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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA MICHELLI CAROLINY DE OLIVEIRA AS REDES SOCIAIS E A ADESÃO DE ADOLESCENTES AO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO: ESTUDO DE INTERVENÇÃO PIRACICABA 2018

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

MICHELLI CAROLINY DE OLIVEIRA

AS REDES SOCIAIS E A ADESÃO DE ADOLESCENTES AO

TRATAMENTO ODONTOLÓGICO: ESTUDO DE INTERVENÇÃO

PIRACICABA

2018

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MICHELLI CAROLINY DE OLIVEIRA

AS REDES SOCIAIS E A ADESÃO DE ADOLESCENTES AO

TRATAMENTO ODONTOLÓGICO: ESTUDO DE INTERVENÇÃO

Dissertação de Mestrado Profissional

apresentada à Faculdade de Odontologia de

Piracicaba da Universidade Estadual de

Campinas como parte dos requisitos

exigidos para a obtenção do título de Mestra

em Gestão e Saúde Coletiva.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª. Luciane Miranda Guerra

PIRACICABA

2018

Este exemplar corresponde à versão

final da dissertação defendida pela aluna

Michelli Caroliny de Oliveira orientada

pela Profa. Dra. Luciane Miranda

Guerra.

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DEDICATÓRIA

A Deus, pelo sustento, amor incondicional, por me encher de resiliência e

principalmente por não me deixar desistir em nenhum momento. Toda honra e toda

a glória a Ele.

Aos meus amados Avós Adélia e Paulo, que de forma simples e muito honesta

me mostraram a importância de sempre ir em busca dos meus sonhos, sem perder

a fé, a coragem, a educação e a humildade.

Aos meus Pais Ivete e Carlos, sem os quais eu não teria chegado até aqui.

Graças a eles eu pude conhecer o valor do conhecimento e a importância de

conquistar independência, sempre com olhar adiante e confiante.

À minha segunda família, Tia Marina, Tio Édio, Damares, Jaqueline e Nayhan.

Sempre presentes na minha vida desde o meu nascimento até os dias de hoje, me

dando incentivo e torcendo verdadeiramente para que meus sonhos se realizem e

meus dias sejam de muita conquista e sucesso.

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AGRADECIMENTOS

À Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, na pessoa do Reitor Prof.

Dr. Marcelo Knobel e a Faculdade de Odontologia de Piracicaba, na pessoa do

Diretor Guilherme Elias Pessanha Henriques pela oportunidade de realizar o curso.

À coordenação do programa de mestrado profissionalizante, na pessoa de

sua coordenadora Profa. Dra. Luciane Miranda Guerra. Também minha querida

orientadora, que sempre se fez disponível e presente, mostrando-se confiante em

meu trabalho, além de seu carinho em momentos de duvidas profissionais e

pessoais. Minha gratidão será eterna por esses anos de convivência e trocas tão

positivas.

À amiga e parceira de pesquisa Profa. Dra. Jaqueline Vilela Bulgareli, pelas

horas incansáveis de ajuda e parceria, dedicando-se sem medir esforços para que

esse estudo fosse elaborado. Também pelos momentos de alegria, conselhos e

oração.

À profa. Dra. Karine Cortellazzi Mendes, por toda colaboração oferecida

desde o início da pesquisa, pelo comprometimento e dedicação que sempre

demonstrou, sendo um exemplo a ser seguido.

À profa. Dra. Gláucia Maria Bovi Ambrosano que se dispôs a fazer com muito

carinho e comprometimento a estatística da pesquisa.

Aos professores da banca de qualificação Prof. Dr. Pedro Augusto Thiene

Leme e Profa. Dra. Débora Dias, pelos excelentes comentários e contribuições.

À todos os adolescentes envolvidos que de forma voluntária e carinhosamente

se disponibilizaram a me ajudar na finalização dessa pesquisa, disponibilizaram

tempo e atenção, sem os quais nada seria possível.

Aos alunos do PIC Junior que foram fundamentais na etapa de tabulação dos

dados.

À Querida “Dona Teresinha”, através dos seus joelhos incansáveis, seu

abraço acolhedor, seus olhos e sorriso de amor, sempre me deram força para

acreditar que tudo daria certo.

À amiga-irmã Adenise, que com muito amor e sem medir esforços deixou

esses anos com a carga leve, se fazendo presente nos meus dias de lutas e de

glória, sempre com sorriso no rosto e transmitindo luz.

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À amiga querida Brunna Verna, pelos momentos de alegria e

companheirismo, palavras de incentivo e também por sua colaboração sem medir

esforços para que esse estudo fosse escrito.

Às queridas amigas Cláudia e Kyzze, pelos momentos vividos e por toda ajuda

ao longo desse último ano. Vocês são presentes preciosos que o mestrado me deu.

Aos Queridos amigos Melisa, Eveline e Gustavo Souza, gratidão por esses

anos de convivência e aprendizado, pelos momentos de alegria, pelos conselhos e

principalmente por contribuírem para a minha evolução emocional, espiritual e

profissional. Guardarei vocês para sempre em minha memória e no coração.

Aos queridos amigos da “Purple House”, que torceram e acompanharam essa

conquista, uns de perto e outros de longe, mas cada um com seu jeito especial de

mandar energias positivas e contribuir para que esse sonho fosse realizado.

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O que vale na vida não é o

ponto de partida e sim a caminhada.

Cora Coralina

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Resumo

Este estudo investigou o impacto do WhatsApp® como ferramenta para

promover a adesão ao tratamento odontológico em adolescentes. Trata-se de um

estudo de intervenção com a participação de 40 adolescentes de 19 a 24 anos que

foram anteriormente acompanhados em um estudo de coorte, divididos em grupo

controle (20 indivíduos) e grupo intervenção (20 indivíduos). Foram obtidos dados

sociodemográfico (tempo inicial), variáveis clínicas (cárie e doença periodontal) e

escore da Auto eficácia Geral Percebida (GSE) (tempos inicial e final). Todos os

adolescentes receberam ligações mensais para conhecer o tempo de procura e

finalização do tratamento odontológico. No grupo de intervenção os indivíduos foram

convidados a participar de um grupo de WhatsApp®. Foi adotado um método

pedagógico com temas de discussões relacionados a saúde bucal sugeridos por

eles. A variável dependente foi a adesão ao tratamento odontológico (sim e não) e

as independentes foram socioeconômicas, tempo de procura do tratamento, CPOD,

IPC e escore de auto eficácia. Foram realizados testes t de Student, Mann Whitney

e Qui-quadrado para variáveis sociodemográficas. Teste Exato de Fisher para

comparação da adesão entre os grupos e teste t de Student para tempo inicial e final,

no programa SAS considerando o nível de significância de 5%. Não houve diferença

significativa entre os grupos com e sem intervenção quanto a variáveis

sociodemográficas. No estudo, 23,5% dos adolescentes do grupo sem intervenção e

66,7% dos com intervenção aderiram ao tratamento (p<0,05). Os adolescentes do

grupo com intervenção procuraram o tratamento mais cedo (p<0,05). No tempo final

do estudo, o número de dentes cariados, foi significativamente maior no grupo sem

intervenção (p<0,05). E aumento significativo no número de dentes restaurados

(p<0,05) no grupo com intervenção. Para o IPC houve diminuição significativa nos

dois grupos (p<0,05), já a auto eficácia aumentou no grupo com intervenção(p<0,05).

