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ISSN 2176-1396
AS NTDIC NA PRÁTICA COTIDIANA ESCOLAR: O QUE PENSAM OS
DOCENTES DA FORMAÇÃO GERAL
Gisele Luz Cardoso1 - IFSC/Gaspar
Grupo de Trabalho – Comunicação e Tecnologia
Agência Financiadora: IFSC
Resumo
O presente artigo visa apresentar o relato de uma pesquisa que tem por objetivo investigar e
analisar as percepções de professores da educação geral de cursos técnicos integrados de um
Instituto Federal (IF) em relação às Novas Tecnologias Digitais de Informação e
Comunicação (NTDICs) no processo de ensino-aprendizagem de suas Unidades Curriculares
(UCs). Para o desenvolvimento da pesquisa, foram utilizados dois instrumentos de coleta de
dados: um questionário online e entrevistas orais semiestruturadas aplicados a docentes de
ensino propedêutico de cursos técnicos integrados de um IF. Quarenta e um docentes
responderam ao questionário e 15 deles foram entrevistados. Os dados provenientes dos
instrumentos de pesquisa foram compilados em planilha eletrônica do Lime survey. Gráficos
foram gerados e, então, deu-se prosseguimento à análise quantitativa e qualitativa dos dados
(DÖRNYEI, 2007) com interpretação do conteúdo (ERICKSON, 1999). Os resultados foram
discutidos com base na literatura relacionada à educação propedêutica em ambientes escolares
mediados por tecnologias. Resultados indicam que: mais de 50% dos docentes faz uso de
alguma nova tecnologia e acreditam que as NTDICs motivam mais os estudantes e
contribuem para o processo de ensino-aprendizagem de suas UCs, se usadas com moderação.
Alguns respondentes (a minoria) alegaram que, devido a certas peculiaridades de suas UCs, o
ensino tradicional sem o uso de NTDICs ainda é mais apropriado. A pesquisa ainda revelou
que o uso feito das novas tecnologias é ainda muito restrito devido à falta de fluência da
competência digital dos docentes por consequente falta de capacitação profissional e
formação continuada. Esta pesquisa torna-se relevante à medida que sabemos que os IFs
receberam novas tecnologias, como computadores interativos, lousas digitais e tablets,
incentivando os docentes a aprenderem a manuseá-las, mas a falta de capacitação técnica e de
formação continuada impede um uso mais pedagógico e transformador da máquina.
Palavras-chave: Novas Tecnologias. Formação docente. Ensino propedêutico.
1 PhD em Letras pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professora do Instituto Federal de Educação de
Santa Catarina (IFSC/Gaspar). E-mail: [email protected].
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Introdução
No momento em que vivemos em que a geração que frequenta a escola é aquela que já
nasce inserida no mundo tecnológico digital dos games e smartphones, é mais do que
evidente o desinteresse e a insatisfação dos alunos em relação a aulas ditas "tradicionais", ou
seja, aulas expositivas nas quais os recursos são limitados ao quadro/lousa e o giz. Está
havendo também mudanças nas formas de comunicação. A geração de hoje em dia comunica-
se por meios que só os recursos digitais podem oferecer. A tecnologia digital exerce, neste
sentido, função primordial que é a de intermediar e facilitar a aproximação do aluno com as
disciplinas (SIMÃO et al, 2013, p. 2). Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs), lousas
digitais, tablets, computadores portáteis, smartphones, projetores multimídia, são exemplos de
ferramentas que fazem parte do que chamamos de Novas Tecnologias Digitais de Informação
e Comunicação (NTDICs) e, quando utilizadas em sala de aula, mediando o processo de
ensino-aprendizagem, bem como a interação professor-aluno, causam efeitos positivos e
podem ser utilizadas como um caminho para o aprendizado efetivo e de qualidade. Dito isso,
a proposta central deste trabalho é propor uma reflexão e investigação acerca da visão e da
prática dos docentes da educação geral dos cursos técnicos integrados de um Instituto Federal
(IF), sobre o uso das NTDICs como ferramentas didáticas em salas de aula.
Referencial teórico
Há uma tendência, ao escutarmos sobre as NTDICs de sermos levados a pensar nas
“velhas” maneiras de abordar a educação e a comunicação (MAGALHÃES; MILL, 2013, p.
