As mentiras da esquerda

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.' RESERVADOl ( <,Ii'i 1 1 '" li', , ~1'\\:: I' i( li I i ,li " li !\I , < \:\ \1: li;' . I' - b :] I .~ A presente obra é composta de dois volumes, cujos assun~ tos sao os abaixo discriminados: 19 VOLUME - UMA EXPLICAÇÃO NECESS~RIA INTRODUÇÃO • A VIO~NCIA EM TRES ATOS • A TERCEIRA TENTATIVA DETO~ffiDA DO PODER 1964 - ENGAJAMENTO DAS FORÇAS ARMADAS (1969) ,I 29 VOLUME - 3~ PARTE \ • A TERCEIRA rfENTATIVA DE TOHADA DO PODER 1970 - 1973 4~ PARTE •A QUARTA! TENTATIVA DE'TOMADA DO PODER 1974 - ••• \ , , 11E S E. RV f\ O O\ " ,

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O fim do regime militar e a Lei da Anistia não trouxeram a pacificação desejada. Crédulos, os militares voltaram às suas atribuições, confiantes na reconciliação de todos os brasileiros. As mãos foram estendidas em sinal de paz, por um dos lados - as mãos dos vencedores da luta armada -, porém, para os vencidos, o combate continuou. Os derrotados trocaram as armas pelas palavras, fazendo questão de não deixar cicatrizar as feridas que procuram manter abertas até os dias de hoje.

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  • 1. .' RESERVADOl ( 1.L1C't-';:::c..,.1 . (:;,. . Jos Hilton Bnrbos.,. .. /R E S E fi V.~ '>.. ~-,,--_ __ , Enterrado dias depois em ~auru, seu irmo mais velho, en- I ,to Deputado Federal por so Pablo, declarou sabe~' que ele ha- via sido morto pelos prprios companheiros comunistas. o jovem no era "advogado" e nem se chamava "Srgio Moura . .Barbosa", "Carlos" ou "Vicente".' Seu nome'verdadeiro era Mrcio Leite Toledo. 24. XXIX I , I i, ; , ! I do terrorismo, que por quase urna dcada enxovalhou a cultura nacional, intranquilizando e enchendo, de dor a famlia brasilei ra. Essas aes degradantes, que acabam de ser narradas, sao i tidas como atos herico~ pelos seguidores da ideologia que con- sidera ~a viol~ncia como o motor da histria". Para essas pes- soas, todos os meios so vlidos e justificveis pelos fins po lticos que almejam alcanar. Acolitados por seus iguais, seus nomes, hoje, designam ruas, praas e at escolas no Rio de Ja- neiro e em outros locais qo Pas. Os inquritos para apurao desses atos criminosos contra a pessoa humana tambm transitaram na Justia l1ilitar entre abril de 1964 e maro de 1979. Porm, e?sas pessoas mortas e fe ridas onde se incluem mulheres e at crianas e, na maioria, , completamente alheias ao enfrentamento ideolgico --, por serem inocentes e'no terroristas, no esto incluldas' na categoria daquelas protegidas pelos "direitos humands" de'certas sinecu- ras e nem partilham de urna "humanidade comum" de certas igrejas. Nem parece que a imagem de Deus, estampada na pessoa huwana, e sempre nica. A razo, porem, e m~i~o simples. Essa Igr~jaest sabida- mente infiltrada, assim como o Movimento de Direitos 'Humanos do minado, P?r agentes dessa mesma ideologia, como ficar documen- tado ao longo deste livro. Corno gostaramos de poder crer que esses atos cruis de assassinatos premeditados, assaI tos a mo armada', ate~tados e seqestros com fins pOlticos e qualquer tipo de v'iol~ncia pe~ soa humana nao viessem ~ ocorrer no Brasil, nunca mais! --_.--..~.- --.- -.---~.~. RESERVADO " I/: I! 25. ~ S E fi V A O O) .. AEROPORTO DE GUARARAPES ! I t 1 I1 1 SOLIDAREDADE NOSAGUfO CCM os FERIOOS o JORNALISTA Rf:Grs DE CARVALHONfD RESISTIRIA AOS FERIMENTOS O TENENTE-CORONEL SYLVIO FERREIRA. DA SILVA AGUARDANIX> SOCORRO o CORPO 00 JI1.lIRANTE WILSCN ro- O GUlr.J)~ CIVIL SEI3lSTrJi.O TCWZ DE J.m5 FERNANDES SENOO ru::rrRAOO m 1OUTNn E"1 ESTAOODE CIlOQUE E l-lUrrI.JOO IRESEnVA~ --- 26. 1 111, ,. " !J li'I 'i I I I. I:~ .i 1 TEN MENDES JNIOR,M)RI'Q A CORO NHADAS, AOS 23 AIDS DE IDADE. N)S RESTOS HOIUJIS, ~ H1RC1 D~ VIOLENCIl , -J~ E R VA 00 ,,' ..JJ -'-':;~-" :!.;.:v~""'.;ls.;,:~;H..".;,...!-..'::1~;'7'.-;:~~. ~: __ ." Ir. - . ~I '''-i~ ~/.;.~~~, .,..:..: ~rr'~..--~~t' . v' '~-',..,' ,,~ " -' ~ ..~. "--' : ~ t :.." .. ~~ . '.,. I.y:i.-:~~. ~t.:r:r~_~.~~-::#~ ~ ;c":--~~'."~'~'~ 't' ".'~.i"~ -.,.~. -"' . '"' .. (1 t : '.:';::'''':'~'0'" '2r; ~ ' ,...J'! .:. ':".~',:,""'.-!"." ,'.,..,,';' tL ~.;.:.;:"~~n...r-_i.-...../~:..-"'~~';''''''..~.'.:,,~;-:J.>o diJ.>cutiu e a.plr.Ovou dJ.>21 condicei-'de i!!:. glr.eJ.>J.>ona. lntelr.na.c.i.ona..e. Comuni.6ta., 'e.e.ege. uma. ' Com.i.J.>J.>.oCentlr.a..e.., , Executiva., clr.iou um Comi:t~ de SOCOIr.Ir.Oa.O.6 F.e.a.ge.e.a.do.6. Ru.6.6o.6, .t1La..tou de que.6.t~~.6 plr..tica..6 e encelr.lr.OU .6euJ.> tlr.a.ba..e.hoJ.> entoa.ndo o h.i.no in.telr.na.ciona..e. do.6 .t1r.a.ba..e.ha.dolr.eJ.>,a. lntelr.na.c.i.ona..e.",(2). Desde o nome e a s~gla (PC-SBIC), obedecendo i 17~ condi~ ao, at renncia ao pacifismo social, o novo Partido aceita- va a ag~tao permanente e a tese da derrubada revolucionria,. , das estruturas vigentes, renegava as regras de convivncia da sociedade brasileira, propunha-se a realizar atividades legais li e ilegais e subordinava-se s Repblicas Socia~istas Soviticas. I I' entidade civil. da revQlta te- desenvolvimento I' I o PC-SBIC surgiu legal, registrado como Trs meses depois, o estado e sitio, decorrente nentista,colocava-o na ilegalidade e inibia o.- .. - .. '. . .... . ., de suas atividades de agita~o. Em 1924, um fato viria repercutir no'PC-SBIC: a realiza-o I ao do V Congresso da IC, em ju~ho/~ulho, j sob o impacto da : i morte de Lenin. Nesse Congresso, rc, mudando de tti~a, pas- .:: sou a adotar a da "Frente ~nica'" vista, por Zinoviev, como "um 'I' ------ .;/,1 . (2) Lima. H.: "Itinerrio das Lutas do PC do Brasil". 1981. pagina 4. W I ; rR E S E n v t. o"'0 I~.-- ..-------- , t,! H rI' li 37. mtodo para agitao e mobilizao' das massasll (3). No final de 1926, modificou-se o quadro poltico-institu- cional, com o governo de Washington Lus trazendo ventos libera lizantes, tendo o PC 'inclusive, um curto perodo de legalidade, de 19 de julho a 11"de agosto de 1927. Obedecendo aos ditames 'do V Congresso da IC, a direo do Partido lanou a palavra de ordem "Ampla agitao das massas", justificada pela necessidade de "f~ zer surgir o Partido da obscuridade ilegal luz do sol da mais intensa agitao poltica". Partindo da teoria prtica, criou o Bloco Operrio e Ca!,!! pons (BOC) como uma "frente nica operria", que, no por ac~ 50, tinha, na sigla, as mesmas letras da conhecida e j extinta COB. Ainda seguindo a ttica de frente, o PC-SBIC iniciou um tra balho de aproximao com Prestes, que se encontrava na Bol- via (4). Mas; o ano de 1928 foi marcado pela crise econmica mun- dial. Pensando ~m aproveitar a mis~ria que adv~ria para os ope- .. rrios, a IC realizou o seu VI Congresso, de julho a s~tembro, mudando a ttica de IIfrente nica" para a de "classe contra classe". O proletariado mundial, premido pela crise, poderia ser arrastado para a revoluo. Era a oportunidade para os comunistas isolarem-se e lutar contra todas as posies antagni- cas, desde as burguesas at as operrias. A IC determinara o fim da IIfrente". Na URSS, iniciava-se a "cortina de ferro". Tal resoluo pegou o PC-SBrc de su~presa. Para as elei- oes de outubro de 1928, j lanara candidatos atravs do BOC, que, gradativamente, se vinha tornando o substituto legal do PC. Imediatamente, o PC-SBIC convocou o seu 111 Congresso,rea lizado em dezembro de 1928 e janeiro de 1929, em Niteri. Alm de reeleger A;t~~jiid;'per~ira como secretrio-geral, o Congre~ so do PC-SBlC determinou a-intensificao do trabalho clandesti no do PC,a fim de no ser ultrapassado pelo ~OC.Com tal, medi- da, pensava acalmar os chefes moscovitas, que viam, no BOC, a continuao da antiga ttica de IIfrenj:enica". (3) Zinoviev foi o primeiro chefe do.Comintern e o.encarregado de expor, no .seu V Congresso, a estratgia que seria aplicada tanto "Frente nica" quanto s atividades das orGanizaes de frente. (4) Prestes a essa poca ainda no se tornara comunista. , R f. S E R V A O O " 38. .' ~'E S E