Artista plástico Anastácio Dietrich Orlikowski · 2016-10-25 · com uma citação de Dalai Lama:...

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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA BENTO GONÇALVES | 1 DE ABRIL DE 2015 | EDIÇÃO 166 Eu sempre me apaixono pelo que estou fazendo. Artista plástico Anastácio Dietrich Orlikowski Advogada - OAB 32072 54 3055.4453 [email protected] Saldanha Marinho, 435 - Sala 14 Bento Gonçalves - RS

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Eu sempre me apaixono pelo que estou fazendo.

Artista plásticoAnastácio Dietrich Orlikowski

Advogada - OAB 32072

54 [email protected]

Saldanha Marinho, 435 - Sala 14Bento Gonçalves - RS

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Por Kátia Bortolini e Janete Nodari

“É interessante como a história

é tão rica, graças à inexplicável

maneira de ser do ser humano. Todas as emoções estão

em nós, inclusive as ruins.”

Integração da Serra - Das ex-periências dos seus 90 anos de vida, grande parte dedicada às artes e ao amor, o que o senhor conclui?

Orlikowski - Que a minha vida foi intensa, riquíssima. Eu sempre me apaixono pelo que estou fazendo. Eu tinha sempre prazer. Claro, eu só fazia o que me dava prazer.

Integração da Serra - O senhor foi professor de Desenho e Aquarela na Casa das Artes, formando muitos artistas. O que ressaltava a eles?

Orlikowski - Só se consegue en-sinar àquele que quer aprender. Es-pero ter conseguido repassar que o mais importante é a autenticidade. Assinem a sua obra legivelmente, com orgulho, dizia sempre a eles.

Integração da Serra - O senhor tem planos?

Orlikowski - Ilustro a resposta com uma citação de Dalai Lama: “Exis-te na vida de cada um dois dias em

nastácio Dietrich Orliko-wski nasceu em Porto Alegre, bairro Bom

Fim, em 23 de outubro de 1924. Formou-se em Artes Plásticas pela UFRGS, em 1946. Domina as técnicas de modelagem, desenho da figura humana do natural, gra-vura, pintura, entalhe e escultura. O salão nobre de exposições da Fundação Casa das Artes de Bento Gonçalves leva o nome dele. Ho-menagem ao artista, reconhecido como o Mestre da Aquarela, com mais de 100 exposições realizadas. Sua contribuição à arte de Bento Gonçalves está marcada, além das pinturas, pelo amor que ele tem pela cidade, pelo interior e seu povo. Ele diz ter sido um “curioso” de todas as técnicas: da pintura ao design. Orlikowski costuma enviar cartas. Afirma já ter enviado mais de 550 cartas aos seus amigos.

Nesta deliciosa entrevista, realizada em Pinto Bandeira, fomos recebidas com música clássica e a irreverência de quem tem, em casa, um relógio com ponteiros que andam ao contrário.

Anastácio Orlikowski:o Mestre da Aquarela

que não se pode fazer nada: o ontem e o amanhã. Sobrou o hoje, o agora. A cada zero hora, nós somos presente-ados com 24 horas de tempo para fa-zer o que nós quisermos. Se não fizer-mos nada, somos presenteados com um novo amanhecer”. Olhem para o meu relógio: ele caminha em sentido contrário. Isso para lembrar que não é possível tocar o tempo para trás. O relógio não caminha para trás. Por exemplo, se tu me pedires desculpas, eu te perdoo, mas já está feito. Não desfaz o erro. A ferida sara, mas a ci-catriz fica.

Integração da Serra - O senhor domina desde as técnicas de mode-lagem, desenho da figura humana do natural, gravura, pintura, entalhe e escultura até caligrafia, literatura, mú-sica e dança. Como obteve o apren-dizado de tantas artes?

Orlikowski - Dos três aos seis anos, fiz meus primeiros desenhos incentivado pela minha avó paterna.

Aos nove, comecei a estudar música. Iniciei com um bandoneon, que doei para o Museu do Imigrante, de Bento Gonçalves. Tocava tango em bailes. Quando completei 40 anos, fui estu-dar violoncelo. Sempre me dediquei com afinco aos estudos de meus in-teresses.

Integração da Serra - O senhor domina quantas línguas?

Orlikowski- Português, polonês, alemão (faço parte de uma socieda-de cultural espalhada pelo mundo, somos 11 mil sócios, fui presidente durante 13 anos) e inglês, que me foi útil, nas três vezes que fui à Europa. Falo um pouco de espanhol, e de “ta-lian”.

Integração da Serra - Como é sua rotina atualmente?

Orlikowski - Procuro resolver problemas matemáticos, cozinho, escrevo, assisto a programas e DVDs que só eu que gosto (risos). Assisti,

há pouco, a história do Barão Verme-lho, um “ás” da aviação... É interessan-te como a história é tão rica, graças à inexplicável maneira de ser do ser humano. Todas as emoções estão em nós, inclusive as ruins.

Integração da Serra - O senhor nasceu em Porto Alegre?

Orlikowski - Sim, mas com três anos meu pai me levou para morar na Alemanha, seu país natal, me dei-xando aos cuidados da família dele, e voltou para o Brasil. Com seis anos, meus avôs paternos me embarcaram de volta para Porto Alegre, onde meu pai trabalhava como garçom. Ele ia trabalhar e me levava junto, eu ficava embaixo do balcão. Falava alemão e polonês. Havia esquecido o portu-guês. Foi assim até um amigo de meu pai indicar um internato. Em torno dos 14 anos, meu pai me arrumou emprego como auxiliar de relojoeiro. Logo, aprendi a desenhar em joias le-tras manuscritas e góticas, entre ou-

Fotos: Kátia Bortolini

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tros estilos.

Integração da Serra - O senhor se graduou em Artes Plásticas pela UFRGS e após atuou como arquiteto?

Orlikowski - Sim, o curso tam-bém graduava para a prática da Ar-quitetura. A demanda da época era a da capacidade de equilíbrios. Tam-bém trabalhei como arquiteto. Na década de 1960, projetei, em Bento Gonçalves, para a Companhia Dreher, a Adega Fraü Lidia, atendendo o con-vite do então diretor financeiro João Gallan. Na década de 80, em função de oferta de trabalho, mudei-me para Bento Gonçalves.

Integração da Serra - O senhor está bem adaptado em Pinto Bandei-ra?

Orlikowski - Olha, estou aqui há seis anos, na Rua Sete de Setembro. Na linha 28, morei 23 meses. Morei também na parte de cima da Casa Barp, no distrito de São Pedro. Aos 88 anos casei com a Norma, minha terceira mulher, no Santuário Nossa Senhora de Pompéia, aqui de Pinto Bandeira. Eu já estava com ela há al-gum tempo, nós dois éramos viúvos. Perguntei ao padre se nós podería-mos receber a bênção da igreja. En-tão casamos, veio a quase totali-dade da loja maçônica Concórdia, de Bento Gonçalves, entre outros amigos. Da entrada da igreja ao altar, meus irmãos maçônicos me honraram com a abóbada de aço, sem o uso das espadas. O meu atual casamento é moderno. A Norma, que é uma guria de 81 anos, mora em Porto Alegre e eu aqui. A cada mês ela vem passar uns dias comigo.

Integração da Serra - O se-nhor é maçom há quanto tempo?

Orlikowski - Há 60 anos. Sou

vinculado à loja Concórdia, cujo inte-rior fui eu que pintei. Aproveito para explicar que temos três graus: apren-diz, companheiro e mestre. A filosofia faz bem aos homens.

Integração da Serra - O que a participação na maçonaria acrescen-tou na vida do senhor?

Orlikowski - Desenvolveu quali-dades que já eram naturais em mim. A filosofia da maçonaria é para que o homem desenvolva qualidades, em direção à perfeição. Atingi o grau fi-losófico mais alto: 33. O maçom deve usar os conhecimentos filosóficos da

irmandade com ética, em busca do aprimoramento do caráter. Isso é que me apaixona na maçonaria: o Huma-nismo.

