AS CONCEPÇÕES DA AVALIAÇÃO DA...

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  • Campina Grande, REALIZE Editora, 2012

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    AS CONCEPES DA AVALIAO DA APRENDIZAGEM: PROBLEMAS E

    SOLUES

    Grupo de Trabalho (GT) - 04 Avaliao e prticas escolares

    Laura Lvia Alves de Melo e Silva1

    Pollyanna Cristina Costa Nascimento2

    Resumo

    Este artigo busca refletir acercar das prticas avaliativas dos professores dentro da sala de aula e as

    vises dos autores com relao ao processo de avaliao. Antes de abordarmos os conceitos de

    avaliao, precisamos compreender o seu processo histrico desde as suas primeiras prticas nas

    comunidades tribais at as concepes construdas na modernidade que ainda so utilizados nos dias

    de hoje. Os problemas da avaliao esto relacionados concepo de ensino e aprendizagem,

    aplicadas na escola que muitas vezes reduz o processo avaliativo aplicao de provas e testes no

    final de meses, bimestres ou semestres. Uma das solues alternativas para este problema seria

    trabalhar avaliao em seu carter diagnstico onde professor e alunos atuam endereando ao de

    avaliar a um processo amoroso e inclusivo e no punitivo e excludente, sendo necessrio diversificar a

    prtica avaliativa. A metodologia utilizada no artigo se deu por base de um estudo de caso anlise das

    avaliaes aplicadas na turma do 3 ano do ensino fundamental da escola da rede municipal da cidade

    de Parnaba. Espera-se que com esse trabalho, os professores aprimorem sua prtica avaliativa.

    PALAVRAS-CHAVE: Avaliao. Construo. Aprendizagem.

    1 Introduo

    Este artigo foi elaborado com base no pr-projeto de pesquisa dentro da disciplina

    Prtica e Pesquisa Educativa I do terceiro perodo do curso de Licenciatura Plena em

    Pedagogia que tem como ttulo: Concepo de avaliao e prtica avaliativa dos professores

    nas sries iniciais do Ensino Fundamental nas escolas da rede pblica municipal de Parnaba.

    1Aluna do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Piau. UFPI, cursando o 7 perodo do curso.

    2Aluna do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Piau. UFPI, cursando o 7 perodo do curso. Bolsista

    do PIBID Programa Institucional de Bolsa de iniciao a docncia.

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    A temtica foi escolhida a fim de obter informaes de como os educadores da

    rede pblica municipal compreendem por avaliao, quais mtodos avaliativos so utilizados

    e se os alunos esto adquirindo qualidade no processo educativo, obtendo deste modo

    resultados satisfatrios.

    O interesse pelo tema est relacionado com as experincias em que vivenciamos

    nas salas de aula durante as sries iniciais do Ensino Fundamental em que professores tinham

    e ainda tm uma prtica avaliativa limitada atravs da aplicao de provas ou testes, aplicadas

    no final de meses, bimestres ou semestre com um carter classificatrio.

    A escola corresponde a um espao de transmisso e assimilao de saberes

    sistematizados, sendo seu funcionamento envolvido por uma srie de fatores. Um dos

    componentes que faz parte do processo de ensino e aprendizagem e vem causando grandes

    discusses que dizem respeito avaliao, um processo que se obtm informaes acerca da

    aprendizagem e do desenvolvimento cognitivo do educando, bem como dados do trabalho

    pedaggico realizados na sala de aula.

    Segundo Hoffman, a avaliao deixa de ser um momento terminal do processo

    educativo para se transformar na busca incessante de compreenso das dificuldades do

    educando e na dinamizao de novas oportunidades de conhecimento (2008, p.19). Da a

    necessidade de mudana da concepo de avaliao, pois ele tem um importante papel no

    processo educativo.

