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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
ATIVIDADES CULTURAIS: VALORIZANDO O
CAPITAL HUMANO NAS EMPRESAS
Por: Marcia Cohen de Albuquerque
Orientador
Prof. Ms. Marco A. Larosa
Rio de Janeiro
2003
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
ATIVIDADES CULTURAIS: VALORIZANDO O
CAPITAL HUMANO NAS EMPRESAS
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso
de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Pedagogia
Empresarial.
Por: Marcia Cohen de Albuquerque
3
AGRADECIMENTOS
A todas as pessoas que, direta ou
indiretamente, contribuíram para a
realização desta Monografia.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta Monografia ao meu marido,
Guilherme Pinto de Albuquerque, que me
conscientizou da importância da Pós-
Graduação como aperfeiçoamento profissional
e experiência de vida, me incentivando a cada
dia.
Marcia Cohen de Albuquerque
5
RESUMO
A presente monografia, apresentada à Universidade Cândido Mendes
como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato
Sensu” em Pedagogia Empresarial, analisa a valorização do Capital Humano
nas empresas, através de atividades culturais.
O primeiro passo dado para a realização deste trabalho foi a
elaboração de um breve histórico sobre a evolução dos equipamentos
culturais e das atividades neles disponíveis, para a população da Cidade do
Rio de Janeiro, nesta última década. A pesquisa teve como ponto básico a
inauguração do Centro Cultural do Banco do Brasil, passando pela
revitalização de centros culturais realizada pelos setores público e privado e
sua utilização até os dias de hoje, resultando no primeiro capítulo desta
monografia.
No segundo capítulo, o tema evoluiu para as questões do Marketing
Cultural, os objetivos que levaram as empresas a fazer uso desta ferramenta
e como estão utilizando-a através das Leis de Incentivo à Cultura. Foram,
ainda, relacionados neste capítulo algumas empresas e suas experiências
no âmbito da cultura e responsabilidade social.
No terceiro capítulo foi feita uma abordagem sobre as novas
exigências do mercado, tendo em vista a globalização. O que as empresas
estão fazendo para ter ou manter vantagem competitiva.
O reconhecimento do capital humano para o sucesso da empresa e
como vem sendo o investimento nele, através da cultura, e o papel do setor
de Recursos Humanos de uma empresa, na valorização de seus
colaboradores.
6
Um estudo de caso foi escolhido para formar o quarto capítulo. A
Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro foi a opção para este estudo, tendo
em vista as diversificadas ações anunciadas na mídia.
Os principais pontos abordados foram as modificações de estruturas
organizacionais ocorridas, como forma de se adaptar a uma nova forma de
poder – o conhecimento e que iniciativas estão sendo tomadas nos
diferentes órgãos, em relação a valorização dos seus servidores, através da
cultura.
Finalizando, o quinto capítulo sugere o projeto O Funcionário e a
Cultura, que pode ser apresentado ao setor empresarial, com o objetivo de
despertar no empresariado de uma cidade como o Rio de Janeiro, repleta de
opções culturais, mais uma maneira de valorizar o seu capital humano.
7
METODOLOGIA
Percorrer vários espaços culturais da cidade, com o objetivo de
conhecer como eles funcionam e que tipo de serviço oferecem à sociedade,
bem como coletar o material existente sobre os mesmos, foi a primeira etapa
da metodologia utilizada para a realização deste trabalho.
A Internet foi bastante consultada em assuntos como centros
culturais, política cultural, capital humano, assim como jornais e revistas.
Sites de empresas foram acessados na busca de informações sobre o que
está sendo realizado na valorização de pessoas na área empresarial.
Paralelamente a estes procedimentos, a leitura de bibliografia
existente na área de Administração, Gestão do Conhecimento, Capital
Humano e Treinamento e Desenvolvimento foi o suporte teórico, que junto
com o que foi observado e com o material coletado, contribuíram para a
conclusão desta Monografia.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - A Revitalização dos Centros Culturais 12
CAPÍTULO II - O Marketing Cultural nas Empresas 17
CAPÍTULO III – A Valorização do Capital Humano na Empresa 27
CAPÍTULO IV – Estudo de caso – A valorização dos Servidores da
Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro através da cultura 37
CAPÍTULO V – Uma Proposta de Valorização do Capital Humano Através da Cultura 43
CONCLUSÃO 47
ANEXOS 50
Comprovação de Participação na Vida Cultural da Cidade 51
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52
ÍNDICE 57
FOLHA DE AVALIAÇÃO 59
9
INTRODUÇÃO O mundo vem passando nas últimas décadas por um conjunto de
transformações políticas e econômicas cujo ponto central de mudanças é a
integração dos mercados numa “aldeia global “, é a globalização.
A globalização não é um acontecimento recente. Ela se iniciou já
nos séculos XV e XVI, com a expansão marítima - comercial européia, do
capitalismo e continuou nos séculos seguintes. O que diferencia aquela
globalização da atual é a velocidade e a abrangência de seu processo que é
muito maior hoje. Esse processo tem sido acompanhado de uma intensa
revolução nas tecnologias de informações (telefones, computadores e
televisão).
Com a abertura da economia brasileira aos fluxos da globalização,
as empresas nacionais se esforçam para se adaptar à nova realidade
mundial, procurando métodos cada vez mais apurados de administração
empresarial, controle eficaz do capital financeiro, novas tecnologias, baixos
custos de produção e mão de obra altamente qualificada, com o poder do
conhecimento.
No mundo globalizado a qualidade, a produtividade e a
competitividade são questões de sobrevivência. O poder de cada empresa é
desigual e surgem entre elas e o mercado relações desiguais. Algumas
serão vitoriosas e outras não.
Embora fazendo parte de um mundo globalizado e da sociedade da
informação, na qual vive hoje a humanidade, onde o principal recurso
estratégico é o conhecimento, muitas empresas permanecem com a sua
cultura centrada na tecnologia e no setor financeiro, não possuindo uma
política definida de valorização do seu capital humano, mesmo sendo este
que detém a capacidade, a experiência e o conhecimento.
10
Este trabalho visa demonstrar que tão importante quanto investir em
tecnologia e controlar o capital financeiro é investir no capital humano da
empresa e que a cidade do Rio de Janeiro, na última década, teve uma
expansão de atividades culturais, não só nas áreas de teatro, artes e
música, mas, também abrigando grandes feiras, congressos, seminários e
cursos. As empresas devem aproveitar este crescimento cultural da cidade,
proporcionando o acesso de seus funcionários a este tipo de atividade,
incentivando, assim, a busca constante pelo conhecimento, o cultivo da
inteligência e o autodesenvolvimento das habilidades, percepções e
competências humanas. Em uma sociedade onde as mudanças são
constantes e velozes, a informação só não basta, ela tem que ser
transformada em conhecimento, que deve ser compartilhado, gerando novas
idéias, experiências e resultados.
A valorização do capital humano através da cultura seria mais uma
ferramenta para as empresas que valorizam as pessoas que formam seu
quadro de pessoal.
Atualmente algumas já investem em projetos culturais visando a
divulgação de sua marca, mas não associam este investimento ao fato de
facilitar o acesso dos funcionários às atividades patrocinadas por elas ou a
outros eventos culturais.
O comprometimento dos funcionários com a organização, gerando
serviços ou produtos com qualidade é o retorno que as empresas têm pelo
reconhecimento do valor do seu capital humano.
11
CAPÍTULO I
A REVITALIZAÇÃO DOS CENTROS CULTURAIS
“Só cresce em termos pessoais e profissionais quem, além de
trabalhar, viaja, passeia, descobre outras realidades, estuda,
reflete...”