R V A O ~. , - 11 Ledo engano. No compreendiam, ainda, os comunistas brasi leiros, que a curvatura dos dorsos no era, apenas, temporria, guisa de um ~umprimento. Ela teria que ser permanente, com a boca sujando-se de terra. , Vivia~se, em Moscou, a plena poca dos expurgos. O poder~ so Stalin, com mao de ferro, mandava assassinar os princip~is dirigentes do Comit Central (CC) e o fantasma do tr9tskismo servia de motivo para o prosseguimento das eliminaes, tanto na "p,tria-mo" como 'nos partidos satli tos. A I Conferncia dos Partidos Comunistas da Amrica Lati- na, realizado em junho de 1929, em Buenos Aires, condenou "a po litica do PC-SBlC frente questo do Bloco Operrio e Campons e o seu atrelamento a este rgo" (5) . O ano de 1930 foi decisivo para o PC-SBlC. Em fevereiro, a IC baixou, a "Resoluo sobre a questo brasileira", com base na Conferncia de Buenos Aires. Nesse documento, critica a poli tica de frente ainda adotada pelo PC-SBIC e ironiza o BOCcomo sendo wn "segundo partido' operrio". Ao mesmo tempo, induz o paE tido a "preparar-se para a luta, a fim de 'encabear a insurrci- ao revolucionria". Os dias de Astrojild~ Pereira estavam contad~s. Em novem- bro de 1930., uma Conferncia do PC-SBlC expulsa o sec.r~trio-ge ralo Em so Paulo, foi afastada uma dissidncia trtskista lide rada por Mrio Pedrosa. Numa guinada para a esque~da, o Partido encerra sua poli- tica de alianas, expurga'os intelectuais de sua direo e ini~ eia uma fase de proletariza~o. 4. A fase do obscurantismo e da indefinio O periodo comprerindido entre o final de 1930 e os medos de 1934 caracterizou~se por um quase obscurantismo do PC-SBIC, que, empreg~ndo uma linha dbia e equivocada, se emaranhava em sucessivas crises. , A agitao politica no Brasil,entretanto, foi i~tensa. Em 1930, ainda s~b influ~ncia dos ideais do tenentism~, formou-se a Aliana Liberal, um agrupa~~nto de oposies~Em qutubro c no (5' Carone, E.: "O PCB - 1922 a 1943"t Difel S.A.,RJ, 1982,' p~gina 9. I '. I -----------. R E S E n V AO/O 39. ),2 DllStRVAGO ~o ac~t~~o o resultado das eleies presi- , ladl~~a o p~ulista Jlio Pre~tes, a Aliana, a do'am DOY!~~ntorevolucionrio, alou Getlio Vargas ao I Nesse incio da dcada de 30, o prestgio de Luiz Carlos Prestes, ento exilado no Prata, ainda era muito grande. As re- percusses nacionais da sua Coluna faziam-no um dos mais respe! tados lderes entre os tenentes. No entanto, era, ainda, um re- volucionrio em busca de uma ideologia. Em maio de 1930, Prestes criou a Liga de Ao Revolucion ria (LAR), defininqo-se contra a Aliana Liberal. Em maro de 1931, aderiu, publicamente, ao comunismo. OPC-SBIC logo tentou incorporar a LAR; Prestes, no entanto, com a fora de sua lide- rana, tentava engolfar o PC-SBIC. O maior lder comunista do Brasil no pertencia aos quadros' do PC! Essa inslita situao foi, aparentemente, resolvida com . . uma inslita soluo: Prestes deixou a Argentina e foi residir na URSS, para ser o representante brasileiro na Internacional Conhi"n j.s ta. Na rea internacional, a poltica de "classe contra clas- seu revelara-se desastrosa para o PCUS. No houve a to deseja- . da recesso mundial, e a fora de Hitler, aproximando-se, gra- . . dualmente, do Japo e da Itlia, aterrorizava os soviticos. E;? ses fatos marcaram uma nova linha poltica: ~oi aliviado o'iso- lamento e retomado o dilogo com as naes ocidentais, culminan do com o ingresso da URSS na Liga .das Naes em 1934. A tudo isso assistia o PC-SBIC, atarantado. Debatendo-se entre as ordens de Moscou, padecia de uma correta definio da linha poli tica e era envolvido por sucessivas crises de direo. Apesar do sectarismo obreirista, caracterstico d~sse pe- rodo, a intensificao da atividade clandestina do PC-SBIC trou xe-lhe um dividendo: o relativo sucesso no trapalho militar, de infiltrao e recrutamento nas Foras Armadas. Aproveitando o idealismo revolucionrio, e at certo pon-.. to ingnuo, do movimento tenentista, cc;mseguiu a simpatia de mu! tos militares. A atuao de mili~ares no Partido, cQmo Mauricio Grabois, Jefferson Cardin, Giocondo Dias, Gregrio Bezerr~ ~gl! fRESEI1VADO 40. berto Vieira, Dinarco Reis, Agildo Darata e o prprio Prestes, . sao exemplos desse trabalho de infiltrao e recrutamento. Esse trabalho militar foi decisivo para o advento da pri- meira tentativa de tomada do poder pelos comunistas, por meio da luta armada .--- - --".- - , . " 41. ...-.-~------- -.ER V A O O 14 CAPITULO 111 A INTENTONA COMUNISTA 1. A mudana da linha da IC Induzido pela Internacional Comunista, o PC-SBIC esfora- ra-se por se inserir no processo revolucionrio brasileiro, que teve incio no ano de sua fun~ao e que pass.a por 1924/26 e vai desaguar em 1930. Esse perodo de revoltas e revolues tinha, porm, como motivao, uma problemtica interna, voltada para os problemas estruturais e sociais, mas essencialmente brasilei ros~ Talvez por isso mesmo que as direes do PC-SEIC jamais foram capazes de entend-los. Suas anlises estereotipadasviam, em cada ocasio, apenas urna luta entre os "jmperialisrros"ingls e norte-americano. Com esse dualismo mecanicista explicam tambm a revoluo de 1932. Deste modo, por construrem suas anlises sobre abstraes de carter ideo~gi~o, no conseguiram sintoni zar o Partido com o processo revolu'cionrio em curso e acabaram por perder o "bonde da histria". Essa frustrao iria'faz-los desembocar na Intentona de 1935. Vimos, no capItulo anterior, que a URSS, em 1934, mudara Sua poltica externa, do isolamento para o dilogo com o oci-. . dente. As ameaas nazistas e fascistas contriburam para alte- rar a linha poltica da IC. A poltica de "classe contra classe" nao dera resultados e levara ao ostracismo diversos partidos comunistas. Quase que num "retorno s origens", a poltic~ d~ "frente" foi retomada,' __ modificando-se o termo "Gnica" pelo "popular". De um modo geral, a frente popular pretendia englobar to- dos os.individuos e'grupos numa luta contra o fascismo, indepe~ dentemente de "suas ideologias. E, ~ claro, aproveitar essa fren te para ~omar o poder. I' 2. A vinda dos estrangeiros Concluindo que no Brasil j amadurecia uma situao revo- . ,.. lucionria e que a nova poli t~ca de "fren.te popular" desencadea ria a revoluo, a curto prazo, a IC decidiu enviar diversos "de legados", todos especialistas,' a fim de acelerar o processo. Com "-------...;...-----L~._ES E nv_~--.:---------- ... 42. v~io com sua d~tilgrafa. isso pretendia suprira falta de quadros dirigentes do PC-SDlC que ,pudessem levar a tarefa a bom termo. Na realidade, a lC en- viou um selecionado grupo de espies e agitadores profissionais. No inicio de 1934, chegou ao Brasil o ex-deputado alemo Arthur Ernsf Ewert, mais conhecido com "Harry Berger". Tendo atuado nos Estados Unidos, a soldo de Moscou, Berger veio acom- panhado de sua mulher, a comunista alem Elise Saborowski, que entrou no Pais com o nome falso de Machla Lenczycki. Berger acre ditava que a revoluo comunista teria inicio com a criao de o' uma "vasta frente popular antiimperialista", composta I?or oper rios, camponeses e uma parcela da burguesia nacionalista. A ao de derrubada do governo seria efetuada pelas "partes revolucio- nrias infiltradas no Exrcito" e pelos' "operrios e camponeses articulados em formae~ armadas", embrio de um futuro "Exrci to Revolucionrio do Povo". O governo a ser institudo seria um "Governo popular Nacional Revolucionrio", com Prestes a fren- te O mirabolante pIario de Berger, tirado dos comp6nd~os dou- trinrios do marxismo-leninismo, no levava em conta, apenas, um pequenino detalhe: a poltica brasileira, aquinhoada com uma no va Constituio de fundo liberal e populista, es~ava cansada dos mais de 10 anos de crise e ansiava por um pouco de paz e estabi . lid,ade. Outros agitado~es profissionais vieram para o Brqsil, a ma~do de Moscou, durante o ano de 1934. Rodolfo Ghioldi e Car- me~, um casal de argentin~s, vieram como jornalistas. Ghioldi,' na realidade, pertencia ao Comit Executivo da .lC,era dirigen- te do PC argentino e escpndia-se sob o nome falso de "Lqciano Busteros". O casal Len-Jules Vale e Alphonsine veio da B~lgica. para cuidar das finanas. A esposa de Augusto Guralsk,' seret- rio do Bureau Sul-Americano qu~ a ~C mantinha em Montev~du! veio pa~a dar instruo aos quadros do PC-SBle. Para com~niar-se clandestinamente com o grupo, foi enviado um jovem omunista nQrte-americano, Victor Allen Qarron. O especialista e~ sabota- g~ns e explosivos no foi esqulfcido: Paul Franz Gruber;, alemo, I' mulher, Erika, qu~ poderia servir como motorista e : I ! I I, i (J) ,- Para maiores detalhes do plano revolucionrio de Bcrgcr, ver Arago, J. C.: "A Intentona Comunista", Biblicx, R.J., pg.inns 36 c 37.. -' ~ 43. 