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Rio de Janeiro, de 22 a 28 de novembro de 2019 - Nº 23.447 Frank, o irmão cantor de Stallone, faz sucesso em documentário Página 2 Casamento impecável: missa no São Bento e festa no Copacabana Maurício Baia celebra 25 anos de carreira em show no Circo Voador LILIANA RODRIGUEZ - Página 5 Página 5 As múltiplas frentes de JUDE LAW Um dos coadjuvantes de ‘Um dia de chuva em Nova York’, de Woody Allen, o galã inglês leva polêmica à TV, em ‘The New Pope’, e pode vir ao Brasil filmar ‘Animais Fantásticos’ Por Rodrigo Fonseca Especial para o Correio da Manhã Ao ter assumido a varinha do mago Al- bus Dumbledore, o mestre de Harry Potter, na franquia “Animais fantásticos”, David Jude Heyworth Law pode estar com o Rio de Janeiro assegurado em sua rota de viagens, uma vez que o terceiro filme da saga criada por J.K. Rowling almeja ter o Brasil como um canteiro de feitiça- ria. Falou-se até numa possível escalação de Fer- nanda Montenegro para o longa, estimulado pelos fãs do reino mágico onde Law, hoje com 46 anos, é um jovem herói e futuro professor das artes mágicas. A maior proximidade atual do galã inglês – que filmou “360”, de 2011, com o paulista Fernando Meirelles – com o Brasil vai se dar nas telas: ele integra o elenco de “Um dia de chuva em Nova York”, a nova comédia romântica de Woody Allen, em cartaz por aqui. - Venho de um país que produziu atores como sir John Gielgud, que estava atuando, em pleno vapor, aos 80 anos. Por isso, a ideia de me manter trabalhando, fazendo trabalhos va- riados, é algo essencial à maneira como encaro o ofício de atuar. Preciso estar em cena. É bom - disse Law ao CORREIO DA MANHÃ no Festival de Veneza, em setembro, onde partici- pou da coletiva de imprensa da série “e New Pope”, da HBO. PROJETOS ALTERNADOS Como gosta de muitas frentes da batalha que é ganhar a vida como ator, ele alterna proje- tos como “Um dia de chuva em Nova York”, de Allen, com a nova temporada do seriado criado por Paolo Sorrentino em 2016, sobre o Sumo Pontífice do Vaticano. No filme do diretor de “Manhattan” (1979), ele vive o ciumento rotei- rista Ted, ligado a um projeto longa-metragem cercado de expectativas. Cheio de problemas com sua mulher (Rebecca Hall), Ted acaba cruzando o caminho da aspirante a jornalista Ashleigh, vivida por Elle Fanning nesta produ- ção que o Amazon Studios desistiu de lançar nos EUA. A desistência se deve aos ataques a Al- len por conta da suspeita (alimentada pelas re- des sociais) de que possa ter molestado sua filha adotiva com Mia Farrow. Apesar da polêmica, o trabalho mais recente do cronista cinematográ- fico do amor não correspondido alcança espaço em tela em solo brasileiro, apoiado no carisma de astros como Law. - Nosso desafio maior era dar verossimi- lhança à angústia de um artista - disse o ator em Berlim, em 2016, quando o projeto de “Um dia de chuva em Nova York” começou a ser gestado, em meio a uma agenda cheia, que incluiu uma participação no universo das HQs, em “Capi- tão Marvel”, ao lado de Brie Larson. Indicado ao Oscar duas vezes, como coad- juvante por “O talentoso Ripley”, há 20 anos, e como melhor ator, em 2004, por “Cold Mou- ntain”, Law tem pela frente o que pode ser o papel de sua vida: viver um arquiteto obcecado em construir a cidade perfeita em “Megalópo- lis”, que o poderoso chefão autoral Francis Ford Coppola quer filmar em 2020. Como esse lon- ga é um sonho antigo do diretor de “Apocalypse Now” (1979), astros como Paul Newman e Ke- vin Spacey já foram associados a ele. Mas Jude é a escolha da vez. Fotos Divulgação Em ‘Animais fantásticos’, trama que antecede a saga de Harry Potter, Jude Law encarna Albus Dombledore, o futuro diretor da escola mágica criada por J. K. Rowling À esquerda, com o polêmico Woody Allen, no set de filmagem de ‘Um dia de chuva em Nova York’, no qual contracena e faz par romântico com a jovem Ellen Flenning Em ‘The New Pope’, Law vive um papa jovem, que desafia tradições do catolicismo Mesmo sendo um britânico clássico, Jude Law tem a consciência de que preci- sa passar ao largo dos regionalismos para exercer sua função. - A questão de construir novos papéis é sempre saber dosar meu sotaque londrino e usar minha coloquialidade na hora cer- ta - diz Law, que estrou na TV, em 1988, e chamou a atenção do cinema em 1997, ao lado de Stephen Fry em “Wilde - O pri- meiro homem moderno”. Em paralelo às filmagens com Coppo- la, previstas para o ano que vem, Law estará na TV como o sacerdote cheio de pecados capitais Lenny Belardo em “e New Pope”, que Paolo Sorrentino (ganhador do Oscar por “A grande beleza”) lança em ja- neiro na HBO. Uma prévia dos episódios foi projetada no Festival de Veneza, mos- trando a relação de Belardo com o con- troverso John Brannox, poço de mistérios vivido por John Malkovich. Cenas em que o papa pega sol na praia, só de sunga, causa- ram rebuliço entra as fãs de Jude: - Fico lisonjeado de despertar o inte- resse, mas a questão toda tem a ver com não querer se aposentar nunca. Ainda te- nho energia a oferecer à arte - avisa. Equilíbrio entre formalismo britânico e coloquialidade

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Rio de Janeiro, de 22 a 28 de novembro de 2019 - Nº 23.447

Frank, o irmão cantor de Stallone, faz sucesso

em documentário

Página 2

Casamento impecável: missa no São Bento e festa no Copacabana

Maurício Baia celebra 25 anos de carreira em

show no Circo Voador

LILIANA RODRIGUEZ - Página 5 Página 5

As múltiplas frentes de JUDE LAW

Um dos coadjuvantes de ‘Um dia de chuva em Nova York’, de Woody Allen, o galã inglês leva polêmica à TV, em ‘The New Pope’, e pode vir ao Brasil filmar ‘Animais Fantásticos’Por Rodrigo Fonseca

Especial para o Correio da Manhã

Ao ter assumido a varinha do mago Al-bus Dumbledore, o mestre de Harry Potter, na franquia “Animais fantásticos”, David Jude Heyworth Law pode estar com o Rio de Janeiro assegurado em sua rota de viagens, uma vez que o terceiro filme da saga criada por J.K. Rowling almeja ter o Brasil como um canteiro de feitiça-ria. Falou-se até numa possível escalação de Fer-nanda Montenegro para o longa, estimulado pelos fãs do reino mágico onde Law, hoje com 46 anos, é um jovem herói e futuro professor das artes mágicas. A maior proximidade atual do galã inglês – que filmou “360”, de 2011, com o paulista Fernando Meirelles – com o Brasil vai se dar nas telas: ele integra o elenco de “Um dia de chuva em Nova York”, a nova comédia romântica de Woody Allen, em cartaz por aqui.

- Venho de um país que produziu atores como sir John Gielgud, que estava atuando, em pleno vapor, aos 80 anos. Por isso, a ideia de me manter trabalhando, fazendo trabalhos va-riados, é algo essencial à maneira como encaro o ofício de atuar. Preciso estar em cena. É bom - disse Law ao CORREIO DA MANHÃ no Festival de Veneza, em setembro, onde partici-pou da coletiva de imprensa da série “The New Pope”, da HBO.

PROJETOS ALTERNADOSComo gosta de muitas frentes da batalha

que é ganhar a vida como ator, ele alterna proje-tos como “Um dia de chuva em Nova York”, de Allen, com a nova temporada do seriado criado por Paolo Sorrentino em 2016, sobre o Sumo Pontífice do Vaticano. No filme do diretor de “Manhattan” (1979), ele vive o ciumento rotei-rista Ted, ligado a um projeto longa-metragem cercado de expectativas. Cheio de problemas com sua mulher (Rebecca Hall), Ted acaba cruzando o caminho da aspirante a jornalista Ashleigh, vivida por Elle Fanning nesta produ-ção que o Amazon Studios desistiu de lançar nos EUA. A desistência se deve aos ataques a Al-len por conta da suspeita (alimentada pelas re-des sociais) de que possa ter molestado sua filha adotiva com Mia Farrow. Apesar da polêmica, o trabalho mais recente do cronista cinematográ-fico do amor não correspondido alcança espaço em tela em solo brasileiro, apoiado no carisma de astros como Law.

- Nosso desafio maior era dar verossimi-lhança à angústia de um artista - disse o ator em Berlim, em 2016, quando o projeto de “Um dia de chuva em Nova York” começou a ser gestado, em meio a uma agenda cheia, que incluiu uma participação no universo das HQs, em “Capi-tão Marvel”, ao lado de Brie Larson.

Indicado ao Oscar duas vezes, como coad-juvante por “O talentoso Ripley”, há 20 anos, e como melhor ator, em 2004, por “Cold Mou-ntain”, Law tem pela frente o que pode ser o papel de sua vida: viver um arquiteto obcecado em construir a cidade perfeita em “Megalópo-lis”, que o poderoso chefão autoral Francis Ford Coppola quer filmar em 2020. Como esse lon-ga é um sonho antigo do diretor de “Apocalypse Now” (1979), astros como Paul Newman e Ke-vin Spacey já foram associados a ele. Mas Jude é a escolha da vez.

Fotos Divulgação

Em ‘Animais fantásticos’, trama que antecede a saga de Harry Potter, Jude Law encarna Albus Dombledore, o futuro diretor da escola mágica criada por J. K. Rowling

À esquerda, com o polêmico Woody Allen, no set de filmagem de ‘Um dia de chuva em Nova York’, no qual contracena e faz par romântico com a jovem Ellen Flenning

Em ‘The New Pope’, Law vive um papa jovem, que desafia tradições do catolicismo

Mesmo sendo um britânico clássico, Jude Law tem a consciência de que preci-sa passar ao largo dos regionalismos para exercer sua função.

- A questão de construir novos papéis é sempre saber dosar meu sotaque londrino e usar minha coloquialidade na hora cer-ta - diz Law, que estrou na TV, em 1988, e chamou a atenção do cinema em 1997, ao lado de Stephen Fry em “Wilde - O pri-meiro homem moderno”.

Em paralelo às filmagens com Coppo-la, previstas para o ano que vem, Law estará na TV como o sacerdote cheio de pecados

capitais Lenny Belardo em “The New Pope”, que Paolo Sorrentino (ganhador do Oscar por “A grande beleza”) lança em ja-neiro na HBO. Uma prévia dos episódios foi projetada no Festival de Veneza, mos-trando a relação de Belardo com o con-troverso John Brannox, poço de mistérios vivido por John Malkovich. Cenas em que o papa pega sol na praia, só de sunga, causa-ram rebuliço entra as fãs de Jude:

- Fico lisonjeado de despertar o inte-resse, mas a questão toda tem a ver com não querer se aposentar nunca. Ainda te-nho energia a oferecer à arte - avisa.