Integração da Serra - Por que a maçonaria não aceita mulheres?

Orlikowski - Porque a mulher já está completa. Ela tem, com a mater-nidade, um sentimento que a pater-nidade não dá para o homem. Obser-ve quantas atividades masculinas são só por prazer deles.

Integração da Serra - O senhor ainda frequenta as sessões?

Orlikowski - Não posso mais ir. Mas eles vêm aqui me visitar. Como estou com dificuldade de locomoção, por fraqueza nas pernas, os irmãos me presentearam com uma cadeira motorizada.

Integração da Serra - O triângu-lo com o olho na frente da Igreja San-to Antônio de Bento Gonçalves é um símbolo maçônico?

Orlikowski - Sim, é um símbolo maçônico. Um padre da época con-cordou em desenhar o sím-bolo na entrada da igreja. O significado do triângulo equilátero – três lados iguais – é que ninguém é mais do que ninguém. Todos são iguais. E o olho representa a onipresença de Deus, que tudo vê. A maçonaria é um conceito. Vou te contar uma passagem. Certa vez, o bis-po Dom Paulo Moretto, em visita a meu atelier, fez uma série de perguntas sobre a maçonaria. Ele tinha solicita-do com antecedência, atra-vés do interlocutor da visita, se poderia tocar no assunto. Entre as indagações do Bis-po, a de que forma a maço-naria influencia a sociedade? Eu disse: a maçonaria não influencia, ela é um conceito. Quem intervém é o maçom, com inspiração nos ensina-mentos da maçonaria.

Integração da Serra - O senhor se considera com QI acima da média?

Orlikowski - Não sei, nunca medi (risos). Minha filha certa vez disse: puxa, pai, deviam guardar o teu cére-bro! Eu disse: minha filha, o cérebro é apenas uma ferramenta, se leva 20 a 30 anos para produzir alguma coisa e três minutos, sem oxigênio, para mor-rer. Não é o cérebro, vale o que se faz.

Integração da Serra - Quais são suas crenças?

Orlikowski - Eu sou ateu, graças a Deus. Eu explico: como é que se ma-nifesta Deus? A natureza é Deus. Ela é uma parte dessa força, que não con-seguimos explicar. No início, o trovão era Deus. Cada um manifesta a crença de sua maneira, com exceção de Mi-chelangelo, que se atreveu a retratar Deus, na Capela Sistina, como um ve-lhinho barbudo ainda amparado. Te-mos que tentar senti-lo. Deus é uma força da vida, não conseguiremos nunca explicar. Ninguém pode repre-sentar Deus. Até aquele que se diz ateu, na sua negação, está admitindo que ele existe.

Integração da Serra - Ganhos e perdas dolorosas da vida...

Orlikowski - Dos dois filhos do primeiro casamento, Beatriz e Júlio, que partiram cedo. Tenho seis netos e quatro bisnetos, o quinto está a cami-nho. Eles vieram me visitar por oca-sião do meu aniversário de 90 anos.

“Só se consegue ensinar àquele

que quer aprender. Espero

ter conseguido repassar que o

mais importante é a autenticidade.

Assinem a sua obra legivelmente, com orgulho, dizia

sempre a eles.”

“Quero enaltecer as mulheres, que foram as

escolhidas para darem

continuidade à vida.”

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Cecilia Seibel

Por Rodrigo De Marco | [email protected]

Formada em 1994 em Moda e Es-tilo pela UCS, Cecilia Milicich Seibel, 43 anos, tem pós-graduação em Negócios de Moda também pela UCS. Atua como professora na universidade, além de trabalhar para empresas da região, com atividades dentro da área de desenvol-vimento de produto e design de peças.

Segundo ela, a moda, presente na cultura e estilo de vida de sociedades distintas tem uma longa história na Ser-ra Gaúcha. “A indústria de tecelagem e confecções na região é centenária. Ela se desenvolveu a partir da necessidade de produtos têxteis que protegessem a população do clima rigoroso de in-verno. A partir daí se criou a cultura e a habilidade de confeccionar artigos

Formada em Design de Moda em 2013 e trabalhando há cerca de três anos na área, a bento-gonçalvense An-dréia Líbano Oliveira, 25 anos, explora a criatividade utilizando programas gráficos. “Uso programas de vetor e tratamento de imagem. A faculdade de moda não é muito voltada para essa parte. Quando tive contato pela primeira vez, fiz questão de me aper-feiçoar. Consigo contribuir com os formandos e algumas confecções que

O conceito básico da moda é criar, e nesse quesito a farroupilhense Joice Oliveira, 22 anos, tem amplo domínio. Ela cursa o último semestre de Design de Moda-Tecnologia na UCS, e há cerca de nove meses criou a marca “Balan-gandã”. Trabalhando com acessórios de cabelo (turbantes, faixas, coroas de flo-res e golas artesanais, em pouco tempo a estudante consolidou a marca, que hoje exerce forte influência entre as adeptas a acessórios.

Estava na rua usando um turban-te, quando fui questionada sobre onde teria comprado o acessório. Nessa hora me dei conta do potencial de mercado e e comecei a desenvolver o acessório para venda”, lembra. O início da marca teve uma rápida ascensão na internet, difundindo o produto para toda a re-

A moda em múltiplas facetasNovos estilistas moldam diferenciais da região da Serra Gaúcha

Uma estilista com estilo irreveren-te, avessa ao modismo e tendências. Essa é Gabriela Basso, caxiense de 29 anos, que há cerca de quatro anos con-quista espaço na Serra Gaúcha. Logo ao chegar no atelier de Gabriela é pos-sível captar sua essência como artista. Peças descoladas e confortáveis dese-nham o ambiente. Ela lembra que já na universidade criava seus produtos. “Os estudos abririam meus horizontes. Em pouco tempo comecei a criar minhas peças até ter minha própria etiqueta”. Foi no ambiente universitário que ela

Criar tendências, refazer looks, imprimir um estilo. O mundo da moda pode parecer complexo, um tanto desafiador, porém, move estilos. Artistas surgem dispostos a mudar conceitos lançando novidades. Na Serra Gaúcha não é diferente. A equipe do Jornal Integração da Serra entrevistou designers de moda que se destacam na região, para reportar estilos e trabalhos desenvolvidos no segmento.

Irreverente Gabrielaconquistou, em 2011, o prêmio UCS/Sultextil.

Gabriela, que até o momento não pensa em abrir franquia, aposta para 2015 na venda online de seus produ-tos, prevista para iniciar no próximo mês. “Quero definir o site com a ideia de difundir meu produto nacionalmen-te. Penso numa página que dialogue com o público”, projeta.

O trabalho da estilista abrange mulheres entre 25 e 45 anos. As pe-ças exclusivas variam entre R$ 180,00 a R$ 300,00. “Crio produtos pensando

na mulher que procura algo diferente. Aposto no diferente, em roupas que flertam com a androginia”, sintetiza.

Não seguir um padrão de criação diz muito sobre a forma de Gabriela pensar. “As minhas peças são para mu-lheres decididas e despreocupada com o que está em voga”, afirma. Ela observa que o mundo da moda é invadido por uma série de informações a todo ins-tante.

A estilista comenta ainda sua fonte de inspiração está na abstração e não em produtos prontos. Coleção little edie verão Gabriela Basso

Divulgação

Elegância em acessóriosgião. “Lancei a fanpage num domingo e, quando acordei na segunda já tinha 300 curtidas”, alegra-se.

Segundo Joice, 2015 será um ano de muitas parcerias no campo profis-sional. Já neste mês de abril a estilista tem a oportunidade de mostrar seu produto no lançamento da coleção Su-gar Mama de Outono/Inverno 2015, no Soho Store, em Caxias do Sul. “Vai ser um evento interessante com música, poesia e até pole dance (risos). O fato é que estou preparando um espaço es-pecial para o ateliê”, promete.