1(, i I. I {HESEH'lf.O 0 O grupo de espies instalou-se no Rio de Janeiro. De acordo com o insuspeito Fernando Morais; "Uma. .i.den.t.i.da.de..c.Ontum o~ u.n.artido", Ed. lIucitcc, S.P., 1982, pago 134. '. .... 60. r~E S E n V A~~ _ 33' I I CAPITULO V OS CRIMES DO PCB 1. A violncia comunista '1 I II I Contam-se s centenas os casos conhecidos da violncia co munista contra a pessoa humana, escudados num estranho valor mo ral que privilegia a revoluo proletria em relao ao indiv- duo -- os fins justificapdo os meios. Afirm~ Merleau-Ponty: liA a..tc..i.a.,a. men.t.i.lc.a.,o I.la.ngue dei lLa.ma.do, a. di..ta.dulc.ct,~.o ju,~.ti.6i.c.a.do.~ .6 e. .tOlc.nctm P0I.l.6Zve.,f. o podeJt ,I do plLote.talc..i.a.do e.den.tlc.o de..6.ta medida. I.lpme.n.te" (1). A violncia seria vlida se cometida em nome da classe operria e de seu re alguns dirigentes. Na dcada de 30, a URSS vivia sob clima de ameaa de uma guerra mundial e da questo'sobre se seria possvel enfrent-la com a existncia de uma oposio i~terna a Stalin, na cpu~a do PCUS. Os denominados "processo:;;de t-toscou"for.:lm as respostas dessa questo, e os opositores, sucessivamente, eliminado~. Zi- navieve Kamenev foram fuzilado,s em 1936, Rykov em 1937, ?ukha- rin em 1938, e Trotsky, que j estava banido da URSS desde 1929, foi assassinado em 1940, no M~ico. E isto para citar, apenas, ) . tt presentante, o Partido Comunista. Lenin; em seu "testamento", havia indicado seis homens que poderiam substitui-lo na conduo do Estado Sovitico: Stalin, Zinoviev, Kamenev, Rykov, Bukharin e Trotsky. Stalin, elegendo- se secretrio-geral do PCUS, nunca conseguiu eliminar a oposi~ ao q~e lhe faziam os grupos internos dirigidos pelos outros cinco. Torna-se difcil,. entretqntQ, imputar a Stalin a nica culpa pelos crimes, ~omo desejqva Trotsky. Em um regime que d a uma classe um poder total e qitatorial, qualquer h~l poderia utiliz-lo sobre as demais parela da sociedade. Alguns anos mais tarde, Tito~'chefe do governo iugo~lavo,~ ,. . afirmaria qucos crr6s e os crime bometidos resultaram mais do sistema sovi~tico do que das,~~lh~s morais do ditador, cpja as c~no tal sistema proporcionou. "Hunklnismo e Terror" , E:d. Tempo nrlsilciro. ~.J., I . n f. S E fi V t, 0....0 (1) Merleau-Ponty, M.: 1968, pe. 13. - I 61. 34 .No Brasil,. fanatizados ~ela mesma ideologia e animados p~ los mesmos propsitos indecifrveis que os conduziram Intento na de 1935, os comunistas deram seguidas demonstraes de inau- dita violncia, ao perpetrarem crimes, com requintes de perv~r- sidade, para eliminar, no s seus "inimigos", as foras poli- ciais, mas seus prprios compan~eiros. O "Tribunal. Vermelho", criado para julgar, sumariamente, todos aqueles que lhes inspi- ravam suspeitas e receios,arvora~a-se em juiz e executor, forne cendo, ao PCB, um espectro pattico e trgico. Pelo que se conhece, pode-se inferir, tambm, que dezenas de outros crimes foram cometidos pelos comunistas, sem que hou- vessem vindo a pblico, escondidos pela "eficincia do trabalho executado". Os casos a seguir relatados mostram, de um modo pa- tt lido, mas irretorquvel, essa violncia levada aos limites do absurdo. Aos assassinados, cabe a afirmao de Merleau-Ponty: "Ad- m.i..t.i./t-.6e- talvez que' e.le.6 ~lLal .i.,Jtd.i.vZduo.6 e .6ab.i.am o qu.e a L~be~dade. Nio e4pan.ta/ti .6e, .tendo ~ue 6ala/t do comunl.6mo, n;.6, . tentamos v.i.~lumb/ta/t, at/tav.6 nuve.m e no.i.te, t~te.6 /tO.6tO.6 que'.6e. apa.gaJLa./11da :telL/ta." (2) 2. Bernardino Pinto de,Almeida e Afonso Jos dos Santos Em 1935, ainda antes da Intentona, Honrio de Frei ta.sGui mares, membro do CC/PCB, denunciou Bernardino Pinto de'Almei- da, vulgo "Dino Padeiro", de traio. O "Tribunal Vermelho", cio so de suas atribuies, julgou-b culpado e perigoso para a ao armada que se avizinhava. O prprio secretrio-geral do Parti- 4t. " do, Antonio Maciel Bonfim, o "Miranda", decidiu execut-lo, com o auxlio de seu cunhado, Luiz CupeloColnio. ~Dino Padeiro", deslumbrado 60m a possibilidade de encon- trar-se com o prprio ,secretrio-geral do Partido, foi atrado para um local ermo, prximo Estao de Triagem, da Central do Brasil, no Rio de Janeiro (hoje Estao Carlos Chagas). Fora das ".vistas, Miranda desfechou-lhe urnacoronhada e, em seguida, dois tiros de revlver. Tendo a arma enguiado, t0mou a de Cupelo e desfechou-lhe mais dois tiros" para ter...a certeza da mort~. Di- no, apesar de tUdo,.no morreue, socorrido por funcionrios da (2) }lcrlclu-Ponty, M.: "llumanismo e Tcrror", Ed. Tempo Brasileiro, R.J"., 1968, pg. 32. r R E S ~..,"r_{_V_A_D_o_II--~-----------' 62. .' [n'E.$ E H V 1 O O 35 ferrovia, sobreviveu e pde contar sobre o crime. Ironicamente, o destino deu voltas. Mais tarde, Cupelo SCll tirla, em sua prpria famlia, o peso da violncia (3) . Em 2 de. dezembro de 1935, com os militantes do PCB entran do na clandestinidade pela derrota da Intentona, o "Tribunal Ver melho" julgou e condenou morte Afonso Jos dos Santos. A vti ma foi delatada por Jos Emdio dos Santos, membro do Comit E~ tadual do PCB no Rio de Janeiro, que recebeu o encargo da execu ao. Trs dias depois do "julgamento", Jos Emidio cometia o as sassinato, na garagem da Prefeitura de Niteri. Impronunciado por falta de provas, s em 1941 foi esclarecido o crime. 3. "Elza Fernandes" Desde menina, Elvira Cupelo Col9nio ~costumara-se a ver, em sua casa, os numerosos amigos de seu irmo, Luiz Cupelo Col nio. Nas reunies de comunistas, fascinava-se com os discursos e . . com a linguagem complexa daqueles que diziam ~er a salvaio do Brasil. Em especial, admirava aquele que parecia ser o chefe e que, de vez em. quando, lanava-lhe olhar,es gulosos, devorando o seu corpo de adolescente. Era o prprio secret~rio-geraldoPCB, Antonio Maciel Bonfim, o "Miranda'~ Em 1934, ento com 16 anos, E~vira Cupelo tomou-se a amm te de Miranda e passou a ser conhecida, no Partido, como "Elza Fernandes" ou, simplesmente, a "garota". Para Luiz Cupplo~ ter . sup. irm como amante do secret~rio-geral era uma "honra". Quan- do ela sau de casa e foi mora~ com o amante, Cupelo viu que a chance de subir no Partido havia aumentado. Entretanto, o fracasso da Intentona, com as prispes e os d6cumentos apreendidos, fizera~ com que os comunistas fiassem acuados e isolados e~ seus prprios "aparelhos". NoS primeiros dias de janeiro de 1936, Miranda e Elza foram presos em sua re- : ,I sidncia, na Av. Paulo de Front.in,! 606, Apt. 11, no Rio de Ja- neiro. Mantidos separados e incomunyveis, a polcia logo con- cluiu que a "garota" pouco ou oada poderia acrescentar aos de- pqirnentqs de "Miranda" e ao voly.~noso arquivo apreendido no aparta m~nto do casal. Acrescendo os fatos' de ser menor de idade e nao (3) Ver o. caso de "Etza Fernandes" t a seguir. J ------E E n V 1 D)) 63. 36 , Segundo o PCB, havia um traidor. E o maior suspeito era "Miranda".As investigaes do "Tribunal Vermelho" comearam. Reuniu-se o "Tribunal Vermelho", composto por Hon5rio de Freitas Guimares, L~uro Reginaldo da ~ocha, Adelino Deycola dos Santos e Jos Lage Morales. Prestes, escondido em sua casa da ~ua Honrio, no Mier, j h~via decidido pela eliminao sum- ria da acusada. O ."Tribunal" seguiu o parecer do chefe e a "g~- rotall foi condenada morte. " " Os trechos dessa carta de Prestes, a seguir transeritos, constituem-se num exemplo can~ente da frie~a c da cnica detcr- minno com que os comunistas jogam com a vida humana.: "fu.