321). Sendo métodos de ensino muito contrastados, é de suma importância discutir sobre a
adoção das NTDICs e seus impactos, positivos ou negativos, em sala de aula. Há ainda muita
discussão sobre o uso das NTDICs em sala de aula. Alguns defendem que as NTDICs agem,
principalmente, como distração e desviam do foco dos alunos das atividades escolares. Já
outros defendem que, se usados com criticidade e moderação, tornam-se ferramentas muito
úteis e produtivas para o processo de ensino-aprendizagem.
Independentemente do ponto de vista, faz-se necessário analisar o papel do Estado
diante da educação no nosso país, garantindo que cada aprendiz tenha uma formação básica
de qualidade; que todos tenham acesso livre e sem custos a centros de orientação,
documentação e autoformação, a locais de mídias digitais e acesso à internet com mediação
humana para o devido acesso ao conhecimento, entre outros aspectos (LÉVY, 2010).
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Devemos levar em conta que, como já citado antes, com os avanços tecnológicos, as
pessoas, hoje, podem acessar a internet, remotamente, possibilitando o uso de redes sociais,
sites, aplicativos, a qualquer hora, em qualquer lugar, e é por este motivo pelo qual alguns
professores acabam banindo as tecnologias digitais de suas salas de aula ou se tornam
totalmente dependentes delas. Tais pensamentos corroboram com a concepção de Magalhães
e Mill (2013, p. 325). Assim, essas tecnologias ou são rebaixadas, erroneamente, e entendidas
como um mal, uma abstração que causará danos ou são colocadas em pedestais e consideradas
como solução para certos problemas. Por esse motivo, ressaltamos a importância de se utilizar
os recursos digitais modernos com criticidade, meticulosidade, e moderação, de maneira que
mantenha a atenção dos estudantes e que estes se sintam confortáveis a interagir com esse
novo tipo de abordagem educacional, mesmo os docentes sabendo que seus estudantes
dominam mais as tecnologias modernas do que eles mesmos (PRENSKY, 2008).
Alguns educadores veem as NTDICs como inimigas do ensino por, muitas vezes,
tomarem muito tempo e atenção dos alunos, afetando o desempenho deles nas atividades
escolares. Todavia, os sistemas educacionais e de formação, “precisam olhar com mais
carinho para as tecnologias intelectuais, pois elas impulsionarão cada vez mais o
desenvolvimento sustentável da economia, as transformações políticas e os saberes da
sociedade.” (BARROQUEIRO; AMARAL (2011, p. 129). O que precisa ser esclarecido é
que, ao invés de criarem problemas, as NTDICs podem e devem se tornar aliadas da
educação, e não limitadas só a ela, mas elas também devem auxiliar no desenvolvimento do
pensamento crítico e lógico para que os alunos, no futuro, não se tornem cidadãos alienados,
por receberem apenas a “aprendizagem mecânica” (BARROQUEIRO; AMARAL, 2011, p.
130), ou seja, decorada, quando a aprendizagem não se relaciona de forma lógica com a
aprendizagem que o estudante já possua. Isso implica no armazenamento da aprendizagem de
forma inflexível, o que não garante a conservação dela. Este tipo de aprendizagem é muito
comum quando são empregados métodos mais tradicionais e conservadores de ensino
(BARROQUEIRO; AMARAL, 2011).
A tecnologia, também, tem grande papel na comunicação (BARRETO, 2010, p. 84),
sendo esta direta ou indireta. A função das tecnologias como intermediadoras dos processos
de comunicação é de muita produtividade e praticidade, principalmente nos contextos
esolares. Através, principalmente, da internet, novas formas de comunicação e informação
foram criadas nos últimos anos, sendo formada uma verdadeira rede mundial de comunicação
e informação. Criações como e-mails (correios eletrônicos), fóruns virtuais de discussão,
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comunidades virtuais, redes sociais, softwares de comunicação, entre outras, revolucionaram
as relações humanas e, acima de tudo, a educação. Ao inserir NTDICs no processo educativo,
professores disponibilizam um ambiente rico em possibilidades de comunicação com seus
alunos, dentro e fora da sala de aula. O docente propicia, então, ambientes virtuais onde se
pode aprender e compartilhar conhecimentos. Assim, a conectividade com o professor e a
eficiência e praticidade do aprendizado se tornam verdadeiros aliados dos usuários das
NTDICs. No que diz respeito aos AVAs, mais especificamente, segundo Ramos (2011), estes
oferecem vários recursos comunicativos e ferramentas de compartilhamento de informações
de forma síncrona ou assíncrona, como espaço para chats e fóruns, num mesmo lugar,
proporcionando diversas possibilidades de intervenções pedagógicas e de incremento de
práticas pedagógicas que podem beneficiar os processos de ensino-aprendizagem em diversas
áreas, das humanas às exatas.