Nascida de fazer moda de maneira diferente voltando às origens do tra-balho manual, Balangandã leva consi-go o slogan “Feito com Amor”, que de acordo com Joice retrata a forma que trabalha. “O amor da Balangandã parte

da escolha do tecido até a confecção das embalagens e dos cartões de visi-ta, que também são totalmente artesa-nais. É um trabalho apaixonante e feito com muito carinho”, afirma. Ainda de acordo com ela, as cores de seus pro-dutos alegram a vida de quem as usa. “A ideia é que você saia da rotina cinza, colorindo pensamento e, claro, balan-gandeando”, brinca.

A estilista afirma que a Serra Gaú-cha é uma região rica no setor da moda, mas que segundo ela, muitas vezes não é observada por especialistas do ramo. “As pequenas marcas precisam ser va-lorizadas, porque elas trazem um espí-rito de mudança, do fazer diferente. E para esse tipo de moda não basta ape-nas olhar, é preciso enxergar”, reflete.

Joice trabalha com fios de lã e seda,

além de pele fake, malhas e veludos e projeta começar a fazer também bolsas e bijous artesanais (de crochet, tricot e macramê). “A base do meu trabalho é o artesanal. Quero difundir ao máximo essa ideia criando novos produtos”.

Divulgação

Trabalho de Joice Oliveira

Divulgação

Projeto moulage de Andréia Libano

O outro lado da modanecessitam de desenhos técnicos e ilustrações”, afirma.

Andréia, que se diz apaixonada por vestidos de festa, admite se aventurar em diversos segmentos da moda. “Te-nho várias atividades, sou professora de desenho e modelagem em uma es-cola de artes em Garibaldi, dou aulas particulares de desenho à mão livre e digital, além de tudo isso, me dedico ao ateliê”. Ela diz que apesar da região investir no segmento, ainda falta mer-

cado para a moda em Bento Gonçalves. Os melhores trabalhos, na visão de An-dréia, são aqueles que mais exigem do profissional. “Os resultados são frutos de dedicação. Os desfiles que participei na universidade marcaram de forma positiva a minha carreira”, recorda.

Em maio deste ano Andreia preten-de lançar a primeira coleção de inver-no. Ela está se preparando e sugere: “ sigam minhas redes sociais para terem mais novidades.”

A moda na Serra Gaúchapesados, sejam tecidos de lã poste-riormente manufaturados e peças de malha retilínea”, analisa. Ainda segun-do Cecilia, foi na década de 1990 que a indústria da moda na região teve uma elevada ascensão. “O sucesso das roupas desenvolvidas na Serra Gaúcha foi reconhecido no país. Fomos impor-tantes exportadores nos anos 1990 e a primeira década do século XXI”, afirma.

De acordo com Cecilia, a entrada de artigos importados do oriente im-pactou a indústria nacional forçando a mudança de rumo de algumas empre-sas. “A moda com identidade cresce e começa a mostrar uma nova geração de empreendedores, que buscam na exclusividade a diferenciação competi-

tiva”, afirma. Com mais de 20 anos de experiên-

cia no segmento, Cecilia é uma adora-dora das metamorfoses da moda. “A moda é para mim uma forma de comu-nicação, ou de conformidade. É com o que vestimos que iniciamos as relações interpessoais diárias. Roupa é uma lin-guagem”, sintetiza. Cecilia analisa de forma positiva a entrada do profissio-nal da moda no mercado de trabalho. “Vejo com grande otimismo a inserção dos profissionais em indústrias de con-fecções. Eles podem estar nas áreas de modelagem, desenvolvimento de pro-duto, criação e estilo, já que a maioria das empresas de confecção tem profis-sionais formados em Design de Moda”.

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DistribuiçãoGRATUITA ANO 13 | Nº 166 | MARÇO/ABRIL 2015 | www.integracaodaserra.com.br

Editorial

Qual é o seu lugar?

Caderno Mosaico

Capela do 15 da Graciema atrai noivos

de outras comunidadesCaderno Mosaico

Página 4

Casa Brasil em São Paulo:upgrade para a feira

Fala do Talian na Serraem documentário e site

Segunda-feiral G.O. Sagrada FamíliaIgreja Matriz Santo Antônio, 20hl G.O. Santa RitaComunidade Santa Rita, 19h30minl Pais orando pelos filhosAssociação Servos de Maria, 13h30min

Terça-feiral G.O. Fé e VidaIgreja Matriz São Roque, 14h

Quarta-feiral G.O. Santo AntônioAuditório da Igreja Santo Antônio, 14hl Terço para homensIgreja São Luís, bairro Glória, 19h30min(somente na 2ª semana de cada mês)

Quinta-feiral G.O. Servos de MariaAssociação Servos de Maria, 14hl G.O. São LuísIgreja São Luís, bairro Glória, 19h30minl G.O. N. S. de CaravaggioIgreja N.S. Caravaggio, Tamandaré, 19h30l Adoração ao Santíssimo SacramentoAssociação Servos de Maria, das 8 às 14h

Sábadol G.O. Jovem nas Asas do EspíritoAssociação Servos de Maria, 20hl Adoração ao Santíssimo SacramentoIgreja São Luís, 18h - 4º Sábado

LOCAIS DE ORAÇÃO

Apoio:

54 3453.6017

Todos temos um lugar do coração. A cidade natal, a comunidade onde se vive, ou onde passamos a infância. Ou ainda, um lugar pelo qual passamos um dia e que nunca mais saiu de nos-sa memória. A edição de abril traz a história da Comunidade 15 da Gracie-ma e da noiva que selou o casamento com um beijo em Garibaldi, enquanto os convidados observavam em Bento Gonçalves. Como assim? Acompanhe no caderno Mosaico.

Damos as boas-vindas ao pro-fessor Paulo Wünsch, que passa a ser articulista deste periódico, agregando

cultura e informação. Começamos pe-las datas comemorativas do mês: Dia Nacional e Dia Internacional do Livro, onde em 23 de abril, na Espanha, terra do escritor Miguel de Cervantes, revive--se uma tradição muito bonita: a cada livro vendido uma rosa é dada de pre-sente. Por aqui, andamos entre as flo-res do Seu Laurindo, os caminhos do Morro do Salgado, de Pinto Bandeira, Vale dos Vinhedos, Santa Tereza, Ca-xias do Sul, entre outros, e entregamos uma edição caprichada e feita com carinho, desejando a todos uma Feliz Páscoa!

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Página Dois2 Jornal Integração da Serra | 1 de abril de 2015

Os artigos publicados com assinatura são

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do Jornal. Suas publicações obedecem ao

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e estimular o debate dos problemas de

interesse da sociedade. Por razões de clareza

ou espaço, os e-mails poderão ser publicados

resumidamente.

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Colaboradores e Colunistas: Aldacir Pancotto, Ernani Cousandier, Paulo Capoani, Paulo R. Wünsch, Rodrigo De Marco, Rogério Gava, Thompsson Didoné

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRAPeriodicidade: MensalTiragem: 12.000 exemplaresCirculação: Na primeira semana de cada mês, em Bento Gonçalves,Santa Tereza, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira, São Pedro, Vale dos Vinhedos, São Valentim, Tuiuty e Faria Lemos.Propriedade: Empresa Jornalística Integração da Serra Ltda.Diretora e Jornalista responsável: Kátia Bortolini - MTB 8374Redação/Revisão: Janete Nodari e Rodrigo De MarcoÁrea Comercial: Moacyr RigattiAdministrativo: Aline Festa

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Da Redação

DEPOISO representante comercial, morador do bairro, Edson Rogério Biasi, procurou a redação para informar o descaso com o local a partir de janeiro de 2015. Biasi diz que os moradores estão indignados com a falta de cuidado. “Além disso, os peixes estão morrendo e a iluminação foi depredada,” relata o morador.

ANTESNo dia 12 de outubro de 2014, a Associação dos Moradores do Bairro Santa Helena entregou à comunidade um espaço com uma gruta de Nossa Senhora de Lourdes, junto a um lago bonito e bem-cuidado.