(.do- tOllo.amen.te .6ullplleelld.tdo peta 6a.e..ta de lle.601.uc(to e, vacLtaco de. voc.6. A.6.6i..1l1nio .6e pode di..ll.(.gt o PaJtti..do do PJtotc..talt1..cido; da cta.6.6 e Itevo.tuci..onlti..a". I ------ ~~r: s :_~_~~~J Honrio descobriu que Elza estava hospedada na casa do Meireles, em Pedra de Guaratiba. Soube, tambm, que ela estava de posse de um bilhete, assinado por "Miranda'~no qual ele pedia aos ami,gos que auxiliassem a "garota". Na viso estreita do PCB, o bilhete era forjado pela polcia, com qu~m Elza estaria cola- b6rando. As suspeitas transferiram-se de"Mirandd' para a "garo- ta". No houve, porm, a desejada unanimidade: Morales, com d. - vidas, ops-se condenao, fazendo com que os demais dirigen tes vacilassem em cumprir a sentena. Honrio, em 18 de feverei ro, escreveu a Prestes, relatando que o delator poderia ser, na verdade, o "Mirandall A reao do "Cavaleiro da Esperana" foi imediata. No diseguinte,escreveu uma cart.a aos membros do "Tribunalll, tachando-os de medrosos e exigindo o cumprimento da sentena. poder ser processada, Elza foi liberada. sada, conversou com seu amante que lhe disse para ficar na casa de seu amigo, Fran- cisco Furtado Mcireles, em Pydra de Guaratiba, subrbio do Rio I de Janeiro. Recebeu, tambm, ida polcia, autorizao para visi- t-lo, o que fez por duas vezes. Em 15 de janeiro, Hon6rio de Freitas Guimares, .um dos di rigentes do PCB, ao telefonar para"Mirand~'surpreendeu-se ao ou vir, do outro lado do aparelho, uma voz estranha. Nesse momen- to, o Partido soub~ra que'~iranda"havia cado. Alguns dias de- pois, a priso de outros dirigentes aumentou o pnico. 64. seu mq.s para -------_'-u' -.w;" '. '- - . ---_"iIlII-IIIIl'" -- IIl'Iil" l.iI'" s.- I ._. I ~'U.p '~ . 37 1 ,"POIL que mod.i.6.i.c.alLa. dec..i..&oa. lLe.&pei..toda.'ga.lLo.ta.'?QLU? .tem :9 a. velL ,uma c.o.i..&~c.~m a. ou.t~a? Hi ou no h~ t~ai.co po~ palLte de- la? E ou no ~ ela pe~i9o~Z~~ima ao Pa~tido ... ?" ................................... ~ . "Com ptena c.on~c.inc.ia de minha ~e~pol1~abi.e,idade, dc.-!>de o/) plLimei~o~ in~.tante~ .tenho dado a voc.~ minha opini.o quanto ao que 6azeIL c.om ela. Em minha c.alLta de 16, ~ou c.ate9;~ic.o e nada. mai.& tenho a. ac.lLe~c.entalL.. " ....................~.......................................... . "Uma. tal linguag em no ,e dig na do~ c.he e~ do no~~ o PalL.ti- do, pOIL que ~ a lin9uagemdo~ medlLo~o~, inc.apaze~ de uma dec.i- /).o,temelLo~o~ ante a. lLe~pon~abLe.idade. Ou bem Que voc.~ c.onc.o/t dam c.om a.~ medida~ extlL~ma~, e ne~te c.a~o j~ a~ deviam te~ ~e- e /)olutamente po~to em lM~tic.a, ou ento di~c.olLdam mal.l n.o de6e!.::. dem c.omo devem .tal opini.o" . .Ant tal intimao e reprimenda, acabaram-se as dvidas. .Lauro Reginaldo da Rocha, um dos "tribunos vermelhos",. respon- deu'a Prestes:' "AgolLa, n.o tenha c.uidado QUe. a c.oi~a ~elt~ 6ei.ta dilLeitinho, poi~ a Que~t.o do .&entimentalil.lmo n.o ~ii6te pOIL .aQui. Ac.ima de. tudo c.oloc.amo~ o~ .inte.~el.l~e.'~ do P.". Decidida a execuo, Elza foi levada, por Eduardo Ribeiro Xavier, para uma casa da Rua Mau Bastos, n9 48-~~. na 'Estrada do Camboat, onde j se encontravam Honrio de Freita$ Guima- .res, Adelino Deycola dos Santos, Francisco Na~ividade Lira e Ma noel Severino Cavalcanti. Ela, que gostava dos servios casei- rop, foi fazer caf. Ao r~tornar, Honrio pediu-lpe que "senta~ se a seu lado. Era o sinal con~cncionado. Os ou~ros quatro com~ nistas adentraram sala e Lira passou-lhe uma corda de SOcm p~ lo pescoo, iniciando o 'estrangulamento. Os demais seguravam a IIgarota" que, mesmo jovem, tentava. salvar-se. Poucos minutos de, ~. - pois, com os ps junto" cabea, oicorpo de Elza fo~ etlfiado num saco e enterrado nos fundos da casa. Perpetrara-se o }1edion do crime, em nome do Partido Comunista. Logo aps este fato, em 5 de"maro, Prestes foi preso em esconderijo no Hier. Ironicarnnte, iria passar pelas mes- angGstias~ quando sua mulher,.Olga Benrio, foi eeportada . a Alemanha nazista. Alguns anos depoi~, em "~4O, Luiz CU'pelo Colnio, o mesmo que auxiliara o secrctrio-gcr~l na tcn~ativa de assassinato do" -"in E S E fi V A D~ r-, ------------ " i' , i I 65. .---- __ rnE S E n V A ~ Q' . . - "Dino Padeiro", participou d~ exumao do cadver de sua irm. O bilhete qttee~creveu a "Miranda~'o 1I11ante de Elza, retrata al- guem que, na pr6pria dor, percebeu a viru16ncia comunista: "R.i.oI 17- 4 - 4 O - Meu c.alto Bon-i.m Ac.abo de add.i.4t.i.1ti exumdc~o do c.ad~velt de minha -i.ltmiEl I vilta. Rec.onhec.-i.ainda a 4ua dentadulta e ~eUd c.abelod. Soube tam b~m da c.on6-i.4d~0 que elementod de Itedpondabil.i.dade do PCB6-i.ze- Itam na polZC..i.d de que hav.i.am a4da~dinado minha iltma Elvilta. O-i.ante d-i.6do, Itenego meu pad6ado Itevoluc.-i.on~ltio e enc.elt- Ito ad minhad at-i.vidaded c.omuni6ta6. 00 teu demplte amigo Luiz Cupelo Col5nio". 4. Maria Silveira e Domingos Antunes Azevedo Elisirio Alves Barbosa, militante do PCB, quando estava na clandestinidade em so Carlos, cidade do interior paulista, apaixonou-se pela tambm militante Maria Silveira, conh~cida co m6 "Neli". Indo para o Rio de Janeiro, o pr8prio Elisirio,ap6s alsum tempo de militncia, acusou Neli de no mai~ merecer.a con fiana do Partido. O "Tribunal Vermelho" condenou-a morte. Planejado o crime, os militantes Ricarte Sarrun, Antonio, Vitor da Cruz e Antonio Azevedo Costa, levaram-na, em 6 de no- . . vembro de 1940, at a Ponte do Diabo, na Estrada do Redentor, na Flor~sta da Tijuca. No transporte, usaram o txi dirigido por .Domingos Antunes. Azevedo, conhecido por "Paulista". Logo ao ch~ gar, Neli foi atirada da Ponte do .Diabo por Diocesano Martins, que esperava no local. Mas, havia a poss.ibilidade de que ela no morresse com a queda. Para certificar-se da morte, Daniel da Silva Valena aguardava no fundo do abismo. Neli, entretan- to, j chegou .~ofta..~~i e~quartejada por Valena, que procurou torn-la irreconhecvel a fim de dificultar a identif~cao e apagar possiveis pistas. Dois meses depois, os assassinos de Nel~. estavam preocupa dos com a possivel descoberta do crime. Em 20 de janeiro de 1941 , reunidos, verificaram que o ponto fraco era o motorista do t-. ~ xi, Domingos Antunes Azevedo. Decidiram elimin-lo. Antonio Vitor da Cruz e Antonio Azevedo Costa, "amigos" do motorista, atraram-no para um passeio na Estrada da Tijuca. Fo En V_~_~--_"":'-_._.--------' 66. - ..-- ---.- , 39 '. [ROE S E R V A~ O Segundo eles,os assassinatos de "Neli" e do "Paulista", em nome do Partido Comunista, jamais seriam descobertos. ram, tambm, Diocesano Martins e Daniel da Silva Valena, este sentado ao lado do motorista. Num local em que o txi andava bem devagar, Diocesano desfechou trs tiros na vtima, que tanboude bruos sobre o volante. Valena freiou o carro e o cadver foi atirado margem da estrada. 67. ~E S E 'R V A ~~,___________ t1O OS REFLEXOS DA DERROTA COMUNISTA l ELVIRA COrDNIO, A "ELZA FERNANDESlI - A (X)H- PANHElRA DE lIt-lIRANDAlI FOI ASSASSlliADA, POR ORDENS DE PRESTES, SOB SUSPEITA DE ESTAR (IABJR1NIX) (X)H A POLICIA. mIONIO MACIEL OONFIH, O "MIRANDA" _ O SECRE- T1Iuo.:cEIfU... [X) PC NO DEN.')NS'ffi:)U LlDEM:'J I DURAl"'TEA TEN'rA'l'IVA DE Q)LPE (x):01U'NISrJ. H).RR.EU DESAMI?ARAIX), ABANOONACO PEIDS 11 (x):'1PA- NIIEIRJS" 68. . IRE S E R V A-..':.~ 2~ P A R T E A SEGUNDA TENTATIVA DE TOMADA DO PODER .41 ,.0 I i i I 69. IR E S EII V A O3.. 