ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL, APTIDÃO...

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA PROGRAMA ASSOCIADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA UPE/UFPB CURSO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA CARLA CAROLINY DE ALMEIDA SANTANA ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL, APTIDÃO FÍSICA E DESEMPENHO ESCOLAR EM ESTUDANTES. Recife/PE 2012

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

PROGRAMA ASSOCIADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

EDUCAÇÃO FÍSICA UPE/UFPB

CURSO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

CARLA CAROLINY DE ALMEIDA SANTANA

ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL, APTIDÃO FÍSICA E

DESEMPENHO ESCOLAR EM ESTUDANTES.

Recife/PE

2012

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CARLA CAROLINY DE ALMEIDA SANTANA

ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL, APTIDÃO FÍSICA E

DESEMPENHO ESCOLAR EM ESTUDANTES.

Dissertação de mestrado apresentada ao

Programa associado de pós-graduação

Educação Física-UPE/ UFPB como requisito

parcial para obtenção do título de Mestre em

Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. Wagner Luiz do Prado.

Área de concentração: Saúde, Desempenho

e movimento humano.

Recife/PE

2012

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

PROGRAMA ASSOCIADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

EDUCAÇÃO FÍSICA UPE/UFPB

CURSO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

A dissertação: Associação entre estado nutricional, aptidão física e desempenho

escolar em estudantes.

Elaborado (a) por: Carla Caroliny de Almeida Santana

Foi julgada pelos membros da Comissão Examinadora e aprovado para

obtenção do grau de MESTRE EM EDUCAÇÃO FÍSICA na área de concentração:

Saúde, Desempenho e Movimento Humano.

Data: 17/12/2012

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Drª. Maria Tereza Cattuzzo (UPE)

Prof. Drª. Carol Virginia Gois Leandro (UFPE)

Coordenador do Programa Associado de Pós-

graduação em Educação Física UPE/UFPB

Prof. Dr. Raphael Mendes Ritti Dias

Prof. Dr. Mauro Virgílio Gomes de Barros (UPE)

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DEDICATÓRIA

A todos aqueles que sempre acreditaram e apostaram

em mim, especialmente, minha família, meu amor e

grande companheiro Flávio Medeiros e a todos os

meus verdadeiros amigos que ao longo dessa estrada

estiveram comigo torcendo pelo meu sucesso.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus pelo dom da vida, por ter me concedido

sabedoria e disposição para enfrentar qualquer tipo de batalha durante esta árdua

caminhada, sem Ele nada eu seria.

A minha família, meu pai Carlos Alberto, meu irmão João Marques, pela força,

apoio moral, espiritual, financeiro, especialmente a minha mãe, Maria das Neves de

Almeida, por tudo que ela representa em minha vida, meu refúgio e consolo.

Agradeço com muita satisfação ao meu orientador prof. Dr. Wagner Luiz do

Prado, por todas as oportunidades que ele me deu, uma delas foi a chance de poder

trabalhar no grupo de pesquisa, adquirir conhecimentos científicos sobre a área de

educação física, abrir minha mente pelo ramo da pesquisa. Obrigado professor por

ter acreditado em mim ao longo desse tempo, me ajudando bastante, desde a

escolha do tema até a conclusão do trabalho, pelo incentivo em querer que eu preze

pela minha vida acadêmica, enfim, por ter me lançado a conquistas tão antes

buscadas em minha vida.

Ao grupo de estudos GENE: Priscyla, Thaliane, Camila Tenório, Victor Gama,

os que chegaram recentemente Victor Hugo, Tércio e Leylane. Aos colegas Thiago,

Camila Freitas, Humberto e Neto pela colaboração de todos, pela força, por permitir

que a cada dia eu possa aprender com vocês, pela amizade, carinho e

compreensão. Um agradecimento especial a Tatiana Acioli, pessoa com a qual pude

adquirir muitos conhecimentos, lições de vida, que pude acompanhar sua trajetória

de luta, sendo um exemplo de pessoa e de profissional para mim.

A meu querido namorado Flávio Medeiros, meu grande amor. Agradeço pela

paciência, apoio, incentivo, por tudo que você é de bom na minha vida.

Aos professores da banca examinadora, pelo empenho em ajudar meu

trabalho se sair cada vez melhor, pelas críticas construtivas, pelo interesse em

avaliar da melhor forma o meu trabalho. Deixo um agradecimento especial, para a

professora Teresa Cattuzzo que tem acompanhado minha trajetória desde a

graduação até a o mestrado. Agradeço pela força, amizade, dedicação, muito do

que eu aprendi na minha formação teve a contribuição desta pessoa. A professora

Edna prado, pela grande ajuda desde a graduação, onde eu dei os meus primeiros

passos com os estudos nesta área, bem como, pela ajuda na construção das provas

que serviram como instrumentos de avaliação do desempenho escolar.

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Agradeço a Escola Superior de Educação Física por ter me dado muitas

oportunidades, suporte para poder desenvolver esse estudo. Por fim e com muita

satisfação, aos meus mestres com carinho que muito contribuíram para a minha

formação acadêmica e humana. Não poderia me esquecer de agradecer

especialmente a Ana Rita, Marcilio Souza Júnior, Marcelo Tavares, Raul Lopes,

Verônica Monteiro, Karla Toniolo, Tereza Cattuzo, Tesinha Lima, Keila Brandão,

Patrícia Pessoa, Ana Patrícia e in memoriam nosso ilustríssimo professor que nos

deixou muitas saudades, José césar (PLIC). Essas pessoas são as responsáveis

pela formação de grandes profissionais de Educação Física, nos proporcionando

ricos momentos de aprendizagem, compartilhando saberes os quais levaremos para

o resto de nossas vidas.

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“Quanto maiores os obstáculos, mas apaixonantes os

desafios.”

(Dom Helder Câmara)

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RESUMO

Evidências sugerem que a obesidade é associada negativamente com o

desempenho escolar, por outro lado, acredita-se que a aptidão física interfira

positivamente no desempenho escolar. O objetivo do presente estudo foi analisar a

interação entre estado nutricional, aptidão física e desempenho escolar em

estudantes do ensino fundamental II. 392 estudantes do 6º e 7º anos de ambos os

gêneros, com idade entre 10 a 13 anos participaram do estudo. A classificação do

estado nutricional baseou-se nos critérios propostos pelo Center for Diseases

Control and Prevention (CDC). Para a avaliação da aptidão física foi utilizado à

bateria de testes físicos FITNESSGRAM. Por fim, os alunos foram submetidos a

uma avaliação escrita com questões de português e matemática. Para cada

disciplina foi atribuído uma pontuação de 0 a 10 pontos, adicionalmente, foi

calculada a média geral dividindo-se as médias das duas disciplinas. Correlações

entre os componentes da aptidão física relacionada e o estado nutricional foram

verificadas através da correlação de Pearson. A interação entre o desempenho

escolar, a aptidão cardiorrespiratória e estado nutricional foi determinada através da

análise de variância para medidas repetidas (ANOVA one-way) com post-hoc de

Tukey. Os resultados demonstraram que a aptidão cardiorrespiratória foi o único

componente associado com o desempenho escolar. Meninas com peso normal,

porém, com baixo VO2máx, apresentam desempenho em matemática (2,69±1,60) pior

do que as meninas com peso normal e com VO2máx médio (4,00±2,19) (p=0,03).

Adicionalmente as meninas com peso normal e com alto VO2máx obtiveram melhor

média geral (4,53±1,71) quando comparadas as meninas com peso normal e com

baixo VO2máx (3,36±1,43) (p=0,05). Meninas com sobrepeso e com o VO2máx na

média apresentaram maior desempenho na média geral (4,74±1,56) do que as

meninas com peso normal, mas, com baixo VO2máx (3,36±1,43) (p=0,03). Não foram

verificadas associações entre o desempenho escolar, aptidão física e estado

nutricional nos meninos. Conclui-se que independente do estado nutricional, a

aptidão cardiorrespiratória está associada com melhor desempenho escolar nas

meninas. Atenuando, desta forma, os efeitos deletérios da obesidade sobre a

aprendizagem.

Palavras-chave: obesidade, estado nutricional, aptidão física, desempenho escolar.

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ABSTRACT

Evidence suggests that obesity is negatively associated with school performance, on

the other hand, it is believed that physical fitness interfere with school performance.

The aim of this study was to examine the interaction between nutritional status,

physical fitness and academic achievement in elementary school students. 392

students of 5th and 6th grade of both genders and aged 10 to 13 years participated

in the study. Previously, students answered a questionnaire socioeconomic. BMI was

used to classify students into normal weight and overweight according to the criteria

proposed by the Centers for Disease Control and Prevention (CDC). For the

assessment of physical fitness was used to test battery of physical FITNESSGRAM

(2008). Ultimately, the students answered a test with Math and Portuguese

questions. For each subject was assigned a score of 0 to 10 points, in addition, the

overall average was calculated by dividing the averages of the two disciplines.

Correlations to identify which component of physical fitness is more associated with

school performance were determined by Pearson correlation. The interaction

between school performance, cardiorespiratory fitness and nutritional status was

determined by analysis of variance for repeated measures (one-way ANOVA) with

Tukey’s post-hoc. The results demonstrated that cardiorespiratory fitness was the

only component associated with school performance. Girls with normal weight, but

with low VO2max, show worse performance in math (2.69±1.60) than girls of normal

weight and average VO2max (4.00±2.19) (p=0,03). Additionally girls with normal

weight and high VO2max had better overall average (4.53±1.71) when compared with

normal weight girls with low VO2max (3.36±1.43) (p=0.05). Girls with overweight and

with an average VO2max showed higher performance in overall average (4.74±1.56)

than girls of normal weight, but with low VO2max (3.36±1.43) (p=0.03). There were no

associations between school performance, physical fitness and nutritional status in

children. We conclude that independent of nutritional status, cardiorespiratory fitness

is associated with better school performance in girls. Attenuating this way, the

deleterious effects of obesity on learning.

Keywords: obesity, cardiorespiratory fitness, academic performance.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1- Componentes da aptidão física relacionada à saúde de estudantes do

ensino fundamental II.....................................................................................................

TABELA 2- Componentes da aptidão física dos estudantes estratificados pelo estado

nutricional.......................................................................................................................

TABELA 1- Características antropométricas, da aptidão cardiorrespiratória e do

desempenho escolar dos estudantes estratificados pelo gênero...................................

TABELA 2- Características antropométricas, da aptidão cardiorrespiratória e do

desempenho escolar dos estudantes estratificados pelo estado nutricional..................

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- Desenho experimental do estudo................................................................

FIGURA 1- Frequência de baixo peso, peso normal e sobrepeso em estudantes do

ensino fundamental II, de acordo com o gênero............................................................

FIGURA 2- Correlação entre IMC, porcentagem de gordura e VO2máx nas meninas

(A) e nos meninos (B) ajustado pela idade....................................................................

Figura 1- Classificação do estado nutricional de estudantes do ensino fundamental II,

de acordo com o gênero.................................................................................................

Figura 2- Frequência de sobrepeso em estudantes do ensino fundamental II, de

acordo com o nível de aptidão cardiorrespiratória.........................................................

Figura 3- Desempenho em A) português, B) matemática e C) média geral das

estudantes do ensino fundamental II, de acordo com o estado nutricional e nível de

aptidão cardiorrespiratória..............................................................................................

Figura 4- Correlações entre VO2MÁX e desempenho em A) português, B) matemática

e C) média geral das estudantes do ensino fundamental II, ajustados pelo IMC em

percentil, porcentagem de gordura e classe econômica................................................

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SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................. 8

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ ....13

2. OBJETIVOS ................................................................................................ 15

2.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 15

2.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 15

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .............................................................. 16

3.1 Caracterização do estudo ............................................................................. 16

3.2 População e amostra ................................................................................... 16

3.3 Aspectos éticos............................................................................................. 17

3.4 Avaliação socioeconômica .......................................................................... 17

3.5 Medidas......................... ............................................................................... 18

3.5.1 Medidas antropométricas ............................................................................ 18

3.5.2 Composição corporal .................................................................................... 18

3.5.3 Aptidão cardiorrespiratória ............................................................................ 19

3.5.4 Resistência muscular localizada ................................................................... 19

3.5.5 Força de membros superiores ...................................................................... 20

3.5.6 Flexibilidade . ................................................................................................ 20

3.6 Avaliação do desempenho escolar ............................................................... 20

4. ANÁLISE ESTATÍSTICA ....................................................................................... 21

5. RESULTADOS............. ......................................................................................... 22

5.1 Artigo I......................... ................................................................................. 22

5.2 Artigo II...................... ................................................................................... 37

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 56

7. REFERÊNCIAS............... ...................................................................................... 57

ANEXOS............................... ..................................................................................... 60

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1. INTRODUÇÃO

A obesidade é caracterizada pelo excesso de gordura corporal que influencia

negativamente um conjunto de fatores de riscos à saúde, tais como hiperglicemia,

dislipidemia e hipertensão, elevando o risco de desenvolvimento da síndrome

metabólica (SRINIVASAN et al., 2002). A obesidade é altamente prevalente e assola

todos os países do mundo, de tal modo que a Organização Mundial da Saúde a

classifica como uma condição pandêmica (“Combating the global obesity epidemic.,”

2011).