Equilíbrio entre formalismo britânico e coloquialidade

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2 De 22 a 28 de novembro de 20192.º CADERNO

O maior hit da carreira de Frank Stallone é a canção ‘Far From Over’, de 1983. O cantor ainda enche as casas de espetáculo onde se apresenta

Frank em dois momentos: na capa do álbum de estreia, nos anos 80 (ao lado), e com o irmão Sylvester (abaixo)

C I N E M A

Por Rodrigo Fonseca

Especial para o Correio

Escalado para uma partici-pação no thriller “Veteran’s day”, em paralelo a seu trabalho como dublador de desenhos animados nos EUA, onde cede o vozeirão de  crooner  aos desenhos dos Transformers, Frank Stallone chegou aos 69 anos escolado nos prazeres e nos dissabores que um sobrenome famoso pode ter. Apesar de uma carreira prolífica como músico, que teve pico nos anos 1980, o irmão mais moço de Seu Sylvester, o eterno Rocky Balboa, amargou muito precon-ceito por ter parentesco com um dos astros de maior populari-dade de Hollywood. Mas o re-conhecimento costuma chegar para quem trabalha duro, pelo menos no caso dele, que entra para o clube dos septuagená-rios em julho de 2020, o sucesso acabou de chegar... e bateu em sua parte em forma de um do-cumentário. Aliás, um doc que anda colecionando prêmios em solo americano.

Lançado em mostras estran-geiras em paralelo à estreia mun-dial de “Rambo: Até o fim”, com Sylvester aos 73 aninhos, o lon-ga-metragem “Stallone (Frank that is)” abocanhou o prêmio de Melhor Filme de Não Ficção

Caçula de Rambo em altaDocumentário sobre cantor e músico pop Frank Stallone acumula prêmios

Frank Sheeran (Robert De Niro) – conhecido como “O Irlandês” – é um ex-solda-do e veterano de guerra que anos depois faz a vida como caminhoneiro e assassino de aluguel da máfia. O mais novo longa do diretor Martin Scorsese promete ser uma das

grandes apostas da Netflix no Oscar do ano que vem, con-ciliando tudo que o diretor tem de melhor: uma história épica (com 3h29min) e atu-ações antológicas (al Pacino, Joe Pesci, Harvey Keitel). O filme sai na Netflix nesta terça-feira (27),

‘O Irlandês’

T E L O N A

Fotos Divulgação

Fotos Divulgação

29 NOV

ROLANDO BOLDRIN

21 NOV

ELVIS THE CONCERT

23 E 24 NOV

SHOW DA LUNAESPECIAL DE NATAL

CONSULTE CLASSIFICAÇÃO DE CADA EVENTO. ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO Nº 0254/15 CR-00001/19 Nº495008 VALIDADE: 07/01/2020 CAPACIDADE MÁXIMA: 1.060 PESSOAS LIMITE DE PÚBLICO: 1.000 PESSOAS

+ Informações: teatrovillagemall.com.brBilheteria do Teatro VillageMallSegunda a sábado, das 13h às 21h. Domingos e feriados de 14h às 20h.

Barra da Tijuca - RJ

23 NOV

RENATO E SEUSBLUE CAPS

Eurídice (Carol Duarte) é uma jovem talentosa e intro-vertida. Oposta em tempera-mento, a irmã Guida ( Julia Stockler) é mais sociável e extrovertida. Ambas vivem numa sociedade patriarcal que as leva para caminhos distintos. O novo filme de

Karim Ainouz promete tudo para ser um grande marco no cinema brasileiro de 2019, junto com “Bacurau”. Foi aclamado, em maio, no Festi-val de Cannes tem tudo para representar o Brasil na cate-goria de filmes estrangeiros do Oscar.

‘A vida invisível’

no Festival de Burbank à força de sua bem-humorada narrativa. Sua realização é assinada pelo ator, diretor e produtor texano Derek Wayne Johnson. Seu tra-balho de pesquisa explora a arte de resistir a partir das peripécias afetivas de um artista que tem, em sua família, um dos maiores astros que o cinema de ação já revelou. Derek tem ainda um filme sobre a história de “Ro-cky” para lançar (até dezembro) e dirigiu, em 2016, um filme me-morável sobre o diretor John G. Avildsen (1935-2017), chama-do “King of Underdogs”.

VISÃO GENEROSA- Frank talvez seja uma das

figuras mais iluminadas que tive o prazer de conhecer, pois sua visão de mundo é generosa. Sua trajetória é prova de que ter um sobrenome famoso nem sempre torna as coisas mais fáceis para um artista que está num movi-mento para ser levado a sério - diz Wayne Johnson ao COR-REIO DA MANHÃ, por email. - É tocante ver como ele soube se preservar apesar dos muitos altos e baixos por que passou. E segue na ativa. Frank tornou-se um mestre no seu estilo, por ser um guitarrista que domina seu ritmo. A voz dele encontrou um tom muito singular.

Ainda menino, Wayne Johnson viu “Rocky, um luta-dor” (1976) e teve sua vida ilu-minada pelas lições de resiliên-cia do Garanhão Italiano.

- O talento é o maior lega-do dos irmãos Stallone - diz o cineasta, que, em triagem sobre os feitos de Sylvester, deparou--se com a trajetória de Frank.

Com show marcado para 11 de dezembro no Herb Al-pert’s Vibrato Grill Jazz, em Los Angeles, Frank costuma lo-tar as casas noturnas onde solta seu suingue ao som de baladas, de rocks e de standards da mú-sica popular  made in USA. “Far from over”, de 1983, é sua canção mais pedida pelos fãs,

que conheceram seus estilos no malfadado “Os Embalos de Sábado Continuam” (“Staying Alive”), com John Travolta de volta ao icônico papel de Tony Manero. Foi seu mano Sly (apelido do intérprete de Ram-bo) quem dirigiu o longa. Ali, Frank ensaiou um estrelato que acabou limitado a alguns LPs e a um círculo restrito, mas fiel de ouvintes.

A paixão de tietes, que co-lecionam os discos do cantor e compartilham links de suas aparições na internet (a tocar instrumentos de corda varia-dos), é um dos focos do docu-mentário de Wayne Johnson, ainda inédito no Brasil.

Diretor destaca talento e resiliência dos irmãos

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Tudo continua insuportavel-mente chato e cafona nesse Brasil do B, de modo que acho melhor continuar cavoucando a memó-ria nas recordações das tias, da fa-mília, da vida que levava quando tudo era mais ameno – a come-çar pela idade. Zero de achaques, nenhuma dor nas juntas, olhos que tudo viam, ouvidos que tudo escutavam. A gente vai perdendo tudo com o tempo, é fato. Dou graças diárias por ainda pensar satisfatoriamente – e ter preser-vadas nas cacholas minhas mais doces recordações.

A crônica de hoje vou dedi-car a Nina Horta, a grande cro-nista da comida e da gastrono-mia, que escreveu lindos textos para a “Folha de S.Paulo” e nos deixou deliciosos livros – que li com a mesma empolgação com que leio bons romances, tal a criatividade e a leveza dos escri-tos. “Não é sopa” não é apenas um grande título, mas também um interessantíssimo livro. Vale procurar, ler e viajar com ela e as comidas. Nina faleceu há pouco mais de um mês, aos 80 anos, e,

crificada, geralmente aos domin-gos, dia de frango assado. Roma-na matava a indigitada longe de nós e a comíamos recém-saída do forno, com batatas coradas, a sempre presente salada de alface e tomate, que já vinha temperada por ela, arroz soltinho, e um fei-jão que até hoje não comi igual.

onde vovó era freguesa de cader-no. O rosbife vinha para a mesa ao ponto, tostado por fora, rosa-do por dentro, com um molho delicioso que ela coloria com sal-sa picadinha. Divino! Podia ser acompanhado por duas de suas outras especialidades: um qui-bebe de abóbora ou o chuchu cortado miudinho, cozido no bafo, com manteiga e salsinha. Nada pode ser mais sem graça que chuchu, mas ela conseguia milagres com o legume. Seu suflê de chuchu também en-trou para os anais da história.

Nas sobremesas, ela se des-tacava em duas frentes: as com-potas de pera e as bananas em calda. Compota de pera era a so-bremesa do verão. Vovó, sempre muito econômica, tinha que dar cabo das peras que recebíamos de um sítio que tínhamos nas cercanias de Teresópolis, arren-dado para o caseiro. Este, “Seu” Jacinto, chegava todo início de verão com o carregamento das peras para compota. Então era compota de pera o verão todo – e cara alegre. Quando a gente se cansava da compota, corria para o Mickey, na Várzea, pra comer mil folhas. As bananas carame-ladas, que chegavam à mesa de-

para ficar numa imagem que lhe seria cara, a maionese desandou desde então. Nunca mais a crítica gastronômica terá a mesa verve, o mesmo charme, a mesma inte-ligência.

***

Minha vida de menina tem dois sabores distintos: as co-midas da vovó e as comidas da Romana, nossa caseira de Tere-sópolis, uma figuraça magra, de porte imponente, absolutamente genial na comida do dia a dia. O chamado trivial variado (lembro de vovó dizendo que, quem tinha mão para esse trivial variado, essa era a grande cozinheira).

Os meses que passávamos em Teresópolis – as férias dura-vam, então, três meses – eram totalmente trivial variado. Mas que delícia! Lembrando que na serra não havia, naqueles tempos, peixe e camarão, por exemplo, o cardápio era à base de carne e frango. No quintal, tínhamos um galinheiro – e era dali mesmo que saía a pobre penosa a ser sa-

Denso, perfumado, perfeito. E a farofa de lei. Só na manteiga.

Ela fazia também um rosbife inesquecível. O que normalmen-te os livros recomendam que seja feito com filé mignon, ela fazia com a ponta do patinho – e ti-nha que ser a ponta, comprada por ela no açougue da esquina,

liciosamente escaldantes ainda em sua frigideira de ferro, eram consumidas da Semana Santa em diante. Era a sobremesa oficial do inverno.

***Vovó era uma craque na co-

zinha e vivia trocando receitas com as tias, aquelas mesmas so-bre as quais falei na semana pas-sada: Neném, Almerinda e Es-ther. Coralina achava cozinhar muito roscófico. Não era a dela. Nem a de mamãe, que só sabia cozinhar uma meia dúzia de coisas, mas que fazia um bobó inesquecível.

Desde que vovó morreu, nunca mais comi bolo inglês ou bolo de nozes iguais ao dela. Nem um bife como o dela. E sinto uma nostalgia tremenda de suas mais que perfeitas empa-dinhas de camarão. A diferença, dizia ela, é que uso manteiga na massa da empada e não margari-na. A lição ficou e passei adian-te. Até satisfatoriamente. Maria, minha funcionária tão querida, 15 anos comigo, é a rainha dos empadões.

Mas o gosto da empadinha da vovó, nunca mais. Esta ficou mes-mo na saudade.

ratório Botânico. O lançamento será no próximo dia 27 em café da manhã promovido no próprio Jardim Botânico.

3De 22 a 28 de novembro 2019 2.º CADERNO

A empadinha da vovóCRÔNICA DA SEMANA

[email protected]

[email protected] com Luiz Claudio de Almeida

ANNA RAMALHO

Nina Horta, que morreu em outubro

passado, deixa uma

lacuna difícil de preencher. Suas crônicas

gastronômicas são inimitáveis e inesquecíveis

Um prato de perfeitas empadinhas. Só não garanto que tenham o sabor da empadinha de camarão da minha avó

Fotos Marcelo Brandão

Referência no estudo de plantas, a professora Yara Olivei-ra de Britto lança o livro “Plantas medicinais, Cultivo – De grão em grão nasce uma plantação” (foto), que coroa os 30 anos em que a professora atua no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, onde é responsável pelo setor de espé-cimes medicinais.