42 . CAP1TULO I AS DIVERG~NCIAS NO MOVI~mNTO COMUNISTA 1. A IV Internacional Os dois ltimos anos de Lenin, acometido por grave doena, form marcados por divergncias no PCUS, em torno da luta pelo poder e contra a sua concentrao nas mos de Stalin. Uma des- sas divergncias, encabeada por Trotsky, recebeu a denominao de "Oposio de Esquerda". i A morte de Lenin, em ~aneiro de 1924, e uma grave doena! de Trotsky facilitaram a tarefa de Stalin, que, aps o XIV Con- gresso do PCUS, em 1925, conseguiu assumir, com todos os pode- res, .0 dominio do Partido e do Estado russo, demitindo Trotsk" do cargo de Comissrio de Guerra (dirigente do "Exrcito Verme- lho"). Durante alguns anos, escudado em seu grande prestigio,Tr~ tsky conseguiu liderar a oposio a Stalin. Entretanto, a par- tir do XV Congresso do PCUS, em novembro de 1927, os fatos atro pelaram-se. Trotsky foi expulso do partido, preso c dpportado para a Sibria. Em 1929, foi banido da Rssia, seguindo para a ilha de Prinkipo, pxxima a Constantinopla. Depois seguiu para a Frana, Noruega, Espanha e, finalmente, para o Mxico, onde, em 25 de agosto de 1940, foi assassinado, a golpes de picareta na cabea, por Ramon Mercader Del Rio, considerado como.um age~ te de Stalin. '. . " Alm da luta bsica pelo poder, as concepes de Stalin e de Trotsky eram divergentes, embora ambos se tenham declaradtt "marxistas-Ieninistas". Em sua viso original, podem-se alinhar as seguintes premissas bsicas do trotskismo: pela defesa da t~ mada violenta do poder, tipo golpe de Estado, considerandoa guer rilha urbana como elemento essencial para a transformao revo- lucionria; contra o burocratismo rgido na direo partidria, defendendo o "fracionismo", isto , o direi to de formar grupos, .- tendncias e fraes dentro da estrutura da organizao; pela defesa da "revoluo mundial"" em contraposio ao conceito st~ linista do "socialismo num s,pas" ,..subst'ituindo o fator "na- cional" pelos principios intern~cionalistas; e pela defesa da ."revoluo permanente", contnua, no admitindo, uma etapa inter ---- ..[:~ E s ~~~_~~J 70. , I ,I 'I I ,.' r I li ! 43 textos em russo e ale TROTSKISMO .. nCC5SO no documento, que continha noticia de scu contedo. I in f. S E n V' 1 0,.0'1, (1) Em 1980 houve o mo, mas no h I2. O PORT quebra o exclusivism~do PCB Ao Congresso de Fundao' da'IV Inter~acional, em 1938, com- " o "direito de tend6ncia" provocaram inGmeras cises e dissidn cias, formand um verdadeirp la~irinto de linhas id~pl~icas, que se dizem, cada 'uma, representar o real pensamento. de Tf'otsky. I ~ I , No entanto, apesar da fr~quezaacarretada por espas cons- tantes divises e por no ter Gonseguido, at hoje, afsumir o po~er e~ nenhum paIs, inques~ionvel a cresce~te ipfl~6ncia do~ movimentos trotskist~s no mundo ,inteiro. Por seu ap4rente "l~.beralismo", s vezes, at confundido com o anarquis~no, vem copseguindo empolgar setores d~s massas, particularmen~e 9s es- tupantes e os intelectuais. E, mais uma vez, copiand? ~ que aconteceu com a 111 Internacional, no Brasil, o trotskismo no conseguiu estabelecer uma linha prpria, limitando-se a seguir,, . quase que mecanicamente, o que os grandes ide6logosdecidir~mno , exterior. Em 3 de setembro de 1938, em Prigny, aldeia prxima a Pa ris, foi fundada a IV Internacional, tambm conhecida como In- ternacional Trotskista, que aprovou o seu documento bsico, ._,o, . "Programa de Transio". As resolues desse Congresso d~ Funda, . ) o foram consideradas como "secretas" e, por ~rdem de Trotsky, guardadas na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, para somente serem reveladas 40' anos aps sua morte (1). De 1938 para c, dificil esfabelecer, em linhas pre- cisas, o histrico do trotskismo. O principio do ~fracionismo"e mediria para atingir o socialismo (ditadura do proletariado). Desse modo, modifica~se o quadro apresentado na 1~ Par- .te, Capo I, item 1., deste livro, acrescentando-se a linha tro tskista: 71. ~SE:nVhOO 44 !pareceram 21 delegados, representantes de grupos trotskistas de 11 paises. Entre eles, o brasileiro Mrio pedrosa reprcselltava o con~inente sui-amcricano. Em 1926, Mrio pedrosa ingressara no PC-SBIC. No ano se- guinte, ao dirigir-se para fazer um curso em Moscou, adoeceu ao passar pela Alemanha e, por l ficando, tomou conhecimento das teses da "oposio de esquerda" ~ Convertido s idias trots- kistas, passou a enviar documentos para seus companheiros do Co mit~ Estadual do PC de so Paulo. No foi a Moscou, retornou ao Brasil e, em 1929, formou o Grupo Bolchcvique Lenin (GBL), ainda dentro da estrutura do PC-SEIC. Em 1931, Hrio Pedrosa, j afastado do PC, transformou o GBL na Liga Comunista Internac~onalista (LCI) , que reunia' al- guns intelectuais como Ffilvio Abramo e Edmundo Ferro Muniz de Arago. Em 1935/36/37, diversas prises desarticularam, a LCI. M 4t rio pedrosa fugiu para o exterior e Muniz de A~ago,. com rema- nescentes da LCI, criou o Partido Operrio Leninista (POL) , em 1937,. que nunca chegou a ter real i~portncia. Nessa poca, no Comit~ Estadual de S~ Paulo do ,PC-SBIC, surgiu um novo grupo trotskista, liderado po~ Herminio Sacheta, que recebeu a denominao de Tendncia de Esquerda. Internacio- nalmente, este grupo orientava-se pelo idelogo trotskista Hugo . . Niguel Bressano, conhecido por "Nahuel Moreno" ou, simplesmente, "Moreno". Nos primeiros anos ..da dcada de 40, a Tendncia de Es querda transformou-se no Partido Socialista Revolucionrio(PSR), que, logo depois, se filiou oficialmente IV Internacional~ cons tituindo-sc na linha Moreno ou linha morenista. Em 1952, o PSR dissolveu-se e seus remanescentes criaram, em so Paulo, a Liga Socialista Independente (LSI). Em 1954/55, "J. posadas", outro idelogo trotskista de nivel internacional, veio ao Brasil e provocou a extino da LSI. Homero Romulo Cris talli Frasnelli, conhecido por "J. Posadas" ou, simplesmente, "posadas", era um argentino que cu sua juventude fora jogador de fut~bol profissional em Buenos Aires. Considerado COlro um dos gran....; des idclogos trotskistas, era dirigente mnximo 80 "Burcau Latino- Americano", com sede em Montevidu e vinculado ao Secretariado Internacional. Em 1955, criou no Brastl o Partido Operrio Revo lucionrio Trotskista (PORT), que se desenvolveu apoiado no jOE nal "A Frente Operria". f ~-----------r.~F. S E n V A () O 72. 45 Nos primeiros no Movimento Quebrando o exclusivismo do PCD, o PORT, desde o'inicio de suas atividades, optou pelo caminho violento. anos da dcada de 60, atuou nas Ligas Camponesas, dos Sargentos e nos Grupos dos Onze, de Brizola. 3. O XX Congresso do PCUS Em fevereiro de 1956,~ealizou-se o XX Congresso d6 PCUS, no qual o seu'secretrio-geral, Nikita Kruschev, apresentou um "relat5rio secreto" abordando duas idias bsicas, o combate ao culto personalidade e a coexistncia pacifica, que traaram novos rt~os para a conduo do Movimento Comunista Internacio- nal(MCI) e acentuaram as divergncias sino-soviticas. O combate ao culto personalidade centrou-se na denncia dos'c~imes cometidos por Stalin e na critica a seus "mtodos au toritrios" e "concepes sectrias". O combate ao "dogmatismo stalinista" foi acentuado e a sua poltica execrada. Na prti- ca, che'gou-se ao requinte de derrubar as esttuas do ex-lider e de modificar o nome da cidade de Stalingrado par~ Lenipgrado. A desmitificao de Stalin foi completa. O "grande pai" ~ra~sfor- mou-se e~ filho bastardo. A politica de coexistncia pacifica, lanada no Cong~es- . . so, previa a convivncia simultnea e lado a lado ent~~ pases com sistemas polticos, econmicos e sociais diferentes. Abdican do, peio menos em tese, da linha de expanso do comunismo p~la fora e da inevitabilidade do Gho~ue armado entre o mupdo demo~ cr~tico e o mundo comunista, procurava estabelecer uma "c9mpeti >econmica com o capitalismo", em busca da hegemonia nnmd~aL A luta armada era substituda pela luta ideol5gica, atrav~s da propaganda e-da infiltrao, a fim de ganhar as massas. Talvez Kruschev no tenha estimado corretamente os poss- veis efeitos exteJ;nos de sua deciso. Havia dirigentes comunis- tas que concordavam com os mtodos stalinistas c ,havia dirigen- tes que julgavam que.o erro nao estava em Stalin c sim no niste ma sovitico, que permitira s~a ascensao e transformao num ferrenho ditador. . ; IR E S fi fl V A O/~ 11-, __ ,, ----1 73. , 4. O V Congresso do PCB IIG Retrato"/: Ed. ltatiaio Ltda, nn., 19~O. p~. 