No fim de 2013, os professores da Rede Federal de Ensino do Brasil receberam
equipamentos digitais para a sua utilização pessoal e em sala de aula, com o objetivo de
melhorar o desempenho e a interação entre docentes e discentes no ambiente escolar. Foram
disponibilizados às instituições de ensino, o CISILD (Computador Interativo com Solução
Integrada de Lousa Digital)2 e Tablets da marca Positivo Ypy cedidos pelo Ministério da
Educação e Cultura. Já há algum tempo, o Governo Federal vem investindo na integração da
tecnologia digital na educação por meio de projetos como o ProInfo3, por exemplo.
Contudo, deve-se analisar de forma consciente e crítica, não só a iniciativa e a
implantação ou infusão de novas tecnologias, mas também a prática cotidiana delas,
realmente integradas à educação com vistas a uma educação transformadora (GIBSON,
2001). Por esse motivo, somente o investimento no equipamento, mas não na capacitação de
profissionais para utilizar as NTDICs não é sinônimo de melhoria ou mudança (GIBSON,
2001). Quanto à formação inicial do futuro professor, esta precisa levar o docente a explorar e
refletir sobre a tecnologia de forma que ele tenha condições de, por si mesmo, buscar novos
caminhos e possibilidades para inseri-la e utilizá-la em suas aulas sabendo quando, como e
por que utilizá-la (CARNEIRO; PASSOS, 2010, p. 781). Assim, para que ocorra,
positivamente, a inclusão digital e a formação docente desejada, é preciso se afastar de
discussões polarizadas e populares e entender a tecnologia com suas vantagens e
desvantagens, considerando vários aspectos que se relacionam e que podem ser
2 O CISILD é interligado aos laboratórios ProInfo e contém teclado, mouse, portas USB, porta para rede
wireless e rede PLC, unidade leitora de DVD e um projetor multimídia.
3 ProInfo: Programa Nacional de Tecnologia Educacional: http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=462
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potencialmente significativos. Assim, Prensky (2008) defende o uso das tecnologias digitais e
interativas voltado para uma aprendizagem centrada no aluno, em que estes ensinam a si
mesmos, com a orientação do professor.
As NTDICs podem causar um impacto imensurável na educação quando utilizadas
como ferramentas que promovem a comunicação e aprimoram o processo de ensino-
aprendizagem de forma eficaz, assim, requer-se um constante movimento de reflexões,
questionamentos e discussões (RAMOS, 2011, p. 44). Tanto na informação quanto na
comunicação, o docente tem o papel de instrumentalizar pedagogicamente esses recursos para
que os alunos não as usem apenas como um objeto a mais para o auxílio durante o transcorrer
do caminho para o conhecimento.
Metodologia
A pesquisa aqui apresentada visa mapear o real uso das NTDICs pelos professores da
educação geral dos cursos técnicos integrados de um IF. Deste modo, esta pesquisa tem como
objetivos específicos o de analisar como os professores usam as NTDICs no ambiente escolar
e investigar as percepções deles com relação à aplicação destas tecnologias no processo
educativo de suas Unidades Curriculares (UCs).
Na primeira fase da pesquisa foi feita uma revisão sistemática da literatura sobre
processos educativos mediados pelas NTDICs produzida no Brasil entre 2010 e 2014. Esta
revisão objetivou (1) averiguar o estado da arte no Brasil no que se refere à aplicação das
NTDICs no processo de ensino-aprendizagem de conteúdos propedêuticos na educação básica
e (2) auxiliar na elaboração dos instrumentos de coleta de dados. Depois que os textos foram
selecionados, lidos e analisados, foi elaborado um questionário eletrônico e uma entrevista
semiestruturada para serem aplicados com os professores que ministram UCs na grade de
formação geral (ou ensino propedêutico) dos cursos técnicos integrados do IF. Depois de
aplicados os questionários eletrônicos, entrevistas orais foram feitas com determinados
docentes que concordaram em ser entrevistados presencialmente ou virtualmente. As
entrevistas tinham praticamente as mesmas perguntas do questionário, mas serviram para dar
mais credibilidade àquilo que foi declarado pelos docentes-participantes ao longo do
questionário.