A obra, escrita em parceria com a engenheira agrônoma Mi-dori Katsumoto e com o biólo-go Sérgio Eduardo Pereira, está saindo pela Tix Editora, com patrocínio do Herbarium Labo-

Com mais de 30 anos no mercado, a Mara Mac está fe-chando suas lojas em Rio, São Paulo e Belo Horizonte. A de-cisão de encerrar as atividades partiu do filho da empresária Mara Mac Dowell depois que a mãe completou 82 anos. Hoje, só Shopping da Gávea e a loja

mãe Ipanema, em frente à Praça General Osório, ainda estão fun-cionando porém só até o dia 30. O acervo que restar será vendido na loja Off do Shopping Vertical, na Rua Sete de Setembro.

É de coração partido que dou essa notícia. Mara Mac Dowell foi uma pioneira genial.

Os sambistas Noca da Portela, Roberto Serrão e Roberto Medronho - diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ - reinauguraram, dia 7, o Bloco Minerva As-sanhada, criado há 15 anos por um grupo de professores e estudantes, mas que deixou

de desfilar em 2015, por falta de apoio cultural. O primeiro ensaio será na Ilha do Fun-dão, e o desfile acontece no Domingo de Carnaval, pelas ruas do Centro da cidade. O trio de parceiros já preparou o novo samba, com o título de “Viva a democracia”.

Amigo de Lula, Noca da Portela já convidou um ex--presidente para o festão de seus 88 anos, dia 12 de de-

zembro, no Centro Cultural Noca da Portela, no subúr-bio do Rio. Ele garante que Lula e Janja irão!

Sumida da mídia desde que se divorciou do ex-Beat-le Paul McCartney, Heather Mills não saiu por aí gastan-do o dinheiro do divórcio em viagens pelo mundo. Ela criou uma empresa de alimentos veganos, a VBites, e apresen-tou ao mundo sua última des-coberta, que é criar algas ao

redor do mundo, em lagoas feitas pelo homem. Ela ga-rante que será o alimento do futuro, já que pode ser criado em qualquer parte do planeta e é uma alternativa a carne, peixe, aves e salmão, pois é rico em proteína e Omega-3.

Pra quem gosta, é literal-mente um prato feito, né não?

O jornalista Mauro Ventura recebeu amigos e celebridades imortais - a começar por seu próprio pai, mestre Zuenir - na

Livraria Blooks, da Praia de Bo-tafogo, onde aconteceu o lança-mento de seu novo livro, “Por Ventura”.

Homenagem merecida

Fim de linha

Minerva Assanhada

Por falar em Noca...

Vegana de carteirinha Noite de autógrafos

Com o jornalista e acadêmico Merval Pereira Com o ator Marcos Palmeira

Com o escritor e acadêmico Antônio Torres

Com a jornalis-ta Miriam Lei-tão e cientista político Sérgio Abranches

Com o jornalista Octavio Guedes

Com o ex-deputado Miro Teixeira

Com a escritora e acadêmica Nélida Pinõn

Com o jornalista Joaquim Ferreira dos Santos

Com o produtor Luiz Carlos

Barreto

Com a juíza e escritora Andréa PacháCom o acadêmico Joaquim Falcão

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4 De 22 a 28 de novembro de 20192.º CADERNO

CORREIO CULTURALIVE RIBEIRO

Afro-sambas em concerto

Comida e história

ARCHcine

Robert Redford

Curtas

Marvel anuncia mais cinco filmes

Tripulação cheia

Curta na escola

Ana Kfouri

Há 53 anos Vinicius de Moraes e Baden Powell gravaram os afro-sambas que até hoje provocam e estimulam os músicos das gerações seguintes. Os músicos Alexandre Caldi e Itamar Assiere se propõem a recriar essa atmosfera através de uma releitura livre e transformadora em cima de clássicos como “Canto de Xangô”, “Canto

A Fase 4 do universo cinematográfico adicio-nou cinco novos filmes em seu calendário de lan-çamentos, sendo um em 2022 e outros quatro em 2023. Os títulos dos filmes não foram divulgados. Até agora, já foram confirma-

n O live-action da Paramount “Sonic, O Filme” sofreu uma alte-ração no visual do seu personagem principal depois da péssima re-cepção dos fãs. A trans-formação, que agradou a maior parte da crítica, custou cerca de US$ 5 milhões. O longa chega aos cinemas no dia 13 de fevereiro de 2020.

n Já para 19 dezem-

O professor e histo-riador Milton Teixeira, em parceria com o Restau-rante Quinta da Boa Vista, promove palestras gratui-tas até o final do ano no local. Neste sábado, 23, às 11h, o tema será “A Queda do Império”. Para acompanhar, haverá tam-bém um menu fixo no va-lor de R$ 65.

Festival Internacional de Cinema de Arquitetura vai de 22 a 27 de novem-bro, no Centro Cultural Justiça Federal, no Rio. A programação conta com filmes nacionais e interna-cionais, nos mais diversos gêneros cinematográficos e que concorrem como longa e curta-metragem.

O ator, produtor e cine-asta americano será ho-menageado pelo conjunto de sua obra no Festival de Marrakech, no Marrocos, no dia 7 de dezembro. A maratona cinéfila terá o di-retor pernambucano Kle-ber Mendonça Filho como parte do júri e o longa “A febre”, da carioca Maya Da-Rin, concorrendo a prêmios.

Boa parte do elen-co da franquia Star Wars confirmou presença na CCPX19, no dia 7 de de-zembro, em São Paulo. O diretor JJ. Abrams e a pro-dutora Kathleen Kennedy se juntarão a Daisy Ridley (Rey), John Boyega (Finn) e Oscar Isaac (Poe Dame-ron) durante o megaevnto neste de cultura pop.

A Mostra Itinerante de Curtas-metragens passa-rá por escolas municipais exibindo filmes realizados pelos próprios estudantes. O projeto visita escolas de Bangu, Guadalupe, Quin-tino, Copacabana, Barra da Tijuca, Oswaldo Cruz, Inhaúma, Tijuca, Gávea, Méier e Senador Camará.

A atriz e diretora lança seu primeiro livro “Forças de um corpo fechado”, no dia 26 de novembro, na Blooks Livraria, na Praia de Botafogo, que fica no Espaço Itaú de Cinema. Ana Kfouri foi indicada re-centemente para o Prêmio Shell de Teatro pela peça “Uma frase para minha mãe”. Ela também é pro-fessora da PUC.

de Ossanha” e “Tristeza e Solidão”.

O tratamento dado pe-los músicos, com a for-mação camerística de duo (sopros e piano), derruba a ideia de dicotomia entre-música popular e música de concerto. A dupla se apresenta no dia 30, a par-tir das 20h, na Sala Cecília Meirelles (Rua da Lapa 47). R$ 40 e R$ 20.

dos: “Viúva Negra”, para 1º de maio de 2020 e “Os Eternos”, em 6 de novem-bro do mesmo ano. Já “Pantera Negra 2” estréia 6 de maio de 2022 e a sé-rie “O Falcão e O Soldado Invernal”, chega ao final de 2020 na Disney+.

bro de 2019 está pre-vista a estreia do filme “Cats”, uma adaptação do musical com o mes-mo nome. Taylor Swift será uma das estrelas do longa.

n Ivete Sangalo apre-senta a Live Experien-ce, na Jeunesse Arena, no próximo dia 30 de novembro. No setlist estão seus mais recen-tes sucessos.

Divulgação

Assiere (piano) e Caldi (sopros) mergulham nos afro-sambas

A casa da Turma da Mônica

Além da franquia da Disney, a Mauricio de Sousa Produções terá um espaço especial na CCXP 2019. Apelidado de “Mônicaverso”, o estande reunirá várias versões da personagem mais amada dos quadrinhos nacionais.

Os presentes poderão tirar foto com os persona-gens, além de concorrer a brindes da Turminha do Bairro do Limoeiro. Mui-to tecnológico, o estande permitirá que o público experimente viver dentro de um gibi da Mônica.

Do reality para a realidadeVencedor do The Voice, Tony Gordon apresenta-se na Fundição Progresso

Por César Ferreira

O cantor Tony Gordon é um ardoroso defensor do papel do crooner na história da músi-ca brasileira. Vencedor da edição 2019 do The Voice Brasil, ele sobe o palco da Fundição Pro-gresso no próximo dia 6.

Acompanhado da sua banda, composta por Miguel Assis (bate-ria), William Gordon (baixo), An-dré Freitas (piano) e Erik Escobar (piano), Tony interpretará clássicos da música internacional nos mais va-riados estilos, do jazz ao pop, passan-do pelo rock e pelo rythm’n’blues.

O show tem ainda presenças

confirmadas de cantores que par-ticiparam do reality show da TV Globo como Camila Marotti, Rick Oliveira, Mari Bodas e Tatilla Krau. A banda Jamz, vice-campeã da primeira edição do programa Superstar, também da Globo, for-mada pelo seu filho e baixista da sua banda, William, também vai acompanhar Tony.

As aparências enganam para quem vê em Tony um artista tem-porão. Possui 30 anos de carreira, iniciada na grande escola da noite. E ainda vem de uma família musi-cal: é sobrinho de Dolores Duran e filho de Dave Gordon, cantor que veio da Guiana para o Brasil na

adolescência e fazia diversos shows em São Paulo e no Rio misturando ritmos brasileiros e caribenhos.

- Sinto a necessidade de res-gatar o papel que meu pai teve na música brasileira - defende Tony Gordon, de 53 anos.

A vitória de Tony Gordon faz de Michel Teló o pentacampeão do reality – desde que entrou no lugar de Daniel, em 2015, o artista sertanejo é o técnico mais vitorioso da história do programa. Foi ele o primeiro a virar a cadeira na apre-sentação de Tony nas audições às cegas, sendo seguido pelos outros três jurados. Na ocasião, o time de Iza foi o escolhido pelo participan-

SERVIÇO

SHOW TONY GORDON Fundição Progresso (Rua dos Arcos, 24 – Lapa, Centro)6 de dezembro, às 23hIngressos: R$ 100 e R$ 50

te, que cantou “You are so Beauti-ful” (Joe Cocker). Foi apenas na fase de batalhas que ele passou para o time onde seria campeão: ao ser derrotado pela também finalista Ana Ruth, o cantor foi salvo por Michel Teló, que usou o recurso “Peguei” e o incluiu em sua equipe.

Divulgação

Formado na escola da noite, Tony Gordon cantará sucessos da música intrenacional e terá a ‘canja’ de ex-colegas do programa onde foi campeão

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5De 22 a 28 de novembro de 2019 2.º CADERNO

A viagem sentimental de BaiaHá dois anos nos EUA, cantor e compositor que fez história na Lapa apresenta-se no CircoPor Affonso Nunes

Com 25 anos de carreira e uma trajetória globetrotter, que inclui dez álbuns e um DVD ao vivo, o cantor e compositor Mau-rício Baia está vivendo há dois anos nos Estados Unidos e seu primeiro trabalho em solo ameri-cano. Um grande apanhado desta trajetória pode ser visto no próxi-mo dia 30 no Circo Voador, palco que lhe evoca boas recordações. Foi sob as lonas da Lapa que o artista gravou seu DVD ao vivo:

- Esta apresentação foi um di-visor de águas em minha carreira. Este show será uma representação de todas as fases que vivi e com di-reito a canja de meus parceiros do tempo de 4 Cabeça (assim mesmo, no singular).

No repertório, Baia selecio-nou faixas que ficaram conheci-das como “Passa e Fica” e “Essa Moça”, assim como canções de seu mais recente trabalho em estúdio “Baia Bossa Dylan”, um tributo a um ícone do rock e da folk mu-sic, Bob Dylan.