    Assim, o artigo comentar o contexto histrico da avaliao, enfatizar sobre os

    conceitos atribudos a esse fenmeno to complexo de ser definido, alm dos problemas que

    envolvem essa temtica e resultados parciais de uma pesquisa realizada em uma escola da

    rede pblica municipal da cidade de Parnaba.

    2 O processo de avaliao no contexto histrico

    A avaliao parte integrante do processo ensino- aprendizagem. atravs da

    prtica avaliativa que se toma conhecimento dos resultados pedaggicos realizados na sala de

    aula. Mas, o que se percebe que pratica avaliativa est reduzida a aplicao de provas e

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    testes com um carter classificatrio. Isso est diretamente relacionando ao processo histrico

    da avaliao.

    A educao nas comunidades tribais acontecia por meio da educao difusa, ou

    seja, todos participam dos ensinamentos. A criana aprendia os gestos e os rituais dos adultos

    por meio da imitao e aperfeioava as suas habilidades (ARANHA, 2006). Avaliao nas

    tribos ocorria quando os jovens realizavam um exame sobre seus hbitos e costumes para

    poder chegar idade adulta. Ainda na Idade Antiga, a avaliao pode ser vista nos jogos e

    competies atlticas que eram realizados pelos gregos e espartanos. Scrates em Atenas

    examinava seus alunos atravs do exame oral. (LIMA, 2008)

    Na Idade Mdia, a nica verdade que se poderia ter era atravs da f

    desfavorecendo assim a inteligncia humana. Nascem ento neste perodo, as escolas crists

    que se encontravam ao lado dos monastrios, pois os monges eram os nicos que sabiam ler e

    escrever. A educao comea ento a ser restrita para poucos e no para todos como

    aconteciam nas comunidades tribais. Os alunos passam a reproduzir o que liam e a prtica

    avaliativa ocorria atravs da dissertao oral.

    No mundo moderno j havia a preocupao em separar as crianas dos adultos

    que at ento permaneciam na mesma sala. Neste perodo, as escolas enfatizam mais os

    aspectos humansticos, priorizando a msica, o canto, a pinturas e os jogos (ARANHA,

    2006). Com surgimento da empresa, a populao passou ter acesso aos livros aumentando

    assim o pensamento intelectual.

    Com o aumento de estudantes na sala de aula a avaliao comeou a ser escrita e

    o primeiro pas a utilizar este novo instrumento foi Inglaterra no ano de 1702. Na Idade

    Contempornea surgem vrias correntes pedaggicas como a pedagogia libertadora, a

    libertria e a crtica social dos contedos, porm a avaliao continua limitada aplicao de

    provas. (LIMA, 2008).

    J no Brasil o ensino enfatizado pelos jesutas buscava catequiza os ndios por meio

    de uma formao religiosa catlica, sendo que os filhos dos colonos tambm recebiam essa

    educao e o processo avaliativo se dava por meio de exames aplicados pelos prprios

    jesutas. Luckesi relata que

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    Os Jesutas (sculo XVI), nas normas orientao dos estudos

    escolsticos, seja nas classes inferiores ou nas superiores, ainda que

    definissem com rigor os procedimentos a serem levados em conta num

    ensino eficiente [...], tinham uma ateno especial com o ritual das

    provas e exames [...]. (2008. p. 22)

    Quando os Jesutas foram expulsos do Brasil, a pedagogia assumiu um perfil

    comnico, buscando um processo educativo mais atraente e eficaz por meio de uma

    organizao de atividades. No entanto, a ao avaliativa no sofreu alteraes, permanecendo

    a aplicao de testes. Luckesi comenta deste perodo: as pedagogias jesuticas (sc. XVI),

    comeniana (sc. XVII), lassalista (fins do sculo XVII e incios do XVIII) so expresses das

    experincias pedaggicas desse perodo e sistematizadoras do modo de agir com

    provas/exames. (2008. p. 169)

    Pode ser dizer ento que a trajetria da avaliao por meio de teste e exames se

    tornou fetiche, ou seja, passou a ser entidade nas escolas, pois vem atender suas

    necessidades. Em relao ao Brasil, Luckesi argumenta que a avaliao da aprendizagem

    escolar no Brasil, hoje in genere, est a servio de uma pedagogia dominante [...] pode ser

    identificado como modelo social liberal (2008. p. 29). Ou seja, a prtica avaliativa est

    contribuindo para manter o status quo existente na sociedade.