Conclui-se que a utilização da rede social mostrou-se como potente ferramenta em

favor da adesão de adolescentes ao tratamento odontológico.

Palavras-chaves: adesão, tratamento odontológico, autoeficácia, estudo de

intervenção.

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Abstract

This study investigated the impact of WhatsApp® as a tool to promote

adherence to dental treatment in adolescents. This is an intervention study involving

40 adolescents aged 19 to 24 who were previously followed up in a cohort study,

divided into a control group (20 subjects) and an intervention group (20 subjects).

Sociodemographic data (initial time), clinical variables (caries and periodontal

disease) and Perceived General efficacy (GSE) score (initial and final times) were

obtained. All adolescents received monthly referrals to find out the time to seek and

complete dental treatment. In the intervention group the subjects were invited to

participate in a WhatsApp® group. A pedagogical method was adopted with themes

related to oral health discussions suggested by them. The dependent variable was

adherence to dental treatment (yes and no) and the independent variables were

socioeconomic, time to seek treatment, DMFT, CPI and self-efficacy score. Student

t, Mann Whitney and Chi-square tests were performed for sociodemographic

variables. Fisher's exact test for comparison of the adhesion between the groups and

Student's t-test for initial and final time, in the SAS program considering the level of

significance of 5%. There was no significant difference between the groups with and

without intervention regarding sociodemographic variables. In the study, 23.5% of the

adolescents in the non-intervention group and 66.7% of those with the intervention

adhered to the treatment (p <0.05). Adolescents in the intervention group sought

treatment earlier (p <0.05). At the end of the study, the number of decayed teeth was

significantly higher in the non-intervention group (p <0.05). There was a significant

increase in the number of teeth restored (p <0.05) in the intervention group. For the

CPI, there was a significant decrease in both groups (p <0.05), and self-efficacy

increased in the intervention group (p <0.05). It was concluded that the use of the

social network proved to be a powerful tool in favor of adolescent adherence to dental

treatment.

Key words: adhesion, dental treatment, self efficacy, intervention study.

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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO 12 2- ARTIGO - O IMPACTO DO WHATSAPP® NO TEMPO DE ADESÃO DE ADOLESCENTES AO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO: UM ESTUDO DE INTERVENÇÃO

15

3- CONCLUSÃO 34 REFERÊNCIAS

APÊNDICE 1- TCLE- TERMO DE CONCENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

ANEXOS

35 38

ANEXO 1- Aprovação do Comitê de Ética 41 ANEXO 2- Instrumento socioeconômico e demográfico. 42 ANEXO 3- Escala de Auto eficácia Geral Percebida (GSE). 43

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1- INTRODUÇÃO

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério

da Saúde, a adolescência é delimitada como o período entre os 10 e 19 anos,

11 meses e 29 dias (Brasil, 2010). Existindo no Brasil, cerca de 17,5 milhões de

adolescentes (9,2% da população) entre 10 e 14 anos de idade e 17 milhões

(8,9%) entre 15 e 19 anos (IBGE, 2015).

Sawyer et al., 2018 descreveram a adolescência como sendo o intervalo

cultural de transição entre a fase da infância e a fase adulta, delimitada entre 10

e 24 anos, justificada pelo fato de que os jovens estão optando por estudar por

um período de tempo mais longo, não só até a faculdade, assim como a decisão

cada vez mais frequente de adiar casamento e maternidade/paternidade,

mudando a percepção das pessoas de quando a vida adulta começa, o que

facilitaria o desenvolvimento de leis, políticas sociais e sistemas de serviços em

uma ampla gama de circunstâncias.

A adolescência engloba elementos de crescimento biológico e transições

caracterizadas pelos impulsos do desenvolvimento físico, mental, emocional,

sexual e pelos esforços do indivíduo em alcançar os objetivos relacionados às

expectativas culturais da sociedade em que vive. Pensar na saúde do

adolescente implica em compreender os diversos modos de pensamentos e de

viver a adolescência (Moraes, 2009; Senna, 2012; Pires et al.,2016; Julião et al.,

2017).

O conhecimento a respeito da forma como as pessoas organizam seus

pensamentos e ações referentes a sua saúde é fundamental para conduzi-las a

uma prevenção efetiva e a adesão ao tratamento. Embora a literatura traga uma

produção grande de estudos sobre o conceito de “adesão”, observa-se que entre

as ideias manifestadas pelos pesquisadores da área há duas diferenciações

principais: o foco no paciente e a busca de fatores externos ao paciente (Leite

et., al 2003; Reis 2010; Loos et al.,2017).

O Projeto Adesão da Organização Mundial da Saúde (OMS), adota como

definição de adesão a tratamentos as definições de Haynes e Rand, que definem

adesão como um comportamento de seguir uma recomendação médica, ou de

outro profissional de saúde. Também considera a adesão em cinco dimensões:

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fatores sociais e econômicos, a equipe/ sistema de cuidado de saúde, as

características da doença, terapias da doença e fatores relacionados ao paciente

(Haynes ,1979; Rand, 1993).

Estudos publicados na língua inglesa explicitam a diferenciação dos

termos “adherencee” e “compliance”, sendo o primeiro termo ligado à ideia de

escolha livre dos indivíduos na adoção ou não das recomendações feitas pelos

profissionais de saúde, e o segundo termo, refere-se à ideia de uma conduta

passiva do paciente, podendo ser traduzido como “obediência” (Leite et., al

2003). No presente estudo adotou-se como conceito de “adesão” a decisão de

procurar atendimento odontológico em um serviço de saúde ou consultório

particular e seguir o tratamento recomendado. Atitudes opostas a esta ideia

foram consideradas “não adesão”.

Para que se promova a mudança comportamental ligada à saúde bucal,

é preciso fornecer às pessoas não só as razões para mudar o comportamento,

mas também os recursos e os meios para realizá-la. A conquista do sucesso

requer, portanto, não apenas habilidades, mas também uma forte crença na

própria capacidade de exercer controle. A teoria da auto eficácia abarca esses

aspectos da mudança comportamental favorável à saúde (Souza et al.,2002,

Matos 2017).

Desde que foi introduzido em 1977 por Bandura, o conceito da auto

eficácia tem gerado muito interesse e tem se mostrado uma variável chave na

melhoria da adesão ao tratamento da saúde geral e oral. A auto eficácia foi

inicialmente definida como a crença do indivíduo de que ele pode executar um

comportamento específico ou uma tarefa futura. Posteriormente, Bandura (1997)

declara que a auto eficácia se refere às crenças do indivíduo acerca de suas

capacidades para organizar e executar os cursos de ação necessários para

produzir determinados resultados.