(Domenico De Masi)
12
A REVITALIZAÇÃO DOS CENTROS CULTURAIS
O final da década de 1980 e o início dos anos 90 foram marcados pela
busca de rumos prioritários para a cidade do Rio de Janeiro. Um pacto entre a
sociedade civil e o poder público foi estabelecido a fim de revitalizar
economicamente a cidade. A inauguração do Centro Cultural Banco do Brasil
foi um marco que impulsionou a revitalização de outros Centros Culturais.
1.1 - A criação do Centro Cultural do Banco do Brasil
Em 18 de junho de 1987, por decisão da diretoria do Banco do Brasil,
atendendo a proposição do Presidente Camillo Calazans de Magalhães, foi
criado o Centro Cultural de Documentação Financeira do Banco do Brasil
que seria instalado no antigo prédio da rua Primeiro de Março, no 66, cuja
pedra fundamental foi lançada por D.Pedro II, em 1880 e que na década de
1920 passou a pertencer ao Banco, que o reformou para abrigar a sua sede,
que funcionou até 1960, quando foi transferida para Brasília, permanecendo
no espaço apenas uma agência, ficando o prédio de valor histórico sub
utilizado.
Segundo Reinaldo Benjamim Ferreira, em Centro Cultural Banco do
Brasil, uma experiência que deu certo - Memórias, “Para o presidente, havia
necessidade de se resgatar a importância histórica do edifício, destinando-
lhe uma utilização mais nobre - um grande centro cultural”. Ainda para
Calazans, “tendo em vista a fase de incertezas que passava o Banco, a
instalação de um centro cultural serviria de excelente veículo de marketing
institucional, produzindo efeitos positivos para os negócios da Empresa, uma
vez que seria associada a sua boa imagem na sociedade à geração e oferta
de produtos de qualidade. O funcionamento de um complexo cultural,
proporcionaria um afluxo permanente de pessoas, motivadas pela realização
de espetáculos, seminários, cursos, debates e programas educativos”.
13
Para viabilizar a inauguração do Centro Cultural, foi celebrado no
Banco do Brasil um convênio de assessoramento técnico da Fundação Pró -
Memória, com interveniência do Governo do Estado do Rio de Janeiro e a
Prefeitura Municipal da Cidade do Rio de Janeiro, por intermédio de suas
Secretarias de Cultura.
No final dos anos 80, em 12/10/1989, foi inaugurado o Centro Cultural
do Banco do Brasil, que segundo Reinaldo Benjamim Ferreira, “era um
presente de enorme valor para seus funcionários, a classe artística,
intelectuais, pessoas que lidam com a atividade cultural e a Cidade do Rio
de Janeiro. O povo carioca teve a oportunidade de mudar e direcionar seus
hábitos de consumo cultural.” A população passou a ter uma nova gama de
produtos culturais de qualidade.
1.2 - Surgimento de outros Centros Culturais
A abertura do Centro Cultural coincidiu com o momento em que ocorria
a idéia de revitalização e recuperação histórica do centro da cidade,
fomentada pelo projeto Corredor Cultural e motivou a criação de vários
outros espaços, com o objetivo de produção cultural, em prédios de
importância histórica e arquitetônica que estavam esquecidos no centro do
Rio, mas que valorizavam o patrimônio da cidade, tais como: Casa França
- Brasil, Espaço Cultural dos Correios, Paço Imperial, Espaço Cultural da
Justiça Federal, Espaço Cultural da Marinha, Espaço Cultural da Light.
Estes espaços passaram a oferecer à população exposições, salas de
vídeo, teatro, palestras, programas educativos para as escolas, seminários
para educadores, entre outras atividades, além de ambientes como bistrô,
livraria, restaurantes e biblioteca, como por exemplo a do Centro Cultural
Banco do Brasil. Os espaços já existentes, como a Biblioteca Nacional,
Teatro Municipal e os museus do centro, procuraram intensificar suas
ofertas de produtos e, na medida do possível, adaptaram seus espaços e
criaram ambientes agradáveis, como os dos centros recém restaurados.
14
1.3 - Os Centros Culturais Municipais do Rio de Janeiro
Na última década, a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, por
intermédio da Secretaria Municipal de Cultura, mudou radicalmente o olhar
sobre o papel da cultura, insistindo em sua importância como fator de
crescimento econômico e desenvolvimento social. Através de uma política
de promoção de transformações sócio-ecônomicas, com projetos e
atividades direcionados ao desenvolvimento social e a integração espacial
da cidade, implantou um amplo programa de restauração e reocupação de
espaços culturais.
A descentralização das atividades permitiu programar ações de acordo
com a necessidade da área carente de ofertas culturais, atingindo um
público maior e mais diversificado. Alguns bairros como Santa Teresa,
Gamboa, Centro, Jacarepaguá, Flamengo foram contemplados com centros
culturais revitalizados, além da Zona Oeste, onde foram implantadas as
Lonas Culturais, que são uma nova alternativa de cultura e lazer. Alguns
centros dedicam-se a atividades bem específicas como o Centro Cultural
José Bonifácio, na Gamboa, que visa a preservação e divulgação da cultura
afro-brasileira, o Centro Cultural Oduvaldo Vianna Filho - Castelinho do
Flamengo, que funciona como uma videoteca pública e o Centro Cultural
Professora Dyla Sylvia de Sá que tem suas atividades dirigidas para o
público da terceira idade.
A Prefeitura, acreditando na importância da cultura para a formação do
cidadão e para o crescimento econômico, desenvolvendo sua política
pública para o setor, consolidou uma estrutura que abrange seis Centros
Culturais, seis Lonas Culturais, três Museus, uma Rede Municipal de
Teatros, uma Rede de Bibliotecas, o Planetário, o RIOARTE, a RIOFILME,
entre outros espaços.
15
1.4 - Outros Espaços Culturais
Não só o setor público investiu nesta área, mas o setor privado também.
Foram se agregando à cidade centros culturais ligados a diversas entidades tais
como: os das Universidades Cândido Mendes e Estácio de Sá, Espaço Cultural
Unibanco, Instituto Moreira Salles, Espaço Cultural Julieta Serpa.
1.5 - Os benefícios trazidos pelos Centros Culturais
Aos poucos esses espaços foram se incorporando à vida da cidade e,
em conseqüência, surgiram nas ruas próximas a eles, principalmente no
centro, vários restaurantes e bares que servem refeições de diversos tipos,
além do aparecimento de livrarias, cafeterias, lojas de discos e casas de
objetos artísticos, propiciando a criação de empregos, o desenvolvimento do
turismo e um maior crescimento econômico para a cidade.
O investimento na revitalização dos Centros Culturais pelo poder público
e privado, contribuiu para que a cidade do Rio de Janeiro resgatasse sua
posição como um dos principais pólos culturais do país, democratizando o
acesso da população à cultura, através de uma diversificada programação em
centros, museus, teatros, cinemas, e até mesmo em parques, praças e praias.
A ampla disponibilidade de horário oferecida por esses espaços, uma
vez que funcionam durante a semana, sábados, domingos e feriados, e a
oferta de atividades gratuitas, contribuem para que o carioca planeje uma
visita a esses espaços, para algum tempo livre, ou mesmo, após a sua
jornada de trabalho. Favorecem, ainda, para que as empresas que investem
no seu Capital Humano, aproveitem as oportunidades que a cidade oferece
na área cultural e organizem atividades deste tipo, proporcionando uma
maior integração de seus funcionários, o desenvolvimento da auto-estima e
o aprimoramento dos mesmos como pessoa, como profissional e cidadão de
uma sociedade em constante mudança.
