ATIVIDADES FÍSICAS ADAPTADAS PARA DEFICIÊNTES VISUAIS · inclusivos para os deficientes visuais...
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FACULDADE CENTRO MATO-GROSSENSE CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIATURA
ATIVIDADES FÍSICAS ADAPTADAS PARA DEFICIÊNTES VISUAIS
MAURICIO COTICA FAVRETTO
SORRISO-MT 2016
MAURICIO COTICA FAVRETTO
ATIVIDADES FÍSICAS ADAPTADAS PARA DEFICIÊNTES VISUAIS
Monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso ao curso de Educação Física Licenciatura da Faculdade Centro Mato-Grossense- FACEM para a obtenção de título de Licenciado em Educação Física sobe a orientação da Prof. Me. Thaís Mendes Vala.
SORRISO-MT
2016
FACULDADE CENTRO MATO-GROSSENSE
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
FOLHA DE APROVAÇÃO
ATIVIDADES FÍSICAS ADAPTADAS PARA DEFICIÊNTES VISUAIS
Trabalho final de Conclusão de Curso de Educação Física da Faculdade Centro Mato-Grossense - FACEM para obtenção do título de licenciado em Educação Física.
Sorriso-MT, _____ de _____________ de 2016
_______________________________
Orientador(a)
Thais Mendes Vala
Professora Mestranda em Educação Especial
______________________________
COORDENADOR
Jailson Alves Bomfim
____________________________
Professor convidada
Claudio Munaretto
DEDICATÓRIA
Dedico a minha pesquisa a todos os deficiêntes visuais e seus familiares, que em pleno século XXI enfrentam problemas, dificuldades e preconceitos em seu dia a dia, espero que com esse trabalho eu possa incentivar pessoas a procurar os seus direitos e buscarem na educação física uma maior motivação para viver, assim como eu encontrei.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus, que sem ele nada disso seria possível, sem ele não haveria interesse, saúde, tempo, ou seja, não estaria completando esta excelente graduação.
Aos meus pais, pelo apoio dado desde o início de qualquer projeto ao longo de minha vida, educação com que me criaram e por insistir sempre que colocasse os estudos em primeiro lugar, e a minha namorada por me apoiar nas minhas decisões seja ela qual for.
Aos Colegas de faculdade pelos bons momentos que convivemos nesses longos 7 semestres.
E aos professores, cada um em sua forma especial, alguns ministraram mais, ou menos aulas, mas todos contribuíram para meu crescimento profissional, e foi assim que cheguei aqui. Obrigado a todos sem exceções.
Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos. Saint Exupéry
RESUMO
Incluir socialmente não significa transformar essa pessoa em um indivíduo
normal, mas sim dar a ela condições de melhorias no seu dia a dia sendo do jeito que
ela é. Dentro desse contexto surge o questionamento. As pessoas com deficiência
são realmente respeitadas, possuem acesso a educação, possuem ambientes em
conformidade com sua deficiência. Qual é o verdadeiro objetivo de garantir os direitos
dos deficiêntes. O objetivo deste trabalho é, voltado a deficiência visual, mostrar que
o mesmo têm a capacidade de participar da s aulas de educação física com os demais
colegas dentro de um planejamento de inclusão realizado pelo seu professor. Este
estudo foi baseado em revisões bibliográficas através de livros, artigos e publicações
sobre o assunto. Todos cidadãos possuem os mesmo direitos, inclusive o direito da
educação inclusiva e no decorrer do tempo o Brasil evoluiu muito nestes aspectos
inclusivos para os deficientes visuais em escolas regulares ou não. Foi concluído que
as atividades proposta ao decorrer da pesquisa são de suma importância para o
desenvolvimento dos deficiêntes visuais e a sua socialização com seus colegas na
escola, bem como, de que a discussão de políticas de inclusão são sempre
necessárias para que esses direitos já garantidos possam ser efetivamente
cumpridos, para melhorias acontecerem cada vez mais. Ter algum tipo de deficiência
não é fácil, é algo especial, o portador de deficiência precisa que a sociedade o ajude
e garanta uma vida melhor.
Palavra Chave: Deficiêntes visuais; educação física; inclusão
ABSTRACT
Include socially does not mean to turn this person in a normal individual, but
give conditions for improvements in their day to day being the way the person is. In
this context the question arises. Are people with disabilities actually respected? Do
they have access to education, have environments in accordance with their disability?
What is the true purpose of guaranteeing the rights of the disabled? The objective of
this work is aimed to visually impaired, show that they have the ability to participate in
the physical education classes with other colleagues within an inclusive planning
carried out by his teacher. This study was based on literature reviews through books,
articles and publications on the subject. All citizens have the same rights, including the
right of inclusive education and in course of time, Brazil has evolved a lot in the
inclusive aspects of the visually impaired in regular schools or not. It was concluded
that the activities proposed to during the research are of paramount importance for the
development of the visually impaired and their socialization with their peers in school
as well, that the discussion of inclusion policies are always needed so that the already
guaranteed rights can be effectively accomplished and the improvements increasingly
occur. Having a disability is not easy, it is something special, the handicapped need
society's help and the ensure of a better life.
