AS CIGARRAS PODEM, AGORA, MORRER PELO SEU CANTO

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Fundação Procafé Alameda do Café, 1000 Varginha, MG CEP: 37026-400 35 3214 1411 www.fundacaoprocafe.com.br AS CIGARRAS PODEM, AGORA, MORRER PELO SEU CANTO J.B. Matiello e Rodrigo N. Paiva- Engs Agrs Fundação Procafé Conta um dito popular que as cigarras cantam até morrer, o que não é verdade. O canto só é executado pelos machos, com o objetivo de atrair as fêmeas para o acasalamento. A cigarra macho possui, na parte inferior do abdome, o órgão cimbálico, feito de músculos que, quando se contraem, fazem vibrar uma bolsa de ar, assim produzindo o canto característico do inseto. As fêmeas também possuem órgãos cimbálicos, porém atrofiados. Durante o seu ciclo de vida, a cigarra passa a maior parte no solo, com suas fases jovens alimentando-se da seiva das raízes do cafeeiro e de outras plantas arbóreas. A partir de setembro outubro, quando o clima esquenta e começa a chuva de verão, as cigarras emergem e se transformam em adultos, voam, cantam e se acasalam, a fêmea novamente fazendo a postura nas plantas, para dar inicio a um novo ciclo. Cada espécie tem um canto diferenciado. Agora, com o desenvolvimento de nova tecnologia, as cigarras podem, sim, morrer através do seu canto, por meio do uso de uma armadilha sonora, que atrai as cigarras pela imitação do seu canto, isto visando seu controle, para reduzir os prejuízos que causam nas lavouras. Trata-se de um equipamento chamado de Ecospray (fabricado pela empresa Idéia- www.maquideia.com.br ), composto por uma base que sustenta uma bandeja coletora e tendo em sua parte central duas espécies de buzinas, por onde o som é emitido, contendo, ainda, uma coluna central, de cor amarela, em cima da qual existem 2 bicos laterais, que pulverizam um inseticida (piretróide), este para matar as cigarras atraídas pelo dispositivo sonoro. A bandeja inferior recolhe a calda aplicada que é reciclada para novas aplicações, sem deixar o produto contaminar o ambiente. A maquina pode ser carregada em uma carreta de trator ou de outro veículo utilitário e passa a transitar, lentamente, nos carreadores do cafezal, atraindo as cigarras que se encontram num raio de até uns 150 m. O rendimento é elevado, podendo cobrir, num dia de trabalho, mais de 100 ha de lavoura. O dispositivo funciona através de uma bateria elétrica que pode ser a do próprio trator. O som emitido nesse equipamento pode atrair tanto fêmeas como machos, sendo que em 30 minutos operando, já foi possível eliminar cerca de 4000 insetos, numero esse dependente da população existente na área. O controle funciona através da quebra do ciclo de vida das cigarras. Menos adultos, menos acasalamentos, menos postura e menos ninfas para atacarem as plantas. Atua, assim, de forma preventiva, diferentemente do controle químico tradicional, onde são usados inseticidas de solo, visando matar as ninfas que vivem junto às raízes do cafeeiro. O processo é ecológico e econômico.

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35 – 3214 1411 www.fundacaoprocafe.com.br

AS CIGARRAS PODEM, AGORA, MORRER PELO SEU CANTO

J.B. Matiello e Rodrigo N. Paiva- Engs Agrs Fundação Procafé

Conta um dito popular que as cigarras cantam até morrer, o que não é verdade. O canto só

é executado pelos machos, com o objetivo de atrair as fêmeas para o acasalamento.

A cigarra macho possui, na parte inferior do abdome, o órgão cimbálico, feito de músculos

que, quando se contraem, fazem vibrar uma bolsa de ar, assim produzindo o canto característico

do inseto. As fêmeas também possuem órgãos cimbálicos, porém atrofiados.

Durante o seu ciclo de vida, a cigarra passa a maior parte no solo, com suas fases jovens

alimentando-se da seiva das raízes do cafeeiro e de outras plantas arbóreas. A partir de setembro

outubro, quando o clima esquenta e começa a chuva de verão, as cigarras emergem e se

transformam em adultos, voam, cantam e se acasalam, a fêmea novamente fazendo a postura nas

plantas, para dar inicio a um novo ciclo. Cada espécie tem um canto diferenciado.

Agora, com o desenvolvimento de nova tecnologia, as cigarras podem, sim, morrer através

do seu canto, por meio do uso de uma armadilha sonora, que atrai as cigarras pela imitação do seu

canto, isto visando seu controle, para reduzir os prejuízos que causam nas lavouras.

Trata-se de um equipamento chamado de Ecospray (fabricado pela empresa Idéia-

www.maquideia.com.br), composto por uma base que sustenta uma bandeja coletora e tendo em

sua parte central duas espécies de buzinas, por onde o som é emitido, contendo, ainda, uma coluna

central, de cor amarela, em cima da qual existem 2 bicos laterais, que pulverizam um inseticida

(piretróide), este para matar as cigarras atraídas pelo dispositivo sonoro. A bandeja inferior

recolhe a calda aplicada que é reciclada para novas aplicações, sem deixar o produto contaminar o

ambiente. A maquina pode ser carregada em uma carreta de trator ou de outro veículo utilitário e

passa a transitar, lentamente, nos carreadores do cafezal, atraindo as cigarras que se encontram

num raio de até uns 150 m. O rendimento é elevado, podendo cobrir, num dia de trabalho, mais de

100 ha de lavoura. O dispositivo funciona através de uma bateria elétrica que pode ser a do

próprio trator.

O som emitido nesse equipamento pode atrair tanto fêmeas como machos, sendo que em

30 minutos operando, já foi possível eliminar cerca de 4000 insetos, numero esse dependente da

população existente na área.

O controle funciona através da quebra do ciclo de vida das cigarras. Menos adultos, menos

acasalamentos, menos postura e menos ninfas para atacarem as plantas. Atua, assim, de forma

preventiva, diferentemente do controle químico tradicional, onde são usados inseticidas de solo,

visando matar as ninfas que vivem junto às raízes do cafeeiro.

O processo é ecológico e econômico.

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Equipamento armadilha sonora de cigarras, instalada sobre veículo utilitário, em demonstração na dia de

campo na Faz Exp do Procafé de Varginha, vendo-se cigarras voando ao redor e sobre a coluna amarela.

Equipamento instalado sobre carreta do trator, vendo-se, acima o dispositivo de som e de pulverização e, na

parte baixa, a bandeja coletora das cigarras mortas e do líquido pulverizado.

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Grande numero de cigarras mortas no fundo da bandeja da armadilha