16
CAPÍTULO II
MARKETING CULTURAL NAS EMPRESAS
“Para as empresas, o social emerge como um novo campo de
oportunidades onde elas poderão obter mais competitividade
através da agregação de valor social aos seus negócios”
(Francisco Paulo de M. Neto e César Froes)
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MARKETING CULTURAL NAS EMPRESAS Século XXI começou sob o signo da solidariedade e do voluntariado. O
mundo entrou numa fase de valorização das atividades sociais positivas. Numa
extensão dos anos 90, os avanços tecnológicos continuam expressivos, com
aumento da produtividade das empresas e dos índices de eficiência.
A cada dia é crescente o número de empresas que fazem uso do
Marketing Cultural, associando as suas marcas a projetos culturais, sociais,
educacionais e ambientais, obtendo uma maior divulgação de seus produtos
e retorno financeiro.
2.1- A MOTIVAÇÃO PARA AS EMPRESAS
A aceleração do desenvolvimento tecnológico especialmente na
área das telecomunicações provocou a integração das economias do
planeta. O mundo se tornou globalizado. As empresas, objetivando a
sustentabilidade e o seu desempenho no mercado, a cada dia procuram
diversificar suas atividades e investir no seu capital humano, na área cultural
e no social. Posicionam-se como socialmente responsáveis.
Até 1994, não estava devidamente disseminada entre os empresários
brasileiros a prática de incentivar a cultura nacional e, ao mesmo tempo, se
beneficiar de incentivos fiscais. O desconhecimento da legislação, a
dificuldade para compreender as Leis de Incentivo à Cultura e a burocracia
eram motivos para o desinteresse no investimento em cultura por parte
deste seguimento da sociedade.
A política cultural do presidente Fernando Henrique Cardoso, que
investiu em cultura, no período de 1995 a 1998, quase R$ 1 bilhão , motivou
as empresas públicas e privadas a investir em projetos culturais, através das
Leis de Incentivo, proporcionando à indústria cultural movimentar quase 1%
do PIB do país, criando mais de 160 mil postos de trabalho diretos e
indiretos na área e ampliando o acesso da população aos bens culturais.
18
Para YACOFF SARKOVAS, diretor da Articultura, em notícia da Folha On
Line de 15/04/2003, Seminário em São Paulo discute patrocínio e investimento,
comentou “os investimentos em parcerias nos setores cultural e esportivo
movimentam US$ 25 bilhões no mundo e US$ 1 bilhão no Brasil. É um novo
conceito de investimento, em que a empresa tem de estar presente em
importantes acontecimentos culturais e sociais.”
2.2- A UTILIZAÇÃO DO MARKETING CULTURAL
Na última década praticamente sextuplicou o número de empresas
que passaram a investir em cultura, fazendo uso da ferramenta de
comunicação - Marketing Cultural - que usa a cultura como veículo de
comunicação para difundir o nome, o produto ou a fixar a imagem da
empresa.
Inicialmente as empresas começaram a investir no marketing cultural,
porque financeiramente era um bom negócio, tendo em vista as leis de
incentivo à cultura que podiam ser utilizadas, mas logo perceberam que
este tipo de marketing apresentava soluções baratas a três novas exigências
do mercado: a necessidade de diferenciação das marcas, a diversificação de
comunicação para melhor atingir o seu público e a necessidade da empresa
de posicionar-se como socialmente responsável.
Para o presidente da Natura, “ a marca é o maior patrocínio que uma
empresa pode ter, e ela só se fortalece se houver um conceito amplo de
responsabilidade social.” Assim, quando uma empresa investe em um
projeto cultural ou social, ela se diferencia das demais a partir do momento
em que toma para si determinados valores, além de ampliar a forma como
se comunica com o seu público ativo e mostra para a sociedade que não
está preocupada apenas com o seu lucro.
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Atualmente, os shoppings estão investindo em programação cultural,
proporcionando aos freqüentadores atividades gratuitas como exposições,
apresentações de danças, shows, bate papo com escritores, consultores de
moda e de outras áreas e, principalmente, em época de férias escolares,
oferecem atividades de artes e lúdicas, dirigidas ao público infantil. É uma
forma de atrair o público e beneficiá-lo ao mesmo tempo.
Quando uma empresa patrocina um show, por exemplo, em
contrapartida pode distribuir ingressos para seus funcionários, ter uma
apresentação para seus convidados especiais, pode realizar distribuição de
seu produto, mostrar o artista consumindo seu produto, enfim, gera ganhos
de aumento de vendas, institucionais e promocionais da imagem e da
marca, aumento de produtividade, devido ao alto grau de motivação dos
empregados, de confiabilidade, respeito e admiração por parte do público,
da mídia e do governo. A empresa acaba tendo benefícios de ordem
econômico-financeira, estratégicos, éticos e motivacionais. É o retorno social
institucional que, segundo Francisco Paulo de Melo Neto e César Fróes, em
responsabilidade Social e Cidadania Empresarial – A Administração do
Terceiro Setor, pode ser avaliado através de uma “Pesquisa de Avaliação do
Retorno Social”, que, numa escala de 0 a 3 (0 = nenhuma, 1 = baixo, 2 =
médio e 3 = alto) os seguintes itens são avaliados:
• grau de fortalecimento da imagem – a empresa ganha confiança
de todos e é alvo de admiração em seu conjunto
• grau de potencialização da marca – a marca fica mais conhecida
• número de novos clientes – clientes que mudam de marca
• índice de recall – índice de retorno para a empresa
• grau de divulgação na mídia – maior divulgação na mídia
• grau de apoio dos empregados e parceiros – valorizam a empresa
por ser socialmente responsável
20
A pesquisa pode ser feita através da aplicação de questionários a
clientes antigos, novos, não clientes, funcionários, após terem decorridos
três ou quatro meses de atuação da empresa na área.
Assim como há empresas patrocinando projetos ou ações de
terceiros, é crescente o número delas que decidiram criar e aplicar em
projetos próprios.
Podemos citar a Belgo - Mineira, que além de investir em cultura,
promovendo oficinas de arte, teatro de rua, concertos na cidade de Mariana e
proximidades, sala de cinema e produção de filmes, investe na educação do
ensino Fundamental e Médio de seus empregados e em programas de
treinamento e capacitação, até porque tem como princípio que “para gerar
negócios, dar lucro e crescer, uma empresa depende de que seus empregados
cresçam junto com ela. Tanto pessoal quanto profissionalmente.”
A CEMIG mantém um programa de educação básica, com o objetivo
de proporcionar aos empregados o curso fundamental, patrocinou a
exposição Camille Claudel, e o projeto Minas para Sempre.
A USIMINAS criou um colégio que atende da pré - escola ao Ensino
Médio, possui programa de treinamento e requalificação profissional para os
empregados e mantém atividades culturais através do Instituto Cultural Usiminas.
O Bradesco criou a Fundação Bradesco, composta por um grupo de
profissionais ativos, responsáveis pela gestão dos recursos, capacitação
profissional e pelo desenvolvimento de todo o projeto educativo. São 39
escolas instaladas em diversos estados do país e no Distrito Federal,
atendendo aos funcionários e seus filhos, além de cursos livres para as
comunidades, tendo como resultado, até 31/12/2002, 496.282 alunos
formados, conforme especificação a seguir:
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CURSOS
NÚMERO DE ALUNOS
Ensino Médio Profissionalizante 51.947 Ensino Fundamental 59.388 Educação Profissional Técnica 1.573 Demais Cursos 383.374 Total 496.282
O Itaú, através do programa Rumos, tem como objetivo democratizar e
expandir a produção cultural brasileira. Em quase seis anos de implantação já
mobilizou mais de 6 mil pessoas, entre agentes culturais, curadores, artistas,
técnicos, produtores. Dos 7.007 projetos inscritos, 333 foram selecionados entre
as áreas de artes visuais, cinema e vídeo, música, dança, mídias interativas e
transmídia, que geram produtos distribuídos gratuitamente a instituições culturais
e educacionais, conforme a seguinte discriminação:
ÁREA INSCRITOS SELECIONADOS
Artes Visuais 3.071 153
Cinema e Vídeo 989 38
Música 1.712 78
Dança 433 45
Mídias Interativas 262 06
Transmídia 540 13
Total 7.007 333
A Fundação Roberto Marinho, uma instituição privada sem fins
lucrativos, tem por objetivo contribuir, através do uso dos meios de comunicação,
para a solução dos problemas educacionais da maioria da população brasileira.