    3 Conceitos sobre Avaliao

    A palavra avaliao recebe diferentes conceitos tanto no meio educacional quanto

    na viso de autores que estudam essa temtica. Esses vrios significados acabam por tornar a

    avaliao um fenmeno difcil de ser definido. Hoffman argumenta que:

    O fenmeno avaliativo , hoje, um fenmeno indefinido. Professores e

    alunos que usam o termo atribuem-lhe diferentes significados

    relacionados, principalmente, aos elementos constituintes da prtica

    tradicional: prova nota, conceito, boletim, recuperao, reprovao.

    (2008, p. 13).

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    Na viso da autora, a avaliao, ao e reflexo (2008, p. 52), ou seja, os

    professores precisam refletir sobre suas prticas pedaggicas utilizada na sala de aula, para

    poder desta forma melhorar e refletir acerca dos resultados obtidos.

    O autor Luckesi comenta que entendemos avaliao como um juzo de qualidade

    sobre dados relevantes tendo em vista uma tomada de decises (2008, p. 69). A partir dessa

    afirmao, podemos compreende que o educando, aps obter resultados da aprendizagem dos

    alunos faz uma comparao com suas perspectivas e assim, atribui-lhe uma qualidade de

    satisfao ou insatisfao, tomando decises a respeito do processo de ensino-aprendizagem.

    Outro conceito atribudo avaliao da aprendizagem corresponde a uma postura

    de cooperao entre aluno e professor, de modo que ambos possam trabalha juntos em um

    nico propsito de aprendizagem. Isto enfatizado por Santanna que argumenta:

    avaliao um processo pelo qual procura identificar, aferir investigar

    e analisar as modificaes do comportamento e rendimento do aluno,

    do educador, do sistema, confirmando se a construo do

    conhecimento se processou, seja terico (mental) ou prtico (199, p.

    31-32)

    Na definio da autora, pode perceber que avaliao precisa ser investigativa pela

    causas da no aprendizagem do aluno. Depois de ser obter o resultado, o educador mudaria

    sua prtica pedaggica se necessria, para que assim ambos possam construir novos

    conhecimentos. No entanto, o que se pode observar nas escolas que o professor ciente dos

    problemas acaba por apontar aos alunos as falhas do processo fazendo desta forma uma

    prtica avaliativa improvisada e arbitrria. (HOFFMAN, 2008)

    Para autora Haydt avaliao consiste na coleta de dados quantitativos e

    qualitativos e na interpretao desses resultados com base em critrios previamente definido

    (1992, p. 10). De acordo com autora, o processo avaliativo abrangente e no pode se limitar

    somente ao testar e medir. necessrio que o educador interprete os dados coletados e faa

    comparaes com o que se pretendia alcanar agindo na busca de melhorar o processo ensino

    aprendizagem e proporcionando um desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor.

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    A avaliao nas escolas muitas vezes confundida com medidas e testes. Medir

    determinar a quantidade ou grau de alguma coisa usando o sistema de numerao, j testar

    quer dizer submeter a um teste ou experincia para verificar a atuao como, por exemplo, um

    material, uma mquina e outros, e por fim avaliar dar valor ou fazer uma anlise de algum

    ou de alguma coisa tendo como base uma escala de valores. (HAYDT, 1992)

    Na escola poderia se medido a frequncia dos alunos nas aulas ou medir (contar) o

    nmero de respostas corretas em exerccios, a quantidade de livros lidos e at mesmo os

    trabalhos entregues. Com relao aos testes seria um instrumento de verificao sobre ao de

    professor e aluno dentro do processo educativo.