255. ~~lE S E 11v~-,--".--- ....I (2) Pcrnlva, O.: "O o policentrismo ganhou vulto. lniciva-se o fim do bloco monoltico do MCl e da hegemonia do PCUS. Em novembro, a Comisso Executiva, atravs da "Carta Abe.!:. ta de Luiz Carlos Prestes aos Comunistas"~ que se tornou conhe- cida como "carta-rolha", estabeleceJo fim da discusso. Esta- Os defensores da poltica do XX Congresso -- a coexistn- cia pacifica -- receberam os eptetos de "revisionistas" e de "reformistas". As denncias do sistema do culto personalidade e dos cri mes do "camarada" Stalin, fqitas no xx Congresso do PCUS, aca~ I retaram a para.lisao doPCB. A sua direonacionalbuscou adiar o quanto ,pde a 'discusso em torno desses fatos. Em julho dc"956, houve. uma.Conferncia Nacional do Par- tido, a V, mas o assunto simplesmente no foi abordado. Segundo Peralva; o PCB "estava atordoado e no sabia ou no podia' discu tir um tema, para o qual no existiam ainda as muletas ~o proj~ to de frase feita e das f6rmulas c~nsagradas. Porquc era ~ is-' so, a um repetidor rle frases feitas, que se havia reduzido o an tigo Cavaleiro da Esperana" (2). Em agosto, realizada uma reunio do CC,. na gua'la direo do Partido duramente criticada, ~as a discusso envolvendo o PCB como um todo ou o fulcro do problema continuou, na prti- ca, proibida. O crtico mais contundente fora Agildo Baratatt Desde o inicio dessa reunio, constatou-se' que as divergncias com o trabalho de direo do Partido eram irreconciliveis. Em fins de setembro, convocada uma nova reunio do CC,o~ de,muito mais ntidas do que o rumo que o PCR tomaria, comeam a delinear-se correntes, que iriam, dali para frente, digla- dia~-se pelo poder. As con-seql1nciasdo XX Congresso foram imcdiatils. As di- vcrg5ncins 5ino-sovi~ticas, que j~ existiam h a~gum tempo por questcs geopolticas, acentuar~-se nas questes ideolgicas. Reaes e dissidncias surgiram em todos'os partidos oamrrds~, pois muitos dirigentes no aceitaram a descstaliniza5o 74. .' IRE S E R V A O~ varo proibidos, cntre outras coisas, "quaisqucr ataqucs a Unio Sovitica e ao Partido Comunista da Unio Sovitica". Eram cada vez mais ntidas as tendncias dentro do parti- ~ do: de um lado, Agildo Barata e boa parte dos intelec~uais, de- sejando que~fosse feita uma autocritica radical, exigindo mesmo o afastamento dos membros da direo partidria; de outro lado, a maioria da Comisso Executiva, extremamente comprometida com o "status quo", resistindo is mudanas a qualquer preo. Havia, ainda, os conciliadores, que, num primeiro momento, reforam a "esquerda" para derrotar a'"direita" e, uma vez liquidada esta, do o golpe de misericrdia naquela. Vinhas assim retrata essa situao e a posio do secret rio-geral do Partido: liAcrise poltica'aparece, assim, como e crise de direo. A posio de Prestes no foi univoca nem reti linea. Inicialmente perplexo e sem saber o que fazer, foi sendo aos poucos ganho para a autocrtica"; A seguir, Agildo Barata afastado do PCB e com ele saem in6mer6s militantes, {ncltisive Bruzzi Mendona, o seu Qnico de~ putado federal. 'e Prestes, saindo da clandes~inidade a que se impusera .com . I'I o auxlio do n6cleo dirigente, d~pois de 10 anos, 'e~ agosto de 1957, comparece reunio do CC. Nessa reunio, s~ qestituidos qa Executiva: Arruda Cmara, JO~O Amazo~as, Srgio Hoimos e Mau' ricio Grabois. ap'rovada uma resoiuo contra a "atividade an- tipartidria de.Agildo Barata" e seu grupo e nom-eada um~ comis':" ~o que deveria preparar um documento analisando o~ +ef+exos do' ~X Congresso do PCUS no PCB, o qual deveria ser di~cutido na plenria marcada para maro qe 1958. Esse documento, entretanto, nasceu morto. Na re~nio de ~aro de 1958, o CC no o ColOC nem na ordem do dia c aprova outro documento, que ficou conhecido como a "Declarao de Mar ~O". Essa declara6 representou, na realidade, um ppnt~ de in- flexo na linha poltica do ~CBf modificando as resolu~es do IV Congresso e aprovando a t~se da poexistncia pacfica. Delinearam-se os grupos. De um lado, Prestes qomandava o I CC, de ,acordo com a nova linpa de Kruschev. Do outrq, pigenes Arruda, Joo Amazonas, Maurcio Grabois, ~edro Pomar e outros, ainda stalinistas, deferidia~ as resolues do IV Congresso c, t R E S E n V A 0,...,0 75. _-....,---.---------1 HE S E ~ fi O O nas divergncias sino-sovitica5, posicionavam-Gc pr-China. Em setembro de 1960, em pleno centro do Rio de Janeiro, usufruindo de uma situao de 1I1egalidade de fato"" o PCB reali- zou o seu V Congresso Nacional. A lIResoluo Poltica ll aprovada nes~c Congresso foi estabelecida tendo por base a concepao do XX Congresso do PCUS. Para o lInovo" PCB, no Pas nao havia mais "condies para transformaes socialistas imediatas ll e a "atual etapa histri- ca" no exigia solues radicais. Era vivel a obteno de con- tinuas reformas econmicas e polticas, que poderiam ser alcan~ das atravs da luta de massas e da poltica de frente nica. O carter da revoluo brasileira era llnacional-democrtico" e de veria ser buscada uma slida aliana entre o proletariado e o campesinato. As tendncias dogmticas e sectrias teriam que ser combatidas e a luta ideolgica intensificada. O caminho da revoluo seria "pacfico",s~m que, entretanto, fosse absoluti- I I zado. A luta armada foi colocada em segundo plano e nao mais considerada como um "princpio". O Congresso aprovou um novo Estatuto e deveriam ser toma- das providncias jurdicas a fim de legalizar o Partido: Foi eleito um novo CC e ,os principais stalinistas, como Digenes AE ruda, Joo Amazonas, Maurcio Grabois e Orlando Pioto, foram afa~ tados. Esta corrente, entretanto, ainda continuava representada o no CC atravs de Pedro Pomar, ngelo Arroio, Carlos Danielli. e Henrique Cordeiro Oes~, eleitos suplentes. Dos sete membros da comisso Executiva, dois deles, Mrio Alves e Carlos Marighela, trariam, no futuro, novas divergncias ideolgicas.' 5. PC do D: a primeira grande ciso no PCB , Em maro/abril de 1961, uma reunio da cpula do partido, realizada em so Paulo, colocpu em prtica ,as resolues daque- le CongressO, as quais autori~avam ~CC a proc~der modifica- es, a fim degue o PCB pudesse ser legalizado junto ao Tribu- nal superior Eleitoral (TSE). Desse modo, alterou-se o nome pa- o o ra I>artido Comunista Brll~~""'"""'''''~''lndo-sc, todavi, a si- . 1~_~~!~iJo Vencidas as incertezas id~olgicas individuais} os stali- nistas, que no aceitavam as resolues do. XX Congresso do PCUS, constituram-se como um grupo organizado a partir do V Congres- so do PCD, de setembro de- 1960. 76. on- Em 11 de agosto de 1961, a publicao dessas modifica- oes no suplemento do jornal "Novos Rumos" provocou o acirra- mento das diverg6ncias.No mesmo mas, cerca de 100 dirigentes. e militantes stalinistas encaminharam um vigoroso protesto ao cc/pcn. Nesse documento, conhecido'como a "Carta dos Cem", pro- testam contra o CC por ter violado as decises do V Congresso, afirmando que elas s poderiam ser modificadas por outro Con- gresso. Chamam a alter~o de "ridcula", criticam o Programa e nao concordam com a retirada das expresSes "marxismo-leninis- e mo" e "internacionalism proletrio" do Estatuto (3). Finalmen- te, consideram que o novo Partido Comunista Brasileiro no e o /RI:SERVADD gla. Retirou-se, do Estatuto, os termos "marxismo-leninismo" "internacionalismo proletrio" e aprovou-se novo Programa, de no consta que o objetivo final seria o estabelecimento uma "sociedade comunista". 