As fontes de informação sobre a União Europeia, o...
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EUROBAROMETRO “EDIÇÃO ESPECIAL” 2002
As fontes de informação sobre a União Europeia, o Alargamento
e as Relações entre as Instituições, os Estados Membros e os
Cidadãos
Estudo realizado para aRepresentação da Comissão Europeia em
Portugal
«Este documento não reflecte as opiniões da Comissão Europeia.Quaisquer interpretações ou opiniões manifestadas neste relatório são
da responsabilidade da sua autora Sónia de Melo Xavier»
2
Introdução ....................................................................................................................... 3
Informação sobre a União Europeia ............................................................................. 5
As fontes de informação................................................................................................ 5A televisão ................................................................................................................ 5
Tipos de programas vistos .................................................................................... 6Informação televisiva sobre a União Europeia ..................................................... 7
Os jornais e as revistas.............................................................................................. 7Informação escrita sobre a União Europeia .......................................................... 9
A rádio ...................................................................................................................... 9
Os serviços de informação das instituições ................................................................ 10O website www.europa.eu.int................................................................................. 12Outras fontes de informação ................................................................................... 13Avaliação da informação obtida ............................................................................. 14
As aspectos positivos e os aspectos negativos da União Europeia ............................ 15O interesse dos portugueses pelas diferentes políticas europeias.............................. 17O interesse em saber o que pensam os outros sobre a Europa .................................. 20A Constituição Portuguesa e os Tratados Europeus .................................................. 20
O alargamento da União europeia .............................................................................. 23
Conhecimentos e interesse demonstrado pelos candidatos ao alargamento.............. 23Obtenção de informação sobre o alargamento em Portugal...................................... 26A participação dos indivíduos no processo de alargamento ...................................... 27Atitude perante o alargamento ................................................................................... 28As consequências do alargamento.............................................................................. 29
Os países beneficiários............................................................................................ 29Percepções relativas ao impacto do alargamento nos países membros e na vida dosseus cidadãos........................................................................................................... 30
Benefícios e inconvenientes do alargamento.............................................................. 33Entrada de estrangeiros e as suas consequências.................................................... 35
Os princípios que devem ser respeitados pelos candidatos........................................ 36O ritmo do alargamento ............................................................................................. 37
As relações entre a União Europeia, os Estados Membros e os cidadãos................ 40
Opiniões sobre a União Europeia .............................................................................. 40Fontes de informação sobre as actividades Europeias .............................................. 42A relação entre a União Europeia e Portugal............................................................ 42Relações de poder entre os membros na União Europeia.......................................... 44
Os países mais e menos influentes.......................................................................... 44A voz do cidadão comum na União Europeia ........................................................ 47
As diferentes áreas de intervenção das políticas comunitárias.................................. 48
3
Conclusão....................................................................................................................... 51
Introdução
Entre os dias 22 de Janeiro e 28 de Fevereiro de 2002 o European Union Research
Goup/INRA realizou um estudo de opinião nos quinze países membros da União
Europeia, Eurobarometro 56.31 para do serviço de sondagens e estudos de opinião da
Direcção Geral de Imprensa e Comunicação da Comissão Europeia em Bruxelas.
A pesquisa foi levada a cabo nos quinze países membros da U.E. Foram objecto desta
sondagem, os residentes no território da União, com idade superior ou igual a quinze
anos. As entrevistas foram realizadas em casa dos inquiridos e na(s) língua(s) do país.
Os tópicos principais do questionário foram os temas relacionados com a actualidade da
U.E., mais especificamente com três grupos de temas principais:
• Informação e conhecimentos sobre a União Europeia
• O alargamento da União Europeia
• As relações entre a União Europeia, os Estados Membros e os cidadãos
Em Portugal as entrevistas foram realizadas entre os dias 25 de Janeiro e 25 de
Fevereiro pela Metris. A amostra continha 1001 residentes no território nacional
(Continente e Regiões Autónomas), dos quais apenas um não possuía a nacionalidade
portuguesa. Esta amostra foi seleccionada aleatoriamente com base nos dados da
população portuguesa existentes no Eurostat (Regional Statistics Yearbook de 1997) e
tendo em linha de conta a distribuição da população nas áreas urbanas e rurais, bem
como a distribuição por sectores socio-económicos existente no país.
O presente relatório é constituído por três capítulos principais, nos quais são analisados
os dados referentes aos três temas do inquérito, tendo em conta as especificidades do
povo português e também tendo como pontos de referência os dados globais da União
Europeia e dos seus diferentes países membros, sendo efectuada uma comparação entre
os dados recolhidos nos vários países sempre que for apropriado.
1 Daqui em diante referido como Eurobarometro
4
Este documento tem como objectivo principal avaliar o interesse e grau de informação
que os cidadãos europeus e mais concretamente os portugueses tem sobre o processo de
construção europeia. Convém lembrar que este estudo foi baseado numa amostra da
sociedade portuguesa e consequentemente existe uma margem de erro para os valores
aqui apresentados.
5
Informação sobre a União Europeia
É possível encontrar informação sobre os temas europeus nos meios de comunicação
social, nos serviços de informação nos países membros e mesmo directamente junto das
instituições.
As respostas dadas nesta secção do questionário mostrar-nos-ão até que ponto o cidadão
português está informado e tem interesse em conhecer a União Europeia e as suas
políticas. É dado um ênfase particular aos meios de informação preferidos e ao tipo de
informação pretendida pelo cidadão. Também se procura aferir o grau de interesse
suscitado pelos diferentes meios de informação das instituições da União nos países
membros e nas suas sedes junto do público.
Na segunda parte deste capítulo é analisado mais especificamente o interesse dos
portugueses pelas diferentes políticas europeias, bem como a receptividade demonstrada
face às mesmas.
As fontes de informação
A primeira parte do questionário tem como objectivo principal apreciar as fontes
utilizadas e que tipo de informação os inquiridos procuram sobre a União Europeia.
Quanto às fontes são focadas as exteriores (comunicação social) e posteriormente os
serviços de informação das instituições.
A televisão
Em Portugal todas as classes sócio-demográficas dizem preferir a televisão, não
havendo diferenças significativas segundo o rendimento, nível de escolaridade ou
profissão. É contudo nas áreas urbanas de pequena e de média dimensão que este meio é
mais privilegiado.
A grande maioria dos inquiridos afirma ver a TVI e a SIC. São os quadros superiores e
os estudantes que declaram preferir estes canais, embora estes também sejam vistos pela
maioria dos outros inquiridos.
6
Gráfico 1 Os canais de televisão mais vistos
0
10
20
30
40
50
60
70
TVISIC
RTP1RTP2
Canal
Loca
l
Eurone
wsCNN
BBC
Os canais de cariz informativo e em língua estrangeira, como a BBC, a CNN e o
Euronews tem um público composto quase exclusivamente por pessoas dos escalões
mais privilegiados da sociedade. Já as estações de televisão locais são vistas por metade
dos madeirenses e dois terços dos açorianos.2
Gráfico 2 Os programas de televisão mais vistos pelos portugueses
0102030405060708090
100
notícias/informativos telenovelas filmes desporto
Tipos de programas vistos
Os portugueses são os europeus que mais noticiários vêem (87%), precedidos somente
pelos dinamarqueses. Uma proporção idêntica de homens e de mulheres afirma eleger
os programas de informação. São contudo os quadros superiores e os reformados que os
2 Amostra não representativa
7
preferem. Seguem-se as telenovelas, os filmes e o desporto, com as mulheres a preferir
as primeiras e os homens os dois últimos. As categorias de programas vistos variam
substancialmente de país para país. Britânicos e irlandeses preferem as séries e
telenovelas ao passo que os espanhóis preferem os concursos e reality shows.
Informação televisiva sobre a União Europeia
É na televisão que a maior parte dos europeus procura informação sobre a União,
sendo a média europeia de 58% e a portuguesa de 57%. Todavia quando questionados
sobre onde preferem obter informação e qual a fonte que consideram mais útil,
confirma-se o elevado grau de dependência dos portugueses em relação a este meio.
78% prefere a televisão para se informar e 84% considera que é lá que obtém a
informação mais útil, a maior percentagem de inquiridos na Europa3 para estas duas
questões.
Quanto a programas com informação sobre a União Europeia a grande maioria dos
telespectadores (48%) gostaria de ver mais coisas sobre o Euro, seguido de informação
sobre as instituições e sobre as políticas comunitárias. Esta selecção de programas
corresponde ao que os portugueses afirmam ver na televisão.
Em média estes inquiridos são da opinião que a informação transmitida pela televisão é
medianamente informativa, uma opinião que não varia muito segundo o grupo sócio-
económico, mas que são maioritariamente os homens a expressa-la. Em média os
portugueses também crêem que a informação oferecida é objectiva e neutra, sendo na
sua maioria as pessoas dos escalões mais privilegiados a ter esta visão. Curiosamente
53% dos açorianos é da opinião que a informação apresentada não é objectiva.4
Os jornais e as revistas
Contrariamente aos telespectadores, o grupo dos leitores de jornais não é homogéneo. A
grande maioria dos portugueses (44%) afirma não ler nenhum jornal, sendo este grupo
constituído por 56% de mulheres. Nesta categoria encontramos grande parte das donas
de casa e dos reformados seguidos pelos desempregados. São os quadros superiores e os
estudantes que mais afirmam ler jornais.
3 As percentagens europeias são de respectivamente 64 e de 68%4 Amostra não representativa
8
É nas regiões autónomas que encontramos os dois extremos de interesse pela leitura,
com 83% dos açorianos a afirmar não ler nenhum jornal, contra somente 30% dos
madeirenses. É também nas regiões autónomas, bem como no Alentejo que se lêem
mais publicações locais (a amostra não é representativa das populações destas regiões).
O Jornal de Notícias é o preferido dos inquiridos, seguido pelo Correio da Manhã e
pelos jornais desportivos, maioritariamente lidos pelos estudantes. Jornais como o
Público e o Diário de Notícias são eleitos pelos indivíduos do escalão de rendimento e
de educação superior.
Quanto aos semanários o cenário repete-se, com 76% a afirmar não ler nenhum e jornais
como o Expresso e o Independente a serem lidos pelos escalões mais privilegiados da
sociedade.
