ASPECTOS ECONÔMICOS SOCIAIS E AMBIENTAIS NA … · estratégias de operação do sistema, com...

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TEMA 114 ASPECTOS ECONÔMICOS SOCIAIS E AMBIENTAIS NA IMPLANTAÇÃO DE BARRAGENS Engº Fabio De Gennaro Castro 1

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TEMA 114

ASPECTOS ECONÔMICOS SOCIAIS E AMBIENTAIS NA

IMPLANTAÇÃO DE BARRAGENS

Engº Fabio De Gennaro Castro

1

ASPECTOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS NA IMPLANTAÇÃO DE BARRAGENS.

• a. A importância dos reservatórios para a utilização racional dos recursos hídricos e a necessidade de superar resistências irracionais.

• b. Opção entre reservatórios e térmicas considerando as necessidades do sistema energético brasileiro, aspectos econômicos e ambientais.

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ASPECTOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS NA IMPLANTAÇÃO DE BARRAGENS.

• c. A metodologia de avaliação e mitigação de impactos ambientais de barragens e reservatórios, utilizada no Brasil, é adequada às necessidades de desenvolvimento do país? Pontos negativos e positivos.

• d. A questão indígena e as barragens/reservatórios amazônicos: o interesse de alguns milhares de índios em contraposição ao interesse de milhões de outros brasileiros. Como conciliar estes interesses?

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• Reservatórios existem desde a antiguidade e continuarão existindo.

• Finalidades variadas Usos Múltiplos

• Abastecimento urbano e industrial

• Geração energia

• Navegação

• Controle de cheias

• Piscicultura

• Irrigação

• Laser

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Utilização Racional

versus

Utilização Legal

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Institui a Política Nacional de Recursos

Hídricos, cria o Sistema Nacional de

Gerenciamento de Recursos Hídricos,

regulamenta o inciso XIX do art. 21 da

Constituição Federal, e altera o art. 1º

da Lei nº 8.001, de 13 de março de

1990, que modificou a Lei nº 7.990, de

28 de dezembro de 1989.

LEI Nº 9.433

8 DE JANEIRO DE 1997.i:

Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes

fundamentos:

I. a água é um bem de domínio público.

II. a água é um recurso natural limitado dotado de valor econômico.

III. em situações de escassez o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais.

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Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos

seguintes fundamentos:

• IV. a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas.

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Art. 3º Constituem diretrizes gerais de ação para a implementação da Política

Nacional de Recursos Hídricos

III- a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental

IV- a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores usuários e com os planejamentos regional, estadual e nacional.

V- a articulação da gestão dos recursos hídricos com o uso do solo.

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Plano Operação Energética 2014/2018

• A carga de energia do SIN cresce cerca de 4% a.a.;• Desde o final da década de 90 não ingressam em operação

usinas hidroelétricas com reservatórios de regularização plurianual;

• Como decorrência deste fato, o uso de geração termelétrica tem sido mais intenso nos últimos anos, mesmo para anos hidrológicos próximos à média de longo termo (MLT);

• A geração termelétrica também vem sendo necessária para complementação do atendimento à demanda máxima ao final de cada estação seca, em função da perda de potência por deplecionamento dos reservatórios, bem como no verão, em função da elevação da temperatura;

• A entrada em operação dos grandes projetos da Amazônia, a fio d´água, com acentuada sazonalidade, com montantes significativos de geração na estação chuvosa e baixa produção na estação seca; e

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Plano Operação Energética 2014/2018

• A expressiva expansão da geração eólica para os próximos cinco anos, exigindo ações operativas mitigadoras dos potenciais impactos sistêmicos e locais da forte intermitência, intrínseca dessa nova fonte na Matriz de Energia Elétrica, além de sua baixa previsibilidade.

• Todos esses aspectos certamente conduzem a mudanças na definição das estratégias de operação do sistema, com custos de operação mais elevados em decorrência de despacho térmico significativo, mesmo para anos hidrológicos próximos à média. Portanto, tornam-se necessárias algumas reflexões sobre os atributos da Matriz de Energia Elétrica desejada para o futuro, sendo que neste contexto, as seguintes discussões devem ser consideradas para a definição das diretrizes gerais quanto á expansão do SIN:

• Embora seja fato de que as condições topográficas da região Amazônica, onde se situa a maior parte do potencial hidroelétrico remanescente, não favoreçam a construção de reservatórios de regularização, na medida do possível incluir na Matriz novas usinas hidroelétricas com algum grau de regularização, uma vez que estas serão importantes para mitigar as intermitências de geração das fontes não convencionais, como as usinas eólica e, proximamente, as usinas solares, bem como restaurar a capacidade do SIN de suportar períodos hidrológicos desfavoráveis;

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• a. A importância dos reservatórios para a utilização racional dos recursos hídricos e a necessidade de superar resistências irracionais.