Lançado em formato EP, o álbum é uma releitura das can-ções do Bardo com uma batida de cool jazz ou de Modern Bossa Nova, que é o termo que os ame-ricanos gostam de usar para tra-balhos inspirados na Bossa Nova, porém mais eletrificados.

VIDEOCLIPESAs versões do cantor para

“Knocking on Heaven´s Door” (1973), e “Jokerman” ganharam videoclipes dirigidos por Christian Pollock. Baia e o produtor e arran-jador Sandro Albert selecionaram oito canções de Dylan, sendo me-tade delas trabalhos menos conhe-cidos. Completam o EP “You’re a Big Girl Now” (1975), “Mama, You’ve Been on My Mind” (1991), “Blowin’ in the Wind” (1963), “Simple Twist of Fate” (1975), “Lay Lady Lay” (1969) e “You’re

Rodrigo Sempe/Divulgação

Baia está vivendo nos EUA há dois anos e seu primeiro trabalho por lá foi “Baia Bossa Dylan”

SERVIÇOBAIA + FESTA DALATA Circo Voador (Arcos da Lapa) 30/11, a partir das 22h Ingressos: R$ 100 e R$ 50 (meia entrada e ingresso solidário válido com 1 kg de alimento)

M Ú S I C A

Gonna Make Me Lonesome When You Go” (1975). Sandro é conhecido por tocar e produzir nomes como: Dionne Warwick, Patty Austin, James Ingram, Rod Stewart , Brenda Russell, Milton Nascimento, Lenine, Toninho Horta, entre outros. 

- Me aproximei do Sandro por intermédio de uma amiga em comum, quando estive em Nova York anos antes de me mudar para América. Ele foi fundamental nes-ta sonoridade internacional que o álbum adquiriu, me colocando em contato com grandes músicos e engenheiros de som americanos. Sempre que encontro com ele,

conheço alguém de dimensões históricas, como o baterista Phil Young - conta.

A dupla recrutou músi-cos brasileiros e americanos para esta gravação, entre os quais o baterista João Via-na (filho de Djavan) que, além do pai, já tocou com Cassia Eller e Nan-do Reis. Outro nome

de destaque é o do percussionista Bashiri Johnson, que dividiu o pal-co ou estúdio com nomes de peso como Miles Davis, Sting, Whit-ney Houston e Michael Jackson.

Baiano com sotaque pro-nunciado, Baia preocupou-se em

cantar com clareza para os ouvi-dos americanos. Funcionou. E nos backing vocals, contou com a participação das cantoras Iara Negrette e Pam Steebler, ambas do Brooklyn. E a mixagem teve a assinatura de Kevin Killen, detentor de cinco Grammys por trabalhos com artistas como Bon Jovi, David Bowie, Elvis Cos-tello, Kate Bush, Peter Gabriel, Shakira e Tori Amos.

Sendo grande referência mundial, Bob Dylan inspira ro-queiros, poetas, rappers, o coun-try e o gospel, além de uma infi-nidade de fãs ao redor do mundo.

- Minha humilde intenção,

além de presentear o homenage-ado, foi a de alcançar os corações dos amantes de Bob Dylan e da Bossa Nova. Esse trabalho não é um cover, mas uma releitura - insiste Baia, que teve a primeira ideia do projeto quando dedilha-va ao violão em casa os acordes de “You’re a Big Girl Now”, que tor-nou-se a faixa de abertura do EP.

- Volta e meia estou em casa tocando dessa canção. Usei um lá menor e fui introduzindo umas sétimas bem no conceito da Bossa Nova - lembra Baia, concordando que os novos ar-ranjos, embora muitas vezes mais elaborados e complexos que os originais, destacam ainda mais a poética de Dylan, premiado com o Nobel de Literatura em 2016.

Nascido em Salvador, Baia vi-cou parte da juventude no Recife na juventude. Mas foi no Rio em que passou maior parte da vida. Tocou em vários festivais no Brasil e no exterior, conquistou o Prêmio da Música Brasileira de 2009 com o grupo 4 Cabeça com os parceiros Rogê, Luis Car-linhos e Gabriel Moura. Os dois últimos farão participação espe-cial no show do Circo.

O foco, agora nos Estados Unidos, é trabalhar o primeiro álbum autoral em língua inglesa:

- Tenho criado novas músicas bilíngues em inglês e português, misturando experiências e des-cobertas no inglês com a cultu-ra acumulada no português. É o caso de “Out and About” e “I Be-lieve Sim”, que sairão em singles no ano que vem.

Por César Ferreira

A  tour que comemora os 15 anos de carreira da cantora Isabella Taviani fecha seu giro pelo Brasil na cidade natal da artista, o Rio, no dia 30 de novembro, no Imperator.

- Passou tão rápido… E, ao mesmo tempo, foram tantos e tantos momentos importantes! Esse show é a minha forma de co-memorar! A hora de dizer “muito obrigada” cantando as músicas que as pessoas escolheram como parte da trilha sonora delas! E isso é uma enorme alegria e responsabilidade! – comenta a artista, que está desde abril de 2018 excursionando com esse show.

A apresentação do Imperator viajará no tempo em setlist reche-ado de seus maiores sucessos com novos arranjos. No repertório, canções como “Foto Polaroid”, “Presente-passado”, “Raio X”, “A Canção que Faltava”, “Diga Sim Pra Mim”, “Luxúria”, além do sin-gle mais recente “A Vida Vive Sem Você”, uma balada com o DNA da cantora: emotiva e confessional. E do álbum tributo aos Carpenters, Isabella interpreta “Close To You” e “Only Yesterday”. No palco, Isa-bella será acompanhada por Lou-renço Monteiro (bateria), Marco Brito (teclados), Caio Barreto (guitarra e Violão) e Alexandre Katatau (baixo).

Enquanto prepara o novo ál-

Taviani em clima de saideiraCantora leva ao Imperator uma retrospectiva de seus 15 anos de carreira No mundo showbizz é co-

mum se dizer que a plateia ar-gentina em concertos de rock é um show à parte. Bandas consagradas costumam ter per-formances incríveis estimuladas pela energia do público. A Uni-versal acaba de lançar nas versões física e digital o CD/DVD “Bri-dges to Buenos Aires”, registro de uma apresentação dos Rolling Stones em 5 de abril de 1998 no Estádio do River Plate, em Buenos Aires. O Monumental de Nuñez tre-me com as canções de Mick Jagger, Keith Richards, Bill Wyman e Charlie e Watts. O

concerto tem ótimas versões de palco para “Start Me Up”, Jumpin’ Jack Flash”, “Satis-faction”, mas o grande mo-mento da noite é o encontro dos Stones com Bob Dylan na interpretação conjunta de “Like a Rolling Stone”.

Energia puraP L AY L I S T

Violonista de formação clássica com mestrado na Es-panha, o paulista Diogo Oli-veira tem sólido trabalho de pesquisa musical sobre a obra para violão de autores latinos americanos. Em “Imagens Brasileiras” (independente), une-se ao flautista Cesar Pe-reira para nos fazer viajar por belas paisagens sonoras ple-nas em brasilidade. As peças selecionadas resgatam temas de ícones da nossa música de concerto como Heitor Villa--Lobos (“Distribuição de Flores”) e Radamés Gnatalli (“Sonatina para Flauta e Vio-

lão”). Soma-se ainda autores contemporâneos como Sér-gio Assad (“Círculo Mágico” e “Jobinianas”) ou o cearense Liduino Pitombeira (“Brazi-lian Landscapes”). Completa o excelente repertório “Cabra--Cega”, do próprio Diogo.

Brasilidade

bum – com previsão de lançamen-to para o fim do ano – Isabella Taviani presenteia os fãs com sua versão para “Se Fiquei Esperando Meu Amor Passar”, uma das mais belas letras de Renato Russo e sucesso da Legião Urbana há 30 anos. A releitura chegou às pla-taformas digitais em agosto, mas não estará no próximo disco.

- Numa tarde dessas, enquan-to organizava meus discos, “As Quatro Estações” veio parar na minha mão. Quando ouvi essa canção, percebi que deveria regra-vá-la, num tom mais intimista e

bem suave: voz, violão, violonce-lo e nada mais. É preciso cantar, ouvir e pensar novamente Legião Urbana! – comenta a cantora.

Cantora criada na escola da noite, Isabella lançou seu primeiro CD em 2003 chegando às rádios do país inteiro com o hit instan-tâneo “Foto Polaroid” e canções como “Digitais”, “De Qualquer Maneira” e “Canção Para Um Grande Amor”, que a levaram a a se apresentar pela primeira vez no Canecão.

Desde então, foram sete lan-çamentos entre CDs e DVDs,

shows lotados por todo o país, o álbum Isabella Taviani (2003 - GreenSongs), centenas de milha-res de álbuns vendidos, sucessos nas ondas do rádio, temas de no-velas e um público fiel.

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Divulgação

Em estado de graça, Isabella Taviani passou mais de um ano correndo o país com seu espetáculo

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6 De 22 a 28 de novembro de 20192.º CADERNO

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Conversa fiada (gíria)

Que dávantagemQue não é

gordo

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Sensação causadapela pimenta

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Estimar(alguém)Dá exis-tência

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Tato Ga-bus, ator

Semmistura

Máquinapara fazer

tecidos

No casode

Parte daxícara

Olavo Bi-lac, poetaSom derisadas

Caixa;arca

Mal-humorado

ValiseAntônio

Fagundes,ator

3/air. 4/lero — tear. 5/ardor. 9/avalanche.

Por Rodrigo Fonseca

Especial para o Correio da Manhã

Encarado por parte significati-va da crítica cinematográfica como a última das grandes mostras com-petitivas do circuito audiovisual anual de filmes de autor, o Festival de Marrakech, cuja 18ª edição co-meça no dia 29 de novembro, em-balou a Netflix em berço esplêndi-do. Ciente do prestígio popular do serviço de streaming, o evento con-vidou o doloroso “História de um casamento” – produção exclusiva da rede virtual - para uma sessão de gala. Previsto para exibição hor-s-concours  a fim de celebrar sua estreia mundial na web, agendada para 6 de dezembro no Brasil, o drama dirigido por Noah Baum-bach (de “A lula e a baleia”) con-correu ao Leão de Ouro de Veneza e está cotado para vários Oscars.

Suas chances são maiores nas categorias de melhor atriz coad-juvante, graças ao show de Lau-ra Dern, e de melhor atriz, com Scarlett Johansson em uma rein-venção. “Marriage Story” (seu

O recomeço como trilha sonoraEx-goleiro da Chapecoense, Jakson Follmann surpreende na TV e lidera ranking do PopStarPor Luca Castilho (Folhapress)

Carisma talvez seja a melhor palavra para definir Jakson Foll-mann. Um dos seis sobreviventes do trágico voo LaMia 2933, que em 2016 matou 71 pessoas, o ex-goleiro da Chapecoense é um dos grandes destaques da 3ª edi-ção do PopStar, reality musical exibido nas tardes de domingo pela TV Globo. Atual líder da competição e responsável por levar alguns jurados às lágrimas, Follmann tem surpreendido o público com suas interpretações e já foi chamado mais de uma vez de “grande cantor” pelos especia-listas convidados pelo programa, apresentado por Taís Araújo.

Hoje embaixador da Cha-pecoense, o ex-goleiro conversa sobre o novo momento que vive e revela que, embora ainda não tenha planos de seguir uma car-reira artística, sua história com a música é antiga.