    No entanto, o que se pode notar que professores acreditam que tudo pode ser

    medido e por essa razo acabam dando notas arbitrariamente tornando vagas e confusas. Nos

    testes, estes educadores por sua vez atribuir valores numricos fazendo com avaliao seja

    sentenciosa e classificatria. (HOFFMAN, 2008)

    E como o aluno definir esta avaliao que tem tantos conceitos, mas, muitas das

    vezes, s definida como prova e teste. O estudante s estuda para tirar boas notas e ser

    aprovado para cursar a prxima srie. Quando isso no alcanado fica desestimulado

    perdendo o interesse pelos estudos. A avaliao acaba sendo um instrumento tortura e

    punio. (HAYDT, 1992)

    4 O Problema da Avaliao e suas possveis solues

    A discusso que a prtica avaliativa vem causando est diretamente relacionada

    reduo do fenmeno avaliativo provas ou testes, com um carter meramente classificatrio,

    aplicado no final de meses, bimestres ou semestres. Avaliar os educandos somente por meio

    de notas, expressa em quantidades, torna a avaliao limitada, o que proporciona uma anlise

    reduzida do trabalho pedaggico.

    De acordo com a Lei das Diretrizes e Bases da Educao Nacional n 9394/96,

    que vigora atualmente no pas,

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    a verificao do rendimento escolar deve se dar por meio de uma

    avaliao contnua e cumulativa do desempenho do aluno, com

    prevalncia dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos

    resultados ao longo do perodo sobre os de eventuais provas finais

    (art.24, inciso V).

    Como se pode notar, com base na lei, o processo avaliativo deve ser contnuo e os

    critrios qualitativos prevalecem sobre os quantitativos. Mas, na verdade, isso no acontece.

    Atribuir uma nota apenas parte do processo. A avaliao deve assumir um papel de

    investigao e reflexo das aes desenvolvidas na sala de aula, ocorrendo durante todo o

    percurso do aluno e no apenas no seu trmino.

    O processo avaliativo que se aplica nas escolas est diretamente relacionado aos

    modelos pedaggicos. Na pedagogia tradicional, nova e tecnicista, ela assume uma funo

    classificatria, autoritria e disciplinadora enquanto que nas pedagogias libertadora, libertria

    e crtico-social dos contedos, a avaliao tem funo diagnstica que busca o crescimento, o

    avano dos alunos em todos os seus aspectos.

    necessrio a avaliao ter uma perspectiva diagnstica e mediadora do processo

    ensino-aprendizagem de modo que se possa fazer interpretaes e ampliar as oportunidades

    de anlise. E para isso, deve-se fazer o uso de tarefas avaliativas diversificadas e assim,

    conhecer a trajetria da aprendizagem dos educandos.

    Dentre os instrumentos que podem ser utilizados no processo avaliativo a fim de

    dinamiz-lo, destacam-se as questes dissertativas, a autoavaliao, o uso de portflios ou

    registros de observao e os trabalhos em grupos. As questes dissertativas so aquelas que o educando expe, com suas palavras,

    seus conhecimentos e pensamentos sobre um assunto. Haydt afirma que a prova de

    dissertao indicada para avaliar certas habilidades intelectuais, como a capacidade de

    organizar, analisar e aplicar contedos, relacionar fatos ou ideias, interpretar dados e

    princpios [ ...] (2004, p.114). Com o uso dessas questes, ocorre o desenvolvimento da

    capacidade reflexiva e crtica dos estudantes, incentivando-os a analisar e interpretar as

    informaes obtidas, favorecendo seu crescimento intelectual.

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    A autoavaliao outra ferramenta pedaggica que dinamiza o processo

    educativo. O aluno, ao praticar o ato de se autoavaliar, toma conscincia de suas atitudes,

    dificuldades de aprendizagem e necessidades para aprender. De acordo com Vasconcelos,

    entendemos que a autoavaliao deve ser feita sem vnculo com a nota [...] (2007, p.86).