49- e de I verdadeiro Partido Comunista do Brasil e apelam ao CC para que convoque um Congresso Extraordinrio. . . . Em outubro, os stalinistas guinte, de 11 a 18 de fevereiro, ferincia Nacional Extraordinria , so expulsos do PCB. No ano se em so Paulo, realiza~ u~a Con e fundam o Partido Comunista do Brasil, com a sigla PC do B. Consideram-se os r~ais continua dores do antigo PC e, a essa'Confer6ncia, do o n6mero V ~ o no' me de Confer6ncia de Reorganiz~Q do Partido. Fazem'p~bl~car o documento "Em Defesa do Partido" e' aprov~m o ES,tatuto ~ um l-lani festo-Programa. Finalmente, elegem um CC, composto, e~trq ou- tros, por Joo Amazonas, Maurcio Grabois, Pedro Pomar,' Carlos Da~ielli, Calil Chade, Llncoln Cordeiro Oest, ngelo AFro~o, Jo s Duarte, Elza Monerat e Walter Ma~tins. Digenes de ~rryda c ma~a so ingressou no PC do B aps a Revoluo de maro de 1964. o documento "Em Defesa do Partido" limita-se a diyul';1ar o.s mesmos conceitos emitidos na "Carta dos Cem", de agosto de 1961 , no sentido de justificar a dissid6ncia formada no PCD. No "Hani .fe?to-Programa", o PC do B traa as bases de sua linha polti- ca, num retorno ao preconizado no IV ~ongresso do PCD, de 1954. Or:+entando-se pelo marxismo-leI)inismo c objetivando atingir o s2 cialismo e o cqrnunis!1"O,afirma que qS cla~ses daninantes "voIUJ~tilr~an-ente . , . nao cedero suas POSi2S" e "~D;lam jnviiivel o caminho pacfico da (l)Em 1985, O PC do B, parndoxnlmcn~c, a fim de se lcr,alizr.rctir~ ~s- sas cxprcssoes de seu Estatuto. R f. S ( n V :. O O I./ " "' ! . ., i i I 77. '.() revolu50". Defende "a luta decidida e en6rgica e a6es revolu- cionrias de envergadura", desencadeadas pelos operrios e pelos camponeses, junto com os estudantes, os intelectuais progrcssis tas, os soldados e marinheiros, os sargentos e oficiais democra tas, os artesos, os pequenos e mdios industriais e comercian- tes e os sacerdotes ligados s massas. Tais segmentos da sociedade, ainda segundo o "Manifesto- Programa", deveriam "instalar um governo popular revolucion- rio"que instaurasse "um novo regime 1 um regime antiimperialista, .antilatifundirio e antimonopolista". Nesse documento, o PC do B elogia a China popular e no ataca a Unio Sovitica. Somente no ano seguinte, em julho de 1963, no documento intitulado "Pro posta a Kruschev", o Partido definir sua posio internacional, apoiando o PC da China (PCCh) e o Partido do Trabalho da Alb- nia (PTA), e atacando o PCUS. Na realidade, o PC do B constituiu-se na primeira grande .ciso do PCB, c~ntriria i via pacifica e favorvel ~ luta arma- da. Em seus primeiros dois anos de existncia, limitou-se a or-I . . ganizar-se e a atacara poltical "revisionista" do PCD. Tentou, tambm, influir no mov~mento de mas~a, particul~rme~te, com a incorporao, no final de 1962, de cerca de meia centena de mi- litantes das Ligas. Camponesas de Gois e Pernambuco. Elegeu Sta lin como o 49 grande pensador comunista, depois de Marx, Engels e Lenin. s6 alguns anos mai~ tarde, o PC do D assumiu o pensa- mento de Mao Tsetung, q~e o levaria a aventura do Araguaia. 6. POLOP: uma criao da esquer~a independente No Brasil, na segunda metade da dcada de 50, vivia-se o periodo do governo Juscelino Kubitschek, cercado pela euforia do nacionalismo, no qual a emancipao econmica seria consegui da pelo desenvolvimento industrial. A maioria dos partidos poli ticos, inclusive o PCD, partilhava dessa posio, cujo p6lo de difuso era o Instituto Superior de E~tudos Brasileiros (ISEB). Na evoluo do processo, comearam a $urgir crticas a ideologia nacionalista, partidas de uma nova corrente a es- querda marxista. independent~. Segundg ela, 'a crise do naciona- lismo viria embutida no pr6prio desenvolvimento industrial, que n50 iria conseguir resolver o .co~flito da explora~o da fora de trabalho. A emancipao econ6mica tamb6m ficaria anulada pela lI! r: S E I!~ A ;;;1------.-.------ .... 78. I, I "I "! " , : 51 o r,l."UpO dc S;10 xemburgo, m3is (pOLOr). (4) proposta do grupo do Rio de Janei.ro, juntaram-se a "Li_ ga Socialista" de so Paulo (4), membros da IIMocidadq Trabalhis ta de Minas Gerais, e elementos da Bahia, de'Gois, de Bra~i- lia, de Pernambuco e do Paran. Num verdadeiro cadinho ideolgi co, independentes e dissidentes trotskistas do PCB reuniram-se no interior de s Paulo, em fevereiro de 1961, e realizaram o, Congresso de Fundao da Organizao Revolucionria Hnrxista-po litica Operria (ORI1-PO),mais conhecida como POLOP ou, simple,! mente, PO. Seus principais idclogos cr~ Erico C:ac.~zes$I~~ i",' ' .. P:lUlo, qu'c seGuia ~ oricM.;t~~ '~al~oUt,.,jjct.ll .~' 1I~'~~8' t3rde, ,,(3star-se-la "a orr,.J1tlllll:'':::(JIItl> ~,.r 1411.- ,.,'I IRf.SEnVf.lJ.J) .Na dcadn de 20, Thaelheimer, dirigente do PC a~emo, co- meou a difundir suas idias, que Iprocuravam fugir ao dilema Stalin X Trotsky. Na dcada de 30,i o bolchevista Bukharin paE. sou a defender as idias de Thaelheimer. Caindo em desgraa, foi fuzilado, em 1938, por ordem de Stalin.Na Espanha, 1ndrs Nin, dirigepte do Partido Operrio de Unificao Marxista (POUM), passou a implantar as concepocs de Thaelheimer. Aps a Fevolu- ao Espanhola, foi assassinado a mando de Stalin. Em 1960, baseado nessa' posio centrista de Thael~eimer, Bukharin e Nin, o ncleo leninista do Rio de Janeiro, que repr~ sentava a corrente da esquerda marxista independente e publica- va a revista "Movimento Socialista", juntando-se a d'issidentes do Partido Socialista Brasileiro (PSB), elaborou um docum~nto propondo a criao de um IIpartido revolucionrio da cla~se ope- rria" e apresentou um projeto de estatuto. A esquerda marxista independente resolveu organizar-se, buscando, ideologicamente, uma posio intermediria entre a lI revoluo nacional-democrtica 11 do PCB e a IIrevoluo socialis ta" dos trotskistas, representada, no Brasil, pelo PORTo A n1- vel internacional,.j havia essa posio intermediria, denomi- nada de IIcentrista". Infenso as criticas, o PCB continuava apoiando a politica nacionalista, com a ressalva de que~estn so se complementaria quando as reformas de base acabassem com o latifndio e com a "explorao imper ialis ta" representada pelo capital estrangeiro. presena do capital estrangeiro, que, fomentando o dcscnvolvimc~i to industrial, inviabilizaria qualquer modificao na estrutura fundiria. 79. ..' 57. respectivamente, .l~ESE.H'IAG~ !.";,;!(.~:. $.irn:ioS.:u:1cr, Rui Hauro. de Arajo Harini e Teotnio dos 5en.ta-l>e del>ta mane.t/la um qlladlw em qlte. aI.> p~.!ll.>pect.t val> l>aO de novaI.> lutal> e, tamb~I, de novaI.> v.t.t61t.tal.>. A 6~en.te d,e. mal>l>al>, cabe aOl> comult.tl.>.ta,~ I.>abelt oJl.ten.t.-la pa1ta l{lte. I.>e un.a e lute oltgal1.tzadamen.te.,' e.m de.6e.l>a. de. .6ua.l> Iteiv.tlldic.a.el> ..tllled.ta + ' """al> Ao mesmo tempo, o PCB nao descartou a possibilidade de utilizar outras formas de luta, alm da politica (3): ~ '"COIIIO enl>.tlta o 9!lande Lll.t11, a h.tl>'t6!l..ta em 9 eltal e a dal> Ite.volu.el>, eln, paltt..tc.ulalt, deb..t.e..tdadel> e. eltltol> c.omet..tdol> pelol> ,!-evo.e.uc...tonlt..to'l> de 193,5, l>.o ....l>.emplte. muLto maL6 It..tc.a.l> do que. .tllla Novo!> Rumos n9 143, ele 3 'a 9 d~ nov(;mhro de 19?1, p:1G. 8. Doutrinariamente, os marxistns~lcninistris ndotam 4 formas da lutas: as polticns, as idcolr.ip~' :1,."n~"';"'''''o c' a luta mom:nln. iH I: S E ~ V A U..9 t. 85. 58 9lna~ o~ illelho~e pa~tido de van9u~~d~, d~ndo a d~pla conclu- ~ao dequ~ op~olet~~i~do, e p~~tlcu!a~mente ~eu P~~tido, p~ecl ~am ~abe~ utili~~~ toda ~ 6o~maJ de luta e acha~-Je em condi- ~e de ubtitui~, de uma m~nei~a ~~pida e inepe~ada, 'uma 6o~ nla po~ out~a. Vevemo eta~ emp~e p~epa~a.do pa~a ~H6~eHtalt to da~ a. c.on e.qUnc.ia do agua.l1l(?ntoda. e.u.tade. cla. e,~ e da Cll.i.. ~e. polZ.tic.a, e, pOIL.tan.to,pa~a ~.pida lllu.dal1a. Ha 6o~Illa.~ de luta". Nas, alm do caminho pacifico ser um processo de choques e conflitos sociais, errados estavam aqueles que pensavam que essa estratgia do PCB, do trabalho constante de mobilizao das massas, era a nica possvel. Se nao, vejamos o que ~ meSloa "Novos Rumos" afirma a r.espeito: "t ne.c.e..ILioc.ha.ma~ a. a..te.no pa.~a du.a.il1c.olllp~ee.lte.,~ quanto '~noa linha polZ.tic.a.,a. quai tm a.ca.~~etado e~~o na atuao de. algul1 c.a.ma.