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Disciplina: Técnica Pedagógica e intervenção educativa
Docente: Ana Policarpo
Discente: Zita Teixeira
2011/2012
O caldo de pedra
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O pintainho e o baguinho de milho
Era uma vez um pintainho que andava a passear na estrada. Encontrou um baguinho de
milho. Ficou todo contente e ia apanhá-lo, mas nisto passou a carruagem do rei, que
vinha de uma caçada numa grande correria. O pintainho assustou-se e fugiu.
Quando a carruagem já lá ia adiante, o pintainho voltou ao meio da estrada pelo
baguinho de milho. Pôs-se a procurá-lo, a procurá-lo, mas não o encontrou. E vai,
pensou assim:
Foi por causa do rei que eu perdi o meu baguinho de milho. Pois vou ao palácio, pedir-
lhe que mo dê.
E pôs-se a caminho.
Andou, andou e a certa altura, muito cansado, sentou-se numa pedra a descansar. A
pedra perguntou-lhe:- Ó pintainho, onde vais com tanta pressa?
- Vou ao palácio do rei pedir o meu baguinho de milho.
-Oh! Se me levasses contigo era tão bom!
- Queres vir comigo? Mete-te dentro do meu papinho!
O machado meteu-se dentro do papo do pintainho e ele continuou o seu caminho.
Lá mais adiante, estava outra vez muito cansado, sentou-se à beira de um ribeiro, que
lhe perguntou:
- Ó pintainho onde vais com tanta pressa?
- Vou ao palácio do rei pedir o meu baguinho de milho.
- Oh! Se me levasses contigo era tão bom!
- Queres vir comigo? Mete-te dentro do meu papinho!
O ribeiro meteu-se dentro do papo do pintainho, que continuou o seu caminho, até que
chegou defronte do palácio do rei. Então, pôs-se a cantar:
- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
O rei mandou um criado saber o que se passava. O criado foi e voltou e disse:
- Está ali um pintainho que diz que quer o baguinho de milho que o rei lhe fez perder.
- Ora o atrevido! Mete-o na capoeira!
O criado meteu o pintainho na capoeira, mas ele assim que se viu fechado disse:
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- Machado, salta do papinho e parte-me esta porta.
O machado partiu a porta e o pintainho voltou para defronte do palácio.
- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
O rei, muito zangado, chamou o criado e ordenou:
- Mete-me esse pintainho dentro de um pote e tapa-o bem tapado, para ele não fugir.
O criado assim fez, o pintainho, quando se viu dentro do pote disse:
- Pedra, salta do meu papinho, e parte-me este pote.
A pedra partiu o pote e o pintainho voltou para defronte do palácio do rei:
- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
O rei ficou ainda mais furioso, e gritou para o criado:
- Mete-me esse pinto dentro do forno quando ele estiver bem quente.
O criado assim fez, e o pintainho, quando se viu dentro do forno, disse:
- Ribeirinho, salta do meu papinho e apaga-me este forno.
O ribeirinho apagou o forno e o pintainho voltou para defronte do palácio.
- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho já para aqui!
Então o rei mandou ir o pintainho à sua presença e ele contou como tinha perdido o
baguinho de milho que achara na estrada, por ter passado a carruagem real. Por isso
estava ali a pedir o baguinho de milho.
O rei deu-lhe razão, mandou-lhe entregar um grande saco de milho e o pintainho foi-se
embora, todo contente.
In Histórias Tradicionais, 1988, ME
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Análise do conto
Estrutura
Este conto está dividido em 3 partes:
A primeira é o início da história em que o pintainho perde o baguinho de milho e culpa
o Rei por isso.
A segunda é a viagem do pintainho até ao palácio, para recuperar o baguinho de milho
perdido.
A terceira é no palácio, as tentativas para recuperar o baguinho de milho.
Personagens
Pintainho;
Rei;Pedra;
Machado;
Ribeiro;
Criado.
Espaço
Estrada;
Palácio do rei.
Tempo
Indeterminado.
Este conto possui uma linguagem simples, o que faz com que seja fácil de ser
percebido pelas crianças. Trata-se de uma fábula, onde aos animais e aos objetos são
dadas caraterísticas humanas.
Tem uma moral final que é ³Quem procura sempre alcança´.
ATIVIDADE
Destinatários: Crianças em idade pré-escolar (5/6 anos).