Para cumprir este objetivo, ela desenvolve projetos educacionais em
todo o país, nas áreas de ensino básico, educação extracurricular,
patrimônio histórico, cultural e natural. Em todos os seus projetos adotou o
modelo de parceria com empresas privadas, entidades governamentais,
associações comunitárias, organismos internacionais e sindicatos.
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Entre os seus projetos podemos citar o Telecurso 2000, que já soma
mais de dois milhões de alunos que já freqüentaram as salas de aula, desde
a sua inauguração em 1995.
O projeto Cristo Redentor de Braços Abertos proporcionou o
restauro e a nova iluminação da estátua do Cristo, inaugurada em abril de
2000, e, no início de 2003, a inauguração do sistema de elevadores
panorâmicos e escadas rolantes para facilitar o acesso dos visitantes ao
monumento. A Fundação contou com a parceria do Banco Real,
Arquidiocese do Rio de Janeiro, Prefeitura e IBAMA.
A Fundação também patrocina o espetáculo de Som e Luz nos
jardins do Museu Imperial. Trata-se de uma super produção que utiliza
efeitos especiais de iluminação e sonorização para reviver a história de D.
Pedro II até a Proclamação da República.
Outra realização da Fundação foi a criação do Centro Cultural Yves
Alves, com anfiteatro, cinema e sala de conferências, na cidade de
Tiradentes, em Minas Gerais. Tiradentes também contou com a recuperação
da Igreja Matriz de Santo Antônio, que passou a abrigar um espetáculo
permanente de som e luz, contando a sua história. O projeto contou com a
parceria do BNDES, TV Globo Minas e com apoio da Lei Federal de
Incentivo à Cultura.
O projeto Cores da Cidade vem recuperando centros históricos em
várias cidades como Recife, Curitiba, Manaus e Santos.
O Memorial do Rio Grande do Sul, importante espaço cultural em
Porto Alegre, que oferece aos gaúchos e visitantes um passeio pela história
e tradições do estado, também é uma realização da Fundação Roberto
Marinho que, com todas as iniciativas citadas, investe no conhecimento em
prol da educação da população.
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Mc’Donalds, C&A, Adidas, Xerox, Coca - Cola, companhias
telefônicas, enfim, poderíamos citar inúmeras outras que, de alguma
maneira, estão se firmando como empresas socialmente responsáveis,
investindo nas áreas de educação, cultura, social e ambiental, sem perder
de vista seus objetivos corporativos e colaborando com o Estado no seu
papel social junto à população.
2.3- LEIS DE INCENTIVO À CULTURA
Uma lei de incentivo à cultura é aquela que oferece benefício fiscal
à pessoa física ou jurídica, como atrativo para investimentos na área cultural.
Existem, hoje, leis de incentivo federais, estaduais e municipais.
Cada lei tem seu funcionamento específico. A lei federal oferece
dedução no Imposto de Renda, de pessoas físicas ou jurídicas, já a lei
estadual, proporciona abatimento de ICMS e a lei municipal, no IPTU e ISS.
A lei número 8313 - Lei Federal de Incentivo à Cultura - Lei Rouanet
- de 23/12/1991, sofreu modificações relevantes com os decretos 1493 e
1494, ambos de maio de 1995, e com a Instrução Normativa Conjunta
SE/MINC - SRF/MF número 01/95 de 13/06/1995. Dentre as alterações
houve o aumento do limite a deduzir do imposto de renda e a autorização
para se evoluir nos projetos, gastos com serviços contratados para a
elaboração, divulgação e difusão do mesmo.
Houve um maior interesse por parte dos empresários em investir em
cultura através das Leis e o que se vem assistindo é uma multiplicação de
exposições de artes e espetáculos teatrais, de danças, óperas e concertos.
A Lei número 1940 - Lei Municipal de Incentivo à Cultura - do
Município do Rio de Janeiro, de 31/12/1992, regulamentada através do
decreto número 12.077 de 27/05/1993, foi um mecanismo intensificador da
vida cultural do Município.
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Os produtores culturais, para se beneficiar das leis, devem protocolar
seus projetos no órgão público de cultura especificado nas legislações, onde
serão encaminhados a uma comissão, para análise.
Quando o projeto é aprovado, um certificado de enquadramento é
emitido, com validade de um ano, e o produtor cultural, a partir de então,
está apto a procurar uma empresa que queira patrocinar seu projeto. O
produtor cultural deve estar atento ao perfil da empresa para a qual irá
apresentar o projeto, pois a mesma busca algum tipo de retorno institucional
ou de vendas.
Segundo José Carlos Vaz, em seu artigo Lei de Incentivo à Cultura,
pode ser sugerido o seguinte fluxograma para o andamento de projeto
cultural:
IDÉIA PROJETO
PROJETO RECURSOS ATENDENDO REQUISITOS
A última década foi marcada por um grande crescimento na área de
produção cultural. A cultura passou a ter um peso econômico importante em
nosso país, inclusive como grande geradora de empregos. As empresas
preocupadas com o desafio do mercado procuraram manter qualidade
produtividade e competitividade, que são, hoje, a trilogia do sucesso
empresarial.
Proponente do Projeto Promotor Cultural Secretaria ou Fundação Cultural
Empresa Certificado captação de recursos
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Motivadas pelas leis de incentivo que surgiram no início dos anos 90
e usando uma ferramenta de comunicação, o marketing cultural, as
empresas passaram a investir em projetos culturais, visando o retorno
institucional, o lucro e a melhoria da sua imagem perante a sociedade, pois
no momento, uma empresa insensível aos problemas sociais da comunidade
perde o respeito de seus funcionários, parceiros, clientes e dos cidadãos.
Podemos considerar que a implantação das leis de incentivo foi
interessante para as empresas, para os produtores culturais e para o
governo, que sempre tem um orçamento apertado destinado para a área
cultural. Conforme José Carlos Vaz, em seu artigo Lei de Incentivo à Cultura,
“Os incentivos fiscais à cultura podem servir como instrumentos para a
redução da inadimplência, se forem previstos mecanismos de renúncia fiscal
de impostos atrasados em troca de patrocínio de produções culturais”.
A participação das empresas em projetos culturais colabora com o
governo no desenvolvimento de sua política neste setor, que visa melhorar a
qualidade de vida da população, proporcionando o seu acesso a bens
culturais, através do aumento de sua produção com qualidade e voltada para
as suas necessidades.
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CAPÍTULO III
A VALORIZAÇÃO DO CAPITAL HUMANO NA
EMPRESA
“Educar para a cidadania é o mesmo que apontar
possibilidades, mostrar caminhos, desvelar esperanças sem
definir limites à liberdade de buscar o saber, o saber fazer e o
saber ser.”
(Paulo Freire)
27
A VALORIZAÇÃO DO CAPITAL HUMANO NA
EMPRESA
No início da década de 90, as empresas procuravam o caminho
da prosperidade por meio de cortes nas estruturas. Os trabalhadores eram
considerados custos e tratados como tal.
