As+Vanguardas+Históricas

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As Vanguardas Históricas

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As Vanguardas Históricas

Dadaísmo

• O movimento Dadá (Dada) ou Dadaísmo iniciou-se em Zurique, em 1916, por um grupo de escritores e artistas plásticos, dois deles desertores do serviço militar alemão.

• Combinação de pessimismo irônico, ingenuidade radical, ceticismo absoluto e improvisação. Ênfase no ilógico e o absurdo.

• Apesar da aparente falta de sentido, o movimento protestava contra a loucura da guerra. Assim, sua principal estratégia era mesmo denunciar e escandalizar.

• Elogio do automatismo, da mecânica, da tecnologia.

• Recusa o estatuto do artista, do criador, nos moldes do “artista romântico”.

• Prega um estado de recepção que faz do poeta um aparelho que registra, uma placa sensível.

“L.H.O.O.Q” (1919) – Marcel Duchamp

“Fountain” (1917) – R. Mutt, pseudônimo de Marcel

Duchamp

“Cut with the Dada kitchen knife ” (1919) – Hannah Höch

“Typical Vertical Mess as Depiction of the Dada

Baargeld” (1920) – Johannes Theodor Baargeld

“Da Dandy ” (1919) – Hannah Höch

“Tatlin at home” (1920) – Raoul Hausmann

“Life and Work in Universal City ” (1919) – Georg Grosz e Jonh Heartfield

Surrealismo

• O Surrealismo surge em Paris nos anos 20, reunindo artistas anteriormente ligados ao Dadaísmo, e posteriormente expandiu-se para outros países.

• Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud, o surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa.

• Seus representantes mais conhecidos são Max Ernst, René Magritte e Salvador Dalí no campo das artes plásticas, André Breton na literatura e Luis Buñuel no cinema.

Salvador Dali

Luis Buñuel

• Recusa da “arte” burguesa. Culto à liberdade. Estranhar a realidade. Revolta contra a moral.

• Objetivos próximos aos dos dadaístas, mas através de processos artísticos diferentes.

• Dadaístas: suscitar o distanciamento com estruturas racionais que dificultam a entrada no espectador no filme.

• Surrealistas: trazer o espectador para dentro do filme.

Postulados do Surrealismo:

• Processos inconscientes, alucinatórios, oníricos são privilegiados. Imagens reprimidas emergem. Dissolve fronteiras entre realidade e ficção, consciente e inconsciente.

• Privilégio da “escrita automática”= “pratica de ir concatenando idéias, sem levar em conta pressupostos racionais, frases ou imagens aparentemente absurdas, objetos ou coisas desprovidos de qualquer semelhança palpável.”

• Dadaístas e futuristas cultivavam o lado promissor da tecnologia, com seu culto à velocidade e à máquina. Cinema gráfico (sinfonias urbanas, purismo geométrico, profecias futuristas, ritmos submetidos ao automatismo da máquina) em oposição a uma cinema mais subjetivo (surrealista).

• Estilos inventados pelas vanguardas são “recuperados” pela indústria do cinema. Procedimentos considerados estranhos entram na moda:

• Fotogramas invertidos, deformações, plano com três imagens, ritmo acelerado. Transformam-se em figuras de estilo de vários filmes da dramaturgia mais tradicional. Montagem, aceleração, sobre impressão, câmera lenta tornam-se meios para exprimir sonhos, estados de alcoolismo, o ritmo de uma orquestra ou o embalo de um carro; reminiscências, projeções, visualizações, um caos mental e de sensações. Uma gramática à disposição de todos. Exemplo: Spellbound, de A. Hitchcook.

“O Grande Masturbador” (1929) – Salvador Dalí

“A persistência da Memória” (1931) – Salvador Dalí

“Time Transfixed” (1938) – René Magritte

“La Condition Humaine” (1933) – René Magritte

“L’Ange du foyer” ou “Le triomphe du surrealisme“ (1937) – Max Ernst

Un Chien Andalou (Um Cão Andaluz - 1929), de L. Buñuel e Salvador Dali

• Relato não-linear; ações imitam o fluxo desconexo dos sonhos. A continuidade espaço temporal é diluída, expressa também nos inter-títulos. Ironia difere da comicidade de “Entr’acte” (Entreato), onde a liberdade triunfa.

