para a esquerda e

    - 8 tempos de balanceados e circundues, agora no plano

    horizontal, com deslocamento lateral; meio giro para a esquerda e

    completar mais

    - 8 tempos com pequenos crculos no plano horizontal.

  • 47

    3 - Quicar e recuperar as maas.

    4 - Posio de equilbrio e molinetes.

    Avaliao/verificao

    Pea para os alunos relacionarem quais tcnicas de movimento eles

    conhecem, quais relaes existem entre as tcnicas e com as diferentes

    capacidades fsicas. Voc pode fazer isso atravs de uma folha de registro

    individual ou em uma roda de conversa. Veja o que faz mais sentido para a sua

    turma no momento da avaliao.

    Pouco tempo depois dessa verificao, apresente as propostas de

    atividades. No preciso seguir apenas as que foram citadas aqui.

    interessante planejar a partir do que foi dito por eles no momento anterior. Por

    exemplo, se eles listaram tcnicas de giros, proponha atividades e desafios que

    contenham as tcnicas relacionadas.

    O que possvel que eles faam:

    Posio de equilbrio sobre a meia ponta de um dos ps, combinada com

    molinetes no plano sagital e horizontal;

    Posio de equilbrio sobre o joelho e molinete no plano frontal-dorsal.

    O que possvel que eles faam:

    Uma maa em cada mo, quicar as duas maas no solo e recuper-las;

    Quicar uma das maas e recuper-la com a mo que segura a outra

    maa;

    Pequeno lanamento, deixar a maa quicar no solo e recuper-la.

    O que possvel que eles faam:

    Segurar uma das maas pela cabea, no plano vertical. Equilibrar o corpo

    da outra maa no corpo da primeira, impulsionar para lanar e recuperar;

    Equilibrar as maas pelo pescoo, segurando uma delas no plano

    horizontal, impulsionar, lanar e recuperar.

  • 48

    A ideia observar os alunos durante as atividades propostas e perceber

    se as tcnicas e capacidades listadas por eles so utilizadas na realizao dos

    exerccios. Aps as atividades, preencha uma ficha como no exemplo a seguir:

    QUADRO 9: ficha de verificao

    Nome do(a) aluno(a):

    Tcnicas e relaes listadas

    O(A) aluno(a) apresentou bom domnio dos gestos tcnicos?

    Sim, com eficincia Sim, mas precisa melhorar No

    5.3 Sobre os gestos tcnicos e os erros

    As tcnicas corporais presentes nas ginsticas e nas danas e as

    tcnicas de manuseio dos materiais oficiais da GR so de fundamental

    importncia. Devem ser aprendidas como formas de execuo mais eficiente e

    como elementos que geram saberes que se somam para formar competncias.

    As demonstraes dos movimentos tcnicos devem ser feitas aps terem

    sido realizadas dinmicas de explorao de possibilidades de cada material

    pelos alunos. Na iniciao, o educador pode demonstrar as tcnicas e,

    medida que os movimentos se tornem mais complexos, deve utilizar recursos

    variados como desenhos, fotos, vdeos e demonstraes de alunos mais

    avanados.

    As explicaes devem ser claras, concisas e empregando sempre a

    terminologia correta. Passada a fase de explorao de materiais e da

    compreenso da estrutura geral das ginsticas ou das danas, preciso

    abordar a aprendizagem da execuo dos gestos tcnicos que as

    caracterizam. Quando se percebe que a execuo de um gesto tcnico no

    correta, novas explicaes e demonstraes devem ser feitas.

    Os alunos devem ser alertados desde o incio, nesta ltima fase, para os

    aspectos que caracterizam os gestos tcnicos: quais aspectos so

    considerados erros de execuo e como o aprendiz/praticante deve aprender a

  • 49

    se corrigir e a observar a execuo dos colegas? O treinamento frente ao

    espelho uma boa estratgia, mas a ajuda de companheiros, observando e

    alertando para a forma como o movimento foi executado recomendvel e

    interessante.