Com o avançar dos anos, as empresas foram percebendo que
a capacidade , o comportamento e a energia dos trabalhadores , ou seja, o
capital humano não poderia ser desconsiderado quando procuravam manter
ou ter vantagem competitiva. E nos meados da década, os trabalhadores
deixaram de ser custos e passaram a ativos da empresa, o que significou
um reconhecimento do valor das pessoas para o sucesso da empresa.
Passamos, então, a Era do Capital Humano.
3.1- A ERA DO CAPITAL HUMANO
As empresas necessitam rapidamente ajustar-se aos novos tempos,
sob o risco de não mais se manterem competitivas e serem eliminadas pela
concorrência. A economia está cada vez mais globalizada. A arena é o
mundo e hoje os desafios são bem maiores. Há um mercado livre sobre um
controle central, o capitalismo se sobrepondo ao socialismo, a democracia
ao socialismo e os mercados abertos eliminando os fechados. O
paternalismo está dando lugar à competência e ao profissionalismo.
Em meio a todas as mudanças o ser humano, principal fator
capaz de tornar a empresa permanentemente competitiva, passou a ser o
centro das atenções, ele é o detentor do conhecimento e somente os seres
humanos competentes e devidamente qualificados é que poderão produzir
ou prestar serviços com qualidade.
28
De acordo com Olga Stankcevicius, Diretora da
Pricewaterhouse Coopers, em seu artigo Quanto Vale o Capital Humano,
publicado na revista Você On Line, o capital humano é um dos três blocos
que forma o Capital Intelectual de uma empresa, assim definidos:
•capital organizacional, que são os móveis, imóveis,
equipamentos, enfim, tudo que permanece na empresa após o expediente.
•capital de clientes, que é o que alimenta o caixa e sustenta a
existência da empresa.
•capital humano, que são as pessoas que dão vida ao capital
organizacional, que dialogam, atendem e conquistam os clientes, usam e
aplicam recursos, tecnologia, fazem as coisas acontecerem.
O capital organizacional e o de clientes sem o capital humano
ficam paralisados. É este último que movimenta os outros. É o indivíduo com
seu talento, aptidões, experiências e busca pelo conhecimento, que
incorpora valor à empresa.
Sabemos que muitas empresas nem pensam em mudar seus
modelos organizacionais e outras já passam por um processo de mudança
administrativa, conscientes de que mudar requer tempo e compreensão do
que é e como funciona sua cultura corporativa, para poder implantar uma
nova maneira de administrar, mais rápida , com poucos níveis hierárquicos,
focada no cliente, com revisão permanente dos processos e melhorias
contínuas.
Segundo Roberto de Oliveira Loureiro, Coordenador de T&D da
Duratex S.A., no artigo Como Competir na Era do Capital Humano o quadro
a seguir demonstra os novos paradigmas do cenário empresarial.
29
Novos Paradigmas do Cenário Empresarial
De: Para:
Pouca Competitividade Competição Global
Estabilidade Mudanças
Previsibilidade Incertezas
Individualismo Parceria
Rigidez Hierárquica Flexibilidade
Poder Centralizado Empowerment
Relação Ganha x Perde Relação Ganha x Ganha
Crescimento da População Diminuição da População
Motivação do tipo Dilbert Competência e Profissionalismo
Segurança no Emprego Empregabilidade
Diploma Educação Continuada
Carreira Definida pela Empresa Carreira como Responsabilidade do
Indivíduo
Cargos Espaço Organizacional
Para competir no atual cenário empresarial é preciso ser um
indivíduo com alta taxa de empregabilidade, ou seja, ter a capacidade de
desenvolver novas competências para estar em condições de atender as
contínuas exigências e desafios do mercado de trabalho. O que importa hoje
é ser empregável e não ter um emprego para a vida toda.
É importante uma associação mútua e proveitosa entre
empresa e empregados, onde estes desenvolvem suas habilidades,
empregando-as no trabalho, proporcionando o sucesso da empresa e esta,
em troca, oferece local agradável e desafiante e recompensas aos seus
colaboradores. O sucesso da empresa está diretamente ligado a seu
pessoal.
30
Ainda, segundo Olga Stankcevicius, em artigo já citado, o talento
de cada indivíduo da organização pode ser avaliado através de três aspectos,
que formam as fontes de valor do indivíduo, que são:
- Quem sou – composto pela história pessoal,
princípios, valores, conhecimentos, habilidades, potencial,
aspirações e expectativas.
- O que faço – são as experiências, status, uso
do poder. É o que alavanca oportunidades e competências.
- Como me relaciono – é a capacidade de
gerar conexões na empresa, no mercado, na comunidade,
no círculo social e familiar.
A articulação desses três aspectos dos empregados e mais a
sua vontade de aprender, de buscar o conhecimento, do espírito do trabalho
em equipe, transformados em produtos ou serviços motiva o cliente a
procurar a empresa e não o concorrente.
Através de uma política de Recursos Humanos as empresas
devem estimular seus talentos, desenvolvendo pessoas com prontidão, que
ousem, que busquem soluções criativas e que se sintam motivadas para tal,
permanecendo na empresa e contribuindo para o seu sucesso.
3.2- O PAPEL DO SETOR RECURSOS HUMANOS
A gestão de Recursos Humanos começa com a construção do
futuro da organização, através do planejamento dos Recursos Humanos,
que assegura a organização que, para onde quer que ela vá e seja como for,
as pessoas necessárias estarão lá, no momento certo, organizadas e
gerenciadas com eficácia.
31
Podemos citar seis pontos básicos que o R.H. deve levar em
consideração em sua atuação, que são: mudança, planejamento,
recrutamento e seleção, remuneração, avaliação e treinamento e
desenvolvimento.
O R.H. deve identificar e usar o ambiente de mudança também
como uma parte competitiva, entendendo que ela é inevitável no momento
atual, mas pode e deve ser gerenciada.
Planejar para suprir a organização com talentos capazes de
suprir suas necessidades, produzindo produtos ou serviços com qualidade, o
que possibilita ao empreendedor construir e manter uma margem
competitiva no ambiente empresarial.
Recrutar e selecionar pessoas que tenham a vivência e o nível
adequado ao cumprimento das responsabilidades da empresa.
Estimular a atitude produtiva e inovadora dos colaboradores da
empresa, provocando a criação de sistemas de compensação e benefícios
que estimulem tal atitude.
Quanto à avaliação, o R.H. deve assegurar que cada
colaborador saiba o seu papel na empresa e como sua atuação será aferida.
E como a capacitação das pessoas é um dos fatores críticos de
sucesso para a sobrevivência das empresas nesta era do Capital Humano,
onde o conhecimento está em alta, mas ele só não basta, tem que ser
colocado em prática e gerar novas informações, é primordial que o R.H.
trabalhe na valorização técnica, pessoal, cultural e social de cada indivíduo,
através de cursos de capacitação, treinamento, participação em congressos,
seminários, facilitando o acesso às atividades culturais.
32
Cabe ao R.H. traçar diretrizes que não decepcionem as
expectativas dos empregados quanto ao retorno esperado pela contribuição
dada a empresa, que se sintam motivados a permanecer na mesma.
3.3- O TRABALHO, A CULTURA E O LAZER
Segundo Domenico De Masi, em O Ócio Criativo, o novo
desafio que marcará o século XXI é como inventar e difundir uma nova
organização, capaz de elevar a qualidade de vida e do trabalho, fazendo
alavanca sobre a força silenciosa do desejo de felicidade. Para ele, seria
ideal um modelo baseado na simultaneidade entre trabalho, estudo e lazer,
que estimulasse os indivíduos a privilegiar a satisfação de necessidades
radicais, como introspecção, amizade, amor, atividades lúdicas e
convivência, proporcionando a cada um desenvolver-se através da
criatividade e da liberdade.
