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IntroduçãoA Coleção Valores Humanos foi construída com histórias inspiradas no

cotidiano, vividas ou sentidas e interpretadas por nós, e com atividades para provocar o leitor a interpretar e construir sua própria história, sustentada pelos valores que respeitam o bem universal.

As histórias são viagens de idas, paradas e voltas ao mundo da imaginação com a intenção de estimular uma vivência saudável do bem comum e construir uma sociedade de respeito ao indivíduo e à coletividade. Além das histórias, criamos e sis-tematizamos atividades pedagógicas que estimulam a reflexão dos leitores e a cons-trução de conceitos que sustentam os comportamentos e as relações humanas.

O objetivo de construir valores é estruturar no ser a disciplina, já tratada em muitos materiais e motivo de preocupação de pais e profissionais da medicina e educação. Cada vez mais as escolas se ocupam com a disciplina e se pergun-tam: o que pode ser aceitável, em relação ao comportamento humano?

Para educar é preciso ter claro que tipo de pessoa se quer ser e que so-ciedade se quer ter. Para responder a estas questões, estão sendo definidas al-gumas metas ou finalidades para cada pessoa que pertença a essa sociedade.

É fundamental que os educadores, sejam eles pais ou professores, esta-beleçam limites usando da autoridade, e não o autoritarismo, alicerçada em valores que não podem ser relativos nem mutáveis conforme o lugar. Só assim se constrói uma sociedade com pessoas realmente educadas e que vivem de maneira mais equilibrada os seus problemas distinguindo os limites que precisam ser experimentados daqueles que deturpam os valores humanos.

As pessoas não nascem acompanhadas de um “manual de instruções” e, portanto, não há receita infalível de como educá-las. Isso não quer dizer que não existam maneiras adequadas de educar. Educa-se pelo amor e pela exi-gência vividos pelo exemplo, pela experiência e pela repetição de valores.

Depois de estabelecer o tipo de comportamento adequado, é possível eleger algumas atividades para refletir sobre os valores que disciplinam e in-dicam caminhos. Este material quer auxiliar pais e professores na missão de educar oferecendo sugestões do que pode ser correto em termos de com-portamento e como preparar as crianças e os jovens para o respeito mútuo, vivendo os valores humanos: valores afetivos quando se trata do sentir, e efe-tivos, quando se trata do agir. Nem só coração nem somente razão: trata-se da

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construção do equilíbrio para a superação de uma sociedade com educação repressora ou protetora. É preciso uma educação que promova a responsa-bilidade individual e coletiva na construção de uma sociedade mais altruísta.

A Coleção Valores Humanos está organizada em livros de literatura com atividades para os leitores. Sugerimos o trabalho de um livro a cada 60 dias ou conforme a necessidade ou planejamento do professor. Os livros são indepen-dentes e não é necessário seguir a sequência indicada para leitura. Esta é apenas uma sugestão. Cada história está dividida em partes, seguidas de atividades que ressaltam alguns valores ou contravalores humanos, servindo de elemento moti-vador. São propostas a partir de modalidades, distribuídas em espaços, nos quais o estudante é convidado a participar. O professor pode fazer todas as atividades ou escolher algumas. Cada parte pode ter a duração aproximada de uma aula.

São conhecidas as mais diversas realidades de trabalho dos professores e não há aqui a pretensão de partir de nenhuma delas, porque quem melhor conhece uma realidade é quem a vive, no caso, os professores. Apresenta-se um material que serve de ferramenta aos professores para que criem reflexões sobre os valo-res humanos a fim de provocar mudanças na realidade em que atuam.

Queremos demonstrar as nossas intenções e o que pensamos a respeito de valores humanos. Escrevemos comentários sobre alguns valores contidos na Coleção para que o leitor reflita sobre a intenção do material e o conheça melhor. Cada professor a adaptará como preferir.

A Coleção é composta de 16 volumes:Primeira série: Fofocada fazendo fofocância; Godofredo, o peixe; Calu e Pulguitos.Segunda série: A busca do grilo Zacarias; A lâmpada é a medida; O desejo e Charles.Terceira série: As palavras do coração; À procura de um amor; Felicidade e Democrécio.Quarta série: Os meninos; O caso Kethy; As andorinhas e Monocórdio.

As palavras do coraçãoValores desenvolvidos: sentimento de humildade.Atividades propostas a partir da leitura dos capítulos.Primeiro capítulo: Conhecendo. Segundo capítulo: Brincando. Terceiro capítulo: Juntando; Criando.Quarto capítulo: Alegrando; Conhecendo, Cantarolando e Pensando.São propostas sete modalidades e oito atividades diferentes para que o

professor encaminhe a reflexão e os estudantes sintam-se motivados. Todas as atividades tratam dos valores expressos na história e procuram fazer uma relação com a vida do estudante.

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Texto para reflexãoO que se ganha em ser humilde? O que se perde em ser humilde?A humildade, aqui, é entendida como a construção do autoconhecimen-

to, reconhecendo qualidades e limitações; a busca da razão e do sentido da vida e a justa medida como bem maior. A humildade observada como uma virtude que torna os seres humanos mais iguais.

Humildade é uma virtude própria de quem tem autoestima e, por isso, não necessita colocar-se numa condição de superioridade em relação aos ou-tros. A pessoa humilde consegue um equilíbrio tal que tem orgulho do ser, e não do ter. Orgulho no sentido de não ter vergonha de si, de não se sentir in-ferior em relação aos outros. Não sente necessidade de provar aos outros que é melhor. É um orgulho que faz bem, que iguala as pessoas.

A humildade é uma qualidade moral porque permite um estado de bem--estar em quem a pratica e uma situação de respeito aos que convivem com uma pessoa humilde.

O trabalho do sentimento de ser humilde é contínuo, ninguém permanece hu-milde eternamente. É preciso cultivá-lo a cada dia, por meio de exercícios mentais e ações. O que pode ser feito através de autossugestão, relaxamento, oração, música, reflexão e outros. Só aprende a ser humilde quem vive a experiência da humildade.

Para ser humilde os sentimentos precisam ser disciplinados, usando os recursos citados, e outros; para cultivá-los, deve-se trabalhar com as emoções ruins que aparecem em muitos momentos difíceis pelos quais as pessoas nor-malmente passam. A máxima do ser é a felicidade e esta depende da cole-tividade. Ninguém é feliz sozinho. O ser humano é sociável por natureza e dependente do seu grupo social. Perceber essa dimensão é um começo.

Os valores humanos são construções culturais que não podem ser relati-vos a costumes, devem ser embasados em normas que respeitam a vida. Por exemplo: amar ao próximo como a si mesmo é uma máxima que se sustenta na humildade. Somos iguais por natureza e isso transcende toda cultura.

A humildade é uma negação ao individualismo que sustenta a existência no ter. A humildade convida a sustentar as relações e exige a superação do egoísmo com coragem, porque a todo momento o prazer do ter é estimulado e somente limitando-o é possível viver de maneira humilde. Encontrar a medida exata exige disciplina e há uma necessidade urgente para que a vida seja respeitada.