Gráfico 3 Os jornais diários mais lidos
0
510
15
2025
30
35
4045
50
nenh
um
Jorna
l loca
l
Record
A Bola
O Jogo
24 H
oras
Capita
l
Mulheres e homens apresentam um nível de leitura de revistas semelhante. Da lista de
publicações apresentada constituída por publicações que privilegiam os temas de
actualidade político-sociais, a mais lida é a Visão, seguida da Focus e da Grande
Reportagem.
62% dizem não ler revistas e o padrão de leitores é em tudo semelhante ao dos jornais.
A percentagem de inquiridos portugueses que diz ler revistas estrangeiras como a Time
a Newsweek é muito reduzida.
9
Informação escrita sobre a União Europeia
Embora os jornais sejam a segunda fonte de informação preferida em Portugal e no
resto da União sobre os temas europeus uma percentagem muito reduzida de
portugueses 16%, quando comparada com os 37% da média europeia afirma preferir
este meio. São os portugueses que menos procuram informação europeia neste meio
de comunicação social 20% e os que menos importância dão à utilidade desta fonte
29%, contra respectivamente 36% e 43% na média europeia. É o Euro com 26% de
respostas, seguido dos objectivos da União Europeia e de como encontrar mais
informação sobre a União, os temas que mais interessam a estes leitores e que também
correspondem aos temas que os inquiridos afirmam ler nos jornais.
Quanto à qualidade da informação obtida nos jornais, os inquiridos consideram que ela
é mediana, uma opinião partilhada pela grande maioria dos estudantes. Os quadros
superiores crêem que a informação dos jornais é muito boa, já 18% dos reformados que
ela é muito má. Relativamente à objectividade, independentemente do escalão sócio-
demográfico os inquiridos consideram que ela tende a ser objectiva e neutra.
A rádio
Em Portugal a grande maioria dos ouvintes de rádio são as pessoas que afirmam não ler
jornais e que apresentam um menor conhecimento sobre os temas europeus. Grande
parte destes ouvintes são homens.
A rádio Renascença lidera as estações mais ouvidas, sendo o seu público constituído
maioritariamente por donas de casa, reformados e trabalhadores manuais. Seguem-se a
Rádio Comercial e a RFM ouvidas pela grande maioria dos estudantes e dos jovens
quadros superiores. A TSF aparece em quarto lugar e tem um público composto
essencialmente por quadros superiores.
10
Gráfico 4 Fontes de informação preferidas
0 10 20 30 40 50 60
reuniões
paineis de informação
pontos de informação da U.E.
livros e panfletos
outros jornais e revistas
internet
radio
discussões c/ família e amigos
jornais diários
nunca procuro este tipo de infromação média U.E.
nunca procuro este tipo de informação
televisão
Os serviços de informação das instituições
Os serviços de informação das intuições existentes em Portugal tal como nas sedes das
mesmas5, são largamente desconhecidos pelos inquiridos. Contrariamente à
comunicação social, e em especial a televisão que é um meio “passivo”, esta via implica
um grau de participação e interesse muito maior da parte do público.
Quando questionados sobre os serviços de informação das instituições 75% dos
portugueses não sabia que eles existiam contra apenas 21%. Embora alta esta média é
das melhores e inferior à europeia, onde 80% afirmou nunca ter ouvido falar de tais
serviços. São maioritariamente os homens (26% contra 17% de mulheres), quadros
superiores (50%) e os estudantes (34%) que conhecem estes serviços. A percentagem de
utilizadores é maior nas áreas urbanas de dimensão média.
É em Portugal que se regista um dos menores números de inquiridos que afirma
utilizar estes serviços para obter informação sobre a União Europeia (9%).
5 Bruxelas, Estrasburgo, Frankfurt, Luxemburgo...
11
Gráfico 5 Percentagem de pessoas que já pediram informações num serviço das instituições no seu país
0
5
10
15
20
25
30
35
Luxe
mburgo
Irland
a
Holand
a
Aleman
ha
Dinamarc
a
Reino U
nido
Portug
al
Espan
ha
Gráfico 6 Perfil de quem conhece os serviços de informação das instituições
0 10 20 30 40 50 60
donas de casa
reformados
deixou a escolaridade aos 15 anos ou menos
Mulheres
Homens
zonas urbanas médias
estudantes
escalão de rendimento superior
pessoas com estudos superiores
quadros superiores
Dos 21% que conhece os serviços de informação das instituições em Portugal6, 60%
nunca os utilizou contra somente 9%. A maioria destes inquiridos diz ter pedido
informações uma única vez, mas há também uma grande percentagem de utilizadores
6 Euro info- points, bibliotecas, a Representação da Comissão...
12
regulares, que dizem ter se servido destes serviços mais de dez vezes. Em média estes
utilizadores ficaram satisfeitos, tendo quase metade mostrado desejo de voltar a
questioná-los. É de destacar que ninguém afirmou ter ficado sem resposta a uma
questão.
O perfil destes 9% de utilizadores é em tudo semelhante ao apresentado no quadro das
pessoas que sabem da existência destes serviços, ou seja, pertencem às classes mais
privilegiadas do ponto de vista da instrução e do rendimento.
A distância geográfica e a acessibilidade dos pontos de informação existentes em
Portugal poderão estar na origem do facto de metade dos inquiridos não ter
conhecimento sobre a possibilidade de contactar directamente as sedes das instituições.
Os 2% que já o fizeram são maioritariamente quadros superiores e estudantes e
afirmaram ter ficado satisfeitos. Dos 98% que nunca pediram informações mais de
metade não se mostra interessado em fazê-lo.
A taxa de utilização de telemóveis entre os portugueses não deverá ser alheia à elevada
proporção de inquiridos que afirmou que se tivesse que enviar uma mensagem com uma
sugestão à União Europeia o faria preferencialmente por telefone/SMS, enquanto em
média o resto dos europeus mostraram-se inclinados a escrever uma carta, enviar um fax
ou um e-mail.
O website www.europa.eu.int
A Internet é cada vez mais um instrumento fundamental de pesquisa para os cidadãos,
sendo possível encontrar todo o tipo de informação nesta rede, incluindo documentação
sobre a União Europeia e as suas políticas.
Portugal a par da Grécia apresenta uma das menores taxas de utilização de Internet
da Europa. Em Portugal somente 6% dos inquiridos disse utilizar a Internet para
procurar informação sobre a União contra 12% da média europeia. A grande maioria
dos utilizadores que a utiliza fá-lo principalmente em casa, mas também no trabalho e
na escola. São os jovens quadros superiores dos meios urbanos os maiores adeptos deste
meio de informação, tanto em casa como no trabalho. Destes somente uma minoria já
esteve no website das instituições europeias, o www.europa.eu.int A maior parte diz
ter visitado o site por curiosidade pessoal, seguindo-se os motivos profissionais e
académicos.
13
O tema de maior interesse para estes indivíduos são os direitos dos cidadãos, seguidos
de informação geral sobre as instituições e as suas políticas.
Os debates na Internet com os responsáveis pelas decisões a nível comunitário, não são
do interesse dos europeus. São contudo as pessoas dos escalões mais privilegiados do
sul da Europa as mais abertas a este tipo de discussão. Quando questionados se estariam
preparados a discutir os assuntos comunitários com alguém responsável pela tomada de
decisões na União, metade dos quadros superiores entrevistados em Portugal mostrou-se
disponível para o fazer.
Gráfico 7 O que os portugueses gostariam de ver no "website" Europa
0
10
20
30
40
50
60
os direitos dos cidadãos informação geral sobre as instituiçõesinformação sobre as actividades da U.E. assuntos chavedocumentos oficiais
Outras fontes de informação
Além das fontes anteriormente mencionadas, e que por sua vez constituem os meios
mais comuns pelos quais os portugueses obtém informação, existem outras que
recolheram percentagens menos significativas.
14% dos inquiridos afirmou preferir as discussões com a família e com os amigos para
saber mais sobre a União Europeia. Este número é inferior ao registado nos outros
países, com a excepção da Espanha, Irlanda e Reino Unido. Os maiores adeptos destas
discussões sobre os temas europeus são os nórdicos, com 35% dos dinamarqueses e
26% dos suecos a responderem positivamente.
Portugal regista a percentagem mais pequena (2%) de indivíduos que preferem receber
informação através de livros e de brochuras. Mais próximos dos portugueses
encontramos os espanhóis com 5% e os gregos com 6%. Nos outros países a informação
14
escrita regista um número de adeptos superior, sendo os luxemburgueses com 17% os
maiores. São os inquiridos que apresentam um nível sócio-económico mais elevado que
afirmam preferir estes meios.
Uma percentagem muito inferior à já de si pequena média europeia de 2%, disse preferir
as reuniões, bem como um número pouco significativo que disse usar os CD-ROM.
O número de portugueses, de espanhóis e de britânicos que afirma nunca procurar
qualquer informação sobre a União é muito elevado (entre os 35% portugueses e os
38% do Reino Unido) com as mulheres e as pessoas dos meios rurais a liderarem o
grupo dos menos interessados. De qualquer modo um número inferior à média europeia
afirma não querer receber qualquer tipo de informação sobre a União (0,6%),
contrastando com os espanhóis (2%) que são os europeus menos interessados em ser
informados sobre estes assuntos.
Avaliação da informação obtida
Os portugueses preferem que a informação lhes seja dada de uma forma não muito
complicada e em meios de informação onde não seja necessário muito esforço da parte
do receptor (a televisão é claramente preferida aos jornais, tal como os panfletos com
informação simples, são preferidos aos livros com muitos detalhes, sendo estes últimos
três meios preferidos pelas classes mais privilegiadas).
Em Portugal a televisão é o único meio de informação que abrange todos os grupos
sócio-económicos de uma forma relativamente homogénea, ao passo que os outros
meios são utilizados por diferentes segmentos da sociedade. Os meios escritos e os
serviços das instituições (e dentro destes os serviços da Internet) são preferidos pelas
pessoas com mais estudos e de maior rendimento ao passo que a rádio é preferida pelas
pessoas que apresentam um nível de instrução e de rendimento inferior.