Edson Biasi

Rodrigo De Marco

Fotos do Leitor

O leitor Laurindo Zanin está agradecido por poder apreciar o “túnel” de flo-res três-marias que enfeita a entrada da casa dele, no bairro Progresso, e quer dividir a imagem com os demais leitores do Integração da Serra. “São nove metros, do portão até a porta da sala”, diz Zanin. Ele acrescenta que rega o jar-dim e a horta com água armazenada da chuva. Zanin fixou a placa “parada das flores” em frente à sua residência.

Janete Nodari

Deisi Laux fotografou uma bela noite da março, com direito à Lua entre nuvens

Detalhe de outono fotografado por Ricardo Pasquetti

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31 de abril de 2015 | Jornal Integração da Serra

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Entidades4 Jornal Integração da Serra | 1 de abril de 2015

Integração - O Sindmóveis fir-mou parceria com as empresas Informa Group e Summit Promo, ambas com ampla experiência em feiras e eventos, para a promo-ção da 5º edição da Casa Brasil, em agosto de 2016, em São Pau-lo. Nasce a Casa Brasil São Paulo. Como está funcionando essa par-ceria?

Tecchio - O Sindmóveis buscou todas as alternativas para responder com a melhor opção para o setor mo-veleiro e a própria Casa Brasil. A esco-lha de uma empresa como a Summit Promo, associada à BTS Informa, de-monstra o fortalecimento da marca Casa Brasil diante do mercado nacio-nal e internacional. É uma estratégia de mercado que certamente amplia o potencial de negócios dessa, que já é uma das principais feiras de de-sign na América Latina. A feira passa a

No Brasil, cerca de 90% das em-presas são familiares, com gestores e funcionários de diferentes graus de parentesco em sua administração. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 30% desses negócios sobrevivem depois da transição, mas somente 5% alcan-ça a terceira geração. Por outro lado, segundo especialistas, as organiza-ções conduzidas por parentes são mais resistentes a crises financeiras. Para falar sobre o assunto, o Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC/BG) promo-ve a palestra-almoço “Governança e Sucessão na Empresa Familiar”, no próximo dia 13 de abril no Salão de Eventos da entidade.

O tema será apresentado pelos ir-

A Associação Bento-Gonçalvense de Proteção ao Ambiente Natural – ABEPAN, fundada em 1989, desenvolve ações de conscientização nos mais variados setores da sociedade. O processo de capacitação envolve ações como palestras, projeções de vídeos, entrega de cartilhas de cunho eco-lógico-educativo, oficinas, passeios ecológicos na Corsan, nas recicladoras e, quando possível, em empresas que trabalham com materiais recicláveis. Após o trabalho de educação ambiental, o aluno é certificado “Agente da Natureza”, recebendo uma carteirinha que comprova a formação.

O simples gesto de separar resíduos domésticos em nossas casas parece não ter valor. Se todos pensassem de tal forma, não haveria necessidade da coleta seletiva. Porém, uma atitude singela, mas muito importante, pode mudar nossas vidas e a situação do planeta. O trabalho de educação am-biental deve ser contínuo, e mostra que uma pessoa sozinha parece não mu-dar o mundo, mas, quando somadas às outras, podem transformar aquele pequeno gesto em grandes ações. Começamos por nossa casa, estendemos para nosso bairro, cidade, Estado e país. E a situação passa a ser diferente.

Mudar o mundo é somente possível através da educação. A ABEPAN, en-tidade sem fins lucrativos que visa à conscientização, à racionalização, ao preservacionismo e à prudência, acredita nesta ideia.

Faça a sua parte! Colabore com o meio ambiente.

Casa Brasil em São Paulo: “um grande upgrade para a feira”ser anual e a primeira edição será em agosto de 2016, paralelamente à DW! São Paulo Design Weekend e uma fei-ra de produtos e soluções para arqui-tetura e decoração, que será promo-vida anualmente pelo Informa Group e Summit Promo no São Paulo Expo Exhbition & Convention Center.

Integração - Nesse novo perfil, quais as vantagens para as empre-sas de móveis de alto padrão de Bento Gonçalves, associadas à en-tidade, que marcaram presença em edições do evento no município?

Tecchio - A ida da Casa Brasil para São Paulo vai contribuir para o forta-lecimento da indústria de mobiliário de alto padrão, que conta com várias indústrias em Bento Gonçalves. A expectativa do Sindmóveis é de um aumento de expositores e, inclusive, retorno de alguns nomes que estive-

ram ausentes na última edição, já que estamos dando um grande upgrade para a feira.

Integração - Os restaurantes, hotéis e agências de turismo recep-tivo, entre outras empresas presta-doras de serviços de Bento Gonçal-ves, perdem divisas com a troca de endereço da feira?

Tecchio - Toda mudança gera perdas e ganhos. A cidade de Ben-to Gonçalves realiza mais de um mil eventos anualmente, que geram em-pregos temporários e movimentam a estrutura hoteleira e restaurantes da região. A ida da Casa Brasil para São Paulo vai contribuir para o fortaleci-mento da indústria de mobiliário de alto padrão, que conta com várias indústrias em Bento Gonçalves. Com esse segmento fortalecido, a econo-mia do município ganha em cadeia.

Divulgação Sindmóveis

Henrique Tecchio, presidente do Sindmóveis

Educação ambiental para transformar o mundo

Visitação à Estação de Tratamento de Água da Corsan faz parte da capacitaçãode jovens feita pela ABEPAN

Divulgação Abepan

Governança e sucessão na empresa familiarmãos Cláudia e Paulo Tondo, consul-tores da Tondo Consultoria - Desen-volvimento de Famílias Empresárias e Empresas Familiares. O presidente do CIC/BG, Leonardo Giordani, afirma que a palestra será importante para gestores de empresas da cidade que participam de companhias com con-trole familiar, sejam elas pequenas, médias ou grandes. “A realidade de Bento é muito peculiar. O cenário, a cultura e a imagem do fundador in-terferem diretamente nos processos dessas empresas. Com este tema es-tamos proporcionando as empresas com esse perfil contato com quem entende do assunto”, observa Gior-dani.

Interessados em participar de-vem entrar em contato pelo e-mail

[email protected]. Ingressos para o evento estão à venda na enti-dade e podem ser obtidos por meio

do telefone 54 2105.1999, com Deni-se Somensi. Associados pagam R$ 75 e não associados, R$ 105.

Arquivo Tondo

Cláudia e Paulo Tondo

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Empresas 51 de abril de 2015 | Jornal Integração da Serra

Para dar as boas-vindas ao outono, o Hotel Villa Michelon e a Jamar Cia do Esporte promovem no próximo dia 12 de abril o tradi-cional passeio ciclístico de outono. Serão 5,3 quilômetros, com largada prevista para às 9 horas, na sede da Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale). Antes da chegada no Villa Michelon, duas paradas pre-vistas para a degustação de suco natural de uva e água nas vinícolas Torcello e Almaúnica. Na chegada os participantes concorrem ao sor-teio de uma bicicleta da Jamar Cia do Esporte e diárias no Hotel Villa Michelon e distribuição de vários brindes. A família mais numerosa, o ciclista mais idoso, o mais jovem e ainda o mais incrementado tam-bém serão contemplados com prê-mios.

Ciclistas de todas as faixas etá-rias podem participar. A inscrição é gratuita e pode ser realizada an-tecipadamente no Hotel Villa Mi-chelon, na Aprovale, na Jamar Cia do Esporte ou no dia do evento. O passeio ciclístico de outono conta com o apoio da Aprovale, Isabela, Corsan, Polícia Rodoviária e Briga-da Militar, Secretaria da Saúde de Bento Gonçalves e da Escola Muni-cipal de Ensino Fundamental Lóris Antônio Pasquali Reali. Em caso de mau tempo o passeio será transfe-rido para data a ser definida.