Na literatura há poucos estudos sobre a auto eficácia na área da saúde

bucal. Tais estudos geralmente visam prevenir ou controlar as doenças dentais

mais comuns: cárie e doença periodontal (Menegaz, 2018) Desta forma, a

relevância desse estudo reside na importância de utilizar instrumentos de

pesquisa e abordagens metodológicas que visam aprofundar o tema “adesão”

na fase da adolescência, considerando o contexto da saúde bucal.

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Estudos epidemiológicos de saúde bucal com abordagem populacional

são um meio importante para o conhecimento da distribuição das doenças bucais

e para a identificação das necessidades em saúde e planejamento de políticas

públicas mais condizentes com a realidade estudada (Brasil 2004).

Apesar de nos últimos anos ter se observado a redução da doença cárie

e doença periodontal em adolescentes no Brasil, em comparação com o primeiro

SB Brasil de 1986 (Narvai et al., 2006; Rigo et al., 2010), observou-se que 65,1%

dos adolescentes entre 15 e 19 anos auto referiram necessidade de tratamento

dentário, 24,7% relataram dor de dente nos 6 meses anteriores à pesquisa e

13,6% desses adolescentes nunca consultaram o dentista. Foi também

observado que 23,9% estão livres de cárie dentária na dentição permanente

(Brasil, 2010).

Com a visão integral do processo saúde doença, uma das metas da

Política Nacional de Saúde Bucal (Brasil Sorridente), é a melhora na condição

de saúde da população, partindo de princípios e práticas, dentre as quais se

insere o aumento do acesso aos serviços odontológicos para todas as faixas

etárias, além da sua qualificação. (Lopez e Baelum, 2007, Almeida 2017).

Os estudos de intervenção apresentam como um dos objetivos a análise

dos processos de educação em saúde. Esses processos vêm passando por

consideráveis avanços em seu contexto e em suas práticas pedagógicas. Isso

porque o ato pedagógico promove uma atividade de interação entre seres

sociais, visando provocar neles mudanças tão eficazes que os tornem elementos

ativos dessa própria ação (Bastos, Peres, Ramires 2003; Monte et al.; 2013,

Dutra, Reis 2016).

Reconhece-se que o ambiente virtual é um meio contemporâneo muito

importante de comunicação. As plataformas de mensagens instantâneas, nesse

caso específico o WhatsApp, são meios que impulsionam elementos importantes

para a elaboração de sentimentos e percepções, e que promovem o senso de

pertencimento a um grupo de amigos por meio da facilidade de comunicação

entre os adolescentes. Estima-se que seu uso possa favorecer a adesão e a

melhora da auto eficácia em saúde bucal. Neste sentido o presente estudo

investigou a utilização da rede social como ferramenta de intervenção no tempo

de adesão ao tratamento odontológico em adolescentes.

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2- ARTIGO

Esta dissertação está baseada na Resolução CCPG/002/06/UNICAMP,

que regulamenta o formato alternativo de impressão das Dissertações de

Mestrado, permitindo a inserção de artigos científicos de autoria do candidato.

Por se tratar de pesquisa envolvendo seres humanos, o projeto de pesquisa

deste trabalho foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa

(CEP) da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Universidade

Estadual de Campinas (UNICAMP), tendo sido aprovado sob protocolo CAAE

nº: 62567616.1.0000.5418.

O artigo foi submetido de acordo com as normas da revista Cadernos de

Saúde Pública (Qualis A1).

Título do artigo: O impacto do whatsApp® no tempo de adesão de

adolescentes ao tratamento odontológico: um estudo de intervenção.

Título resumido: Tempo de adesão de adolescentes ao tratamento

odontológico

Autores: Michelli Caroliny de Oliveira¹, Jaqueline Vilela Bulgareli 2, Karine Laura

Cortellazzi 3, Brunna Verna Gondinho 4, Gláucia Maria Bovi Ambrosano5,

Antonio Carlos Pereira6, Fernanda Dandara Marques Gomes de Morais7, Luciane

Miranda Guerra8.

¹ Mestranda em Odontologia (Saúde Coletiva). Faculdade de Odontologia de

Piracicaba/Universidade Estadual de Campinas FOP/UNICAMP. Departamento

de Odontologia Social.

² Professora colaboradora. Pós-Doutoranda em Odontologia (Saúde Coletiva).

Faculdade de Odontologia de Piracicaba/Universidade Estadual de Campinas

FOP/Unicamp.

³ Professora da FOP/UNICAMP. Área de Bioestatística. Faculdade de

Odontologia de Piracicaba/Universidade Estadual de Campinas FOP/Unicamp.

Departamento de Odontologia Social.

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4 Doutoranda em Odontologia (Saúde Coletiva). Faculdade de Odontologia de

Piracicaba/Universidade Estadual de Campinas FOP/UNICAMP. Departamento

de Odontologia Social.

5 Professora da FOP/UNICAMP. Área de Bioestatística. Faculdade de

Odontologia de Piracicaba/Universidade Estadual de Campinas FOP/Unicamp.

Departamento de Odontologia Social.

6 Professor titular da FOP/UNICAMP. Área Saúde Coletiva. Faculdade de

Odontologia de Piracicaba/Universidade Estadual de Campinas FOP/Unicamp.

Departamento de Odontologia Social.

7 Mestranda em Odontologia (Saúde Coletiva). Faculdade de Odontologia de

Piracicaba/Universidade Estadual de Campinas FOP/UNICAMP. Departamento

de Odontologia Social.

8 Professora da FOP/UNICAMP. Área de Psicologia aplicada. Faculdade de

Odontologia de Piracicaba/Universidade Estadual de Campinas FOP/Unicamp.

Departamento de Odontologia Social.

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RESUMO

Este estudo teve como objetivo investigar se a utilização do aplicativo de

redes sociais WhatsApp® tem influência na adesão ao tratamento odontológico

em adolescentes. Trata-se de um estudo de intervenção com a participação de

40 adolescentes, de 19 a 24 anos, divididos em grupo controle (20 indivíduos) e

grupo intervenção (20 indivíduos). Durante 9 meses o grupo de intervenção foi

convidado a participar de um grupo de WhatsApp®. Neste grupo foi adotado o

método pedagógico da problematização com discussão de vários temas

relacionados a saúde bucal, enquanto o grupo controle recebeu orientações para

buscar tratamento odontológico. A variável dependente foi o tempo (em dia) de

procura e de finalização ao tratamento odontológico nos dois grupos. Dados

socioeconômicos, tempo de procura do tratamento, CPOD, IPC e escore de auto

eficácia foram consideradas variáveis independentes. Foram realizados testes t

de Student, Mann Whitney e Qui-quadrado para variáveis sociodemográficas.