• Em “O Cão Andaluz”, a liberdade sempre aparece como uma espécie de metáfora de um objeto de desejo inatingível e, justamente por isso, sempre procurado.

• Horror para quebrar o que sufoca. Fazer acordar o espectador.

Salvador DaliStudy for the Dream Sequence in Spellbound (A.

Hithcjcock/1945)

Construtivismo

• O Construtivismo Russo foi um movimento estético-político iniciado na U.R.S.S. a partir de 1919, como parte do contexto dos movimentos de vanguarda no país, de forte influência na arquitetura e na arte ocidental.

• Procura abolir a idéia de que a arte é um elemento especial da criação humana, separada do mundo cotidiano. A arte, inspirada pelas novas conquistas do novo Estado Operário, deveria se inspirar nas perspectivas abertas pela industrialização servindo a objetivos sociais e a construção de um mundo socialista.

• O termo arte construtivista foi introduzida pela primeira vez por Malevich para descrever o trabalho de Rodchenko em 1917. O construtivismo como movimento ativo durou até 1934, tanto na União Soviética como na República de Weimar, as suas proposições inovadoras influenciam fortemente toda a arte moderna.

• “A idéia de construção deixa de ser um mero recurso retórico apenas para se transformar num projeto maior, incluindo o movimento estético que moldou a nova cultura soviética durante os anos 20. As diversas artes, tais como a pintura, escultura, arquitetura, teatro, desenho industrial e cinema, possuíam um idioma comum que refletia a necessidade de reconstrução do todo do organismo social, estabelecendo um forte equilíbrio entre arte e sociedade, que fez dos anos 20 na União Soviética um momento privilegiado da história da cultura do século XX.”

• (in João Luiz Vieira, “Vanguarda revolucionária: Eisenstein, Vertov e o construtivismo cinematográfico”.)

• Máxima de Maiakovski: Só existe arte revolucionária na forma revolucionária

• Guerra à arte: as noções prévias de arte foram rejeitadas ao se estabelecerem novos papéis para o artista e para o objeto de arte.

• A ordem era sair para as ruas, para as fábricas, únicos locais onde os artistas poderiam reformular os conceitos materialistas e realizá-los na vida prática, sintetizando as idéias de Marx referentes aos cientistas — os artistas, nas mais variadas formas, têm interpretado o mundo, mas sua tarefa é transformá-lo.

• O papel do artista ganha novos contornos com a idéia de um "artista-engenheiro", sublinhando a nova síntese entre arte e tecnologia.

• As ruas são os nossos museus, arte dentro da vida, arte para as massas! eis os slogans principais adotados por artistas que trabalharam materiais diferentes tirados de setores diversos da produção industrial, tais como ferro, vidro, metal ou madeira.

• A apropriação da presença industrial da fábrica são claras nas idéias de “fábrica de atrações”, de Eisenstein, e “fábrica de fatos”, de Vertov.

• Malevich (1878-1935): fundou o movimento Suprematista na arte no final da década de 10. Pintura abstrata, com modelos geométricos que expressam, segundo o artista, puros sentimentos.

cartaz (1930) – El Lissitzky Poster – El Lissitzky

Cartaz – Rodchenko Cartaz – Rodchenko

cartaz (1924) – Rodchenko e Mayakovsky

Poster (1920) – Stenberg

Capa de Revista (1920) – Stenberg

Poster (1929) – Stenberg

Cinema Soviético• Porque é conhecido como cinema de montagem? A

noção de montagem é central em todo o construtivismo (e também ao pensamento dialético marxista).

• “A montagem é a energia do cinema que faz a matéria-prima adquirir vida...”. (Eisenstein)

• Platéia: co-criadora dos sentidos do filme.• “A força da montagem é esta: incluir no próprio

processo criativo as emoções e a mente do espectador. O espectador é compelido a ir pela mesma via criativa que o artista percorreu ao criar a imagem”.

Efeito Kulechov

• O plano pode ter um significado inicial, mas ganha outro quando colocado em relação com outros planos. O significado mais forte no final.