Em sucessivas questões ao longo deste Eurobarometro a Dinamarca é um dos países
onde os cidadãos se mostram mais informados sobre a União e as suas políticas. A
Dinamarca apresenta a par da maior taxa de espectadores de programas televisivos,
nomeadamente os informativos (seguida de perto por Portugal), uma considerável taxa
de inquiridos que afirma ler jornais com regularidade e um dos grupos de inquiridos
com mais estudos, fenómenos que não se verificam em Portugal o país onde menos se
lê jornais e um dos países onde mais se vê televisão e os inquiridos se mostram
geralmente menos informados que a média europeia. Contrariamente aos portugueses os
15
dinamarqueses não estão exclusivamente dependentes de um único meio de informação,
neste caso a televisão, para obter informação sobre as políticas europeias, mas sim
completam a informação obtida com a dos outros meios. Pode verificar se deste modo
que não existe nenhuma relação de causa/efeito entre e elevada taxa de programas
informativos vistos em Portugal e o grau de informação obtido, pois apesar desta taxa
ser elevada, os outros meios informativos encontram-se pouco implantados no nosso
país.
Os aspectos positivos e os aspectos negativos da União Europeia
A grande maioria dos portugueses não consegue nomear nem aspectos positivos
(71%) nem aspectos negativos (81%) associados à União Europeia. Estas são as
maiores percentagens de indivíduos em todos os países que não sabem responder a estas
questões, pondo deste modo em causa a exactidão dos resultados obtidos nesta questão
em Portugal.
Embora as percentagens de pessoas que não sabem dar uma resposta sejam
relativamente elevadas nos outros países, elas oscilam em média entre 30% para os
aspectos positivos e 40% para os aspectos negativos, ou seja metade das percentagens
registadas em Portugal. As médias europeias para estas duas questões são de 42% para
os aspectos positivos e 52% para os aspectos negativos. Porém convém não esquecer
que estes números reflectem o número de “sem opinião” em Portugal de uma forma
muito clara.
Em Portugal são as donas de casa com 93% a liderar este grupo dos que não sabem
nomear aspectos positivos, seguidas dos reformados com 84%. Curiosamente a
percentagem de quadros superiores que disse não saber também é elevada, embora
menos (59%). Nesta questão a percentagem de homens e de mulheres que afirma não
saber é semelhante.
A visibilidade do Euro põe no à frente das características boas atribuídas à União pelo
pequeno grupo que deu uma resposta a esta questão, mas também das más, pois uma
considerável percentagem de inquiridos considerou o fim do escudo como uma
consequência má. As mulheres, os trabalhadores manuais, as pessoas mais idosas e os
habitantes das áres urbanas de dimensão média constituem a grande maioria de
indivíduos que consideram o fim da moeda nacional como uma desvantagem. Já os
16
homens, os estudantes e as pessoas dos grandes meios urbanos são os maiores adeptos
da introdução do Euro.
O grande investimento em fundos comunitários que se deu em Portugal desde a adesão,
com certeza contribui para a visibilidade que a União Europeia tem entre os portugueses
e para a prevalência de uma visão positiva entre os inquiridos.
Gráfico 8 Os aspectos mais positivos da União Europeia
0
10
20
30
40
50
60
70
80
não sei o Euro crescimentoeconómico
mais fundoscomunitários
não há aspectospositivos
livre circulaçãode pessoas
Portugal Média U.E.
São as pessoas de um escalão de rendimento inferior, com menos estudos e as mais
idosas a afirmar mais frequentemente que a União Europeia não tem aspectos
positivos ou que dão maior ênfase aos aspectos negativos. Estas pessoas também
constituem a grande maioria dos que não sabem dar uma resposta.
17
Gráfico 9 Os aspectos mais negativos da União Europeia
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
domínio dos países grandes
economia mais franca/competição
desemprego
mais estrangeiros
mais crime
menos fundos comunitários
falta de harmonização f iscal
f im da moeda nacional
não há aspectos negativos
não sei
Portugal Média U.E.
O interesse dos portugueses pelas diferentes políticas europeias
O interesse dos portugueses pelas políticas comunitárias é médio. Os jovens mostram-se
mais interessados e disponíveis para receber informação, bem como as pessoas com
mais estudos e de um escalão de rendimento superior.
São os temas próximos do dia a dia dos inquiridos como a luta contra o crime, o
desemprego, a segurança alimentar e a saúde que atraem a grande maioria. Já os
temas políticos e institucionais são manifestamente secundários para a maior parte
dos portugueses.
Parece haver uma certa confusão entre os temas da política comunitária e os temas da
política nacional, que poderia ser corrigida com mais informação sobre as competências
e o papel das instituições nacionais e europeias nas diferentes áreas, o que curiosamente
não faz parte das prioridades dos portugueses.
Gregos e portugueses são os que mais afirmam gostar de obter mais informação sobre
os temas tratados, o que denota à partida um interesse e uma visão positiva que não
parece existir com a grande maioria dos entrevistados nos outros países, que
simplesmente consideram já saber o suficiente e não querem receber mais informação.
18
A luta contra o crime é a maior preocupação dos europeus, com países como a Grécia
o Luxemburgo, a Itália e Portugal a ultrapassarem os 80% de inquiridos interessados
nas políticas da União sobre este tema e em receber mais informação. Curiosamente em
Portugal a política de imigração, que aparece quase sempre associada à criminalidade,
tem uma percentagem de interessados fraca.
O facto desta sondagem ter sido realizada em Janeiro, ou seja durante o período de
transição entre o Euro e o Escudo, poderá ser uma das razões para a elevada taxa de
interesse particularmente dos homens, mostrada pela moeda única e nas consequências
da sua introdução.
É interessante verificar que é nos países onde a taxa de desemprego é menor, que os
cidadãos mais se preocupam com as questões relacionadas com este tema. Portugal
que apresenta uma das menores taxas de desemprego da União, consegue ter uma
das maiores percentagens de interessados (76%) nas questões de desemprego sempre
que elas são colocadas, a par de países como a Suécia e o Luxemburgo onde a situação
também é das melhores. Em Espanha país que apresenta a maior taxa de desemprego da
União Europeia, o interesse é inferior ao dos portugueses.
Depois de crises como a BSE e a febre aftosa, os Europeus elegeram a segurança
alimentar como um dos temas prioritários. Em Portugal 76% dos inquiridos
manifestaram-se interessados nesta política.
A saúde também é uma grande preocupação como já se havia verificado no ano
passado e mais uma vez este interesse deverá estar relacionado aos problemas sentidos
neste sector ao nível nacional.
19
Gráfico 10 O interesse dos portugueses pelas políticas comunitárias
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
a polí t ica de t ransporte
PESC
PCC
os tratados
polí t ica de asilo
polí t ica de invest igação
part ilha de responsabilidades c/ os governos
polí t ica de emigração
origens e história
o papel da AR na U.E.
mercado interno
a polí t ica de ajuda aos PVDs
o alargamento
educação
poderes e responsabilidades
PAC
polí t ica cultural
como funcionam as inst ituições
PSDC
aspirações e object ivos
o papel da U.E. no M undo
emprést imos e subsidios da U.E.
a ajuda humanitária
a polí t ica ambiental
segurança alimentar
a polí t ica de saúde
luta contra o desemprego
os direitos do cidadão
consequências do Euro
luta contra o crime
Gráfico: PSDC Política de Segurança e de Defesa Comum; PAC Política Agrícola Comum; PVDs Países em Via de
Desenvolvimento; AR Assembleia da Republica; PCC Politica Comercial Comum; PESC Politica Estrangeira e de
Defesa Comum
Os direitos do cidadão na União Europeia aparecem com 79%, mostrando ser uma
prioridade de um modo geral. De entre os temas “não materiais” os direitos dos
cidadãos tendem a aparecer em primeiro plano sempre que estão entre as opções.
Portugal é um dos países onde a curiosidade pela história da Construção Europeia é
maior com 51% de inquiridos interessados. Os objectivos da União são um foco de
interesse comum em todos os países bem como os seus poderes e responsabilidades, o
modo de funcionamento das instituições e a partilha de responsabilidades entre os
órgãos nacionais e europeus, sendo os britânicos os menos atraídos por estes temas. São
20
as pessoas dos segmentos mais privilegiados da sociedade que se interessam por estes
assuntos.
O interesse pelos instrumentos que poderão levar a uma aumento de influência da União
ao nível Mundial é médio, bem como a atenção dada ao papel da União no Mundo com
60% de respostas positivas em Portugal.
O interesse em saber o que pensam os outros sobre a Europa
Foi perguntado aos inquiridos se estariam interessados em saber os que pensam os
outros cidadãos europeus sobre o futuro da Europa. Portugal apresenta uma das
percentagens de interessados mais baixa nesta questão.
Em média os portugueses dizem não estar muito interessados em saber o que pensam os
outros europeus. A curiosidade em relação ao que pensam os cidadãos dos países
candidatos é ligeiramente maior ao que pensam os cidadãos dos actuais membros.
Já no que diz respeito aos políticos estrangeiros o interesse é grande. Os portugueses
dizem estar atentos ao que eles dizem e são mesmo da opinião de que estes deveriam
falar mais frequentemente nos meios de comunicação nacionais sobre os problemas
comuns a todos os europeus.
Gráfico 11 Interesse em saber o que pensam os outros europeus
34,4
34,6
34,8
35
35,2
35,4
35,6
35,8
36
36,2
interesse em saber o que pensam os cidadãos dos países candidatos
interesse em saber o que pensam os outros cidadãos da U.E.
A Constituição Portuguesa e os Tratados Europeus
Quanto aos textos fundamentais de Portugal e da União Europeia, de um modo geral os
portugueses estão mais interessados em conhecer o conteúdo da Constituição que o
21
conteúdo dos tratados (quando comparados entre si). Contudo ao nível europeu Portugal
é um dos países onde as pessoas estão menos interessadas em conhecer a sua
Constituição; já no que diz respeito aos tratados o interesse dos portugueses encontra-se
dentro da média europeia de 48% sendo mesmo das maiores.
Gráfico 12 Interesse pela Constituição e pelos Tratados
0
10
20
30
40
50
60
Constituição/sim Constituição/não tratados/sim tratados/não
Foram maioritariamente os homens, os quadros superiores e os estudantes que deram
uma resposta positiva a estas duas questões. 82% dos quadros superiores afirmou estar
interessado na constituição e 72% considera útil conhecer os tratados. Por sua vez os
menos interessados foram as donas de casa e os reformados. Quanto à distribuição
geográfica, as menos interessadas são as pessoas das zonas rurais e as mais interessadas
as residentes nas zonas urbanas médias.