Teste Exato de Fisher para comparação da adesão entre os grupos e teste t de

Student para tempo inicial e final, no programa SAS. Os adolescentes do grupo

com intervenção procuraram o tratamento antes (p<0,05) do grupo controle. No

tempo final do estudo, o número de dentes cariados, foi significativamente maior

no grupo controle (p<0,05). Houve aumento significativo no número de dentes

restaurados (p<0,05) no grupo com intervenção. A auto eficácia satisfatória foi

maior no grupo com intervenção(p<0,05). Conclui-se que o WhatsApp pode ser

efetivamente usado para aprimorar o conhecimento sobre saúde bucal, a auto

eficácia e a adesão ao tratamento odontológico em adolescentes.

Palavras chaves: adesão, saúde bucal, auto eficácia, estudo de intervenção.

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ABSTRACT

The purpose of this study was to investigate whether the use of the WhatsApp®

social network application has influence on adherence to dental treatment in

adolescents. It is a cohort study with the participation of 40 adolescents, from 19

to 24 years old, divided in control group (20 individuals) and intervention group

(20 individuals). During 9 months the intervention group was invited to participate

in a WhatsApp® group. In this group was adopted the pedagogical method of the

problematization with discussion of several topics related to oral health, while the

control group received guidelines to seek dental treatment. The dependent

variable was the time (in day) of demand and completion of dental treatment in

both groups. Socioeconomic data, treatment search time, DMFT, CPI and self-

efficacy score were considered independent variables. Student t, Mann Whitney

and Chi-square tests were performed for sociodemographic variables. Fisher's

exact test for comparison of adhesion between groups and Student's t-test for

initial and final time in the SAS program. The adolescents in the intervention

group sought treatment before (p <0.05) of the control group. At the end of the

study, the number of decayed teeth was significantly higher in the control group

(p <0.05). There was a significant increase in the number of teeth restored (p

<0.05) in the intervention group. Satisfactory self efficacy was higher in the

intervention group (p <0.05). It is concluded that WhatsApp can be effectively

used to improve oral health knowledge, self efficacy and adherence to dental

treatment in adolescentes

Key Words: adhesion, oral heath, self efficacy, cohort study.

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Introdução

A adolescência é definida como um intervalo de transição situado

culturalmente entre a fase da infância e a fase adulta que, incontestavelmente,

desde o final do século passado ocupa uma parte maior do curso de vida, numa

época em que forças sociais como marketing e mídia digital estão afetando a

saúde e o bem-estar ao longo desses anos1,2.

Neste contexto, é primordial que uma faixa etária de 10 a 24 anos seja

utilizada, uma vez que corresponde ao entendimento popular dessa fase da vida

e facilitaria o desenvolvimento de leis, políticas sociais e sistemas de serviços

em uma ampla gama de circunstâncias3.

Os adolescentes são capazes de assumir a responsabilidade de aprender

e manter atitudes e comportamentos relacionados à saúde que se transferem

para a vida adulta, fato que poderá estimulá-los à adesão de um estilo de vida

mais saudável. Todavia, as modificações comportamentais, fisiológicas e de

percepção sobre seu papel social peculiares à idade são fatores que justificam

as dificuldades destes em lidar com responsabilidades cotidianas4.

Parte destas, o cuidado com a saúde bucal, uma vez que é modelado por

atitudes, valores, crenças e auto conceito, poderá produzir diferentes respostas

– comportamentos - a partir da influência de grupos e pessoas com os quais os

adolescentes se relacionam - amigos e familiares – em maior ou menor grau de

pressão e autoridade5. Desta forma, a complexidade deste período da vida

poderá refletir, de alguma forma, na adesão ao tratamento odontológico.6

Considera-se a adesão como um fenômeno multidimensional

determinado pelo modelo de cinco fatores elencados como “dimensões”, a

saber: relacionadas ao paciente, ao tratamento, aos fatores socioeconômicos,

às características do sistema de saúde e à doença7. No presente estudo adotou-

se como conceito de “adesão” a decisão de procurar um serviço de saúde ou

consultório particular da escolha do adolescente e seguir o tratamento

recomendado. Atitudes opostas a esta ideia foram consideradas “não adesão”8.

Estudos evidenciam que a baixa adesão ao tratamento odontológico

durante a adolescência é motivo de preocupação, uma vez que relaciona-se à

diminuição da qualidade de vida, ao aumento de complicações em saúde, assim

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como também aponta para uma subutilização da capacidade do sistema de

saúde9.

Neste contexto, tem-se que as intervenções orientadas pelos elementos

da educação em saúde viabilizam efeitos positivos na saúde dos indivíduos e

comunidades10. Assim como também, quanto à saúde bucal, apresentam-se

como potentes instrumentos de promoção em saúde, posto que através do

estímulo ao acesso aos serviços de saúde, visam contribuir com a melhoria das

condições de saúde bucal da população, especialmente em locais com acesso

restrito ao dentista11.

À vista disso, o surgimento e difusão da internet favorece a relação dos

adolescentes com a busca por informações e acesso ao conhecimento

relacionados à sua saúde, já que o mergulho no mundo virtual rompe com os

conceitos tradicionais de espaço e tempo12.Logo, a interação e aproximação

entre as pessoas para troca de experiências acerca de questões em comum

vividas faz com que os aplicativos de redes sociais tenham alto potencial de uso,

como plataformas para comunicação de informações e educação em saúde,

configurando-se uma ponte entre saúde e tecnologia13 .

Assim, o presente estudo teve como objetivo investigar se a utilização do

aplicativo WhatsApp® tem influência na adesão ao tratamento odontológico em

adolescentes.

Métodos

Tipo do estudo

Estudo de intervenção com adolescentes residentes em um município de

médio porte do estado de São Paulo.

Delineamento do estudo e participantes

Os participantes deste estudo derivou de uma coorte analítico longitudinal

nos anos de 2013 a 2015. Tratou-se de uma amostra aleatória probabilística de

1179 adolescentes de 15 a 19 anos de idade, residentes na área de abrangência

de 34 Unidades de Saúde da Família (USF) em um município de médio porte do

estado de São Paulo. Resumidamente, o objetivo foi avaliar a adesão ao

tratamento odontológico de adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

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21

Na fase inicial foi realizado um exame clínico para obter as informações de

condição de cárie e doença periodontal. Do total, 474 adolescentes

necessitavam de tratamento odontológico. Em um período de 18 meses após a

realização do exame inicial, foi realizada uma busca ativa, a fim de localizar os

474 adolescentes que foram encaminhados para tratamento na fase inicial.

Destes, 325 (68,5%) foram reavaliados, dos quais 164 aderiram ao tratamento

odontológico e 161 não aderiram (Bulgareli et al., 2016).

Amostra

No presente estudo foram selecionados 161 adolescentes que não

aderiram ao tratamento odontológico, os quais foram contatados via telefone

para agendamento prévio de visita domiciliar e examinados no período de janeiro

a maio de 2017. Destes, 121 foram excluídos por não atenderam aos critérios de

inclusão (n= 75) e outros mudança de endereço, telefone e cidade (n=46).