Preparação prévia:
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y Fazer desenhos, ou colagem de imagens, (em ponto grande, formato A3 ou
superior) com a sequência do conto para ser contado às crianças;
Desenrolar da atividade:
y Começar por dizer o nome do conto e perguntar se alguém conhece;
y Contar a história às crianças, utilizando as imagens previamente preparadas;
y Fazer perguntas às crianças, para ver se compreenderam a história e responder às
suas questões;
y Distribuir as mesmas imagens em ponto pequeno às crianças, pedir-lhes que as
pintem e as coloquem na sequência da história (reconto);
Este tipo de atividade permite que que as crianças trabalhem a motricidade fina, a
orientação da leitura e da escrita e estimula o gosto pela leitura.
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O caldo de pedra
Um frade andava no peditório. Chegou à porta de um lavrador, mas não lhe quiseram aí
dar nada.
O frade estava a cair de fome e disse:-Vou ver se faço um caldinho de pedra.
E pegou numa pedra do chão, sacudiu-lhe a terra e pôs-se a olhar para ela, como para
ver se era boa para um caldo.
A gente da casa pôs-se a rir do frade e daquela lembrança. Diz o frade:
-Então nunca comeram caldo de pedra? Só lhes digo que é uma coisa muito boa.
Responderam-lhe:
-Sempre queremos ver isso.
Foi o que o frade quis ouvir. Depois de ter lavado a pedra, pediu:
-Se me emprestassem aí um pucarinho...
Deram-lhe uma panela de barro. Ele encheu-a de água e deitou-lhe a pedra dentro.
-Agora, se me deixassem estar a panelinha aí, ao pé das brasas...
Deixaram. Assim que a panela começou a chiar, disse ele:
-Com um bocadinho de unto é que o caldo ficava a primor!
Foram-lhe buscar um pedaço de unto. Ferveu, ferveu, e a gente da casa pasmada com
o que via.
O frade, provando o caldo:
-Está um nadinha insosso. Bem precisa duma pedrinha de sal.
Também lhe deram o sal. Temperou, provou e disse:
-Agora é que, com uns olhinhos de couve, ficava que até os anjos o comeriam.
A dona da casa foi à horta e trouxe-lhe duas couves. O frade limpou-as e ripou-as
com os dedos e deitou as folhas na panela. Quando os olhos já estavam aferventados,
arriscou:
-Ai! Um naquinho de chouriça é que lhe dava uma graça!...
Trouxeram-lhe um pedaço de chouriço. Ele pô-lo na panela e, enquanto se cozia,
tirou do alforge pão e arranjou-se para comer com vagar. O caldo cheirava que era um
regalo.
Comeu e lambeu o beiço.
Depois de despejada a panela, ficou a pedra no fundo.
A gente da casa, que estava com os olhos nele, perguntou-lhe:
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-Ó senhor frade, então a pedra?
-A pedra... Lavo-a e levo-a comigo para outra vez.
E assim comeu onde não lhe queriam dar nada.
Teófilo Braga
Contos Tradicionais do Povo Português
(1883)
Estrutura
Este conto está dividido em 2 partes:
A primeira é o início da história em que frade, andando no peditório cheio de fome lhe
vê negada alguma coisa para comer.
A segunda é a elaboração do caldo de pedra.
Personagens
Frade;
Gente da casa.
Espaço
Porta da casa do lavrador.
Tempo
Indeterminado.
Este conto possui também uma linguagem simples e de fácil compreensão por
parte das crianças.
A moral a tirar deste conto é ³A cooperação leva a bons resultados´.ATIVIDADE
Destinatários: Crianças de 4/5 anos.
Preparação prévia:
y Fazer desenhos, ou colagem de imagens, (em ponto grande, formato A3 ou
superior) com a sequência do conto para ser contado às crianças;
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y Fazer desenhos, ou imagens, de um caldeirão e dos ingredientes do caldo de
pedra.
Desenrolar da atividade:
y Começar por dizer o nome do conto e perguntar se alguém conhece;
y Levar as crianças a imaginar o que seria um caldo de pedra;
y Perguntar se alguém já comeu uma sopa dessas e que gosto pode ter;
y Contar a história às crianças, utilizando as imagens previamente preparadas;
y Fazer perguntas às crianças, para ver se compreenderam a história e responder às
suas questões;
y Pedir às crianças para fazerem o reconto da história através de uma pequena
dramatização, utilizando os materiais previamente preparados.
Este tipo de atividade permite que que as crianças trabalhem a motricidade fina, o
gosto pela leitura, a expressão dramática e corporal.