Além dos efeitos clássicos do excesso de gordura corporal para a saúde,

acredita-se que a obesidade esteja negativamente associada com o desempenho

escolar (DATAR; STURM, 2006; SHAYA et al., 2008; HOLLAR et al., 2010). Estudos

relatam que crianças com sobrepeso apresentaram menor desempenho escolar

quando comparadas às crianças com peso normal (DATAR; STURM;

MAGNABOSCO, 2004; JUDGE, 2007; SHORE et al., 2008). Porém, os mecanismos

ligados a esta associação ainda são controversos, visto que o baixo desempenho

observado em crianças com sobrepeso pode ser mediado por fatores associados à

obesidade, tais como, baixa auto-estima, ansiedade, depressão, problemas

comportamentais faltas nas aulas devido aos problemas de saúde (ZAMETKIN et al.,

2004; SHORE et al., 2008). Entretanto, especula-se que a baixa atividade cognitiva

e menor volume cerebral verificados em alguns pacientes obesos, possam ser os

responsáveis pelo decréscimo no quociente de inteligência destes indivíduos (YU et

al., 2009).

Cognição é a junção de várias habilidades integradas com o objetivo comum

de solucionar problemas inéditos, apresentados pelo meio, bem como, predizer a

capacidade de aprendizagem e alterações no desempenho cognitivo podem

interferir no rendimento escolar (SIQUEIRA; GIANNETTI, 2011). Neste sentido Li et

al. (2008), demonstram uma forte associação entre o índice de massa corporal (IMC)

e comprometimento cognitivo, isto é, crianças com sobrepeso apresentaram baixo

desempenho nos testes cognitivos quando comparadas com crianças com peso

normal.

Outro importante indicador de saúde tanto em crianças quanto em

adolescentes é a aptidão física (RUIZ et al., 2010). Sugere-se que o nível de

condicionamento físico pode estar associado com o rendimento escolar (Kim et al.,

2003). Roberts et al. (2010) demonstraram que, estudantes de nível médio (5º - 9º

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série) com melhor desempenho em testes físicos, também apresentaram melhor

rendimento em matemática e leitura. Outros estudos mostram associações positivas

entre aptidão física e desempenho acadêmico (DWYER et al., 2001; GRISSOM,

2005; CHOMITZ et al., 2009; WITTBERG et al., 2009). Da mesma forma, existem

evidências que indicam uma relação positiva entre cognição e aptidão física,

especificamente a aptidão aeróbia em crianças (HILLMAN et al., 2005; HILLMAN et

al., 2009; DAVIS et al., 2011).

É reconhecido que indivíduos obesos apresentam baixa aptidão física,

advinda de baixos níveis de atividade física observados nesta população

(SALVADORI et al., 1999). Entretanto, mesmo em crianças e adolescentes obesos

verifica-se que melhorias na aptidão estão associadas a reduções nos fatores de

riscos relacionados ao excesso de peso (AIRES et al., 2010), o que lhes confere um

benefício cardioprotetor contra doenças cardiovasculares (LEE et al., 2012). Desta

forma, hipotetizamos que o mesmo possa acontecer em relação ao desempenho

escolar, ou seja, a aptidão física além de melhorar a saúde desses alunos, atenuaria

os efeitos deletérios do sobrepeso sobre o desempenho acadêmico.

Nossa hipótese baseia-se no fato de que melhoras em alguns componentes

da aptidão física relacionada à saúde aumentam a vascularização cerebral, reduzem

os sintomas de depressão ansiedade e baixa auto-estima que influenciam

diretamente o desempenho escolar (BLUMENTHAL et al., 1999; DRIVER et al.,

2000; EVELAND-SAYERS et al., 2009)

Vale ressaltar que, até o presente momento, as pesquisas nessa área têm

analisado apenas o estado nutricional e aptidão física de forma isolada. Desta forma,

o presente estudo visa responder a seguinte questão condutora: Será que

estudantes com sobrepeso, mas, com bom nível de aptidão física apresentam

melhor desempenho escolar do que seus pares com baixa aptidão física?

Sendo assim, o objetivo do presente estudo é analisar a interação entre

estado nutricional, nível de aptidão física e desempenho escolar de estudantes do

ensino fundamental II.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar a interação entre estado nutricional, aptidão física e rendimento escolar de estudantes do ensino fundamental II. 2.2 Objetivos Específicos

Identificar a freqüência de sobrepeso em estudantes do ensino fundamental II.

Avaliar a composição corporal, a aptidão cardiorrespiratória, a resistência muscular localizada, a força de membros superiores e a flexibilidade dos estudantes do ensino fundamental II.

Verificar diferenças entre o gênero nos componentes da aptidão física relacionados à saúde e no desempenho escolar.

Verificar os efeitos do estado nutricional e dos componentes da aptidão física relacionados à saúde no rendimento escolar dos estudantes do ensino fundamental II.

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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 Caracterização do estudo

Este estudo caracteriza-se como descritivo com delineamento transversal.

3.2 População e Amostra

A população alvo deste estudo foi composta por alunos do ensino

fundamental II (6º e 7º anos), de ambos os gêneros, regularmente matriculados em

escolas municipais do Recife, com idade entre 10 e 13 anos.

A rede municipal do Recife é composta por 34 escolas de ensino

fundamental II, entretanto escolas com ensino integral (duas) e que não possuíssem

espaço suficiente para realização dos procedimentos (uma) não foram consideradas

ilegíveis para este estudo. As 31 escolas incluídas possuíam 9120 alunos

matriculados nos 6º e 7º anos no ano de 2011. Foram excluídos alunos que não

responderam o questionário socioeconômico, que não completaram a bateria de

testes, que faltaram no dia dos procedimentos e os que apresentavam algum

comprometimento cognitivo e físico (auto-relatado e observação dos professores).

A seleção da amostra foi realizada em dois estágios por meio de

aleatorização simples (randomizer.org). Primeiro foram sorteadas nove escolas,

posteriormente foram sorteados os alunos. A responsável de cada escola

selecionada disponibilizou uma listagem com o nome de todos os alunos do 6º e 7º

anos, a partir da numeração seqüencial dos alunos, gerou-se uma listagem com 60

números referentes aos alunos incluídos.

Baseado no estudo piloto com 70 alunos e em estudos prévios (MO-SUWAN,

1999; DWYER et al., 2001; GRISSOM, 2005; GEIER et al., 2007; SHORE et al.,

2008; WITTBERG, et al., 2009), o tamanho amostral foi determinado em 300 alunos.

Considerando-se possíveis perdas, 417 alunos de 9 escolas foram selecionados.

Após o processo de seleção, foram aplicados os instrumentos de coleta de

dados. A figura 1 apresenta o desenho experimental do estudo.

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Figura 1. Desenho experimental do estudo.

3.3 Aspectos éticos

O projeto de pesquisa foi previamente encaminhado e aprovado pelo Comitê

de ética em Pesquisa da Universidade de Pernambuco sobre o protocolo

0191.0.097.000-11. Todos os responsáveis legais assinaram termo de

consentimento livre e esclarecido para a inclusão dos menores na amostra.

3.4 Avaliação Socioeconômica

Foi aplicado o questionário de avaliação socioeconômica da Associação

Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). Este questionário é conhecido como

Critério de Classificação Econômica Brasil, que por sua vez, estima o poder de

compra das pessoas e famílias urbanas, abandonando a pretensão de classificar a

população em termos de “classes sociais” e sim por classes econômicas. O

instrumento de avaliação contém questões relativas à posse de eletrodomésticos e

escolaridade dos pais. As questões possuem alternativas de respostas que variam

de 0 a 5 pontos, de acordo com a soma de todos os pontos obtidos, os alunos foram

classificados em classes econômicas A,B,C e D. A classe A é considerada a classe

econômica com maior poder de compra e com pais com alto nível de escolaridade, a

medida que a pontuação diminui se têm as classes B, C e a D que compreende a

classe com menor poder de compra e pais com baixa escolaridade. A aplicação do

questionário foi realizada durante o primeiro contato com os alunos na escola

durante o turno escolar. A variável classe econômica foi utilizada no presente estudo

como co-variável em algumas análises.

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3.5 Medidas

As avaliações físicas e de desempenho escolar foram realizadas nas

dependências das escolas. Todos os procedimentos foram conduzidos sempre pelos

mesmos pesquisadores previamente treinados. Os componentes da aptidão física

relacionados à saúde foram estimados através da bateria de testes físicos para

escolares, baseado no FITNESSGRAM (2008), desenvolvido em 1982 pelo Instituto

Cooper, em resposta a necessidade de uma padronização para avaliação em

programas de Educação Física. O FITNESSGRAM se propõe a avaliar uma gama

de capacidades físicas relacionadas à saúde em crianças em idade escolar.

3.5.1 Medidas antropométricas

A medida de massa corporal foi realizada em uma balança Fillizola. Os alunos

foram pesados em pé, descalços, vestindo o mínimo de roupa possível, com os

braços ao longo do corpo, olhos fixos em um ponto a sua frente e se movendo o

mínimo possível para evitar as oscilações e assim impedir a leitura. Para mensurar a

estatura foi utilizado um estadiômetro com escala de precisão de 0,1 cm. Os alunos

se posicionavam sobre a base do estadiômetro, sem calçado, de forma ereta, com

os membros superiores pendentes ao longo do corpo, pés unidos, procurando

colocar as superfícies posteriores dos calcanhares, a cintura pélvica, a cintura

escapular e a região occipital em contato com a escala de medida. Com o auxílio do

cursor, foi determinada a medida correspondente à distância entre a região plantar e

o vértice, permanecendo o avaliado em apnéia inspiratória e com a cabeça orientada

no plano de Frankfurt paralelo ao solo (LOHMAN; ROCHE, 1988). As medidas de

peso e estatura foram realizadas em uma única vez.

A classificação do estado nutricional baseou-se nos critérios propostos pelo

Center for Diseases Control and Prevention (CDC) (2000). Os estudantes que

apresentassem IMC menor que o percentil 5 foram classificados como baixo peso,

do 5 ao 85 como peso normal e acima do percentil 85 sobrepeso.

3.5.2 Composição corporal

Para estimativa da composição corporal foram realizadas medidas das dobras

cutâneas triciptal e panturrilha utilizando-se um adipômetro da marca Lange com

precisão de 1mm. Todas as medidas foram realizadas no hemicorpo direito em

triplicada, sendo utilizado o maior valor entre as três medidas. A porcentagem de

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gordura corporal foi estimada através da equação de Slaughter et al. (1988) de

acordo com o gênero.

3.5.3 Aptidão cardiorrespiratória

A aptidão cardiorrespiratória foi estimada com a utilização do teste

Progressive Aerobic Cardiovascular Endurance Run (PACER). O PACER é um teste

com múltiplos estágios progressivo adaptado a partir do 20-meter shuttle run test

(teste de vai e vem de 20metros) publicado por Leger e Lambert (1982). Ele é

composto por 20 estágios, de um minuto cada, no primeiro estágio a velocidade é de

8,5 km/h, sendo acrescida de 0,5 km/h a cada um dos estágios seguintes. O

diferencial deste teste é que para sua aplicação ele necessita de materiais de fácil

acesso, um espaço relativamente pequeno e pode ser aplicado para estudos com

uma grande população.

Para a realização do teste foram necessários um local plano de pelo menos

25 metros, caixa de som, CD com sinal sonoro cadenciado, cones e folhas de

anotação. O teste foi aplicado em grupos de 6 a 10 alunos, que correriam juntos no

ritmo cadenciado pelo CD. Os alunos tinham que se deslocar no espaço de 20

metros, delimitado entre 2 linhas paralelas. A caixa de som emitia bips, a intervalos

específicos para cada estágio, sendo que a cada bip os avaliados deviam cruzar

com um dos pés a linha paralela. A interrupção do teste se deu por fadiga voluntária

ou quando não conseguissem manter a cadência do estágio. Baseado no último

estágio completado, o consumo máximo de oxigênio (VO2máx) foi predito.

3.5.4 Resistência muscular localizada

A resistência muscular localizada foi avaliada pelo teste de abdominal. A

aplicação desse teste necessitou de colchonete de ginástica e faixa de cartolina com

largura de 11,4 centímetros (cm) que foi fixada sobre o colchonete. O aluno

posicionou-se em decúbito dorsal no colchonete com os joelhos flexionados em

aproximadamente 140º, pernas separadas, braços retos e paralelos ao tronco, com

as palmas da mão sobre o colchonete e com os pés apoiados pelo avaliador. O

aluno flexionava o tronco para que os dedos deslizassem para o outro lado da tira,

localizada sobre os joelhos. O objetivo era fazer tantos abdominais quanto possível

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enquanto mantia-se uma cadência de 1 abdominal a cada 3 segundos, controlada

com auxílio de um metrônomo.