Keywords: Visually Impaired; Education Physics; Inclusion
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 8
1. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 11 1.1 DEFICIÊNCIA VISUAL ....................................................................................... 11 1.1.1 Classificação Funcional da Visão ..................................................................... 12 1.1.2 Deficiênte Visual e a Legislação ....................................................................... 13 1.2 A EDUCAÇÃO INCLUSIVA ................................................................................ 16 1.2.1 Estrutura Física Adaptada ao Deficiênte visual ................................................ 19 1.3 EDUCAÇÃO FÍSICA COMO INSTRUMENTO DE INCLUSÃO SOCIAL DO DEFICIÊNTE VISUAL ............................................................................................... 21
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 25
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 26
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INTRODUÇÃO
As aulas de educação física tem grande influência na vida dos alunos desde as
séries iniciais da vida escolar, trabalhando e aperfeiçoando prática de habilidades
motoras e sensoriais, cognição, audição, visão e muito mais; sendo assim é essencial
o uso de um brincar simbólico, o que torna a aula tão amada como é.
A qualidade para incluir esses alunos deve ser oferecida não só pelo ambiente
escolar, mas também pelos profissionais que atuam na área, é o que visa o Ministério
da Educação em sua Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB), no Art. 67, incisos II e VI:
Art. 67º. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público: I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim; III - piso salarial profissional; IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do desempenho; V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho; VI - condições adequadas de trabalho.
A maior interação do aluno com deficiência visual na escola deve ter como
finalidade não só a interação escolar, mas sim prepará-lo melhor para a vida em
sociedade, espaço esse que ainda existe muito preconceito, deficiênte visual e não
deficiênte convivendo e aprendendo lado a lado. Para que se tenha uma maior
amplitude dos casos de deficiência visual, é necessário que o professor saiba
diferenciar os tipos e graus de deficiência para que possa adequar suas atividades a
elas.
A legislação atual brasileira prevê que os alunos que apresentam algum tipo de
deficiência esteja incluso junto com outros alunos em salas regulares e receba
tratamento diferenciado, praticando atividades específicas que sejam inerentes de sua
deficiência, gerando uma total falta de inclusão dos mesmos nas atividades normais
da escola; deste modo é importante o surgimento de propostas inclusivas, provocando
assim mudanças e maior aceitação, mobilizando a escola a organizar-se de forma
diferente, isso inclui, estrutura física da escola adequada com corrimões nas escadas,
sinalizações táteis e cor diferenciada, identificação dos locais comuns com o Braille,
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material didático adequado ao deficiênte visual, como atividades com som e música,
matérias que emitam algum som para que o aluno possa se orientar melhor.
Somos todos iguais e temos direito ao acesso à educação, sendo assim não é
justo que alguém fique desamparado por conter algum tipo de deficiência seja ela qual
for, à escola deve ser um ambiente de aprendizagem que leve o aluno dali não só
sabendo ler e escrever, mas sim preparado para o mundo.
O presente trabalho tem por objetivo abordar a deficiência visual, o fato é que,
quando um aluno tem um de seus sentidos prejudicados o professor enfrenta um
grande desafio de evitar que o aluno com essa deficiência não se sinta desmotivado
ou desinteressado, para isso é de extrema necessidade que o aluno se sinta incluído,
e que o ambiente escolar ofereça condições e equipamentos mínimos para o
desenvolvimento de atividades e exercícios agradáveis desses alunos deficiêntes
visuais.
Assim segue uma pesquisa de revisão bibliográfica a respeito de métodos e
conceitos para a inclusão de alunos com deficiência visual na escola, assim
independência e autonomia na realização das atividades da vida diária, tendo como
consequência melhora da sua qualidade de vida.
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1. REVISÃO DE LITERATURA
1.1 DEFICIÊNCIA VISUAL
Em 1966 a Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou 66 diferentes
definições de cegueira, utilizada para fins estatísticos em diversos países. A
deficiência visual é uma limitação no campo visual, podendo existir da cegueira total
à visão subnormal, e em qualquer grau, é a parte do corpo responsável pela
orientação e movimentação com independência. As formas de cegueiras podem ser:
adquiridas ou congênitas, que acompanha a pessoa desde o nascimento.
A cegueira pode ser adquirida ou congênita (desde o nascimento). Nos casos de perda adquirida, o indivíduo nasce com o sentido da visão, perdendo-o mais tarde, o que o possibilita guardar memórias visuais, lembrar de imagens, luzes e cores que conheceu, sendo muito bom para sua readaptação. Entretanto, quem nasce sem a capacidade da visão, jamais conseguirá formar uma memória visual e possuir lembranças visuais (GABRILLI, 2008. p.27)
As pessoas com deficiência visual necessitam de atenção especial e auxílio
para usufruir e lidar com alguns recursos que a sociedade oferece. Segundo o
pensamento o professor da UFRN, Dr. José Pereira de Melo:
Considero importante para o professor organizar seu programa de educação física adaptado ao deficiênte visual, à necessidade de refletir e considerar os seguintes passos: Primeiro passo: O que fazer: esse se constitui num momento de reflexão sobre o trabalho a ser realizado com o deficiente visual, em que o professor se vê diante de um dilema: O que fazer? Como estruturar as aulas? Que conteúdos desenvolver? São questões que emergem e precisam ser solucionadas para que o professor possa organizar seu plano de ação. [...] b) Segundo passo: Por que fazer? Esse momento tem como característica, a partir da definição dos objetivos e conteúdos que serão desenvolvidos nas aulas, vincular a função social que o professor definiu para a educação física com base na escolha da proposta pedagógica norteadora. Em outras palavras, saber o seguinte: O trabalho vai contribuir em quê? Nesse momento, a clareza na importância social da educação física com o deficiênte visual tem que ser bem explicitada. Tanto para a instituição quanto para o próprio aluno e seus familiares. [...] c) Terceiro passo: Como fazer? Esta é uma das partes mais delicadas nas definições didático-pedagógicas do programa de educação física adaptada a ser organizado pelo professor, principalmente se considerarmos que alguns deficiêntes visuais têm que ser atendidos individualmente. [...] d) Quarto passo: Como avaliar? Concretizando os passos anteriores, resta ao professor definir como será verificada a apropriação do conhecimento por parte do aluno e os avanços que a intervenção da educação física tem promovido na sua vida.
