As Deusas e Seus Complementos Masculinos

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Ψ PSICOTERAPIA DE GRUPO – O DESPERTAR FEMININO AS DEUSAS E SEUS COMPLEMENTOS MASCULINOS: O ANIMUS Cada deusa mantém um relacionamento diferente com o masculino, seja em termos dos tipos de figuras masculinas que aparecem em seus mitos, seja em termos da forma específica de energia psíquica masculina que cada um armazenou dentro de si. Hera e Perséfone têm maridos que, idealmente, sugerem algum tipo de divisão de poder. Afrodite e Deméter mantêm relações definidas mais por seus estilos de amar. E, embora Ártemis e Atena sejam deusas ”virgens” , ambas ostentam qualidades masculinas na mulher caçadora e na mulher guerreira. O equivalente masculino das deusas é aqui chamado de animus, o termo usado por Jung para denotar o elemento masculino existente na psique de toda mulher e que determina como ela será atraída ou repelida por determinados tipos de homens. Cada uma das deusas é atraída por homens que complementam seu estilo de feminilidade. Eis aqui, resumidos, o animus, isto é, as facetas masculinas correspondentes das seis principais deusas. ATENA; relaciona-se com homens que forem heróicos “companheiros de armas” e com quem possa compartilhar ideais, ambições, metas profissionais e lutas. Freqüentemente serão colegas intelectuais ou rivais amigáveis. Atena não irá necessariamente casar-se com um homem assim, preferindo talvez mantê-lo como uma amizade íntima e duradoura. Mas ela também é atraída por figuras paternas e, via de regra, mantém laços fortes com a autoridade impessoal que se encontra investida nas instituições do patriarcado. Poderá ainda entrar em conflito com o mundo paternal. Os dois principais animus que lhe correspondem são, portanto, o herói companheiro e o pai.

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Características masculinas das Deusas, na perspectiva Junguiana

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Ψ PSICOTERAPIA DE GRUPO – O DESPERTAR FEMININO

AS DEUSAS E SEUS COMPLEMENTOS MASCULINOS: O ANIMUS

Cada deusa mantém um relacionamento diferente com o masculino, seja em termos dos tipos de figuras masculinas que aparecem em seus mitos, seja em termos da forma específica de energia psíquica masculina que cada um armazenou dentro de si. Hera e Perséfone têm maridos que, idealmente, sugerem algum tipo de divisão de poder. Afrodite e Deméter mantêm relações definidas mais por seus estilos de amar. E, embora Ártemis e Atena sejam deusas ”virgens” , ambas ostentam qualidades masculinas na mulher caçadora e na mulher guerreira.

O equivalente masculino das deusas é aqui chamado de animus, o termo usado por Jung para denotar o elemento masculino existente na psique de toda mulher e que determina como ela será atraída ou repelida por determinados tipos de homens. Cada uma das deusas é atraída por homens que complementam seu estilo de feminilidade.

Eis aqui, resumidos, o animus, isto é, as facetas masculinas correspondentes das seis principais deusas.

ATENA; relaciona-se com homens que forem heróicos “companheiros de armas” e com quem possa compartilhar ideais, ambições, metas profissionais e lutas. Freqüentemente serão colegas intelectuais ou rivais amigáveis. Atena não irá necessariamente casar-se com um homem assim, preferindo talvez mantê-lo como uma amizade íntima e duradoura. Mas ela também é atraída por figuras paternas e, via de regra, mantém laços fortes com a autoridade impessoal que se encontra investida nas instituições do patriarcado. Poderá ainda entrar em conflito com o mundo paternal. Os dois principais animus que lhe correspondem são, portanto, o herói companheiro e o pai.

AFRODITE: admira a virilidade em um homem. Ela cativa e se serve do poder fálico do homem que se mostrar amante e guerreiro. Admira ainda o sucesso e o espírito de combate, mas, ao contrário de Atena, não tem grande interesse em lutar ao lado deles, visto que a sua grande área de compromisso é com o amor. Também atrai homens criativos e geralmente age como inspiradora das obras artísticas ou profissionais destes. Para Afrodite é primordial que seu escolhido seja corajoso e que por ela realize atos heróicos, mas sempre em nome de um sentimento maior , o amor.

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PERSÉFONE: fascina-se mais pelo espírito do que por características racionais. Seu envolvimento profundo e fatalista com os aspectos mais secretos da vida significa que irá inadvertidamente atrair homens destrutivos ou excessivamente fechados em seu mundo. A fim de proteger-se disso, costuma optar por uma alternativa segura, porém, nem sempre satisfatória: homens mais jovens, mais brandos e não ameaçadores, com o lado racional e masculino pouco desenvolvido, que ela poderá cuidar maternalmente e manipular sem medo. O animus correspondente de Perséfone poderia ser descrito como filho amante.

ÁRTEMIS: em sua independência, já possui tanta energia masculina integrada à estrutura de sua personalidade que não tem grande necessidade de um homem que a complemente. Ainda assim, ela, como também Atena, aprecia um homem companheiro que trabalhe ao seu lado nas coisas práticas da vida. O casamento não é, via de regra, algo que se busque, mas será tolerado se sua liberdade for respeitada. A sexualidade ficará muitas vezes encoberta e, como ela pode ser bastante acanhada, apreciará reserva e modéstia em um homem. Seu irmão mítico, Apolo, talvez seja um modelo de amizade distante que deseja de um homem. Seu animus correspondente poderia ser descrito como: amigo, companheiro ou irmão.

DEMÉTER: não se interessa particularmente pela sexualidade ou pelos relacionamentos intelectuais, mas precisa de alguém que saiba trazer para a casa o leite das crianças. Seu companheiro deve ser, preferivelmente, um pai terra, forte e confiável. Porém, como possui uma energia maternal muito abundante, sentirá a irresistível tendência de cuidar maternalmente de todos os homens a sua volta, não importando a idade deles, transformando-os em filhos para idealizá-los como heróis. Seu animus poderia ser descrito como filho-herói.

HERA: quer que seu homem seja sócio e companheiro, e, de preferência, que divida de forma igualitária seu poder com ela. Ela só quer homens fortes e bem-sucedidos, que seja, líderes ou, se possível, governantes, como Zeus, seu marido mítico. Companheirismo, a seu ver, significa casamento, de modo que geralmente ela só se relacionará intimamente com um homem, seu marido, sendo nisso basicamente monogâmica ( a monogamia para Hera é tão importante que não comporta nem a fantasia poligâmica ), Ela sempre tenderá a casar-se com um homem poderoso e de prestígio social, pois quer transmitir o bom nome do marido para seus filhos. Como se sente atraída pela energia masculina da governança, tenderá a queres dirigir alguma instituição ou tornar-se matriarca da família.

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