Assimilação Dos Sonhos No Ocidente

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Assimilação dos Sonhos no Ocidente

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Estudiosos dos sonhos ao longo da história

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Sntese da Teoria dos Sonhos

Assimilao dos Sonhos no OcidenteMACRBIO Sobre o AutorViveu por volta de 400 DC em RomaNeoplatonista de referncia pagEscreveu um comentrio ao Livro VI do volume Da Repblica, de Marco Tlio Ccero, no qual relatado o sonho de CipioO SonhadorCipio Africano Junior (Africanus Minor), viveu de 185 a 129 AC e morreu aos 56.Era neto adotivo de Cipio Senior (Africanus Maior)Conquistou, para Roma, as importantes regies de Cartago e Numncia. Na vspera do sonho, discutira com o amigo Masinissa, acerca da vitria de Africanus sobre AnbalO SONHOO Sonho bastante longo (postarei no grupo). Segue a sinopse de W. BchtoldAfricano Maior lhe aparece e profetiza que ele, o filho, destruiria Cartago em dois anos. Primeiramente seria enviado como soldado para vrias terras, depois se tornaria cnsul e, finalmente, ditador destinado a organizar a nova Repblica. Ele iria ento alcanar poeminncia desde que seus parentes no o sacrificassem antes. Depois lhe conta que aqueles que se distinguissem na vida por suas virtudes viveriam aps a morte. Nesse ponto, o jovem Cipio expressa seu desejo de morrer. Seu pai lhe diz que ele no tem direito de decidir isso por si, pois tal reservado aos deuses. Seu pai lhe revela, ento, as nove esferas celestes e, ento, a terra dividida em muitas zonas. Finalmente, seu pai lhe revela a imortalidade e a divindade da alma, declarando, deum te igitur scito esse.Classificao dos sonhos por MacrbioSomnium: sonho propriamente ditoVisio: VisoOraculum: OrculoInsomnium: imagem do sonhoVisum: fantasma, fantasmagoria hipnaggica e hipnopmpicaSomniumSubcategorias:PropriumAlienumCommunePublicumGeneraleDa InterpretaoHomem pequeno ... Grande sonhoIniciado, Virtuoso, Corajoso e SbioMtodo de Macrbio para o Sonho:Examinar cada poro do sonho, procurando paralelos mitolgicos e culturais que lhe enriqueam o sentido.Mtodo comparativo por analogiaA interpretao resulta em possibilidades, permanece algo ambgua.Sobre a Analogia, em termos gerais, a correlao entre os termos de dois ou mais sistemas ou ordens, isto , a existncia de uma relao entre cada um dos termos de um sistema e cada um dos termos do outro. A analogia equivale ento proporo. Falou-se tambm de analogia como semelhana de uma coisa com outra, da similitude de uns caracteres ou funes com outros. Neste ltimo caso, a analogia consiste na expresso de uma correspondncia, semelhana ou correlao. Precisamente em virtude das dificuldades que este ltimo tipo de analogia oferece, houve frequentemente a tendncia para sublinhar a exclusiva referncia da analogia s relaes entre termos, isto , expresso de uma similaridade de relaes. (Ferrater-Mora, nfase nossa))O Problema da Alma como ExemploEncarnao na viso de PlatoEncarnao por Cncer, inteleco por Capricrnio

Do Sono h dois portes: sada, contam,O crneo facilita s veras sombras;Do que de alvo marfim, terso e nitente,Mandam falsas vises luz os manes.(VIRGLIO. Eneida. Livro VI, 931-4)

Cosmoviso do Sonho Segundo Macrbio

Sistema PtolomaicoParaso de Dante

Outros paralelos a alma como Aristteles: entelquia (propsito em si)Xencrates: O nmero que se move por si Hipcrates: sopro sutil distribuido no corpoHerclito: scintilia stellaris essentiaeZeno: esprito condensado no corpoDemcrito: esprito mvel que a tudo penetraDeriva, da, o tipo: imortalidade e imaterialidade, alm de ser uma divindadeO sonho inicia, por sua prpria constituio, o sonhador nos mistrios do universo, da divindade e, assim, da prpria alma.

YVES DELAGE (1854-1920)Sobre o AutorBilogo da escola francesaEscreveu sua teoria dos sonhos em 1891 e publicou-a no ano de sua morte, 1920.Enfatizou as explicaes fisiolgicas para os sonhos. Do ponto de vista psicolgico, fundamentou-se na psicologia associativa e na psicologia das faculdades

MtodosReconheceu trs mtodos fundamentaisObjetivo: auferies de variaes somticas comparadas com relatosMtodo experimental: introduo de estmulos fsicosMtodo introspectivo: registro e observao pelo prprio sonhadorPara ele, somente o mtodo introspectivo frutfero

Classificao quanto ao ContedoAlgumas de suas categoriasSonhos Gerais: apresentam situaes tpicas de lata recorrncia. Para ele, derivavam de sensaes corporais anlogas resgatadas pela memriaSonhos Simblicos: apresentam uma linguagem interior de sentido inacessvel. Ele compreende que opera o princpio da mnima energia necessria e, assim, vrios dados importantes se aglutinam em um objeto.Sonhos de Duplos: admitido sob o princpio (mtico-religioso) de que alma um duplo.

Sonhos representativos simples ou complexosDependem da variao ou no de temporalidade e de espao, mais do que da complexidade da ao ou da intriga.

Pontos RelevantesQuestionou a identidade da alma com o pensamento (defendida por Descartes) e que o homem est sempre sonhando. Para ele, a temporalidade do sonho diversa daquela da viglia.O estado de viglia inibe diversas interaes entre as vibraes neurais em funo do rpido e incessante influxo de impresses sensoriaisCada impresso registrada com uma energia potencial peculiar, que opera em sua revitalizao no sonho.O sangue ou as vibraes neurais seriam dotadas de um fator intermedirio entre o fsico e o psquico, que ele chamou de energia de revivescncia

Sobre a Composio do SonhoCenrio e PersonagensPara ele, plenamente tomados da memria de percepes exterioresCerebrao criativa a partir dos elementos constitutivos, hipoteticamente por meio de vibraes neuronais interativasTrs fatores determinam as imagens que surgiro no sonho: o potencial de revivificao, a fora do elo associativo e o estado emocional geral do sonhador (o ltimo o fundamental)TramaFundamentalmente determinado pelo estado emocional.A tnica valorativa fornecida pelo olhar introspectivo o que determina aquilo que merece ser compreendido como referente ou no ao sonhador.Enfatiza o tipo, no caridoso com o contedo singularAs associaes so consideradas tendenciosas em funo da necessidade bsica de encontrar sentido.

Papel do SonhadorPequeno ego confronta o grande ego da conscincia.Reconhece que as conexes do sonho podem revelar princpios lgicos e/ou morais, mas incapaz de se aprofundar no sentido do contedo.