    Percebe-se que o processo da autoavaliao deve levar o aluno a refletir sobre si mesmo,

    sobre seu desempenho escolar e por isso, no tem necessidade de est atrelado s notas.

    O uso de portflios ou registros de avaliao tambm so importantes para o

    processo de avaliao. Eles envolvem um conjunto de informaes relacionados aos avanos,

    maneiras de pensar e agir, mudanas que venham a ocorrer, alm de auxiliarem o educador a

    seguir novos rumos, se preciso. Na viso de Hoffman, as anotaes do professor precisam ser reflexiva sobre o acompanhamento do aluno correspondendo a dinmica do processo de

    aprendizagem (2005, p.136).

    Outra ferramenta pedaggica para uma anlise reflexiva do processo de ensino-

    aprendizagem so os trabalhos em grupos. Estes ajudam a desenvolver os aspectos cognitivos

    dos alunos, alm de ser um instrumento que cria situaes de dilogos e trocas de idias, em

    que os educandos expem seus pensamentos, ouve os companheiros do grupo e so feitos

    questionamentos. Segundo Haydt, ao participar dessa troca de experincias possibilitadas

    pelo trabalho em equipe, o indivduo precisa organizar seu pensamento a fim de exprimir suas

    ideais de forma a serem compreendidas por todos. (1992, p.137).

    Como se pode perceber, o professor deve fazer o uso de diversos instrumentos

    avaliativos para que torne o processo avaliativo mais rico e dinmico. A avaliao deve ser

    um componente a favor da aprendizagem, contribuindo para a evoluo do educando.

    5 Estudo de caso Anlise das avaliaes

    O processo de avaliao ainda est limitado aplicao de provas e testes,

    envolvendo, na maioria dos casos, questes objetivas. De acordo com Haydt a boa

    construo das questes que garante a validade e fidedignidade do teste ou, melhor dizendo, a

    sua qualidade (p. 95, 2004). Nota-se que para um teste ou uma prova seja considerada vlida,

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    fundamental que esteja bem elaborada de modo que o professor determine os objetivos e

    contedos a serem avaliados.

    Desse modo, a autora prope orientaes para a elaborao dos itens de testes

    objetivos dentre os quais se destacam questes elaboradas referentes aos contedos; nvel de

    dificuldade mediano; uso de uma linguagem clara e objetiva; instrues de como resolver as

    questes; organizar as questes de ordem de dificuldade crescente; evitar que a resposta de

    uma questo esteja presente na outra; no colocar as questes prximas umas das outras para

    que o aluno no se confunda.

    Assim, com vista de obter informaes sobre as provas que esto sendo

    elaboradas, foi realizada uma pesquisa em uma escola da rede municipal da cidade de

    Parnaba que assumiu um carter etnogrfico com o intuito de analisar a estrutura das

    avaliaes aplicadas. Foram analisadas as provas das disciplinas de Cincias, Histria e

    Geografia da turma do 3 ano do ensino fundamental.

    As provas aplicadas na escola referentes s disciplinas de Lngua Portuguesa e

    Matemtica correspondem s provas do Programa Qualiescola enquanto que as avaliaes das

    disciplinas de Histria, Geografia e Cincias foram elaboradas pelo prprio professor. A

    avaliao de Cincias do 3 ano continha o cabealho escolar em que o aluno deve completar

    os espaos em branco e cinco questes, sendo trs de combinao, uma de mltipla escolha e

    uma de resposta livre.

    Nas questes de combinao contm um conjunto de itens pertencentes a um

    mesmo contedo e uso de gravuras. No entanto, respostas podem ser encontradas por simples

    excluso ou eliminao. Na questo de mltipla escolha, contm idias ou problemas contidos

    no suporte do item de forma definida e breve e o uso de uma linguagem clara e objetiva. E na

    questo de resposta livre, houve um estmulo para o aluno analisar, organizar e sintetizar o

    conhecimento.