Influenciado por seus pais e avós, que sempre gostaram de cantar, Follmann fazia shows em Alecrim, pequeno município do Rio Grande do Sul:

- Isso tem mais de 15 anos, eu era muito pequeno.

Colhendo elogios pela de-senvoltura que mostra na TV, o ex-goleiro diz que é desafiador aparecer em frente às câmeras.

pais colocavam música, e eu ia me acalmando aos poucos, me trazia paz, tranquilidade. Até mesmo quando eu estava em coma eles colocavam música - lembra.

Foi por conta dessa história de superação que Follmann escolheu para sua estreia no PopStar a músi-ca “Tente outra vez” (Raul Seixas) - a performance rendeu nota 10 de todos os especialistas. Enquanto cantava um trecho da canção ao telefone durante esta entrevista, o ex-goleiro falou sobre o processo de seleção das faixas e explicou por

- É uma situação que eu jamais tinha vivido. É sempre um gran-de desafio quando subo no palco, mas está sendo muito legal porque, dentro do meu estilo, consigo fazer alguma coisa que possa ser descon-traída para quem estiver assistindo. Estou gostando muito. E a cada apresentação eu tento me soltar mais no palco - diz, aos risos.

Sobre a liderança no PopS-tar, Follmann afirma que estar na ponta representa uma “responsa-bilidade grande” e, com isso, uma necessidade de melhorar a cada programa.

- Vou precisar mostrar mais, me sobressair, dar o meu máximo para continuar, porque muitas pessoas boas estão ali também. É ter concentração, pés no chão e continuar nessa batida.

O ex-jogador conta que a pre-paração para as apresentações in-clui, além dos ensaios, exercícios com fonoaudióloga.

ACIDENTEInternado por mais de 50 dias

após o desastre aéreo, Follmann ficou 40 dias sem falar e teve par-te da perna direita amputada. Re-cordando o que foi um dos mo-mentos mais difíceis de sua vida, o ex-goleiro ressalta a importân-cia da música naqueles dias.

- Sempre ficava muito irrita-do na UTI. Minha esposa e meus

que decidiu cantar Raul.- "Tente outra vez" tem uma

letra muito linda, com que me identifico bastante. Uma coisa de você não desistir, de tentar. Foi uma música do coração, e ficou muito lindo - revela.

No segundo episódio, inter-pretou “Cê que sabe” (Cristiano Araújo), canção que tem mais a cara dele, ele admite.

- É mais balada, mais para cima, sertaneja, que é minha iden-tidade no programa - afirma.

Já no último programa, a faixa

escolhida foi “Flor e o Beija-Flor” (Henrique e Juliano).

- Estou super feliz com as es-colhas das músicas. Está dando tudo certo, e o feedback do pú-blico está sendo muito positivo também. Acho que isso é o mais importante. Está fazendo bem para mim - destaca.

Follmann também tem roda-do o Brasil dando palestras.

- São coisas mais particula-res minhas, voltadas à superação. Procuro falar das coisas simples da vida, que normalmente só damos

Divulgação

Netflix/Divulgação

Laura Dern e Scarlet Johanssen encabeçam o doloroso drama familiar dirigido por Noah Baumbach

Depois de perder parte da perna e largar o futebol, Follman descobre em sua voz uma forma de seguir em frente

T E L E V I S Ã O

S T R E A M I N G

‘Histórias de um casamento’, a nova aposta da NetflixLonga é indicado a Leão de Ouro e deve brigar por Oscar

título original) põe esse talentoso par de estrelas como advogada e cliente, ligadas por um caso de di-vórcio bastante doloroso para os ex-amantes nele envolvidos.

- Na luta da minha persona-gem por afirmação eu enxergo al-guns pontos com os quais eu sou capaz de me relacionar, a partir da minha trajetória como atriz, em Hollywood - disse Scarlett em solo veneziano, complementada por Laura, cuja atuação se destaca em especial por um bifão de texto sobre a afirmação feminina.

- Aquele monólogo que o Noah me deu foi um presente de Natal - disse Miss Dern.

Calcado em experiências pes-soais de Baumbach, “História de um casamento” foi aplaudido vá-rias vezes ao longo de sua projeção para a imprensa no Lido, na briga pelo Leão dourado. A atuação de Scarlett e a do ator Adam Driver (o vilão Kylo Ren, neto de Dath Vader, em “Star Wars”), nesta tra-ma sobre a desagregação de um casal, arrancou lágrimas e elogios do público veneziano. Segundo fo-

focas, o diretor de cults como “Os Meyerowitz: Família não se esco-lhe” (2017) construiu o roteiro a partir de suas próprias experiências ao se separar da atriz Jennifer Jason Leigh, com quem viveu oito anos.

- Você descobre que algo vai er-rado na vida quando um sentimen-to pifa dentro de você - explicou o realizador na pátria das gôndolas. - O texto que a gente tinha para di-zer simbolizava algo tão precioso e doído que, nas filmagens, não dava para pularmos de uma cena para outra, com rapidez.

Em “História de um casamen-to”, Scarlett é uma estrela dos pal-cos que largou uma promissora trajetória no audiovisual para ser a parceira de criação do diretor teatral Charlie, papel que pode dar o Oscar a Driver. A briga dos dois pela custódia do filho rende sequências de desabafo capazes de causar engasgo.

- Temos uma trilha sonora composta pelo Randy Newman, que apostou no romantismo ao ler o roteiro - explica Baumbach. - Chorei ao ouvir seus acordes.

importância quando enfrentamos uma grande dificuldade - admite.

Os participantes do PopStar soltaram a voz ao vivo pela pri-meira vez no programa do últi-mo dia 10, que terminou com a liderança de Jakson Follmann, seguido de Babi Xavier.

Com uma interpretação in-tensa da música “I Put a Spell on You” (Annie Lennox), Babi agra-dou e foi aplaudida de pé pelos especialistas convidados.

- Eu queria dizer que arre-piou, e é difícil eu me arrepiar. Parabéns, amei - disse Mari-Moon, por exemplo.

Outro destaque do último pro-grama foi Leticia Sabatella. A atriz cantou “Titanium” (David Guet-ta), mas em reggae.

- A melhor arma contra toda a violência é o amor. E o reggae é um símbolo disso - disse Leticia.

A interpretação chamou tanto a atenção que a atriz foi convida-da pelo especialista Monarco para desfilar na escola de samba Portela. “Afinadíssima”, disse o sambista.

Apresentada por Taís Araujo, o PopStar tem 13 competidores: Babi Xavier, Nany People, Clau-dia Ohana, Helga Nemeczyk, Letícia Sabatella, Totia Meireles, Yara Charry, Danilo Vieira, Ja-ckson Follmann, Eriberto Leão, George Sauma, Marcelo Serrado e Robson Nunes.

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7De 22 a 28 de novembro de 2019 2.º CADERNO

O Rio que acontecen O Teatro Petra Gold, no Le-

blon, tem movimentado a cena carioca. Muita coisa boa acontecendo por lá. Na adap-tação do musical argentino MONSTROS, Cláudio Lins e Soraya Ravenle interpretam quatro personagens. Com direção de Victor Garcia Peralta, o espetáculo leva ao público uma reflexão sobre as crueldades ocultas nas rela-ções cotidianas.

n No “Chá das cinco”, também no Petra Gold, Ana Beatriz Nogueira está comemorando 35 anos de carreira com o mo-nólogo UM DIA A MENOS. Baseado em conto de Clarice Lispector, ela interpreta Mar-garida, uma mulher solitária, sem marido ou filhos, sempre à espera de um chamado.

LILIANA RODRIGUEZCom Jacyra Lucas e Eduarda Lima

[email protected]

Fotos Cristina Granato

Fotos Vera Donato

Ingo Rosller

Vera Fischer e Armando BabaioffClaudio Lins, Vera Fischer e Soraya RavenleSoraya Ravenle

O Grupo DDP Direto-ria comemorou sábado (16), seus quatro anos com uma

Mega Open Vibe na Cidade das Artes. Quase três mil jo-vens dançaram ao som de DJs

tocando pagode, funk. A fes-ta rolou até seis da manhã do dia seguinte...

n A cantora e compositora curitibana Branka, que já foi indica-da para o Grammy Latino em 2013, está lançando, em todas as plataformas digitais, o álbum “Trilha Sonora”, com oito faixas inéditas do compositor Sombrinha, em parceria com Zélia Duncan, Moacyr Luz e Arlindo Cruz. Os sambas rece-beram uma roupagem requintada, com arranjos dos pianis-tas Leandro Braga, Gilson Peranzetta e Fernando Merlino. Destaque para o samba “Desamor”, de Sombrinha e do seu parceiro mais constante, Arlindo Cruz, composta em 1984 e guardada até agora a sete chaves.

Clássico, impecável! Como manda o figurino... Assim foi definido o casamento (depois de 14 anos de namoro) da atriz Evelyn Montesan com o empresário do mercado financeiro Rodrigo Hartz. Dois lugares mágicos foram escolhidos pelo casal para a comemoração. O Mosteiro de São Bento, para a bênção religiosa, e o Copacabana Palace, para a festa. Atualmente no elenco da série “A teia do crime”, lançado para streaming, a noiva, vestia um clássico, Marie Lafayette, estilista da pri-meira-dama, Michelle Bolsonaro. 

Haja fôlego...

Casamento tradicional

Fotos Cristina Granato

Gustavo Pinheiro e Lilia CabralAna Beatriz Nogueira e Luiz Carlos Lacerda (Bigode)

Renata Fraga e Yuri Antigo

Alessandra Amaral

Ariadne Coelho e Ana Paula Barbosa

Roberto cohen e Marcelo Hicho

Dudu Clark,Rafael Fraga,Rodrigo Burgel, João Gabriel Ibiapina,Pedro Brasil

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8 De 22 a 28 de novembro de 20192.º CADERNO

Susan Sontag: biografia escrita por Benjamin Moser revela a face demasiado humana de uma pensadora

L I V R O S

Por Juliana Albuquerque (Folhapress)

Ao escrever sobre o filó-sofo Walter Benjamin, Susan Sontag chama-nos a atenção para que, embora não possa-mos interpretar a obra de um autor a partir da sua vida, se-ríamos capazes de interpretar a sua vida a partir de simples exame do seu trabalho. Benja-min, segundo a escritora, teria se projetado nos seus princi-pais textos em uma tentativa de mapear diversas expressões da sua personalidade.

O mesmo poderia ser dito de Susan, cujo amor pelos li-vros e pela cultura muitas ve-zes se confunde com a necessi-dade de se fazer evidente para justificar a busca por autoco-nhecimento. De modo que, ao nos brindar com textos sobre alguns dos seus heróis - Benja-min, Cioran e outros - ela esta-ria nos revelando algo sobre si; assim como Goethe, ao admi-tir que todas suas publicações nada mais seriam do que frag-mentos de uma confissão.

Esta comparação não é por acaso. Entusiasta da literatura alemã, Susan não deixa de ser herdeira distante daquele ideal de formação proposto no sécu-lo 18 pelo autor, fonte de ins-piração de Thomas Mann em “A Montanha Mágica”. Obra na qual, ainda muito jovem, Sontag identificou a si própria.