Vivemos em uma sociedade onde desde a infância e por toda
adolescência a educação familiar se preocupa quase que exclusivamente
com a preparação do jovem para o trabalho, uma vez que o mesmo oferece
a possibilidade de ganhar dinheiro, prestígio e poder. Mas, em meio a uma
época em que o mundo passa por grandes transformações em diferenciados
níveis como o social, o econômico, o político, o ambiental, na própria
educação e nas relações de trabalho, deparamos com pessoas que desejam
que o trabalho seja recompensado com dinheiro, prestígio e poder, mas
também proporcione oportunidade de desenvolvimento como pessoa e
profissional, além de qualidade de vida.
Para Domenico De Masi, seria necessário se educar também para
o tempo livre que significa viagem, cultura, esporte, repouso, reflexão, estética,
ginástica, ler um livro, assistir a um filme, além de desfrutar de atividades
gratuitas, como observar a natureza, conversar com amigos, caminhar.
33
Atualmente as escolas estão planejando mais atividades
ligadas a tempo livre como excursões, ida a teatro, sessões de vídeo,
indicação de livros para leitura, debates com escritores, entre outras
atividades.
As empresas, por sua vez, estão começando a se preocupar
em planejar atividades que unam trabalho, lazer e estudo.
Como já foi citado no capítulo anterior, algumas empresas,
através do marketing cultural, deixam registradas no mercado a sua marca e
em contrapartida também proporcionam a seus funcionários o acesso à
atividades culturais, colaborando assim para o desenvolvimento dos
mesmos, através do lazer, da cultura.
O Itaú, é um dos parceiros do MAM de São Paulo. Lá, seus
funcionários somente apresentam sua carteira funcional e têm entrada
gratuita em seus eventos, além de possuir colônias de férias em São Paulo e
Rio de Janeiro e proporciona cursos de capacitação fora do ambiente de
trabalho.
O Bank Boston patrocina concertos, sendo uma apresentação
para funcionários do banco, além de proporcionar treinamentos e cursos de
capacitação.
A Icatu Hartford promove uma vez por mês a sessão pipoca,
exibição de filmes de interesse dos funcionários e oferece palestras sobre
qualidade de vida no trabalho.
As companhias telefônicas, com o patrocínio de shows e peças
teatrais, também proporcionam momentos de cultura e lazer a seus
funcionários.
34
Algumas empresas estão valorizando o happy hour e eventos
sociais. São ocasiões que proporcionam momentos de descontração, onde
colegas e chefes se mostram como são, dando suas opiniões, mostrando
seus interesses e contando suas experiências, falando sobre o próprio
trabalho, criando um clima de cumplicidade, contribuindo para a melhoria do
ambiente de trabalho.
O Laboratório Fleury, através de uma gestão humanística, está
investindo na qualidade de vida de seus colaboradores através de
programas de diabetes, obesidade, fumo, hipertensão e stress. Construiu um
fitness center, que funciona das 6 às 22h e criou ainda um programa de
alongamento para desestressar. Para a direção do laboratório, o seu
colaborador precisa ter saúde, estar tranqüilo e ver sentido no que faz, para
ter produtividade.
O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, com o
objetivo de aproximar os funcionários de bons espetáculos, promove uma
vez por mês, no horário de almoço, o Momento Cultural, que geralmente
oferece shows musicais ou humorísticos aos seus funcionários e ao público
em geral, gratuitamente. O órgão ainda incentiva o Coral dos Funcionários,
que proporciona a cada um expressar sua vocação artística. Através do
Instituto Serzedello Correia, o Tribunal desenvolve cursos de capacitação,
promovendo o desenvolvimento profissional dos seus funcionários e de seus
jurisdicionados.
O planejamento de visitas aos vários equipamentos culturais da
cidade, participando da diversificada programação cultural oferecida por
eles, é uma alternativa de baixo custo que as empresas têm para incentivar
momentos de lazer, proporcionar novos conhecimentos e a integração dos
seus colaboradores.
Percebemos que as organizações, nesta última década,
começaram a se preocupar com o desenvolvimento das pessoas e, cada
35
uma a seu modo, umas mais incisivas e outras mais timidamente iniciaram
um trabalho de valorização do ser humano, até porque concluíram que o que
realmente faz com que empresas se perpetuem com sucesso ao longo dos
anos é a cultura e as pessoas que as constróem. O trabalhador leva para
uma empresa suas habilidades, seu conhecimento, seu preparo para aplicar
o conhecimento e torná-lo produtivo, toda a sua energia e seu tempo e
espera que o retorno venha em forma de salário, benefícios, condições de
trabalho, estímulos, oportunidades de desenvolvimento e respeito à
individualidade. Hoje, o quadro de pessoal numa empresa constitui o seu
capital humano e a capacidade de troca de informações e integração de sua
equipe, são um forte indicativo de poder de permanência e liderança dentro
de um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico, exigente e competitivo.
Portanto, o investimento em capital humano pelas empresas,
seja através de programas de capacitação, de qualidade de vida, sociais ou
de incentivo à cultura tem como retorno funcionários mais satisfeitos, que
valorizam os aspectos inerentes ao trabalho e os relacionamentos sociais
que estabelecem no mesmo, preservando laços com a empresa, gerando
um grau de envolvimento que faz com que o trabalhador se sinta
psicologicamente ligado ao trabalho e, conseqüentemente, aumente a sua
produtividade e a qualidade dos serviços prestados.
36
CAPÍTULO IV
ESTUDO DE CASO
A VALORIZAÇÃO DOS SERVIDORES DA
PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
ATRAVÉS DA CULTURA
“O elo que une pessoas e organizações se origina
da capacidade e da disposição de cada uma das partes em
proporcionar benefícios à outra parte.”
(Thomas O. Davenport )
37
A VALORIZAÇÃO DOS SERVIDORES DA
PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
ATRAVÉS DA CULTURA Segundo Alvin Toffler, reconhecido filósofo da administração, o
mundo está assistindo a uma virada de página na história da sociedade
humana. Os tradicionais fatores de produção, ou seja, capital, terra e mão-
de-obra, já não são mais suficientes para gerar riqueza. Atualmente, o fator
econômico que traz o diferencial para as organizações é o conhecimento.
Buscando inovar para atender às crescentes demandas dos cidadãos, as
organizações públicas estão implementando meios para melhor gerir seu
capital humano.
A Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro considerando a
necessidade de buscar a melhor utilização dos recursos humanos e
materiais como alavanca à eficiência da prestação de serviços públicos e de
gerir e implantar as Políticas de Recursos Humanos, de Infra-Estrutura e
Logística e de Gestão Institucional, redefiniu a estrutura da Secretaria
Municipal de Administração, criando três coordenadorias voltadas para os
Recursos Humanos, denominadas Coordenadoria de Valorização do
Servidor, de Planejamento de Recursos Humanos e de Desenvolvimento de
Recursos Humanos.
A Coordenadoria de Valorização do Servidor deve direcionar
sua ação para a implementação de programas voltados para a valorização
do servidor, sua qualidade de vida pessoal, profissional e familiar; para o
acompanhamento da saúde do servidor e seus dependentes, com ações de
medicina preventiva, de higiene e segurança no trabalho.
A Coordenadoria de Planejamento de Recursos Humanos está
voltada para questões de otimização dos recursos humanos, visando a
38
economicidade e eficiência gerencial, análise e elaboração de Planos de
Cargos e Salários e programas de ambientação do servidor, remanejamento
e concursos.