3.5.5 Força de membros superiores

O teste de flexão de braço foi utilizado para avaliação da força de membros

superiores. O aluno avaliado se posicionava em decúbito ventral e com as mãos sob

os ombros, dedos das mãos alongados, pernas retas, paralela e levemente

separadas. Ao comando de iniciar, o aluno realizava a extensão completa do

cotovelo. As pernas e as costas deviam ser mantidas retas por todo o teste. Em

seguida, flexionavam-se os braços formando um ângulo de 90º e os antebraços

estivessem paralelos com o solo. Esta ação foi repetida o máximo de vezes

possíveis, seguindo a cadência de uma repetição a cada 3 segundos, controlada

com auxílio de um metrônomo.

3.5.6 Flexibilidade

O teste de sentar e alcançar modificado foi utilizado para avaliar a

flexibilidade. Para a aplicação deste teste foi necessário um banco de madeira,

contendo na parte superior uma escala que mede em centímetros. Avaliando

primeiro a perna direita e depois a perna esquerda, o aluno se sentava no chão com

uma perna flexionada e a outra estendida encostando a planta do pé no banco. Com

os braços estendidos sobre a cabeça e com uma mão apoiada em cima da outra, o

aluno tinha que flexionar o tronco e alcançar com as mãos o máximo que

conseguisse sobre a escala. Foram realizadas 3 medidas em cada perna, sendo a

última registrada.

3.6 Avaliação do desempenho escolar

A avaliação do desempenho escolar foi realizada através de uma prova que

foi construída por uma especialista em educação, que permitiu avaliar o

conhecimento dos alunos em português e matemática. O conteúdo das provas foi

baseado nas matrizes de referências da Prova Brasil, que utilizam língua portuguesa

e matemática nas avaliações. De acordo com os pressupostos teóricos que norteiam

os instrumentos de avaliação, a Matriz de Referência é o referencial curricular do

que será avaliado em cada disciplina e série, informando as competências e

habilidades esperadas dos alunos (BRASIL, 2008). As provas foram aplicadas nas

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escolas um dia após a aplicação dos testes físicos. As questões eram de múltipla

escolha, contendo quatro alternativas como respostas, sendo que apenas uma era a

correta.Os alunos tiveram 2 horas para responder a prova.

As provas apresentavam conteúdos diferentes para os 6º e 7º anos, sendo

que para cada série existiam 3 tipos de provas com as mesmas questões

distribuídas em ordens diferentes. Para cada resposta certa era atribuído 01 ponto

ao aluno, sendo assim, tanto a prova de português quanto a prova de matemática

valiam de 0 a 10 pontos. Após a obtenção das notas de cada prova, foi calculada a

nota geral, obtida a partir da média aritmética das notas de matemática e português.

Portanto, cada aluno recebeu 3 notas (português, matemática e nota geral).

4. ANÁLISES ESTATÍSTICAS

As variáveis contínuas são descritas através da média e desvio padrão e as

categóricas através de freqüências absolutas e relativas (%). Diferenças entre os

gêneros foram analisadas utilizando-se o teste T de Student para amostras

independentes. Comparações entre estado nutricional (baixo peso, peso normal e

sobrepeso) e os componentes da aptidão física foram realizadas por meio da análise

de variância para medidas repetidas ANOVA one-way com post-hoc de Tukey.

Correlações entre o IMC e os componentes da aptidão física foram determinadas

através da correlação de Pearson, ajustando-se para a idade.

Diferenças no desempenho escolar entre os grupos foram avaliadas através

da análise de variância (ANOVA one-way) com post-hoc de Tukey. Correlações

entre o VO2máx e o desempenho escolar foram determinadas através da correlação

de Pearson, ajustando-se pelo IMC em percentil, porcentagem de gordura e estado

socioeconômico. O nível de significância adotado foi p<0,05. Os dados foram

analisados usando o programa estatístico SPSS.10.

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RESULTADOS

5.1 Artigo I

Artigo submetido ao Jornal de Pediatria

Associação entre estado nutricional e aptidão física relacionada à saúde em crianças

Resumo

Objetivo: Analisar a associação entre estado nutricional e os componentes da

aptidão física relacionada à saúde em estudantes do ensino fundamental II.

Métodos: Trata-se de um estudo transversal do qual participaram 417 estudantes de

ambos os gêneros com idade entre 10 a 13 anos, matriculados na 6º e 7º anos do

ensino fundamental II. Após as medidas de massa corporal e estatura, as crianças

foram classificadas de acordo com o estado nutricional (baixo peso, peso normal e

sobrepeso) baseados no percentil do IMC. Os componentes da aptidão física

relacionados à saúde foram estimados com a utilização da bateria de testes físicos

do FITNESSGRAM. Análise de variância para medidas repetidas com post-hoc de

Tukey foi conduzida para comparações entre o estado nutricional e os componentes

da aptidão física. Resultados: Meninos e meninas com sobrepeso apresentam

menor aptidão cardiorrespiratória e maior adiposidade corporal que seus pares com

peso normal e com baixo peso (p<0,05). Adicionalmente, nos meninos, o sobrepeso

foi associado negativamente com todos os componentes da aptidão física (p>0,05),

exceto com a flexibilidade. Conclusão: O sobrepeso afeta negativamente a aptidão

física relacionada á saúde de crianças, entretanto os efeitos são mais pronunciados

nos meninos. Tal fato pode acarretar sérias conseqüências na saúde destes

indivíduos na vida adulta.

Palavras-chave: obesidade, saúde, aptidão cardiorrespiratória, composição

corporal, estudantes.

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Abstract

Objective: To assess the association between nutritional status and components of

health-related physical fitness in elementary school students. Methods: This cross-

sectional study was conduct with 417 students from both genders, aged 10 to 13

years, from 6th and 7th grades. Before undergo to body weight and height

measurements, children were classified according to nutritional status (underweight,

normal weight and overweight). The battery of physical tests of the FITNESSGRAM

was used to evaluate the components of health-related physical fitness. Analysis of

variance for repeated measures with Tukey as post-hoc was conducted to compare

nutritional status and physical fitness components. Results: Overweight boys and

girls presented lower cardiorespiratory fitness and higher fat mass than normal and

underweight children (P<0.05). In addition, in boys, overweight was negatively

associated with all components of health-related physical fitness (p<0.05), except

with flexibility. Conclusion: Overweight negatively affects the components of health-

related physical fitness in children, however the effects are more pronounced among

boys. This fact may lead to serious health complication in adulthood.

Keywords: obesity, health, cardiorespiratory fitness, body composition, students.

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Introdução

A aptidão física é um dos mais importantes indicadores de saúde em crianças

e adolescentes, além de ser um potente preditor de morbidade e mortalidade por

doenças cardiovasculares na vida adulta1. Melhoras na aptidão física se apresentam

associadas a melhorias nas funções musculoesqueléticas, cardiorrespiratória e

modificações positivas no perfil lipídico, glicídico e pressão arterial2. Dentre os

componentes da aptidão física, destacam-se a flexibilidade, a força e resistência

muscular, aptidão cardiorrespiratória e composição corporal, que estão diretamente

ligados a saúde3.

O rápido aumento na prevalência de obesidade em países em

desenvolvimento, como o Brasil, tem sido atribuído à diminuição dos níveis de

atividade física, que, por sua vez, se apresenta associada a baixos níveis de aptidão

física4. Nesse sentido, foi verificado que adolescentes obesos apresentam menor

resistência muscular e aptidão cardiorrespiratória que seus pares com peso normal5.

Da mesma forma, crianças com sobrepeso apresentam pior desempenho em testes

físicos quando comparadas às crianças não obesas6.

Mesmo com redução dos casos de déficits nutricionais, em decorrência da

transição nutricional7, o baixo peso ainda é um problema de saúde pública e um

importante fator de risco para a saúde8. Esmaeilzadeh e Ebadollahzadeh9 ressaltam

a importância de se explorar a relação entre estado nutricional e aptidão física em

crianças e adolescentes com baixo peso. Bénéfice e Malina10, em um estudo com

crianças desnutridas revelaram uma associação negativa entre composição corporal

e aptidão física. Porém Shang et al.11 encontraram que crianças com baixo peso

apresentavam aptidão física semelhante a crianças com peso normal.

Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi analisar a associação entre

estado nutricional e os componentes da aptidão física relacionada à saúde de

estudantes do ensino fundamental II.

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Material e métodos

População e amostra

A população alvo deste estudo transversal foram estudantes do ensino

fundamental II (6º e 7º ano), de ambos os gêneros, com idade entre 10 e 13 anos e

regularmente matriculados na rede municipal do Recife-PE. O processo de seleção

da amostra aconteceu em duas etapas, primeiro foram selecionadas as escolas e

depois os alunos, através do processo de aleatorização simples. Foram excluídas as

escolas com ensino integral e as que não possuíssem espaço adequado para a

realização dos procedimentos.

Desta forma, nove escolas foram incluídas no estudo. Posteriormente, de

posse da lista nominal dos alunos (fornecida pela escola), as crianças foram

aleatoriamente selecionadas (randomizer.org). Foram excluídos os estudantes que

apresentassem algum comprometimento físico que impedisse a realização dos

testes físicos. O projeto foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

da Universidade de Pernambuco (#192/11). Todos os responsáveis legais assinaram

termo de consentimento livre esclarecido.

Medidas antropométricas

As medidas de massa corporal (MC) e estatura foram realizadas em uma

balança Welmy® com precisão de 0,1 kg e 0,1 cm, respectivamente, adotando os

critérios propostos por Lohman e Roche12. Em seguida foi calculado o índice de

massa corporal (IMC), dividindo-se a massa corporal (Kg) pelo quadrado da estatura

(m2). A classificação do estado nutricional se deu de acordo com o proposto pelo

Center for Diseases Control (CDC)13. Todos os procedimentos foram sempre

realizados pelos mesmos pesquisadores, previamente treinados e no ambiente

escolar.

Avaliação da aptidão física

Os componentes da aptidão física foram avaliados utilizando o

FITNESSGRAM14, que é uma bateria de testes físicos para escolares construída

pelo Cooper Institute. O FITNESSGRAM se propõe a avaliar diversas capacidades

físicas relacionadas à saúde, no presente estudo foi avaliada a composição corporal,

aptidão cardiorrespiratória, força de membros superiores, resistência muscular

localizada e flexibilidade.

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Para estimativa da composição corporal foram realizadas medidas das dobras

cutâneas triciptal e panturrilha com auxílio de um adipômetro da marca Lange com

precisão de 1mm. Todas as medidas foram realizadas no hemicorpo direito em

triplicada, sendo utilizado o maior valor entre as três medidas. A porcentagem de

gordura corporal foi estimada através da equação de Slaughter et al.15 de acordo

com o gênero.

A aptidão cardiorrespiratória foi avaliada através do 20-meter shuttle run test

(teste vai-e-vem). A velocidade inicial foi de 8,5 km/h (primeiro estágio), sendo

acrescida de 0,5 km/h nos estágios seguintes. O teste foi aplicado em grupos de 10

alunos simultaneamente. Os alunos percorriam a distância de 20 metros, dentro do

tempo estipulado, cadenciado por sinais sonoros (Bips) a intervalos específicos para

cada estágio, sendo que a cada bip os avaliados deviam cruzar com um dos pés a

linha demarcatória de 20 metros. O teste era interrompido quando os alunos não

conseguiam percorrer a distância dentro do tempo previsto ou por fadiga voluntária.

O consumo máximo de oxigênio (VO2max) foi predito baseado no último estágio

completado pelos alunos.

O teste de flexão de braço foi utilizado para avaliação da força de membros

superiores, para tal, os avaliados ficavam posicionados em decúbito ventral e

realizavam extensões e flexões do cotovelo cadenciadas com auxílio do metrônomo

(uma repetição a cada três segundos) o máximo de vezes possíveis. Os meninos

ficavam posicionados em decúbito ventral, com o corpo alongado e as mãos sob os

ombros, já as meninas executavam o teste com o apoio dos joelhos no chão. A

resistência muscular localizada foi avaliada pelo teste de abdominal em que os

alunos ficavam posicionados em decúbito dorsal, com os braços e dedos estendidos

e com as palmas das mãos voltadas para baixo, sobre um colchonete com uma tira

de cartolina de 11,4 centímetros fixada sobre ele. O objetivo era flexionar o tronco

para cima, deslizando os dedos para a extremidade final da tira, realizando o

máximo de repetições possíveis mantendo uma cadência de um abdominal a cada

três segundos (metrônomo).

Por fim, os alunos passavam pelo teste de sentar e alcançar modificado para

avaliar a flexibilidade. Sentados no chão, os alunos, flexionavam uma das pernas

enquanto a outra ficava estendida, e encostavam a planta do pé no banco de Wells.