No próximo dia 4 de abril, o CVD Diagnósticos por imagem completa quatro anos de atuação em Bento Gonçalves. Neste período, sensível aos avanços tecnológicos, o CVD dotou-se de alta tecnologia, com mo-dernos equipamentos e com profis-sionais que detêm conhecimento de

A farmacêutica Priscila Bortolini e a atendente Bianca Stail prestando serviços na Fimma Brasil 2015

Equipe da Scapini em Bento Gonçalves, liderada por Roberto Pilotti, recebeu convidados para o lançamento do Honda HR-V na sede da concessionária no

último dia 20 de março

CVD Diagnósticos por Imagem completa quatro anos em Bento

ponta em suas respectivas áreas de especialização. O responsável técni-co da clínica é o médico Dr. Marcelo Guth. CVD – há quatro anos propor-cionando um diagnóstico seguro e preciso para seu exame. Rua Salda-nha Marinho, 545 - Centro - Bento Gonçalves - Fone: (54) 3052.0606

Kátia Bortolini

Kátia Bortolini

Início de outono de “bici” no Vale

dos Vinhedos

Divulgação Villa Michelon

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Social / Moda6 Jornal Integração da Serra | 1 de abril de 2015

ModaRecortes da

RodrigoDe [email protected]

Eles na Passarela No dia 19 de maio,

a Abraçaí realiza a 10ª Edição do “Eles na Passarela”. Para este evento, que é de caráter beneficente, a meta é reunir todos os mode-los que já desfilaram nas edições anterio-res. Haverá também jantar comemorativo, às 19h45, no Pavilhão E do Parque de Eventos de Bento Gonçalves.

Informações através do telefone 3453.3355.

l Marsala: A cor de 2015 é uma mis-tura de vermelho vinho com uns toques de marrom. A cor marsala promete ser uma forte tendência, não apenas em roupa, mas também em decoração e design.

l Amarelo: a cor é a principal sensa-ção do momento, e promete continuar fazendo sucesso também nas estações frias. Pode ser cominado com vermelho, azul, branco, roxo, e, claro, preto.

l Aluminum: o aluminum é um

Avant Première

Neste dia 1, a Todeschini S/A apresenta a coleção SER, inspirada em histórias reais de quem celebra a vida. A maior fábrica de móveis planejados da América Latina recebe convidados e imprensa, a partir das 9h, na sede da empresa em Bento.

A graciosa Rafaela Tomasi de Oliveira em recente sessão de fotos

Social

A aniversariante Leisa Damo em elegante recepção na sua residência, em Muçum

André Pellizzari Fotografia André Pellizzari Fotografia

Repr

oduç

ão

A elegância da estação fria O estilo das ruas começa a mudar evidenciando o lado ca-

maleão da moda. É, nessa época, que despimos o armário res-gatando peças do ano anterior. Para quem pouco se importa com as curvas das tendências de cada estação, é interessante entender um pouco sobre qual é a peça que mais combina com você.

A elegância da estação está na combinação da palidez dos dias com os recortes de seu look. É importante também que o bom-senso prevaleça. Cada peça é desenhada para um deter-minado perfil. As meias-calças negras desfilam charme, tradu-zindo a elegância feminina. Sabemos que as calças de boca-de--sino (tendência dos anos 70) favorecem mulheres mais altas.

Os tons do momentotom de cinza, ótimo para compor looks mais sérios e refinados. Mas se você pre-ferir pode combinar com tons mais quen-tes, para dar um toque especial.

l Pastel: muito usado no outono-in-verno do ano passado, a cor continua em evidência neste ano. A tonalidade trans-mite suavidade e delicadeza, passando um certo romantismo ao look.

l Sangria: um tom de vermelho exó-tico com uma tonalidade fúcsia que pro-mete fazer sucesso neste ano.

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JaneteNodari

[email protected]

1 de abril de 2015 | Jornal Integração da Serra 7

Social

Marcelle Morais dos Santos (c) pós-graduou-se em Mastologia, no último dia 6 de março, passando a exercer suas atividades como médica preceptora do Centro da Mama do Hospital São Lucas da PUCRS. Marcelle recebe os cumprimentos da fa-

mília e amigos por mais esta importante conquista. A médica bento-gonçalvense recebeu seu certificado das mãos do professor e padrinho, Dr. Antonio Frasson

Os noivos Luciana Rossi e Eduardo Silveira de Carvalho elegeram a Igreja Matriz de São Pedro, em Garibaldi, para ser o cenário do seu enlace em 7 de março com

recepção na Cave de Pedra, Vale dos Vinhedos

Eleonora Zorzi e Luís Elias Francheschi (c) uniram-se em matrimônio no Cartório Civil de Bento Gonçalves, no último dia 13 de março, tendo como testemunhas do

enlace Paulo Marchezan e Maria Zanelatto

Kátia Bortolini

Diretoria da FIMMA Brasil 2015, prefeito Guilherme Pasin e presidente da Fiergs, José Heitor Müller no descerramento da placa em homenagem à

FIMMA Brasil, no Parque de Eventos

Os casais festeiros da Festa de Santo Antônio de 2014 e o casal festeiro do ano de 1990 foram homenageados, no último dia 20 de março, com a entrega do Troféu

Tonito, como reconhecimento pelo trabalho realizado em prol da maior festa religiosa do município, acompanhados pelo vigário geral Izidoro Bigolin

Janete Nodari

Arquivo Pessoal

Arquivo Pessoal

José Zignani

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Páscoa8 Jornal Integração da Serra | 1 de abril de 2015

Nesta Páscoa, em Bento Gonçal-ves, a concentração da Sexta-feira Santa para a Caminhada ao Morro da Cruz, na Linha Pedro Salgado, acon-tecerá na localidade, às 18 horas, em frente à capela São Pedro. Até 2014, a concentração para a procissão, pro-movida pela paróquia Santo Antônio, ocorria em frente ao Santuário, no

ProgramaçãoSemana SantaParóquia Santo Antônio

2 de abril | Quinta-feira Santa20h - Missa da Ceia do Senhor - Rito do Lava-pés21h às 24h - Momento de Vigília e Adoração

3 de abril | Sexta-feira Santa7h - Reinício da Adoração ao Santíssimo9h - Via Sacra15h - Celebração da Paixão e Mor-te de Nosso Senhor Jesus Cristo16h - Procissão do Encontro18h - 38ª Romaria à Cruz do Sal-gado. Concentração em frente à igreja São Pedro do Salgado

4 de abril | Sábado Santo20 h - Celebração solene da Vigília Pascal

5 de abril | Domingo | Dia da Páscoa do SenhorMissas 7h - 8h30min - 10h e 18h

Paróquia Cristo Rei

2 de abril - Quinta-feira SantaMissa da Ceia do Senhor com a Cerimônia do Lava-Pés às 20h, após, Vigília de Adoração ao San-tíssimo Sacramento da Eucaristia até as 22h 3 de abril | Sexta-feira Santa8h30min - Vigília de Adoração ao Santíssimo Sacramento da Euca-ristia e confissões9h30min - Via Sacra15h - Celebração da Paixão do Senhor16h - Procissão do Senhor Morto. Haverá o encontro de Nossa Se-nhora das Dores (Paróquia Cristo Rei) com o Senhor Morto (Paró-quia Santo Antônio)19h - Procissão ao Morro da Vindima na Comunidade Nossa Senhora de Lourdes, Gruta do Ceará - Vale dos Vinhedos, com Via Sacra encenada

4 de abril | Sábado SantoCelebração de Aleluia Pascal com a Bênção do Fogo e da Luz, Bênção da Água e Renovação das Promessas do Batismo. Proclama-ção da Ressurreição do Senhor e Solene Missa de Páscoa, às 20h

5 de abril | Domingo | Dia da Páscoa do SenhorIgreja Matriz, Missas da Ressurrei-ção do Senhor às 8h e 18h

Diminui distância da caminhada daSexta-feira Santa ao Morro do Salgado

Concentração será na comunidade e não mais no centro de Bento

centro da cidade. O tradicional evento religioso

do município tem público cativo. No clarear do dia da Sexta-feira Santa, começa a peregrinação até o alto do morro onde há uma cruz de 115 anos. Também, existe um painel criado pelo artista Anastácio Orlikowski, em 1999, data do centenário da primeira

cruz.De acordo com os integrantes da

equipe administrativa da capela São Pedro, Gema e Eduardo Grasselli, o novo percurso será de cerca de um quilômetro com romaria e encena-ção da Paixão de Cristo. A expectativa é que aproximadamente cinco mil ro-meiros participem da procissão.