22
• Em Portugal todas as classes sócio-demográficas dizem preferir a televisão
como fonte de informação. A televisão é o único meio de informação que
abrange todas as classes de uma forma homogénea.
• A maioria dos portugueses considera a TV como a melhor fonte de informação
sobre os assuntos europeus.
• 44% dos portugueses diz não ler jornais. São também os portugueses que menos
procuram informação europeia neste meio de comunicação social. São as
pessoas das classes mais privilegiadas que preferem este meio de informação.
• Portugal é um dos países onde as pessoas menos utilizam os serviços de
informação das instituições. São maioritariamente as classes mais privilegiadas
de um ponto de vista educacional e social que utilizam estes serviços.
• O website das instituições é pouco conhecido, sendo os jovens quadros
superiores dos meios urbanos os maiores adeptos deste meio.
• A grande maioria dos portugueses não consegue identificar aspectos positivos
ou negativos associados à União. É contudo o Euro o aspecto apontado como o
mais positivo.
• As políticas europeias que mais interesse despertam nos portugueses são as que
estão relacionadas com o dia a dia, como a luta contra o crime e o desemprego.
• A generalidade dos portugueses não se interessa em saber o que pensam os
outros sobre a Europa.
• Os tratados europeus e a constituição não são do interesse da maioria dos
portugueses.
23
O alargamento da União europeia
A proximidade do alargamento da União Europeia não parece estar a ser sentida pelos
cidadãos dos diferentes países membros. Em Portugal existe um elevado grau de
desconhecimento sobre o processo e sobre os países candidatos em geral. Em Portugal
embora o nível de informação seja menor que no resto da União, a falta de
conhecimentos não é uma excepção, pois nos outros países o grau de conhecimentos e o
interesse por esta problemática também são muito reduzidos.
A falta de informação sobre o alargamento é generalizada e não constitui uma
característica particular de uma determinada classe sócio económica, mas geralmente
são os quadros superiores e as pessoas com um nível de escolaridade e de rendimento
superior os que manifestam um conhecimento mais aprofundado sobre os países e sobre
o processo de alargamento em geral. São também os homens que se mostram mais
informados e interessados que as mulheres.
Ao contrário dos estudos e do rendimento a área de residência não tem uma influência
muito significativa, mas é possível verificar que são as pessoas das áreas urbanas de
dimensão média as mais atentas e informadas como já se havia verificado no tema
precedente.
Conhecimentos e interesse demonstrado pelos candidatos ao alargamento
Gráfico 13 Conhecimento sobre os candidatos
0102030405060708090
100
Turquia
Hungri
a
Rep. C
heca
Chipre
Malta
Nenhu
m deste
s
ouvi falar
24
Quando questionados sobre a Letónia, 70% dos portugueses afirmam que já ouviram
falar deste país contra os 82% da média europeia. O conhecimento de países como a
Polónia e a Turquia é maior, visto 91% afirmar conhecer o primeiro e 90% o segundo.
De um modo geral, as respostas positivas a esta questão foram inferiores à média
europeia, tendo Portugal registado a maior percentagem de inquiridos que nunca
ouviram falar de nenhum dos candidatos (6.5% contra 1% no resto da União
Europeia).7
Gráfico 14 Pessoas que nunca ouviram falar do alargamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Reino Unido Portugal Média U.E. Luxemburgo Áustria
57% dos portugueses não consegue identificar nenhum dos candidatos ao
alargamento8. Deste grupo 68% são mulheres. Esta é a maior taxa da União seguida
dos 49% dos espanhóis, mas representa uma melhoria face aos 62% do ano passado.
72% das donas de casa e 68% reformados dizem-se “nada informados” sobre o
alargamento.
Esta ignorância sobre quem são os candidatos é coerente com o sentimento geral de
grande desconhecimento sobre o processo de alargamento, do qual 64% afirma
nunca ter ouvido falar.
7 Note-se que esta questão refere-se à existência do país e não ao facto de este ser candidato.8 Os candidatos são: Bulgária, Chipre, Republica Checa, Estónia, Hungria, Lituânia, Letónia, Malta,
Polónia, Roménia, Eslováquia, Eslovenia e Turquia.
25
Gráfico 15 Grau de informação pessoal sobre o alargamento
0
10
20
30
40
50
60
nada informado não muito beminformado
bem informado muito bem informado
Gráfico 16 Distribuição dos que dizem não estar informados sobre o alargamento por classes socio-
económicas
0 10 20 30 40 50 60 70 80
quadros superiores
Homens
trabalhadores manuais
cidade
área rural
Mulheres
deixaram o ensino aos 15 anos ou antes
reformados
domésticas
O número de portugueses que já esteve num dos países candidatos também é muito
reduzido. O país que regista a maior percentagem de visitantes é a Turquia com 2%,
seguida da Hungria e da República Checa cada um com 1%. O interesse em visitar um
destes países no futuro também é muito reduzido (53% diz que não gostaria de ir de
26
férias a nenhum, a maior taxa registada nesta questão), sendo mais uma vez a Turquia e
a República Checa a despertar a maior curiosidade, um facto que se repete no resto da
União. A atracção que a Turquia exerce sobre os europeus de um modo geral é evidente,
sendo a única excepção a Grécia.
O interesse geral em relação aos candidatos é muito pequeno, 46% dos inquiridos
afirma não querer saber mais sobre eles (mais uma vez a excepção é a Turquia com
24%). Entre as áreas que mais curiosidade despertam nos cidadãos da União e também
de Portugal podemos encontrar a cultura, o turismo, a história e comida/bebida. Já os
laços de negócios, desporto e amizade são praticamente inexistentes.
Quanto a viver, trabalhar, ou estudar num dos candidatos o interesse dos inquiridos em
geral é quase nulo e os portugueses não são uma excepção.
Obtenção de informação sobre o alargamento em Portugal
O meio de comunicação que mais tem informado e que é preferido pela generalidade
dos portugueses para obter informação sobre esta problemática é a televisão (com 30%
de inquiridos que aí ouviram falar do alargamento e 85% que gostariam de ouvir falar
do alargamento neste meio de comunicação) seguida dos jornais (9% e 19%
respectivamente). Pode verificar-se no gráfico 17 que a percentagem de portugueses que
diz obter informação nos jornais é muito inferior à média europeia e que são
maioritariamente os homens, os quadros superiores e as pessoas com mais estudos que
preferem este meio de informação para obter informação sobre o alargamento.
27
Gráfico 17 Meios de comunicação onde o alargamento é mais divulgado
0
5
10
15
20
25
30
35
televisão jornais
Portugal Média U.E.
As discussões com a família e amigos (10%) superam a rádio (9.5%) como fonte de
informação. Em Portugal há um número de pessoas superior à média europeia de 2%
que afirma preferir ser esclarecido sobre esta problemática nos pontos de informação da
União Europeia (4%) e através do governo (5%).
A participação dos indivíduos no processo de alargamento
A proporção de indivíduos que dizem participar muito ou bastante no debate político
sobre o alargamento desceu em relação ao ano passado de 9% para 6%. Regra geral a
maioria dos portugueses, tal como o resto dos europeus acha que não participa ou
que participa muito pouco neste debate, sendo mais uma vez as donas de casa e os
reformados os que mais se sentem excluídos desta problemática.
28
Gráfico 18 Percepção de "não participação" no debate sobre o alargamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Portugal Média U.E.
Atitude perante o alargamento
A generalidade dos inquiridos é da opinião que a União deve ser alargada para incluir
somente alguns dos países candidatos (38%), tal como a média dos quinze. De qualquer
modo em Portugal registou-se a terceira maior taxa de inquiridos que gostariam de
ver a União alargada a todos os candidatos (28%) e uma das menores taxas de
pessoas que afirmaram ser contra qualquer alargamento (8%). É de salientar que 23%
afirmaram não ter opinião sendo a maior percentagem deste grupo mulheres.
Gráfico 19 A União Europeia deve ser ou não alargada?
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
sim, a alguns países sim, a todos os países não, a nenhum país
Portugal Média U.E.
29
Podemos verificar no gráfico 20 que os países ditos da coesão quando comparados com
dois dos maiores contribuidores do orçamento comunitário são mais favoráveis à adesão
de todos os candidatos. A fraca capacidade económica dos candidatos que os fará
recipientes de fundos, estará na origem desta atitude por parte dos países mais ricos. Já
os benefícios experimentados pelos quatro mais pobres, bem como a generalizada falta
de conhecimentos sobre o alargamento, que tende a ser maior nestes países com certeza
motivam este apoio.
Gráfico 20 A União Europeia deve ser alargada a todos os candidatos
0
5
10
15
20
25
30
35
Irlanda Espanha Portugal Grécia França Alemanha
As consequências do alargamento
Os países beneficiários
Quando questionados sobre o maior beneficiário do alargamento 17% dos inquiridos
respondeu a Alemanha, tendo a maior parte deste grupo justificado a resposta pelo facto
deste país ser poderoso, uma opinião partilhada pela grande maioria dos europeus.
30
Gráfico 21 Qual o país que beneficiará mais com o alargamento?
05
1015202530354045
Todos
Aleman
ha
Portug
al
Reino U
nido
Nenhu
m
Espan
ha
Luxe
mburgo
Irland
a
Holand
a
Austria
Dinamarc
a
Portugal U.E.
Portugal aparece em quarto lugar na média europeia de países que beneficiarão com o
alargamento. A maior justificação dada para este fenómeno é que a nossa economia
beneficiará. São os homens os mais optimistas quanto às vantagens do alargamento para
Portugal.
É no Luxemburgo que se regista a maior percentagem de inquiridos (10%) que afirmam
que Portugal será o maior beneficiário, esta taxa reflecte-se de uma maneira evidente na
média europeia de 3% atribuída ao nosso país. A este facto não deve ser alheia a
elevada percentagem de portugueses residentes neste país (12% dos inquiridos no
Luxemburgo eram de nacionalidade portuguesa).
Percepções relativas ao impacto do alargamento nos países membros e na vida dos
seus cidadãos
Em média os portugueses consideram que a sua vida diária não será nem melhor
nem pior depois do alargamento, uma opinião sentida em todos os outros países.