A Coordenadoria de Desenvolvimento de Recursos Humanos
tem como objetivos adotar a filosofia de gestão continuada do conhecimento,
alinhando a educação dos servidores com os objetivos da Prefeitura;
incentivar o autodesenvolvimento do servidor na busca da educação
continuada, visando o seu melhor desempenho; desenvolver eventos que
ofereçam oportunidades de desenvolvimento pessoal e qualificação
profissional aos familiares dos servidores e à sociedade em geral e
disseminar por vários meios, as informações relativas à produção intelectual
e os conhecimentos adquiridos pelo servidor, nas oportunidades de
desenvolvimento.
Orientadas por esta política, algumas Secretarias já estão
investindo de alguma maneira no servidor, no capital humano da Prefeitura.
A Secretaria de Educação tem um amplo programa de
capacitação para professores, pessoal de apoio e servidores do órgão
central e das Coordenadorias Regionais de Educação. São atividades como
cursos, palestras, treinamentos, participação em congressos nacionais e
internacionais, além de cursos de Gestão Escolar e Informática que dão
oportunidade para ampliar a qualificação profissional.
Os professores lotados nesta Secretaria têm direito ao bônus
cultura, um valor incluído no contracheque que tem como objetivo incentivar
o professor a investir em livros, jornais, material de atualização.
Através do Decreto nº 22.086 de 01/10/2002, o Prefeito
sancionou a Lei nº 3.424, que institui a meia entrada para professores da
39
Rede Pública Municipal de Ensino, em estabelecimentos que estimulem a
difusão cultural.
A Coordenadoria de Recursos Humanos da Secretaria
Municipal de Saúde, detectando uma carência de capacitação profissional
de seus servidores, tornou público um edital para a escolha de uma entidade
que desenvolva uma ação sócio-econômica e cultural com a finalidade de
prestar cursos de extensão, aperfeiçoamento, treinamento, capacitação ou
atualização, visando o desenvolvimento profissional de seus funcionários e
conseqüentemente um melhor atendimento à população.
A Secretaria Municipal das Culturas oferece aos seus
funcionários a Sexta Básica Cultural, on line, que consiste em ofertas de
lazer para o final de semana. São oferecidos ingressos para teatro, shows,
concertos, além de brindes como livros e camisetas promocionais.
Uma outra opção para o funcionário é a reserva de ingressos
para a Rede Municipal de Teatros do Rio. Há também ofertas para participar
de peças interativas.
Na última sexta-feira de cada mês, a Secretaria promove a Sessão
Pipoca da Prefeitura, que ocorre às 18h no auditório do Centro Administrativo.
Após o filme, algumas vezes, os espectadores participam de um bate papo com
o diretor. Todos os funcionários da Prefeitura, mediante apresentação da carteira
funcional, podem retirar dois ingressos para a sessão.
A Secretaria Municipal de Administração, através da
Coordenadoria de Valorização do Servidor, vem promovendo atividades que
proporcionam a integração e o entretenimento de servidores municipais e
seus familiares e o desenvolvimento do espírito solidário.
Podemos citar alguns eventos realizados no decorrer do
exercício de 2003:
40
•em abril – evento Páscoa Solidária – distribuição de ovos de
Páscoa doados pelos funcionários a um grupo de crianças carentes.
•em junho – realização de uma Festa Junina, no pátio do
Centro Administrativo, com apresentação de quadrilha e diversas
barraquinhas.
•em julho – realização de colônia de férias para filhos dos
servidores, que promoveu visitas ao Jardim Zoológico, Comlurb, Planetário e
Centro Cultural.
•em agosto – organização do I Torneio de Futebol Soçaite,
para os pais servidores municipais.
Além desses eventos a Secretaria tem sorteado ingressos para
espetáculos teatrais, musicais e para cinema.
A Prefeitura tem autorizado a participação de servidores em
congressos e cursos pertinentes a área de atuação em diversos países, o
que proporciona a própria Prefeitura dispor de pessoas com visão mais
ampla e com possibilidade de criar e por em prática novas idéias.
A celebração de convênios com instituições de Ensino
Superior, é outra iniciativa da Prefeitura que vem beneficiando os servidores
e seus dependentes com até 50% de desconto nas mensalidades dos
cursos de graduação ou pós-graduação. Este fato tem permitido aos
servidores dar continuidade aos seus estudos, aumentando seu nível de
conhecimento e elevando sua auto-estima.
Homenagens são programadas, como as do Dia do Gari,
quando vários eventos extensivos aos familiares foram planejados, entre
41
eles um concurso de arte com material reciclado, visitas ao Jardim Zoológico
e Botânico, teatro infantil e show no Teatro Rival.
Pelo exposto, podemos constatar que a Prefeitura da Cidade
do Rio de Janeiro vem implantando uma política de valorização do seu
capital humano, através de planos de capacitação profissional e do acesso a
atividades culturais, o que irá proporcionar o desenvolvimento de um quadro
de pessoal qualificado e motivado a buscar o conhecimento, desenvolver
sua criatividade e habilidades profissionais, gerando serviços com qualidade
para atender à população.
42
CAPÍTULO V
UMA PROPOSTA DE VALORIZAÇÃO DO CAPITAL
HUMANO ATRAVÉS DA CULTURA
“A identidade depende cada vez mais daquilo que
aprendemos, da nossa formação, da nossa capacidade de
produzir idéias, do nosso tempo de viver o tempo livre.”
(Domenico De Masi )
43
UMA PROPOSTA DE VALORIZAÇÃO DO CAPITAL
HUMANO ATRAVÉS DA CULTURA
PROJETO O FUNCIONÁRIO E A CULTURA
Tema: A Cultura e a Empresa
Título: Os Funcionários e a Cultura
Praça: Cidade do Rio de Janeiro
Público Alvo: Funcionários de Empresas do Rio de Janeiro
Segmento: Todos os setores de uma empresa
Argumento: O acesso às atividades culturais facilita o
desenvolvimento pessoal e profissional dos funcionários, tornando-os mais
criativos e inovadores, além de promover a integração do grupo, gerando um
melhor ambiente de trabalho.
44
JUSTIFICATIVA
As empresas estão se conscientizando que a qualidade da
equipe que compõe o seu quadro de trabalho é mais significativa do que as
máquinas.
Motivar relacionamentos, a capacidade criativa e a busca pelo
conhecimento deve ser uma preocupação constante no mundo empresarial
dos tempos atuais.
Os investimentos em atividades que geram novas informações,
conhecimentos, benefícios e que favorecem os relacionamentos e a
capacidade criativa dos funcionários têm demonstrado uma modificação no
comportamento dos beneficiados, que tornam-se mais comprometidos com a
empresa e mais produtivos.
Assim sendo, o projeto os Funcionários e a Cultura pretende
colaborar com a empresa, no que diz respeito a valorização do Capital
Humano, uma vez que as visitas aos equipamentos culturais da cidade e o
acesso às atividades que eles oferecem, irão contribuir para o
desenvolvimento do funcionário como cidadão e aumentar sua auto-estima,
além de favorecer a integração dos componentes da empresa, gerando um
melhor ambiente de trabalho e facilitando o desempenho pela busca da
qualidade.
OBJETIVO
Promover o acesso dos funcionários da empresa às diferentes
atividades da área de cultura, oferecidas pelos diversos equipamentos
culturais existentes na Cidade do Rio de Janeiro.
45
PROPOSTA PEDAGÓGICA
Através de visitas aos Centros Culturais, Museus, Bibliotecas,
os funcionários participarão das atividades oferecidas, tendo acesso a novos
conhecimentos e opções de lazer, que poderão se tornar um hábito,
agregando novos valores à vida do funcionário.