É ao emular a dinâmica entre o mundo das ideias e a experiência de vida que a bio-

Por César Ferreira

O nascimento de uma edito-ra é sempre um acontecimento a ser celebrado. No mercado de co-municação há 20 anos, a agência Approach faz sua estreia no mer-cado editorial. Sob o comando do jornalista Sergio Pugliese, sócio da agência, e do escritor Marcos Edu-ardo Neves, a Approach Editora já tem cinco títulos no prelo. São eles a biografia da jornalista Marilene Dabus, primeira mulher a cobrir futebol no Brasil; a trajetória do artilheiro uruguaio Loco Abreu no Botafogo, em comemoração aos dez anos da “cavadinha” que rendeu o título carioca ao Alvine-gro; a reedição de “Nunca houve um homem como Heleno”, obra do próprio Marcos Eduardo em celebração ao centenário do ex-jo-gador Heleno de Freitas; a publi-cação de crônicas do ex-jornalista Oldemário Touguinhó sobre seu melhor amigo, o imortal Pelé; e um livro-reportagem do jornalista Roberto Assaf sobre o polêmico ano de 1970 sob o ponto de vista de um menino – no caso, ele mes-mo, à época.

 Focada na publicação de bio-grafias e livros corporativos, a ideia de entrar no mercado editorial surgiu a partir do Museu da Pela-da, projeto idealizado por Pugliese que reúne em um acervo digital histórias sobre o mundo do futebol e seus personagens maravilhosos. - Sempre fomos procurados para escrever livros na Approach, mas, mesmo tendo vontade de seguir pelo meio editorial, acabávamos indicando parceiros para o traba-lho. Depois da criação do Museu

grafia de Susan por Benjamin Moser apresenta-nos uma personalidade extraordinaria-mente complexa a determinar as tendências culturais de uma geração na medida em que se lança ao mundo na tentativa de superar seus próprios limites.

A biografia de Susan trata da morte precoce do pai, das seguidas mudanças da família pelo país e do casamento de mãe com o piloto de guerra Nathan Sontag.

Também relata o seu casa-mento com o professor de so-ciologia Philip Rieff, com dis-putas entre o casal pela autoria de “Freud: The Mind of the

da Pelada essa procura aumentou e percebemos que era o momento de tirar do papel uma antiga von-tade comum do grupo - explica o empresário.

Como as biografias estão no foco da caçula do mercado edi-torial, a Approach foi buscar um escritor autor perfis de personali-dades. Marcos Eduardo tem títulos publicados sobre as vidas do publi-citário Roberto Medina (“Ven-dedor de sonhos”), e de craques do futebol, como Renato Gaúcho (“Anjo ou Demônio”), Heleno de Freitas (“Nunca houve um homem como Heleno”), Alex de Souza (“Alex – A Biografia”), Francisco Horta (“O Maquinista”) e Nunes (“O Artilheiro das Decisões”).

Com 17 anos de carreira e dez livros publicados no Brasil e no exterior, Marcos Eduardo enxerga o projeto como uma grande opor-tunidade:

– É um prazer tocar com o Sergio esse desafio. O mercado precisa de uma editora que apos-te em bons livros de esporte e que incremente ainda mais o setor de biografias e obras empresariais. Muitos projetos bons estão a ca-minho – avisa.

Uma compilação das crônicas “A Pelada Como Ela É”, publica-das por Pugliese no Globo duran-te quatro anos e meio; a biografia da atriz Vera Vianna, primeira “Engraçadinha” de Nelson Rodri-gues; a história de amor do cantor Fagner pelo futebol; um livro so-bre a CPI da Pedofilia, da perita Tatiana Hartz; e uma coletânea das colunas do ex-jogador Paulo César Caju no Globo são alguns projetos em andamento.

Moralist” (no Brasil, “Freud: Pensamento e Humanismo”), bem como seu conturbado re-lacionamento com o filho, Da-vid, e o tumultuoso convívio com algumas das mais célebres companheiras, dentre elas, a fotógrafa Annie Leibovitz.

As análises de Moser de-senvolvem-se a partir de duas importantes hipóteses. A pri-meira é o impacto do alcoo-lismo materno na formação da escritora, ora a demonstrar ex-cessiva maturidade, ora a não conseguir lidar com as exigên-cias mais simples do universo adulto. A segunda é a ambiva-lência de Susan quanto à sua

homossexualidade, excitando a desconfiança de uma geração que, no final dos anos 1970, lutava por maior visibilidade.

Assim, mesmo abordando erros e acertos da escritora, Moser celebra uma persona-gem demasiadamente humana, dando-nos oportunidade de formarmos opinião sobre a au-tora que, segundo a crítica Ca-mille Paglia, teria emprestado uma nova roupagem à figura da mulher intelectual.

Moser desvenda as contra-dições da autora e do seu pro-jeto intelectual para que, quem sabe um dia, todos possam me-lhor compreendê-la.

Lado humano de uma pensadora polêmicaBiografia de Susan Sontag apresenta os conflitos de uma ensaísta genial

Queridona da contracul-tura americana e dos punks, a poeta, escritora e roqueira Patti Smith esteve no Brasil recentemente. Os auditórios lotaram. Por aqui, lançou dois livros: “O Ano do Ma-caco” e “Devoção”, ambos pela Companhia das Letras. Sugerimos o primeiro, que trata das eleições que levaram Trump à presidência. Qual-quer semelhança com o cená-rio brasileiro talvez não seja mera coincidência.

CoincidênciasN A S P R A T E L E I R A S

Editora chega ao mercado com cinco títulos no prelo

Divulgação

Taí uma bela combinação. “Crônicas para ler em qual-quer lugar”, da Editora To-davia, é muito feliz ao reunir o talento de Maria Ribeiro, Gregório Duvivier e Xico Sá. São cronistas com olhar agu-çado, pendendo para o bom humor, mas sempre com o es-pírito crítico afiado - algo que é indispensável nestes nossos dias tão agitados. Boa parte dos textos já foi publicada em vários veículos, mas isso não faz a mínima diferença.

Ação entre amigos

Pode de rico, o investi-dor e narcisista Barry Cohen larga a coisa toda e decide pegar um ônibus para cruzar os EUA atrás de um antigo amor. É um romance insti-gante, bem humorado e com situações inusitadas - eventu-almente, até mesmo inveros-símeis. De qualquer maneira, “Lake Success”, de Gary Sh-teyngart, acerta nessa viagem doida por um país que come-ça a perceber que há algo er-rado com seu presidente.

Novos valores

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9De 22 a 28 de novembro de 2019 2.º CADERNO

T E A T R O

Por César Ferreira

O espetáculo “Os melhores anos das nossas vidas”, de Do-mingos Oliveira, autor e diretor falecido em março deste ano, volta ao palco do Teatro Clara Nunes, em curtíssima tempora-da até o dia 1 de dezembro, sob direção de sua sobrinha, Bia Oli-veira, em uma remontagem co-memorativa do grande sucesso de 2009, no mesmo palco.

A peça retrata a experiência de um grupo de quatro amigos, na década de 50, e como eles lidam com os estudos, o profes-sor tirano, amores, dúvidas, seus temores, a descoberta da sexu-alidade, a família, a escolha da profissão e o desejo pela vitória.

SEM PATROCÍNIO A montagem há dez anos

revelou atores e atrizes que hoje se destacam no cenário artístico, como Rodrigo Simas, Bruno Gissoni, Arthur Aguiar, João Vithor Oliveira, Guga Sabatie, Bruno Ahmed, Renan Pitanga, Juliana Rolim, Mariana Cons-tantin e Giulia Nadruz.

Essa aposta de reviver o es-petáculo com um elenco de quinze jovens atores em uma montagem comemorativa, sem nenhum patrocínio, com in-vestimento empreendedor de

‘Os melhores anos...’ 10 anos depoisBia Oliveira resgata espetáculo do tio Domingos, que recebe remontagem fiel à concepção original

Divulgação

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Com direção de Bia de Oliveira, ‘Os melhores anos de nossas vidas’ é um painel das descobertas vividas por quatro amigos durante a década de 50

Até o dia 24, domingo, o Teatro de Arena da Caixa rece-be o espetáculo “Lembro todo dia de você”, musical do Nú-cleo Experimental, fundado pelo ator e diretor Zé Henri-que de Paula. A montagem de-safia o público a refletir sobre como estamos mergulhados em um mundo apático. O en-redo gira em torno de Thiago,

um jovem de 20 anos, que tem sua vida transformada ao des-cobrir ser portador do vírus HIV. Passado o choque ini-cial, a nova realidade o conduz a um processo de autoconhe-cimento e de reavaliação da própria vida. Desde sua estreia, em 2017, o musical ganhou os prêmios Bibi Ferreira (roteiro original) e Reverência (texto).

‘Lembro todo dia de você’

N A R I B A LT A

O Sesc Copacabana rece-be de 28 de novembro a 15 de dezembro, de quinta a domin-go, às 18h, o espetáculo “As Açucenas”. de Davi Cunha, com supervisão de Rodrigo Mercadante.

A peça faz uma homena-gem ao poeta Federico Garcia Lorca, e propõe um encontro com os espectadores que vai além das convenções teatrais,

já que não possui cenário e nem figurino tradicional, e sim a utilização de uma roupa de trabalho, no caso, calças e camisas sociais.

A direção musical de Ro-drigo Carinhana tem a pecu-liaridade de as canções não exercerem a função tradicional de trilha, evocando as sonori-dades dos objetos, instrumen-tos e vozes em cena.

Musical ‘As Açucenas’

C R Í T I C A T E A T R O / A   V I D A   P A S S O U   P O R   A Q U I

Após prorrogar temporadas em São Paulo, a peça chega ao Rio

Diretor Davi Cunha celebra a obra do poeta Frederico Garcia Lorca

Cláudia Mauro e Édio Nunes interpretam Silvia e Floriano, dois amigos com mais de 40 anos de afinidades

É bonita, é bonita, é bonitaPor Cláudia Chaves

A  vida  parece com um exer-cício cotidiano de se assistir a um desfile de escola de samba. Sen-ta-se, anima, dança, se entendia, levanta, canta, bate o pé. E se emo-ciona e se integra quando  o quanto quiser.  Ser protagonista da própria história é um caminho que  pode ser fácil, animado ou difícil e pe-dregoso. “A vida passou por aqui”, de Cláudia Mauro, é a boa metáfo-ra dessas opções. Um homem, uma mulher, duas classes sociais,  dois talentos, duas formas de encarar o mundo.

O texto de Cláudia Mauro,  vencedor do Prêmio APTR, con-segue  contar, a partir de uma nar-rativa em flashback, episódios que marcam o principal conflito hu-mano: Eros e Tanatos, nossas por-ções de vida e morte. São dois per-sonagens de idade avançada, Silvia (Cláudia Mauro) e Floriano (Édio Nunes), com uma amizade intensa de mais 40 anos, que  ao fim da es-trada se  encontram para falar  de quanto afeto dividiram entre si e com aqueles que os cercaram, como ultrapassaram as derrotas.  Floriano, favelado,  radiante dan-çarino de gafieira que com o apoio dela se torna escritor, foi  contínuo de Silvia. Ela, professora, moradora do Leblon, deprimida muitas vezes com um casamento complicado,  artista plástica com apoio dele.

As conversas íntimas no con-teúdo, na troca, mas com muita leveza, falam de morte,  da  doen-ça  de Floriano, do AVC de Sil-via. A tônica do bom humor, com tiradas que provocam risadas, são pontuadas e acentuadas no exce-lente desempenho dos dois atores. Floriano, personagem condutor, também conduz nos números de dança de salão que, em toda a peça, são a moldura para que se veja a vi-tória  da  vida  sobre  a  morte. O mundo de Eros se sobrepõe ao de Tanatos com a animada trilha so-nora, samba dançado no quadradi-

nho que evolui sempre para resol-ver um problema de Silvia.

