Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo Treinamento – 3, 4 e 5 de...
Transcript of Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo Treinamento – 3, 4 e 5 de...
Aspectos Relevantes Aspectos Relevantes dos Sistemas dos Sistemas EnergéticosEnergéticos
Ricardo Lacerda Baitelo
Treinamento – 3, 4 e 5 de novembro de 2004
Araçatuba - SP
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 2
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
• Sistemas Energéticos implicam em:• novos paradigmas
• oferta e demanda de energia
• conservação e eficiência energética
• acesso a energia
• cenários atuais de energia
• fatores de mercado dentre outros.
• Sob uma ótica do desenvolvimento limpo. “Atende às necessidades presentes sem colocar em risco a
qualidade de vida das gerações atual e futura ou exceder a capacidade de regeneração dos ecossistemas. ”
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 3
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Paradigma Atual do Setor Energético
Previsões de crescimento de demanda se baseiam em extrapolações do passado
Mudanças no cenário e ganhos devido à eficiência energética são praticamente ignorados
Servem como referência alguns princípios disseminados na ECO’92:
Eficiência econômica
Igualdade social
Autonomia
Práticas ambientalmente corretas
Paz
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 4
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Sistemas Energéticos
Não há como gerar energia sem agredir o meio ambiente
As fontes energéticas variam pela forma com a qual causam modificações no meio ambiente
Mudar o atual paradigma dos sistemas energéticos exige o entendimento das variáveis que os influenciam, e não é apenas uma questão política
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 5
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Paradigma Atual do Setor Energético
O lucro obtido com a comercialização da energia não arca com o custo ambiental e o planeta acaba sofrendo as conseqüências.
Utilização de energia como questão sistêmica (com questões sociais e ambientais) e não setorial para o alcance de um desenvolvimento limpo.
Combustíveis alternativos como biomassa, energia solar e eólica estão entre os recursos com possibilidade de substituição dos combustíveis fósseis.
Fatores econômicos ainda favorecem o uso de combustíveis fósseis.
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 6
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Paradigma atual do setor energético
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1986 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
ENERGIA_NÃO_RENOVÁVEL ENERGIA_RENOVÁVEL
Evolução da Oferta Interna de Energia no Brasil
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 7
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Paradigma atual do setor energético
A produção de energia é priorizada apenas quando há desequilibro entre oferta e demanda de energia
Apesar da eficiência energética minimizar a necessidade de geração, essa política não é priorizada
Medidas de eficiência necessitam de etapas multidisciplinares:
Educação do usuário
Novos materiais que necessitem menos energia no
processo de fabricação
Reciclagem
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 8
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Tabela 9.1. Novos paradigmas dos sistemas energéticos.
Paradigma tradicional Novo paradigma
Energia considerada primeiramente como uma questão setorial
Grande discussão sobre os impactos sociais, econômicos e ambientais da energia
Limitações no uso de combustíveis fósseis
Limitações na capacidade de assimilação da Terra e da atmosfera
Ênfase na expansão do suprimento de combustíveis fósseis
Ênfase em se desenvolver tecnologia mais limpas de produção de energia
Custos externos ambientais e sociais ignorados
Achar meios de equacionar conseqüências negativas externas relacionadas ao uso da
energiaCrescimento da economia como maior
prioridadeCompreensão da ligação entre ecologia e
economia e seus custos
Tendência em focar na poluição localReconhecimento da necessidade de se
combater a poluição em todas as escalas
Ênfase no incremento da produção da energia
Ênfase na expansão dos serviços da energia, facilitando o acesso, e aumentando a
eficiência
Preocupação com necessidades presentes
Reconhecimento do nosso futuro comum e da necessidade do bem estar das gerações
futuras
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 9
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Exemplo de Quebra de Paradigma
Fontes alternativas geralmente tem altos custos de implementação
Energia Solar na Alemanha
Utiliza o FCR (Full Costs Rates)
Semelhante à ACC do GEPEA
Utiliza o rateamento entre os consumidores comuns para diluir os custos sem onerar o Estado
Pesquisas de opinião apontam aceitação em relação ao pagamento de uma “quota extra” de energia para a solução de problemas ambientais.
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 10
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Oferta e Demanda de Energia
Oferta total de energia: conjunto de energia gerada por todas as fontes presentes na matriz energética dessa região.
O Brasil possui cerca de 82,5GW (2002) de capacidade de geração instalada; 90% de geração hidrelétrica.
