ATIVIDADE LARVICIDA DO ÓLEO ESSENCIAL DE L. NO CONTROLE DO Aedes...
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JÉSSICA DE OLIVEIRA
ATIVIDADE LARVICIDA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Aristolochia triangularis L. NO
CONTROLE DO Aedes aegypti (LINNAEUS, 1792)
Monografia realizada na disciplina de
Trabalho de Graduação II-A, apresentado
ao Curso de Ciências Biológicas do
Departamento de Ciências Biológicas da
URI - Campus de Frederico Westphalen,
como requisito parcial para obtenção de
Título de Licenciatura Plena em Ciências
Biológicas.
Orientador: Ms. Gerônimo Rodrigues Prado
Frederico Westphalen, julho, 2013
2
Aos meus pais, meu marido e meus irmãos
dedico este trabalho.
3
AGRADECIMENTOS
A Deus, primeiramente, pelo presente da vida, por ter me dado força durante esses
quatro anos e meio e por ter iluminado meu caminho durante esta caminhada.
À minha mãe Elaine de Fátima Bueno, por tudo o que ela representa em minha vida:
meu maior tesouro; meu presente divino. Por seu incalculável amor e apoio. Por sua
dedicação, por me apoiar em todas minhas escolhas, por ser minha referencia de tantas
maneiras e por estar sempre presente na minha vida. Sem ela nada disso seria concreto, pois
sempre me deu forças para continuar lutando. A você dedico todo o meu amor e eterna
gratidão.
Ao meu marido, Mauricio Antônio Gomes, que de forma especial e carinhosa me deu
força e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldade, agradeço por sempre estar ao
meu lado, por completar-me, encher minha vida de alegria, paz e sonhos.
Aos meus queridos irmãos Marco Antônio, Dienifer, Mariele e Fernando e pai Antônio
Marcos Paz de Oliveira, que me deram força em todos os momentos. Amo muito vocês.
Em especial agradeço ao meu orientador Profo Ms. Gerônimo Rodrigues Prado, que
com muita paciência e atenção, dedicou seu tempo para me orientar a cada passo deste
trabalho. A você o meu carinho, minha admiração e o meu respeito.
A minha eterna amiga Mônica Moi, obrigada pela paciência, pelos concelhos, pela mão
que sempre me estendeu quando precisei. Obrigada por fazer parte da minha vida, a você
minha eterna gratidão.
A Profa Ms. Claudia Felin Cerutti Kunhen, com sua capacidade e empenho de coordenar
o curso de Ciências Biológicas, sempre disposta a ajudar, nos dando coragem e incentivo, foi
fundamental para a realização desta conquista.
Aos Demais Professores, obrigada pela contribuição na minha vida acadêmica e por
tanta influencia em minha futura vida profissional.
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IDENTIFICAÇÃO
Instituição de Ensino/ Unidade
URI-Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões
Campus de Frederico Westphalen
Direção do Campus
Diretor Geral: Prof. César Luis Pinheiro
Diretora Acadêmica: Profª. Dra. Silvia Regina Canan
Diretor Administrativo: Prof. Ms. Nestor Henrique de Cesaro
Departamento de Chefe: Dra. Sonia Beatris Balvedi Zakrzevski
Curso de Ciências Biológicas
Coordenadora: Ms. Claudia Felin Cerutti Kunhen
Disciplina:
Trabalho de Graduação I-A
Orientador:
Ms. Gerônimo Rodrigues Prado
Orientando:
Jéssica de Oliveira
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RESUMO
A dengue é uma infecção viral transmitida pelos Culicídeos do Gênero Aedes, tendo como
principal vetor o mosquito fêmea Aedes aegypti, que é responsável por frequentes epidemias e
circulação dos quatro sorotipos do vírus. Não existindo uma vacina que confira a imunidade
permanente ao vírus causador da dengue a estratégia mais amplamente adotada para diminuir
a incidência da doença, se dá através da eliminação das larvas do mosquito vetor, que é feito
principalmente por meio do controle vetorial e uso de inseticidas químicos. Entretanto, o
amplo uso desses inseticidas sintéticos para o controle do Aedes aegypti, levou a uma maior
preocupação em relação à toxicidade e impacto ambiental que estes produtos causam. Além
disso, a resistência a inseticidas tornou-se um problema crescente, pois, morrem os indivíduos
suscetíveis, sobrevivendo os resistentes e aumentando a população dos mesmos. Diante disso,
uma das alternativas viáveis para o controle do A. aegypti pode ser através de controle
biológico por intermédio de óleos essenciais. Os óleos essenciais veem substituindo o uso de
organofosforados em função das suas propriedades menos agressivas ao ambiente. Desta
forma, o presente trabalho teve por objetivo avaliar o potencial larvicida do óleo essencial
extraído da planta Aristolochia triangularis e comparar a atividade larcicida do óleo essencial
com um inseticida/larvicida químico. O óleo essencial de A. triangularis foi diluído em
soluções aquosas de dimetil sulfóxido 2% (DMSO) nas concentrações de 20, 10, 8, 6, 4 e 2
mg/ml. O inseticida químico foi diluído nas concentrações 10, 5, 1, 0,8 e 0,6 mg/ml.
Posteriormente, 2ml das soluções contendo as diferentes concentrações dos óleos essenciais e
do inseticida químico foram colocadas em copos de béquer (10ml) fechados onde foram
adicionadas 10 larvas de A. aegypti. Para cada concentração de óleo essencial e de inseticida
químico, foram realizadas cinco repetições. Os copos de béquer (larvas + solução) foram
incubados em temperatura de 28 °C por 24 horas. Após, foi avaliado o número de larvas de A.
aegypti mortas para determinar o potencial larvicida e período de atividade larvicida
apresentado pelo óleo e pelo inseticida químico. Todas as concentrações foram capazes de
matar 100% das larvas em 24 horas, mantendo essa capacidade por até 144 horas. Os
resultados indicaram que o óleo essencial de A.triangulares possui atividade contra larvas de
A. aegypti de 4° instar, mantendo essa atividade por um longo período de tempo.
Palavras-chave: Arislolochia triangularis. Controle de insetos. Óleos essenciais.
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ABSTRACT
Dengue is a viral infection transmitted by Culicídeos of the Genus Aedes, the main vector of
the female mosquito Aedes aegypti, who is responsible for frequent epidemics and circulation
of four virus serotypes. In the absence of a vaccine that confers permanent immunity to the
virus that causes dengue fever the most widely adopted strategy to decrease the incidence of
the disease is through the elimination of larvae of the mosquito vector, which is mostly done
by means of vector control and insecticide use chemicals. However, the widespread use of
these synthetic insecticides for the control of Aedes aegypti, has led to increased concern
about the toxicity and environmental impact that these products cause. In addition, insecticide
resistance has become an increasing problem, because they die susceptible individuals
surviving resistant and increasing the their population. Therefore, one of the viable
alternatives for the control of A. aegypti can be through biological control by essential oils.
Essential oils see by substituting the use of organophosphates according to their properties
less harmful to the environment. Thus, this paper aimed to evaluate the larvicidal potential of
the essential oil extracted from the plant Aristolochia triangularis and compare the activity of
the essential oil larcicida with an insecticide / chemical larvicide. The essential oil of A.
Triangularis was diluted into aqueous solutions of 2% dimethyl sulfoxide (DMSO) at
concentrations of 20, 10, 8, 6, 4 and 2 mg / ml. The chemical insecticide was diluted at
concentrations of 10, 5, 1, 0.8 and 0.6 mg / ml. Later, 2 ml of solution containing different
concentrations of essential oils and chemical insecticide were placed bequer (10ml) closed
where were added 10 larvae of A. aegypti. For each concentration of essential oil and
chemical insecticide, were five repetitions. The bequer (Solution + larvae) were incubated at
28 ° C for 24 hours. After, we evaluated the number of larvae of A. aegypti killed to
determine the potential larvicides and larvicidal activity period presented by oil and chemical
insecticide. All concentrations were able to kill 100% larvae within 24 hours, keeping such
capacity for up to 144 hours. The results indicated that the essential oil A.triangulares has
activity against larvae of A. aegypti 4th instar while maintaining the activity for an extended
period of time.
Keywords: Arislolochia triangularis. Insect control. Essential oils.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
GRÁFICO 01 – NÚMEROS DE CASOS DE DENGUE DURANTE OS ANOS DE 1990 A
2012...........................................................................................................................................17
FIGURA 01 – ESQUEMA DA REALIZAÇÃO DO EXPERIMENTO..................................25
8
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 – ATIVIDADE LARVICIDA E AS CONCENTRAÇÕES CL99 DO ÓLEO
ESSENCIAL DE A. TRIANGULARIS......................................................................................28
TABELA 02 – ATIVIDADE LARVICIDA E AS CONCENTRAÇÕES CL99 DO
ORGANOFOSFORADO QUIMICO.......................................................................................29
9
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Ache - Acetilcolinesterase
CL99 - Concentração letal que ocasiona mortalidade de 99%
DEN-1 - Sorotipo 1 do Vírus da Dengue
DEN-2 - Sorotipo 2 do Vírus da Dengue
DEN-3 - Sorotipo 3 do Vírus da Dengue
DEN-4 - Sorotipo 4 do Vírus da Dengue
DMSO.-.Dimetilsulfóxido
L1.- Larva de primeiro instar
L2 - Larva de segundo instar
L3 - Larva de terceiro instar
L4 - Larva de quarto instar
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SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................................... 5
ABSTRACT .............................................................................................................................. 6
LISTA DE ILUSTRAÇÕES .................................................................................................... 7
LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. 8
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................................. 9
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 12
1.1. OBJETIVOS .................................................................................................................... 14
1.1.1 geral: ................................................................................................................................ 14
1.1.2 específicos: ...................................................................................................................... 14
2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 15
2.1 Dengue ............................................................................................................................... 15
2.2 O vetor da Dengue ............................................................................................................ 17
2.3 Controle dos vetores e resistência ................................................................................... 18
2.4 Inseticidas de Origem Vegetal ......................................................................................... 19
2.5 Aristolochia triangularis ................................................................................................... 21
2.6 Usos medicinais e componentes químicos de Aristolochia triangularis ........................ 21
3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 23
3.1 Obtenção das Larvas de Aedes aegypti e do óleo essencial ............................................ 23
3.2 Avaliação da atividade larvicida do óleo essencial de Aristolochia triangularis ......... 23
3.3 Determinação das concentrações letais de Aristolochia triangularis em larvas de
Aedes aegypti ............................................................................................................................ 25
3.4 Determinação do tempo de atividade larvicida de Aristolochia triangularis ............... 25
3.5 Potencial larvicida do organofosforado .......................................................................... 25
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 27
4.1 Atividade larvicida do óleo essencial de Aristolochia triangularis ................................ 27
11
4.2 Estimativa das doses letais de Aristolochia triangularis, e do organofosforado químico
suficiente para matar 99% das larvas (CL99) e determinação do tempo de atividade
larvicida do óleo essencial da Aristolochia triangularis e do organosfosforado químico
sob as larvas de 4o instar de Aedes aegypti ........................................................................... 27
4.3 Discussão ........................................................................................................................... 30
5. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 33
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 34
12
1. INTRODUÇÃO
A dengue é uma infecção viral transmitida pelos Culicídeos do Gênero Aedes, tendo
como principal vetor nas Américas o mosquito Aedes aegypti, que é responsável por
frequentes epidemias e circulação dos quatro sorotipos do vírus. É considerada atualmente um
dos principais problemas de saúde pública, principalmente em regiões tropicais e subtropicais,
como o Brasil (GLUBER, 2001).
Infelizmente, ainda não foi desenvolvida uma vacina eficaz na prevenção da dengue.
Até o momento o controle do vetor é feito através da eliminação dos criadouros potenciais do
mosquito vetor, utilização de produtos químicos e biológicos, integrados com programas de
manejo ambiental. São destinadas quantias significativas de recursos para programas contra o
vetor, porém os surtos de epidemias são frequentes. Isso ocorre devido a fatores associados a
biologia e hábitos do vetor, somados a problemas típicos da urbanização, pois, o mosquito é
antropofílico, ou seja, vive perto do homem e sua presença é mais comum em áreas urbanas e
a infestação é mais intensa em regiões com alta densidade populacional, outro fator
importante que propicia a proliferação do A. aegypti é a falta de infraestrutura de algumas
localidades, alta taxa populacional, altos índices de temperatura e umidade (GADELHA &
TODA, 1985; ISHAK, 1987; MARZOCHI, 1994; MONATH, 1994).
No Brasil o método frequentemente utilizado para combater o Aedes aegypti vem sendo
até hoje o uso de inseticidas químicos, como piretróides, fosforados e os organoclorados, o
que resultou na resistência dos mosquitos devido à intensa pressão de seleção aumentando a
dosagem desses produtos e causando entre outras consequências maiores danos ao meio
ambiente (LIMA et al. 2003).
Desta forma, enfatiza-se que substâncias de origem vegetal surgem como alternativa
promissora de controle de vetores, pois, sabe-se que as plantas, são fontes naturais de
inseticidas, que são produzidas pelo vegetal em resposta a um ataque patogênico (SIMAS et
al. 2004).
Uma das alternativas viáveis para o controle de Aedes aegypti pode ser através do
controle biológico por intermédio de óleos essenciais. Os óleos essenciais veem substituindo o
uso de organofosforados em função das suas propriedades menos agressivas ao ambiente.
Com isso a busca por inseticidas biológicos que causem o mínimo de impacto ambiental
e com novos modos de ação vem se tornando importante no controle de vetores. Assim a
importância de novos estudos sobre substâncias inseticidas de origem vegetal para o controle
do A. aegypti justifica a relevância deste trabalho.
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Neste sentido a planta Aristolochia triangularis pode apresentar uma alternativa
promissora como inseticida em função das suas propriedades medicinais. O cipó-mil-homens
possui amplas indicações, sendo utilizado suas raízes, caules e folhas. Em função das diversas
propriedades medicinais, em seu uso popular essa planta é utilizada em algumas regiões
contra os males de estômago, prisão de ventre e indigestão. É considerada diurética, sedativa,
estomáquica e antisséptica. Além disso, na composição química de A. triangularis são
encontrados terpenos, diterpenos e sesquiterpenos, os quais podem ser utilizados como
inseticida. Dito isso, devido suas propriedades medicinais e seus constituintes químicos e por
não existirem trabalhos na literatura averiguando o potencial do cipó mil homems contra
A.aegypti, justifica-se a realização deste trabalho.
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1.1. OBJETIVOS
1.1.1 geral:
Avaliar a atividade larvicida do óleo essencial de Aristolochia triangularis no controle
do Culicídeo Aedes aegypti.
1.1.2 específicos:
Estimar as doses letais de Aristolochia triangularis, e do organofosforado químico
suficiente para matar 99% das larvas (CL99).
Determinar o tempo de atividade larvicida do óleo essencial da Aristolochia
triangularis e do organosfosforado químico sob as larvas de 4o instar de Aedes aegypti.
15
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Dengue
A dengue é uma doença infecciosa aguda, de origem viral, de curta duração e com
potencial para assumir formas graves e letais, sendo descrito por quatro sorotipos diferentes
DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4, causada por um vírus da família Flaviviridae e transmitida
para o homem por meio da picada do mosquito fêmea, pertencente ao gênero Aedes (COSTA
et al. 2005).
A infecção possui um quadro clinico que varia desde a forma assintomática até quadros
de hemorragia e choque, podendo evoluir, inclusive para a morte. A dengue é uma doença
febril aguda, com duração de cinco a sete dias. A dengue clássica apresenta quadro clínico
muito variável, geralmente com febre alta, seguida de cefaleia, dor retro-orbitária, náuseas e
vômitos. Associada à síndrome febril, em alguns casos pode ocorrer aumento do fígado e,
principalmente, nas crianças, dor abdominal generalizada. Os adultos podem apresentar
manifestações hemorrágicas, como petéquias e sangramento (VASCONCELOS et al. 1998).
Entretanto, os sintomas iniciais da dengue hemorrágica, apesar de semelhantes aos da
dengue clássica, podem evoluir rapidamente para manifestações hemorrágicas e choque. Os
casos típicos de dengue hemorrágica são caracterizadas por febre alta, fenômenos
hemorrágicos, hepatomegalia e insuficiência circulatória. Nos casos graves, o choque ocorre
entre o 3º e 7º dia de doença, geralmente precedido por dores abdominais (VASCONCELOS
et al. 1998).
Tendo como principal vetor nas Américas o mosquito Aedes aegypti, a dengue é um dos
principais problemas de saúde pública no Brasil, considerada a arbovirose mais importante
que afeta o homem em termos de mortalidade no mundo inteiro sendo endêmica em cerca de
112 países (PINHEIRO & CORBER, 1997). Estima-se que 2,5 bilhões de pessoas possam
estar em risco de se infectarem com a dengue principalmente em regiões tropicais e
subtropicais, locais em que a espécie esta amplamente distribuída, pois, a temperatura e a
umidade favorecem a proliferação do mosquito vetor (GUBLER, 2001).
Existem muitos fatores que proporcionam condições favoráveis para a propagação do
Aedes aegypti entre eles se encontram o acelerado crescimento e urbanização populacional,
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ambientes urbanos degradados, condições precárias de saneamento básico e provimento
irregular de água potável o que acarretou em um grande número de indivíduos infectados e o
aumento de mortes vitima da dengue (LINES et al. 1994).
Encontram-se duas formas da doença: dengue clássica ou a febre hemorrágica, estas
sendo endêmicas em mais de 100 países distintos. Segundo Ligon (2005), foram registrados
casos de dengue na África, nas Américas, Sul da Europa, Mediterrâneo Ocidental, Ásia,
Austrália, no Oceano Índico, no sul e centro do Oceano Pacífico e no Caribe.
No Brasil, já foram registrados casos de dengue nos 27 estados da confederação, em
mais da metade de todos os municípios brasileiros (CÂMARA et al. 2007). A primeira
epidemia ocorreu em 1981 em Boa Vista – Roraima. Após dois ou três anos o Rio de Janeiro
também registrou uma epidemia seguido de outros estados brasileiros (CÂMARA et al.
2007).
As regiões Sudeste e Nordeste apresentam o maior número de registros da doença,
seguidas pela região Centro-Oeste e Norte. A região Sul possui os menores índices de casos
da dengue no Brasil (CÂMARA et al. 2007).
Segundo dados do Ministério da Saúde (2012) o gráfico abaixo representa o número de
casos de dengue no Brasil de 1990 a 2012.
GRÁFICO 01 - NÚMEROS DE CASOS DE DENGUE DURANTE OS ANOS DE 1990 A 2012.
Fonte: http://www.portal.saude.gov.br/portal/arquivos
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2.2 O vetor da Dengue
O principal vetor da dengue pertence à família Culicidae, subfamília Culicinae, tribo
Aedini e gênero Aedes, os mosquitos transmissores da dengue nas Américas são da espécie
Aedes aegypti (ACIOLE, 2009).
O A. aegypti é um mosquito com hábitos domésticos, com atividade hematofágica
diurna. O macho e a fêmea se alimentam de néctar e seiva de algumas plantas, mas a fêmea
necessita de sangue para a maturação dos seus ovos, utiliza-se preferencialmente de depósitos
artificiais de água limpa para colocá-los. O mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti,
necessita de condições favoráveis para a sua rápida expansão dentre elas estão: a deficiência
de abastecimento de água, a falta de limpeza urbana, e a presença de recipientes descartáveis
de plástico ou vidros e latas nos quintais das residências. Essa espécie possui grande
facilidade de adaptação a ambientes considerados desfavoráveis (TAUIL, 2002).
Em média, cada A. aegypti vive em torno de 30 a 35 dias e a fêmea chega a colocar
entre 150 a 200 ovos de cada vez, ela é capaz de realizar inúmeras posturas no decorrer de sua
vida sob condições favoráveis como temperatura e umidade, o embrião esta apto a eclodir por
volta de quatro a sete dias (CONSOLI & OLIVEIRA, 1994).
O ciclo de vida do Aedes aegypti é composto de quatro fases: ovo, larva (1o a 4
o ínstar),
pupa e individuo adulto. O ovo do Aedes pode sobreviver por até 450 dias (aproximadamente
um ano e dois meses), mesmo que o local onde ele foi depositado fique seco, se esse
recipiente receber água novamente, o ovo volta a ficar ativo. Devido essa característica de
resistir a dessecação, sobreviver por meses ou até mesmo anos, o A. aegypti conseguiu se
disseminar facilmente e tornou-se um obstáculo no que diz respeito ao seu controle
(CONSOLI & OLIVEIRA, 1994).
Na fase larval do Aedes aegypti, apresentam vida livre e é quando ocorre o período
de alimentação e crescimento do mosquito. Alimentam-se de partículas orgânicas presentes na
água, alguns tipos de algas (AHMAD et al. 2001). Seu ciclo de vida compreende quatro
estágios ou instares (L1-4), o primeiro ínstar (L1) rompe o ovo através de um dente quitinoso,
existente apenas nessa fase larval. A durabilidade dessa fase depende de fatores, tais como
temperatura da água, densidade populacional no criadouro e disponibilidade de alimento. O
quarto instar (L4), estando na sua fase final de desenvolvimento, cessa a alimentação, em
virtude da sua metamorfose ao próximo estágio de vida – a pupa – o qual não se alimenta
18
mais. O seu completo desenvolvimento leva em torno de 8 a 10 dias e é influenciado pela
temperatura, luminosidade, salinidade, poluentes orgânicos e inorgânicos (CONSOLI &
OLIVEIRA, 1994; FORATTINI, 2002).
A pupa é o estágio de vida que representa a transição do indivíduo do meio aquático
para o terrestre (FORATTINI, 2002). A pupa não se alimenta, tornando-se quiescente, pois
esta sofre mudanças, devido a metamorfose que ocorre para a pupa se transformar em
indivíduo adulto. Desenvolve-se totalmente em dois dias (RUPPERT & BARNES, 1996).
Na fase adulta, apresentam antenas plumosas nos machos e com palpos mais longos;
e pilosa nas fêmeas, característica que os diferem morfologicamente. As fêmeas adultas são
hematófagas obrigatórias, necessitando de sangue para maturação dos ovos, elas apresentam
aparelho bucal picador, embora também se alimentem de seivas de plantas, enquanto os
machos possuem aparelho bucal tipo sifonador-sugador (FORATTINI, 2002).
2.3 Controle dos vetores e resistência
Não existindo uma vacina que confira a imunidade permanente aos quatro sorotipos do
vírus causador da dengue a estratégia mais amplamente adotada para diminuir a incidência
dessas doenças consiste em controlar a população de larvas do mosquito, que é feito por meio
do controle vetorial, ou seja, através da eliminação dos locais favoráveis a criação do
mosquito e com aplicações de inseticidas químicos e biológicos. O uso de inseticidas foi uma
das medidas mais utilizadas contra os vetores por décadas (LIMA et al. 2003).
Dentre os inseticidas químicos mais utilizados destacam-se os organofosforados,
carbamatos e piretróides. A escolha desses inseticidas químicos deve-se à atividade biológica
forte destes compostos, o que lhes confere relativa instabilidade no meio ambiente
(PADILHA, 1994).
Os organofosforados e carbamatos apresentam como mecanismo de ação a inibição da
enzima acetilcolinesterase (Ache) presente no sistema nervoso de vertebrados e invertebrados.
Estes pesticidas atuam no sítio esterásico, formando um complexo enzima-inibidor, cuja
estabilidade está relacionada com a estrutura química do inseticida. Os organofosforados
interagem no sítio ativo de modo irreversível, enquanto os carbamatos, por terem uma
interação menos estável, atuam de modo reversível. A Ache tem como função hidrolisar a
acetilcolina, formando ácido acético e colina. A acetilcolina é um mediador químico,
responsável pela transmissão dos impulsos nervosos nas sinapses dos neurônios colinérgicos
19
do sistema nervoso central e periférico. Com a inibição da acetilcolinesterase aumenta o nível
de acetilcolina nas sinapses, ocasionando paralisia e a morte do inseto. Essa dependência aos
produtos químicos no controle do A. aegypti foi durante anos a estratégia mais abordada com
pouco resultado nos casos da dengue (PADILHA, 1994).
Por causa do constante uso dos inseticidas, ocorreu a resistência dos mosquitos, pois
morrem os indivíduos suscetíveis, sobrevivendo os resistentes e aumentando a população dos
mesmos (LIMA et al. 2003).
2.4 Inseticidas de Origem Vegetal
A ocorrência cada vez maior de populações resistentes de mosquitos, devido ao uso
contínuo de inseticidas sintéticos, além da poluição ambiental e toxicidade dos pesticidas
comerciais, tem estimulado a busca por inseticidas de origem vegetal, pois, plantas como
organismos que co-evoluem com insetos e outros microrganismos, são fontes naturais de
substâncias inseticidas, que são produzidas pelo vegetal em resposta a uma predação
(ISMAN, 2006; NAVARRO-SILVA et al. 2009).
Normalmente as plantas apresentam em sua composição química metabólitos primários
e secundários. Os primeiros são encontrados em todas as células vegetais e são importantes
para o desenvolvimento da planta às quais pertencem os processos essenciais à vida e comuns
aos seres vivos, sendo incluídas as macromoléculas (carboidratos, lipídeos, proteínas e ácidos
nucleicos). Já os segundos são compostos utilizados para defesa e proteção, principalmente
para plantas, que são organismos fixos, susceptíveis às mudanças e aspectos do ambiente.
Algumas das funções exercidas pelos metabólitos secundários são: proteção predação e
atração de polinizadores (RAVEN, 2001). Segundo Girard (2005) os metabolitos secundários
são caracterizados por suas propriedades aromáticas, sendo candidatos naturais para o
descobrimento de novos produtos que possam ser utilizados no controle de A. aegypti, pois,
são considerados compostos altamente bioativos (CAVALCANTI et al. 2004).
Uma das alternativas viáveis para o controle de Aedes aegypti pode ser o uso de
controle biológico por intermédio de óleos essenciais. O emprego de substâncias extraídas de
plantas com potencial inseticidas tem inúmeras vantagens, quando comparado, os inseticidas
naturais são obtidos de recursos renováveis e são rapidamente degradáveis.
Os óleos essenciais são constituídos por metabólitos secundários. Estes são
substâncias voláteis, odoríferas e líquidas extraídas das folhas, flores, frutos, caules e raízes,
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com aparência oleosa à temperatura ambiente (SIMÕES & SPITZER, 2000). Geralmente,
apresentam-se como misturas de substâncias químicas de natureza terpênica, incluindo seus
derivados alcoólicos e aldeídicos. Comercialmente, são usados na indústria farmacêutica, na
indústria cosmética e como inseticida (GIRARD, 2005).
A utilização de plantas e de produtos preparados a partir de seus constituintes, tais como
óleos essenciais e extratos, contra culicídeos, tem aumentado muito no Brasil por ser um país
com flora rica e diversa. E também por estas plantas apresentarem compostos biodegradáveis,
produtos não tóxicos e potencialmente adequados para utilização no controle de larvas de
mosquito (AMER & MEHLHORN, 2006).
No estudo realizado para testar a toxidade do extrato bruto etanólico da casca do caule
de Magonia pubescens no controle de A. aegypti, Arruda et al. (2003), obtiveram resultados
satisfatórios na eliminação do mosquito, de forma que o extrato aplicado apresentou
alterações no intestino do mosquito.
Em um estudo feito por Furtado et al. (2005), foram testados óleos essenciais de 10
plantas diferentes Ageratum conyzoides L., Cymbopogon citratus Stapf, Lippia sidoides
Chamisso, Ocimum gratissimum L., O. basilicum purpuracens Benth, O tenuiflorum L.,
Cymbopogon winterianus Jowitt, Tagetes minuta L., Vanillosmopsis arbórea e Citrus limon
L., para determinar seu potencial larvicida, onde concluiu-se que o óleo essencial de
Vanillosmopsis arborea obteve a maior atividade larvicida, com CL50 de 15,9 mg/mL e CL90
de 28,5 mg/mL, enquanto o de Ocimum gratissimum L. apresentou a menor atividade com
CL50 de 95,80mg/mL e CL90 de 102,86mg/mL8.
O efeito inibidor da ovoposição, a atividade inseticida e repelente de 10 óleos essenciais
extraídos de plantas medicinais contra Aedes aegypti foi testado por Prajapati et al. (2005), e
teve como resultados positivos o efeito tanto larvicida quanto ovicida os óleos das plantas
Juniperus macropoda e Pimpinella anisum. Outra planta que apresentou atividade ovicida foi
a Zingiber officinale, já a Rosmarinus officinalis e Cinnamomum zeylanicum apresentaram
efeito repelente, a última planta apresentando o maior efeito repelente.
Tiwary et al. (2007) testaram o efeito do óleo essencial extraídos da semente de
Zanthoxylum armatum DC (Rutaceae) contra Aedes aegypti, Anopheles stephensi e Culex
quinquefasciatus. Concluiu-se que a espécie que apresentou maior sensibilidade ao óleo foi C.
quinquefasciatus, seguido de A. aegypti e por fim Anopheles stephensi.
21
2.5 Aristolochia triangularis
As plantas pertencentes a família Aristolochiaceae estão predominantemente
distribuídas em regiões tropicais e subtropicais, fazendo parte desta família sete gêneros
Apama, Aristholochia, Asarum, Euglypha, Holostylis, Sarum e Thottea. e cerca de 600
espécies. Entre os sete gêneros destaca-se a Aristolochia que possui aproximadamente 450
espécies (SOUZA & LORENZI, 2005).
A. triangularis, também conhecida como cipó-mil-homens é uma espécie nativa no Sul
do Brasil, é uma planta escandente, trepadeira herbácea, vigorosa, volúvel, com folhas
triangular-deltóides de base cordiforme, possui flores de cor amarelo-avermelhadas e com
manchas escuras, tem forma de uma pequena jarra (SIMÕES et al. 1998).
As espécies de Aristolochia são utilizadas como plantas ornamentais devido o aspecto
exótico de suas flores e também são muito usadas na medicina popular brasileira por
apresentarem muitas propriedades curativas (LORENZI & MATOS, 2008).
2.6 Usos medicinais e componentes químicos de Aristolochia triangularis
As Aristolochias são muito utilizadas na medicina popular de diversos lugares da
América do sul. O cipó-mil-homens possui amplas indicações, sendo utilizado suas raízes,
caules e folhas por apresentarem diversas propriedades medicinais, no uso popular essa planta
é utilizada em algumas regiões contra os males de estômago, prisão de ventre e indigestão. É
considerada diurética, sedativa, estomáquica e antisséptica. As plantas deste gênero são
empregadas principalmente para asma, febres, dispeptsia, diarreia, gota, hidropsia,
convulsões, eplepsia, palpitações e eczemas, é usada externamente no combate a caspa e
orquite, tem bons resultados no tratamento da falta de menstruação e em casos de clorose
(LORENZI & MATOS, 2008).
Muitos trabalhos de medicina popular apontam que essa planta possui propriedades
abortivas e reguladores de menstruação, mas, com doses abusivas torna-se tóxica. As plantas
deste gênero apresentam aristolóquicos, que são os componentes considerados tóxicos.
Análises fotoquímicas do caule e da raiz de Aristolochia identificaram a presença de
dipertenos e sesquiterpenoides nas suas folhas (LORENZI & MATOS, 2008). Devido a
22
grande utilização da Aristolochia triangularis na medicina popular e em função das suas
propriedades químicas, a mesma poderia ser aplicada no controle das larvas de A. aegypti.
Estudos realizados com a Aristolochia triangularis, comprovou que a planta apresenta
citotoxidade, com inibição do crescimento da coroa da galha tumoral, e ação antimicótica
(MONGELLI et al. 2000). Outra pesquisa feita com A. triangularis, onde foram isolados e
identificados alguns sesquiterpenos, alguns apresentaram atividade larvicida, antifúngico além
destes foram detectados outros compostos com função inibitória da atividade tumoral (WU et
al. 2004). Em uma pesquisa realizada por Rucker et al. (1981) foram isolados diterpenos das
raízes e caules de Aristolochia triangularis. Esses diterpenos fazem parte dos metabólitos
secundários produzidos pelas plantas.
O metabolismo secundário origina compostos que não possuem uma distribuição
universal, pois não são necessários para todas as plantas. Em função disso, esses compostos
podem ser utilizados em estudos taxonômicos. Embora o metabolismo secundário nem
sempre seja necessário para que uma planta complete seu ciclo de vida, ele desempenha um
papel importante na interação das plantas com o meio ambiente. Entre as principais funções
dos metabolitos secundários esta a defesa contra a herbivoria, ataque de patógenos,
competição entre plantas e atração de organismos benéficos como polinizadores, dispersores
de semente e microorganismos simbiontes. Contudo, produtos secundários também possuem
ação protetora em relação a estresses abióticos, como aqueles associados com mudanças de
temperatura, conteúdo de água, níveis de luz, exposição a UV e eficiência de nutrientes
minerais (FRAENKEL, 1959).
Existem três grandes grupos de metabólitos secundários: terpenos, compostos fenólicos
e alcalóides. Os terpenos são feitos a partir do ácido mevalônico (no citoplasma) ou do
piruvato e 3-fosfoglicerato (no cloroplasto). Os compostos fenólicos são derivados do ácido
mevalônico. Por fim, os alcalóides são derivados de aminoácidos aromáticos, os quais são
derivados do ácido chiquímico, e também de aminoácidos alifáticos (FRAENKEL, 1959).
As plantas capazes de produzir terpenos são consideradas com grande potencial
larvicida (NERIO et al. 2010). Além dos terpenos, existem também vários compostos
representados por produtos químicos produzidos pelas plantas, incluindo os poliacetilenos,
fitoesteróis, flavonoides, sesquiterpenóides e tripertenoides tem sido avaliados no papel
biocida de larvas de Aedes aegypti (CANTRELL et al. 2010).
Diante do exposto acima acredita-se que a Aristolochia triangularis, por apresentar
terpenos em sua composição química pode ser utilizada no controle do Aedes aegypti.
23
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Obtenção das Larvas de Aedes aegypti e do óleo essencial
Os ovos de A. aegypti foram fornecidos pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul onde ficaram acondicionados em placas de petry e transportados até a URI de Frederico
Westphalen. Então foram colocados para desenvolvimento em bandeja contendo água e
nutrientes. Posteriormente os ovos foram incubados a 28º C em câmara de crescimento
artificial BOD por um período de cinco dias até atingirem o 4º ínstar.
O óleo de Aristolochia triangularis foi fornecido pelo professor Sandro Rogério
Giacomeli do curso de Química da URI.
3.2 Avaliação da atividade larvicida do óleo essencial de Aristolochia triangularis
A metodologia para a determinação da concentração letal foi adaptada de Prophiro et al.
(2012). Para avaliar o potencial larvicida do óleo essencial foram utilizadas larvas de A
aegypti de quarto ínstar. Num primeiro momento o óleo essencial de A. triangularis foi
diluído em solução aquosa de dimetil sulfóxido 2% (DMSO) em 10 concentrações (2, 4, 6, 8,
10, 20 mg/ml). As diluições foram realizadas semanalmente em função da volatilidade dos
óleos. Todas as diluições foram testadas como larvicida no quarto estágio larval de
desenvolvimento do A aegypti em duas estações do ano (primavera – verão). Antes de avaliar
o potencial larvicida dos óleos, as larvas acondicionadas em bandejas plásticas com água a
temperatura constante de 28o
C foram separadas com o auxilio de uma pipeta de Pasteur, e
colocadas em papel filtro visando remover o excesso de água da parte externa das mesmas.
Após a remoção do excesso de água, as larvas foram distribuídas em recipientes de vidro (10
ml) contendo 2 ml de cada diluição (2, 4, 6, 8,10 e 20 mg/ml) do óleo de A. triangularis.
Como controle foi utilizado um recipiente de vidro contendo 10 larvas e DMSO (dimetil
sulfóxido 2%) em 2 ml de água. O total de 10 larvas foram distribuídas em cada recipiente nas
seis diluições, sendo feito cinco repetições e totalizando 300 larvas + 10 larvas controle por
óleo. As larvas com as respectivas diluições foram incubadas em Câmara Incubadora BOD a
28o C durante 24 horas.
24
Ao final de 24 horas foi avaliado o potencial larvicida do óleo essencial nas diferentes
diluições. Após 24 horas de exposição ao óleo o número de larvas de Aedes aegypti mortas foi
registrado onde foram consideradas mortas as larvas que não apresentarem movimentos ou
não responderam a estímulos causados pela pipeta de Pasteur. Os testes envolvendo diluições
do óleo essencial foram realizados por um período de sete meses a contar de novembro com
término em junho de 2013. Assim foram realizados seis testes larvicidas com A.triangularis
nas diferentes concentrações. Um esquema da avaliação do potencial larvicida dos óleos
essenciais pode ser visto na figura abaixo:
FIGURA 01 – ESQUEMA DA REALIZAÇÃO DO EXPERIMENTO
Fonte: J. OLIVEIRA
Óleo essencial (Aristolochia triangularis)
4mg/
ml
6mg/
ml
8mg/
ml
10mg
/ml
20mg
/ml
Diluição
Aplicação como larvicida
10 larvas de quarto instar de Aedes aegypti colocadas em recipientes de vidro de 10 ml
contendo 2 ml de cada diluição (óleo + DMSO + água)
2mg/
ml
4mg/
ml
6mg/
ml
8mg/
ml
10mg
/ml
20mg
/ml
Incubação dos frascos em Câmara de Crescimento 28oC; Avaliação do potencial biocida do
óleo através da verificação de morte das larvas em 24 horas
2mg/
ml
25
3.3 Determinação das concentrações letais de Aristolochia triangularis em larvas de
Aedes aegypti
Após estimar a atividade larvicida do óleo foram realizados testes para averiguar a
concentração suficiente para exterminar 99% das mesmas em até 24 horas. Estimando assim
as concentrações letais do óleo aplicado.
3.4 Determinação do tempo de atividade larvicida de Aristolochia triangularis
Realizada a descoberta das concentrações letais e subletais de A. triangularis, foram
preparados diluições nestas concentrações onde serão colocadas larvas de A.aegypti afim de
avaliar o tempo de atividade larvicida do óleo. Assim foram montados 5 frascos com as
diluições (letal) contendo 10 larvas (4o instar) por frasco. Ao final de 24 horas foi avaliado o
potencial biocida de cada óleo essencial nas duas concentrações. As larvas que morrerem ao
período de 24 horas foram substituídas por outras larvas de mesmo ínstar. As larvas foram
substituídas até que o efeito larvicida do óleo cesse, podendo assim ser estimado o tempo de
atividade larvicida.
3.5 Potencial larvicida do organofosforado
O teste de avaliação biocida do Organofosforado Malathion foi realizado de forma
semelhante ao utilizado com o óleo essencial. Para testar a resistência das larvas ao
Malathion, foi utilizado o inseticida de mesmo nome com grau técnico 90%. Os bioensaios
seguiram o protocolo recomendado pela Organização Mundial da Saúde descrito em WHO
(2009), Lima et al. (2003) e Braga et al. (2004). O protocolo compreende dois tipos de
parâmetros; em primeiro foi testado a mortalidade das larvas de Aedes aegypti frente a
concentração diagnóstico (CD) e em segundo frente a um gradiente de concentrações
(concentrações múltiplas – CM).
Antes de avaliar o potencial biocida do Organofosforado, as larvas acondicionadas em
bandejas plásticas com água a temperatura constante de 28o
C foram separadas com o auxilio
de uma pipeta de Pasteur e colocadas em papel filtro visando remover o excesso de água da
parte externa das mesmas. Após a remoção do excesso de água, as larvas foram distribuídas
em recipientes de vidro (10 ml) contendo 2 ml de cada diluição (10, 5, 1, 0,8 e 0,6 mg/ml) do
26
Organofosforado. Como controle foi utilizado um recipiente de vidro contendo 10 larvas e
DMSO (dimetil sulfóxido 2%) em 2 ml de água. O total de 10 larvas serão distribuídas em
cada recipiente nas cinco diluições totalizando 250 larvas + 10 larvas controle. As larvas com
as respectivas diluições foram incubadas em Câmara Incubadora a 28o C durante 24 horas.
Ao final de 24 horas foi avaliado o potencial biocida do Organofosforado nas
diferentes diluições. Após 24 horas de exposição ao Organofosforado o número de larvas de
Aedes aegypti mortas foi registrado onde foram consideradas mortas as larvas que não
apresentaram movimentos ou não responderam a estímulos causados pela pipeta de Pasteur.
Ao final dos ensaios foi possível avaliar a concentração letal do Organofosforado suficiente
para exterminar 100% das larvas de Aedes aegypti.
27
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Atividade larvicida do óleo essencial de Aristolochia triangularis
O óleo essencial de Aristolochia triangularis nas concentrações de 20, 10, 8, 6, 4 e 2
mg/ml apresentou grande atividade larvicida contra as larvas de terceiro e quarto instar de
Aedes aegypti.
4.2 Estimativa das doses letais de Aristolochia triangularis, e do organofosforado químico
suficiente para matar 99% das larvas (CL99) e determinação do tempo de atividade
larvicida do óleo essencial da Aristolochia triangularis e do organosfosforado químico
sob as larvas de 4o instar de Aedes aegypti
As tabelas abaixo indicam a atividade larvicida e as concentrações LC99 do óleo essencial de
A. triangularis e do organofosforado químico respectivamente.
Concentração mg/ml -1
2 4 6 8 10 20 Controle
Larvas mortas
24h 10 10 10 10 10 10 0
48 h 10 10 10 10 10 10 0
72 h 10 10 10 10 10 10 0
96 h 10 10 10 10 10 10 0
120 h 10 10 10 10 10 10 0
144 h 3 3 4 8 6 8 0
TABELA 01 – ATIVIDADE LARVICIDA E AS CONCENTRAÇÕES CL99 DO ÓLEO ESSENCIAL DE
ARISTOLOCHIA TRIANGULARIS
Fonte: J. OLIVEIRA
28
Concentração mg/ml -1
0,6 0,8 1 5 10 Controle
Larvas mortas
24h 10 10 10 10 10 0
48h 10 10 10 10 10 0
72h 10 10 10 10 10 0
96h 10 10 10 10 10 0
120h 10 10 10 10 10 0
144h 10 10 10 10 10 0
TABELA 02 – ATIVIDADE LARVICIDA E AS CONCENTRAÇÕES CL99 DO ORGANOFOSFORADO
QUIMICO
Fonte: J. OLIVEIRA
Atividade larvicida, das soluções contendo óleo essencial de Aristolochia triangularis
nas concentrações de 20, 10, 8, 6, 4, e 2 mg/ml sobre as larvas Aedes aegypti, demonstrou que
o efeito letal ocorre, principalmente, nos primeiros minutos de exposição ao óleo e continuam
fazendo efeito por um longo período de tempo, aproximadamente 144 horas, como
demonstrado na tabela 1.
Observações no comportamento das larvas tratadas com óleo de Aristolochia
triangularis, revelam o modo de toxidade. Todas as larvas se apresentavam ativas com
movimentos normais imediatamente a exposição destas ao óleo. Entretanto, após dois minutos
de exposição as larvas passaram a apresentar movimentos anormais de perturbação ficando
muito agitadas em sequencia observou-se movimentos lentos, até a morte das mesmas.
Após 24 horas foi feito a substituição das larvas mortas e em todas as concentrações, foi
observado que em 120 horas o óleo continuou com o mesmo potencial larvicida, matando
todas as larvas expostas nas seis diferentes concentrações. Após 144 horas o óleo começou a
apresentar diferença em seu potencial.
O Organofosforado, foi testado nas concentrações 10, 5, 1, 0,8 e 0,6 mg/ml e apresentou
atividade larvicida contra as larvas de quarto instar de Aedes aegypti, mantendo essa
atividade por 144 horas (tabela 2), entretanto, em comparação com o óleo essencial de
Aristolochia triangularis, o Organofosforado começou a apresentar atividade larvicida após
30 minutos de exposição, enquanto que o óleo teve inicio de atividade após dois minutos de
exposição. Apesar do organofosforado químico ter apresentado atividade larvicida após 30
minutos de contato com as larvas, observou-se que as concentrações LC 99% do
29
organofosforado químico foram menores. Além disso, o tempo de atividade larvicida
observado para o organofosforado químico não diminuiu até o período de 144 horas.
30
4.3 Discussão
Os experimentos realizados ofereceram excelentes resultados quanto ao potencial
larvicida do óleo essencial de Aristolochia triangularis sobre as larvas de Aedes aegypti. Na
literatura consultada não foi encontrado estudos testando a atividade larvicida do óleo
extraído da Aristolochia triangularis, entretanto, a explicação para a atividade larvicida de A.
triangularis pode estar associado a presença de terpenos nos seus constituintes. Segundo
Viegas Junior (2003), os terpenos possuem uma ampla atividade inseticida, podendo ser este
composto responsável pela atividade larvicida observada.
De acordo com o trabalho de WU et al. (2004) foram identificados sesquiterpenos na
composição química da Aristolochia triangularis. Com isso pode-se supor que a eficaz ação
do óleo essencial de A. triangularis contra as larvas de A. aegypti, deve-se provavelmente aos
sesquiterpenos presentes na planta, pois, estudos comprovam que sesquiterpenos possuem
importante atividade larvicida (SIMAS et al. 2004).
Observou-se que as concentrações do óleo essencial de Aristolochia triangularis que
causam mortalidade de 99% das larvas foram 20, 10, 8, 6, 4 e 2 mg/ml, sendo que estas
concentrações tiveram inicio de atividade larvicida nos primeiros dois minutos de exposição.
Já as concentrações letais do Organofosforado quimico foram 10, 5, 1, 0,8 e 0,6 mg/ml, e sua
ação começou intensamente sobre as larvas 30 minutos após o inicio do tratamento.
Resultados estes que divergem com Amer & Mehlhorn (2006), estes autores avaliaram a
atividade larvicida de 41 óleos essenciais, onde 48% dos óleos só apresentaram potencial
larvicida após 12 horas de exposição, ou seja, não durante os primeiros minutos após a
exposição das larvas aos óleos. A pesquisa feita por Prophiro (2008) avaliou-se o efeito
biocida dos óleos essenciais de das espécies vegetais Carapaguianensis (Aublet) (Meliaceae)
e Copaifera sp. (Linnaues) (Leguminosae) contra as larvas de 3o e 4
o instar de Aedes aegypti,
onde foi observado que o efeito letal dos óleos sobre as larvas ocorreu nas primeiras duas e
três horas após a exposição aos óleos.
Os resultados obtidos corroboram com os resultados observados no trabalho feito por
Santos et al (2006) que testou o potencial biocida das plantas Cordia leucomalloides e C.
curassavica, estas que se mostraram ativas para o controle do A. aegypti, sendo que a primeira
31
espécie apresentou maior atividade larvicida por ser composta por sesquiterpenos. Mostrando
que plantas que apresentam sesquiterpenos possuem um grande potencial larvicida.
Da mesma forma, observa-se nos resultados de Simas et al. (2004) que testou a
atividade larvicida de Myroxylon balsamun (L.) Harms (Fabaceae) no controle do A. aegypti,
o qual apresentou melhor atividade inseticida detectada pela presença de sesquiterpeno
Enerolidol presente na planta.
Em Furtado et al. (2005), foi avaliado o efeito larvicida de dez óleos essenciais
extraídos de diferentes partes das plantas Ageratum conyzoides L., Cymbopogon citratus
Stapf, Lippia sidoides Chamisso., Ocimum gratissimum L., O. basilicum purpurascens Benth,
O tenuiflorum L., Cymbopogon winterianus Jowitt e Tagetes minuta L. e Vanillosmopsis
arborea nas concentrações de 100, 50, 10 e 1 mg/ml. Onde os resultados indicaram que todos
os óleos essenciais avaliados, apresentaram atividade larvicida contra as larvas de Aedes
aegypti, sendo que V. arborea, apresentou o maior efeito sobre as larvas são de A. aegypti. No
trabalho não foram citados os compostos químicos presentes nestas plantas, mas os resultados
se apresentaram próximos aos obtidos neste estudo.
Seguindo a mesma linha de raciocínio, o trabalho realizado por Aciole (2009) avaliou a
atividade larvicida de óleos de cinco plantas da Amazônia (Guatteria blepharophylla, G.
friesiana, G. hispida e Cordia curassavica) e Mata Atlântica Brasileira (Pimenta
pseudocaryophyllus) contra A. aegypti, onde observou-se que todos os óleos apresentaram
excelentes resultados quanto ao potencial ativo, mostrando forte atividade larvicida, as plantas
estudadas contêm em sua estrutura monoterpenos e sequiterpenos, comprovando que esses
óleos são alternativas que podem ser usadas para o controle de larvas do mosquito A. aegypti.
Assim, concordando com os resultados obtidos neste trabalho, onde supõe-se que o tipo de
composto e suas características químicas são fatores primordiais para determinar se um
extrato ou óleo essencial servem como inseticida.
Deve-se levar em conta que os trabalhos acima citados foram testados com plantas
diferentes e provavelmente possuam princípios ativos diferentes.
O tempo de atividade larvicida do óleo essencial e do organofosforado químico
alcançou 100 % de atividade por o período de uma semana. Esses resultados corroboram com
Amer & Mehlhorn (2006), que também observaram o tempo de atividade larvicida. Neste
trabalho os autores avaliaram o potencial larvicida e o tempo de atividade de 13 óleos
essenciais e perceberam que esses óleos continuaram fazendo efeito por semanas, mas de
forma menos intensa com o passar dos dias. Esses resultados também concordam com o
estudo feito por Aciole (2009), onde foi testado o potencial larvicida e determinado o período
32
de atividade larvicida de óleos essenciais de cinco plantas, citadas acima. A autora observou
que os óleos possuem potencial larvicida e que a toxicidade desses óleos essenciais diminuiu
rapidamente durante o tempo que durou o experimento.
A diminuição da atividade larvicida observada após as 120 horas pode estar associada
as alterações que os óleos sofrem ao longo do tempo, como volatilização e fotoxidação e
perda da sua atividade biológica. Acredita-se que, os óleos essenciais, por se tratar de
substâncias derivadas de plantas, podem passar por alterações na sua composição devido ao
fato de serem voláteis, sensíveis à luminosidade, estocagem, entre outros fatores. Os
compostos voláteis dos óleos essenciais têm um papel importante para produzir toxicidade, da
mesma forma que eles também evaporam rapidamente quando armazenados e expostos por
longo período de tempo. A utilização desses inseticidas de origem vegetal pode ser vantajosa
em relação aos sintéticos, pois esses são provenientes de recursos renováveis e por ser uma
mistura de vários compostos ativos agindo conjuntamente, a resistência pode ocorrer mais
lentamente (BARRETO, 2005). Além disso, esses biocidas não colocam em risco outros
organismos e não prejudicam o meio ambiente.
A atividade larvicida do organofosforado químico é explicada devido ao seu potencial
de inibir a ação da acetilcolinesterase. Segundo Padilha (1994) o malation é um composto
químico tóxico pertencente à classe dos organofosforados. O Organofosforado tem como
mecanismo agir no organismo inibindo a acetilcolinesterase (Ache) que é uma enzima que
hidrolisa a acetilcolina. A acetilcolina é um mediador químico, responsável pela transmissão
dos impulsos nervosos nas sinapses dos neurônios colinérgicos do sistema nervoso central e
periférico. A presença continuada da acetilcolina nas terminações nervosas interfere no
mecanismo de transmissão neural ocasionando paralisia e a morte do inseto. Evidenciando
assim, o resultado obtido através dos experimentos feitos neste trabalho que comprovaram a
eficaz ação do Malathion, devido a presença do organofosforado em sua composição.
33
5. CONCLUSÃO
Diante dos resultados obtidos através dos experimentos realizados, conclui-se que o
óleo essencial de Aristolochia triangularis apresenta grande atividade larvicida contra as
larvas de Aedes aegypti. Comprovando assim a sua potencialidade larvicida e representando
uma alternativa interessante no controle das larvas de A. aegypti, sendo um método de
controle seguro e que não causa danos ao meio ambiente.
34
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URI-UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS
MISSÕES
PRÓ-REITORIA DE ENSINO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
CAMPUS DE FREDERICO WESTPHALEN
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
ATIVIDADE LARVICIDA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Aristolochia triangularis L. NO
CONTROLE DO Aedes aegypti (LINNAEUS, 1792)
JÉSSICA DE OLIVEIRA
Frederico Westphalen, julho, 2013