Giovani Nunes

Encenação da Paixão de Cristo no Morro do Salgado reúne anualmente milhares de pessoas

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Páscoa 91 de abril de 2015 | Jornal Integração da Serra

A Páscoa: vida eesperança para todos

Pe. GilmarMarchesini

Mestre em Filosofia SistemáticaPároco Cristo Rei, Bento Gonçalves

cada ano, celebramos a memória da Páscoa de Jesus Ressuscitado. A Páscoa é a festa de todas as festas. Por isso, é a principal celebração dos

cristãos. A festa da Luz de todas as luzes insere todos os batizados no mis-tério da salvação que aguardamos na esperança, iluminados pela fé e pela vivência do amor.

A festa da Páscoa nasce da experiência de fé do povo de Israel. A Páscoa é a passagem (pascha) do povo que sai da terra da escravidão do Egito e das garras do faraó e caminha para a terra da promessa, da libertação e da vida nova para todos. A Páscoa se realiza plenamente em Jesus Cristo, na encarnação e na ressurreição. As atitudes de Jesus são expressão da Páscoa de Deus que vai se realizando no meio do seu povo. Com a ressurreição, os discípulos que fizeram a experiência do sofrimento, da Paixão, da Cruz e da Morte, perdem o medo, a incredulidade e assumem a missão com ânimo, fé e esperança para anunciar o Evangelho a todas as nações. A força viva e pre-sente de Jesus ressuscitado motiva o anúncio, o testemunho transformador e a ação libertadora dos apóstolos nas primeiras comunidades cristãs.

Portanto, a Páscoa dos cristãos, é tempo de esperança que ajuda a su-perar as trevas pela luz, o medo pela fé, acomodação pela participação. É tempo de saída das escravidões do nosso tempo em vista da libertação in-tegral da pessoa humana. O tempo da Páscoa é precedido pela Quaresma, que convida à conversão dos pecados pessoais e sociais, a fim de construir novas relações de reconciliação, justiça, dignidade e solidariedade. A Páscoa é um convite permanente para denunciar a cultura da morte que impera no mundo e com responsabilidade amorosa, cuidar para que a vida prevaleça.

O Papa Francisco desafia os cristãos a viver a Páscoa, no nosso tempo, necessitado de libertação. A cultura atual, sociedade da competição, valoriza somente quem produz economicamente. A mentalidade do egoísmo e da lógica do poder que manipula as consciências, gera a exclusão dos mais in-defesos e cria as desigualdades sociais, raiz da pobreza e da violência. Nesse sentido, a campanha da fraternidade deste ano de 2015, com o tema “A Fra-ternidade: Igreja e a Sociedade”, alerta a todos os cristãos para a importância da Páscoa na vida da sociedade, com justiça, fraternidade, solidariedade e o cuidado em vista do bem viver das pessoas.

A Páscoa é a festa da ressurreição. Ressurreição não é viver novamente, mas é o processo da fé que nos insere no mistério da existência a partir dos desígnios de Deus e abre as portas para participar da vida eterna. Jesus res-suscita para abrir o caminho da alegria para todos os batizados e nos torna herdeiros do Reino dos céus.

Páscoa é um tempo de graça, oportuno para refazer os caminhos da fé, em vista da vida em abundância para todos. O caminho é longo, mas a es-perança que não decepciona, ensina a caminhar e servircomo protagonistas da ação libertadora de Deus em vista do amor e do cuidado integral com a vida e a criação. Desejo a todos uma feliz e santa Páscoa, na alegria e luz do ressuscitado. Amém.

O alto do morro rodeado por pai-sagens bucólicas e montanhas teve sua vocação de fé declarada há 115 anos, com a entronização de uma cruz feita pela comunidade. A cruz lo-calizada entre os limites das colônias das famílias Grasselli, Pilettti e Trivilin, faz parte da história da Linha Pedro Salgado.

O aposentado Alcides Trivilin, 78 anos, desde os dois anos de idade, participa das celebrações de Páscoa no local. “Antes da cruz de cimento, havia uma de madeira, datada de 1899, colocada no morro pela minha

Caminho de fé leva peregrinosà cruz construída em 1899

Alcides Trivilin junto ao painel do centenário da cruz do Salgado

Janete Nodari

bisavó, Ângela Castaldelo Trivilin”, re-lata. O irmão Elenir e ele construíram, em 1948, a cruz que está no local. O material: a argamassa de brita fei-ta a mão e arcos de pipas de vinho. “No dia 25 de janeiro daquele ano, foi realizada a bênção inaugural da cruz pelo padre Ângelo Mugnol. A festa religiosa teve o apoio de Antônio Sal-ton, o Nini e de Vitório Franzoloso,“ lembra ainda Trivilin. A romaria do centro de Bento ao local iniciou em 1976, por iniciativa do então pároco da igreja Santo Antônio, padre Oscar Bertholdo (in memoriam).

Janete Nodari

Cruz de madeira deu lugar à de cimento, em 1948

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Saúde10 Jornal Integração da Serra | 1 de abril de 2015

Na terceira etapa da seleção do Programa Mais Médicos, realizada neste ano, os brasileiros foram maio-ria, ocupando 95% das 4146 vagas ofertadas. Para 2015, a previsão é de que o Mais Médicos tenha 18.247 profissionais atendendo em 4.058 municípios e 34 distritos indígenas. O programa foi lançado em 8 de ju-lho de 2013, pela presidenta Dilma Rousseff, com o objetivo de suprir a carência de médicos nos municípios do interior e nas periferias das gran-des cidades do Brasil.

Em função do programa, a esti-mativa é de que nesses quase dois anos desembarcaram no país mais de 11 mil médicos cubanos. Segundo a apoiadora do Programa Mais Médi-cos no Rio Grande do Sul, psicóloga Ruth Ordovás, da 15ª Coordenadoria Regional da Saúde, atuam na região da Serra Gaúcha 49 médicos vindos de Cuba, distribuídos entre 28 muni-cípios. O Jornal Integração da Serra entrevistou o médico cubano Carlos Manuel Monteiro Pita, de 51 anos, que atende há cerca de um ano e meio na Unidade Básica de Saúde do município de Santa Tereza, para ouvir sobre suas experiências.

Pita, formado há 25 anos, esbanja

O advogado Edson Carlos Zan-doná é o novo presidente do Con-selho de Administração do Hospital Tacchini. Ele foi eleito no último dia 11 de março, em Assembleia Geral, na qual também foi dada posse aos novos membros que integrarão o co-legiado da instituição no período de 2015/2017. Junto com ele, assumiram como vice-presidentes os empresá-rios Daniel Ferrari e Emílio Ristow.

O novo presidente do Conse-lho de Administração, Edson Carlos Zandoná é membro do conselho do Tacchini há mais de dez anos. “Nes-tes próximos dois anos, daremos continuidade aos trabalhos e ações promovidas pelo então presidente Antonio Stringhini, visando propi-ciar a excelência no atendimento à saúde aos 22 municípios no qual so-mos referência. Estou preparado para os desafios de ocupar a Presidência deste importante Conselho, onde

“O médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”entusiasmo e orgulho pelo seu país. Antes do Brasil, ele clinicou, pelo progra-ma Médicos Sem Frontei-ras, em Angola, na Namí-bia e na Venezuela. Numa conversa descontraída, destacou o sistema profis-sional igualitário de Cuba. “No meu país o salário de um médico, de cerca de R$ 4.700,00, é mais ou menos igual ao do professor. Teve uma época, inclusive, que ganhávamos menos que um docente”.

Um país igualitário, com saúde e educação gratuita. É desta forma que Pita se refere a Cuba. O orgulho pela nação berço dos charutos se transforma em agradecimentos eter-nos ao líder Fidel Castro. “Cuba é o país que mais in-veste em educação no mundo, além dessa importância dada ao ensino, temos médicos atuando em mais de 90 países do mundo. Isso tudo é mé-rito de Fidel e da revolução”, orgulha--se.