• b. Opção entre reservatórios e térmicas considerando as necessidades do sistema energético brasileiro, aspectos econômicos e ambientais.

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RESERVATÓRIOS X TÉRMICAS

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ANEELORIGEM NÚMERO USINAS CAPACIDADE

INSTALADA(GW)%

BIOMASSA 506 12,7 8,6

EÓLICA 263 5,7 4

FÓSSIL 1571 25,7 17,9

HÍDRICA 1170 89,6 62,4

NUCLEAR 2 2 1,4

SOLAR 317 0,2 0,01

IMPORTAÇÃO 8,2 5.7

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Matriz de Energia Elétrica

ONS

Capacidade Máxima de Armazenamento

Região MW.mês

SUDESTE / CENTRO-OESTE

205.002

SUL 19.873

NORDESTE 51.859

NORTE 14.812

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ONS semana 25/04 a 01/05/2015

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SUBMERCADO HIDRÁULICA TÉRMICA EÓLICA

SE/CO 26.524,28 8.513,58 0,00

S 6.942,60 2078,73 170,26

NE 3.212,92 3.435,86 389,24

N 8.065,66 1940,24 0,00

Total 44.745,46 15.968,41 559,50

61.273,37 73,0 % 26,1 % 0,9 %

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SITUAÇÃO RESERVATÓRIOS

REGIÃO EAR

SE/CO 32,24 %

S 35,35 %

NE 27,09 %

N 79,52 %

ENERGIA ARMAZENADA POR REGIÃO22/04/2015

ONS

BENEFÍCIOS• Dams protected Columbia River from negative

impacts of climate change

• The Canadian journal Atmosphere-Ocean1 published a special issue on the Columbia River Basin. One of the articles looked at the effects of climate warming on stream flow in the headwaters and downstream reaches of seven sub-basins of the Columbia River from 1950 to 2010. Climate change is widely expected to alter stream flow and potentially disrupt water management systems.

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USINAS TERMELÉTRICAS

• São mais rápidas para construir

• Podem ficar mais próximas dos centros de carga

• CUSTOS ENERGIA

– Térmicas são maiores decorrentes do custo do combustível

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IMPACTOS

• EMISSÕES

• Dependem dos Combustíveis

• Gás Natural

• Carvão

• Petróleo

• Nuclear

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COMBATE ÀS HIDRELÉTRICAS

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• EXISTE DE FATO ?

• IMAGINAÇÃO FÉRTIL ?

• ESTRATÉGIA DE FABRICANTES ?

• SAUDOSISMO ANTECIPADO ?

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PRINCIPAIS PONTOS DE “ATAQUE”

• EFEITO ESTUFA DE RESERVATÓRIOS

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Emissões de GHG em reservatórios hidrelétricos

em áreas tropicais e equatoriais.

Revisão de 20 anos de emissões de CH4

M. Demarty e J. Bastien

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• ESTRATIFICAÇÃO

– Produção de Metano (áreas tropicais e equatoriais - Amazônia)

• TEMPO DE RESIDÊNCIA

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Tempo de Residência da água

Volume Reservatório/Vazões Médias

Expresso em dias

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RESERVATÓRIO TEMPO DE RESIDÊNCIA

TUCURUI 50 dias

SAMUEL 115 dias

BALBINA 350 dias

Emissões e efeito estufa

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Demarty & Bastien2011Energy Policy 39

ABASTECIMENTO URBANO & INDUSTRIAL

• Situação de Seca

• Temos Reservatórios suficientes ?

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Manifesto CBDB

• Promoção de um debate nacional com as principais instituições públicas e privadas ligadas à gestão hídrica com base nos princípios da política nacional de aproveitamento de seus recursos, nos aspectos técnicos, ambientais, sociais e econômicos e dai a revisão do correspondente planejamento;

• Reavaliação da possibilidade de criação de reservatórios de regularização de vazões nos sistemas de suprimento de água potável dos principais centros urbanos;

• Reavaliação dos inventários hidrelétricos dos rios com critérios que não impeçam a inserção de reservatórios de regularização plurianual de vazões onde técnica, econômica e ambientalmente viável, especialmente nas cabeceiras;

• Adequação da legislação pertinente, tornando efetivas as alterações baseadas nos resultados alcançados nas discussões.