Contudo Portugal apresenta uma das maiores taxas de inquiridos que dizem que a sua
vida pessoal será melhor (17% sendo estes na sua maioria homens), uma tendência
verificada na Europa do sul. A maior parte dos indivíduos que tem esta percepção,
acredita que haverão melhores perspectivas económicas num mercado maior e mais
emprego. O turismo e a vida cultural mais variada também são fortemente apontados
como consequências positivas.
31
Gráfico 22 Melhor vida pessoal depois do alargamento
0 10 20 30 40 50 60
menos imigração de fora da U.E.
melhor situação financeira pessoal
menos tráfico de droga
aprenderemos mais sobre outros países
menos crime organizado
menor risco de conflito armado
mais países para visitar
mais fácil viajar
a U.E. vai ter uma voz mais forte
mais turismo
melhor vida cultural
mais emprego
melhor situação económica
Portugal média U.E.
Já a percentagem de pessoas que defende que a sua vida será pior, acredita que a taxa
de desemprego e o crime organizado aumentarão. Homens e mulheres estão igualmente
interessados nestes dois temas, verificando-se uma maior preocupação nas áreas urbanas
de dimensão média (48%) A redução dos fundos comunitários para Portugal e a perda
de poder dos pequenos países são dois problemas que inquietam os homens. Este
último problema é mesmo o único em que os portugueses se mostram mais
pessimistas que os outros inquiridos.
32
Gráfico 23 Pior vida pessoal depois do alargamento
0 10 20 30 40 50 60 70
valor do Euro cairá
muitos custos dos novos membros
menor uso da nossa língua
competição desleal dos novos membros
diferenças culturais
aumentos de impostos
mais imigrantes ilegais do exterior da U.E.
os pequenos países vão perder
menos fundos comunitários
aumentos de preços
mais tráfico de droga
mais gente no mercado de trabalho
mais crime organizado
mais desemprego
Portugal U.E.
Contra a crença prevalecente e contra as posições normalmente defendidas pelos
governos dos diferentes países no Conselho de Ministros da União, no respeitante a uma
eventual perda de fundos comunitários como consequência do alargamento, não são os
cidadãos dos países da coesão e portanto os maiores receptores que estão mais
temerosos quanto a uma possível redução de fundos, mas sim os cidadãos de países
ricos. No gráfico 24 podemos verificar que os cinco primeiros países a temer uma
redução dos fundos estão entre os mais ricos da União, aparecendo a Irlanda (país da
coesão) somente em sexto lugar e a Espanha, vista tradicionalmente como o mais
acérrimo defensor dos fundos comunitários em seu benefício, em décimo lugar.
33
Gráfico 24 Receio de perda de fundos comunitários pelos cidadãos dos países
0
10
20
30
40
50
60
Austria
Aleman
ha
Dinamarc
a
Irland
a
Holand
a
Portug
al
Reino U
nido
Espan
ha
Luxe
mburgo
Quanto aos diferentes sectores de actividade económica em Portugal não existe em
média uma percepção de ameaça por parte da concorrência dos candidatos em sectores
como a agricultura, a industria, as finanças, o comércio, os transportes. O número de
pessoas que defende que a indústria do turismo irá beneficiar com o alargamento é
significativo (51%), mas não tão grande como em Espanha ou na Grécia, países onde
esta indústria também é muito importante.
Benefícios e inconvenientes do alargamento
Os portugueses acreditam que o alargamento unificará e trará paz à Europa e também
levará ao fim dos conflitos armados. A melhoria da luta contra o terrorismo também é
apontada como um benefício sobretudo em Espanha. Os portugueses também são
optimistas quanto às perspectivas de crescimento económico (57%), mais até que a
média europeia. Já no que diz respeito ao emprego a atitude é mais negativa. 39% dos
inquiridos discordam que o alargamento criará mais empregos em Portugal. Em geral os
europeus são cépticos nesta questão e a maior parte dos inquiridos nos outros países
representa a mesma tendência dos portugueses. No sul da Europa parece haver uma
propensão a acreditar que a qualidade de vida aumentará depois do alargamento, sendo
os gregos e os portugueses os mais optimistas.
34
Gráfico 25 Consequências do alargamento
0 10 20 30 40 50 60 70 80
a U.E. será mais forte que os EUA
ajudará a criar empregos
aumentará a qualidade de vida
as relações da U.E. com a Russia serão melhores
se o nosso governo está de acordo deve ser bom
as vantagens serão superiores às desvantagens
a U.E. estará mais próxima dos cidadãos
as nossas empresas beneficiarão
ajudará a eliminar os conflitos armados na Europa
a U.E. funcionará melhor
assegurará a paz na Europa
Portugal será mais ouvido no M undo
ajudará na luta contra o terro rismo
favorecerá o crescimento económico
ajudará ao desenvo lvimento económico dos candidatos
unificará a Europa
a U.E. será mais forte politicamente
tornará mais fácil a imigração para Portugal
Concordo
A generalidade dos europeus e 47% dos portugueses considera que as vantagens do
alargamento serão bem maiores que as suas desvantagens (17%).
A grande maioria (66%) pensa que o alargamento dará mais força política à Europa e
52% que fará com que a União Europeia funcione melhor e esteja mais próxima dos
cidadãos, uma opinião partilhada pelos outros países do sul, mas não tanto pelos do
norte. Os países do sul também são mais uma vez mais optimistas quanto aos efeitos do
alargamento na sua própria projecção mundial.
No que diz respeito às relações externas, a ideia de que uma União Europeia alargada
será mais forte que os EUA não vai de encontro ao que pensam os europeus. O
optimismo é maior quanto a uma melhoria de relações com a Rússia.
35
Entrada de estrangeiros e as suas consequências
A média dos europeus parece estar de acordo quanto às facilidades de circulação e
nomeadamente de imigração, que terão os cidadãos dos candidatos depois do
alargamento, uma opinião partilhada por 73% dos portugueses. 41% pensa que um
número significativo de estrangeiros virá instalar-se no nosso país e que isso será
negativo (60%), porque o desemprego vai aumentar (64%), tal como a criminalidade e
haverá uma baixa de qualidade da protecção social. Metade afirma que já existem
muitos imigrantes no nosso país e 20% que o racismo e a intolerância aumentarão se
aumentar o número de estrangeiros. Os homens, os reformados e os desempregados
tendem a ser mais negativos sobre as questões relacionadas com a entrada de
estrangeiros. Quanto à distribuição geográfica, os inquiridos menos receosos são os
Açorianos e os mais inquietos os residentes na região de Lisboa e Vale do Tejo.9
Gráfico 26 Percentagem de indivíduos que consideram a imigração de estrangeiros para o seu país como um efeito
negativo
0102030405060708090
100
Holand
a
Aleman
ha
Reino U
nido
Dinamarc
a
Luxe
mburgo
Portug
al
Espan
ha
Irland
a
De qualquer modo portugueses, italianos, espanhóis e irlandeses parecem ser mais
tolerantes em relação a uma possível onda de imigração quando comparados com os
outros europeus, com sensivelmente um terço de pessoas nestes países a afirmar que
isto será positivo. A razão deste optimismo é a perspectiva de benefícios económicos
para Portugal que supera mesmo o optimismo dos alemães, apontados anteriormente
como os maiores beneficiários do alargamento. A igualdade de oportunidades e a
36
presença de mais trabalhadores qualificados e motivados no nosso mercado de trabalho
também são benefícios apontados. Nesta questão os resultados obtidos neste
Eurobarometro contrastam com os obtidos no ano passado, no qual os portugueses e os
espanhóis se mostravam precisamente entre os mais negativos quanto ao
estabelecimento de cidadãos de outros países na península Ibérica.
Uma grande percentagem de europeus defende que a Europa deveria ajudar ao
desenvolvimento destes países para que os seus cidadãos não tivessem de imigrar para
os actuais membros e que antes de receber estas pessoas a Europa deveria consolidar-se.
É curioso verificar que Portugal é o país onde as pessoas têm menos medo de perder a
sua identidade cultural (9%) em consequência do alargamento, um fenómeno que já se
havia verificado no ano passado, ao passo que em países como o Reino Unido (34%), a
França (29%) e a Alemanha (28%) as pessoas parecem estar seriamente preocupadas
com este facto.
Gráfico 27 Receio de perda de identidade cultural
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Reino Unido Dinamarca Grécia França média U.E. Portugal
Os princípios que devem ser respeitados pelos candidatos
No entender dos portugueses o principio mais importante a ser respeitado pelos
candidatos é o combate ao crime organizado e ao tráfico de droga, seguido do respeito
pelos direitos humanos e a democracia, o principio mais importante para a média dos
europeus e que no ano passado havia recolhido 94% de respostas positivas, e deste
9 Amostra não representativa
37
modo era a primeira escolha dos portugueses. Aqui regista-se mais uma vez o excessivo
apego dos portugueses aos problemas relacionados com o dia a dia.
A percentagem de inquiridos que defende que os candidatos deverão pagar a sua parte
do orçamento comunitário, ter um desenvolvimento económico semelhante ao nosso e
não trazer custos extras, embora seja manifestamente inferior à média europeia, não
deixa de ser mais uma prova do desconhecimento geral em relação à situação
económica destes países.
Gráfico 28 Principios "muito importantes" a serem respeitados pelos candidatos
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
desenvolvimentoeconómico semelhante
ao nosso
não trazer custos extras
aplicar as normas daU.E.
pagar a sua parte doorçamento comunitário
proteger o ambiente
respeitar os direitoshumanos/democracia
combater o crimeorganizado e o tráfico
de droga
Portugal Média U.E.
O ritmo do alargamento
No que diz respeito à velocidade do processo de alargamento a maioria dos
portugueses considera que este deve continuar a decorrer ao ritmo actual. Este ano
somente 18%, um número que está a par dos 16% da média da União, defende a
38
aceleração do processo de alargamento contrariamente aos 39% do ano passado,
denotando-se um decréscimo no entusiasmo demonstrado. São maioritariamente as
mulheres e os quadros superiores que defendem a manutenção da velocidade actual e os
homens que defendem uma aceleração do processo.
39
• Em Portugal existe um elevado grau de desconhecimento sobre o processo de
alargamento e sobre os países candidatos. A falta de conhecimentos é
generalizada e não constitui uma característica específica de um determinado
segmento da sociedade.