Portanto, 40 adolescentes com idades entre 19 e 24 anos foram alocados

aleatoriamente para participarem de dois grupos: controle e intervenção. Foram

incluídos os indivíduos que apresentavam pelo menos 1 dente cariado e/ou

presença de no mínimo sangramento gengival em um ou mais dentes e ter

disponibilidade para participar da pesquisa até o término (Figura 1).

Figura 1. Fluxograma baseado no Consort (Consort Flow Diagram 2010)

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22

Calibração

Pré-testes do questionário, calibragem dos examinadores (que foram

duas dentistas) e um estudo piloto foram realizados antes do trabalho de campo.

No processo de calibração as atividades teórico-práticas dos exercícios de

treinamento e calibração consistiram em um total de 7 períodos - 1 teórico com

duração de 4 horas, 4 sessões de treinamento clínico de 4 horas cada (total de

16h) e 2 exercícios de calibração com duração de 4 horas (total de 8h). A etapa

de treinamento consistiu em uma discussão teórica, com uma etapa prática

posterior, na qual os examinadores avaliaram 12 adolescentes por período,

discussões entre os examinadores e os examinadores do Padrão de Ouro foram

realizadas com o objetivo de obter uma estimativa da extensão e natureza do

diagnóstico até o ponto em que a consistência aceitável permaneceu acima de

0,91, medida pelas estatísticas do KAPPA para todas as condições clínicas14. O

exercício de calibração final consistiu em 2 períodos (total de 8h) com média dos

valores Kappa interexaminadores de 0,95. Para verificar a manutenção dos

critérios diagnósticos e do erro interexaminador, 10% da amostra foi

reexaminada, mostrando valores médios de Kappa de 0,96.

Coleta de dados

Os pesquisadores realizaram exame clínico odontológico referente à cárie

e doença periodontal, um questionário sociodemográfico (adaptado de

Meneghim et al., 2007) (Anexo 3) e aplicação de instrumento de Escala de Auto

Eficácia Geral Percebida- GSE. (Anexo 4)

O questionário sociodemográfico é composto por questões sobre renda

familiar, número de pessoas na casa, grau de escolaridade do pai e da mãe,

moradia, profissão do chefe da família. Cada participante respondeu o

questionário sociodemográfico apenas no início do estudo.

O instrumento GSE autoaplicável é formado por 10 itens e objetivou

avaliar a sensação geral de sua própria capacidade (ou auto crença) de lidar com

situações estressoras do cotidiano. Após a leitura de cada item foi colocada a

pontuação ao lado da resposta de acordo com a seguinte legenda: de modo

algum é verdade (01 ponto), dificilmente é verdade (02 pontos), moderadamente

é verdade (03 pontos), exatamente verdade (04 pontos). A escala de pontos

variou de 10 a 40, os quais foram classificados de acordo com os critérios

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23

relacionados a crença de incapacidade pessoal (10 a 20 pontos), crença da

capacidade pessoal moderada (21 a 29 pontos), crença da capacidade pessoal

satisfatória (30 a 40 pontos) (Schwarzer, 2014). Além disso, foi realizado exame

clínico das condições bucais (cárie e doença periodontal). Tanto a aplicação do

instrumento GSE como o exame clínico foi coletado no início e no final do estudo.

Ferramentas de intervenção

Os indivíduos alocados no grupo controle foram encaminhados para

tratamento odontológico nas Unidades de Saúde da Família, entretanto alguns

preferiram procurar o convênio ou um consultório particular. Todos os indivíduos

possuíam telefone fixo ou celular e por meio de ligações mensais foram

acompanhados para conhecer o tempo de procura e finalização do tratamento

odontológico. Para constatar se o indivíduo finalizou o tratamento, a

pesquisadora verificou a ficha clínica do local onde o mesmo relatou ter sido

atendido e também realizou exame clínico em visita domiciliar. Os pacientes que

chegaram ao final do estudo sem procurar tratamento e sem finalizar, foram

orientados a procurar tratamento.

No grupo de intervenção, além das estratégias aplicadas para o grupo

controle, os indivíduos foram convidados a participar de um grupo de

WhatsApp®. Foi adotado um método pedagógico com vários temas (doença

periodontal, cárie, técnicas de higiene bucal, implante, lentes de contato, prótese

unitária, bruxismo e clareamento) sugeridos por eles. As pesquisadoras

problematizavam as discussões, motivavam a integração e a democratização do

conhecimento, sanavam as dúvidas individuais e coletivas, por meio do

compartilhamento de imagens e textos que ilustravam o cuidado em saúde bucal,

considerando os critérios funcionais e estéticos, tanto na lógica positiva como

negativa. Esses temas foram discutidos semanalmente, durante nove meses

(maio de 2017 a fevereiro de 2018).

Modelo de mudança comportamental

Sobre o modelo de mudança comportamental utilizado na abordagem da

problematização, foi adotado o referencial teórico de Paulo Freire. Este autor

considera o empoderamento como uma conquista que ocorre no âmbito interno,

de forma crítica, e fruto de reflexão e tomada de consciência da condição atual

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de oprimido15. Na abordagem problematizadora, a ação educativa leva em

consideração o contexto político, econômico, social e cultural do indivíduo

(Vasconcelos et al., 2009; Oliveira e Leite, 2011), o que permite ampliar a

percepção de mundo e sociedade, compreendendo desta forma o problema do

sujeito.

O Arco de Charles Maguerez foi desenvolvido como estratégia de ensino-

aprendizagem para o desenvolvimento da Problematização. Envolve cinco

etapas a partir da realidade social: a observação da realidade, os postos-chaves,

a teorização, as hipóteses de solução e aplicação à realidade. Neste sentido, o

profissional é entendido como facilitador do processo educativo criando, assim,

condições para que se desenvolva uma consciência crítica e reflexiva em torno

das questões relacionadas com a prática de vida deste indivíduo16.

Variáveis do estudo

A variável dependente desse estudo foi o tempo (em dia) de procura e de

finalização ao tratamento odontológico no grupo controle e intervenção. Dados

socioeconômicos, tempo de procura do tratamento, CPOD, IPC e escore de auto

eficácia foram consideradas variáveis independentes.

Análise estatística

Inicialmente foram realizadas análises descritivas dos dados e a

comparação entre os grupos quanto as variáveis sociodemográficas, nessa fase

foram utilizados os testes t de Student, Mann Whitney e Qui-quadrado. A

comparação entre os grupos quanto a adesão foi realizada pelo teste Exato de

Fisher e quanto ao tempo para iniciar e finalizar o tratamento pelo teste t de

Student. Modelos lineares generalizados para medidas repetidas no tempo

foram utilizados para as comparações das variáveis clínicas e o escore de auto

percepção entre os grupos e entre os tempos (inicial e final). As análises foram

realizadas no programa SAS considerando o nível de significância de 5%.

O total de participantes dos dois grupos foi de 20. Poder do teste acima de 0,99

nas análises dos tempos.