    Trabalhar com frases de movimentos combinadas com frases musicais

    uma forma de garantir a continuidade e a fluidez dos exerccios. Isso significa

    criar uma sequncia lgica de movimentos corporais e de manuseio de

    materiais, dentro de uma marcao rtmica ou musical. Por exemplo, em oito

    tempos: um passo lateral direita, rolando a bola pelos dois braos;

    executando uma onda com circunduo da bola no plano sagital; quicando a

    bola em um sobrepasso para impulso, lanando-a durante um salto e a

    recuperando.

    Os exerccios com materiais exigem espao. Nos exerccios com

    deslocamento, recomendvel organizar a prtica, colocando os alunos em

    fileiras. Assim, a primeira fileira inicia os movimentos e depois de alguns

    compassos (oito tempos) a segunda fileira inicia a execuo. Esse tipo de

    formao permite ao professor observar melhor cada grupo de alunos.

    Outro ponto a ser considerado a caracterstica de bilateralidade. Na GR,

    os gestos tcnicos so executados com as duas mos e, mesmo quando o

    material est sendo manipulado com uma mo, a outra no deve manter-se

    rgida ou esttica.

    Quando se observam os lanamentos e as recuperaes de qualquer

    material da GR, os erros mais comuns que se observam na tcnica so:

    Lanar com o corpo esttico o impulso para os lanamentos deve

    partir do corpo por inteiro; lanar sem estender o cotovelo;

    A trajetria de recuperao dos materiais interrompida, ocasionando

    quebra no movimento.

    Agora mencionaremos o que so considerados os erros mais comuns na

    execuo dos gestos tcnicos com cada material.

    A Corda

    Pular corda ainda uma forma de brincadeira infantil. Alm de

    melhorar o sistema cardiovascular, desenvolve o sentido rtmico e oferece

    oportunidades de fortalecimento da musculatura. No entanto, a tcnica de

  • 50

    manuseio da corda na GR diferente da que praticada nos jogos e

    brincadeiras infantis e dos movimentos utilizados no treinamento de outras

    modalidades, como por exemplo, o boxe29.

    A corda pode ser utilizada em sua longitude, dobrada em duas, ou

    dobrada em quatro partes, pode estar segura por uma ou duas mos, com os

    braos separados ou cruzados. Deve girar para frente e para trs e ser

    utilizada em todos os planos. possvel tambm enrolar a corda em partes do

    corpo, num determinado movimento e retir-la noutro. Molinetes e espirais no

    so caractersticos da corda, mas podem ser executados14.

    A corda pode ser lanada e recuperada por uma das pontas, pelas duas

    pontas, pelo centro ou enrolada. Uma de suas pontas pode quicar no solo e

    voltar para a mo do aluno ou da ginasta. Existe uma infinidade de maneiras de

    executar movimentos com a corda, entretanto, existem erros de execuo que

    devem ser corrigidos desde o incio.

    Erros mais comuns:

    Qualquer movimento (saltos, saltitos, balanceados, lanamentos),

    batendo a corda no cho. Esse tipo de falta tcnica faz com que a corda perca

    sua trajetria, levando impreciso e ao erro no exerccio;

    Falta de amplitude dos movimentos a partir dos ombros, na execuo

    de saltos com giros da corda;

    Deixar a corda frouxa (disforme) em qualquer movimento;

    No movimentar os punhos durante os giros da corda.

    Um aspecto importante a ser observado a distribuio dos exerccios de

    corda durante a aula. Como so movimentos que levam rapidamente ao

    cansao, deve-se buscar uma estratgia que possibilite pausas de

    recuperao. Por exemplo: dividir a turma em dois ou trs grupos, de forma

    que, enquanto um grupo executa o outro observa. Outra forma trabalhar as

    tcnicas alternadas, ou seja, saltos, balanceados, e lanamentos em forma de

    sequncia.

    As Maas

    As maas so consideradas materiais de difcil manuseio e, muitas vezes,

    causam temor em quem inicia na GR. Os movimentos com as maas so

  • 51

    rpidos, contnuos, exigem coordenao muito precisa e so muito

    semelhantes ao malabarismo das atividades circenses30.

    Para dominar a tcnica de manuseio, preciso ter habilidade com as

    duas mos, tanto alternadas, quanto simultaneamente. Por esse motivo, as

    maas so consideradas os melhores materiais para a aprendizagem de

    movimentos balanceados, desenvolvimento de uma boa postura corporal e

    sentido rtmico29, 30.