• Portugal registou a maior percentagem de pessoas que nunca ouviram falar do
alargamento bem como a maior percentagem de indivíduos que nunca ouviu
falar destes países nem os consegue identificar como candidatos.
• O meio de comunicação que mais tem informado e que é preferido como fonte
de informação sobre este tema é a televisão.
• A grande maioria dos portugueses acha que não participa no debate sobre o
alargamento.
• A maioria é da opinião que a União deve ser alargada somente a alguns dos
candidatos. Contudo em Portugal registou-se a terceira maior taxa de inquiridos
que gostariam de ver a União alargada a todos os candidatos e uma das menores
taxas de pessoas contra o alargamento.
• Os portugueses consideram que a Alemanha será o maior beneficiário do
alargamento. Portugal aparece em terceiro lugar na média europeia, largamente
devido ao número de inquiridos no Luxemburgo que afirmaram que Portugal
seria o maior beneficiário. 12% dos inquiridos neste país eram portugueses o
que certamente terá influenciado os resultados.
• São os cidadãos dos países mais ricos os mais receosos de perder fundos
comunitários depois do alargamento. Portugal aparece em oitavo lugar.
• Os portugueses são da opinião que as vantagens do alargamento serão maiores
que as suas desvantagens.
• Um grande número de portugueses acha que a entrada de mais estrangeiros em
Portugal depois do alargamento será um fenómeno negativo. Contudo esta é
uma das menores taxas europeias.
• O princípio mais importante que deverá ser respeitado pelos candidatos no
entender dos portugueses é o combate ao crime organizado e ao tráfico de
droga.
• A maioria dos portugueses acha que a velocidade do processo de alargamento
deve manter-se ao ritmo actual.
40
As relações entre a União Europeia, os Estados Membros e os cidadãos
O processo de construção europeia é muitas vezes apontado como sendo um projecto
das elites para as elites. Desde o seu início em 1957 com o Tratado de Roma, as
políticas comunitárias tem se mantido algo afastadas do cidadão comum, tendo mesmo
chegado a um nível de complexidade muito elevado e difícil de compreender.
Actualmente há uma percepção de necessidade de aproximação aos cidadãos europeus e
de simplificação e transparência dos processos de decisão, visto as resoluções tomadas
ao nível das instituições influenciarem de uma forma evidente o dia a dia dos cidadãos.
O último grupo de questões do Eurobarometro visa avaliar as percepções existentes
quanto às relações entre os três actores principais: a União, os Estados Membros e os
cidadãos. São focados os pontos de vista dos inquiridos em relação ao papel do seu país
e do seu governo, no conjunto dos quinze membros, bem como o modo como os
indivíduos influenciam a tomada de decisões ao nível comunitário.
Também é avaliado o interesse dado às diferentes políticas e a percepção de importância
ou não das mesmas.
Opiniões sobre a União Europeia
Os portugueses estão entre os maiores entusiastas da União Europeia, contudo 57%
afirma não perceber como ela funciona. Como se pode verificar no gráfico são
maioritariamente as pessoas dos níveis sócio-económicos mais baixos que afirmam não
perceber o funcionamento da União. A imagem de complexidade e distância da União
leva a uma percepção de não participação e falta de contacto com os níveis decisores
sentida em todas as categorias, embora esta percepção seja mais acentuada em certas
classes.
41
Gráfico 29 Classes que afirmam não perceber como funciona a União Europeia
0 10 20 30 40 50 60 70
quadros superiores
rendimento superior
grande área urbana
Homens
área rural
Mulheres
deixaram a escolaridade aos 15 anos ou antes
reformados
trabalhadores manuais
domésticas
rendimento inferior
Gráfico 30 Grau de afinidade
0
10
20
30
40
50
60
70
80
país região União Europeia
Portugal Média U.E.
Quando questionados se se sentem muitos ligados à sua cidade 71% dos portugueses
afirmou que sim. 70% dizem-se muito ligados à sua região o mesmo se passando com
71% que se afirmaram muito ligados a Portugal. Na sua generalidade o rendimento,
instrução ou profissão tem pouca ou nenhuma influência nesta questão. É interessante
42
verificar que são os residentes nas regiões autónomas10 os mais apegados à sua região e
que só os gregos ultrapassam os níveis portugueses. Em contraste os espanhóis são os
europeus que menos laços dizem ter com qualquer uma destas unidades.
Já quando questionados sobre a sua identificação com a União Europeia, as respostas
foram diferentes, com a maior percentagem de inquiridos a afirmar-se mediana (43%)
ou pouco ligado (31%) à União. Contudo Portugal apresenta a segunda maior
percentagem de inquiridos que se afirmam muito ligados à União Europeia sendo
precedido somente pelo Luxemburgo.
Fontes de informação sobre as actividades Europeias
Segundo a maior parte dos inquiridos deveria ser primeiro o Governo Nacional (65%) e
depois as instituições Europeias (31%), os responsáveis pela informação respeitante à
União e às suas actividades. Já em questões precedentes, os portugueses mostraram uma
inclinação ligeiramente acima da média para os órgãos oficiais ou as suas agências,
como fontes de informação. Quase metade dos portugueses disse que se o governo está
de acordo o alargamento deve ser bom, uma das maiores percentagens europeias nesta
questão. Esta confiança no governo como informador contrasta com o cepticismo
mostrado em relação aos membros do executivo quando estes representam Portugal no
Conselho de Ministros. Quando questionados se os ministros portugueses representam
as ideias e posições dos cidadãos 39% afirmou que não e 24% disse não saber.
A comunicação social aparece em terceiro lugar em Portugal e nos outros países, mas
com percentagens muito diferentes 23% e 38% respectivamente. É de salientar que os
média, nomeadamente a televisão tem vindo a ser apontados ao longo desta sondagem
pela esmagadora maioria dos portugueses como a fonte de informação preferencial, mas
nesta questão são preteridos face aos órgãos oficiais.
A relação entre a União Europeia e Portugal
A grande maioria dos portugueses diz ser muito favorável à União Europeia e
considerar que a qualidade de membro é uma vantagem na defesa dos interesses de
Portugal. Nos dois extremos desta questão podemos encontrar os Britânicos,
10 Amostra não representativa
43
Eurocépticos e os Italianos Euroentusiastas, estando os portugueses muito próximos
dos segundos.
Em termos político partidários e nomeadamente em termos de partidos representados no
Parlamento Europeu, os inquiridos que se afirmam mais favoráveis à União são os que
se houvesse eleições votariam na UEN11 (31% diz se extremamente favorável à União)
seguido das pessoas que votariam PSE (15%) e das pessoas que votariam no PPE 14%.
Gráfico 31 A U.E. é uma grande vantagem na defesa dos nossos interesses
0
10
20
30
40
50
60
Grécia Luxemburgo Portugal Espanha Bélgica Reino Unido
Os portugueses são da opinião que as decisões tomadas em Bruxelas tendem a ser
boas para Portugal. No resto da Europa a percepção também é positiva, sendo os
Britânicos os únicos a afirmar que depende. Quanto à influência na sua vida particular
os portugueses consideraram em média que depende das circunstâncias.
50% dos portugueses é da opinião que a União Europeia vai na boa direcção e
somente 5% que vai na má, sendo esta uma das menores percentagens para esta
resposta. 18% acha que ela não vai nem na boa nem na má direcção. São mais uma vez
os simpatizantes da UEN os mais positivos, 63% acha que a União vai na boa direcção
contra 54% do PSE e 53% do PPE.
11 Os quatro principais partidos políticos portugueses estão representados no Parlamento Europeu. O PE é
composto por vários grupos/famílias políticos/as que por sua vez englobam os diferentes partidos
nacionais no seu seio de acordo com as suas ideologias.
O PS é membro do PSE, Partido Socialista Europeu, o PSD é membro do PPE Partido Popular
Europeu que representa os partidos centristas europeus, o CDS PP é membro da UEN União para a
Europa das Nações que representa os partidos democratas cristãos e o PCP é membro do GUE/NGL
Grupo Confederal da Esquerda Unida Europeia, que também engloba a Esquerda Verde Nórdica.
44
A percentagem de portugueses que acha que a União vai na boa direcção é uma das
maiores ao nível europeu, mas os Dinamarqueses, Irlandeses e Luxemburgueses tem
percentagens superiores. O entusiasmo dos inquiridos irlandeses (53%) não deixa de ser
contraditório, visto ter sido neste país que o Tratado de Nice foi rejeitado em referendo
ainda no ano passado.
Relações de poder entre os membros na União Europeia
Os países mais e menos influentes
Segundo os portugueses os países mais influentes são a Alemanha, a França e o Reino
Unido, uma opinião partilhada pela média europeia. A Alemanha é o país que recolhe o
maior consenso com 74%. Este resultado vai de encontro à ideia, manifestada pelos
portugueses, de que são os maiores países que detém o poder.
Gráfico 32 Os países mais influentes na União Europeia
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Aleman
ha
Reino U
nido
Espan
ha
Dinamarc
a
Luxe
mburgo
Holand
a
Austria
Portug
al
Finlan
dia
Irland
a
Portugal Média U.E.
Já quanto aos estados menos influentes os portugueses (56%) e os europeus em geral
(34%) parecem estar de acordo em nomear Portugal seguido pela Grécia (30%) e da
Irlanda (24%). Portugal registou a maior percentagem de pessoas que o consideram
pouco influente entre os espanhóis, sendo esta mesmo maior que a dos portugueses.
Nesta questão, tal como na precedente, os factores proximidade geográfica e afinidade
histórica, acabam por contar com a maior parte dos britânicos a considerar a Irlanda o
45
país menos influente, e uma percentagem de dinamarqueses muito acima da média
europeia, a afirmar ser a Alemanha o país mais influente.
Embora a maior parte dos inquiridos esteja consciente da posição ocupada por Portugal
como um dos membros mais pequenos e mais pobres da União, 55% afirma que a voz
do nosso país conta na tomada de decisões em Bruxelas. A generalidade dos
inquiridos considera que hoje Portugal tem mais peso dentro da União do que há dez
anos e que progressivamente tornar-se-á mais influente.
Gráfico 33 Os países menos influentes na União Europeia
0
10
20
30
40
50
60
Portug
al
Irland
a
Luxe
mburgo
Espan
ha
Holand
a
Dinamarc
a
Reino U
nido
Aleman
ha
Portugal Média U.E.