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Considerações éticas

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade

de Odontologia de Piracicaba – FOP-Unicamp (CAAE: 62567616.1.0000.5418)

(Anexo 1). Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e

esclarecido (Apêndice 1).

Resultados

A tabela 1 apresenta o perfil da amostra em função do grupo e das

variáveis analisadas. Não há diferença significativa entre os grupos com e sem

intervenção quanto a idade, sexo, classe de renda, número de pessoas na casa,

escolaridade do pai e da mãe, tipo de moradia e profissão do chefe da família

(p>0,05).

Tabela 1. Perfil da amostra em função do grupo e das variáveis analisadas.

¹Teste t de Student; 2Mann Whitney; 3 Qui- quadrado.

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Observa-se na tabela 2 que 23,5% dos adolescentes do grupo sem

intervenção e 66,7% dos com intervenção aderiram ao tratamento (p<0,05). O

tempo para a procura do tratamento também apresentou diferença significativa

entre os grupos, sendo que os adolescentes do grupo com intervenção

procuraram o tratamento mais cedo (p<0,05).

Tabela 2. Adesão dos adolescentes em função do grupo.

aDentro do tempo máximo de acompanhamento (303 dias) quanto tempo (em dias) o adolescente ficou sem procurar o tratamento. bDentro do tempo máximo de acompanhamento (303 dias) quanto tempo (em dias) o

adolescente ficou sem finalizar o tratamento. 1Teste Exato de Fisher. 2Teste t de Student.

No tempo final do estudo, o número de dentes cariados foi significativamente

maior no grupo sem intervenção (tabela 3), sendo que no grupo com intervenção

houve diminuição significativa (p<0,05) no número de dentes cariados e aumento

significativo no número de dentes restaurados (p<0,05). Para o IPC (Índice de Placa

Comunitário) houve diminuição significativa nos dois grupos (p<0,05). Já a

autoeficácia aumentou no grupo com intervenção (p<0,05) e diminuiu no grupo sem

intervenção (p<0,05).

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27

Tabela 3. Resultados dos exames clínicos e autoeficácia em função do grupo e do tempo.

Discussão

Os fatores econômicos, sociais e demográficos são os principais

determinantes em saúde, e evidenciam um cenário onde indivíduos

desprivilegiados socialmente têm piores condições de saúde bucal17,18,19,20.

Apesar da preocupante prevalência, as doenças bucais são preveníveis e

apresentam-se com forte caráter sociocomportamental, fato que reforça a

relevância da adoção de intervenções educativas no cotidiano dos serviços em

saúde 21,22.

Cabe ressaltar que a procura pelos serviços de saúde não é somente um

comportamento individual, mas consequência do conjunto de ações profissionais

e organizativas dentro dos serviços, e que o acesso aos serviços em saúde

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28

oferecidos poderá impelir consequências positivas nas condições de saúde dos

sujeitos 23,24.

No presente trabalho, os fatores socioeconômicos não apresentaram

diferença significativa entre os grupos estudados, porém a adesão ao tratamento

proposto foi maior no grupo com intervenção. Achados parecidos foram

encontrados nos estudos de Oliveira (2014)25 e Lemkuhl et al.(2015)26 onde os

autores comprovaram que a intervenção em sáude viabiliza a adesão ao

tratamento proposto.

A diferença significativa entre os grupos quanto ao tempo para a procura

do tratamento, onde os participantes do grupo de intervenção procuram mais cedo

pela conduta proposta, não encontrou nenhuma sustentação na literatura, porém,

levanta-se a hipótese acerca da influência dos escores de conhecimento em

saúde adquirido após a intervenção, ocorrência que, se posteriormente

comprovada, corroboraria com o estudo de Nayak et al. (2017)27, que demonstrou,

na comparação intergrupos, uma diferença significativa nos escores de

conhecimento pós-intervenção.

Menegaz et al. 201812, examinaram onze trabalhos que avaliaram a

prevenção de novas lesões/casos de cárie e demonstrou que cinco deles

apresentaram diferenças significativas ao fim de suas intervenções, com

magnitudes de efeito variando de 31,6% a 481,6%, bem como todos eles

apontaram uma diminuição de cárie dentária nos grupos que receberam as

intervenções. Isto reforça o achado desta pesquisa em que, no tempo final do

estudo, no grupo com intervenção houve diminuição significativa no número de

dentes cariados e aumento significativo no número de dentes restaurados.

A diminuição do Índice Periodontal Comunitário em ambos os grupos

nesta investigação, provavelmente justifica-se pelo curto prazo da interferência,

ocorrência que se sustentaria nos achados de Lemkuhl et al (2015)28 que, ao

revisarem estudos que investigaram condição periodontal, mostraram que a

maioria dos desfechos analisados apresentou um resultado melhor para o grupo

que sofreu a intervenção educativa quando comparado ao grupo controle, mas

que, em curto prazo, os efeitos da mediação demonstraram-se inconsistentes.

O estímulo aos comportamentos saudáveis é a forma mais efetiva de

prevenir as principais doenças bucais, de favorecer o acesso aos serviços em

saúde, bem como de reduzir custos aos serviços de saúde e sociedade29.

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29

Neste estudo, a comunicação, o convívio e a troca de experiências

vivenciadas pelos adolescentes através da rede social de WhatsApp configurou-

se como um vínculo que, provavelmente, tenha contribuído para o sucesso da

intervenção realizada, já que esta atuou como reforço comportamental para a

elaboração de autoconhecimento em saúde e de responsabilidade sobre os

comportamentos favoráveis à saúde bucal e, por consequência, fez com que os

sujeitos buscassem o atendimento odontológico30,31,32,33.

Para intervenções educativas, o maior número de contatos com o

público-alvo demonstrou maiores magnitudes de efeito positivo nos desfechos

investigados12 na literatura, o que explica as vantagens em relação ao

WhatsApp®, uma vez que as relações virtuais favorecem ao maior número de

contatos interpessoais, à busca por informações e ao acesso ao conhecimento22.

O mérito desse estudo para a prática em saúde está na sua potência em

demonstrar que há possibilidade de conexão entre saúde e tecnologia por meio

de intervenções em saúde com uso de redes sociais, já que a literatura critica a

maioria das abordagens de intervenção educativas utilizadas essencialmente,

pautadas em modelo pedagógico individual e tradicional34,35,36,37.

É inegável que há na esfera pública problemas em saúde bucal que

permanecem vivos no debate político, científico e de gestão de serviços. E, que

embora sejam perceptíveis os avanços nas práticas de promoção da saúde bucal,

estas precisam ser entendidas como estratégias para o processo de reformulação

de práticas sanitária para a construção de uma abordagem integral do processo

saúde-doença através da integração da saúde bucal aos serviços de saúde em

geral em benefício do cuidado continuo e do fortalecimento do sistema de saúde38.

