Atividade I - Geometria matemática - Relatório de Leitura
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULOESCOLA DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
Erick Dantas da Gama
6º termo
RELATÓRIO DE LEITURA
Atividade I
GUARULHOSSetembro/2015
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
ESCOLA DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
Erick Dantas da Gama – 85292 Noturno
6º termo
RELATÓRIO DE LEITURA
Atividade I
Relatório de leitura do texto “Geometria nas
séries iniciais do ensino fundamental: problemas
de seu ensino, problemas para seu ensino”, como
requisito parcial de avaliação da Unidade
Curricular Fundamentos Teórico-Práticos do
Ensino da Matemática II, do Curso de
Pedagogia.
GUARULHOSSetembro/2015
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Sumário
1 Introdução............................................................................................................................4
2 Análise.................................................................................................................................4
3 Conclusão............................................................................................................................6
4 Bibliografia..........................................................................................................................6
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1 Introdução
O texto analisado traz a reflexão sobre as abordagens pelas quais o ensino da
geometria matemática se constitui atualmente, discutindo os desvios e vícios originados do
ensino tradicional, questionando sua efetividade. Levanta ainda a importância do ensino nas
séries iniciais como caminho para o desenvolvimento dos indivíduos e os problemas
encontrados durante a jornada didática realizada nas escolas.
2 Análise
Os autores se apoiam na teoria de Piaget que observa que a elevação nos estágios
cognitivos dependem do constante movimento de, grosso modo, “certeza, incerteza e nova
certeza”, ou seja, que a criança deve ser provocada a lidar com situações que estremecem suas
teorias de compreensão, para a partir desta ruptura, alcançar novas hipóteses que a satisfaçam,
internalizando essas novas dinâmicas. No texto a dualidade “conhecimento” e “saber” está
pautada no âmbito a que cada um se relaciona. O primeiro está ligado ao subjetivo, por isso
depende da experiência do indivíduo para existir, enquanto o segundo se constituí pela
sistematização do conhecimento, que passa a ser institucionalizado e assim disseminado.
Como exemplo os autores descrevem o conhecimento necessário à uma criança para se
deslocar por sua casa, que não necessita da abordagem escolar para ocorrer, ele é espontâneo;
por outro lado a movimentação em grandes espaços requer o nível de abstração que se faz
necessário desenvolver a partir da geometria matemática, didaticamente apresentada no
âmbito escolar, aqui representando o saber.
Os autores retratam que o saber geométrico matemático permite, a partir da mediação
da escola, “a construção de conhecimentos cada vez mais próximos de ‘porções’ de saber
geométrico elaborados ao longo da história da humanidade”; pois bem, trata-se aí de fazer
circular um conhecimento científico, tais quais os acumulados em outras áreas, além disso o
ensino de geometria nas séries iniciais propiciam o desenvolvimento de conceitos abstratos
que são extremamente necessários e esperados no decorrer dos anos, visando à um caminho
fundado na racionalidade.
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O exemplo da criança que caminha dentro de sua casa, demonstra a aquisição de um
comportamento espontâneo, mais no âmbito do conhecimento intuitivo do que na projeção de
estratégias de localização, por isso relativamente distante do conhecimento matemático-
geométrico. Ao contrário, o deslocamento em áreas de grandes dimensões é facilitado quando
se adquire conceitos complexos de conceituação, representação e previsão; conceitos estes
que devem ser estimulado desde as séries iniciais. O subtítulo se refere à distinção entre a
geometria conceitual, aquela que não necessita suporte físico, material, valendo-se de
generalizações e objetos teóricos, frente a geometria que insiste em reduzir a escala ao mundo
das coisas reais, pautando-se dos objetos do mundo para representar, relacionando-se aos
espaços físicos, sensíveis.
O ensino da geometria nas séries iniciais pode ficar comprometido quando, apoiando-
se apenas nos desenhos, as próprias figuras geométricas se tornam viciadas, levando as
crianças a não progressão aos conceitos, aos saberes próprios da geometria matemática. Os
desenhos, segundo o texto, são as representações produzidas acerca de algo, enquanto as
figuras expressam um objeto geométrico idealizado, desta maneira uma abstração que
independe de representação para se constituir. Os autores discutem como, a partir – e nesse
caso a partir – de desenhos, pode-se conduzir a criança a observar os conceitos presentes nas
formas e sólidos geométricos, iniciando o processo de abstração, este movimento pode
conduzir a um desenvolvimento, uma transmissão de saberes.
A geometria não trata do estudo dos espaços físicos, segundo os autores, pois a
geometria não deve se ancorar no físico, sendo sim um desafio intelectual a ser trabalhado e
que conduz, entre outras coisas, à racionalidade tão inerente à ciência matemática como um
todo. Nesse sentido, o espaço físico pode atuar com auxiliar nos primeiros passos em direção
ao desenvolvimento de idealizações puramente geométrica, mas não deve ser tratado como
limite e único campo para sua efetivação.
Os conhecimentos espaciais cuja aquisição não se desenvolva de maneira espontânea
deve constituir o ensino de geometria nas séries iniciais, tais quais a representação plana do
espaço sensível ou mesmo a orientação espacial, pois necessitam de abordagem didática para
se constituírem. Nesse sentido um “marco intencional com intencionalidade didática” é
fundamental para a transmissão de um saber científico, fruto de uma cultura, que espera-se
seja reproduzido e compartilhado em sociedade, e a escola é a instituição que promove essa
disseminação em massa.
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O conhecimento espacial está relacionado à experiência, se baseia no que é palpável,
enquanto o conhecimento geométrico traz à tona a possibilidade de extrair conceitos,
estabelecer relações e possibilitar previsões a partir de um abstração internalizada.
3 Conclusão
A discussão apresentada permitiu a reflexão sobre como a geometria matemática foi
sendo negligenciada ou utilizada de maneira incompleta por várias gerações, relegando a pura
instrumentação baseada no espaço físico, bem como naturalizada a partir de estereótipos que
nem sempre conduzem à significância presente nesse saber. As possibilidades de
desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático, da abstração de generalizações têm sido
reduzidas em privilégio da utilização prática, o que diminui as potencialidades humanas de
aproximação a conceitos complexos.
4 Bibliografia
BROITMAN, C.; ITSCOVICH, H. Geometria nas séries iniciais do ensino fundamental: problemas de seu ensino, problemas para seu ensino. IN: PANIZZA, M. (org.) Ensinar Matemática na Educação Infantil e nas Séries Iniciais. Porto Alegre: Artmed, 2006. (p. 169-176)