Dessa forma, conclui-se que, o professor deve tomar o devido cuidado para
que sua aula fique planejada nas possibilidades e limitações do seu aluno, considerar,
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O que fazer? Por que fazer? Como fazer? Como avaliar? Sendo necessário cuidado,
pois naqueles momentos da educação física o aluno ficará sob o cuidado do
profissional, e não só pela parte física, mas também psicológica, pois é necessário
que o aluno se sinta inserido aos demais colegas, e que também dê conta de
desenvolver as mesmas propostas apresentadas e planejadas pelo educador.
1.1.1 Classificação Funcional da Visão
Os deficiêntes visuais são classificados de várias formas, cada caso precisa
ser estudado para saber quão complexo é a deficiência do indivíduo para que possa
ser feita as adaptações necessária individual. Se ele já nasceu com a deficiência ou
se foi adquirida com o tempo, acidente ou por alguma doença, as maneiras de lidar e
conviver com essa pessoa são diferenciadas.
Se ela já nasceu cega é mais difícil explicar qual o formato e altura de um
obstáculo que tem próximo a ela, e se for cegueira adquirida é mais simples de
descrever um cenário pois a pessoa já conhece objetos e tem noção de espaço etc.
Portanto devemos saber aonde cada um se encaixa para que saiba qual as
necessidades especificas de cada um.
A formação da imagem visual depende de uma rede integrada, de estrutura complexa, da qual os olhos são apenas uma parte desse sistema, envolvendo aspectos fisiológicos, função sensório-motora, perceptiva e psicológica. A capacidade de ver e interpretar as imagens visuais depende fundamentalmente da função cerebral de receber, codificar, selecionar, armazenar e associar essas imagens a outras experiências anteriores. Para ver o mundo em formas e cores, é necessário um nervo óptico e retina (camada interna que reveste a câmara ocular) intactos. A retina é formada por células fotorreceptoras, os cones, responsáveis pela visão central e de cores e pelos bastonetes, responsáveis pela visão periférica e adaptação a pouca iluminação – visão noturna. A concentração das células nervosas na retina passa a constituir a mácula, ponto central da visão, cuja função é a acuidade visual, responsável pela visão nítida e de detalhes. As terminações dessas células nervosas constituem o nervo óptico que conduz o estímulo visual ao cérebro, onde as imagens são interpretadas. A parte externa é constituída pela esclerótica, membrana fibrosa e resistente, o branco dos olhos, responsável por sua proteção. A córnea é transparente para possibilitar a passagem dos raios luminosos. A túnica média é constituída pela coroide, membrana pigmentada, rica em vasos sanguíneos responsáveis pela irrigação e nutrição da retina. O corpo ciliar é o espessamento da túnica média, ligando a coroide à íris. Produz o humor aquoso, fluido transparente que ocupa o espaço entre a córnea e o cristalino, parte anterior. Junto com o humor vítreo (substância gelatinosa e transparente) ocupam espaço posterior do cristalino e retina, formando os meios líquidos. A íris, o disco colorido dos olhos, é formada na parte central pela pupila (menina dos olhos) que controla
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a entrada e quantidade do estímulo luminoso. Pela ação dos músculos da íris controlado pelo sistema autônomo, a pupila se dilata no escuro e se contrai em alta iluminação, regulando a quantidade de luz que penetra no olho. Atrás da íris, fica o cristalino, uma lente biconvexa, transparente, responsável pelo foco e nitidez da imagem. O estímulo atravessa os diversos meios transparentes, córnea, humor aquoso, cristalino e corpo vítreo, para chegar ao fundo do olho. Qualquer malformação ou alteração nesse sistema pode prejudicar seriamente a função visual. As sensações visuais recebidas, invertidas pela retina, são levadas ao cérebro pelo nervo óptico e corrigidas pelo córtex visual occipital que interpretadas tornam-se conscientes. (BRUNO, 2001.p.29)
Cegueira e baixa visão ou visão subnormal são os termos mais usados para
classificar os deficientes visuais. Cegueira é quando a pessoa perde sua capacidade
total de enxergar ou vê somente vultos e presença de claridade. Baixa visão ou visão
subnormal é caracterizada como dificuldade de enxergar mesmo após tratamentos,
cirurgias ou uso de lentes corretivas.
Quem possuir cegueira total precisa do auxílio do sistema Braile ou métodos
eletrônicos sonoros para poder ler e escrever. Já os portadores de baixa visão ou
visão subnormal não necessitam desses métodos pois isso se resolve de maneira
mais simples, com textos ampliados e alguns recursos especiais já supri essa
necessidade.