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Com os braços estendidos sobre a cabeça e com uma mão apoiada em cima da

outra, deveriam flexionar o tronco e alcançar com as mãos a maior distância possível

sobre a escala do banco de Wells. Após 3 medidas com cada perna, a última medida

era registrada.

Análises estatísticas

As variáveis contínuas são descritas através da média e desvio padrão e as

categóricas através de frequências absolutas e relativas (%). Diferenças entre os

gêneros foram analisadas utilizando-se o teste T de Student para amostras

independentes. Comparações entre estado nutricional (baixo peso, peso normal e

sobrepeso) e os componentes da aptidão física foram realizadas por meio da análise

de variância para medidas repetidas ANOVA one-way com post-hoc de Tukey.

Correlações entre o IMC e os componentes da aptidão física foram determinadas

através da correlação de Pearson, ajustando-se para a idade. O nível de

significância adotado foi fixado em p<0,05. Os dados foram analisados usando o

programa estatístico SPSS 10.0.

Resultados

A amostra foi composta por 417 alunos (202 meninas e 215 meninos)

regularmente matriculados no 6º (N=245) e 7º (N=172) anos do ensino fundamental

II. Os resultados não demonstraram diferenças entre gêneros para idade

(12,05±0,71 anos; 12,19±0,76 anos), MC (43,28±9,44 kg; 42,51±12,39 kg), estatura

(148,77±7,13 cm; 147,51±8,14 cm) ou IMC (19,46±3,47 kg/m²; 19,27±4,36 kg/m²).

Do total de 202 meninas, 9 foram classificadas com baixo peso (4,5%; IC: 2.0-8.2),

142 peso normal (70,3%; IC: 63.4-76.5) e 51 apresentavam sobrepeso (25,2%; IC:

19.4-31.8). Com relação aos meninos, 16 apresentavam baixo peso (7,4%; IC: 4.3-

11.8), 142 peso normal (66,0%; IC: 59.3-72.3) e 57 sobrepeso (26,5%; IC: 20.7-32.9)

(figura 1).

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Figura 1- Frequência de baixo peso, peso normal e sobrepeso em estudantes do ensino fundamental II, de acordo com o gênero.

Os resultados dos testes físicos demonstraram que as meninas são mais

fortes, mais flexíveis e apresentam maior adiposidade corporal que os meninos, por

outro lado, os meninos têm maior VO2máx e resistência muscular localizada,

entretanto não houve diferenças entre o gênero para a massa livre de gordura

(Tabela 1).

Tabela 1- Componentes da aptidão física relacionada à saúde de estudantes do ensino fundamental II.

VO2máx (consumo máximo de oxigênio); RML (Resistência Muscular Localizada)

Variáveis

Meninas

(n=202)

Meninos

(n=215)

P

Massa Livre de Gordura (kg) 31,74±5,25 31,68±6,78 0,92

Massa Gorda (%) 25,77±5,53 23,77±8,08 0,00

VO2máx (ml/kg/min) 41,22±3,42 44,12±4,20 0,00

RML (reptições) 17,75±11,16 24,99± 16,94 0,00

Força (repetições) 13,00±8,03 10,20±7,09 0,00

Flexibilidade (cm) 24,34±6,48 22,41±7,18 0,00

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Não houve diferenças na idade entre os grupos de baixo peso (12,29±0,46

anos), peso normal (12,12±0,75 anos) e sobrepeso (12,10±0,77 anos). Quanto maior

o IMC maior a adiposidade corporal e massa livre de gordura, além disso,

estudantes com sobrepeso apresentam menor VO2máx quando comparados a seus

pares com peso normal e com baixo peso (Tabela 2).

Tabela 2- Componentes da aptidão física dos estudantes estratificados pelo estado nutricional.

Meninas

Baixo Peso

(n=9)

Peso normal

(n=142)

Sobrepeso

(n=51)

Massa Livre de Gordura (kg) 24,77±2,35* 30,38±3,96 36,74±5,13*†

Massa gorda (%) 19,74±13,22* 23,95±4,07 31,92±4,47*†

VO2máx (ml/kg/min) 42,76±3,33 41,75±3,48 39,46±2,56*†

RML (repetições) 15,89±11,54 18,78±11,75 15,20±8,94

Força (repetições) 10,22 ±8,13 13,08±7,76 13,29±8,81

Flexibilidade (cm) 24,11±6,37 24,40±6,56 24,22±6,38

Meninos (n=16) (n =142) (n=57)

Massa Livre de Gordura (kg) 24,94±2,77* 29,54±4,52 38,91±6,66*†

Massa gorda (%) 17,30±4,08 20,62±5,39 33,43±6,33*†

VO2máx (ml/kg/min) 44,53±4,15 45,09±4,04 41,57±3,58*†

RML (repetições) 27,94±17,28 28,34±17,94 15,82±9,48*†

Força (repetições) 10,00±6,78 11,50±7,54 7,00±4,67*†

Flexibilidade (cm) 22,00±7,76 23,15±6,88 20,71±7,57

VO2máx (consumo máximo de oxigênio); RML (Resistência Muscular Localizada).

*vs peso normal (p<0,05); †vs baixo peso (p<0,05).

Adicionalmente, quando ajustado pela idade, verificam-se correlações

positivas entre IMC e adiposidade corporal (%) e negativas entre IMC e VO2máx, em

ambos os gêneros (Figura 2A e 2B).

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Figura 2. Correlação entre IMC, porcentagem de gordura e VO2máx nas meninas (A) e nos meninos (B) ajustado pela idade.

Não foram verificadas associações entre o estado nutricional e os demais

componentes da aptidão física nas meninas, entretanto os meninos com sobrepeso

apresentam pior desempenho em todos os testes físicos que seus pares com peso

normal e baixo peso, exceto para o teste de flexibilidade (tabela 2). Os resultados

revelam haver uma correlação inversa entre IMC e resistência muscular localizada

(p=0,00, r=-0,30), e força de membros superiores (p=0,00, r=-0,25) apenas nos

meninos.

Em relação ao grupo de baixo peso, tanto meninos quanto meninas

apresentam menor massa livre de gordura e apenas as meninas com baixo peso

apresentam menor adiposidade quando comparadas às meninas com peso normal.

Nos demais componentes da aptidão física, não foram encontradas diferenças

significativas entre baixo peso e peso normal em ambos os gêneros.

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Discussão

Os dados do presente estudo reforçam a existência de uma associação entre

estado nutricional e aptidão física em estudantes do ensino fundamental II,

demonstrando que: a) o sobrepeso afeta negativamente a aptidão cardiorrespiratória

de meninos e meninas; b) que meninos com sobrepeso apresentam piores níveis de

força e resistência muscular localizada que seus pares com peso normal e baixo

peso; e c) que alunos com baixo peso apresentam desempenho nos testes físicos

semelhante aos alunos com peso normal.

Em crianças, o excesso de gordura corporal é fortemente associado a

diversos fatores de riscos à saúde, tais como hiperglicemia, dislipidemia e

hipertensão, que desempenham papel fundamental na patogênese da síndrome

metabólica durante a infância16, e caso esse quadro não seja revertido

precocemente, esses indivíduos apresentam elevado risco de morbidades e

mortalidade por doenças cardiovasculares na vida adulta, visto que estudos

longitudinais reportam que a adiposidade na infância é um potente preditor de

obesidade na fase adulta17,18. Adicionalmente, Pahkala et al.19 após acompanharem

425 crianças pré-escolares, verificaram que o IMC na infância também é um preditor

confiável da aptidão física na adolescência.

Assim como a adiposidade, a baixa aptidão física apresenta-se associada a

alterações negativas nos componentes da síndrome metabólica. Nesse sentido,

Neto et al.20 demonstram que adolescentes com sobrepeso e baixa aptidão física

(determinada pelo VO2máx) apresentavam 4,3 vezes mais chances de serem

hipercolesterolinêmicos e hipertensos, quando comparados com adolescentes com

peso normal e fisicamente aptos.

No presente estudo, foi verificado que crianças com sobrepeso são menos

aptas fisicamente que crianças com peso normal, o que lhes confere risco adicional

de agravos à saúde21,22. Janz et al.24 demonstraram que a variabilidade da gordura

corporal e da adiposidade abdominal, no período da infância à adolescência, são

mediadas por alterações na aptidão cardiorrespiratória e força muscular. Por esse

motivo, intervenções que visem melhorar aptidão física e controlar a massa corporal

de crianças são altamente desejáveis23.

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Estudos prévios reportam que o baixo peso em crianças também está

associado com menor aptidão física, especificamente, menor força, resistência

muscular localizada, flexibilidade25 e menor resistência aeróbia26. Entretanto alguns

estudos verificaram que crianças com baixo peso são mais aptas fisicamente do que

crianças com peso normal e com sobrepeso8,27, nossos dados estão parcialmente de

acordo com esses prévios, pois foi verificado que as crianças com baixo peso

apresentam melhor desempenho nos testes físicos que os indivíduos com

sobrepeso, entretanto sem diferenças para os com peso normal, resultados estes

corroborados por Esmaeilzadeh e Ebadollahzadeh9 e Shang et al.11. Vale ressaltar

que os mecanismos envolvidos na melhor aptidão física observada em crianças com

baixo peso ainda não foram completamente elucidados e devem ser alvo de futuras

investigações.

É importante lembrar que o processo de maturação interfere diretamente no

desempenho físico, dessa forma, diferenças na aptidão física entre crianças de

mesma idade cronológica podem ser explicadas pela velocidade do processo de

maturação biológica28. Infelizmente no presente estudo a maturação não foi

avaliada, tal informação deve ser levada em consideração ao interpretar os

resultados. Outra limitação reside na avaliação indireta da aptidão cardiorrespiratória

e da composição corporal. Embora a técnica de dobras cutâneas e o 20-meter

shuttle run test sejam métodos amplamente utilizados e validados para essa

população, a utilização de métodos diretos (ex. análises de gases e DEXA)

forneceriam informações mais precisas sobre tais aspectos.

Por outro lado, a maioria dos estudos prévios avaliou apenas a aptidão

cardiorrespiratória, sendo os demais componentes da aptidão física negligenciados

em crianças e adolescentes com sobrepeso6. Dessa forma, a avaliação da força,

resistência muscular localizada e flexibilidade nos estudantes devem ser vistas com

um ponto forte do presente estudo.

A prática regular de atividade física é mundialmente aclamada como um

método efetivo para melhorar a aptidão física de crianças e adolescentes e as

escolas são vistas como ambientes favoráveis para incentivar a prática regular de

atividade física29, especialmente durante as aulas de educação física, pois

promovem conhecimentos e atitudes positivas a respeito de um estilo de vida ativo.

Por isso é imperativo que sejam desenvolvidos programas que estimulem a

participação nas aulas de educação física. Infelizmente, o que se verifica nos dias

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atuais é o oposto, pois muitas escolas têm reduzido a quantidade de aulas de

educação fisica30, o que pode trazer sérias implicações à saúde das crianças em um

futuro próximo, o que certamente irá onerar não apenas os indivíduos, mas toda a

sociedade.

Dessa forma, pode-se concluir que estudantes com sobrepeso apresentam

menor nível de aptidão física quando comparados com estudantes com peso normal

e com baixo peso. Portanto é essencial que os estudantes de ensino fundamental

sejam incentivados a participar das aulas de educação física, para que possam

aproveitar os benefícios de um estilo de vida saudável, minimizando desta forma,

possíveis agravos à saúde na vida adulta, reduzindo os gastos com despesas

médicas e hospitalares.

Agradecimentos

Às escolas que aceitaram colaborar com a realização deste estudo e a todos

os alunos que aceitaram o convite para serem voluntários da pesquisa.

Referências

1. Ortega FB, Ruiz JR, Castillo MJ, Sjöström M. Physical fitness in childhood and

adolescence: a powerful marker of health. Int J of Obes. 2008; 32:1-11.

2. Froberg K, Andersen LB. Mini review: physical activity and fitness and its

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5.2 Artigo II

A ser submetido à Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde

Associação entre estado nutricional, aptidão cardiorrespiratória e desempenho escolar

em estudantes.

Resumo

Evidências sugerem que a obesidade é associada negativamente com o desempenho escolar,

por outro lado, acredita-se que a aptidão cardiorrespiratória interfira positivamente no

desempenho escolar. O objetivo do presente estudo foi analisar a interação entre estado

nutricional, aptidão cardiorrespiratória e desempenho escolar em estudantes do ensino

fundamental II. 392 estudantes do 6º e 7º anos de ambos os gêneros, participaram do estudo.

A classificação do estado nutricional foi realizada baseada pelo índice de massa Corporal

(IMC) e a aptidão cardiorrespiratória foi estimada através do 20-meter shuttle run test. Os

alunos foram submetidos a uma avaliação com questões de português e matemática.