Quanto à percepção de influência e de poder do seu próprio país, são os franceses e os
alemães os mais confiantes. Com a excepção dos italianos e dos luxemburgueses que
apresentam níveis mais elevados, e dos finlandeses que são os mais pessimistas, nos
outros países incluindo Portugal os níveis são semelhantes. É curioso verificar que
apesar de o Reino Unido ser considerado um dos países mais poderosos, os britânicos
acham que este tem pouco poder na União.
46
Gráfico 34 Percepção de influência do seu país na União Europeia
0
10
20
30
40
50
60
Aleman
ha
Luxe
mburgo
Espan
ha
Dinamarc
aIrla
nda
Portug
al
Reino U
nido
Holand
a
Gráfico 35 Percepção de influência dos diferentes intervenientes
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
a minha voz conta na U.E.
eu percebo como funciona a U.E.
as decisões tomadas em Bruxelas não meafectam
os ministros portugueses representam asminhas ideias em Bruxelas
a voz de Portugal conta na U.E.
a maior parte das leis que me afectam são feitasem Bruxelas
as regras da U.E. são para as grandesempresas, não para mim
Portugal será mais influente na U.E. no futuro
hoje Portugal é mais influente na U.E. que hádez anos
os membros fundadores tem mais poder na U.E.
os países grandes tem mais poder na U.E.
discordo concordo
47
A voz do cidadão comum na União Europeia
Quando questionados sobre a influência do cidadão comum na tomada de decisões, os
europeus parecem estar convencidos de que ela é muito pequena, dizendo mesmo 33%
dos portugueses que este não tem influência nenhuma e que a sua voz enquanto cidadão
não conta (68%). Os mais optimistas quanto à sua influência pessoal são os
dinamarqueses, certamente recordados do peso do seu voto em sucessivos referendos e
os mais negativos os 81% de italianos que afirmaram que a sua voz não conta.
Mais de metade dos portugueses é da opinião que as decisões tomadas em Bruxelas
afectam o seu dia a dia, mas uma grande percentagem também afirma que mais que o
cidadão comum, são as grandes empresas que intervém na sua formulação e que
posteriormente saem beneficiadas com o resultado.
Gráfico 36 Os mais influentes nos processos decisionais
0
10
20
30
40
50
60
70
os go
verno
s
o parl
amen
to
as em
presa
s
os lo
bbies
os si
ndica
tos
Globalmente os Governos nacionais e o Parlamento, a par da Comissão Europeia são
considerados como os principais e mais influentes decisores ao nível comunitário. É
curioso verificar que os indivíduos se consideram pouco importantes e sem peso nas
decisões tomadas por Bruxelas, mas no topo das nomeações dos mais influentes
aparecem os governos, representantes legítimos dos cidadãos e o Parlamento Europeu
eleito por sufrágio universal. Nesta questão parece haver alguma confusão e uma falta
de identificação geral quanto aos papeis desempenhados pelos diferentes órgãos
representativos e eleitos pelos e para os cidadãos como já se havia verificado
anteriormente.
48
As diferentes áreas de intervenção das políticas comunitárias
As áreas consideradas como prioritárias pelos inquiridos portugueses e que segundo
os mesmos deveriam ser objecto de uma cuidada atenção por parte da União
Europeia, são mais uma vez as que estão ligadas à vida diária. A manutenção da paz e
da segurança na Europa, a luta contra o crime e contra o desemprego são claramente as
prioridades dos portugueses com 91% de inquiridos que afirmam ser estas as políticas
às quais Bruxelas deveria conceder mais atenção.
Um aspecto tão importante como a manutenção da democracia e dos direitos dos
cidadãos aparece a meio do gráfico 37, antecedido por um tema como a garantia da
qualidade dos alimentos. Este posicionamento de um princípio tão importante como a
democracia, certamente está relacionado com a percepção de solidez e de bom
funcionamento interno democrático dos quinze, visto a média europeia ser semelhante à
portuguesa.
69% dos portugueses é da opinião que a União Europeia deveria realizar mais
esforços para aproximar-se dos cidadãos, bem como uma percentagem considerável é
da opinião que deveria ser dado mais relevo à reforma institucional. Ao longo deste
questionário os inquiridos revelam que não percebem o funcionamento da União
Europeia e que as suas políticas são muito complexas e difíceis de entender, contudo
não parecem considerar prioritário um esforço de aproximação entre os cidadãos e a
União (numa lista de quinze prioridades este tema foi colocado em décimo primeiro
lugar).
Em último lugar com menos de 30% aparece o acolhimento aos novos membros,
revelando mais uma vez o fraco interesse suscitado pelo alargamento entre o público. A
preocupação com os problemas internos e nacionais está claramente em primeiro plano
face aos problemas mais globais da Europa e do Mundo.
49
Gráfico 37 Áreas de acção que deveriam ser prioritárias no entender dos portugueses
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
acolher novos países membros
reformar as instituições
papel diplomático da U.E.no Mundo
estar mais próxima dos cidadãos
implementar o Euro
lutar contra a imigração ilegal
garantir a democracia na Europa
proteger os consumidores
apoiar o crescimento económico
proteger o ambiente
qualidade dos alimentos
lutar contra a pobreza
lutar contra o desemprego
lutar contra o crime
manter a paz e a segurança
De um modo geral os portugueses consideram que a acção presente da União nestas
áreas tem sido medianamente eficaz, mas o gráfico é claro quanto às áreas em que mais
acção seria bem vinda. Estas opiniões vão de encontro à média global da União
Europeia e deste modo com a grande maioria das opiniões expressadas nos outros
países.
50
• Os portugueses estão entre os maiores entusiastas da União Europeia. Contudo
mais de metade afirma não perceber como ela funciona.
• Portugal apresenta a segunda maior percentagem de inquiridos que se
consideram muito ligados à União Europeia.
• Os portugueses consideram que deverá ser o governo e as instituições a dar as
informações sobre a União.
• Uma percentagem muito grande afirmou que os ministros portugueses não
representam as posições dos cidadãos na União Europeia.
• O estatuto de membro da União é visto como uma grande vantagem para
Portugal. As decisões tomadas em Bruxelas são vistas como boas para o país.
• Os portugueses consideram-se muito favoráveis à União.
• Metade é da opinião que a União vai na boa direcção, uma das maiores
percentagens a nível europeu.
• A Alemanha é considerada como o país mais influente na União a par da França.
• Portugal é considerado pelo resto dos europeus e pelos portugueses em geral
como o país menos influente.
• Embora a maior parte dos inquiridos esteja consciente da posição ocupada por
Portugal como um dos membros mais pequenos e mais pobres da União, uma
grande percentagem afirma que a voz de Portugal conta na tomada de decisões
em Bruxelas.
• A generalidade dos inquiridos considera que hoje Portugal tem mais peso dentro
da União do que há dez anos e que progressivamente tornar-se-á mais influente.
• Uma grande percentagem afirma que a voz do cidadão comum não conta na
tomada de decisões
• Mais de metade dos portugueses é da opinião que as decisões tomadas em
Bruxelas afectam o seu dia a dia, mas uma grande percentagem também afirma
que mais que o cidadão comum são as grandes empresas que intervém na sua
formulação e que posteriormente saem beneficiadas com o resultado.
• As áreas de intervenção das políticas comunitárias mais importantes no entender
dos portugueses são a manutenção da paz e da segurança, a luta contra o crime e
a luta contra o desemprego.
• A maioria dos portugueses é da opinião que a União Europeia deveria realizar
mais esforços para aproximar-se dos cidadãos.
51
Conclusão
O dado mais relevante que podemos retirar deste Eurobarometro é o elevado grau de
desconhecimento dos portugueses relativamente aos temas europeus. Esta falta de
conhecimentos e de informação sente-se em todos os sectores da sociedade portuguesa,
mas é possível verificar que é nos segmentos mais desfavorecidos do ponto de vista
educacional, financeiro e social que ela é maior. São particularmente as pessoas que
afirmam realizar as tarefas domésticas e os reformados que manifestam um menor nível
de informação. A estrutura da sociedade portuguesa, na qual são geralmente as mulheres
a ocupar-se das tarefas domésticas e muito frequentemente estão fora do mercado de
trabalho, não deverá ser alheia ao facto destas estarem entre as menos informadas e
menos interessadas pelas problemáticas discutidas.
Em média os portugueses estão menos a par dos temas centrais da política europeia que
os resto dos europeus, nomeadamente as pessoas dos países da mesma área geo-cultural.
Um factor determinante nesta falta de informação parece ser o nível de instrução dos
portugueses. Portugal apresenta a maior percentagem de indivíduos que respondeu a
este questionário que afirma ter deixado os estudos aos quinze anos ou antes (62%, a
média europeia é de apenas 27%) e a menor percentagem de indivíduos com estudos
superiores, seguido de Espanha que também apresenta níveis de educação inferiores à
média europeia e é o segundo país onde mais pessoas deixaram os estudos antes ou aos
quinze anos (40%). A Dinamarca por sua vez apresenta a maior taxa de inquiridos que
afirma ter deixado os estudos depois dos vinte anos, e é neste país que os cidadãos se
interessam mais, estão mais a par e são mais críticos em relação às problemáticas
europeias.
O problema das pessoas sem opinião verificado em Portugal, que deturpa o resultado de
um grande número de questões desta sondagem estará pois fortemente relacionado com
este baixo nível educacional de um grande segmento da população portuguesa, que já se
havia manifestado recentemente pelos maus resultados obtidos em relatórios de várias
organizações internacionais sobre a educação no Mundo, das quais a OCDE é um
exemplo. Este ponto é confirmado pelo facto de serem sempre os indivíduos com mais
estudos e de um sector sócio-económico superior a manifestarem níveis de
52
conhecimento semelhantes às médias registadas nos países onde as pessoas demonstram
um maior grau de informação.
Esta falta de informação também contribui de um modo decisivo para a confusão
existente entre os problemas inerentes ao debate político e social português e os temas
de política comunitária. É em Portugal que os temas de natureza material como a
criminalidade, o desemprego, os serviços de saúde atingem percentagens de interesse
mais elevadas embora estes temas atinjam proporções elevadas noutros países
nomeadamente do sul da Europa, relegando para segundo plano os temas de fundo da
integração europeia e o debate ideológico sobre o futuro da Europa.