A demanda crescente implica na necessidade de investimentos crescentes na geração de energia.
Energia consumida: determinante para aspectos de planejamento e investimento no setor elétrico e, principalmente, indicador de desenvolvimento de um país (relação entre PIB e consumo de energia per capita).
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 11
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Dados sobre a Demanda e a Oferta Brasileira de Energia
Item Valor
Consumo total de energia no país 235,2 x 106
Consumo per capita de energia 1,42 tep/habDependência externa de energia -
1979 85%1997 46%
Produção nacional de petróleo -1970/1979 170 000barris/dia
1998 1 004 000 barris/diaFontes renováveis na matriz
energética57,90%
Potência elétrica em operação 72,81 GW% correspondente as hidrelétricas 85%% correspondente as nucleares 3%
% correspondente as termelétricas 9%% de fontes alternativas 3%
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 12
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
35%
8%8%7%
39%
3% Petróleo
Lenha e carvãovegetal
Outros
Bagaço de cana
Eletricidade
Álcool
Consumo Final de Energia por Fontes no Brasil
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 13
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
0
100
200
300
400
Mun
do
Europ
a
Ocean
ia
Consumo de Energia no Mundo em diferentes países e regiões (Hexajoules/ano)
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 14
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Aspectos Básicos dos Mercados de Energia
Não podem ser comparados aos modelos macroeconômicos clássicos devido a elementos que desviam sua eficiência:
Poder de mercado
Informação incompleta
Externalidades
Bens públicos
Implica que a regulamentação se faz gradualmente mais necessária ao passo da imperfeição dos mercados
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 15
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Aspectos Básicos dos Mercados de Energia
As políticas governamentais têm uma visão de curto prazo
A regulamentação é o instrumento mais eficaz para assegurar a competitividade dos mercados de energia
Através da regulamentação é possível também direcionar investimentos para obter benefícios públicos, como:
Universalização
Preservação do meio ambiente
Desenvolvimento regional
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 16
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Mercado Brasileiro de Energia
A partir da década de 80 a estrutura estatal do Brasil se deteriorou em decorrência da crise econômica mundial.
No início da década de 90 as mudanças foram modestas.
No final da década de 90 houve a desestatização e a formação do mercado de energia MAE, que nunca vigorou completamente pelo aparecimento de sérios problemas entre os atores.
Orientação da reforma em relação a criação de um mercado competitivo no atacado, desverticalização, livre acesso a transmissão e liberalização progressiva dos consumidores.
Precedentes:
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 17
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Mercado Brasileiro de Energia
Contexto Atual: Problemas para expansão da geração• Sinalização de preços inadequada
• Licitações com ágio e projetos de maior custo
• Custos empresariais elevados de regulação e de análise de riscos
• Aumento das incertezas do mercado
Necessidades :
• Recuperar custos durante vida útil do projeto
• Reduzir incertezas para consumidores e investidores
• Revisão do mercado atacadista de energia
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 18
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Empresas disputam contratos e não kWh
Contratos de longo e curto prazos
A análise de riscos ganha papel chave no processo de decisão
A regulamentação se faz presente direcionando investimentos para o benefício comum
Processo de substituição da competição no mercado pela competição pelo mercado
Panorama do novo modelo:
Mercado Brasileiro de Energia
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 19
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
O t i m i z a ç ã o d a s O p ç õ e s d e O f e r t a G e r a ç ã o e T r a n s m i s s ã o :
P l a n o I n d i c a t i v o 5 - 1 0 - 1 5 - 3 0 a n o s
R e v i s ã o d o P l a n o I n c o r p o r a n d o A l t e r n a t i v a s d e
B l o c o s d e E n e r g i a G e r a d a e / o u C o n s e r v a d a
R e g i õ e s e P a í s
P r o c e s s o d e C o n t r a t a ç ã o : E n e r g i a G e r a d a e C o n s e r v a d a
C o n t e s t a b i l i d a d e : D i v u l g a ç ã o , A u d i ê n c i a s P ú b l i c a s , P l a n o A b e r t o
a R e c e b e r P r o p o s t a s d e B l o c o s d e E n e r g i a
g e r a d a e / o u c o n s e r v a d a
P L A N O D E T E R M I N A T I V O
R e g i õ e s e P a í s L i c i t a ç õ e s :
C i a s E s t a t a i s , P r i v a d a s e C o n s ó r c i o s / S P E ’ s
p a r a o h o r i z o n t e d o P l a n o
C N E A d e f i n e a g e n t e s r e s p o n s á v e i s p e l a e x e c u ç ã o
e g a r a n t e o s r e c u r s o s
L i c i t a ç õ e s B e m S u c e d i d a s
S i m N ã o