Adicionalmente os voluntários foram divididos em três grupos, baseados nos percentis do

VO2máx. A interação entre o desempenho escolar, a aptidão cardiorrespiratória e estado

nutricional foi determinada através da ANOVA one-way com post-hoc de Tukey. Os

resultados demonstraram que a aptidão cardiorrespiratória foi associada positivamente com o

desempenho escolar. Meninas com peso normal, porém, com baixo VO2máx, apresentam

desempenho em matemática (2,69±1,60) pior do que as meninas com peso normal e com

VO2máx médio (4,00±2,19) (p=0,03). Meninas com peso normal e com alto VO2máx obtiveram

melhor média geral (4,53±1,71) quando comparadas as meninas com peso normal e com

baixo VO2máx (3,36±1,43) (p=0,05). Meninas com sobrepeso e com o VO2máx na média

apresentaram maior desempenho na média geral (4,74±1,56) do que as meninas com peso

normal, mas, com baixo VO2máx (3,36±1,43) (p=0,03). Conclui-se que independente do estado

nutricional, a aptidão cardiorrespiratória está associada com melhor desempenho escolar nas

meninas.

Palavras-chave: obesidade, aptidão cardiorrespiratória, sucesso escolar.

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Abstract

Evidence suggests that obesity is negatively associated with school performance, on the other

hand, it is believed that cardiorespiratory fitness interfere with school performance. The aim

of this study was to analyze the interaction between nutritional status, cardiorespiratory fitness

and academic achievement in elementary school students. 392 students of 5th and 6th grade of

both genders participated in the study. The nutritional status classification was made based at

Body Mass Index (BMI) and the cardiorespiratory fitness was estimated using the 20-meter

shuttle run test. The students answered a test with Math and Portuguese questions.

Additionally, the volunteers were divided into three groups based on the quartiles of

VO2max, according to the gender. The interaction between school performance,

cardiorespiratory fitness and nutritional status was determined by ANOVA one-way with

Tukey’s post-hoc. The results showed that girls with normal weight but with low VO2max,

have worse performance in math (2.69±1.60) than girls with normal weight and average

VO2max (4.00±2.19) (p=0.03). Additionally girls with normal weight and high VO2max had

better overall average (4.53±1.71) when compared with normal weight girls with low VO2max

(3.36±1.43) (p=0.05). Girls with overweight and with VO2max on average had higher

performance in overall average (4.74±1.56) than girls of normal weight, but with low VO2max

(3.36±1.43) (p=0.03). We concluded that independent of the nutritional status,

cardiorespiratory fitness is associated with better academic performance in the girls.

Keywords: obesity, cardiorespiratory fitness, academic achievement.

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Introdução

A obesidade é caracterizada pelo excesso de gordura corporal que influencia

negativamente um conjunto de fatores de riscos à saúde, tais como hiperglicemia,

dislipidemia e hipertensão, elevando o risco de desenvolvimento da síndrome metabólica1.

Além dos efeitos clássicos da adiposidade para a saúde dos indivíduos, acredita-se que a

obesidade esteja negativamente associada com o desempenho escolar2, visto que crianças com

sobrepeso apresentam menor desempenho escolar quando comparadas às crianças com peso

normal3,4,5

. Porém, os mecanismos ligados a esta associação ainda são controversos, já que o

baixo desempenho acadêmico observado em crianças com sobrepeso pode ser mediado por

fatores associados à obesidade, tais como, baixa auto-estima, ansiedade, depressão, problemas

comportamentais, faltas nas aulas devido aos problemas de saúde3,5

.

Por outro lado, acredita-se que a aptidão física module positivamente o desempenho

escolar, especialmente a aptidão cardiorrespiratória que é capaz de influenciar processos

cognitivos e de aprendizagem6,7

. Alguns estudos verificaram que crianças fisicamente aptas

apresentavam melhor desempenho acadêmico do que seus pares com baixa aptidão física8,9,10

.

Da mesma forma, existem evidências que indicam uma relação positiva entre cognição e

aptidão cardiorrespiratória em crianças6,11

, independente do IMC e adiposidade. É

reconhecido que indivíduos obesos apresentam baixa aptidão física, advinda de baixos níveis

de atividade física, que geralmente são observados nesta população12

.

Entretanto, mesmo em crianças e adolescentes obesos verifica-se que, melhorias na

aptidão física apresentam-se associadas a reduções nos fatores de riscos relacionados ao

excesso de peso o que lhes confere um benefício cardioprotetor contra doenças

cardiovasculares13

. Desta forma, hipotetizamos que o mesmo possa acontecer em relação ao

desempenho escolar, ou seja, a aptidão cardiorrespiratória além de melhorar a saúde desses

alunos, atenuaria os efeitos deletérios do sobrepeso sobre o desempenho acadêmico.

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Nossa hipótese baseia-se no fato de que melhoras na aptidão cardiorrespiratória

aumentam a vascularização cerebral, reduzem os sintomas de depressão ansiedade e baixa

auto-estima que influenciam diretamente o desempenho escolar14

. Sendo assim, o presente

estudo tem como objetivo analisar a interação entre estado nutricional, aptidão

cardiorrespiratória e desempenho escolar em estudantes.

Métodos

População e amostra

A população alvo deste estudo foi composta por alunos do ensino fundamental II (6º e

7º anos), de ambos os gêneros, regularmente matriculados em escolas municipais do Recife,

com idade entre 10 e 13 anos.

A rede municipal do Recife é composta por 34 escolas de ensino fundamental II,

entretanto escolas com ensino integral (duas) e que não possuíssem espaço suficiente para

realização dos procedimentos (uma) não foram consideradas elegíveis para este estudo. As 31

escolas incluídas apresentavam 9120 alunos matriculados nos 6º e 7º anos no ano de 2011.

Foram excluídos alunos com baixo peso, que não responderam o questionário

socioeconômico, que não completaram o teste de aptidão cardiorrespiratória, que faltaram no

dia dos procedimentos e os que apresentavam algum comprometimento cognitivo e físico

(auto-relatado e observação dos professores).

A seleção da amostra foi realizada em dois estágios por meio de aleatorização simples

(randomizer.org). Primeiro foram sorteadas as escolas e posteriormente os alunos. A

responsável de cada escola selecionada disponibilizou uma listagem com o nome de todos os

alunos do 6º e 7º anos, a partir da numeração seqüencial dos alunos, gerou-se uma listagem

com os alunos a serem incluídos.

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41

Baseado no estudo piloto com 70 alunos e em estudos prévios5,8,10

, o tamanho amostral

foi determinado em 300 alunos. Considerando-se possíveis perdas, 417 alunos de 9 escolas

foram selecionados.

O projeto foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade de Pernambuco (#192/11). Todos os responsáveis legais assinaram termo de

consentimento livre esclarecido.

Avaliação Socioeconômica

Foi aplicado o questionário de avaliação socioeconômica da Associação Brasileira de

Empresas de Pesquisa (ABEP). O instrumento de avaliação contém questões relativas à posse

de eletrodomésticos e escolaridade dos pais. As questões possuem alternativas de respostas

que variam de 0 a 5 pontos, de acordo com a soma de todos os pontos obtidos, os alunos

foram classificados em classes econômicas A,B,C e D. A classe A é considerada a classe

econômica com maior poder de compra e com pais com alto nível de escolaridade, a medida

que a pontuação diminui se têm as classes B, C e a D que compreende a classe com menor

poder de compra e pais com baixa escolaridade. A aplicação do questionário foi realizada

durante o primeiro contato com os alunos na escola durante o turno escolar. A variável classe

econômica foi utilizada no presente estudo como co-variável em algumas análises.

Medidas antropométricas

As medidas de massa corporal (MC) e estatura foram realizadas em uma balança

Welmy® com precisão de 0,1 kg e 0,1 cm, respectivamente, adotando os critérios propostos

por Lohman e Roche (1988)15

. Em seguida foi calculado o índice de IMC dividindo-se a MC

(Kg) pelo quadrado da estatura (m2). A classificação do estado nutricional se deu de acordo

com o proposto pelo Center for Diseases Control and Prevention (CDC) (2000)16

. Estudantes

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que apresentassem IMC entre o percentil de 5 a 85 foram classificados como peso normal e

aqueles que apresentassem o percentil maior que 85 foram classificados como sobrepeso.

Todos os procedimentos foram sempre realizados pelos mesmos pesquisadores, previamente

treinados e no ambiente escolar.

Avaliação da aptidão cardiorrespiratória e composição corporal

Para estimativa da composição corporal foram realizadas medidas das dobras cutâneas

triciptal e panturrilha com auxilio de um adipômetro da marca Lange com precisão de 1mm.

Todas as medidas foram realizadas no hemicorpo direito em triplicada, sendo utilizado o

maior valor entre as três medidas. A porcentagem de gordura corporal foi estimada através da

equação de Slaughter et al., (1988)17

de acordo com o gênero.

A aptidão cardiorrespiratória foi avaliada através do 20-meter shuttle run test (teste

vai-e-vem). A velocidade inicial foi de 8,5 km/h (primeiro estágio), sendo acrescida de 0,5

km/h nos estágios seguintes. O teste foi aplicado em grupos de 10 alunos simultaneamente.

Os alunos percorriam a distância de 20 metros, dentro do tempo estipulado, cadenciado por

sinais sonoros (Bips) a intervalos específicos para cada estágio, sendo que a cada bip os

avaliados deviam cruzar com um dos pés a linha demarcatória de 20 metros. O teste era

interrompido quando os alunos não conseguiam percorrer a distância dentro do tempo

previsto ou por fadiga voluntária. O consumo máximo de oxigênio (VO2máx) foi predito

baseado no último estágio completado pelos alunos. Posteriormente, os alunos foram

classificados em 3 grupos de acordo com os percentis do VO2máx: grupo 1 – VO2máx <

percentil 25; grupo 2 - percentil 25 > VO2máx < percentil 75; grupo 3 – VO2máx > percentil 75.

Avaliação do rendimento escolar

A avaliação do desempenho escolar foi realizada através de uma prova que foi

construída por uma especialista em educação, que permitiu avaliar o conhecimento dos alunos

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em português e matemática. O conteúdo das provas foi baseado nas matrizes de referências da

Prova Brasil, que são o referencial curricular do que será avaliado em cada disciplina e série,

informando as competências e habilidades esperadas dos alunos18

. As questões eram de

múltipla escolha, contendo quatro alternativas como respostas, sendo que apenas uma era a

correta.

As provas apresentavam conteúdos diferentes para os 6º e 7º anos, sendo que para

cada série existiam 3 tipos de provas com as mesmas questões distribuídas em ordens

diferentes. Para cada resposta certa era atribuído 01 ponto ao aluno, sendo assim, tanto a

prova de português quanto a prova de matemática valiam de 0 a 10 pontos. Após a obtenção

das notas de cada prova, foi calculada a nota geral, obtida a partir da média aritmética das

notas de matemática e português. Portanto, cada aluno recebeu 3 notas (português,

matemática e nota geral). As provas foram aplicadas nas escolas um dia após a avaliação

cardiorrespiratória, e os alunos tiveram 2 horas para responder a prova.

Análises estatísticas

As variáveis contínuas são apresentadas através de média e desvio padrão e as

categóricas através de freqüências absolutas e relativas (%). Diferenças entre os gêneros

foram analisadas utilizando-se o teste T de Student para amostras independentes. Diferenças

no desempenho escolar entre os grupos foram avaliadas através da análise de variância

(ANOVA one-way) com post-hoc de Tukey. Correlações entre o VO2máx e o desempenho

escolar foram determinadas através da correlação de Pearson, ajustando-se pelo IMC em

percentil, porcentagem de gordura e estado socioeconômico. O nível de significância adotado

foi p<0,05. Os dados foram analisados usando o programa estatístico SPSS 10.

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Resultados

Do total de 417 alunos que se voluntariam a participar do estudo, 25 foram excluídos

por apresentarem baixo peso. Dessa forma, a amostra foi composta por 392 alunos (193

meninas) regularmente matriculados no sexto (N=230) e sétimo (N=162) anos do ensino

fundamental II. Nenhum dos estudantes incluídos no estudo pertencia à classe econômica A,

97 pertenciam à classe B (24,7%; IC: 20.5-29.3), 247 à classe C (63,0%; IC: 58.0-67.8) e 48 à

classe D (12,2%; IC: 9.1-15.9). Tanto para as meninas (p=0,45) quanto para os meninos

(p=0,88) o desempenho acadêmico não foi influenciado pela classe econômica. A tabela 1

apresenta as características antropométricas, aptidão cardiorrespiratória e desempenho escolar

dos alunos de acordo com o gênero. Os resultados demonstram que os meninos eram mais

velhos, com maior VO2máx e menor adiposidade do que as meninas. Por sua vez, as garotas

obtiveram melhor desempenho na avaliação de português.

Do total de 193 meninas, 142 foram classificadas com peso normal (73,6%; IC: 66,7-

79,6) e 51 com sobrepeso (26,4%; IC: 20,3-33,2). Com relação aos meninos, 142

apresentavam peso normal (71,4%; IC: 64,5-77,5) e 57 sobrepeso (28,6%; IC: 22.4-35.4)

(figura 1), sem diferenças entre os gêneros.