Em seguida, os dados provenientes do questionário eletrônico e das entrevistas foram
compilados e gráficos foram gerados automaticamente pelo programa Lime Survey. Então,
deu-se prosseguimento à análise quantitativa e qualitativa dos dados (DÖRNYEI, 2007) com
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interpretação do conteúdo (ERICKSON, 1999). Tendo-se finalizado as fases da pesquisa que
envolve principalmente a coleta e análise de dados, uma última fase foi inicializada com o
propósito de se unir os principais resultados das primeiras fases, para uma discussão
fundamentada na literatura relacionada à educação propedêutica em ambientes escolares
mediados por tecnologias.
Resultados e discussão
Nesta seção, os dados coletados através do questionário online e das entrevistas orais
semiestruturadas aplicados com os professores de UCs propedêuticas de cursos técnicos
integrados do IF serão descritos, analisados e discutidos. Quarenta e um docentes de
diferentes câmpus de um IF do sul do Brasil responderam ao questionário online e 15 deles
foram entrevistados. Dos 41 docentes entrevistados, 51,23% são professores de línguas, 66%
são mulheres, 49,90% são mestres e 34.15% são Doutores. Ao longo desta seção, utilizaremos
letras para identificar os participantes: “A” e “Q”. “A” quando e excerto tiver sido tirado de
uma entrevista e “Q” quando tiver sido retirado do questionário.
Depois de se construir o perfil dos respondentes através do questionário online, foi
solicitado aos professores a partir do questionário online, que assinalassem os principais
recursos utilizados em suas aulas com maior frequência.
Foi constatado que a maioria dos professores (70,73%) utiliza o Data Show/projetor
multimídia nas suas aulas. Então, esta é a principal ferramenta utilizada em sala de aula,
seguida do quadro branco que é usado por 39,02% dos docentes, segundo dados do
questionário online (Tabela 1).
Tabela 1 – Recursos mais utilizados pelos professores.
Recurso utilizado Porcentagem
Data Show 70.73%
Quadro Branco 39.02%
CISILD 12.20%
Notebook/Netbook/Ultrabook 26.83%
Textos impressos (livros, revistas, periódicos) 31.71% Fonte: Elaboração própria.
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A seguir, quando perguntados se os docentes acreditam que o uso das TICs4 em sala
de aula causa um impacto positivo no processo de ensino-aprendizagem da sua UC, a maioria
dos professores (85%) declarou que sim, que elas causam impacto positivo (Figura 1) quando
bem utilizadas, por sua importância em questões como praticidade, dinamismo e
interatividade.
Figura 1 – “Você acredita que o uso das TICs em sala de aula causa impacto positivo no processo de ensino-
aprendizagem da sua UC?”.
Fonte: Elaboração própria.
Os excertos a seguir ilustram o fato das TICs causarem um impacto positivo no
processo de ensino-aprendizagem, de acordo com determinados docentes (Excerto 05, 06, 07
e 08). Porém, as novas tecnologias nem sempre são úteis, pois isto depende da UC ou do
conteúdo ministrado (Excerto 07):
Excerto 05 - Participante Q2
Sim. As TICs permitem ampliar os recursos didáticos-pedagógicos, pois facilitam a
aprendizagem por diversificar o acesso as informações e ao conhecimento. Com as
TICs contamos com novos recursos audio-visuais, interatividade diferenciada,
quebra de rotinas, ampliação na capacidade de armazenamento dos conteúdos,
praticidade, acompanhamento dinâmico e crítico sobre o mundo tecnológico e as
influências das redes sociais na aprendizagem. Contudo, temos exemplos práticos,
tais como, um slide que sai da internet e vai para a sala de aula, um artigo
socializado com os estudantes, a busca de informações e de conhecimento em tempo
real.
Excerto 06 - Participante Q8
Sim. Embora eu não saiba claramente o que são as TICs, acredito que todo recurso
tecnológico contribui muito e, dentro do (poucos) conhecimentos que tenho procuro
incentivar que os estudantes usem os computadores do câmpus em algumas aulas e
usem seus smartphones para pesquisa em todas as aulas.
Excerto 07 - Participante Q10
Não. Existem peculiaridades em cada Unidade Curricular, em filosofia,
especialmente, entendo que a leitura de textos ainda é o melhor caminho.
4 Tanto na entrevista como no questionário utilizou-se o termo TICs com os participantes, visto que é um termo
mais conhecido e popular do que NTDICs. Deste modo, doravante, os dois termos serão usados
intercambiavelmente neste artigo.