E s t u d o s d e M a t r i z E n e r g é t i c a , E s t u d o s d e I n v e n t á r i o , L i c e n ç a
P r é v i a e L i c e n ç a A m b i e n t a l
P r e v i s õ e s d e D e m a n d a E s t u d o d a s O p ç õ e s L o c a i s ,
R e g i o n a i s e N a c i o n a i s
E s t u d o s d e M a t r i z E n e r g é t i c a , E s t u d o s d e I n v e n t á r i o , L i c e n ç a A m b i e n t a l P r é v i a e R e l a t ó r i o d e P a s s i v o S o c i a l
•Esquema de Referência para um Novo Modelo na Indústria Elétrica
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 20
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Conservação Energética e Uso Racional
Utilização da energia com responsabilidade e sem desperdícios
Promoção do uso racional de energia
Conservação energética através de sistema mais eficientes
Eficiência energética: ferramenta cada vez mais necessária
para garantir a sustentabilidade do futuro energético
Economia obtida com a conservação onera menos a
sociedade civil pela diminuição da necessidade de
investimentos em geração (usina virtual de energia)
Pontos importantes:
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 21
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Conservação Energética e Uso Racional
Cada kWh economizado reduzindo o desperdício custa quatro vezes menos que produzir um kWh adicional
Em 1985 é criado o PROCEL (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica).
Tem como objetivo definir estratégias e mobilizar a sociedade no sentido de diminuir o desperdício de Energia elétrica.
Mas não observa as possibilidades de conservação na sua totalidade, se limita ao GLD.
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 22
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Conservação Energética e Uso Racional
Áreas de interesse do PROCEL:Elaboração de planos de ação para programas de combate ao desperdício e planos de marketing
Proposição de políticas e instrumentos legais/econômicos de incentivo
Financiamento e de fornecimento de empresas de diagnósticos energéticos
Desenvolvimento de sistemas de informação computadorizados
Projetos de Gerenciamento pelo Lado da Demanda (GLD)
Projetos de Planejamento Integrado de Recursos (PIR)
Montagem de projetos segundo o BID/BIRD para pedidos financeiros
Programas de redução de perdas na oferta
Atuação no uso final (em todos os setores)
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 23
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Evolução de resultados do PROCEL Fonte: MME, 2000
Item Unidade 1986 a 1996 1998 1999Redução da
carga na pontaMW 149 398 392
Energia total economizada
GWh/ano 930 1900 2100
Usina equivalente
MW 220 394 436
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 24
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Benefícios e Efeitos da Conservação sobre a Qualidade de Energia
Ação Benefício Efeitosa) Geração de harmônicosb)Eliminação de depressão
de tensãoa) Geração de harmônicos,
susceptilidade ao Flickerb) Redução do fator de
potência da cargaa) Geração de transitórios
b) Amplificação de harmônicos
a) Redução do fator de potência
b) Geração de harmônicosc) Melhoria de tensão de
regime permanente
Instalação de controladores de
velocidade variável
Economia de energia e possibilidade de
gerência do controle
Instalação de lâmpadas
fluorescentesEconomia de energia
Instalação de banco de capacitores
Melhoria do fator de potência
Controle de iluminação através de
dimmers
Melhoria do fator de carga
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 25
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Setor comercial Setor industrial
Iluminação fluorescente de alta eficiênciaControladores ajustáveis de
freqüência ou os controladores de velocidade variável para motores
Controle de iluminação (dimmer)Compensação de potência reativa através de bancos de capacitores
Sistema de controle de demanda Motores de alta eficiencia
Isolação térmica de prédios Dimensionamento ótimo de motores
Filme solar para as janelasIluminação com lâmpadas de sódio
a alta pressãoAr condicionado e bombas de calor de alta
eficiênciaRecuperação de calor de processo
Projeto de prédios energeticamente eficientes
Co-geração industrial
Bombas de calor para processoEquipamentos eletrodomésticos
Recondutoramento de instalaçõesEstudos de retroffiting em iluminação
Alternativas Tecnológicas Utilizadas pelo Lado da Demanda
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 26
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Obstáculos ao Uso Eficiente da Energia
Falta de informação, conhecimento técnico e treinamento
Incerteza sobre o desempenho dos investimentos
Falta de possibilidades financeiras e/ou de capital
Altos investimentos iniciais para tecnologias mais eficientes
Altos custos de transição
Falta de incentivos à manutenção
Baixo interesse dos governos em investir a longo prazo
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 27
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Conservação energética /uso racional
COMPET (Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados de Petróleo e do Gás Natural). Meta: ganho de eficiência energética de 25% nos próximos 20 anos.