Nas atividades propostas nas aulas de educação física não é diferente, o
professor deve apelar para recursos sonoros e cores chamativas e adaptar as
atividades para seus alunos com tal deficiência para tornar a aula mais atrativa a essas
pessoas, porque sentem-se excluídos das atividades ditas normais pois não
conseguem realiza-las com sucesso como os demais alunos.
1.1.2 Deficiênte Visual e a Legislação
Nos dias de hoje existem várias leis que amparam pessoas portadoras de
deficiências visuais, mas esta realidade era diferente antes do ano de 1989 quando
foram criadas as primeiras leis e decretos que regulamentariam os direitos desses
cidadãos. A partir dessa época foi-se adquirindo mais respeito a esta classe e
começaram a olha-los com outros olhos, pois realmente viram e atenderam as
exigências necessárias.
A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB), do Ministério da Educação (MEC), veio para reafirma o
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direito à educação, que já é garantida pela Constituição Federal, dessa forma garante
também aos alunos com deficiência seus direitos essenciais. Estabelece os princípios
bases da educação nacional, bem como, os deveres do Estado em relação à
educação nas escolas públicas, definindo suas devidas responsabilidades, em forma
de regime colaborativo, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e Municípios.
A Lei 7.853 de 24 de outubro de 1989, também do Ministério da Educação
(MEC), regulamentado pelo Decreto Federal nº. 3298/99, Coordenadoria Nacional
para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – CORDE, que dispõe sobre o
apoio às pessoas portadoras de deficiência e sua integração social, institui a tutela
jurisdicional (quem deve julgar, competência) de interesses coletivos ou difusos
dessas pessoas, em sentido de atingir a coletividade, disciplina também a atuação do
Ministério Público, definindo crimes, e quando necessário oferece outras providências
a serem tomadas.
A Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015 , conhecida como o Estatuto da Pessoa
com Deficiência é a lei da Inclusão da Pessoa com Deficiência criada pelo Governo
Federal, o qual teve por objetivo principal instituir o estatuto da pessoa com
deficiência, destinando-se a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o
real e efetivo exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com
deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania, mesmo que os direitos contidos
na CF seja uma garantia a todos, era necessário um Estatuto, uma legislação especial
que especificasse em detalhes tais direitos.
Tem-se ainda a Portaria Nº 3.284, de 07 de novembro de 2003, que traçou
diretrizes de acessibilidade ao ensino superior para portadores de deficiências,
também de grande relevância social, pois dá atenção especificas aqueles que
pretendiam ingressar no ensino médio e não possuíam um rumo legal para isso.
A Lei do Cão-guia - Lei nº 11.126, de 27 de junho de 2005, pode parecer meio
óbvia, mas é muito interessante e relevante aos portadores de deficiência visual, pois
regulamenta o direito da pessoa com deficiência visual que necessita de um cão-guia
para locomoção ingressar e permanecer com o animal em todos os locais públicos
que necessite estar, sendo ele privado ou de uso coletivo.
Os direitos e deveres de todos os brasileiros já vem descritos minunciosamente
na Constituição Federal, o que inclui também os portadores de deficiências visuais,
mas infelizmente ainda haviam algumas resistências a isso, pois criações de leis,
decretos e portarias, como o CORDE e LDB, são de suma importância.
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Importante também é a participação e iniciativa de institutos como o Governo
Federal, Ministério da Educação, Secretarias de Assistência Social, que lutem pelos
direitos de quem tanto necessita e baseando-se em várias leis para que possam ter
melhorias na vida dos deficiêntes visuais como, educação, saúde, trabalho e lazer.
Possibilitando a eles frequentarem escolas regulares, trabalhar normalmente e se
divertir como acharem melhor, isso é um direito, não precisa ser pedido e sim
garantido.
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1.2 A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Incluir é a nossa capacidade interagir com o outo, entender e reconhecer o
outro sabendo compartilhar de momentos, ambientes e situações com pessoas
diferentes de nós. Incluir é acolher a todas as pessoas sem exceções (deficiência
física, comprometimento mental, superdotados). Então inclusão é interagir com o
outro.
No campo da educação, a inclusão envolve um processo de reforma e de
reestruturação das escolas como um todo, incluindo o currículo, a avaliação, as
decisões tomadas sobre o agrupamento dos alunos nas escolas e as práticas de sala
de aula, bem como as oportunidades de esporte, lazer e recreação. (MITTLER, 2003).
A inclusão nas escolas de ensino regular hoje é uma realidade, pois por meio
da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 o Governo Federal instituiu a Lei Brasileira de
Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), e vem
implementando nas redes de ensino regulares brasileiras um plano de inclusão. E os
professores, que até antes, faziam especializações em educação especial eram a
minoria e a grande maioria encarava crianças com deficiências, uma realidade muito
distante, pois não precisavam conviver nem trabalhar com alunos assim. A inclusão e
o direito ao acesso à educação pela lei nº 13.146:
CAPÍTULO IV DO DIREITO À EDUCAÇÃO: Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem.