• Eisenstein (1898/1948): • Atração: inicialmente o plano, que se combina depois

com outros planos. Mais tarde, nas possibilidades da combinação no próprio plano. Eisenstein acreditava que os planos podiam ser controlados para obter tais efeitos.

• O plano não é um pedaço de realidade, mas o lugar de elementos formais: linha, iluminação, movimento, volume. Extração do seu próprio sentido dessa matéria-prima, não natural.

• Ver um filme é ser sacudido por vários elementos. Experiência multi-sensorial, “manipulada” pelo cineasta.

• Cinema atravessado da crença de que o diretor pode moldar os processos mentais do espectador.

Dziga Vertov (1895-1954)

• cinema= fábrica de fatos.• captação do mundo mas reelaboração industrial

dos acontecimentos.• captar a vida de improviso, sem atores, sem

cenários, sem roteiros, mas organizadas numa escrita, eis a finalidade da arte do cinema.

• Kinoki: kino=cinema; oki=olhos=cineastas da fábrica de fatos ou adeptos do cinema-olho, grupo criado por Vertov.

• influência dos futuristas

• Para Vertov:

• “todo filme do cine-olho está em montagem desde o momento em que se escolhe o tema, até a edição definitiva do material, isto é, ele é montagem durante todo o processo de sua fabricação."

• Rejeição de toda ficção; contra o cine-drama; desprezo pelo homem atual em detrimento da associação homem/máquina.

• Prega a morte do cinema de então para que a verdadeira arte possa viver.

• Por um cinema puro: recusa misturar o cinema, a arte do movimento às outras artes.

• Busca de um ritmo próprio ao cinema.• Revelação da alma da máquina, promovendo o

amor do operário por seu instrumento.• Cinema como projeto educativo das massas,

com função social, contribuindo na construção do novo homem e da nova sociedade.

• Prioriza o intervalo do movimento em detrimento do movimento mesmo. Defende o intervalo contra o raccord.

Expressionismo

• Denominam-se genericamente expressionistas os vários movimentos de vanguarda do fim do século XIX e início do século XX que estavam mais interessados na interiorização da criação artística do que em sua exteriorização, projetando na obra de arte uma reflexão individual e subjetiva.

• O Expressionismo surge de um desdobramento do pós-impressionismo, recebendo influências de uma série de artistas pertencentes a este período, como o holandês Van Gogh e o norueguês Edvard Munch.

Os Girassóis (1888/1889) – Vicent Van Gogh

“O Grito” (1889) - Munch

“Mulher nua arrumando-se” - Georges Rouault

“Portrait of a Man” (1919) - Erich Heckel

“Galinhas mortas” (1908) – Erich Heckel

“Retrato de Mulher” - Alexei von Javlenski

Cubismo

• O cubismo é um movimento artístico que ocorreu entre 1907 e 1914, tendo como principais fundadores Pablo Picasso e Georges Braque.

• O cubismo tratava as formas da natureza por meio de figuras geométricas, representando todas as partes de um objeto no mesmo plano. A representação do mundo passava a não ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas.

“Guernica” (1937) – Pablo Picasso

“Les Demoiselles D’Avignon” (1907) – Pablo

Picasso

“Portrait of Picasso” (1912) – Juan Gris

“Man at the cafe” (1914) – Juan Gris

“The Wedding” (1911/12) – Fernand Léger

“Violin and Candlestick” (1910) – Georges Braque

Futurismo

• O futurismo é um movimento artístico e literário, que surgiu oficialmente em 20 de fevereiro de 1909 com a publicação do Manifesto Futurista, pelo poeta italiano Filippo Marinetti, no jornal francês Le Figaro. Os adeptos do movimento rejeitavam o moralismo e o passado, e suas obras baseavam-se fortemente na velocidade e nos desenvolvimentos tecnológicos do final do século XIX.

• Os primeiros futuristas europeus também exaltavam a guerra e a violência.

“Dynamism of a cyclist” (1913) – Umberto Boccioni

“Dynamism of a car” (1912) – Luigi Russolo

“Music” (1911) –Luigi Russolo

“Unique form of continuity in space” (1913) – Umberto

Boccioni

“Velocidade Abstrata” (1914) – Giacomo Balla

“Retrato de Marinetti” (1910/11) – Carlos Carra

“Musica Futurista” – Cartaz de Umberto Boccioni