Objetivos:
Criar cultura anti-desperdício educando e conscientizando no uso eficiente dos recursos não-renováveis;
Reduzir a emissão de GEE;
Estimular P&D tecnológico para introduzir processos com maior eficiência energética;
Contribuir para o aumento da produtividade nos consumidores de derivados otimizando custos.
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 28
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Cenários Energéticos
Imagens particulares de futuros alternativos concebidos como possibilidades
Investigar alternativas futuras de desenvolvimento
Examinar possíveis conseqüências de atitudes tomadas hoje ou no futuro
Aprender o comportamento de sistemas complexos e suas políticas
Não abrangem todos os aspectos dos sistemas energéticos
Cenários diferentes podem levar às mesmas necessidades finais
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 29
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Exemplos de Cenários EnergéticosSustentabilidade Energética em 2100
Cenário A – Futuro com significativas melhorias tecnológicas e altos níveis de desenvolvimento econômico aliados a considerável eficiência energética. Utilização de fontes renováveis e baixo impacto ambiental.
Cenário B – Meio termo; desenvolvimento econômico moderado e melhorias tecnológicas modestas. Futuro caracterizado por incrementos e mudanças graduais.
Cenário C – Caracterizado pelo aspecto ecológico com o desenvolvimento de novas fontes de energia renovável aliados a um alto grau de sustentabilidade e eqüidade mundial; uso menor da energia e crescimento de países do hemisfério sul.
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 30
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Cenários Energéticos
Cenários de Desenvolvimento Energético em 2100
Indicador de sustentabilidade 1990 Cenário A Cenário B Cenário C
Erradicação da pobreza baixo muito alto médio muito altoProver acesso universal a energia baixo muito alto alto muito alto
Reduzir impactos a saúde médio muito alto alto muito altoReduzir a poluição do ar médio muito alto alto muito altoLimitar efeito radioativo médio alto muito baixo altoLimitar materiais tóxicos médio alto baixo alto
Limitar emissões de GHG baixo alto baixo muito altoMelhorar a eficiência do suprimento médio muito alto alto muito alto
Aumentar eficiência do uso de energia baixo alto médio muito altoAcelerar a difusão das tecnologias baixo muito alto médio médio
Fonte: World Energy Assesment, 2000
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 31
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Cenários Energéticos
PIB per capita em Cenários para 2050 e 2100
A B C A B C
África Subsaariana 0,5 1,6 1 1,2 11 6,3 11,4Ásia Central 0,4 7 3,4 5,4 21,2 12,8 15,4Leste Europeu 2,4 16,3 7,8 8 52,7 29 21,8ex URSS 2,7 14,1 7,5 7,1 49,3 26,8 20,2América Latina 2,5 8,3 7,1 7,4 27,8 20,1 21Oriente Médio 2,1 5,6 4 4,1 13,8 11 12,9América do Norte 21,6 54,5 45,8 38,8 108,7 77 59,2OECD do Pacífico 22,8 58,7 45,8 42,8 111 74,6 62,9Resto da Ásia 1,5 12,2 7,9 10,2 29,6 18,8 23,7Sul da Ásia 0,3 2 1,3 1,8 15,3 10 14,8Oeste Europeu 16,2 45,9 37,1 32,9 93,5 63,9 53,7Mundo 4 10,1 7,2 7,5 26,4 17,3 19
Região 1990
2050 2100
Fonte: Nakicenovic, Grubler & McDonald, 1998
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 32
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Formação de Preço de Energia no BrasilO instrumento regulatório de fornecimento elétrico no Brasil é a Resolução ANEEL n° 456, de 29 de novembro de 2000
Sistema de precificação: normas e regras para estabelecer o preço da energia elétrica para os diversos consumidores
Questões tarifárias, do lado das concessionárias, representam o fluxo de caixa, equilíbrio econômico-financeiro e rentabilidade; do lado do consumidor é um sinal econômico para conservação.