Em relação ao aumento da autoeficácia no grupo com intervenção,

segundo Bandura (2008), a partir do momento em que o paciente possui

conhecimento sobre os riscos e benefícios acerca da sua condição de saúde ele

se torna mais consciente e predisposto a modificar comportamentos prejudiciais

e a aderir a tratamentos propostos. Esta participação ativa durante todas as fases

das ações educativas promove melhor envolvimento dos sujeitos, bem como

auxilia no desenvolvimento da autonomia e tomada de decisão em relação a

própria saúde39.

Cabe ressaltar que indivíduos empoderados e que utilizam serviços de

saúde bucal regularmente têm maior oportunidade de receber diagnósticos

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30

precoces, adquirir novos conhecimentos e modificar comportamentos em prol de

sua saúde, o que reduziria a probabilidade em desenvolverem problemas bucais

mais graves40.

Desta forma, se a manutenção da saúde bucal se dá por meio da

construção de comportamentos saudáveis, o efeito positivo em relação à

mudança de comportamentos dos adolescentes pode ser um indicativo de

sucesso da intervenção realizada por meio do WhatsApp.

Vale ressaltar que o presente estudo apresenta como principal limitação

a generalização da população e a investigação de um desfecho específico, ou

seja adolescentes não aderiram ao tratamento odontológico. No entanto fica

evidente a potencialidade do estudo em relação a baixa perda de seguimento

dos participantes dos dois grupos investigados, conferindo dessa forma maior

confiabilidade nos resultados apresentados.

Conclusão

Este estudo demonstrou que o impacto do aplicativo de rede social

WhatsApp®, no gerenciamento do tempo de adesão ao tratamento odontológico

relacionado ao nível de auto eficácia em saúde bucal e aspectos clínicos

apresentou resultados significativos. Os adolescentes que participaram do grupo

de intervenção procurou antes pelo tratamento odontológico. No tempo final do

estudo, o grupo controle teve um aumento no número de dentes cariados, em

contrapartida no grupo com intervenção aumentou o número de dentes

restaurados e auto eficácia, além de diminuir o Índice de Placa Comunitário.

Tais resultados ressaltam a importância de estudos de intervenção que

estejam engajados com o cotidiano dos adolescentes, sendo um diferencial o

uso da plataforma de comunicação WhatssApp® para um contato mais próximo

com o público-alvo.

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34

3- CONCLUSÃO

O presente estudo mostrou que os adolescentes que participaram do

grupo de intervenção procurou antes pelo tratamento odontológico. No tempo

final do estudo, o grupo controle teve um aumento no número de dentes

cariados, em contrapartida no grupo com intervenção aumentou o número de

dentes restaurados e auto eficácia, além de diminuir o Índice de Placa

Comunitário.

Essas informações ressaltam a importância de estudos de intervenção

que estejam engajados com o cotidiano dos adolescentes, sendo um diferencial

o uso da plataforma de comunicação WhatssApp® para um contato mais

próximo com o público-alvo.

Quando realizado de forma efetiva, os estudos de intervenção aumentam

a probabilidade de engajamento do indivíduo na mudança comportamental,

sendo uma abordagem alternativa à tradicional, com evidências de efetividade

não somente para a saúde bucal, mas para diversas outras áreas da saúde.

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APÊNDICE 1: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE

Universidade Estadual de Campinas

Faculdade de Odontologia Departamento de Odontologia Social

Programa de Pós-graduação em Odontologia – Doutorado em Odontologia – Área Saúde Coletiva

Título da Pesquisa: Estudo da adesão ao tratamento odontológico em adolescentes vulneráveis

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Prezado (a) Sr. (a), _____________________________________________

Convidamos você a participar da pesquisa: “Estudo da adesão ao tratamento

odontológico em adolescentes vulneráveis”. Esta pesquisa será realizada através da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – Unicamp e é de responsabilidade das suas autoras: Profa. Dra. Jaqueline Vilela Bulgareli, Prof. Dr. Antonio Carlos Pereira e Michelli Caroliny de Oliveira.

Através deste documento, você aceita participar da pesquisa, com total conhecimento da natureza dos procedimentos e riscos a que se submeterá, com capacidade de livre escolha e livre de qualquer ameaça, podendo desistir quando quiser. A sua colaboração, através de autorização e concordância em participar é muito importante. Esclarecemos que sua participação é decorrente de sua livre decisão após receber todas as informações que julgar necessárias, e que não haverá ônus a sua pessoa.

Justificativa para a realização da pesquisa: Estudos sobre adesão ao tratamento em saúde bucal na população são de grande importância. O conhecimento do estado dos seus dentes pode ajudá-lo a buscar tratamento antes que o problema se torne mais grave. Além disso, estes estudos também fornecem informações para a criação de programas educativos e planejamento que dão assistência à saúde da boca, trazendo benefícios para toda a população. Objetivos: Este estudo tem como objetivo investigar a adesão ao tratamento odontológico de adolescentes e avaliar ações em saúde que influenciam na adesão. Metodologia:

• Somente depois que concordar em participar e assinar este documento você será

considerado voluntário. Você não deve se sentir obrigado a assinar nenhum documento

e pode pedir todos os esclarecimentos que achar necessário.

• Para participar da pesquisa, você responderá a 2 questionários simples sobre questões

de saúde bucal, educação e prevenção em saúde, escolaridade, moradia e renda. As

respostas ficarão sob a responsabilidade da pesquisadora principal e terá garantia de

sigilo em relação às respostas emitidas.

• Será realizado um exame de sua boca para avaliar cárie e doença da gengiva. Esse

exame será também mantido em segredo e guardado com a pesquisadora responsável.

Caso seja necessário, você será encaminhado para o posto de saúde do seu bairro para

tratamento dos dentes e participar do grupo de ação educativa.

• O pesquisador enviará mensagem 1 dia antes confirmando a presença na consulta e

também depois da consulta para saber se você compareceu. Caso ele você não tenha

ido será orientado para remarcar a consulta no posto de saúde. O pesquisador saberá

quando o tratamento terminou por meio do registro no sistema de informação da

Prefeitura.

Possibilidade de inclusão em grupo controle ou placebo: Não há previsão de grupos placebo ou controle.