    Em decorrncia dos contedos de Histria e Geografia serem semelhantes, a

    professora optou por elaborar uma prova para ambas as disciplinas. A avaliao continha 7

    questes, sendo 2 de mltipla escolha, 3 de combinao e 2 subjetivas. Tanto as questes de

    mltipla escolha quanto as de combinao apresentam as mesmas caractersticas da avaliao

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    de Cincias. E as questes subjetivas contriburam para desenvolver a criatividade dos alunos,

    havendo uma contextualizao, uso de gravuras, linguagem clara e objetiva. No entanto, no

    houve uma sequncia alfabtica das palavras.

    Nos enunciados das questes solicitado marcar alternativas corretas, classificar,

    fazer correspondncia, relacionar as colunas, enumerar, completar as frases, listar, assinalar

    opes certas, pintar, desenhar. Percebe-se que essas questes avaliativas exigem o

    saber/conhecer do aluno sobre o assunto em estudo. No entanto, h poucas categorias

    referentes ao fazer/praticar do educando como a ao para pintar, por exemplo.

    Nota-se que nas avaliaes no constam instrues que auxiliam na sua resoluo

    e caso haja dvidas, elas so esclarecidas pelo prprio professor. As questes ficaram bem

    distribudas no espao da folha para que o aluno no se confundisse no momento da

    resoluo.

    Levando em considerao o nvel de dificuldade das provas aplicadas, elas

    apresentam um nvel mediano, pois as questes esto bem elaboradas e no apresentam um

    grau to fcil, requerendo o conhecimento do aluno a respeito do contedo abordado. No

    entanto, h questes nas provas muito semelhantes a das revises sendo alterada apenas a sua

    estrutura.

    De acordo com as avaliaes analisadas, a maioria das questes exige o aspecto

    cognitivo do aluno com relao ao contedo. No entanto, esto bem elaboradas com o uso de

    linguagem clara e objetiva, alm de apresentar um nvel mediano de dificuldade. Porm, no

    havia instrues de como resolver as questes e estas no esto organizadas em ordem

    crescente de dificuldade.

    6 Considerao final

    A avaliao uma prtica contnua e dinmica que faz parte do processo de ensino-

    aprendizagem, por isso que no pode simplesmente est limitada a aplicao de provas e

    testes. importante que ela assuma um carter diagnstico, de modo a acompanhar a

    construo do conhecimento dos alunos. Para Luckesi, defino a avaliao como um ato

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    amoroso, no sentido de que avaliao, por si, um ato acolhedor, integrativo, inclusivo

    (2008, p. 176). Ou seja, ela deve. Contribuir para estimular o educando e assim, superar suas

    dificuldades de aprendizagem.

    Assim, avaliao deve perder seu papel de punio e controle de modo que contribua

    para a evoluo do educando em seus aspectos intelectuais, sociais, afetivo e psicomotor,

    estando a favor da aprendizagem. Avaliar buscar compreender as necessidades, dificuldades

    dos alunos para que se tomem decises com intuito de favorecer o desenvolvimento dos

    educando.

    Referncia Bibliogrfica

    ARANHA, Maria Lcia de Arruda. Histria da Educao e da pedagogia: geral e Brasil.

    3ed. rev e ampla. So Paulo: Moderna 2006.

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    LIMA, Joo Rozrio. A importncia da avaliao no ensino fundamental. Disponvel em

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    LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliao da aprendizagem escolar. 19 ed. So Paulo: Cortez,

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    SANTANNA, Ilza Martins. Porque avaliar? Como avaliar?: Critrios e instrumentos. 12

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    VASCONCELOS, Celso dos Santos. Avaliao: Concepo dialtica libertadora do processo

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