Precificação como política energética:Em 2001: política de precificação de energia que punia, com aumento da tarifa e até corte de fornecimento, consumidores que não atingissem uma meta de economia de 20%. Nessa ocasião o governo usou a precificação para remediar uma situação de crise, como uma das alternativas de uso para a tarifação energética.
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 33
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Estrutura Tarifária no Brasil
As tarifas são aplicadas sobre o consumo elétrico e/ou demanda de potência, independentemente das horas do dia ou períodos do ano
Na estrutura tarifária horo-sazonal, para alguns consumidores, as tarifas são diferenciadas segundo alguns fatores:
Tarifa Azul: diferenciação de consumo e demanda de potência de acordo com horas de utilização do dia e períodos do ano;
Tarifa Verde: similar à azul, com tarifa única de demanda de potência;
Horário de Ponta (P): 3 horas diárias consecutivas, com exceção de fins de semana e feriados;
Horário Fora de Ponta (F): período diário complementar ao horário de P;
Período Úmido: cinco meses consecutivos, de dezembro a abril;
Período Seco: período do ano complementar ao período úmido.
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 34
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Estrutura Tarifária no Brasil
A aplicação de tarifas é feita em dois grandes grupos, divididos em subgrupos, havendo ainda outros critérios de divisão, como o econômico, que determina classes de fornecimento
Grupo A, com tensão superior a 2,3 kV Subgrupo Tensão de fornecimento
A1 > 230 kVA2 88 kV a 138 kVA3 69 kVA3a 30 a 40 kVA4 2,3 a 25 kVAS subterrâneo
Grupo B, com tensão inferior a 2,3 kVSubgrupo Classificação
B1 residencialB1 residencial de baixa rendaB2 ruralB2 cooperativa de eletrificação ruralB2 serviço público de irrigaçãoB3 demais classesB4 iluminação pública
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 35
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Precificação Energética
Formação de tarifas:
Tarifação pela taxa de retorno ou pelo custo do serviço
Garantia de reembolso dos custos e investimentos da concessionária
Tarifação pelo teto
Tenta solucionar problemas do método da taxa de retorno avaliando custos médios envolvidos e os máximos custos aceitáveis.
Tarifação pelo valor de uso
Consiste em vender energia a preços acima dos custos para consumidores que podem pagar ao passo que subsidia a energia para consumidores de baixa renda.
Tarifação pelo custo médio
A tarifa cobrada é única não havendo diferenciação entre consumidores pela condição social.
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 36
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Formação de tarifas:Tarifação pelo passivo
Baseada no balanço de resultados da empresa. composta de custos de exploração, administrativos, financeiros, rendimentos do capital e royalties.
Tarifação pelo custo marginal
Todo consumidor está à margem, pois a decisão de modificar o seu consumo está sempre presente e aumento de consumo implica ampliar o sistema.
Custo marginal de curto prazo (operação) pode ser identificado a um suplemento de custos de produção, T&D do fornecimento adicional, sem acréscimos no capital de investimento. Ocorre quando demanda máxima é inferior à capacidade instalada disponível.
Custo marginal de longo prazo, ou expansão, está relacionado ao incremento do custo de produção, T&D, que resulta da antecipação de investimentos para garantir a demanda máxima esperada.
Custo marginal de curto prazo > LongoPrazo: aumento de capacidade
Custo marginal de curto prazo < Longo Prazo: postergação de investimentos
Sistema Ótimo: custos marginais de longo prazo = de curto prazo.
Aspectos Relevantes dos Sistemas Energéticos Ricardo Lacerda Baitelo 37
Novos Instrumentos de Planejamento Energético Regional visando o Desenvolvimento Sustentável
Acesso Universal à Energia
Comunidade terrestre em um momento decisivo.
Ciência e tecnologia: grandes benefícios e prejuízos.
Padrões dominantes de produção e consumo:
- alterando o clima e o meio ambiente,
- esgotando recursos e causando a extinção das espécies.
Aumento dramático da população: incremento de pressões sobre os sistemas ecológicos e sistemas sociais (injustiça, pobreza, ignorância, corrupção, crime e violência).
São necessárias mudanças fundamentais nas nossas atitudes, valores e estilos de vida.
(Carta da Terra, Paulo Freire, 1999)