~ada. A phimeiha c.ol1i.te. na. abolu.tiza- I co da poibi~ida.de. da. aZda pac.Z6ic.a.da. noa ~e.voluo, i.to e, na. eic.luo ela.poibilida.de..de. u.ma a.Zda no pac.Zic.a. da. ~!!:. voluc~o b~a.ilei~a. A out~a inc.olllpheeno e o en.tendime.nto de. (lu.e o a.mi'l1ftopac.Zic.o igni6ic.a um p~oce.6b id'Zlic.o, ,~em cho- que.J e. c.on6li.to oc.iai, e que., p04 tal motivo, no d~velllo agu~/L ~ c.ont~~dice de c..e.~e e Cl;p~o'6(U1da~a .e.(L;(:acOl1t~a o inimigo". Estabelecidos os objetivos e a estrat~gia priorit~~ia,~i~ da nesse documento, o PCB traa a sua t~tica: - defender a realizao de u~ plebiscito sobre as modifi- . i ca?es introduzidas na Const~tuio; - apoiar o lanamento da Frente de Lib~rtao Nacional, primeira tentativa de vul.to para o est.abclecilnentode uma frente- nica das esquerdas; - apoiar os movimentos grevistas; - buscai 6domiriio sindic~l; e mobilizar as massas em torno de diversos eixos tticos, tais como: o restabelecimento de relaes diplomticas com a URSS, a solidariedade ao povo cubano, a susp~nso da remessa de lucros para o exterior, o combate carestia com uma politica financeira li~re das imp?sic~s do FM~ o ~ongclamento d~ pre- os dos produtos de consumo po'pular, a d,cfesa das estutais, a liberdade e a autonomia sindicai~, a reforma agr5~ia radical, o registro legal do Partido e o direito de voto' aos analfabetos -----fH f: SE n V l ~~ 86. r-------------fR ES'Efl V~ o e aos soldados. 59 No desenvolvimento dessa linha poltica, o PCD colocar-s~ ia, sistemtica e fundamentalmente, contra os gabinetes do go- verno parlamentarista e contra o Congresso, sempre exigindo no- vas e crescentes reivindicaes. 3. Reforma ou Revo~uo? Desde que assumiu o poder, em 7 de setembro de 1961, j sob um sistema parlamenta~ista, J;ango manobrou para recuperar os poderes constitucionais, procurando equilibrar-se entre os choques de foras opostas, ora apoiando uma, ora outra. A essa poltica, vieram juntar~se as vacilaes de sua pers6nalidade, conduzindo a vida politica brasileira afrav~s de um caminho in- certo e sinuoso. Em novembro de 1961, a lei de remessa de lucros para o ex . . terior dividiu o Congresso Nacional, com a cmara dos Deputados tomando uma posio mais radical e "nacionalista" e o Senadd Fe deral, 'outra, mais, "conservadora','.Aps a rejeio do Senado, a lei foi aprovada pela Cmara e enviada para a sano pr~sidea eial. Pressionado pelo Ministro da Fazenda, Jango aceitou que o Senado apresentasse outro projeto, emendando essa ~esma lei,pr~ metendo para, ri ocasio seu apoio emenda.' No momento oportuno, ' entretanto, Jango, sem coragem de enfrentar a Cma.ra,ho apoi~u' a emenda enviada pelo Senado. Em 24 de novembro de 1961, o restabelecimento das relaes diplomticas com a URSS aproximou Jango dos comunistas. No in cio de 1962 (j estando infiltrado na UNE e na PE'fRODHS),o PCD tt alcanou a presidncia da poderosa Confederao Nacional dos Trabalhadores na Ind6stria (CNTI), com a eleio de Clodsmitll Riani, cuja posse contou com a presena de Jango. Coerente com o principio marxista-leninista de que a classe operria era o principal agente da revoluo, o PCD sempre procurou conduzi-la ,atravs de suas entidades representativas, os sindicatos, as fe deraes e as confederaes, dominando-as ou infiltrando-as. , Naquela,poca, os comunistas dominavam diversos sindica-I tos das reas de comunicaes e de transportes e estavam infil- ,., trados riossindicatos de bancrios e dos empregados nas ind6s- trias. Em variados graus .de controle, o PC~ atu~va,nas seguin- tes Confederaes Nacionais de 'l'raba.lh"dores:do Cari:cio(CNTC),' I n () Ia.-------------Ln E S E n V A ~ 87. ..- lRE S [1 V" D ~1----------6-0-t o grande objetivo nessa area, entretanto, era o de criar um organismo centralizador, a fim de desencadear as greves ge- rais, transformando-as em instrumento de presso politica. dos Estabelecimentos de Crdito (CONTEC), dos Transportes Ter- restres (CNTTT) e dos Transportes Maritimos, Fluviais e A~reos (CNTTMFA) eEm fevereiro de 1962, Brizola, ento Governador do Rio Grande do Sul e contando com o apoio do PC~ c da.UNE, encampou a Compa~hia Telefnica, criando atritos nas relaes econmicas entre o Brasil e os Estados Unid9s da Amrica. Tal episdio se.!:. viu como estopim para o nicio, pelos comunistas, de uma campa- nha pela encampao de outras empresas, particularmente as con- cessionrias de servios pblicos. Em maro de 1962, ascomemoraes dos 40 anos de fundao do PCB provocaram uma intensa atividade de agitao e propaga~ da. Foi organizada uma exposio sobre a URSS e realizaram-se .comicios e festas, culminando com o canto da Internacional no Estdio do pacaembu, em so Paulo. 10mesmo tempo, de'zcnas de pronunciamentos de politicos e de intelectuais procuravam cha- mar a ateno para os comunistas. Em abril de 1962, a~ndal em pleno desenvolvimento da camp~ tt . nha pela encampao das subsidirias de servios pblicos, Jan- go viaja para os Estados Unidos da Amrica em busca de apoio f! nanceiro para ~eu plano de governo. Mas, apesar de se ter ~ecl~ rado, em discurso pronunciado no Congresso norte-americano, con ~- trrio ao regime totalitrio de Fidel castro, nos problemas in- ternos o Presidente mais e mais se aproxImava das esquerdas. A campanha pelas "reformas de base" ofereceram a Jango a oportunidade 'de obter o apoio das massas. Reforma ou Revolu50? . ' Para os comunistas, as reform~s serviam para prepa~-are flcclcrar a revoluo; para Jango, as'reformas poderiam dar-lhe um' nome na histria, ao estilo PQ~listp. . ..-.------------Ln E S E ,~~_~~~~l---,--------- Nesse aspecto, j existiam dois organismos aglutinadores, o Pacto de Unidade e Ao (PUA), que reunia os sindicatos vincu lados aos transportes, e a Comisso Permanente das Organizaes Sindicais (CPOS), que englobava vrias categorias, em particu-- lar, a dos metalrgicos. A conquista da CNTI forneceu, ao PCB,a hegemonia no meio sindical e a base para a criao de uma enti- dade acima das confederaes. 88. . 4. As Ligas Camponesas Seus discursos de 19 e 13 de maio aproximaram-no m~i5 das esquerdas. Ainda em maio, Brizola lanou o IIslogan" "Reforma ou Revoluo", com muito maior repercusso do que o.fizera Francis . -co Julio, no I Congresso das Ligas Camponesas, em novembro de 1961. [n'ES_E n v ~~ 6_'_.' o afastamento do PCB deu-se com a derrota, no V Congresso . . do Partido, das teses dos comunistas vinculados s Ligas que viam no campesinato a principal fora revolucionria. O Partido, ne~ se Congresso, realizado em 1960, consagrara a tese do carter nacional-democrtico da revoluo,' atrelando a reforma agrria e o movimento campon~s s necessidades tticas dessa etapa, ali cerada numa frente nica constituda de operrios, estudantes e .camponeses. Esse fato agravara as relaes entre o Partido e as Ligas, j tensas desde a campan~a presidencial, qu~ndo estas li deravam uma campanha de solidariedade a Cuba, durante o blo-' queio ilha, por ocasio da chamada "crise dos msseis soviti COSi' (6 Partido, que apoiava Lott,'considerou o movimento ino- portuno). O rompimento viria no final do ano seguinte. No fim da dcada de 50, as Ligas Camponesas haviam-se pr~ jetado nacionalmente c, no incio dos anos 60, sofreriam uma vi rada ideol6gica. Afastar-se-iam do PCB e abraariam uma concep- o revolucionria .calcada na experincia cubana, definindo-se pela reforma agrria radical ("na lei ou na marra"). Em novembro desse ano, a Unio 'dos Lavradores e Trabalha- dor~s Agrcolas do Brasil (ULTAD.),dominada pelo PCB, ~ealizou, 'em pelo Horizonte, 5 I Congresso Nacional de Lavradores e Trab~ lha~ores Agrcolas. O conclave caracterizou-se pel disputa en- tre as idias cubanas de Julio e as teses do pcn. Em entrcvis-. . .. .. ta ii revista IIChe n , de Buenos Aires, durante esse Congresso, Ju- 1i59 afirmava:" ... nO~-60 .te.ma - Ife.OIL/1Ia ou ILC.VO.tu.co~ "Se neg.6.6 e.1Il0-6 a lLe.vo.tu.co ~ e.ILZaJllO~ .de.JlIa[J~}9(J.-6t c.a.'Le.n.tc.-6 de llU.tC.I1.t.