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Excerto 08 - Participante Q40
Sim. Quando bem utilizados possibilitam que o estudante receba informações com
imagem, som e escrita, atendendo as diversas aptidões de apreensão dos estudantes.
Quando questionados se o uso de tecnologias em sala atrapalha as suas aulas, a
maioria (78%) dos professores relatou que discordam total ou parcialmente da afirmação
(Figura 2). Podemos concluir diante dos relatos que as NTDICs não causam impacto negativo
nas salas de aula, e, assim, ao falarmos de novas formas de utilização das tecnologias,
devemos considerar a capacidade e a possibilidade desta tecnologia de atrair a atenção do
estudante e aproximá-lo dos conteúdos tratados.
Figura 2 – “O uso de tecnologias atrapalha as minhas aulas:”
Fonte: Elaboração própria.
Em seguida, ao serem questionados se utilizam algum tipo de aplicativo, programa ou
site educacional, 54% dos professores relataram que utilizam (Figura 3).
Figura 3 – “Você usa algum tipo de aplicativo, programa ou site educacional em sala de aula?”.
Fonte: Elaboração própria.
Além disso, alguns docentes ressaltam a importância do uso de recursos tecnológicos,
como aplicativos, programas ou sites educacionais (excertos 9, 10, 11), já que os alunos estão
totalmente inseridos no contexto digital hoje em dia e a integração de novas tecnologias nos
processos educacionais atende operacionalmente a viabilização de melhor comunicação e de
um processo de ensino-aprendizagem mais efetivo (MAGALHÃES; MILL, 2013, p. 331).
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Excerto 9 - Participante Q8
Sim. Moodle - mas só a pedido dos estudantes, nas turmas que solicitam. Em geral o
material é enviado por e-mail quando necessário. Sempre incentivo meus alunos a
usarem vários tipos de tecnologia online, eles buscam significados de termos,
confirmação de dados sobre os quais emergem dúvidas, músicas que dialoguem com
a aula, etc.
Excerto 10 - Participante Q12
Sim. Uso dicionários on-line, youtube e o moodle muito frequentemente. Além disso,
aproxima professores e alunos, já que os jovens atuais estão sempre ligados em
recursos tecnológicos e seu uso desperta interesse e motivação em sala de aula.
Excerto 11 - Participante Q16
Sim. Já fiz. Trabalhei com Paltalk e o Duolingo. Elas facilitam a veiculação dos
conteúdos, com mais dinamização e interatividade.
Segundo Ramos (2011), os recursos tecnológicos quando conectados à internet dão
espaço para a aprendizagem colaborativa que promove, como consequência, a interação entre
os jovens estudantes. Ela ainda salienta que os recursos tecnológicos podem mediar os
projetos feitos em grupos ou em colaboração com outros, de modo que os estudantes
compartilhem objetivos semelhantes, tomem decisões em conjunto, criem hipóteses, resolvam
problemas, debatam diferentes temas, partilhem experiências e aprendam interagindo com
outros estudantes.
Com relação ao CISILD, foi perguntado se os docentes o utilizam. Dos 37
respondentes desta pergunta, 49% deles alegaram não utilizar o aparelho (Figura 4) e 22,85%
declarou que utiliza o CISILD apenas como projetor multimídia, dispensando o data show
que por vezes já está instalado na sala de aula, e outras funções disponíveis no aparelho como
a lousa digital.
Figura 4 – “Você utiliza o Computador Interativo com Solução Integrada da Lousa Digital (CISILD)?”.
Fonte: Elaboração própria.
Destaca-se também que os professores alegaram que o CISILD é um equipamento
prático, apesar de ser um pouco grande; é muito útil já que tem acesso à internet; serve como
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projetor multimídia e não é necessário utilizar caixas de som, pois estas já vêm integradas ao
aparelho (excertos 12, 13) e são de ótima qualidade:
Excerto 12 - Participante Q8
É um recurso completo, dispensa ter que carregar e montar uma série de outros
recursos (computador + caixa de som + projetor etc). Porém não uso ainda todo o
potencial porque não tenho domínio das possibilidades didáticas que a lousa
oferece.
Excerto 13 - Participante Q12
Sim. Apesar de mais pesado e volumoso, a lousa integra vários recursos, como
projetor, reprodutor de som e computador. A opção de lousa mesmo eu nunca
utilizei nas minhas atribuições como docente do IFSC. Já tive experiências
anteriores com lousa eletrônica (usando a função lousa mesmo na ocasião) e achei
pouco prático pois a caneta descalibra fácil, há um certo delay entre a escrita e o
aparecimento da imagem etc), mas como não gostei muito, acabei descontinuando
seu uso...