IMPLEMENTAÇÃO
Previsão de uma visita por mês, no período de março a
novembro, de acordo com manifestações de interesse do grupo e horário
adequado às necessidades da empresa. O grupo sairá da empresa, em
ônibus de turismo, para o local previsto.
Sempre que possível a visita será feita mediante orientação de
guia local, que sempre relata um histórico do equipamento cultural e da
atividade oferecida, o que proporciona ao grupo um melhor aproveitamento.
AVALIAÇÃO
A avaliação será feita através de breve questionário para
averiguar a opinião dos funcionários sobre:
- a iniciativa da empresa para tal atividade
- que locais gostariam de conhecer
- adequação do horário
- o que a atividade proporcionou em termos de
desenvolvimento
46
PLANILHA DE CUSTOS:
Aluguel de ônibus R$ 4.000,00
Material impresso R$ 200,00
Caneta, lápis e borracha R$ 50,00
Crachá R$ 200,00
Total R$ 4.450,00
47
CONCLUSÃO
Esta monografia procurou demonstrar o que está sendo realizado
pelas empresas em termos de valorização do capital humano, através da
cultura, na Cidade do Rio de Janeiro.
O que se pode concluir ao final deste trabalho é que a inauguração do
Centro Cultural do Banco do Brasil, foi um marco que deu início a um
processo de revitalização de outros espaços culturais, tanto pelo setor
público como pelo setor privado, fazendo com que a Cidade do Rio de
Janeiro voltasse a ser, no final da década de 90, um dos principais pólos de
cultura do país.
A cultura passou a ser vista pelo lado econômico da geração de
empregos, do aumento da receita tributária, do fomenta do turismo, enfim,
da contribuição para o desenvolvimento da cidade.
As empresas, por sua vez, estimuladas pelas leis de incentivo à
cultura, fazendo uso da ferramenta do marketing cultural, começaram a
investir em projetos culturais, educacionais ou sociais. Almejam que sua
marca seja associada a de uma empresa socialmente responsável, uma
exigência da sociedade atual, a cada dia mais cidadã e consciente de seus
direitos.
A globalização fez com que as empresas reavaliassem a maneira de
administrar. Foi constatado que não existem mais fronteiras tecnológicas e
comerciais, tendo em vista o barateamento das tecnologias e,
conseqüentemente, um nivelamento cada vez maior entre as empresas.
Sendo assim, a competição passa a exigir outros diferenciais. O trabalhador
braçal já não é mais interessante. Atualmente, o importante é o
conhecimento que ele tem, suas experiências, habilidades e competências.
48
É crescente o número de empresas que têm reconhecido que as
pessoas estão sendo mais significativas do que as máquinas para que elas
mantenham a competitividade no mercado. Um indicador de que cresceu a
preocupação com este tema é o número de publicações sobre o assunto e a
iniciativa das empresas em proporcionar aos funcionários a participação em
congressos, palestras, cursos de capacitação e, ainda, esporadicamente, em
atividades culturais.
As empresas fazem uso das atividades culturais apenas como forma
de divulgação da marca ou para se beneficiar de renúncia fiscal. Ainda é
bem pequeno o número de empresários que despertou para a cultura como
fator de contribuição para a valorização de pessoas.
As empresas da Cidade do Rio de Janeiro têm um ponto favorável
para adotar a cultura como forma de valorizar o seu capital humano. A
cidade possui diversos equipamentos culturais e oferece eventos
diversificados, alguns gratuitamente, dando a oportunidade de uma maior
participação dos empresários, sob a forma de patrocínio, possibilitando, em
contrapartida, o acesso de um maior número de funcionários a estas
atividades.
Participar de atividades culturais favorece o desenvolvimento do
espírito crítico, do poder de reflexão, do cultivo da inteligência, da
criatividade e das relações interpessoais, aumentando o nível de
conhecimento e elevando a auto-estima e o senso de humor.
As empresas que facilitam o acesso a eventos culturais têm como
retorno funcionários mais criativos, críticos, que valorizam a busca pelo
conhecimento, a troca de experiências e o espírito de equipe, facilitando a
integração do grupo e de um modo geral a realização do trabalho e o
aumento da produtividade com qualidade.
49
Podemos concluir que nesta última década as pessoas foram
reconhecidas como fator diferencial para as empresas, o que impulsionou
um crescimento de investimentos nas áreas de pessoal e social, através de
programas de capacitação e de qualidade de vida. Percebemos que órgãos
públicos estão, também, fazendo esta opção, com o objetivo de fluir melhor
o conhecimento e ter funcionários mais satisfeitos, oferecendo um melhor
serviço à população. Fica, então, a sugestão de que a iniciativa de facilitar o
acesso a atividades culturais seja mais um caminho para a valorização de
pessoas.
50
ANEXOS
51
COMPROVAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO NA VIDA
CULTURAL DA CIDADE
52
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53
Secretaria Municipal de Cultura. Relatório de Atividades 2000 – Rio de
Janeiro: Imprensa da Cidade.
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Lei nº 1954 de 26/01/92 – Lei Estadual de Incentivo à Cultura
Lei nº 1940 de 31/12/92 – Lei Municipal de Incentivo à Cultura
Decreto nº 21.286 de 16/04/2002 – Institui a Política de Capacitação dos
Servidores Públicos Municipais – Publicado no D.O. Rio nº 21 de
17/04/2002.
Decreto nº 22.024 de 17/09/2002 – Dispõe sobre a Organização da
Secretaria Municipal de Administração e dá outras providências. Publicado
no D.O. Rio nº 126 de 18/09/2002.
Decreto nº 23.265 de 11/08/2003 – Sistematiza e consolida as diretrizes e a
regulamentação aplicáveis ao treinamento de servidores da Administração
Municipal e dá outras providências – Publicado no D.O. Rio nº 101 de
12/08/2003.
Resolução SMF nº 1836 – Aprova a alteração do Regulamento de
Desenvolvimento e Treinamento de Pessoal da SMF – Publicado no D.O.
Rio nº 93 de 02/08/2002.
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57
ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 07
SUMÁRIO 08
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I
A REVITALIZAÇÃO DOS CENTROS CULTURAIS 12
1.1 - A Criação do Centro Cultural do Banco do Brasil 12
1.2 – Surgimento de outros Centros Culturais 13
1.3 – Os Centros Culturais Municipais do Rio de Janeiro 14
1.4 – Outros espaços culturais 15
1.5 – Os benefícios trazidos pelos centros culturais 15
CAPÍTULO II
MARKETING CULTURAL NAS EMPRESAS 17
2.1 – A motivação pelas empresas 17
2.2 – A utilização do marketing cultural 18
2.3 – Leis de incentivo à cultura 23
CAPÍTULO III
A VALORIZAÇÃO DO CAPITAL HUMANO NA EMPRESA 27
3.1 – A era do capital humano 27
3.2 – O papel do setor de recursos humanos 30
3.3 – O trabalho, a cultura e o lazer 32
CAPÍTULO IV
A VALORIZAÇÃO DOS SERVIDORES DA PREFEITURA DA
CIDADE DO RIO DE JANEIRO ATRAVÉS DA CULTURA 37
58
CAPÍTULO V
UMA PROPOSTA DE VALORIZAÇÃO DO CAPITAL HUMANO
ATRAVÉS DA CULTURA – PROJETO O FUNCIONÁRIO E A CULTURA 43
CONCLUSÃO 47
ANEXOS 50
COMPROVAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO NA VIDA
CULTURAL DA CIDADE 51
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52
ÍNDICE 57
FOLHA DE AVALIAÇÃO 59
59
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes
Título da Monografia: Atividades Culturais: Valorizando o Capital
Humano na Empresa
Autor: Marcia Cohen de Albuquerque
Data da entrega: 03 de outubro de 2003
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final: