ATIVIDADE INSETICIDA DE EXTRATOS E ÓLEOS VEGETAIS ...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE AGRONOMIA
ATIVIDADE INSETICIDA DE EXTRATOS E ÓLEOS VEGETAIS SOBRE NINFAS DE PULGÃO-PRETO-DO-
FEIJOEIRO (Aphis craccivora Koch )
FRANCISCO SADI SANTOS PONTES
Monografia apresentada ao Curso de Agronomia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará, como parte das exigências da Disciplina Atividade Supervisionada.
Orientador técnico ERVINO BLEICHER
FORTALEZA CEARÁ - BRASIL
2005
FRANCISCO SADI SANTOS PONTES
ATIVIDADE INSETICIDA DE EXTRATOS E ÓLEOS VEGETAIS SOBRE NINFAS DE PULGÃO-PRETO-DO-
FEIJOEIRO (Aphis craccivora Koch)
Monografia apresentada ao Curso de Agronomia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará, como parte das exigências da Disciplina Atividade Supervisionada.
APROVADA em _____ de ________ de 200__
Prof. Dr. Everton Rabelo Cordeiro Prof. Dr. Ervino Bleicher (Conselheiro – UFC) (Orientador pedagógico – UFC)
Dr. Manoel Eneas de Carvalho Gonçalves (Conselheiro)
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade de estar no
mundo e chegar até aqui.
Aos meus pais, Maria José Santos Pontes e Sadi Lopes Pontes e à minha
família, agradeço todo o amor, carinho, compreensão e respeito.
Ao Prof. Dr. Evino Bleicher, pela orientação, amizade e equilíbrio,
características que me trouxeram confiança para seguir em frente.
Ao amigo, colega de trabalho e conselheiro Janser Nobre de Oliveira cuja
ajuda foi fundamental no desenvolvimento deste trabalho.
Aos amigos Jefté Ferreira, Elivan Arruda, Fábio Costa, Ciro de Miranda,
João Gutemberg, Fred Denílson e Francisco José de Carvalho pela amizade e incentivo
nos momentos de dificuldade e ao amigo e colega de trabalho Fernando.
Ao Programa de Ensino Tutorial (PET) pela concessão de bolsa de estudos e
incentivo ao desenvolvimento tanto profissional quanto humano.
Aos amigos da UFC, que me "aturam" todos os dias, pessoas que passaram
pelo que passei, como também a todos aqueles que participaram em alguma etapa desse
processo, meus sinceros agradecimentos.
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RESUMO
PONTES, F.S.S. Atividade inseticida de extratos e óleos vegetais sobre ninfas de
pulgão-preto-do-feijoeiro (Aphis craccivora Koch). 2005.46 f. Monografia-
Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.
Dentre os insetos que afetam a produção de alimentos, destacam-se os afídeos
principalmente devido a sua capacidade de transmitir viroses. Seu controle é feito
basicamente com defensivos químicos que, quando mal utilizados, podem trazer efeitos
adversos ao ambiente e à saúde humana. A opinião publica atual sobre estes fatos tem
reforçado a necessidade de se desenvolverem novas técnicas para eliminar ou reduzir os
presentes níveis de utilização destes produtos e os inseticidas à base de vegetais são
uma delas. Este trabalho teve como objetivo avaliar, em condições de casa de
vegetação, a atividade inseticida de extratos alcoólicos de malvarisco (Plectranthus
amboinicus (Lour.)), manjericão (Ocimum basilicum L.), salsão (Apium graveolens L.)
e alho poró (Allium porrum), bem como, o efeito dos óleos de girassol, milho e soja e o
detergente neutro Ypê® (agente emulsificante) sobre ninfas de pulgão-preto (Aphis
craccivora Koch) em feijoeiro (Vigna unguiculata (L.) Walp.). Verificou-se que os
extratos de A. graveolens e A. porrum com eficiência relativa de 27,8 % e 33,2 %,
respectivamente, exercem algum tipo de efeito inseticida tópico sobre o pulgão-preto.
Em relação aos óleos, obteve-se uma eficiência relativa de 33,6 %, 43,15 %, 48,13 % e
46,05 % para os óleos de girassol, soja e milho e o detergente neutro, respectivamente.
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SUMMARY
Among the insects that affect food production aphids call attention due to their capacity
of transmiting viruses. Their control is basically done by using chemical insecticides
that, when in a wrong way, can bring adverse effects to the environment and human
health. Nowadays public concern about that fact has strengthened the necessity to
develop new techniques to eliminate or reduce present levels of these products and
vegetable based insecticides are one of them. The objective of this research was to
evaluate, under greenhouse conditions, the insecticidal activity of alcoholic extracts of
Plectranthus amboinicus (Lour.), Ocimum basilicum L., Apium graveolens L. and
Allium porrum, as well as, the effect of sunflower, corn and soybean cooking oils and
the neutral detergent Ypê® on cowpea (Vigna unguiculata (L.) Walp) black aphid (Aphis
craccivora Koch). The extracts of A. graveolens and A. porrum showed some
insecticidal action against aphid with an efficacy of 27.8 % and 33.2 % respectively.
The water solutions with 2 % of cooking oils didn’t show phytotoxicity and treatments
presented efficacy of 33.6 %, 43.15 %, 48.13 % and 46.05 % for sunflower, soybean
and corn oils and neutral detergent, respectively.
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SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS .................................................................................................... ii
RESUMO ........................................................................................................................ iii
SUMMARY .................................................................................................................... iv
SUMÁRIO ....................................................................................................................... v
1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1
2. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 4
2.1. Considerações gerais sobre afídeos: ....................................................................... 4
2.1.1. Aphis craccivora Koch (Hemiptera: Aphidae) ................................................... 6
2.2. Inseticidas de origem vegetal .................................................................................. 6
2.2.1 Vantagens ............................................................................................................... 8
2.2.2 Desvantagens .......................................................................................................... 9
2.3. Constituintes químicos das plantas ...................................................................... 11
2.3.1. Constituintes químicos das plantas mencionadas neste trabalho .................. 13
2.4. Efeito de extratos vegetais sobre pragas .............................................................. 14
2.4.1. Efeito sobre afídeos ............................................................................................. 15
2.5 Efeito de óleos sobre pragas ................................................................................... 17
3. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 20
3.1. Obtenção e Manutenção da criação de Aphis craccivora ................................... 20
3.2. Obtenção do material vegetal e preparo dos pós e dos extratos alcoólicos ...... 21
3.3. Atividade inseticida dos extratos sobre ninfas de pulgão .................................. 21
3.4 Atividade inseticida dos óleos vegetais sobre ninfas de pulgão .......................... 22
3.5 Análise da fitotoxicidade ........................................................................................ 23
3.6 Delineamento e analises estatísticas ...................................................................... 23
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 24
vi
4.1. Avaliação da fitotoxicidade ................................................................................... 24
4.2. Avaliação do efeito inseticida dos extratos alcoólicos......................................... 24
4.3. Avaliação da atividade inseticida dos óleos ......................................................... 26
5. CONCLUSÕES ......................................................................................................... 28
6. LITERATURA CITADA ......................................................................................... 29
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LISTA DE TABELAS
1. Número médio de ninfas e eficiência relativa dos extratos sobre Aphis craccivora
Koch. Fortaleza, CE. 2005. ....................................................................................... 25
2. Número médio de ninfas e eficiência relativa dos óleos vegetais sobre Aphis
craccivora Koch. Fortaleza, CE. 2005. .................................................................... 27
1. INTRODUÇÃO
Dentre os insetos que afetam a produção de alimentos, destacam-se os afídeos,
também conhecidos como pulgões e constituem-se atualmente no grupo de maior
importância agrícola mundial, devido a sua capacidade de transmitir viroses (PENA-
MARTINEZ, 1992). Várias espécies de pulgões são encontradas infestando plantas
cultivadas, em especial no feijão [Vigna unguiculata L. (Walp)] inclui-se o pulgão-
preto, Aphis craccivora Koch (Hemiptera: Aphididae) (Moraes e Ramalho, 1980).
O seu controle é feito basicamente com agroquímicos. Contudo, esses
defensivos, quando mal utilizados, podem causar efeitos adversos como a eliminação
dos inimigos naturais, envenenamento humano e de animais tanto domésticos quanto
silvestres, resistência das pragas aos inseticidas, problemas de polinização devido à
eliminação de agentes polinizadores, contaminação de produtos agropecuários,
(Pimentel et al., 1980, apud Endersby, 1991) e contaminação da água e de rios
subterrâneos.
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A opinião pública atual sobre estes fatos, bem como os requerimentos de países
importadores por ausência de resíduos químicos em produtos agrícolas e a preocupação
dos consumidores com a qualidade dos alimentos, têm reforçado a necessidade de se
desenvolver novas técnicas para eliminar ou reduzir os presentes níveis de utilização
destes insumos (Endersby, 1991).
Os inseticidas a base de produtos vegetais, também denominados de inseticidas
botânicos, constituem-se numa alternativa ao uso de agroquímicos de sintéticos. Sendo
oriundos de produtos naturais, muitos deles, não apresentam efeitos prejudiciais ao
ambiente devido à sua rápida degradação (Lagunes e Rodriguez, 1989; Endersby, 1991).
Estes inseticidas têm sido alvo de várias pesquisas por apresentarem resultados
satisfatórios, serem de fácil utilização e obtenção, baixo custo e minimizarem os
problemas apresentados pelos produtos químicos, constituindo-se numa importante
forma de controle a ser adotado, principalmente, pelos pequenos agricultores (Tavares,
2002).
Uma outra alternativa ao uso de agroquímicos e quem vem sendo pesquisada
visando reduzir os problemas trazidos por diversas pragas e patógenos são os óleos
vegetais, também incluídos dentro do grupo de produtos conhecidos como inseticidas
“bioracionais” (Oliveira, 2005). Paula Neto (2003) cita em seu trabalho o óleo de
algodão, Gossypium sp., como um dos mais promissores no controle de pragas
principalmente afídeos e moscas-brancas.
Pesquisas relacionadas tanto aos óleos quanto aos inseticidas de origem vegetal
abrem perspectivas e espaço para sua utilização no controle de pragas. Deste modo, este
trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar, em condições de casa-de-vegetação, a
atividade inseticida de extratos alcoólicos de malvarisco [Plectranthus amboinicus
(Lour.)], manjericão (Ocimum basilicum L.), salsão (Apium graveolens L.) e alho poró
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(Allium porrum L.), bem como, o efeito dos óleos de girassol, milho, soja e detergente
neutro sobre ninfas de pulgão-preto (A. craccivora) em feijão-de-corda [Vigna
unguiculata L. (Walp)].
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Considerações gerais sobre afídeos
Os pulgões são insetos pequenos, no máximo 5 mm de comprimento, de
coloração que varia do amarelo claro ao preto brilhante, corpo ovalado e apresentando
no abdome, dois apêndices tubulares laterais chamados sifúnculos e um central
chamado de codícola. Colonizam a face abaxial das folhas e brotos novos das plantas. A
sua capacidade de reprodução nas condições climáticas do Brasil se processa
exclusivamente por partenogênese telítoca, ou seja, as fêmeas produzem ninfas fêmeas
sem o recurso dos machos. Uma fêmea dá origem a cerca de 2 a 4 ninfas por dia, que se
desenvolvem com o decorrer de sucessivas ecdises. O período ninfal é de
aproximadamente 7 dias, no qual são verificados 4 ínstares (Melo e Bleicher, 1995;
Pedrosa, 1997; Ali et al., 2001; Gallo et al., 2002).
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São pragas polífagas e atacam, entre muitas outras culturas, o algodoeiro, o
cajueiro, cucurbitáceas, como a abóbora, pepino, o melão e melancia, dentre outras
(Gallo et al., 2002; Melo et al., 1990; Bleicher e Melo, 1993; Melo e Bleicher, 1995).
Estes insetos iniciam seu ataque em reboleiras, a partir da colonização inicial
feita por formas aladas do inseto e posterior dispersão na área. Alimentam-se sugando a
seiva das plantas, injetando toxinas e transmitindo viroses. Provocam encarquilhamento
das folhas e a deformação dos brotos, prejudicando severamente o desenvolvimento da
planta atacada. O aparelho digestivo desses insetos apresenta-se na forma de câmara-
filtro, uma câmara que envolve a parte inicial do mesêntero com a parte posterior do
proctodéu. Assim, a seiva é filtrada sendo retidos os aminoácidos livres e demais
proteínas requeridos pelo inseto. Os açúcares e o excedente de líquido passam
diretamente para a parte final do tubo digestivo, sendo eliminado pelo ânus em forma de
gotículas. Por essa razão, é possível a sucção contínua da seiva, pois só é aproveitado
pelos insetos um suco alimentar concentrado e de fácil absorção. De parte dessas
gotículas se alimentam as formigas que, em contrapartida, os protegem dos inimigos
naturais. Outra parte serve de substrato para o desenvolvimento de fumagina
(Capnodium spp.) que recobre a folha dificultando a respiração e fotossíntese da planta,
o que contribui ainda mais para seu enfraquecimento (Melo e Bleicher, 1995; Pedrosa,
1997; Gallo et al., 2002).
Entre as culturas atacadas pelos pulgões no Nordeste, se destaca o feijão-de-
corda (V. unguiculata), também conhecido como caupi ou feijão macassar. Essa espécie
é leguminosa rústica, com grande capacidade produtiva. É cultivada principalmente por
pequenos e médios agricultores das Regiões Nordeste e Norte do país, onde se constitui
na principal fonte protéica, energética e vitamínica para a população, alcançando assim
grande importância social (Quintela et al., 1991; Bevitori et al., 1992).
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2.1.1. Aphis craccivora Koch (Hemiptera: Aphidae)
O pulgão, A. craccivora, vulgarmente conhecido como pulgão-preto do feijoeiro
ou simplesmente pulgão-preto, é uma das mais importantes pragas do feijão-de-corda,
ocorrendo em todo o Nordeste, sobretudo, no período sem chuvas, atacando essa
leguminosa e transmitindo viroses. É um inseto de tamanho médio, com
aproximadamente 3 mm de comprimento; de cor preta brilhante; antenas mais curtas do
que o corpo; os sifúnculos são quase cilíndricos e seu comprimento é aproximadamente,
duas vezes maior que a codícola; os fêmures e as tíbias têm as partes basais mais claras
do que as partes distais e a nervura mediana das asas anteriores é ramificada (Santos et
al., 1977). O desenvolvimento do estágio ninfal se completa em cerca de 7,10; 6,04 e
4,5 dias em temperaturas de 18, 22 e 26ºC, respectivamente (Ali et al., 2001).
Essa praga normalmente se desenvolve nos brotos terminais e, principalmente,
nos pecíolos das folhas do feijão-de-corda. Suas colônias são constituídas de muitos
indivíduos, em diferentes fases, inclusive alados. O período crítico do seu ataque ao
feijão-de-corda vai até 35 dias após a emergência, havendo posteriormente um declínio
da população. Quando este ocorre durante os primeiros 15 dias após a germinação, seus
danos diretos provocam clorose e/ou deformação e atraso no desenvolvimento da
cultura (Santos et al., 1977; Moraes, 1981).
2.2. Inseticidas de origem vegetal
A utilização de produtos extraídos de plantas para o controle de insetos é uma
atividade relativamente antiga, tendo sido empregados bem antes do advento dos
inseticidas sintéticos, principalmente no controle de insetos sugadores, pragas
domissanitárias e pragas de hortaliças. Os primeiros inseticidas botânicos utilizados
foram a nicotina extraída do fumo Nicotiana tabacum, a rianodina extraída de Ryania
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speciosa, a sabadila oriunda de Schoenocalum officinale, a piretrina proveniente de
Chrysanthemum cinerariaefolioum e a rotenona extraída de Derris spp. e Lonchocarpus
spp. (Lagunes e Rodríguez, 1989). Estes produtos, porém, praticamente deixaram de ser
utilizados com o advento dos inseticidas organossintéticos, que se mostravam mais
eficientes, baratos e de fácil utilização.
Inseticidas botânicos, ou simplesmente botânicos, são inseticidas existentes
naturalmente nas plantas e derivados a partir destas, sendo processados de várias formas
(Weinzierl e Henn, 2005). Ainda de acordo com os mesmos autores, relacionado a
forma de processamento, têm-se os preparados crus de material vegetal, extratos e
resinas e isolados químicos puros. Nos preparados crus se enquadram os pós feitos de
partes de plantas secas e que não foram extraídas ou tratadas extensivamente e
partículas finas de solo. Estes são vendidos no mercado de forma integral ou misturados
com carreadores tais como argilas, talco, ou diatomita. Os extratos ou resinas de planta
incluem os extratos aquosos ou de outros solventes que concentram os componentes
inseticidas. Tais extratos ou resinas são formulados em concentrados líquidos ou
impregnados com pós dos preparados crus. Já os isolados químicos puros referem-se a
compostos inseticidas purificados que são isolados e refinados por uma série de
extrações, destilações ou outros processos e são formulados em concentrados.
O ressurgimento dos estudos com inseticidas botânicos deveu-se à necessidade
de se dispor de novos compostos para uso no controle de pragas, sem os problemas de
contaminação ambiental, resíduos nos alimentos, efeitos prejudiciais sobre organismos
benéficos e aparecimento de populações de insetos resistentes, características estas,
normalmente presentes nos inseticidas vegetais (Vendramim e Castiglioni, 2000).
A diminuição na diversidade de moléculas sintéticas com atividade inseticida e o
incremento nos custos de produção das mesmas, também têm estimulado os estudos
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com inseticidas vegetais. Neste sentido, as pesquisas com plantas inseticidas são feitas
normalmente com dois objetivos: a descoberta de novas moléculas que permitam a
formulação de produtos sintéticos ou a obtenção de inseticidas botânicos naturais para
uso direto no controle de pragas (Vendramim 1997; Vendramim e Castiglioni, 2000).
As plantas inseticidas constituem-se numa alternativa viável, face ao seu baixo
custo, facilidade de serem encontradas e preparadas, destacando-se as plantas das
famílias Meliaceae, Labiatae, Umbeliferae, Compositae, Lauraceae, além de espécies
promissoras para o desenvolvimento de novos inseticidas de origem vegetal como as
pertencentes às famílias Asteraceae, Annonaceae, Canellaceae, e Rutaceae (Oliveira
1997; Jacobson,1989; Miana et al.,1996).
2.2.1 Vantagens
Segundo Gionetto e Chávez (2000), as substâncias de origem vegetal
apresentam diversas vantagens quando comparadas aos agroquímicos: reduzem a
persistência e a acumulação do pesticida no meio ambiente, têm maior seletividade, são
biodegradáveis e não apresentam os conhecidos efeitos colaterais típicos dos inseticidas
convencionais. Já para Weinzierl e Henn (2005) muitos compostos com diferentes
estruturas químicas e formas de ação são classificados como inseticidas botânicos.
Conseqüentemente, é difícil apresentar uma lista detalhada de vantagens ou das
desvantagens que se apliquem a todos os compostos incluídos nesta categoria.
Entretanto, algumas vantagens gerais apresentadas pela maioria destes compostos são:
• Baixa toxicidade às plantas
A maioria dos botânicos não apresenta fitotoxicidade, entretanto, há exceções
como alguns derivados de nicotina que podem afetar algumas plantas ornamentais.
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• Seletividade
Embora a maioria tenha um amplo espectro de ação em testes padrões de
laboratório, no campo, sua rápida degradação e a ação de alguns causando
envenenamento por ingestão os fazem mais seletivos em certos exemplos para insetos
que se alimentam das culturas e menos prejudiciais aos insetos benéficos.
• Baixa toxidade a mamíferos
A maioria destes inseticidas naturais apresenta de baixa a moderada toxidez em
relação aos mamíferos, entretanto, há exceções.
• Ação rápida
Os botânicos agem rapidamente para cessar a alimentação por parte dos insetos-
praga. Embora sua ação não dure por muito tempo, freqüentemente causam imediata
paralisia ou a cessação da alimentação.
• Rápida degradabilidade
Os inseticidas botânicos e os sabões inseticidas sofrem rápida degradação na luz
solar, ar e umidade, sendo prontamente quebradas pela ação de enzimas. Este é um fator
de grande importância, pois uma rápida degradabilidade significa uma menor
persistência no ambiente e, consequentemente, menores riscos aos organismos não
alvos. Dessa forma, muitos botânicos podem ser aplicados pouco antes da colheita, não
havendo riscos de excesso de resíduos no produto comercial.
2.2.2 Desvantagens
Ainda segundo Weinzierl e Henn (2005), existem algumas desvantagens
relacionadas aos inseticidas botânicos as quais são relatadas a seguir:
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• Degradação rápida
A rápida degradabilidade destes inseticidas, embora desejável de um ponto de
vista da saúde humana e ambiental, gera a necessidade de uma maior precisão e
sincronismo para atingir o alvo, bem como aplicações mais freqüentes do inseticida.
• Toxicidade
Embora a maioria dos inseticidas botânicos sejam bem menos “maléficos” do
que os agroquímicos, eles não deixam de ser toxinas. Todas as toxinas usadas no
controle de pragas possuem algum risco ao usuário e ao ambiente. Além do mais, estas
toxinas são úteis somente quando incorporadas a um programa de manejo de pragas
que inclua o controle sanitário, controle cultural, rotação de culturas e uso de
variedades/cultivares resistentes. Nenhum inseticida natural ou sintético deve ser usado
como o único meio de defesa contra pragas.
• Custo e disponibilidade
Alguns destes inseticidas tendem a ser mais caros do que os sintéticos e não se
encontram disponíveis em qualquer local. Além dos problemas de fontes de matéria
prima, pois o potencial de alguns botânicos pode diferir de uma fonte ou grupo para os
outros.
• Falta de dados
Os dados relacionados à eficácia e poder residual em condições de campo
precisam ser melhor estudados.
De um modo geral, pode-se dizer que os inseticidas ideais devem controlar
adequadamente as pragas alvo e serem seletivos, ou seja, afetar o mínimo possível os
outros organismos. Devem ainda ser facilmente degradados no meio ambiente e de
baixa toxidade ao homem e outros mamíferos, bem como não causar fitotoxidez. Vale
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ressaltar que, mesmo que os inseticidas botânicos sejam derivados naturais e
apresentem em alguns casos estas características sendo, em sua maioria, menos tóxicos
do que muitos agroquímicos, não deixam de ser substâncias tóxicas ou, popularmente
falando, venenos e como tal, devem ser manuseados com os mesmos cuidados que
produtos químicos sintéticos.
Bustamante (1999) destacou a necessidade da elaboração de um processo de
orientação e capacitação prática dos produtores de maneira a possibilitar o uso dos
inseticidas botânicos. O autor ressaltou a importância do conhecimento de aspectos
relacionados ao material da planta a se utilizar, forma de preparação, concentração, hora
e época de aplicação, além de medidas preventivas durante o manuseio, de modo a
proteger a saúde do operador, de sua família e do meio ambiente.
2.3. Constituintes químicos das plantas
Os vegetais respondem a estímulos ambientais bastante variáveis, de natureza
física, química ou biológica. Fatores tais como fertilidade, tipo do solo, umidade,
radiação solar, vento, temperatura e poluição atmosférica, dentre outros, podem
influenciar e alterar a composição química dos vegetais.
A grande diversidade fitoquímica e o longo tempo de evolução do metabolismo
resultaram em complexas e crescentes interações e adaptações coevolutivas existentes
entre planta, animais e microorganismos de um dado ecossistema. No caso das
interações entre insetos e plantas, por exemplo, certos compostos com estruturas muito
similares podem exercer atividades diferenciadas, desde uma ação inseticida até
repelência e incluindo-se ainda a atratividade (Vivanco et al., 2005).
Além do metabolismo primário, responsável pela produção de celulose, lignina,
proteínas, lipídios, açúcares e outras substâncias que realizam suas principais funções
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vitais, as plantas também apresentam o chamado metabolismo secundário. Considera-se
que uma das principais funções do metabolismo secundário nas plantas seja a
biossíntese de estruturas complexas como alcalóides, terpenóides e derivados de
fenilpropanóides que funcionariam como agentes defensivos contra insetos (Alves
2005).
Além disso, em diversas situações de estresses bióticos e abióticos, novas rotas
biossintéticas são iniciadas a partir de metabólitos primários, desencadeando a produção
de substâncias químicas com grande variabilidade estrutural. Alguns compostos voláteis
parecem ser comuns a muitas espécies enquanto outros, ao contrário, são específicos de
cada uma. (Vivanco et al. 2005; Alves 2005)
A riqueza de metabólitos secundários nas plantas é também explicada pelo fato
delas estarem enraizadas no solo, não podendo se deslocar e, portanto, utilizar como
resposta ao meio ambiente as respostas possíveis dos animais. Os metabólitos
secundários produzidos pelos vegetais são formados por vários caminhos biossintéticos
que produzem moléculas dotadas de grande diversidade de esqueletos e grupamentos
funcionais, como, entre outros, ácidos graxos (gorduras) e seus ésteres, hidrocarbonetos,
álcoois, aldeídos e cetonas, compostos acetilênicos, alcalóides, compostos fenólicos e
cumarinas. Os fenilpropanóides e, especialmente, os terpenóides são os principais
constituintes que estão envolvidos nas interações planta-inseto (Alves, 2005).
Pesquisas relacionadas com a análise e identificação de compostos químicos
com propriedades inseticidas, presentes nas espécies vegetais, como também a
realização de estudos toxicológicos, são importantes para evitar problemas de
toxicidade, envenenamento e riscos para o ser humano (Parra-Vergara 1998, apud
Tavares, 2002). Estes estudos também possibilitam a identificação de novos grupos de
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plantas com potencial inseticida, além de propiciarem perspectivas quanto à possível
síntese destes compostos e o desenvolvimento de novos produtos.
2.3.1. Constituintes químicos das plantas mencionadas neste trabalho
As informações apresentadas neste segmento foram obtidas no site do Grupo
Plantamede (2005).
2.3.1.1. Manjericão (Ocimum basilicum L.)
o Óleos essenciais (eugenol, estragol, linalol, lineol, alcanfor, cineol,
pineno e timol), taninos, saponinas, flavonóides, ácido cafeíco e esculosídeo.
2.3.1.2. Malvarisco (Plectranthus amboinicus Lour.)
o Mucilagens, óleo essencial (rico em timol), carvacrol, cariofileno,
bergamoteno, a-humuleno, cumeno, a-terpineol.
2.3.1.3. Salsão (Apium graveolens L.)
o Ácidos (glicérico, glicólico, málico, tartárico, cumárico, caféico,
ferrúlico, químico, xiquímico), açúcares, apéina e outros flavonóides, cálcio,
carboidratos, cumarinas (sesilina, isopimpenelina, apigravina); ferro, fósforo,
manitol, niacina, óleo essencial (apiósido, limoneno, sileneno, eudesmol,
sedanólido, anidrido sedanônico), pentasonas, sódio, vitaminas A, B1
(tiamina), B2 (kiboflavina ), C (ácido ascórbico).
2.3.1.4 Alho-poró (Allium porrum L.)
o Ácido esteárico, ácido linoléico, ácido palmítico, açúcares, alicina,
alisulfito, celulose, enxofre, mucilagem, pectina, proteínas, sais minerais
(ferro), vitaminas C, B1, E.
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2.4. Efeito de extratos vegetais sobre pragas
Atualmente, é possível encontrar vários trabalhos referentes à ação de pós e
extratos vegetais com atividade inseticida sobre diversas pragas, entre estas pode se
citar sua ação sobre lepidópteros, homópteros e coleópteros.
Souza e Vendramim (2000a e b, 2001) verificaram o efeito inseticida de
extratos aquosos de diferentes estruturas vegetais de Trichilia pallida, Melia azedarach
e de sementes de nim (Azadirachta indica A. Juss) sobre ovos e ninfas de mosca-branca
B. tabaci. As duas primeiras espécies tiveram efeito semelhante sobre a fase ninfal, no
entanto a fase de ovo foi a mais afetada por T. pallida, superando até o extrato de nim.
Roel e Vendramim (1999) e Roel et al. (2000a e b) constataram que dentre quatro
extratos orgânicos (acetona, metanol, acetato de etila e hexano) de T. pallida. A maior
eficiência foi obtida com acetona, seguido de metanol.
Hammad et al. (2000) comparou o efeito deletério de extratos aquoso, acetônico,
etérico e metanólico de folhas de M. azedarach nas concentrações de 2, 20 e 200 mg/ mL
sobre ninfas de mosca-branca. Os autores verificaram que todos os extratos afetaram as
ninfas, tendo sido os extratos orgânicos na maior concentração, em geral, mais eficientes
do que o extrato aquoso, sugerindo que os componentes bioativos tenham sido extraídos
mais eficientemente com solventes orgânicos. Os extratos metanólicos foram mais
eficientes do que os demais extratos.
O efeito tóxico da pimenta-do-reino, Piper nigrum, sobre pragas de grãos
armazenados foi demonstrado por Su (1977). O autor observou alta mortalidade de
adultos de Sitophilus oryzae quando expostos a grãos de trigo tratados com o extrato
etanólico e com o pó do vegetal.
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2.4.1. Efeito sobre afídeos
O emprego dos inseticidas botânicos contra afídeos vem sendo pesquisado no
Brasil e no exterior, mostrando-se com potencial para o controle desta praga,
constituindo-se assim numa boa alternativa ao uso de agroquímicos.
Santos et al. (2004) avaliando os efeitos de extratos aquosos do pó de amêndoas
de nim (Azadirachta indica A. Juss) sobre o desenvolvimento, sobrevivência e
fecundidade de Aphis gossypii Glover, verificou percentuais de mortalidade durante o
período ninfal de 60,0 % e 100,0 % para as concentrações de 410,0 (0,41 %) e
1.410,0 mg/100 mL (1,41 %) de água e reduzindo os períodos de sobrevivência e
fecundidade do pulgão para a maior concentração do extrato.
Fekete et al. (2004) estudando a eficácia de extratos solúveis em água de quarto
espécies de Ajuga spp no desenvolvimento pós embrionário de Acyrthosiphon pisum
(pulgão-da-ervilha). Segundo os autores, os extratos metanólicos de A. bracteosa
Wallich ex Benth , A. chamaepitys Schreber e A. reptans L. apresentaram uma
considerável eficiência contra as ninfas do inseto tendo o extrato de A. chamaepitys a
0,1 % (1g/L) alcançado uma eficiência de 100 % no controle da praga em sua fase
ninfal.
Berger (2005) relata o uso do extrato aquoso de folhas de Tephrosia vogelii as
quais são deixadas de molho em água por duas horas e então aplicado contra afídeos em
citrus. Segundo Grainge e Ashmed (1988) apud Berger (2005) Euphorbia tirucalli
(avelós ) apresenta propriedades inseticida e repelente contra afídeos. O autor enfatiza
que devido à toxidade do látex da planta ser perigosa para os olhos, além de causar
irritação da pele, o material desta planta deve ser manuseado com extrema cautela
durante a preparação dos extratos. Em experimentos de campo e laboratório,
tratamentos a base de extratos de Ocimum basilicum (manjericão) aumentaram a taxa de
16
mortalidade em 50 a 90 % para o pulgão do algodoeiro Aphis gossypii (Pandey et al.,
1983 apud Berger, 2005).
Abdallah et al. (2005) determinou, em condições de laboratório, a atividade
inseticida de 29 plantas silvestres pertencentes a 13 famílias contra o pulgão-preto-do-
feijoeiro Aphis craccivora Koch. As plantas testadas foram submetidas a uma extração
sucessiva com éter de petróleo, clorofórmio, acetato de etila e etanol. Na primeira
extração, utilizando éter, 19 extratos apresentaram alta toxidade contra o pulgão tendo
sido encontrados valores de LC50 (concentração letal que mata metade da população
testada) variando de 0,182 mg/cm2 to 0,969 mg/cm2. Suaeda vermiculata, Melia
azadrach (folhas), Atriplex semibaccata e Halocnemon strobilaceum mostraram uma
toxidade superior às outras plantas tendo valores de LC50 de 0,182; 0,218; 0,231 e 0,231
mg/cm2, respectivamente. Usando clorofórmio, apenas 18 plantas apresentaram
toxidade com LC50 entre 0,192 e 0,759 mg/cm2. Já para o acetato de etila 20 plantas
mostraram maior toxidade contra o pulgão, com LC50 entre 0,057 e 0,941 mg/cm2. A.
semibaccata, S. vermiculata, H. strobilaceum e S. fruticosa revelaram uma alta
atividade inseticida com valores LC50 de 0,057; 0,104; 0,159 e 0,161 mg/cm2,
respectivamente. Usando o etanol apenas 9 plantas mostraram alta toxidade contra A.
craccivora com LC50 variando de 0,275 a 0,933 mg/cm2. A. semibaccata, S.
vermiculata, S. fruticosa e P. tomentosa apresentaram efeito tóxico com LC50 de 0,275;
0,338; 0,427 e 0,634 mg/cm2, respectivamente. Além da viabilidade do uso de extratos
vegetais no controle do pulgão-preto, este trabalho mostra uma visível diferença, em
termos de eficiência de extração, entre os tipos de solventes utilizados para extrair os
compostos químicos presentes nas plantas.
17
2.5 Efeito de óleos sobre pragas
Na literatura são encontrados vários relatos do uso de óleos, especialmente, no
exterior, e sua aplicação a muito vem sendo utilizada no combate de pragas. Segundo
Agnello (2002), o uso moderno de óleos derivados de petróleo como defensivos na
agricultura datam de antes de 1800, mas apenas após a metade do século XX, os
avanços na química petrolífera permitiram uma substancial modificação e diversificação
em sua aplicabilidade comercial.
Caloupozus (1966) apud Singh et al. (1972) define a aplicação de óleos para
prevenir a propagação de doenças viróticas, transmitidas por insetos vetores, como
sendo uma das técnicas mais modernas, em sua época, no combate a essas enfermidades
e que óleos minerais, vegetais e sintéticos já vinham sendo relatados no controle de
várias doenças de plantas causadas por fungos e vírus.
Vincent et al. (2003) citam que óleos minerais tem sido utilizados,
separadamente ou em combinação com agroquímicos, no controle de pragas de fruteiras
arbóreas a um século, não tendo sido registrados casos de resistência até a presente data.
A exemplo, Wolfenbarger (1965) diz que a utilização de óleos vegetais junto a
inseticidas potencializa o controle do bicudo do algodoeiro (Antonomus grandis Boh) e
da lagarta-da-espiga do milho (Helicoverpa zea Bod).
Em países como a China, Índia e Indonésia é comum o uso de óleos vegetais
para a proteção no armazenamento de arroz e feijões e o seu estudo vêm se
intensificando em alguns países da África e América do Sul (Rheenen,1984). Ainda
segundo o mesmo autor, a aplicação em grãos armazenados causou uma redução na
oviposição e alimentação, o aumento na mortalidade de ovos e adultos e a repelência de
insetos.
18
Butler et al. (1988) estudando o efeito de emulsões de óleos de soja e algodão no
controle de mosca-branca e do pulgão, Aphis gossypii Glover, em condições de casa de
vegetação, evidenciaram uma ação repelente do óleo de soja a 5 % e um efeito ovicida
do óleo de algodão a 10 % sobre mosca-branca. Em relação a A. gossypii, os óleos de
algodão na concentração de 10 % e de soja a 5 % e 2,5 % causaram uma mortalidade de
93 %, 93 % e 63 % respectivamente em ninfas e adultos do pulgão. Para os autores,
estes resultados indicam que os óleos de soja e algodão têm potencial para controlar
estas pragas em condições de campo. Contudo, deve-se ater ao fato que concentrações
muito elevadas de óleo podem causar fitotoxicidade.
Butler e Henneberry (1990), conduzindo estudos onde usaram combinações de
óleos de cozinha (óleos de coco, cartamus, dendê, milho, amendoim, soja e girassol) e
detergentes líquidos sobre mosca-branca e os pulgões Myzus persicae (Sulzer) e
Brevicoryne brassicae (L.), verificam que o uso dos óleos de dendê e coco é
inapropriado por questões práticas na formulação das emulsões. Já os óleos de
cartamus, milho, amendoim, soja e girassol reduziram efetivamente o número de
moscas-brancas (Bemisia tabaci) e do pulgão, M. persicae, tendo sido menos eficientes
no controle de B. brassicae e, ainda, apresentaram fitotoxicidade as plantas sob
tratamento. Ainda reforçam o fato de que, na maior parte dos casos, a maioria dos
pulgões sobreviventes se encontrava em uma única parte da planta ou folha, indicando
uma baixa cobertura na aplicação e que a reaplicação do tratamento deve ser feita em
intervalos semanais para se obter um controle efetivo.
Em adição a esta última observação, Butler et al. (1991) sugerem atenção na
cobertura da parte abaxial das folhas, tendo em vista que as principais pragas
controladas pelos óleos se localizarem nesta região.
19
O mecanismo de ação dos óleos se dá de forma direta pela obstrução dos
espiráculos, levando assim o inseto a morrer por asfixia. Há, ainda, um efeito adicional
causado pela obstrução dos receptores olfativos, interferindo na localização de
hospedeiros, resultando em repelência para adultos de mosca-branca e afídeos. (Butler
et al 1989; Larew e Locke 1990 e Vincent et al. 2003)
Os óleos podem ser uma alternativa ao uso de agroquímicos, pois os mesmos
são bastante eficazes, promovem menor pressão de seleção para resistência entre insetos
e ácaros, são seguros para os seres humanos e o ambiente, além de, quando utilizados
junto a agroquímicos reduzirem a evaporação e lavagem dos mesmos durante estações
chuvosas (Butler et al. (1991); Butler et al. (1993) e Liu e Stansly 2000). Os óleos ainda
oferecem um melhor poder de penetração na cutícula dos insetos e melhoram a
deposição dos agroquímicos sobre as folhas, permitindo o inseticida agir de forma mais
efetiva (Hill, 1983; Butler et al., 1991; Butler e Henneberry, 1991b; Butler et al., 1993;
Seiburth et al., 1998; Liu e Stansly, 2000; Fenigstein et al., 2001).
20
3. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado em casa de vegetação, localizada no Campus do
Pici da Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza, CE.
3.1. Obtenção e Manutenção da criação de Aphis craccivora
Os pulgões que deram origem a criação foram obtidos em captura feita em
diferentes cultivares de feijão-de-corda, Vigna unguiculata (L) Walp., do Espaço
Didático do Grupo PET-Agronomia no Centro de Ciências agrárias da UFC em maio de
2005. Após a captura, a criação dos pulgões se deu em casa de vegetação sendo
multiplicados em plantas de feijão-de-corda mantidas em bandejas com, em média, 24
plantas e cobertas com gaiolas de proteção.
Estas plantas eram substituídas periodicamente a cada duas semanas, repicando-
se a criação para evitar o aparecimento de pulgões alados devido à superpopulação da
praga nas plantas. O controle dos inimigos naturais era feito diariamente para evitar uma
21
drástica redução da população até se adquirir uma quantidade estável de insetos por
semana.
3.2. Obtenção do material vegetal e preparo dos pós e dos extratos alcoólicos
As plantas foram obtidas em um mercado local tendo sido levado em
consideração para sua compra características como frescor e turgescência do material.
Em seguida, foram levadas ao laboratório de entomologia agrícola no Departamento de
Fitotecnia da Universidade Federal do Ceará, onde foram picadas em pequenos pedaços
e postas para secar em estufa a 65 ºC. Após a secagem o material desidratado foi
triturado para obtenção dos pós.
Para preparação dos extratos alcoólicos, foram pesadas 10g do pó de cada planta
e acondicionados separadamente em vidros de coloração âmbar, sendo posteriormente
adicionados 100 mL de álcool etílico. Os vidros foram fechados, mas sem vedação.
Após 24 h em repouso o material foi filtrado e o resíduo da filtragem adicionou-se água
e submeteu-se a agitação e nova filtragem de modo a completar um volume de 200 mL,
obtendo-se desta forma uma solução hidroalcóolica numa concentração de 5 %.
3.3. Atividade inseticida dos extratos alcoólicos sobre ninfas de pulgão
Para realização deste experimento, foram plantadas duas sementes de feijão-de-
corda em copos plásticos com capacidade de 300 mL e cheios com substrato constituído
por cinco partes de solo peneirado, três partes de húmus de minhoca, uma parte de
vermiculita e uma parte de substrato comercial Plantmax®. Decorridos sete dias após o
plantio (d.a.p.) foi realizado o desbaste e aos 18 d.a.p. as plantas foram infestadas com
seis fêmeas adultas de pulgão-preto. Passadas 72 h da infestação, as fêmeas adultas
foram eliminadas para aplicação dos tratamentos.
22
A aplicação dos tratamentos foi feita utilizando-se um compressor de ar e pistola
de pulverização (tipo gravidade ARPREX®, modelo-5), o que permitiu a obtenção de
gotas de tamanho uniforme e a cobertura total da planta. Foram aplicados os seguintes
tratamentos: 1-Testemunha (não tratada); 2- Extrato de malvarisco; 3- Extrato de
manjericão; 4- Extrato de salsão; 5- Extrato de alho poró e 6- Inseticida de referência
Acephate (Orthene® 750 BR) na dosagem de 1,5 g do produto comercial (p.c.) por litro
de calda. Decorridas 72 h da aplicação foi realizada a contagem das ninfas
sobreviventes.
3.4 Atividade inseticida dos óleos vegetais sobre ninfas de pulgão
No segundo experimento, foram utilizados óleos vegetais de girassol, milho e
soja. A solução a ser aplicada foi obtida pela mistura de 2 mL do óleo vegetal mais 0,5
mL de detergente neutro marca YPÊ® (que agiu neste caso como agente emulsificante
da solução, ou seja, responsável pela mistura do óleo na água), adicionada água até
completar um volume de 100 mL e agitada para se homogeneizar a solução. Dessa
forma, obteve-se uma emulsão de óleo em água numa concentração de 2 % de óleo.
O detergente neutro em questão apresentava a seguinte composição química:
Alquil benzeno Sulfonato de sódio linear, Alquil benzeno Sulfonato de trietanolamina,
Lauril éter Sulfonato de sódio; Sulfato de magnésio; EDTA; Formol; corante; perfume e
água.
Os demais procedimentos foram os mesmos relatados anteriormente para os
extratos vegetais, sendo que neste caso os tratamentos foram compostos por: 1-
Testemunha (não tratada); 2- óleo de soja; 3- óleo de girassol; 4- óleo de milho; 5-
Detergente neutro a 0,5 % e 6- inseticida de referência Acephate (Orthene® 750 BR) na
dosagem de 1,5 g do produto comercial (p.c.) por litro de calda.
23
3.5 Análise da fitotoxicidade
A fitotoxicidade foi avaliada acordo com uma escala de notas que variava de 0 a
4 de acordo com metodologia desenvolvida por Oliveira, 2005.
0 = sem alteração
1 = leve alteração na cor (clorose)
2 = inicio de fitotoxidez com pontos necróticos
3 = necrose generalizada
4 = necrose e seca dos tecidos tornando-os quebradiços
3.6 Delineamento e analises estatísticas
Foi utilizado um delineamento em blocos ao acaso constando de seis tratamentos
e cinco repetições. Os dados obtidos após a contagem foram transformados para
5,0+X e submetidos à análise estatísca, sendo as médias comparadas pelo teste de
Duncan a 5 % de probabilidade. A eficiência relativa foi calculada de acordo com a
fórmula de Abbott (1925).
24
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Avaliação da fitotoxicidade
Não foram encontrados sinais de fitotoxicidade em nenhuma das plantas sob
tratamento tanto com os extratos quanto com os óleos e o detergente.
4.2. Avaliação do efeito inseticida dos extratos alcoólicos
Os extratos alcoólicos de P. amboinicus, O. basilicum e A. graveolens não
apresentaram diferença estatística da testemunha. Apenas o inseticida padrão e A.
porrum mostraram-se significativamente diferentes em relação à testemunha, sendo que
A. porrum não diferiu dos resultados obtidos para A. graveolens. Para uma melhor
compreensão dos resultados, expondo-se em termos de eficiência relativa sobre as
ninfas de pulgão, destacaram-se A. graveolens e A. porrum com uma eficiência relativa
de 27,8 % e 33,2 % respectivamente (Tabela1), muito embora não tenham diferido entre
si pelo teste de Duncan a 5 %.
25
Tabela 1 - Número médio de ninfas e eficiência relativa dos extratos sobre Aphis craccivora Koch. Fortaleza, CE. 2005.
Tratamentos Dose -
ConcentraçãoNinfas1 Eficiência ( %)
Testemunha - 48,2 ab -
Plectranthus amboinicus 5 % 50,6 a -4,98
Ocimum basilicum 5 % 46,8 ab 2,90
Apium graveolens 5 % 34,8 bc 27,80
Allium porrum 5 % 32,2 c 33,20
Acephate (Orthene® 750 BR) 1,5g.p.c./L 0 d 100
CV ( %) 14,59
1. Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de 5 % de probabilidade pelo teste de Duncan. As medias foram transformadas em 5,0+X .
De acordo com estes resultados, verifica-se que o salsão e o alho poró exercem
algum tipo de efeito inseticida tópico sobre o pulgão-preto-do-feijoeiro. Tavares (2002)
estudando a atividade de mastruço (Chenopodium ambrosioides L.) em relação a
Sitophilus zeamais, testou pós e extratos aquoso de diferentes partes desta planta, bem
como a planta inteira, sobre a praga em questão e verificou uma maior atividade
inseticida do pó obtido dos frutos do que os da planta inteira de C. ambrosioides. O
mesmo pode ocorrer com A. graveolens e até mesmo com A. porrum, dessa forma,
utilizando-se partes especificas da planta que contenham uma maior quantidade dos
princípios ativos, pode-se vir a obter, ou não, melhores resultados.
Tendo Pandey et al. (1983) apud Berger (2005) relatado um efeito inseticida de
Ocimum basilicum contra o pulgão do algodoeiro, A. gossypii, e, ainda, levando-se em
consideração a variabilidade, resistência e particularidades de cada indivíduo e a ação
especifica de determinados compostos sobre um inseto, pode-se atribuir o resultado
obtido para O. basilicum neste presente trabalho a duas hipóteses: A primeira seria ao
tipo de solvente, dessa forma, não é a planta que se mostra ineficiente ao controle da
praga, mas sim solvente que não é adequado para extrair os princípios tóxicos presentes
26
nela. A segunda seria a resistência inata do inseto teste aos compostos extraídos do
manjericão e o mesmo pode se dizer para o malvarisco (P. amboinicus) e até mesmo as
outras plantas utilizadas neste trabalho. Segundo Tavares (2002), os extratos aquosos de
C. ambrosioides não apresentaram efeito sobre S. zeamais e o autor atribuiu este fato ao
tipo de solvente (água) utilizado para extração, tendo em vista haver relatos sobre
atividade inseticida da mesma com outro método de extração. Tal fato vem a reforçar a
importância, tanto do método quanto do tipo de solvente utilizado na extração dos
compostos presentes nos vegetais. Esta afirmação condiz com os resultados mostrados
por Abdallah (2005), onde se evidenciou uma variação na quantidade de espécies
vegetais que apresentaram efeito tóxico sobre A. craccivora em função do tipo de
solvente utilizado.
4.3. Avaliação da atividade inseticida dos óleos
Todos os tratamentos, a exceção da emulsão do óleo de girassol, mostraram
diferenças significativas em relação à testemunha, mas não se diferenciaram entre si
(Tabela 2). O fato das emulsões de óleo não terem apresentado diferenças significativas
em relação ao detergente a 0,5 %, bem como a inexistência de sinergismo entre óleo e
detergente, sugerem neste caso, o componente que atua sobre os pulgões é o detergente
utilizado como agente emulsificante e não o óleo como se esperava.
Gonçalves et al. (2003) em estudo realizado em de casa de vegetação, avaliou o
efeito de alguns sabões sobre ninfas de mosca-branca, Bemisia argentifolli, em plantas
de melão. A eficiência obtida no trabalho variou de 54,81 % a 76,99 %. Entre os sabões
avaliados no estudo, encontrasse um detergente o qual foi aplicado numa concentração
de 0,8 % (8 mL/L), tendo este apresentado uma eficiência de 68,25 %. Esses resultados
afirmam os sabões como promissores no controle de ninfas de mosca-branca. Da mesma
27
forma, como mostrado neste trabalho, o detergente neutro mostrou-se com potencial
para ser utilizado como alternativa no controle do pulgão-preto.
Tabela 2 - Número médio de ninfas e eficiência relativa dos óleos vegetais e do detergente neutro (DN) sobre Aphis craccivora Koch. Fortaleza, CE. 2005.
Tratamentos Dose -
Concentração Ninfas1 Eficiência ( %)
Testemunha - 48,2 a -
Óleo de Girassol + DN 2 % + 0,5 % 32 ab 33,6
Óleo de Soja + DN 2 % + 0,5 % 27,4 b 43,15
Óleo de Milho + DN 2 % + 0,5 % 25 b 48,13
Detergente neutro Ypê® 0,5 % p.c. 26 b 46,05
Acephate (Orthene® 750 BR) 1,5g.p.c./L 0 c 100
CV ( %) 21,20
1. Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de 5 % de probabilidade pelo teste de Duncan. As medias foram transformadas em 5,0+X .
Em relação ao modo de ação dos sabões, foi verificado que, embora a ação dos
sabões envolva uma ação física sobre o inseto rompendo sua cutícula (camada de
cobertura), suspeita-se de uma ação tóxica adicional. Evidencias indicam que os sabões
penetram no sistema respiratório dos insetos e causam danos celulares internos pela
ruptura da membrana celular ou do metabolismo (Weinzierl e Henn, 2005).
Embora os óleos não tenham apresentado efeito tópico sobre A. craccivora na
concentração de 2 %, também não mostrou fitotoxicidade, estes podem ser utilizados
como importante fator de redução na transmissão de vírus do tipo não persistentes
devido sua capacidade de reter partículas virais no momento da picada de prova e
interferir com as células sensoriais na ponta do estilete do inseto (Varma, 1993).
28
5. CONCLUSÕES
Nas condições em que este trabalho foi desenvolvido pôde se concluir que:
a) O alho poró e o salsão mostraram-se promissores no combate ao pulgão
A. craccivora.
b) Os óleos de soja, milho e o detergente neutro apresentam atividade
biológica sobre o pulgão.
c) Não houve sinergismo na mortalidade dos pulgões quando aos óleos
vegetais foi adicionado o detergente neutro.
d) Os óleos e o detergente neutro, nas concentrações utilizadas, não foram
fitotoxicos.
29
6. LITERATURA CITADA
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