A intenção da inclusão é muito boa e válida, mas a viabilidade de inclusão
efetiva das crianças com deficiências no ensino regular é necessária que alguns
esforços sejam empenhados. Não é apenas pensando na garantia de instrumentos
legais que se chegará ao sucesso da proposta, é preciso que sejam modificas
atitudes, valores, e visões estigmatizadas por muitos.
Existem alguns elementos a serem analisados nesse processo, tais como: - As
crianças devem frequentar a escola de sua vizinhança, na sala regular e com apoio
apropriado; - os professores precisam e devem aceitar a responsabilidade por todos
os alunos, recebendo apoio apropriado oportunidade para o seu desenvolvimento
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profissional; - As escolas devem repensar seus valores, reestruturando sua
organização, seu currículo e seu planejamento de avaliação.
Segundo Maria Tereza Mantoan, grande propulsora da inclusão no Brasil, “[...]
a proposta de inclusão exige que a escola se identifique com determinados princípios
educacionais e que os professores tenham atitudes compatíveis com estes princípios.
Um grande entrave para o sucesso da proposta certamente é a falta de subsídios na
formação acadêmica dos professores.”
Para o êxito da inclusão, é preciso que se construa uma rede complexa de suportes, de lugares e que se tenha a diferenciação do maior número possível de espaços. Além disso, é necessário que os profissionais desenvolvam sua capacidade de acolher aos alunos indiscriminadamente, com todas as suas individualidades, podendo beneficiar a todos com os efeitos dessa prática (GORGATTI, 2005.p.27)
É necessário grande cuidado e investimento dos governantes da esfera federal,
estadual e municipal, em relação a formação continuada dos profissionais que lidam
com alunos especiais, pois podem existir situações variadas em sala de aula, sendo
que as necessidades especiais existentes são variadas (auditiva, visual, mental,
autismo, entre outras).
Muitas vezes a formação acadêmica dos profissionais da educação, sejam
educadores físicos, pedagogos, ou de qualquer outra área do ensino, acabam por não
preparar adequadamente os mesmos para lidarem com alunos especiais.
Devemos considerar que em alguns estados brasileiros a inclusão tem ocorrido
de forma despreparada, inadequadamente. Não se pode obrigar a inclusão, pois
assim age-se de forma inconsequente, deixando de verificar pontos muito
importantes, como o limite e as possibilidades.
Existem princípios básicos para a inclusão escolar a serem destacados, como
a valorização das diferenças, evitar padronizações, melhorar as respostas para cada
aluno dentro de sua necessidades e que as escolas que praticam a inclusão se
comprometam a oferecer incentivos e motivações, apoiando todos os alunos, para
que possam obter maiores resultados.
Mas, para que a inclusão ocorra de forma correta e benéfica, é necessário
observar alguns pontos importantes tais como:
[..] a reorientação dos currículos escolares, melhora continuada das condições de ensino e do processo pedagógico e oferta de formação aos professores, de forma a capacitá-los a lidar com todos os alunos. O professor
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desempenha um papel fundamental no processo de inclusão escolar, encorajando a participação dos alunos nas atividades propostas. Assim, como a ideia de que os professores da educação especial poderiam oferecer formação contínua para os da escola regular. (GORGATTI, 2005.p.21)
É importante para o educador fazer o planejamento, adaptado ao deficiente
visual, é necessário refletir e citar os seguintes passos:
Primeiro passo: O que deve fazer. Esse constitui em um momento de reflexão a
respeito do trabalho a ser executado com o deficiente visual, em que o educador físico
se vê frente a um desafio: O que fazer, como planejar as aulas, quais conteúdos e
atividades trabalhar; são problemáticas que emergem e precisam ser desenvolvidas
para o professor possuir um plano de ação organizado.
Sobre a função da educação física, seja no ensino regular, seja no especial, venho defendendo a ideia de ser fomentada a tomada de consciência do corpo2, estruturando-se situações pedagógicas constituídas a partir dos elementos inerentes a essa consciência, como o conhecimento das partes do corpo, o ritmo, a orientação espacial, o controle tônico, noção de lateralidade, entre outros, aliados a um ensino que leve os alunos a compreenderem seu corpo e as diferentes relações estabelecidas com o meio e as pessoas. (FONSECA, 1995, p. 184)
De acordo com as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação
Básica (BRASIL, 2001), os sistemas escolares devem assegurar a matrícula de todo
e qualquer alunos, organizando-se para o atendimento daqueles com necessidades
educacionais especiais nas classes comuns. Para isso, alguns pontos são
importantes:
Art. 4º Como modalidade da Educação Básica, a educação especial considerará as situações singulares, os perfis dos estudantes, as características biopsicossociais dos alunos e suas faixas etárias e se pautará em princípios éticos, políticos e estéticos de modo a assegurar: I - a dignidade humana e a observância do direito de cada aluno de realizar seus projetos de estudo, de trabalho e de inserção na vida social; II - a busca da identidade própria de cada educando, o reconhecimento e a valorização das suas diferenças e potencialidades, bem como de suas necessidades educacionais especiais no processo de ensino e aprendizagem, como base para a constituição e ampliação de valores, atitudes, conhecimentos, habilidades e competências; III - o desenvolvimento para o exercício da cidadania, da capacidade de participação social, política e econômica e sua ampliação, mediante o cumprimento de seus deveres e o usufruto de seus direitos.(BRASIL, 2011, P. 9)
Para que haja a verdadeira acessibilidade e inclusão, deve-se observar
aspectos físicos, os quais, a escola precisa ser adaptada para receber todos os
alunos, em sua individualidade, tanto professores quanto funcionários, precisam abrir
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suas mentes para compreender as possibilidades vantajosas, bem como,
desafiadoras que surgirão com inclusão; e a coletividade, dos pais, aluno com
deficiência e a sociedade, todos devem perceber que as diferenças individuais são
inerentes às condição humana.