Édio Nunes faz um Floriano extraordinário. Grande bailarino, como poucos, acaba por encar-nar um Dionísio que, tal como o deus grego, convida as mulheres, no caso a emblemática Silvia, para dançar em honra dos princípios que preconiza: comemorar o fato de se estar vivo. E como todo he-rói, ao se aproximar do fim,  con-clama à bebida. Afinal, o vinho e  a  cerveja são parte desse ritual que é criar a alteridade da alegria e da felicidade.

O cenário apresenta uma arru-mação que se presta desde a casa de repouso, o apartamento de Silvia,  a  Secretaria de Educação, o sítio de Floriano. Mas é no ca-checol vermelho de Silvia,  a  ido-sa,  que vemos a capacidade de um elemento cênico, do figurino,  ser o ícone das mudanças de tempo, de caráter, de disposição. Vira faixa de cabelo na jovem profes-sora, cinto na mulher madura, echarpe na mulher artista. É o sangue da vida que ganha espaço para mostrar as viradas da perso-nagem.

O samba de gafieira exige dis-posição, habilidade, talento, mo-lejo, alegria. É mais do que música com dança. É o entrosamento per-feito do par para se se deixar emba-lar e aproveitar a delicia de ser feliz. Floriano/Édio/Eros, ator exímio, enfrenta qualquer obstáculo cor-tando o salão de ponta a ponta. Sil-via/Claudia/Tanatos, com muito talento, oscila, se revela e se larga ao embalo da música. Mas não erra qualquer passo. Acompanha e aca-ba se deixando levar pela vida. Afi-nal, a vida tem que ficar aqui.

- Então, a vida passou por mim e disse “Chegou a hora. Seus pais sairão de cena. Agora é com você, sua vez”. Pausa. Em meio à mudan-ça de casa da minha mãe, que havia sofrido um AVC, encontrei uma caixa cheia de agendas, que ela es-crevia como diários. Estava ainda fazendo o “luto” daquela mãe, que corria atrás dos meus filhos com uma energia vital incrível, e me acostumando com uma mãe numa cadeira de rodas, que ora me olhava profundamente, ora com distân-cia, ora muito lúcida, ora bastante esquecida. Tive uma súbita inspi-ração e me lembrei de uma história

linda entre ela e um grande amigo. Desandei a escrever um texto so-bre amizade. Liguei para o meu pai e mandei as primeiras páginas escritas. Em alguns minutos ele me retornou e disse: “Filhota, você é boa de diálogos, hein? Vai em fren-te!”E eu fui... Mais algumas pági-nas, alguns dias no computador, e veio a notícia. Dessa vez, meu pai. Partiu. Tomando vinho com os amigos, rindo e feliz, como ele que-ria e merecia. Então, recomecei... e a história de amizade virou uma história para contar tantas outras histórias... Histórias de amor, de dor, de perdas e alegrias, histórias de família e de tantos personagens da minha vida - conta Cláudia.

SERVIÇO

A VIDA PASSOU POR AQUILocal: Teatro Petra GoldEndereço: Rua Conde Bernadotte, 26, Leblon  Temporada:  até 17 de dezembro Horários: segundas e terças, às 20hIngressos: R$ 60 e R$ 30Texto: ClÁudia MauroDireção: Alice BorgesElenco: Claudia Mauro e Édio NunesIdealização e Realização: Cláudia Mauro

todos os envolvidos, faz parte do projeto do Coletivo Biarte, que acredita na força do elenco e no desejo de levar a obra do Domingos para todos os palcos cariocas. Em setembro, o cole-tivo encenou no Teatro do Pla-netário da Gávea três espetácu-los, dois adultos e um infantil, inédito, do próprio Domingos.

Levar a magia de “Os me-lhores anos das nossas vidas”

de volta aos palcos é uma nova etapa deste movimento.

 - Atualmente estou  dedicada aos roteiros, aos meus livros  e a produção dos filmes que preten-do rodar nos próximos anos, e claro, preparando novas monta-gens com textos do meu tio. Seu legado tem que ser distribuído para ele continuar vivo em to-dos nós. Ele sonhava com essa remontagem do texto dez anos

depois – explica Bia, acrescen-tando que o espetáculo guarda a originalidade que o dramaturgo tanto gostava. A trilha original, assinada por ele desde a sua pri-meira montagem, foi mantida. O coreógrafo Álvaro Reys assina a performance do baile e Daniel Chagas divide a direção com Bia.

Da mesma forma que uma geração de novos talentos foi revelada na montagem de 2009,

Bia repete a fórmula na retomada do espetáculo. Gabriel Quintella, Ruan Aguiar, Victor Torres, Franklin Peres, Laryssa Costa, Duda Flores, Luiza Maia, Victor Hugo Dias, Tiago Alves, Jacque-line Riguetti, Ana Cordeiro, An-dressa Trancoso, Marina Mattos, Nando Moretzsohn e Octavio Vargas compõem o elenco.

 - A arte e a educação são ir-mãs da existência  humana, sem

esse binômio, não crescemos, não construímos, não vivemos, e faço dele minha vida e minha respiração. Hoje não dou mais aula em grandes escolas, mas continuo dando aula de teatro, fazendo oficinas e montando o Projeto Teatro Educacional – comenta Bia, ao falar de sua trajetória como atriz, diretora e, principalmente, educadora, hoje à frente de um curso técni-co de teatro na Zona Oeste.

Além disso, Bia Oliveira di-rige o Teatro Gláucio Gil e um núcleo de teatro no Fashion Mall, além de prestar consulto-ria artística para o  SuperLike, um canal infantil na web. E ela também está concluindo livros que deverão ser lançados no fim de 2020.

Haja fôlego.

SERVIÇO

OS MELHORES ANOS DE NOSSAS VIDASTexto: Domingos Oliveira, Joaquim de Assis e Lenita PlonczinskiDireção: Bia Oliveira e Daniel ChagasTeatro Clara Nunes (Rua Marquês de São Vicente, 52 – 3° piso)De 22/11 A 1/12Sextas e sábados, às 21h, e domin-gos, às 20hIngressos:  R$ 80, R$ 40 e R$ 30 (promoções)

Giovana Cirne/Divulgação

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E X P O S I Ç Ã O

Impressionismo botânico Artista Plástica Marynete Martins cria atmosfera própria ao retratar as espécies típicas da flora brasileira

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A tela ‘Rio de Flores’, que retrata um Pão de Açúcar estilizado e mul-ticolorido, é uma síntese do trabalho de Marynete

Por Affonso Nunes

A partir de um grande acer-vo de fotos feitas em viagem pelo Brasil, a artista plástica Marynete Martins cria telas repletas de for-mas e cores num estilo que costu-ma definir como expressionismo botânico.

- O meu trabalho busca ex-pressar a minha emoção, dian-te da natureza viva - defende Marynete, estabelecendo dife-renças  em relação representação botânica científica da ilustradora britânica Margaret Mee (1909 – 1988). Com a curadoria de Ivan Jaf, a artista fará, no próximo dia 27, vernissage na galeria do Gabi-nete de Leitura Guilherme Araú-jo, em Ipanema.

São ao todo dez telas de flo-res misturadas, inspiradas nas pinturas de Van Gogh e na lin-guagem visual típica do impres-sionismo. A artista tem obras em EUA, Austrália, Alemanha, Portugal e Espanha. Sua recria-ção em flores da tela “O quarto de Van Gogh” foi adquirida pelo Consulado da Holanda.

Muitas crianças costumam desenhar e pintar desde cedo, mas nem todas desenvolvem es-sas habilidades ao longo da vida. A carioca Marynete começou a pintar aos 8 anos de idade e nun-ca mais se separou das telas e tin-tas. Fez vários cursos no Parque Lage, tendo como professores Aluísio Carvão, Luís Norões, Alberto Kaplan, Bandeira de Mello, Renato Alarcão, entre outros. Ao iniciar-se na técnica de gravuras em metal, teve como mentores Armando Mattos, João Atanásio e Gian Shimada. Hoje, professora de artes visuais, desen-volve trabalhos em comunidades carentes através de oficinas de arte e pintura em murais em es-colas da rede pública municipal.

A temática das flores vem sendo desenvolvida desde 2000,

SERVIÇO

MARYNETE MARTINS Galeria do Gabinete de Leitura Guilherme Araújo (Rua Redentor, 157 – Ipanema) Abertura: 27/11, às 19h De segunda a sexta, das 11h às 18h Em cartaz até 6/1 Entrada Franca

quando iniciou sua série de pes-quisas sobre a flora brasileira, que incluiu um trabalho de campo pelo interior do Brasil. Mes-mo tendo a obra de Margareth Mee como fonte de inspiração, Marynete optou por outra linha de trabalho, uma botânica não científica, liberta de tecnicismos. Sua primeira individual, no ano seguinte no Jardim Botânico, obteve boa repercussão a ponto de um colecionador da cidade do Porto (norte de Portugal) com-prar toda sua produção em 2002.

Sua busca por diferentes es-pécies e cores resulta em telas de grandes dimensões pintadas a óleo, além de  gravuras em metal. AS referências estão em Claude Mo-net, Gustav Klimt e Vincent Van Gogh. O gênio holandês inspirou uma série de pinturas em 2003, quando celebrou-se os 150 anos de seu nascimento. Suas telas mais fa-mosas foram recriadas por meio de pequenas flores típicas brasileiras.

Descendente de índios da tri-bo Tupi, Marynete tem sua rela-ção particular com a natureza.

- Ainda pequena fui muito im-pactada com a visão dos campos de macela de uma propriedade da família no interior do estado. Tive sensação parecida ao ver uma obra de Van Gogh pela primeira vez - conta, referindo-se a uma re-produção do quadro “Seara com ciprestes”, quando tinha 10 anos. - Naquele momento, descobri minha vocação, meu lugar.

MNBA/Divulgação

Martina (acima) teve trabalhos apresentados

em vários países

europeus, além de Estados

Unidos e México. Ao lado,

sua instalação ‘Forma

Temporale’

A artista, que teve seu primeiro contato com telas e pincéis aos 8 anos de idade, expõe desde 2000

Por César Ferreira

Com a participação do pú-blico está quase concluída a ins-talação “Forma Temporale” no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA). O trabalho é fruto da residência artística da artista plástica italiana Martina Mer-lini em sua primeira passagem pelo Brasil.

O conceito de sustentabili-dade é o fio condutor do traba-lho que nos leva a refletir sobre a mudança do cultivo imposta pelos colonos desde os tempos remotos das primeiras planta-ções de cana-de-açúcar e café, até as atuais monoculturas ma-ciças que hoje ameaçam a flo-resta amazônica.

- A ideia por trás desta ins-talação é repercorrer a mudança do cultivo imposta pelos colonos desde as plantações de cana-de--açúcar e café, até as monocultu-ras maciças que hoje ameaçam a floresta amazônica – comenta a artista plástica, que no período em que esteve no Rio também estabeleceu contato com a artis-ta carioca Pânmela Castro para uma conversa sobre as respecti-vas experiências, especificamente sobre a arte dos grafites e das ins-talações in situ que aproximam o trabalho de ambas.

Instalação coletiva une artista e visitantesItaliana Martina Merlini provoca reflexão sobre sustentabilidade

A instalação consiste numa estrutura em madeira cons-tituída por dois trilhos entre os quais umas cordas levam pendurados pequenos feixes de caules e folhas, previamen-te preparados. A operação de preparação, bem como a ação de preenchimento da estrutura, foi concebida como um mo-mento coletivo, para investigar a história da terra brasileira e retomar, junto com população local, o contato com ela.

A residência de Martina teve início em 14 de outubro e começou a ser apresentada ao público cinco dias depois, pas-sando a receber intervenções dos visitantes. A obra ficará em exposição na Sala Chaves Pi-nheiro até 1º de dezembro.