Percebemos que o CISILD é utilizado somente como projetor ou para acessar a
internet. A opção de lousa digital que ele oferece, por exemplo, não é utilizada. Dois motivos
podem explicar esta subutilização do aparelho: desconhecimento de como funciona a lousa ou
falta de tempo para aprender mais sobre ela.
Todos os professores-participantes desta pesquisa declararam que as NTDICs podem
motivar os alunos e, se bem utilizadas, tornam as aulas mais dinâmicas. Quando questionados
se fazem o uso de outras tecnologias digitais em suas aulas, aproximadamente, 25% dos
professores que responderam a esta questão declararam que utilizam e destacaram que são
muito importantes para incentivar o dinamismo das aulas e a integração dos alunos. Por sua
vez, 12,5% declararam que não utilizam TICs e, como visto no Excerto 14 a seguir, um
professor entende que modernizar demais pode dificultar o processo de construção do
aprendizado.
Excerto 14 - Participante Q1
Não. Modernizar demais pode afastar os alunos do tempo necessário para
construção do conhecimento. O objetivo do professor é despertar a curiosidade e o
pensamento crítico nos alunos, para relacionar problemas do dia a dia com o
aprendizado das ciências.
Porém, alguns docentes alegaram que utilizam outros recursos tecnológicos digitais,
como os computadores de mesa da instituição (excerto 15): aplicativos (excerto 17) vídeos
relacionados às diferentes UCs (excerto 16, 19); redes sociais (excerto 20) para compartilhar
informações; o AVA da instituição que é o MOODLE e seus fóruns de discussão; além dos
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próprios smartphones e tablets (excerto 12, 16, 18) de seus alunos para buscas rápidas e
imediatas de informações:
Excerto 15 - Participante Q8
Incentivo os estudantes a acessarem informações em seus smartphones quando a
necessidade emerge da aula. Às vezes levo textos com vocabulário que desconhecem
para que propositalmente tenham que acessar a internet e pesquisarem. Não sei se
os computadores entram nessa categoria, mas também costumo levar as turmas
para o laboratório de informática para pesquisarem e montarem apresentações-
relâmpago sobre temas que estudaremos em seguida...
Excerto 16 - Participante Q12
Eu uso o computador, o projetor e vídeos na sala de videoconferência do meu
campus. Por vezes também solicito que os alunos façam uso de seus smartphones e
tablets para consultas durante as aulas...
Excerto 17 - Participante Q15
Aplicativos específicos para a minha área, aulas especiais preparadas em "power
point"..
Excerto 18 – Participante A1
Eu uso o computador interativo como projetor, para acessar a internet e para os
estudantes escreverem e produzirem textos coletivamente e individualmente os
estudantes usam os seus dispositivos (smartphones) como ferramenta de busca.
Excerto 19 – Participante A5
Costumo utilizar vídeos que foram preparados por diversas instituições, até de
forma “caseira” que estão disponíveis na internet e servem para ilustrar
conceitos de química.
Excerto 20 – Participante A8
Antes do mestrado eu utilizava slides, vídeos do youtube, agora eu uso redes
sociais, algumas turmas possuem grupos fechados no facebook e a gente
compartilha informações e as vezes insere atividades e eles postam coisas que
são do interesse deles, e tem uma ferramenta que a gente utiliza muito quando vai
fazer atividade em sala de aula que precisa de produção escrita que é o
Word Reference, um dicionário eletrônico...
A partir de entrevistas orais, individuais e semiestruturadas, inicialmente, os
professores foram questionados se tinham conhecimento do que são as NTDICs e se elas
ajudam no processo de ensino-aprendizagem de sua UC. Grande parte dos professores
declarou saber o que são as NTDICs/TICs e achar que elas podem contribuir para o
aprendizado, apesar do fato de que é necessário haver capacitação e reflexão para o uso
adequado delas, como observado nos excertos 21 e 22:
Excerto 21 – Participante A8
Acredito que sim, eu uso frequentemente elas, mas acredito que ainda existe
uma carência na qualificação dos professores no uso dessas tecnologias,
precisam saber o alcance que essas ferramentas oferecem para o ensino em sala
de aula.