Meninas e meninos com sobrepeso apresentaram maior massa corporal, estatura, IMC,

porcentagem de gordura e menor VO2máx quando comparados aos seus pares com peso

normal. Entretanto, não foi verificado nenhum efeito do estado nutricional sobre o

desempenho escolar (Tabela 2).

Quando analisado a freqüência de sobrepeso, em meninas e meninos, de acordo com o

nível de aptidão física, a figura 2 demonstra que, para ambos os gêneros, quanto maior o

VO2máx menor a quantidade de crianças com sobrepeso. Adicionalmente verificou-se que

aproximadamente 58,8% (IC: 38,9-66,0) dos meninos com baixa aptidão cardiorrespiratória

apresentavam sobrepeso e para as meninas 44,2% (IC: 31,1-59,6).

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As meninas com VO2máx médio e com peso normal apresentaram melhor desempenho

em matemática (4,00±2,19) do que as meninas com baixo VO2máx e peso normal (2,69±1,60)

(p=0,03). Da mesma forma, verificou-se uma tendência (p=0,06) de as meninas com alto

VO2máx e com peso normal apresentarem melhor desempenho em matemática (4,05±2,01) do

que as meninas com baixo VO2máx e peso normal (2,69±1,60). Não foram verificadas

diferenças no desempenho em matemática entre os grupos de sobrepeso. Entretanto, as notas

em matemática foram 9,4% e 10,7% maiores nas meninas com VO2máx médio e alto

(respectivamente) quando comparadas às garotas com baixo VO2máx. Mesmo padrão

observado para o desempenho em português (Figura 3). Com relação a media geral, as

meninas com peso normal e alto VO2máx obtiveram melhores notas (4,53±1,71) quando

comparadas as meninas com peso normal e baixo VO2máx (3,36±1,43) (p=0,05). Meninas com

sobrepeso e VO2máx médio apresentaram maior desempenho na média geral (4,74±1,56) do

que as meninas com peso normal e VO2máx baixo (3,36±1,43) (p=0,03).

Com relação ao desempenho de português, verifica-se uma tendência a melhoras no

desempenho escolar à medida que o VO2máx aumenta, independente do estado nutricional,

visto que, as meninas com sobrepeso e alto VO2máx apresentaram desempenho em português

17,8% melhor do que as estudantes com sobrepeso e baixo VO2máx.

Quando ajustados pelo IMC em percentil, porcentagem de gordura corporal e classe

econômica, o VO2máx apresentou-se positivamente associado com o desempenho acadêmico

em português, matemática e com a média geral das meninas (figura 4).

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Discussão

Os dados do presente estudo reforçam a existência de uma associação entre aptidão

cardiorrespiratória e desempenho escolar, visto que meninas com peso normal e com baixa

aptidão cardiorrespiratória apresentaram menor desempenho escolar do que meninas com

peso normal e com boa aptidão cardiorrespiratória; entretanto, os principais achados do

presente estudo são que: a) meninas com sobrepeso, porém com boa aptidão

cardiorrespiratória apresentam melhor desempenho escolar do que as estudantes com peso

normal e baixa aptidão cardiorrespiratória; e b) a aptidão cardiorrespiratória, independente do

estado nutricional é positivamente correlacionada com o desempenho escolar de meninas.

Estudos prévios demonstraram que crianças com sobrepeso e/ou obesidade apresentam

menor desempenho escolar2,4,5

quando comparadas a crianças com peso normal. Nossos

achados não verificaram influência do estado nutricional no desempenho escolar, o que

corrobora com outros estudos em que o estado nutricional não esteve associado com o

desempenho escolar19,20

.

Entretanto, verificamos que a aptidão cardiorrespiratória influencia positivamente o

desempenho escolar das meninas, o que está de acordo com alguns estudos prévios que

demonstraram melhor desempenho escolar em estudantes com boa aptidão

cardiorrespiratória9,14,19,21,22

. Porém, vale ressaltar que nenhum desses estudos analisou a

interação entre estado nutricional e desempenho escolar de acordo com a aptidão física, e nem

realizou a correção pelo IMC, porcentagem de gordura e nível econômico.

O fato dessa interação aparecer apenas nas meninas merece destaque, visto que,

geralmente meninas apresentam maior preocupação com a massa corporal do que os meninos,

levando-as a uma insatisfação corporal que está associada com baixa auto-estima, depressão e

limitações no desempenho psicossocial, trazendo prejuízos ao desempenho escolar23

. Sendo

assim, uma elevada aptidão cardiorrespiratória, advinda possivelmente, de níveis elevados de

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atividade física, é capaz de modular positivamente à auto-estima, principalmente no gênero

feminino14

. Este resultado também foi previamente observado em adolescentes obesos, no

estudo de Lofrano-Prado et al. (2009)24

adolescentes obesas submetidas a um programa de

tratamento multidisciplinar, incluindo exercício físico, apresentaram diminuições nos

sintomas de depressão e insatisfação corporal.

Vários mecanismos são sugeridos para explicar tais associações entre aptidão

cardiorrespiratória, desempenho escolar e funcionamento cognitivo. A aptidão

cardiorrespiratória promove maior recrutamento de neurônios, gerando maior velocidade no

processamento cognitivo em atendimento a uma tarefa6, aumenta a vascularização sanguínea

na região do córtex, melhora o crescimento de novos neurônios e sinapses25

. Comumente,

crianças obesas apresentam apnéia obstrutiva do sono e transtornos psicológicos, incluindo

baixa auto-estima e depressão o que afeta o desempenho escolar26

. Porém, a aptidão física

também traz melhorias na qualidade do sono, nos sintomas de depressão e bem estar o que

influencia positivamente no desempenho acadêmico e mesmo em indivíduos obesos, uma boa

aptidão física confere todos esses benefícios27

.

Um adequado nível de aptidão cardiorrespiratória, além de exercer um efeito

cardioprotetor, especialmente em pessoas estratificadas como de alto risco, incluindo crianças

e adolescentes obesos28

, pode fornecer melhorias para a saúde mental e cognitiva atenuando

os efeitos associados à obesidade sobre o desempenho escolar14

. Percebe-se que a aptidão

cardiorrespiratória trás importantes implicações para a promoção da saúde, sugerindo que o

incentivo para tornar as pessoas fisicamente aptas pode ser mais importante para a saúde do

que apenas o controle de peso29

.

Nossos achados demonstram que os benefícios da aptidão cardiorrespiratória também

atuam no desempenho escolar. Além disso, estudos verificaram que quando o status

socioeconômico é incluído nas análises como co-variável, a associação entre estado

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nutricional e desempenho escolar desaparece ou enfraquece3,4

. Entretanto, o presente estudo

não verificou influência das classes econômicas no desempenho escolar o que reforça a

magnitude dos nossos resultados.

As limitações do presente estudo residem na avaliação indireta da aptidão

cardiorrespiratória e da composição corporal. Embora a técnica de dobras cutâneas e o 20-

meter shuttle run test sejam métodos amplamente utilizados e validados para essa população,

a utilização de métodos diretos (ex. análises de gases e DEXA) forneceriam informações mais

precisas sobre tais aspectos.

Acredita-se que as aulas de educação física têm o potencial para promover

conhecimentos e atitudes positivas a respeito de um estilo de vida saudável30

. Entretanto,

educadores estão sob crescente pressão para melhorar o desempenho escolar dos alunos, esse

fato, juntamente com a crença popular de que a educação física tem menos valor educativo do

que as outras disciplinas escolares levaram a redução ou eliminação de oportunidades de

atividade física na escola7. Ao contrário disso, argumenta-se que maior quantidade de aulas de

educação física não traria prejuízo acadêmico aos alunos, além de reduzir problemas

comportamentais e principalmente melhorar o nível de aptidão física dos alunos30

. Neste

sentido, as aulas de educação física podem proporcionar várias oportunidades para aumentar a

prática de atividade física nos estudantes e conseqüentemente melhorar a aptidão física, o que

irá fornecer benefícios para a saúde física e no desempenho escolar.

Conclusão

Pode-se concluir que existe interação entre aptidão cardiorrespiratória e desempenho

escolar de estudantes do ensino fundamental II, especialmente nas meninas, e que o efeito

positivo da aptidão cardiorrespiratória sobre o desempenho acadêmico é independente do

estado nutricional. Portanto é essencial que os estudantes de ensino fundamental sejam

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incentivados a participar das aulas de educação física, como uma ferramenta de ação

pedagógica visando o completo desenvolvimento acadêmico destas crianças.

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Tabela 1. Características antropométricas, aptidão cardiorrespiratória e desempenho escolar

de estudantes de acordo com o gênero.

IMC = Índice de Massa Corporal; VO2máx =consumo máximo de oxigênio.

Figura 1. Classificação do estado nutricional de estudantes do ensino fundamental II, de

acordo com o gênero.

Variáveis

Meninas

(n=193)

Meninos

(n=199)

P

Idade (anos) 12,04±0,72 12,18±0,78 0,07

Massa Corporal (kg) 43,86±9,25 43,50±12,32 0,74

Estatura (cm) 148,91±7,14 147,85±8,16 0,17

IMC (kg/m2) 19,69±3,37 19,64 ±4,32 0,90

Gordura corporal (%)

26,06±5,46 24,29±8,10 0,01

VO2máx (ml/kg/min) 41,15±3,41 44,08±4,22 0,00

Português (nota) 4,70±1,97 4,33 ±2,09 0,07

Matemática (nota) 3,75±2,02 3,95±2,36 0,36

Média geral (nota) 4,22±1,71 4,14±1,97 0,65

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Tabela 2. Características antropométricas, aptidão cardiorrespiratória e desempenho escolar

de estudantes do ensino fundamental II, de acordo com o estado nutricional.

IMC = índice de massa corporal; VO2máx = consumo máximo de oxigênio

Figura 2. Frequência de sobrepeso em estudantes do ensino fundamental II, de acordo com o

nível de aptidão cardiorrespiratória.

MENINAS MENINOS

Variáveis

Peso normal

(n=142)

Sobrepeso

(n=51)

P

Peso normal

(n=142)

Sobrepeso

(n=57)

P

Idade (anos) 12,07±0,67 11,96±0,84 0,41 12,16±0,82 12,22±0,69 0,64

Massa corporal (kg) 40,14±6,11 54,22±8,63 0,00 37,34±5,94 58,83±10,62 0,00

Estatura (cm) 148,24±7,29 150,32±6,43 0,08 146,62±8,15 150,93±7,38 0,00

IMC (kg/m2) 18,14±1,80 24,00±2,96 0,00 17,27±1,51 25,56±3,25 0,00

Gordura corporal (%)

23,95±4,07 31,92±4,47 0,00 20,62±5,39 33,42±6,33 0,00

VO2máx (ml/kg/min) 41,75±3,48 39,46±2,56 0,00 45,09±4,04 41,57±3,58 0,00

Português 4,64±2,06 4,88±1,71 0,41 4,44±2,18 4,05±1,84 0,20

Matemática 3,75±2,09 3,75±1,82 0,99 4,08±2,44 3,61±2,12 0,80

Média geral 4,19±1,80 4,31±1,42 0,63 4,26±2,08 3,83±1,64 0,12

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Figura 3. Desempenho em A) português, B) matemática e C) média geral das estudantes do

ensino fundamental II, de acordo com o estado nutricional e nível de aptidão

cardiorrespiratória.

Figura 4. Correlações entre VO2MÁX e desempenho em A) português, B) matemática e C)

média geral das estudantes do ensino fundamental II, ajustados pelo IMC em percentil,

porcentagem de gordura e classe econômica.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente estudo verificamos que a prevalência de sobrepeso entre os

estudantes do ensino fundamental II é de aproximadamente 30%, sem diferenças

entre os gêneros, e que, quanto maior o nível de aptidão cardiorrespiratória menor a

prevalência de sobrepeso.

Adicionalmente, identificamos que há diferenças entre o gênero e os

componentes da aptidão física relacionados à saúde, indicando que as meninas são

mais fortes, mais flexíveis e apresentam maior adiposidade corporal que os meninos,

por outro lado, os meninos têm maior VO2máx e resistência muscular localizada.

Verificamos que a aptidão cardiorrespiratória é o principal componente da

aptidão física relacionada à saúde que se associa positivamente com o desempenho

escolar, e que, aparentemente, o sobrepeso não se encontra associado com o

desempenho escolar. Portanto, nossos resultados reforçam a idéia de que a aptidão

física, além de ser um importante indicador de saúde, atenuando os efeitos

deletérios do excesso de peso sobre a saúde física, influencia positivamente o

desempenho escolar de estudantes, independente do estado nutricional.

É necessário que mais estudos sejam realizados para explicar os

mecanismos envolvidos na interação entre aptidão cardiorrespiratória e desempenho

escolar, principalmente estudos com modelos experimentais e longitudinais que

possam verificar os efeitos de melhoras na aptidão física sobre a cognição,

aprendizagem e desempenho escolar.