Cabe ao âmbito escolar orientar e formar cidadãos preparados para conviver
com as diferenças. Todas as propostas que venham a ser implementadas devem ser
observadas a partir do currículo comum da escola regular e das necessidades dos
alunos.
Segundo Correia (1997), os currículos regulares deviam vir sempre
acompanhados de informações sobre aspectos que dissessem respeito à
heterogeneidade de características e necessidades dos alunos que frequentam as
escolas. Ainda, o currículo escolar pode ser adaptado em três níveis, a fim de atender
às necessidades de todos os alunos em um movimento de inclusão:
• Primeiro: cada escola deve proceder uma adaptação curricular de contextualização,
ou seja, como consequência das características e necessidades de seu meio
socioeconômico e cultural, dos recursos existentes, dos interesses, motivações e
expectativas de seus alunos;
• Segundo: concretizando as adaptações curriculares ao nível da turma, pois cada
uma apresenta características próprias;
• Terceiro: adaptando-se ao nível do aluno individualmente, sempre que necessário
com apoios e complementos pedagógicos gerados na própria escola ou decorrentes
de serviços externos.
Sem essa possibilidade autonomia para a escola e para o professor, fica difícil
falar sobre inclusão.
1.2.1 Estrutura Física Adaptada ao Deficiênte visual
Para realmente haver a inclusão do aluno com deficiência visual é essencial
uma total adaptação do espaço que ele viverá durante sua estadia na escola, para tal,
existe o Sistema Braille para leitura e escrita, o qual o relevo possibilita a pessoa
explorar esse mundo tão importante por meio do tato.
A noção do corpo é o alfabeto e o atlas do corpo, mapa semântico com equivalentes visuais, táteis, sinestésicos e auditivos (linguísticos), verdadeira composição de memórias de todas as partes do corpo e de todas as suas experiências (FONSECA, 1995, p. 184).
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Segundo as normas da ABNT NBR 9050, que define as regras de
acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos; a
representação do símbolo internacional de pessoas com deficiência visual (cegueira)
consiste em um pictograma branco sobre fundo azul (referência Munsell 10B5/10 ou
Pantone 2925 C).
Este símbolo pode, opcionalmente ser representado em branco e preto
(pictograma branco sobre fundo preto ou pictograma preto sobre fundo branco).
Nenhuma modificação, estilização ou adição deve ser feita a este símbolo. A
finalidade do símbolo internacional de pessoas com deficiência visual deve indicar a
existência de equipamentos, mobiliário e serviços para pessoas com deficiência
visual.
Sinalização tátil no piso: a sinalização tátil pode ser do tipo de alerta ou
direcional. Ambas devem ter cor contrastante com a do piso adjacente, e podem ser
sobrepostas ou integradas ao piso existente, atendendo às seguintes condições:
a) quando sobrepostas, o desnível entre a superfície do piso existente e a superfície
do piso implantado deve ser chanfrado e não exceder 2 mm;
b) quando integradas, não deve haver desnível.
c) ter textura com seção trapezoidal, qualquer que seja o piso adjacente;
d) ser instalada no sentido do deslocamento;
e) ter largura entre 20 cm e 60 cm;
f) ser cromo diferenciada em relação ao piso adjacente.
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1.3 EDUCAÇÃO FÍSICA COMO INSTRUMENTO DE INCLUSÃO SOCIAL DO
DEFICIENTE VISUAL.
É na educação escolar, com relação aos alunos cegos ou com baixa visão, que
são encontrados os verdadeiros desafios para desenvolver atividades que os mesmos
consigam praticar e entendam seus fundamentos, é necessário considerar o nível de
orientação e mobilidade que o aluno já possui para caso seja preciso guia-lo utilizando
um aluno apoio.
Informe ao aluno cego sobre os obstáculos/ materiais presentes no espaço.
Nos casos de alunos com baixa visão, aumentar dimensões dos objetos e utilizar
cores contrastantes. Sempre que possível, introduzir materiais sonoros. Com alunos
com patologia de descolamento de retina, aconselha-se a não realização de
atividades físicas onde haja possibilidade de ocorrer traumatismo na cabeça.
Sempre que se dirigir ao aluno, fale o nome dele. Dê informações sobre a
atividade de forma detalhada. Deixe que ele perceba o movimento através do tato e
evite situações de perigo.
Para que haja maior participação do portador de deficiência visual aos demais,
nas pratica de atividades nas aulas de educação física são elaboradas algumas
atividades para serem trabalhadas especificamente com deficientes visuais, como por
exemplo:
a) Múltiplas estações:
Material: Corda, colchão grande, cadeiras, arcos, bola grande
Organização: São divididas 4 estações, uma em cada canto do espaço
utilizado. Na estação nº1 coloque o colchão grande. Na estação nº2 uma corda
amarrada nas cadeiras. Na estação nº3 deixe os arcos espalhados e na estação nº 4
deixe a bola grande;
Separe a turma em quatro equipes com a mesma quantidade de alunos. Cada
equipe começa a atividade em uma das estações e permanecerá nela por 15 minutos.