Italiana de Bologna, Mar-tina Merlini  já participou de vários eventos e festivais, inclu-sive o Living Wall, o primeiro festival de street art organiza-do por mulheres, em Atlanta (EUA), em 2012, e o Le Mur, em Paris, em 2015.

Pesquisadora entusiasta da natureza humana, Martina tra-balha com linhas geométricas, investigando a noção do limite de um jeito sutil e refinado. Pro-curando atuar na tênue linha entre racionalidade e irraciona-

lidade, a artista utiliza densos traços pictóricos simétricos que se disjuntam inesperada-mente sob o impulso de forças primordiais. Suas criações de Merlini já foram exibidas na Europa, nos Estados Unidos e no México, onde fez residência entre 2015 e 2017.

A vinda da artista ao Brasil é parte do programa Jornadas do Contemporâneo, uma parceria do MNBA com a Associação dos Museus de Arte Contem-porânea da Itália (Amaci) e o Ministério italiano das Rela-ções Exteriores. Para a diretora do Museu Nacional de Belas Artes, Monica Xexéo, “é impor-tantíssimo que o Museu parti-cipe do programa Jornadas do Contemporâneo, discutindo e refletindo a arte contemporâ-nea global”.

SERVIÇO:

INSTALAÇÃO “FORMA TEMPORA-LE”, DE MARTINA MERLINI  Sala Chaves Pinheiro - Museu Nacional de Belas Artes (Avenida Rio Branco, 199 – Cinelândia) Até 1° de dezembro De terça a sexta-feira, das 10h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 12h às 17h. Ingressos: R$ 8 e R$ 4,00 e ingres-so família (para até quatro membros uma mesma família) a R$ 8.

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A atriz Evelyn Montesano, que já atuou em diversas novelas na “Record TV”, na “Rede Glo-bo” e atualmente está no elenco da série “A Teia do Crime” lan-çada para streamimg, casou-se na noite de sábado (16) com o analista do mercado financeiro Rodrigo Hartz.

Depois de 14 anos de namoro o casal formalizou sua união com cerimônia realizada no Mosteiro de São Bento, no Centro do Rio de Janeiro. A igreja fica em anexo ao Colégio São Bento, onde Ro-drigo estudou. Quem realizou a cerimônia foi o Dom Anselmo Chagas, monge que deu aula para o noivo na infância.

Após a cerimônia religiosa, os noivos receberam os convi-dados em uma festa superele-gante no Copacabana Palace, exclusiva e repleta de convida-dos selecionados que se mis-turavam entre a alta sociedade carioca, o meio artístico e o em-presarial fazendo desse mix de convidados uma fórmula que deu supercerto.

O hair spa cedeu espaço na obra de sua fu-tura unidade no Rio para uma programa-ção de 24 horas de intervenções artísticas. A intervenção teve início na quarta-feira, dia 13 de novembro, com um coquetel que

celebrou a chegada do bem-sucedido salão à cidade. Sempre conectado com natureza, a arte e ao design, o Laces and Hair, hair spa pioneiro em tratamentos saudáveis para os cabelos comandado por Cris Dios,

paralisou as obras de sua unidade no Rio Design Leblon para transformar o espaço em uma galeria, com 24 horas de interven-ções artísticas. A sétima unidade do Bra-sil, e a primeira do Rio de Janeiro, exibiu

obras do coletivo de artistas formado por Mana Bernardes, HeberthSobral, Domin-gos Tótora, Juliana Vasconcellos e Armari-nhos Teixeira. Muita gente bacana passou por lá pra conferir.

Casamento da atriz Evelyn Montesano com Rodrigo Hartz

Laces and Hair dá start em operação carioca para ocupação de arte

NINA [email protected]

Fotos Bruno Ryfer

Fotos Vera Donato

Armarinhos Teixeira, Mana Bernardes e Domingos Tótora

Maria Duarte, Duda Abreu e Antonia Cavalcante

Paula Sad Carla Coutinho Aninha Dias Zander Antonia Frering Alessandra Marins Alessandra Amaral

Maria Alviz e Maria Clara Dias

Andreia P alhares, Joana Nolasco e Tatiana Gouvea

Cris Dios e Geiza Rabello

Beta Mellin, Luz Bridger e Cris Dios

Alix de Dampierre e Liza Diamond

Stephanie e Solange GomesDavid Santiago

Claudio Lins e Alexandra Di Calafiori Marcelo Ramos e Karina Nigri

Claudio e Cristina Aboim e Liberado Junior Marcia Romão e Ana Claudia Vaz

Sergio Tulio Montesano e Ivanda Maria Montesano Juninho Albuquerque e Carol Raggi

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12 De 22 a 28 de novembro de 20192.º CADERNO

O restaurante de comida ja-ponesas Gurumê reúne o melhor da culinária oriental. Sofisticado, aposta em um ambiente aconche-gante, moderno e descolado para atender os clientes com conforto, mas é pelos pratos diferenciados que chama atenção. Na seção

“Brisas do Gurumê”, a novidade é a seleção de Peixe do dia com mostarda dijon, azeite de carvão e ovas de massago black. Ele abre de segunda a quinta e domingo, das 12h às 22h, sextas e sábados, das 12h à 00h, e fica na Estrada da Gávea, 889, São Conrado.

Delícias da terra e do marReduto de artistas, atletas e políticos, Skunna celebra 28 anos com jantar especialPor Ive Ribeiro

No coração de Vargem Gran-de, o Restaurante Skunna está prestes a completar 28 anos de existência. Para festejar a data, a casa realizará um jantar especial no dia 30 de novembro, com pratos especiais, luz de velas e atração musical. Tudo para brin-dar as quase três décadas do lugar acostumado a receber dos mais ilustres, como políticos, jogadores de futebol e artistas, aos mais anô-nimos moradores da região, que construíram o hábito familiar de freuqentar o Skunna.

Tudo isso é possível graças ao amor de Aylton Oliveira, que, no auge dos 83 anos, esbanja energia:

- Restaurante é um problema muito sério. Você tem que amar, gostar de cozinhar. Sobrevivem os que capricham, os que não largam a cozinha, o balcão, principalmen-te nesta época de crise - esnsina o dono do Skunna, revelando que tenta tratar seus clientes da forma como gosta de ser tratado nos res-taurantes que frequenta.

Seu amor pelo empreendi-mento é tão grande que, durante alguns dias na semana, ele dorme em uma casa em cima do restau-rante, voltando para sua casa, na Zona Sul, apenas quando a mis-são no restaurante está concluída. E deixa claro que jamais deixa de pôr a mão na massa:

- Apesar de ter três cozinheiras excelentes, não perco a oportuni-dade de estar junto na cozinha, até porque gostar de cozinhar foi o que me trouxe até aqui.

SEMPRE NA LUTAEngana-se, entretanto, quem

acha que ter um restaurante e ser reconhecido pela sua comida sem-pre foi um sonho de Aylton.

Na verdade, ele se recorda do tempo em que morava sozinho e precisava “se virar” para não pas-sar fome. Chegava a ligar para a mãe perguntando o que poderia fazer com os ingredientes que ti-nha em casa. Agora é ele quem au-xilia jovens cozinheiros, inclusive, ministrando cursos e workshops sobre as delícias da terra e do mar servidas em seu restaurante.

Uma delas é a famosa Feijoa-da de Frutos do Mar, lançada pelo Skunna, uma receita de autoria do dono da casa. As moquecas também são um prato com boa aceitação na casa, assim como o Camarão ao Molho Tangerina e o Camarão ao Molho Grohe.

Mas não só de pratos com ori-gem marinha vive o restaurante,

Apesar de ser especializado em frutos do mar, o restaurante tem por tradição servir uma feijoada tradicional aos sábados (ao lado). Acima, o camarão é servido em duas versões: em massa de penne com vegetais na melhor tradição mediterrânea e no formato de apetitosos pastéis

G A S T R O N O M I A

Para duas pessoas

Ingredientes: 400 gramas de camarão médio; ½ copo de milho; ½ copo de tomate cereja; ½ ervilha; duas colheres de azeite; duas colheres de cebola ralada; duas colheres de manteiga; três colheres de creme de leite; sal e pimenta do reino.

Modo de preparo: Selar camarão no azeite temperado com sal e pimenta e reservar. Dourar a cebola na manteiga; juntar todos os in-gredientes; ferver por cinco minutos, deixando o creme de leite para o final. Enfeitar com ramo de salsa e servir com arroz.

Fotos Divulgação

Receita: Camarão Mediterrâneo

que é conhecido também por uma feijoada preta aos sábados e pelo strogonoff de carne.

RECOMENDAÇÕESPara Aylton, o diferencial dos

restaurantes de Vargem Grande é o esquema de entretenimento, em comparação com os da Zona Sul:

- Em Ipanema ou no Leblon, a pessoa passa na porta, olha o cardápio e entra. O cliente daqui é fiel ao Skunna, ao Gepetto, ao Quintas... Ele vem destinado a um restaurante específico, de acordo com o cardápio - disse Aylton, ci-tando alguns concorrentes.

Recomendar outros restau-

rantes da região para a clientela não é só um hábito de Aylton.

- Há uns dias, por exemplo, um casal foi no Espaço Dom pe-dir uma moqueca e eles recomen-daram vir para o Skunna, Assim como já tive clientes aqui pedindo pizza e eu disse que seria melhor eles irem para o Gepetto.

E a experiência no Skunna ou em outros restaurantes do pólo gastronômico das Vargens vai além de encontrar um restaurante e pedir um prato.

- Vargem Grande é um lugar de programa. Por exemplo, você sai de casa e tem dez restaurantes muito bons no Leblon. Escolhe um senta,

come e em menos de duas horas está em casa. Mas se você vem para cá, não vai deixar de aproveitar as praias ou Pedra de Guaratiba.

Para os leitores do CORREIO DA MANHÃ testarem suas ha-bilidades culinárias, Aylton cedeu uma de suas principais receitas (veja ao lado). Portanto, vá agora mesmo para a cozinha colocar a mão na massa, ou melhor nos ca-marões e bom apetite!

O Skunna fica na Estrada dos Bandeirantes, nº 23.363, e abre quinta-feira das 11h30 à 0h; sex-ta-feira e sábado das 11h30 às 0h30; e domingos e feriados das 11h30 às 19h.

T Á N A M E S A

Japonês gourmetPoint de São Paulo, o Cas-

telos Bar e Boardgames junta boa comida a diversão em um espaço aconchegante, perfeito para reunir os amigos. Com preço médio de R$ 30 o com-bo, a casa tem opções de sandu-íches variados e petiscos, além

de um drink de leite condensa-do e vodka em uma mamadei-ra. O diferencial do Castelos são os jogos de tabuleiro para o freguês jogar. Aberto de quinta a domingo, a partir das 18h, ele fica na Serra de Botucatu, 995, próximo ao Metrô Carrão.

Comer, beber e jogar

Divulgação/Bruna MinnicelliDivulgação

OverHop Experience é o tap room da OverHop Brewing Co, uma das mais premiadas cerveja-rias artesanais do Rio de Janeiro. A casa oferece 12 torneiras com opções que vão do tradicional chope lager até as cervejas sours (ácidas) com adição de frutas.

Os mais corajosos podem se aventurar por alternativas mais alcoólicas e com maturação em barris de madeira. Abre de se-gunda a quarta, das 11h30 às 23h, e de quinta a sábado, das 11h30 a 1h. Rua Dezenove de Fevereiro, 190, em Botafogo.

Aventuras cervejeiras

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