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ANEXOS

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Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Título da pesquisa: Associação entre Estado Nutricional, Rendimento Escolar e Aptidão Física em Estudantes do Ensino Fundamental II. Pesquisadores: Wagner Luiz do Prado, Carla Caroliny de Almeida Santana Justificativa dos Objetivos: O presente estudo tem como principal objetivo analisar a associação entre estado nutricional, nível de aptidão física e rendimento escolar. Metodologia: Na Escola Superior de Educação Física, o aluno passará por uma avaliação, como medida da sua estatura, da sua massa e composição corporal. Em seguida, será aplicada uma bateria de testes de avaliação da aptidão física. Para avaliar o rendimento escolar do aluno, será realizada uma prova com questões de português e matemática. Além disso, será aplicado um questionário socioeconômico para avaliar o estado econômico do aluno. Riscos e Desconfortos: não há riscos de saúde para os indivíduos no presente estudo, apenas apresenta leve desconforto devido à realizações de testes de força, resistência muscular e aptidão cardiorrespiratória ; os teste serão realizados dentro dos padrões de referência de segurança, com pessoal habilitado, podendo apresentar desconforto físico devido à realização de esforço , mas, sem nenhum dano à saúde dos sujeitos da pesquisa. Benefícios: Os resultados deste estudo nos trarão informações importantes, sobre como a obesidade e o nível de aptidão física podem influenciar no rendimento escolar das crianças. Desta forma, podem-se surgir propostas de políticas públicas, para uma inovação no currículo escolar em prol de uma educação voltada para saúde do aluno, prevenindo a obesidade, melhorando a aptidão física e conseqüentemente o rendimento escolar. Direitos do sujeito pesquisado: 1. Garantia de esclarecimento e resposta a qualquer pergunta; 2. Liberdade de abandonar a pesquisa a qualquer momento sem prejuízo para si ou para seu tratamento (se for o caso); 3. Garantia de privacidade à sua identidade e do sigilo de suas informações; Dúvidas e esclarecimentos: Em caso de dúvidas, o responsável poderá constatar o pesquisador responsável Wagner Luiz do Prado (31833378), e sua equipe composta por: Carla Caroliny de Almeida Santana (8687-3228). Nos casos do não esclarecimento pelos pesquisadores procurar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Pernambuco (CEP), situado na Av. Agamenon Magalhães, s/n, Santo Amaro, Recife-PE; CEP 50100-010, telefone 3183-3775.

Consentimento Livre e Esclarecido: Eu,________________________________________ responsável pelo aluno ____________________________________________, tendo recebido todos os esclarecimentos acima citados, e cientes dos meus direitos, concordo em participar desta pesquisa, bem como autorizo toda documentação necessária, a divulgação e a publicação em periódicos, revistas bem como apresentação em congressos, workshop e quaisquer eventos de caráter científico. Desta forma, rubrico todas as páginas e assino este termo, juntamente com o pesquisador, em duas vias, de igual teor, ficando uma via sob meu poder e outra em poder do pesquisador.

Local: Data: ____/____/____ Assinatura do responsável Assinatura do Pesquisador

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA PROGRAMA ASSOCIADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

EDUCAÇÃO FÍSICA UPE/UFPB

ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL, RENDIMENTO ESCOLAR E APTIDÃO FÍSICA EM ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL II.

FICHA DE COLETA DE DADOS- AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

DATA DA AVALIAÇÃO: TURNO:

NOME DATA DE NASC PESO (KG) ESTATURA

1

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA PROGRAMA ASSOCIADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

EDUCAÇÃO FÍSICA UPE/UFPB

ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL, RENDIMENTO ESCOLAR E APTIDÃO FÍSICA EM ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL II.

FICHA DE COLETA DE DADOS- AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

DATA DA AVALIAÇÃO: TURMA:

NOME

DATA DE NASC

TRICIPTAL

PANTURRILHA

1

2

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4

5

6

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA PROGRAMA ASSOCIADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

EDUCAÇÃO FÍSICA UPE/UFPB

ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL, RENDIMENTO ESCOLAR E APTIDÃO FÍSICA EM ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL II.

FICHA DE COLETA DE DADOS- TESTE DE ABDOMINAL

DATA DA AVALIAÇÃO:

NOME MÁX. DE

REPETIÇÕES

1

2

3

4

5

6

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9

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA PROGRAMA ASSOCIADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

EDUCAÇÃO FÍSICA UPE/UFPB

ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL, RENDIMENTO ESCOLAR E APTIDÃO FÍSICA EM ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL II.

FICHA DE COLETA DE DADOS- TESTE DE FLEXÃO DE BRAÇO

DATA DA AVALIAÇÃO:

NOME MÁX. DE

REPETIÇÕES

1

2

3

4

5

6

7

8

9

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11

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA PROGRAMA ASSOCIADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

EDUCAÇÃO FÍSICA UPE/UFPB

ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL, RENDIMENTO ESCOLAR E APTIDÃO FÍSICA EM ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL II.

FICHA DE COLETA DE DADOS- TESTE DE FLEXIBILIDADE

DATA DA AVALIAÇÃO:

NOME DIREITA ESQUERDA

1

2

3

4

5

6

7

8

9

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA PROGRAMA ASSOCIADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

EDUCAÇÃO FÍSICA UPE/UFPB

ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL, RENDIMENTO ESCOLAR E APTIDÃO FÍSICA EM ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL II.

FICHA DE COLETA DE DADOS- AVALIAÇÃO SOCIOECONÔMICA

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome: Data de nascimento: Data da avaliação: Escola: Turma: No quadro abaixo marque com um X a quantidade de itens que existem em sua casa.

ITENS POSSUÍDOS

(não vale utensílios quebrados

QUANTIDADE

0 1 2 3 4 OU +

1. Televisão em cores

2. Rádio

3. Banheiro

4. Automóvel

5. Empregada mensalista

6. Máquina de lavar

7. DVD

8. Geladeira

9. Freezer ou geladeira duplex

Marque com um X até que ano escolar seu pai e sua mãe estudaram

ESCOLARIDADE PAI MÃE

Analfabeto (a)

1º a 4º série incompleto

1º a 4º série completo

5º a 8º série incompleto

5º a 8º série completo

Ensino médio incompleto

Ensino médio completo

Ensino superior incompleto

Ensino superior completo

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Universidade de Pernambuco- UPE Escola Superior de Educação Física- ESEF

PROVA- 5º SÉRIE (6º ANO) DO ENSINO FUNDAMENTAL

/

Nome completo do (a) aluno (a) Turma

Nome da escola

INSTRUÇÕES

Vire a página e responda à prova apenas quando o (a) professor (a) autorizar.

A prova contém 20 questões, sendo 10 questões de língua portuguesa e 10

questões de matemática.

Leia com atenção antes de responder e marque suas respostas neste caderno.

Cada questão tem uma única resposta correta. Faça um X na opção que você

escolher como certa

Use lápis preto para marcar as respostas. Se você se enganar, pode apagar e

marcar novamente.

Procure não deixar questão sem resposta.

Você terá 4 horas para responder à prova.

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LÍNGUA PORTUGUESA 5º SÉRIE/ 6º ANO

Questão 1.

O disfarce dos bichos

Você já tentou pegar um galho sequinho e ele virou um bicho, abriu asas e voou? Se isso aconteceu é porque o graveto era um inseto conhecido como “bicho-pau”. Ele é tão parecido com o galhinho, que pode ser confundido com um graveto. Existem lagartas que se parecem com raminhos de plantas. E há grilos que imitam folhas. Muitos animais ficam com a cor e a forma dos lugares em que estão. Eles fazem isso para se defender dos inimigos ou capturar outros bichos que servem de alimento. Esses truques são chamados de mimetismo, isto é, imitação. O cientista inglês Henry Walter Bates foi quem descobriu o mimetismo. Ele passou 11 anos na selva amazônica estudando os animais. MAVIAEL MONTEIRO, JOSÉ. Bichos que usam disfarces para defesa. Folhinh, 6 nov. 1993. Suplemento infantil do jornal Folha de São Paulo. Adaptado pelas autoras. In: HELENA, Maria; Bernadette. Novo tempo: português. São Paulo: Scipione, 1999, v. 1, p. 31. O bicho-pau se parece com

(A) Florzinha seca. (B) Galhinho seco.

(C) Raminho de planta. (D) Folhinha verde. Questão 2.

Bula de remédio VITAMINAS COMPRIMIDOS Embalagens com 50 comprimidos COMPOSIÇÃO Sulfato ferroso......................400 mg Vitamina B1..........................280 mg Vitamina A1..........................280 mg Ácido fólico...........................0,2 mg Cálcio F................................150 mg INFORMAÇÕES AO PACIENTE O produto, quando conservado em locais frescos e bem ventilados, tem validade de 12 meses. É conveniente que o médico seja avisado de qualquer efeito colateral. INDICAÇÕES No tratamento das anemias CONTRA-INDICAÇÕES Não deve ser tomado durante a gravidez. EFEITOS COLATERAIS Pode causar vômito e tontura em pacientes sensíveis ao ácido fólico na fórmula.

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POSOLOGIA Adultos: um comprimido duas vezes ao dia. Crianças: um comprimido uma vez ao dia LABORATÓRIO INFARMA S.A. Responsável- Dr. R. Dias Fonseca

CÓCCO, Maria Fernandes; HAILER, Marco Antônio. Alp novo: análise, linguagem e pensamento. São

Paulo: FTD, 1999, v. 2, p. 184. No texto, a palavra COMPOSIÇÃO indica:

(A) as situações contra-indicadas do remédio. (B) as vitaminas que fazem falta ao homem. (C) os elementos que formam o remédio. (D) os produtos que causam anemia.

Questão 3.

No 3º quadrinho, a expressão do personagem e sua fala “AHHH!” indica que ele ficou

(A) acanhado. (B) aterrorizado.

(C) decepcionado. (D) estressado. Questão 4. Texto I

Os Cerrados

Essas terras planas do planalto central escondem muitos riachos, rios e cachoeiras. Na verdade, o cerrado é o berço das águas. Essas águas brotam das nascentes de brejos ou despencam de paredões de pedras. Em várias partes do cerrado brasileiro existem canyons com cachoeiras de mais de cem metros de altura!

SALDANHA, P. Os cerrados. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000.

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Texto II Os Pantanais

O homem pantaneiro é muito ligado à terra em que vive. Muitos moradores não pretendem sair da região. E não é pra menos: além das paisagens e do mais lindo pôr-do-sol do Brasil Central, o pantanal é um santuário de animais selvagens. Um morador do Pantanal do rio Cuiabá, olhando para um bando de aves, voando sobres veados e capivaras, exclamou: “ O Pantanal parece com o mundo no primeiro dia da criação.”

SALDANHA, P. Os Pantanais. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995.

Os dois textos descrevem

(A) belezas naturais do Brasil Central. (B) animais que habitam os pantanais.

(C) problemas que afetam os cerrados. (D) rios e cachoeiras de duas regiões.

Questão 5.

TELEVISÃO Televisão é uma caixa de imagens que fazem barulho. Quando os adultos não querem ser incomodados, mandam as crianças assistirem à televisão. O que eu mais gosto na televisão são os desenho animados de bichos. Bicho imitando gente é muito mais engraçado do que gente imitando gente, como nas telenovelas. Não gosto muito de programas infantis com gente fingindo de criança. Em vez de ficar olhando essa gente brincar de mentira, prefiro ir brincar de verdade com meus amigos e amigas. Também os doces que aparecem anunciados na televisão não têm gosto de coisa alguma porque ninguém pode comer uma imagem. Já os doces que minha mãe faz e que eu como todo dia, esses sim, são gostosos. Conclusão: a vida fora da televisão é melhor do que dentro dela. PAES, J. P. Televisão. In: Vejam como eu sei escrever. 1. ed. São Paulo, Ática, 2001, p. 26-27. O trecho em que se percebe que o narrador é uma criança é:

(A) “Bicho imitando gente é muito mais engraçado do que gente imitando gente, como nas telenovelas.”

(B) “Em vez de ficar olhando essa gente brincar de mentira, prefiro ir brincar de verdade...”

(C) “Quando os adultos não querem ser incomodados, mandam as crianças assistirem à televisão.”

(D) “Também os doces que aparecem anunciados na televisão não têm gosto de coisa alguma...”

Questão 6.

Feias, sujas e imbatíveis (fragmento)

As baratas estão na Terra hã mais de 200 milhões de anos, sobrevivem tanto no deserto como nos pólos e podem ficar até 30 dias sem comer. Vai encarar? Férias, sol e praia são alguns dos bons motivos para comemorar a chegada do verão e achar que essa é a melhor estação do ano. E realmente seria, se não fosse por um único detalhe: as baratas. Assim como nós, elas também ficam bem animadas com o calor. Aproveitam a aceleração dos seus processos bioquímicos para se reproduzirem mais rápido e, claro, para passearem livremente por todos os cômodos de nossas casas. Nessa época do ano, as chances de dar de cara com a visitante indesejada, ao acordar durante a noite para beber água ou ir ao banheiro, são três vezes maiores.