A medicina humanitária de Cuba

é destaque por uma série de fatores, e talvez o mais perceptível é a aten-ção armazenada ao paciente. “No meu ver, talvez a principal diferença

entre a medicina cubana e brasileira é que a nossa analisa o paciente de for-ma integral, e não dividido em áreas. Precisamos conhecer todas as áreas da medicina”, afirma.

Uma das questões polêmicas en-volvendo os profissionais cubanos é a que 50% do salário que eles recebem no Brasil deve ser enviado ao gover-no cubano, para auxiliar a população cubana. “Todos chegam aqui saben-do o salário que vão ganhar”, diz. O médico conta que, para trabalhar em Santa Tereza, recebe R$ 2.900,00 do governo federal, mais o auxílio de R$ 1.500,00 concedido pela prefeitura, como ajuda de custo para o aluguel e a alimentação.

O sistema igualitário usado em Cuba, na visão de Pita, é uma das ra-zões pela qual as pessoas aprendem a respeitar as diferenças de cada um. “O governo distribui uniforme aos alunos justamente para evitar a dife-rença de classe. Ninguém se sobressai ao outro por aquilo que veste”, afirma. O fato de estudarem na universida-de diversas áreas do conhecimento, além da Medicina, orgulha Pita, que finaliza a conversa com a seguinte frase: “O médico que só sabe de me-dicina, nem de medicina sabe”.

Carlos Manuel Monteiro Pita, médico cubano

Rodrigo De Marco

Zandoná assume Conselho de Administração do Hospital Tacchinijuntamente com os vices-presidentes Daniel Ferrari e Emílio Ristow, além do apoio dos demais integrantes do Conselho de Administração, faremos tudo o que for possível para que esta Instituição continue a ser um orgulho para a comunidade de Bento Gonçal-ves e Região”, comenta Zandoná.

Ao deixar a Presidência do Conse-lho de Administração, o agora Conse-lheiro Antonio Stringhini se colocou à disposição dos novos membros para continuar trabalhando em prol do Hospital Tacchini. “Durante estes qua-tro anos, praticamente fiz do Tacchini minha terceira casa, atrás apenas da minha própria moradia e da minha empresa. Consegui criar vínculos com esta Instituição, conheci pessoas maravilhosas e comprometidas com a causa da saúde. Vou continuar con-tribuindo como Conselheiro através da experiência que obtive neste pe-ríodo”, comenta.

Antonio Carlos Stringhini e o novo presidente do Conselho de Administração do Hospital Tacchini, Edson Carlos Zandoná

Giovani Nunes

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Saúde / Agricultura1 de abril de 2015 | Jornal Integração da Serra 11

Lérnia é um ectoparasita que, ao fixar-se no peixe, causa lesões, pontos hemorrágicos e necrose na pele, provocando anemia e favorecendo o

aparecimento de infecções secundárias por fungos e bactérias oportunis-tas. A mortalidade costuma ser elevada na fase de alevinos e menos fre-quente em espécimes adultos, onde o maior prejuízo consiste na redução da taxa de crescimento e reprodução. Apenas a fêmea adulta é parasita, sendo facilmente visível a olho nu, pois possui pouco mais de um centíme-tro. É mais comum em carpas, embora possa ocorrer também em outras espécies de peixes, com menor frequência.

São fatores predisponentes ao surgimento de graves casos de parasitis-mo por lérnia, açudes pequenos, superpovoados e com pouca renovação de água, situações bastantes comuns na nossa região. A temperatura ideal para o seu desenvolvimento situa-se entre 26° e 28°C. Desta forma, em regi-ões de clima temperado, o parasita é mais comum no final do verão.

A profilaxia consiste em evitar a introdução da lérnia nos açudes atra-vés de alevinos parasitados. Especial atenção deve ser dada ao descarte da água de transporte dos alevinos pois a mesma pode conter formas larvais do parasita.

Não existem produtos registrados para o controle da lerneose. Em casos de infestações severas, a EMATER-RS recomenda o seguinte pro-cedimento:

l Secar o açude ou tanque. Tomar medidas para evitar a contaminação dos cursos d’água com a água retirada do açude, fazendo com que a mes-ma infiltre no solo;

l Realizar a despesca. Os peixes podem ser normalmente consumidos, preferentemente na forma de filés sem couro, pois as lesões são apenas externas;

l Raspar o fundo do açude para retirar o excesso de lodo, comum prin-cipalmente em açudes mais antigos;

l Aplicar de 200 a 300 gramas de cal virgem por metro quadrado, no leito e nas paredes do açude;

l Deixar o açude sem água, exposto ao sol por 40 dias;l Após este procedimento, o açude ou tanque pode ser novamente uti-

lizado para a criação de peixes.

Controle da Lérnia(Lernea cyprinacea)

PauloCapoani

Técnico ASCAR/RS - EMATERMonte Belo do Sul

ronco surge através da passagem do ar pelas vias respiratórias obs-truídas durante o sono e pode ser a única manifestação respirató-ria ou vir acompanhado de apneias obstrutivas durante o sono.

As apneias são pausas respiratórias superiores a 10 segundos enquanto a pessoa dorme e costuma terminar com uma respiração ou ronco intenso, muitas vezes semelhantes a engasgos.

Os principais fatores que levam a essas manifestações são o sobrepeso ou obesidade, a idade, a ingestão de bebidas alcoólicas durante a noite, ali-mentações fartas, além de fatores anatômicos, como pescoço curto e largo ou uma cavidade oral estreita. Geralmente ocorre mais em decúbito dorsal (dormir de barriga para cima) e no sono REM (sonhos e pesadelos).

As principais manifestações são a sensação de noite mal dormida, can-saço ou hipersonolência diurna, diminuição na memória e raciocínio lento. A hipertensão (pressão alta) de difícil controle também pode ser ocasiona-da pela Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono. As complicações princi-pais, a longo prazo, são o aumento no risco de Infarto Agudo do Miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC - derrame).

O diagnóstico é realizado através de um exame chamado Polissono-grafia, que pode ser realizado em uma clínica especializada ou em nível domiciliar, de acordo com a indicação médica. O paciente permanece a noite toda conectado ao aparelho, onde são registradas as ondas cerebrais, movimentos de membros, movimentos respiratórios, oxigenação e ritmo cardíaco.

O tratamento baseia-se na história clínica, no exame físico (presença de amígdalas grandes, adenoides em crianças) e no resultado da Polissono-grafia e compreende desde emagrecimento, tratamento cirúrgico, fonote-rapia, dispositivo intraoral prescrito pelo dentista até uso de CPAP (apare-lho utilizado via nasal, preferencialmente, que evita o ronco e as apneias).

O que é Ronco eApneia do Sono?

AlexandrePressi

Médico Pneumologistae Especialista em Sono

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Esportes12 Jornal Integração da Serra | 1 de abril de 2015

RodrigoDe [email protected]

Skate parapais e filhos

cidade pode ser explorada de diversas formas. Obstáculos como escadas, corrimões e rampas

fazem parte da diversão dos apreciadores do skate. O esporte chegou ao Brasil na década de 1960 por surfistas norte-americanos, mas foi nos anos 1970 que a modalidade começou a trajetória de sucesso no Brasil.

O skate nestes mais de 40 anos conquistou o espaço urbano formando profissionais de diferen-tes modalidades. Aqui em Bento Gonçalves houve um crescente no número de skatistas, basta cami-nharmos no final do dia pelas praças da cidade. É natural observar crianças e adolescentes se esfor-çando para realizar manobras, algumas um pouco desajustadas, porém é perceptível a paixão pela prancha de rodinhas.

Os grandes incentivadores dos baixinhos são os pais, que até poucos anos atrás, analisavam o skate como algo perigoso e ameaçador para seus filhos. Hoje a visão é totalmente diferente. Não é di-fícil de flagrar pai e filho andando juntos, dividindo o mesmo espaço, e assim como no futebol, o skate também pode ser um passatempo em família.