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Excerto 22 - Participante A10
Sim. Entendo que as tics vem em sentido de aprimorar e somar as metodologias em
sala de aula. Acredito que é preciso ter uma reflexão acerca do uso delas.
De qualquer modo, eu acredito que elas colaboram sim para o aprendizado
dos estudantes.
Um participante ressaltou que a sua UC tem restrições para o uso delas (Excerto 23):
Excerto 23 – Participante A9
Devido o fato de eu utilizá-lo pouco acredito que contribui, porém na minha
área, como professor de Matemática, ainda tenho uma certa restrição quanto ao
uso delas.
Este ponto também foi levantado pelo docente de filosofia que declarou no
questionário: “Existem peculiaridades em cada Unidade Curricular, em filosofia,
especialmente, entendo que a leitura de textos ainda é o melhor caminho (Excerto 07 -
Participante Q10). Portanto, entende-se que as novas tecnologias podem ser muito úteis em
determinadas UCs e não muito úteis ou adequadas para outras UCs.
Apesar de muitos professores relatarem que as NTDICs podem motivar os alunos e
tornar as aulas mais dinâmicas (p. ex.: Excerto 33), alguns também declararam que elas
podem tornar as aulas cansativas ou maçantes (p. ex.: Excerto 32 e 35) devido ao uso
exagerado (Excerto 34) das mesmas tecnologias como o data show e o Power point.
Excerto 32 – Participante A5
Dependendo da forma em que estes recursos são utilizados, é possível. Já ouvi
relato de alunos que afirmam que o uso dessas ferramentas como os slides
tornam as aulas cansativas. Assim como é cansativo assistir o professor
utilizando apenas o quadro, é claro que pode causar certa monotonia.
Excerto 33 – Participante A7
Acredito que sim, os alunos estão acostumados com formas mais dinâmicas de
comunicação e a utilização das TICs se torna uma forma de aproximação, faz
com que eles se sintam mais estimulados e se identifiquem mais com a disciplina e
com o professor.
Excerto 34 – Participante A7
Acho que todo exagero é nocivo, então, até foi um aspecto que eu notei no relato
dos alunos durante os conselhos de classe, de que os professores estavam
utilizando muito a lousa ou o notebook e que eles sentiam falta do quadro,
então, acredito que a gente tem que dosar um pouco para não tornar o aluno em
apenas telespectador mas sim como agente nesse processo de ensino
aprendizagem.
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Excerto 35 - Participante A14
Depende da maneira que o professor vai utilizar a ferramenta. O professor apaga
a luz e produz aquela aula maçante, toda voltada para o PowerPoint. Outro
ponto é ficar refém das plataformas como o Moodle ou o Ava. O aluno faz a
atividade no Moodle, que é a mesma que ele poderia estar fazendo no livro. Não dá
para toda aula o aluno abrir o documento, fazer exercício, e ficar dialogando com
máquina, isso ele pode fazer em casa. A aula não acontece só desta forma.
Interessantemente, o participante A7 faz uma observação importante quando
entrevistado (Excerto 34). Quando ele relata que “a gente tem que dosar um pouco para não
tornar o aluno em apenas telespectador mas sim como agente nesse processo de ensino
aprendizagem”, ele revela a sua preocupação com o estudante tornar-se um agente passivo ao
invés de alguém que reage ao conhecimento que lhe é transmitido, não somente através do
uso exagerado de tecnologias modernas, mas também da prática oral de aulas tradicionais
com apoio do quadro branco ou de giz. Ou seja, um ensino híbrido que combine as
tecnologias modernas com as antigas.
Depois de explicar sobre os recursos do CISILD, foi perguntado aos professores-
respondentes se eles o conheciam e o manuseavam corretamente e se achavam necessária a
oferta de uma oficina para aprender a utilizar os recursos oferecidos pelo equipamento e se
eles o utilizavam como ferramenta de mediação da sua UC ou apenas como projetor de slides.
A análise das respostas dos professores revelou que eles têm dificuldades em utilizar o
aparelho como um todo (p. ex. excerto 37, 38) e que não é possível utilizar o CISILD como
lousa digital, pois o calibrador não é fixado no quadro branco disponível nas salas de aula (p.
ex. excerto 36), impossibilitando o uso como lousa. Portanto, faz-se necessário o
aperfeiçoamento do equipamento principalmente em relação aos detalhes, pois o uso do
quadro branco com o marcador é mais útil e ágil. Diante disso, percebemos que é necessária a
oferta de uma capacitação dos professores para o aperfeiçoamento do equipamento para o uso
com sucesso. Os excertos da entrevista se encontram a seguir:
Excerto 36 – Participante A1
Hoje, não se consegue usar como lousa, pois o calibrador não é fixado no quadro,
impossibilitando o uso. A utilização da lousa, pode ser uma importante forma
de linguagem, levando em consideração que todos os estudantes já estão
familiarizados com as telas touch scream que são mais interativas.
