As vezes me pergunto
Porque que vivo
Se o destino é tão cruel
Encargo, inútil, sofrimento
Mas me convenço que tenhoUma missão a cumprirMas qual será ela?Que não se mostra a mim
Penso demais, dói a cabeçaMas não chego a uma conclusãoSerá tão complicada assimA terna e bela filosofia
Fiz a lista dos meus afazeres
Com carinho e amor
Mas como comprir a todos
O tempo é tão fugaz...
Tomei banho de água fria
Esquecerei agora d'água morna
Está me deixando acostumada
A apenas um clima unitário
Todo dia essa maquiagemE a consciência dizPra ir de leve, não exagerarÉ escola, não ser demais...
Meu cabelo, coitado...
Não sei o que fazer
Já vem a minha tia
Um penteado bacana
Confesso, me senti estranha
Algo novo e diferente
As vezes incomoda
Mesmo sendo tão belo
Perfumes de rosas
São os meus preferidos
Suave como momentos
Que gostaria de passar
Agora só me restaria esperar
A chegada do motorista
Para me levar
Ao meu desejado destino
Talvez já a comentar
A minha tão estranha demora
Mas está no horário
Chego a tempo
Me perguntam se está tudo bem
E eu digo que sim
Mas não sei o que sinto
Somente respondo por responder
Vou direto pra sala
Já quase cheia
Como são rápidos
Ao se acomodarem
A caneta e caderno
Já se habitam bem
Escrever um soneto agora
Nada é melhor
Depois é no conto e cordelQue a imaginação Irá fecundar amoresEm versos e trechos
Nada de professor
Meia hora só pro aluno
E zoada total
A conversa nem se fala
Depois vem o diretor
Avisar que é vai ser história
Mas o que que há
Essa aula não é hoje
Lá vem elePegar os cadernosDá pontuaçãoAqueles que trabalharam
Levei o meu
Mas era tão novo
Só havia a metade
Daqueles assuntos
Mas ele disse que não havia problema
Sabia que eu estudava
Já estava bem ciente
Da minha certa nota
Foi um grande alívio
Não poderia ser melhor
Não poderia perder
Em uma matéria querida
Depois ciências
Acho bom
Completar a atividade
E já fiz tudo
Mas quero esperar mais um pouco
Não quero ir embora agora
O fim do intervalo
Não está tão longe
Lá vem o diretor
Pensamos pra ser liberados
Mas não foi
Que nada!
Foi para proibir a menina
Que vendia bombons
Lá no colégio
Agora sim é tédio
Finalmente vem alguémPra liberar a genteTodos em filaPede o moço
Vou pra biblioteca
Devolver dois livros
Agora me sinto tão triste
Não vou levar outro não
Sentei-me numa cadeira
Perto da biblioteca
Terminar o conto
De um romance irônico
Logo o motorista chega
E me interrompe outra vez
Parei quase no fim
De grande e linda emoção
Pai, tios, mãe esperam
Sentados juntos
Parece uma reunião
O que conversam?
Entre para o quarto
Fazer o que der vontade
Não há atividade de casa
Vou fazer o que?
Conversar com a mãe
Sobre o assunto da diretora
Pediu xerox de documentos
O que posso fazer?
Se reta, chinga e brigaPor um concurso que vou fazerNão é nada de erradoÉ de poesia...
O que há demaisÉ tão normalOs documentos excessivossão comprovantes de autoria
Mas parece que não entende
Somente resmunga
Agora saiu
Pra onde não sei
Me culpa por ter entregado
Aquelo poema valendo pontos
Na mão do professor
Que me indicou ao diretor
Vou pintar agora
Só isso pra me sentir melhor
Flores de um jardim
Agora eu pinto
Escutar músicas românticas
Internacionais e brasileiras
As de rock também faz bem
São minhas preferidas
Pensar na vida
Na culpa que não tenho
Neste dia tão abalado
Esperar o amanhãAgora no meio da noiteEm que eu dou fimÀ este livro de embalos!