Apesar de pouco informados e de um modo geral desinteressados pelos temas europeus,
os portugueses encontram-se entre os maiores apoiantes do processo de integração
europeia, só sendo ultrapassados em entusiasmo pelos italianos e pelos luxemburgueses.
Este facto está directamente relacionado com os efeitos económicos sentidos em
Portugal desde a adesão como consequência do massivo investimento em fundos
comunitários registado no nosso país. Esta visão positiva da União Europeia leva
também a que os portugueses estejam na linha da frente quando se trata de apoiar o
processo de alargamento da União, mesmo apesar do enorme desconhecimento sobre os
países e as suas situações económicas que farão deles concorrentes directos de Portugal
no que toca à recepção de fundos comunitários. Contudo verifica-se que apesar de
elevado quando comparado com os outros países, o entusiasmo português face ao
alargamento diminuiu consideravelmente em relação ao verificado no Eurobarometro
do ano passado, aproximando-se mais da média europeia. Este ano também se registou
uma melhoria, embora muito pequena, nos conhecimentos demonstrados sobre o
alargamento.
Para concluir, a estratégia de informação da Representação da Comissão em Portugal
será sempre dificultada pela situação de desinteresse e falta de instrução de uma grande
parte dos portugueses. As pessoas mais informadas e que estão a beneficiar das actuais
fontes de informação são as mais privilegiadas de um ponto de vista educacional e
social. Contudo sempre que os dados sócio-demográficos são analisados verifica-se que
são as donas de casa e os reformados os menos informados. Estas pessoas também
constituem a grande parte dos ouvintes de rádio em Portugal. Seria, pois interessante
53
aumentar a informação sobre os temas europeus neste meio de informação a par de
campanhas ou sessões de esclarecimento nos lugares habitualmente frequentados por
estes grupos como os bancos, os supermercados e as estações dos CTT de modo a
aproximar estes temas dos que se sentem de um modo marcante mais afastados da
União Europeia e das suas políticas.
54
STANDARD EUROBAROMETER 56.3
TECHNICAL SPECIFICATIONS
Between January 22 and February 28 2002, the European Opinion Research Group, a consortium of Market andPublic Opinion Research agencies, made out of INRA (EUROPE) and GfK Worldwide, carried out wave 56.3 of thestandard Eurobarometer, on request of the EUROPEAN COMMISSION, Directorate-General Press andCommunication, Opinion Polls.
The Standard EUROBAROMETER 56.3 covers the population of the respective nationalities of the European UnionMember States, aged 15 years and over, resident in each of the Member States. The basic sample design applied in allMember States is a multi-stage, random (probability) one. In each EU country, a number of sampling points was drawn withprobability proportional to population size (for a total coverage of the country) and to population density.
For doing so, the points were drawn systematically from each of the "administrative regional units", after stratification byindividual unit and type of area. They thus represent the whole territory of the Member States according to the EUROSTATNUTS 2 (or equivalent) and according to the distribution of the resident population of the respective EU-nationalities interms of metropolitan, urban and rural areas. In each of the selected sampling points, a starting address was drawn, atrandom. Further addresses were selected as every Nth address by standard random route procedures, from the initialaddress. In each household, the respondent was drawn, at random. All interviews were face-to-face in people's home andin the appropriate national language.
COUNTRIES INSTITUTES N° INTERVIEWS FIELDWORK DATES POPULATION 15+ (x 000)Belgium INRA BELGIUM 1043 23/01 – 21/02 8,326Denmark GfK DANMARK 1000 22/01 – 28/02 4,338Germany(East) INRA DEUTSCHLAND 1008 23/01 – 11/02 13,028Germany(West) INRA DEUTSCHLAND 1000 23/01 – 18/02 55,782Greece MARKET ANALYSIS 1004 22/01 – 27/02 8,793Spain INRA ESPAÑA 1000 23/01 – 12/02 33,024France CSA-TMO 1007 22/01 – 27/02 46,945Ireland LANSDOWNE Market Research 1007 27/01 – 25/02 2,980Italy INRA Demoskopea 1001 23/01 – 22/02 49,017Luxembourg ILRes 592 23/01 – 28/02 364The Netherlands INTOMART 1000 25/01 – 24/02 12,705Austria SPECTRA 1035 23/01 – 20/02 6,668Portugal METRIS 1001 25/01 – 25/02 8,217Finland MDC MARKETING RESEARCH 1053 22/01 – 24/02 4,165Sweden GfK SVERIGE 1000 22/01 – 28/02 7,183Great Britain MARTIN HAMBLIN LTD 981 30/01 – 24/02 46,077Northern Ireland ULSTER MARKETING SURVEYS 306 30/01 – 19/02 1,273
TOTAL NUMBER OF INTERVIEWS 15926
For each country a comparison between the sample and the universe was carried out. The Universe description wasderived from Eurostat population data or from national statistics. For all EU member-countries a national weightingprocedure, using marginal and intercellular weighting, was carried out based on this Universe description. As such in allcountries, minimum gender, age, region NUTS 2 were introduced in the iteration procedure. For international weighting (i.e.EU averages), INRA (EUROPE) applies the official population figures as provided by EUROSTAT in the Regional StatisticsYearbook (data for 1997). The total population figures for input in this post-weighting procedure are listed above.
The results of the Eurobarometer studies are reported in the form of tables, datafiles and analyses. Per question a table ofresults is given with the full question text in English, French and German. The results are expressed as a percentage of thetotal. The results of the Eurobarometer surveys are analysed and made available through the Directorate-General Pressand Communication, Opinion Polls of the European Commission, rue de la Loi 200, B-1049 Brussels. The results arepublished on the Internet server of the European Commission: http://europa.eu.int/comm/dg10/epo. All Eurobarometerdatafiles are stored at the Zentral Archiv (Universität Köln, Bachemer Strasse, 40, D-50869 Köln-Lindenthal), availablethrough the CESSDA Database http://www.nsd.uib.no/cessda/europe.html. They are at the disposal of all institutesmembers of the European Consortium for Political Research (Essex), of the Inter-University Consortium for Political andSocial Research (Michigan) and of all those interested in social science research.
Readers are reminded that survey results are estimations, the accuracy of which, everything being equal, rests upon thesample size and upon the observed percentage. With samples of about 1,000 interviews, the real percentages vary withinthe following confidence limits:
55
Observed percentages 10% or 90% 20% or 80% 30% or 70% 40% or 60% 50%
Confidence limits ± 1.9% ± 2.5% ± 2.7% ± 3.0% ± 3.1%
STANDARD EUROBAROMETER 56.3CO-OPERATING AGENCIES AND RESEARCH EXECUTIVES
The European Opinion Research Group EEIGP.a. INRA (EUROPE) - European Coordination Office SA/NV
Christine KOTARAKOS18, avenue R. VandendriesscheB -1150 BRUSSELS – BELGIUM
Tel. ++/32 2 775 01 12 – Fax: ++/32 2 772 40 79e-mail: [email protected]
BELGIQUE INRA BELGIUM Mrs Eléonore SNOY tel. ++/32 2 648 80 10430, Avenue Louise [email protected] fax ++/32 2 648 34 08B-1050 BRUXELLES
DANMARK GfK DANMARK Mr Erik CHRISTIANSEN tel. ++/45 38 32 20 00Sylows Allé, 1 [email protected] fax ++/45 38 32 20 01DK-2000 FREDERIKSBERG
DEUTSCHLAND INRA DEUTSCHLAND Mr Christian HOLST tel. ++/49 4542 801 0Papenkamp, 2-6 [email protected] fax ++/49 4542 801 201D-23879 MÖLLN
ELLAS Market Analysis Mr. Spyros Camileris tel. ++/30 1 75 64 688190 Hymettus Street [email protected] fax. ++/30/1/70 19 355GR-11635 ATHENA
ESPAÑA INRA ESPAÑA Ms Victoria MIQUEL tel. ++/34 91 594 47 93C/Alberto Aguilera, 7-5° [email protected] fax ++/34 91 594 52 23E-28015 MADRID
FRANCE CSA-TMO Mr. Bruno JEANBART tel. ++/33 1 44 94 40 0022, rue du 4 Septembre [email protected] fax ++/33 1 44 94 40 01F-75002 PARIS
IRELAND LANSDOWNE Market Research Mr Roger JUPP tel. ++/353 1 661 34 83 49, St. Stephen’s Green [email protected] fax ++/353 1 661 34 79
IRL-DUBLIN 2
ITALIA INRA Demoskopea Mrs Maria-Adelaïde SANTILLI tel. ++/39 06 85 37 521 Via Salaria, 290 [email protected] fax ++/39 06 85 35 01 75
I-00199 ROMA
LUXEMBOURG ILReS Mr Charles MARGUE tel. ++/352 49 92 9146, rue du Cimetière [email protected] fax ++/352 49 92 95 555L-1338 LUXEMBOURG
NEDERLAND Intomart Mr. Remko VAN DEN DOOL tel. ++/31/35/625 84 11Noordse Bosje 13-15 [email protected] fax ++/31/35/625 84 33NL - 1201 DA HILVERSUM
AUSTRIA SPECTRA Ms Jitka NEUMANN tel. ++/43/732/6901Brucknerstrasse, 3-5/4 [email protected] fax ++/43/732/6901-4A-4020 LINZ
PORTUGAL METRIS Ms Mafalda BRASIL tel. ++/351 21 843 22 00Av. Eng. Arantes e Oliveira, 3-2° [email protected] fax ++/351 21 846 12 03P-1900 LISBOA
FINLAND MDC MARKETING RESEARCH Ltd Mrs Anu SIMULA tel. ++/358 9 613 500Itätuulenkuja 10 A [email protected] fax ++/358 9 613 50 423FIN-02100 ESPOO
SWEDEN GfK SVERIGE Mr Rikard EKDAHL tel. ++/46 46 18 16 00
56
S:t Lars väg 46 [email protected] fax ++/46 46 18 16 11S-221 00 LUND
GREAT BRITAIN MARTIN HAMBLIN LTD Mrs. Lisa LUCKHURST tel. ++/44 207 222 81 81Mulberry House, Smith Square 36 [email protected] fax ++/44 207 396 90 46UK-London Swip 3HL