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• O desenvolvimento hidrelétrico na Amazônia deveria ser visto não como uma barragem no rio, mas sim como uma chance de criar-se um novo paradigma de desenvolvimento sustentável !

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Apreciação trabalhos e pontos para debate

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Trabalhos Apresentados

• Recebidos 11 trabalhos, dos quais

• 7 encaminhados para Comunicação Técnica

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Environmental management system and work mechanism construction of river

basins cascade hydropower development enterprise

YU, J.

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• O autor afirma que quando é desenvolvida toda a cascata de aproveitamentos, ao invés de somente um isolado, o planejamento, implementação e controle de medidas redutoras de impacto, em uma visão bastante abrangente, também reduz custos de projeto e mesmo de implantação.

• Informa de um sistema de gestão ambiental desenvolvido para a bacia do rio Jinsha.

• Seria interessante conhecer quais foram os resultados, como comparados com os parâmetros iniciais e a maneira que a auditoria exercia seu controle.

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Combinação de Térmicas com reservatórios existentes, para o

aumento na quantidade de energia firme de Hidrelétricas

Bacaltchuk,J. Esteves, R. Platcheck, I. e Castelo, G.

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• Os autores apresentam a tese de ser aumentada a capacidade de geração hidrelétrica, “reformando” as usinas hidrelétricas convencionais em usinas reversiveis, sendo a energia utilizada para bombeamento produzida por grupos termelétricos, adjacentes.

• Não descrevem como seriam os reservatórios de jusante, caso não exista uma cascata, assim como o circuito hidráulico para bombeamento.

• É imaginada uma troca de equipamentos geradores por turbinas/bomba? A solução seria válida somente para Casas de força a céu aberto, ou também abrigadas e subterrâneas?

• Seria interessante se pudessem ampliar um pouco mais a ideia, se possível, fazendo uma simulação prática com os elementos de uma usina hidrelétrica existente.

• Também sobre o aspecto de utilização do Carvão Mineral existente, supostamente de Santa Catarina, e o controle de poluição ambiental, seria oportuno se pudesse ser um pouco mais detalhado, o chamado Tabu, na expressão dos autores.

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Usinas Hidrelétricas reversíveis com uso compartilhado de reservatórios

existentes

Bacaltchuk,J., Esteves, R., Platcheck, I. e Castelo, G.

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• Os autores defendem a tese que o sistema elétrico do país seria beneficiado com a adaptação de usinas hidrelétricas convencionais em usinas reversíveis, aliás, como a Itália fez de uma maneira abrangente, em seu sistema.

• No Brasil, ainda existe uma necessidade de regulamentação da Tarifa de Ponta, que é aquela, que as reversíveis contribuem.

• Sugerem a criação de um “TOUR DE FORCE” para elaborar a curto prazo um “MASTER PLAN” para a implantação de Usinas Hidrelétricas Reversíveis no Brasil. Pergunto qual sugestão de participantes? Tal grupo seria gerido pelo Ministério de Minas e Energia, ou seria oferecido o resultado de seus estudos à nação? Quem custearia tais estudos?

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PLANO DE OPERAÇÃO DE RESERVATÓRIOS PARA

ATENDIMENTO AOS REQUESITOS DA VAZÃO

AMBIENTAL

Medeiros, Y.D., Fontes, A.S. e Castro, M.Q.

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• As autoras tecem comentários sobre a operação de reservatórios, frente à condições climáticas, NA no reservatório e vazões defluentes requeridas, regras operativas e monitoramento contínuo das condições do ecossistema.

• Comentam algumas metodologias abrangentes e optam pelo BBM, Building Block Methodology desenvolvido pelo Department of Water Affais and Forestry, da África do Sul.

• Utilizam como apoio o Aproveitamento de Pedra do Cavalo, no rio Paraguaçu, construído no início da década de 1980.

• Coincidentemente tal aproveitamento foi o primeiro caso de concepção e projeto de Usos Múltiplos no Brasil, decorrente do Plano de Valorização da Bacia do Paraguaçu.

• Pergunto se consideraram os vários estudos realizados para o mesmo, com acompanhamento de campo, tendo sido objeto de teses de doutoramento e trabalhos em nossos seminários e a qual conclusão chegaram.

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