O deficiente visual deve estar acompanhado de um colega (vidente);
Execução:
Estação 1: As equipes devem fazer rolamentos simples, para direita, esquerda,
para frente, e para trás, um de cada vez. No início o educador física deve lembrar de
acompanhar o rolamento do deficiente visual até ele se sentir mais seguro.
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Estação 2: O aluno deverá passar por baixo da corda arrastando-se no chão.
O colega vidente falara para o deficiente visual a direção em que deve ir e altura da
corda, passando de barriga para baixo e depois de barriga para cima
Estação 3: A equipe deverá girar o arco No tornozelo, no pescoço, na cintura,
e nos braços.
Estação 4: Em um círculo os alunos devem passar a bola grande um para o
outro alternando as mãos. E o colega vidente devera orientar o deficiente visual da
direção da bola.
Para que os colegas compreendam a situação do deficiente visual, o professor
também pode propor que o aluno guia vende seus olhos e faça a atividade naquela
situação, assim, ele poderá perceber quais as sensações e esforços do colega cego
e aprender a colaborar, colocando-se no lugar do outro.
b) FISCAL DE TRÂNSITO:
Esta atividade trabalha a lateralidade, o senso de direção e também a
percepção auditiva.
Organização: Os participantes devem ficar em forma de um quadrado, dando a
distância de um braço para frente, para trás e para os lados de cada colega.
O professor a frente dos alunos passa a seguinte instrução com comando
sonoros usando um apito.
1 apito rápido – erguem o braço direito.
2 apitos – erguem o braço esquerdo.
1 apito longo - abrem os braços.
1 apito longo e outro rápido – posicionam-se em sentido.
1 apito longo e outros dois rápidos - agacham-se.
A interação nesta recreação básica é grande e podem trabalhar percepção
auditiva com os deficientes visuais incluindo os demais colegas para vivenciar a
dificuldade do colega.
Algumas outas atividades podem ser feitas nas aulas de educação física para
fazer esta inclusão dos alunos videntes para com os deficientes visuais. Como por
exemplo: Uma simples brincadeira do ovo na colher com vendas nos olhos já diverte
todos e ensinam a interagirem na brincadeira.
Nome da atividade: Ovo na colher.
Materiais usados: uma venda (preferencialmente escura) uma colher e um ovo
cozido (para não quebrar se cair no chão).
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Organização: Divide-se a turma em dois grupos, metade com vendas e a outra
metade sem vendas. O aluno sem venda fica guiando o aluno vendado de forma
verbal, chamando ele pelo nome e falando, direita e esquerda para dar direção.
Objetivo: A equipe que completar o trajeto com todos seus integrantes primeiro
vence a disputa.
Outra atividade que pode ser proposta para trabalhar equilíbrio, noção de
espaço e tempo para os deficientes visuais e para os demais é caminhar em cima de
um banco longo com venda nos olhos.
Nome da Atividade: Passando a ponte.
Materiais usados: Um banco longo e uma venda.
Organização: Divide-se a turma em dois grupos, metade com vendas e a outra
metade sem vendas. O aluno sem venda fica guiando o aluno vendado de forma
verbal, chamando ele pelo nome e falando, direita e esquerda para dar direção para
o colega vendado não cair do banco.
Objetivo: A equipe que completar o trajeto com todos seus integrantes primeiro
vence a disputa.
Para maior diversão dos participantes dependendo da idade deles, pode-se
tornar a atividade mais lúdica dizendo a eles por exemplo: Que o banco é a ponte de
um rio e o chão está cheio de crocodilos para morde-los. Desta forma vai tornar a
brincadeira mais atraente para todos participarem e consequentemente mais divertida.
Conforme a idade dos escolares participantes da atividade, podem ser feitas
variações de forma diferenciada. Como por exemplo executar essas atividades em
forma de circuito juntamente com outras atividades propostas, fazer uma competição
em forma de gincana pontuando cada atividade e incentivando-os. Se as equipes
forem mais velhas pode-se até propor uma partida de Goalball para tornar a aula mais
competitiva e atraente.
O Goalball foi inventado na Europa há mais de cinquenta anos, e foi criado como desporto, mas também como forma de reabilitação, por Hanz Lorenzen (austríaco) e Sett Reindle (alemão), em 1946. O Goalball, ao contrário de outras modalidades desportivas, não foi adaptado de nenhuma outra praticada por atletas sem deficiência. Foi criado com o intuito de reabilitar os veteranos da Segunda Grande Guerra Mundial que ficaram cegos, com a finalidade de desenvolver todas as suas capacidades de concentração e
qualidades físicas (AMORIN, 2010. p.222)
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Nas aulas de educação física o professor pode adotar como um dos conteúdos
também o Goalball, um eficiente instrumento de inclusão e interação dos alunos, é um
esporte praticado com as mãos, em uma quadra nas medidas iguais ao do voleibol,
separando-se em dois times, cada equipe com 3 jogadores. O objetivo do jogo é fazer
com que a bola ultrapasse a linha do gol no fundo da quadra e vencera a equipe que
fizer mais gols.