    Erros mais comuns:

    Um erro comum no seu manuseio deixar as maas soltas e

    desalinhadas em relao aos braos. preciso orientar os alunos para a

    necessidade de iniciar o movimento a partir dos ombros e manter as maas

    como prolongamento dos braos. Existem duas formas de empunhadura para a

    execuo de movimentos balanceados:

    a) normal: com a mo em pronao (palma voltada para baixo),

    segurando a maa pelo corpo com o polegar e o dedo mdio, e o dedo

    indicador estendido ao longo do corpo.

    b) invertida: com a mo em supinao (palma voltada para cima), com o

    dedo indicador sustentando a maa.

    Na execuo dos pequenos crculos, os movimentos devem partir dos

    punhos. Considera-se errado segurar as maas de forma rgida, no permitindo

    que girem livremente nas mos. No incio da aprendizagem, comum

    interromper o plano de movimento das maas, deixando que elas toquem os

    antebraos ou outra parte do corpo.

    O Arco

    Os movimentos com o arco podem ser realizados com uma ou duas mos

    e a forma correta de segur-lo, na maioria dos movimentos, entre o polegar e

    o dedo indicador. Os movimentos de rotao so caractersticos desse material

    e podem ser executados em diferentes partes do corpo. possvel tambm

    rolar o arco por partes do corpo e pelo solo.

    Erros mais comuns:

    No incio da aprendizagem dos rolamentos pelo corpo, comum a

    existncia de erros de execuo como: quicada do arco durante o rolamento

    e rolamento incompleto. Para que isso no acontea necessrio que o

  • 52

    impulso para o movimento seja dado pela parte do corpo de forma suave e

    contnua. Por exemplo, em um grande rolamento pelo corpo, o arco deve ser

    posicionado sobre o abdome, o impulso deve ser dado inclinando o tronco

    suavemente para trs e, quando o arco estiver passando pelo ombro, inclina-se

    o tronco para frente (como um movimento de onda). Desta forma, se consegue

    um rolamento contnuo e sem quicadas do arco pelo percurso.

    Outros erros comuns so:

    Vibrao do arco durante os movimentos de rotao e lanamentos;

    Interrupo do movimento nas recuperaes, aps lanamentos;

    Recuperar o arco com o antebrao, sem inteno, nas recuperaes

    aps lanamentos;

    Falta de continuidade entre os movimentos e manter o arco esttico.

    A Fita

    A fita o material que mais chama a ateno nas apresentaes e

    competies por seu comprimento, que possibilita movimentos de ondas e

    espirais. Entretanto, sua tcnica difcil e exige movimentos que partem dos

    ombros, como nas grandes circundues; do punho, para as serpentinas e

    espirais; e do cotovelo, nos movimentos de mdia amplitude30.

    Os lanamentos com fita podem ser realizados com impulso, desde o

    estilete ou pela prpria fita, mas devem ser executados de forma muito ampla,

    em movimento ascendente e parablico, de forma que todo o seu comprimento

    esteja no ar.

    Da mesma forma que as maas, o estilete da fita pode ter dois tipos de

    empunhadura: a normal (palma da mo voltada para baixo) e a invertida (palma

    da mo voltada para cima).

    Erros mais comuns:

    Falta de amplitude nos movimentos;

    Alterao do desenho da fita;

    Deixar a fita tocar o corpo ou o solo de forma no intencional;

    Formao de ns na fita devido a falhas na execuo;

    Deixar a fita chicotear no solo durante movimentos de grande

    amplitude.

  • 53

    A Bola

    Como todos os materiais, a bola nunca deve estar imvel. Deve estar

    apoiada na mo, sem ser agarrada com os dedos, ou seja, a mo deve

    adaptar-se ao formato da bola. Nos movimentos de equilbrio e balanceamento,

    a bola repousa livremente na palma da mo e no deve estar apoiada no

    antebrao29.

    Erros mais comuns:

    Da mesma forma que o arco, os exerccios de rolamento da bola pelo

    corpo e pelo cho no devem ser interrompidos. Deixar a bola quicar durante

    um grande rolamento pelo corpo um dos erro