Revista Galileu: Rio de Janeiro: Globo, nº 151, Fev. 2004, p.26.

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No trecho “Vai encarar?” o ponto de interrogação tem efeito de

(A) apresentar. (B) avisar.

(B) desafiar. (D) questionar.

Questão 7.

Continho

Era uma vez um menino triste, magro e barrigudinho. Na soalheira danada do meio-dia, ele estava sentado na poeira do caminho, imaginando bobagem, quando passou um vigário a cavalo. - Você, aí, menino, para onde vai essa estrada? - Ela não vai não: nós é que vamos nela. - Engraçadinho duma figa! Como se chama? - Eu não me chamo, não, os outros é que me chamam de Zé.

MENDES CAMPOS, Paulo, Para gostar de ler- Crônicas. São Paulo: Ática, 1996, v. 1, p.76.

Há traço de humor no trecho

(A) “Era uma vez um menino triste, magro”. (B) “ele estava sentado na poeira do caminho”. (C) “quando passou um vigário”. (D) “Ela não vai não: nós é que vamos nela”.

Questão 8.

O passageiro vai iniciar a viajem a

(A) à noite. (B) à tarde.

(C) de madrugada. (D) pela manhã.

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Questão 9.

A bicicleta pode ser paga em

(A) três vezes. (B) seis vezes.

(C) dezoito vezes. (D) vinte e seis vezes. Questão 10.

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O objetivo do texto é

(A) alertar. (B) anunciar. (C) criticar. (D) divertir.

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MATEMÁTICA 5º SÉRIE/ 6º ANO _______________________________________________________________ Questão 1. O numero decimal correspondente ao ponto assinalado na reta numérica é

(A) 0,3 (B) 0,23

(C) 2,3 (D) 2,03 Questão 2. O piso de uma sala está sendo coberto por cerâmica quadrada. Já foram colocadas 7 cerâmicas, como mostra a figura:

Quantas cerâmicas faltam para cobrir o piso?

(A) 6 (B) 7

(C) 8 (D) 15

Questão 3. Quando Maria colocou um bolo para assar, o relógio abaixo marcava

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O bolo ficou pronto em 30 minutos. Que horário o relógio estava marcando quando o bolo ficou pronto?

(A) 11 horas 50 minutos. (B) 12 horas.

(C) 12 horas 5 minutos. (D) 12 horas 10 minutos. Questão 4. Qual é o MAIOR número que você pode escrever usando os algarismos 8, 9, 1, 5 e 7 sem repetí-los?

(A) 91 875 (B) 98 715

(C) 98 751 (D) 97 851 Questão 5. No final do ano, os alunos de D. Célia fizeram uma pesquisa na sala, para saber onde cada um ia passar as férias. Cada aluno podia escolher um só lugar. O gráfico abaixo mostra o resultado da pesquisa:

Quais dos locais foi o MENOS escolhido pelos alunos para passarem as férias?

(A) casa. (B) fazenda do tio.

(C) praia. (D) sítio da vovó.

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Questão 6. João participou de um campeonato de judô na categoria juvenil, pesando 45,350 kg. Cinco meses depois estava 3,150 kg mais pesado e precisou mudar de categoria. Quanto ele estava pesando neste período?

(A) 14, 250 kg. (B) 40, 850 kg.

(C) 48, 500 kg. (D) 76, 450 kg. Questão 7. Um garoto completou 1.960 bolinhas de gude em sua coleção. Esse número é composto por:

(A) 1 unidade de milhar, 9 dezenas e 6 unidades. (B) 1 unidade de milhar, 9 centenas e 6 dezenas. (C) 1 unidade de milhar e 60 unidades. (D) 1 unidade de milhar e 90 unidades.

Questão 8. Uma professora ganhou ingressos para levar 50% dos seus alunos ao circo da cidade. Considerando que essa professora leciona para 36 alunos, quantos alunos ela poderá levar?

(A) 9 (B) 18

(C) 24 (D) 36 Questão 9.

A professora da 4º série, corrigindo as avaliações da classe, viu que Pedro acertou 10

2das questoes.

De que outra forma essa professora poderia representar essa fração?

(A) 0,02 (B) 0,10

(C) 0,2 (D) 2,10 Questão 10. Mariana colou diferentes figuras numa página de seu caderno de matemática, como mostra o desenho abaixo.

Essas figuras têm em comum

(A) o mesmo tamanho. (B) o mesmo número de lados

(C) a forma de quadrado. (D) a forma de retâgulo.

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Universidade de Pernambuco- UPE Escola Superior de Educação Física- ESEF

PROVA- 6º SÉRIE (7º ANO) DO ENSINO FUNDAMENTAL

/

Nome completo do (a) aluno (a) Turma

Nome da escola

INSTRUÇÕES

Vire a página e responda à prova apenas quando o (a) professor (a) autorizar.

A prova contém 20 questões, sendo 10 questões de língua portuguesa e 10

questões de matemática.

Leia com atenção antes de responder e marque suas respostas neste caderno.

Cada questão tem uma única resposta correta. Faça um X na opção que você

escolher como certa

Use lápis preto para marcar as respostas. Se você se enganar, pode apagar e

marcar novamente.

Procure não deixar questão sem resposta.

Você terá 4 horas para responder à prova.

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LÍNGUA PORTUGUESA 6º SÉRIE/ 7º ANO

Questão 1.

A assembléia dos ratos

Um gato de nome Faro-fino deu de fazer tal destroço na rataria duma casa velha que os sobreviventes, sem ânimo de sair das tocas, estavam a ponto de morrer de fome. Tornando-se muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembléia para o estudo da questão. Aguardaram para isso certa noite em que Faro-fino andava aos miados pelo telhado, fazendo sonetos à lua. - Acho- disse um deles- que o meio de nos defendermos de Faro-fino é atarmos um guizo ao pescoço. Assim que ele se aproxime, o guizo o denuncia e pomo-nos ao fresco a tempo. Palmas e bravos saudaram a luminosa idéia. O projeto foi aprovado com delírio. Só votou contra um rato casmurro, que pediu a palavra e disse: -Está tudo muito direito. Mas quem vai amarrar o guizo no pescoço de Faro-fino? Silêncio geral. Um desculpou-se por não saber dar nó. Outro, porque não era tolo. Todos, porque não tinham coragem. E a assembléia dissolveu-se no meio de geral consternação. Dizer é fácil- fazer é que são elas!

LOBATO, Monteiro. In livro das Virtudes. William J. Bennet- Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995. p.

308. Na assembléia dos ratos, o projeto para atar um guizo ao pescoço do gato foi

(A) aprovado com um voto contrário. (B) aprovado pela metade dos participantes.

(C) negado por toda a assembléia. (D) negado pela maioria dos presentes.

Questão 2.

Pela resposta do Garfield, as coisas que acontecem no mundo são

(A) Assustadoras. (B) corriqueiras.

(C) curiosas. (D) naturais.

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Questão 3.

O que torna o texto engraçado é que

(A) a aluna é uma formiga. (B) a aluna faz uma pechincha.

(C) a professora dá um castigo. (D) a professora fala “XIS” e “CÊ AGÁ”. Questão 4.

No terceiro quadrinho, os pontos de exclamação reforçam a idéia de

(A) comoção. (B) contentamento.

(C) desinteresse. (D) surpresa. Questão 5.

“Chatear” e “encher”

Um amigo meu me ensina a diferença entre “chatear” e “encher”. Chatear é assim: você telefona para um escritório qualquer da cidade. - Alô! Quer me chamar por favor o Waldemar? - Aqui não tem nenhum Waldemar. Daí a alguns minutos você liga de novo:

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- O Waldemar, por obséquio. - Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Waldemar. - Mas não é do número tal? - É, mas aqui nunca teve nenhum Waldemar. Mas cinco minutos você liga o mesmo número: - Por favor, o Waldemar chegou? - Vê se te manca, palhaço. Já não lhe disse que o diabo desse Waldemar nunca trabalhou aqui? - Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí. - Não chateia. Daí a dez minutos, liga de novo. - Escute uma coisa! O Waldemar não deixou pelo menos um recado? O outro esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis. Até aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova ligação: - Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Waldemar. Alguém telefonou para mim?

CAMPOS, Paulo Mendes. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, v. 2, p.35. No trecho “cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Waldemar, o emprego do termo em negrito sugere que o personagem, no contexto,

(A) era gentil. (B) era curioso.

(C) desconhecia a outra pessoa. (D) revelava impaciência .

Questão 6.

As amazônias

Esse tapete de florestas com rios azuis que os astronautas viram é a Amazônia. Ela cobre mais da metade do território brasileiro. Quem viaja pela região, não cansa de admirar as belezas da maior floresta tropical do mundo. No início era assim: água e céu. É mata que não tem mais fim. Mata contínua, com árvores muito altas, cortada pelo Amazonas, o maior rio do planeta. São mais de mil rios desaguando no Amazonas. É água que não acaba mais.

SALDANHA, P. As amazônias. Rio de Janeiro: ediouro, 1995.

No texto, o uso da expressão “água que não acaba mais” revela

(A) admiração pelo tamanho do rio. (B) ambição pela riqueza da região.

(C) medo da violência das águas. (D) surpresa pela localização do rio.

Questão 7. O texto trata

(A) da importância econômica do rio Amazonas. (B) das características da região amazônica (C) de um roteiro turístico da região amazônica. (D) do levantamento da vegetação amazônica.

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Questão 8. A frase que contém uma opinião é

(A) “cobre mais da metade do território brasileiro”. (B) “não cansa de admirar as belezas da maior floresta”. (C) “... maior floresta tropical do mundo”. (D) “é mata contínua [...] cortada pelo Amazonas”.

Questão 9.

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A terceira moça foi escolhida pelo rapaz porque ela

(A) demonstrou que era cuidadosa e paciente (B) era mais rápida que as outras. (C) provou que os últimos serão os primeiros. (D) sabia como se comportar à mesa.

Questão 10. No texto, a primeira moça era

(A) bondosa. (B) esperta.

(C) gulosa. (D) impaciente.

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MATEMÁTICA 6º SÉRIE/ 7º ANO

Questão 1 O símbolo abaixo será colocado em rótulos de embalagens.

Sabendo-se que cada lado da figura mede 1 cm, conforme indicado, a medida do contorno em destaque no desenho é

(A) 18 cm (B) 20 cm

(C) 22 cm (D) 24 cm Questão 2. Em uma loja de informática, Paulo comprou: um computador no valor de 2200 reais, uma impressora por 800 reais e três cartuchos que custam 90 reais cada um. Os objetos foram pagos em 5 vezes iguais. O valor de cada parcela, em reais, foi igual a

(A) 414 (B) 494

(C) 600 (D) 654 Questão 3. Pedro e João jogaram uma partida de bolinhas de gude. No final, João tinha 20 bolinhas, que correspondiam a 8 bolinhas a mais que Pedro. João e Pedro tinham juntos.

(A) 28 bolinhas. (B) 32 bolinhas.

(C) 40 bolinhas. (D) 48 bolinhas. Questão 4.

A fração 100

3 corresponde ao número decimal

(A) 0, 003 (B) 0,3

(C) 0,03 (D) 0,0003 Questão 5.

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No supermercado Preço ótimo, a manteiga é vendida em caixinhas de 200 gramas. Para levar para casa 2 quilogramas de manteiga, Marisa precisaria comprar

(A) 2 caixinhas. (B) 4 caixinhas.

(C) 5 caixinhas. (D) 10 caixinhas.

Questão 6. Ao resolver corretamente a expressão -1- (-5). (-3) + (-4) 3 : (-4), o resultado é

(A) -13. (B) -2.

(C) 0. (D) 30. Questão 7. Nas figuras abaixo, as áreas escuras são partes tiradas do inteiro

A parte escura que equivale aos 5

3 tirados do inteiro é

Questão 8. Na reta numérica da figura abaixo, o ponto E corresponde ao número inteiro -9 e o ponto F, ao inteiro -7.

Nessa reta, o ponto correspondente ao inteiro zero estará

(A) sobre o ponto M. (B) entre os pontos L e M.

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(C) entre os pontos I e J. (D) sobre o ponto J.

Questão 9. Sendo N= (-3)

2 - 3

2, então, o valor de N é

(A) 18 cm (B) 20 cm

(C) 22 cm (D) 24 cm Questão 10. Observe o gráfico que segue abaixo.

Ao marcar no gráfico o ponto de interseção entre as medidas de altura e peso, saberemos localizar a situação de uma pessoa em uma das três zonas. Para aqueles que têm 1,65 m e querem permanecer na zona de segurança, o peso deve manter-se, aproximadamente, entre

(A) 48 e 65 quilos. (B) 50 e 65 quilos.

(C) 55 e 68 quilos. (D) 60 e 75 quilos.

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