Por ser um esporte paraolímpico para deficientes visuais, a bola possui
sinalização sonora para que seja possível aos jogadores saberem a localização da
bola. O fato de ser um esporte para deficientes visuais não impede pessoas videntes
de pratica-lo, basta adapta-los com vendas nos olhos para que haja igualdade na
competição.
Os deficiêntes visuais por não terem um exemplo visível e um certo receio de
fazer alguns movimentos acabam não desenvolvendo equilibro, agilidade, velocidade
entre outras qualidades. Entretanto baseado nisso o professor deve planejar
atividades para eles com o propósito de suprir este déficit dessas habilidades que são
importantes para o seu dia a dia.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Temos muitas leis que envolvem a inclusão e os direitos dos deficientes visuais,
dentro desse âmbito, cabe não só aos que convivem com essas pessoas, mas a todos
nós fazer com que esses direitos sejam realmente efetivados, pois é de extrema
importância que possuam qualificação na escola e um futuro profissional.
Foi constatado que a educação física e outras atividades adaptadas são de
extrema importância para os deficientes visuais, para o seu desenvolvimento,
formação e aspectos sócio culturais também. Ficou provado que a educação física
inclusiva é uma ferramenta muito bem utilizada para fazer com que os deficientes
visuais participem de atividades que antes não participavam.
Em relação ao ambiente escola, fica claro que é necessário o uso adequado
dos espaços com as devidas adaptações para os deficientes, vários instrumentos de
tecnologia assistiva podem ser utilizados como: Sinalização tátil, sonora, escrita em
braile para que os deficientes visuais possam ler entre outros auxílios.
O papel do professor é fundamental na orientação de seus alunos a aceitar e
respeitar o colega portador de deficiência visual para que assim possa se formar uma
sociedade mais consciente e cabe ao educador ser o primeiro exemplo, educar não
só com palavras mas também com atitudes.
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REFERÊNCIAS
AMORIN, M.; CORREDEIRA, R et al. Goalball: uma modalidade desportiva de
competição. Universidade do Porto Faculdade de Desporto/CIFID2D e LAC. Rev.
Port. Cien. Desp. v.10 n.1 Porto 2010.
BRASIL. Lei 7.853 de 24 de outubro de 1989 - Ministério da Educação (MEC) em sua, Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – CORDE. Publicada no Diário Oficial da União em 25.10.1989. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Ministério da Educação (MEC) em sua, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Publicada no Diário Oficial da União em 23.12.1996.. BRASIL. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Ministério da Educação/ Secretaria de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 2001, 79p. BRASIL. Lei nº 11.126, de 27 de junho de 2005 – Presidência da República/Senado Federal em sua, Lei do Cão-guia. Publicada no Diário Oficial da União em 28.6.2005. BRASIL. Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015. Estatuto da Pessoa com Deficiência – Presidência da República. Publicada no Diário Oficial da União em 7.7.2015. BRUNO, M.M.G.; MOTA, M.G.B. Colaboração: Instituto Benjamin Constant. Programa de Capacitação de Recursos Humanos do Ensino Fundamental: deficiência visual vol. 1 fascículos I – II – III .Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2001. CORREIA, L.M. Alunos com necessidades educativas especiais nas classes regulares. Editora Porto: Porto, 1997. FERREIRA, V. Educação física adaptada: atividades especiais. Rio de Janeiro: editora Sprint. 2010 FONSECA, V. Psicomotricidade. São Paulo: Martins Fontes, 1995. GABRILLI, M. Manual de Convivência: pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Prefeitura Municipal de São Paulo, 2008. GIL,M. Deficiência visual. São Paulo: Editora MEC, 2000. GORGATTI, M.G. Educação Física escolar e inclusão: uma análise a partir do desenvolvimento motor e social de adolescentes com deficiência visual e das atitudes dos professores. 2005.189f. (Doutorado em Educação Física) - Universidade de São Paulo escola de educação física e esporte, São Paulo, 2005. INCLUSÃO JÁ. Em defesa do direito á educação Inclusiva. Disponível em: <https://inclusaoja.com.br/category> Acesso em: 05 de mai. 2016.
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INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT. Centro de Referência Nacional na Área da Deficiência Visual. Disponível em: <http://www.ibc.gov.br> Rio de Janeiro. Acesso em: 10 de mai. 2016. MANTOAN, M.T. A hora e a vez da educação inclusiva. Educação e família – Deficiências: a diversidade faz parte da vida. São Paulo, 2003. MELO, J.P. O ensino da educação física para deficientes visuais. Revista Brasileira Ciências e Esporte, Campinas, v. 25, n. 3, p. 117-131, maio 2004. MITTLER, P. Educação inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre: Editora Artmed, 2003. NASCIMENTO, A.T. Aspectos motivacionais proporcionados pela natação em pessoas com deficiência visual. 2011. 35f. (Licenciatura Plena em Educação Física) - Faculdade Do Clube Náutico Mogiano, Mogi das Cruzes/SP, 2011. ABNT NBR 9050 (Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos) Comitê Brasileiro de Acessibilidade (ABNT/CB–40), pela Comissão de Edificações e Meio (CE–40:001.01). O Projeto circulou em Consulta Pública conforme Edital nº 09 de 30.09.2003, com o número Projeto NBR 9050.
PORTAL DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Ministério da Educação - MEC. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf > Acesso em: 01 de mar. 2016. .