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Métodos alternativos para obtenção da informação ou tratamento da condição: Não existem métodos alternativos para obtenção da informação ou tratamento da condição. Descrição crítica dos desconfortos e riscos previsíveis: Você passará por um exame de seus dentes e sua gengiva, realizado em local separado e utilizando materiais esterilizados. O instrumental apresenta ponta arredondada para não causar nenhum tipo de dano ou machucado. Este exame será realizado em sala separada na sua casa, evitando qualquer tipo de constrangimento por parte dos voluntários. Os sujeitos da pesquisa que serão convidados a participar dos grupos de ação educativa serão numerados, a fim de evitar a exposição dos mesmos. Sendo assegurada a privacidade e a não identificação, antes do preenchimento dos questionários. Os objetivos do estudo serão apresentados aos sujeitos pela pesquisadora do estudo e com leitura do termo de esclarecimento ao sujeito da pesquisa. Após a concordância do participante, o referido documento será assinado pelo sujeito da pesquisa. Descrição dos benefícios e vantagens diretas ao voluntário: Como benefício você receberá, através da pesquisa, avaliação de cárie, doenças da gengiva possibilitando o diagnóstico precoce de possíveis problemas existentes. O adolescente que estiver com algum problema receberá encaminhamento para tratamento. Além disso, estará contribuindo com uma pesquisa científica que visa melhorar a qualidade do serviço prestado à comunidade. Forma de acompanhamento e assistência ao sujeito: O participante poderá entrar em contato com a pesquisadora quando houver necessidade através do e-mail ou telefone disponível no final do termo. Os dentistas das unidades de saúde farão o acompanhamento e assistência ao sujeito, por meio do agendamento de consultas odontológicas pela equipe de saúde. O pesquisador entrará em contato com a equipe e com o adolescente durante todo o desenvolvimento do estudo. Forma de contato com o pesquisador responsável: Em caso de dúvidas relativas à pesquisa entre em contato pelos e-mails: [email protected]. Endereço: Av Limeira 901, FOP-Unicamp, CEP 13414-903, Piracicaba – SP. Fone/Fax 19-21065282. Forma de contato com o CEP: Em caso de dúvidas quanto aos seus direitos como voluntário de pesquisa entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da FOP: Av Limeira 901, FOP-Unicamp, CEP 13414-903, Piracicaba – SP. Fone/Fax 19-21065349, email [email protected] e webpage: www.fop.unicamp.br/cep. Garantia de esclarecimentos: Haverá a garantia de respostas a quaisquer perguntas e/ou

esclarecimentos a respeito de procedimentos, riscos, benefícios e de outras dúvidas

relacionados à pesquisa. Os pesquisadores assumirão o compromisso de fornecer informações

atualizadas obtidas durante o tempo de investigação, ou a qualquer momento que julgar

necessária, bem como ao final do estudo.

Garantia de recusa à participação ou de saída do estudo: Existe a liberdade de desistência

da participação a qualquer momento e da retirada de seu consentimento quanto à utilização dos

seus dados, sem que isto acarrete em algum tipo de punição ou prejuízo, bem como sem

qualquer prejuízo ao seu tratamento nesta faculdade.

Garantia de sigilo: Será assegurado o sigilo em relação ao nome e dados pessoais das participantes deste estudo. Garantia de ressarcimento: Os voluntários não terão despesas por participar da pesquisa, portanto não há previsão de ressarcimento. Garantia de indenização ou reparação de danos: Não há previsão de indenização/reparação de danos por não haver riscos previsíveis. Eventuais danos não previstos, mas resultantes da

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participação na pesquisa, são passíveis de reparação/indenização desde que haja nexo causal comprovado. Garantia de entrega da cópia do TCLE: O sujeito de pesquisa receberá duas vias deste Termo, sendo que deverá devolver uma via assinada ao pesquisador. Todas as páginas do TCLE, deverão ser assinadas ou rubricas pelo pesquisador e participante. Consentimento Livre Esclarecido: Eu, _______________________________________RG:_________________, CPF:____________________, declaro que, tendo lido o documento acima exposto, e suficientemente esclarecido (a) de todos os itens pela pesquisadora Jaqueline Vilela Bulgareli, estou plenamente de acordo com a realização do programa de pesquisa. Concordo que todos os registros permaneçam arquivados sob a guarda das pesquisadoras, às quais dou pleno direito de uso para fins de ensino e pesquisa, além da sua divulgação em revistas científicas. Assim, eu autorizo minha participação na pesquisa intitulada “Estudo da adesão ao tratamento odontológico de adolescentes vulneráveis, estando de acordo com o planejamento proposto. Atesto a minha participação efetiva e consciente. Por ser verdade, firmo o presente. Data: ___/___/___ Telefone:__________________ _______________________________________________________________ (Nome por extenso) (Assinatura) Pesquisadora: Michelli Caroliny de Oliveira, RG: 38.978.428-x CPF:357.192.638/29 F:(19) 98874-8652

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ANEXO 1: Aprovação do Comitê de Ética

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ANEXO 2: Instrumento socioeconômico e demográfico

Nome do participante:________________________________________

sexo:_________ Idade: _______ Etnia:___________

Idade do Pai:______Profissão do Pai:________________

Idade da Mãe:_____ Profissão da Mãe:_______________.

Qual é o grau de instrução de seus pais?

PAI

( ) NÃO

ALFABETIZADO

( ) ALFABETIZADO

( )1ª a 4ª série incompleta

( )1ª a 4ª série completa

( )5ª a 8ª série incompleta

( )5ª a 8ª série

completa

( )2º grau incompleto

( )2º grau completo

( )Superior

incompleto

( ) Superior completo

MÃE

( ) NÃO

ALFABETIZADO

( ) ALFABETIZADO

( ) 1ª a 4ª série incompleta

( ) 1ª a 4ª série completa

( ) 5ª a 8ª série incompleta

( ) 5ª a 8ª série

completa

( ) 2º grau incompleto

( ) 2º grau completo

( )Superior incompleto

( ) Superior completo

1. Qual a renda mensal da sua família?

( ) Menos de 2 salários mínimos

( ) De 3 a 4 salários mínimos

( ) De 5 a 6 salários mínimos

( ) De 7 a 10 salários mínimos

( ) De 11 a 15 salários mínimos

( ) De 16 a 20 salários mínimos

( ) De 21 a 25 salários mínimos

( ) Mais de 25 salários mínimos

2. Quantas pessoas que moram na sua casa:

( )1 ou 2 ( )3 ( )4 ( )5 ( )6 ( )Mais de 6

3. Sua residência é:

( )própria quitada

( )própria, com financiamento a pagar

( )alugada

( )cedida pelos pais ou parentes

( ) cedida em troca de trabalho

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ANEXO 3: Escala de Autoeficácia Geral Percebida (GSE)

Abaixo são apresentadas algumas frases. Leia cada frase e marque a opção

que descreve você, de acordo com a legenda.

Não é verdade a meu

respeito

É dificil-mente

verdade a meu respeito

É modera- damente verdade a meu

respeito

É total- mente

verdade a meu

respeito

1. Eu posso resolver a maioria dos meus problemas, se fizer o esforço necessário.

2. Mesmo que alguém se oponha eu encontro maneiras e formas de alcançar o que eu quero.

3. Tenho facilidade para persistir em minhas intenções e alcançar meus objetivos

4. Tenho confiança para me sair bem em situações inesperadas.

5. Devido ás minhas capacidades, sei como lidar com situações imprevistas.

6.Consigo sempre resolver os problemas difíceis quando me esforço bastante.

7. Eu me mantenho calmo mesmo enfrentando dificuldades porque confio na minha capacidade de resolver problemas.

8. Quando eu enfrento algum problema, geralmente consigo encontrar diversas soluções.

9. Se estou com problemas geralmente encontro uma saída.

10. Não importa a adversidade, eu geralmente consigo enfrentá-la.