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Excerto 37 – Participante A6
Sim, já utilizei como mediação, parte da aula utilizei a lousa digital, claro
que tem muitas funções dessa ferramenta que carecem de maior domínio para
que seja melhor utilizada, sendo a utilização do quadro mais prático e ágil,
insubstituível. Com certeza, essa é uma questão muito importante. É um
recurso que vai nos auxiliar e também poderemos colocar as limitações que
essa ferramenta apresenta. O pouco tempo que eu trabalhei com a lousa digital,
percebi que a utilização do quadro com o marcador é muito mais útil, então o
equipamento precisa ser mais aperfeiçoado principalmente em relação aos
detalhes.
Excerto 38 – Participante A7
Sim. Sei que foram disponibilizados cursos e tutoriais para aprender a utilizar
a lousa, porém eu não pude participar desse curso, mas numa outra ocasião fiz um
curso de capacitação, e particularmente não gostei por conta de vários
problemas de sincronismo, calibragem, então me senti um pouco desencorajada
com a experiência, pode ser que seja só uma questão de costume, mas por
enquanto eu uso a lousa apenas como projetor e computador mesmo.
Considerando os prós e contras levantados pelos docentes deste estudo no que se
refere ao uso das NTDICs durante as aulas, é importante parar para refletir, de acordo com
Ramos (2011), sobre as práticas pedagógicas que vêm sendo adotadas pelos professores em
geral, assim como problematizá-las e discuti-las para que sejam elaborados projetos
pedagógicos sistematizados dentro do planejamento educacional das escolas, de modo que
venham a orientar as práticas pedagógicas.
Considerações finais
A partir da análise dos depoimentos dos professores, pode-se deduzir que as NTDICs
podem trazer benefícios em sala de aula, já que conseguem motivar os alunos, criando aulas
mais dinâmicas em ambientes onde nossos alunos jovens de hoje em dia estão inseridos desde
cedo. Porém, a utilização das NTDICs deve ser feita de forma inovadora, moderada, crítica e
pedagogicamente orientada, desconstruindo padrões antigos e construindo novos padrões
dentro do novo paradigma digital de ensino na qual nossa sociedade está inserida. De acordo
com Ramos (2011, p 52), não devemos apenas substituir um suporte por outro e nem achar
que o simples uso da tecnologia nova é sinal de mudanças significativas nos processos de
ensino-aprendizagem, ou seja, não se pode ter uma visão romântica e a crença de que a
simples inclusão do uso das tecnologias nos processos educativos é suficiente para alterar as
práticas pedagógicas.
Apesar de algumas instituições de ensino, como muitos IFs no Brasil, possuírem
computadores para uso de alunos e professores, há uma tendência maior hoje em dia ao uso
de tecnologias móveis pequenas como os smartphones que são mais usados pelos alunos
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atualmente, do que computadores de mesa. Novos projetos de inclusão digital devem pensar
nas necessidades atuais dos docentes e dos estudantes que se sentem mais à vontade em
pesquisarem e acessarem seus próprios celulares do que grandes computadores instalados em
laboratórios de informática. Quem sabe a inclusão digital não possa ser promovida com a
distribuição de tecnologias móveis como tablets mais modernos e rápidos e/ou smartphones
ou ainda phablets5: que agregam as duas tecnologias.
Outro fator importante a ser ressaltado, deve-se ao fato de determinadas tecnologias
serem impostas nas escolas, sem perguntar para o corpo docente se eles querem mesmo
utilizá-las.
Quanto à formação inicial e continuada do docente, este termina uma graduação em
que muitas vezes não obteve um curso sobre tecnologias digitais educacionais e vai trabalhar
num ambiente escolar que possui estas tecnologias, mas não sabe utilizá-las em seu potencial,
porque também não recebe uma formação continuada. Se o docente ficar isolado e sem uma
reflexão crítica e continuada no exercício de sua profissão, dificilmente conseguirá incluir as
NTDICs de forma educacionalmente inovadora e transformadora, como apoio a abordagens
educacionais construtivistas.
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