Estava recordando uma cena observada por mim, há cerca de dois meses, no Parque da Reden-ção, em Porto Alegre. Certamente por ser um lugar mais tranquilo o pai resolveu levar o filho devida-mente equipado para aprender a se equilibrar no skate. A criança devia ter no máximo seis anos e estava com joelheiras, cotoveleiras e capacete. Ela parecia um pouco amedrontada, mas o pai a au-xiliava segurando, enquanto o pequeno ganhava equilíbrio. Talvez a análise dessa cena tenha (dois meses depois) me incentivado a escrever esse tex-to. Skate é paixão, e deve ser compartilhada entre pais e filhos.

Aulas de Kapap, que na tradução para o português significa combate face a face, estão sendo ministradas na Academia Cia do Corpo-pelo professor Joel Gonçalves. O Kapap é uma técnica militar israelense criada na década de 1940, com ações defensivas e ofensivas. Gon-çalves salienta que o Kapap foi a base para a criação do popular Krav Maga, voltado à defe-sa pessoal de civis.

Ele acrescenta que o Kapap é um eficiente sistema de defesa pessoal, de evolução cons-tante. “O Kapap não discrimina nenhuma arte marcial ou outros sistemas de defesa, até por-que sua essência vem de vários estilos”, acen-tua. O estresse, segundo Gonçalves, é funda-

Fotos: Kátia Bortolini

Aulas de Kapap na Academia Cia do CorpoTécnicas do sistema são voltadas à defesa pessoal

mental para o Kapap, por elevar o treinamento ao mais próximo possível de uma situação real. Ainda conforme Gonçalves, os pratican-tes de Kapap desenvolvem raciocínio rápido e autocontrole.

As aulas estão acontecendo na Cia do Cor-po, situada na avenida Oswaldo Aranha, nº 60, nas segundas e sextas, das 21h30 min às 22h 30min; nas quartas das 8 às 9 horas e aos sá-bados, das 9 às 10 horas e das 16 às 17 horas. Ainda aos sábados, são dadas aulas para as crianças a partir de três anos, das 17 às 18 ho-ras. Mais informações pelo facebok kapapbg, site www.kapapbrasil.com.br ou pelo fone 54 8108 0363.

Professor Joel GonçalvesAulas de Kapap na Cia do Corpo

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Caderno de Cultura e Arte Nº 21 | Março/Abril 2015

Páginas 06 e 07

Livro,

Fique Informado!Entretenimento, promoções,

músicas e muita notícia.

Uma comunidadeentre dois municípios

Programe-se com a agenda cultural

fonte de escolhas

Tatia

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ousa

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2 | Mosaico | 1 de abril de 2015

Primeiras Palavras

RogérioGava

[email protected]

A FelicidadeO caminho mais curto para ser infeliz é passar o tempo

todo buscando a felicidade. Por um motivo muito simples: a felicidade não é um ponto de chegada. Tampouco um objetivo a ser alcançado. Ela não é uma propriedade na qual podemos fincar bandeira e tomar posse definitivamen-te. Acreditar nisso é pura ilusão. Essa felicidade não existe. É um engodo que nos venderam.

Como um cão que rodopia em perseguição ao próprio rabo sem nunca o alcançar, somos infelizes toda vez que encaramos a felicidade como um fim. A felicidade não é um destino; ela é caminho. E caminhos, como dizia o poeta, se constroem ao andar. São nossos passos que vão pavimen-tando a estrada que vai à frente. A felicidade, portanto, é ação. É fazer escolhas, o que pressupõe acertar e errar. É superar decepções e tristezas. É cair e levantar. É ver esfor-ços recompensados. A felicidade, enfim, é essa sensação de que a vida vale a pena. Apesar do medo, da angústia, das frustrações. Das inquietações de toda a sorte.

A felicidade, portanto, não cai do céu. Ela exige em-penho. Porque, sabemos, caminhos são feitos de risadas e lágrimas. De alegria e desalento. De prazer e tédio. É preciso, pois, coragem para trilhá-los. Coragem e determi-nação, dado que a felicidade é um eterno recomeço. E lu-cidez, para entender que não existem caminhos perfeitos. Onde seríamos felizes por completo. Abandonar essa qui-mera é o primeiro passo para uma vida mais feliz.

Entretanto, seguimos imaginando o dia em que sere-mos totalmente felizes, e isso – ensinava Pascal – só torna inevitável que jamais o sejamos. Porque buscar a felicidade

significa esquecer-se de viver. Significa adiar a alegria de hoje em prol de um amanhã que, vamos ser sinceros, nem sabemos se nos será dado viver. Esperar pela felicidade absoluta é já não ser feliz. É viver eternamente no projeto. “Sou feliz porque a terra é redonda”, disse certa feita o filósofo Bertrand Russel. A felicidade é isso: ser feliz por estar feliz.

E essa verdadeira felicidade, repare, não faz alarde. Ela chega sempre silenciosa e sem avisar. Entra sempre sem bater. Ela não exige que grandes acontecimentos te-nham mudado a ordem da nossa vida para se fazer pre-sente. Quando nos damos por conta, vupt, estamos feli-zes. E pronto. Simples assim. Nós é que complicamos. A felicidade mora nos pequenos momentos. Nos detalhes.

Paremos de sonhar, então, com essa felicidade imagi-nária. Ela é um narcótico. Entorpece. Tal e qual um arco--íris, nos seduz pelas cores exuberantes, mas, ao final, sempre foge ao nosso alcance. É uma felicidade de tolo. Vamos esquecer a falsa ideia de que para sermos felizes devem acabar os problemas e as preocupações. As incer-tezas. Que a felicidade virá quando ganharmos na loto, ou nos formarmos, ou conhecermos o amor da nossa vida, ou realizarmos aquele cruzeiro pelo mundo, ou trocarmos de carro, ou um milhão de coisas mais. Doce ilusão.

Chega de ficarmos na sala de espera da felicidade. Se a felicidade é caminho, não é preciso, pois, buscá-la. Ela está sempre ao nosso lado. Segue conosco em nossa viagem. Basta reconhecê-la.

A felicidade é percurso.

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Programe-se

A redação leu

AS PALAVRASAutora: Clarice Lispector(organização de Roberto Corrêa dos Santos)Páginas: 312Editora: RoccoAno: 2013 (1ª Ed.)

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ão

Mosaico | 1 de abril de 2015 | 3

Bento em PáscoaO quê - 2º Bento em PáscoaQuando - até 5 de abril

Exposição Fotográfica O quê - Exposição Fotográfica Verão de Wagner MeneguzziQuando - até 30 de abril, de segunda a sexta-feira, das 8h às 21h, e aos sábados das 8h às 12h Local - Sesc Bento GonçalvesEntrada franca

CinemaO quê - Mostra de Cinema Sombras Que Assombram - Expressionismo Alemão Quando - de 7 a 28 de abrilLocal: Sesc Bento Gonçalves Entrada franca

Programação07/04 - Fausto - 1926118 min - P&B - Dir. F. W. MurnauHorário: 20 horas

15/04 - Nosferatu - 192294 min - P&B - Dir. F. W. MurnauHorário: 20 horas

22/04 - A última gargalhada - 192491 min - P&B - Dir. F. W. MurnauHorário: 20 horas

28/04 - O homem que ri - 1928110 min - P&B - Dir. Robert WieneHorário: 20 horas

ShowO quê: Show Musical com a Banda 3 em 1 Quando: 9 de abril, 20hLocal: Teatro Sesc Bento GonçalvesIngressos: R$ 7,00 para Comerciários com Cartão Sesc/Senac; R$ 7,50 para estudan-tes, idosos e classe artística; R$ 10,00 para Empresários com Cartão Sesc/Senac e R$ 15,00 para o público em geral.

EspetáculoO quê - Espetáculo A Farsa do Advogado Pathelin Quando - 12 de abril, 16hLocal - Praça Achyles Mincarone (esquina da Rua Xingu com a Henry Hugo Dreher)Entrada franca

JantarO quê - Polenta & Vin - Circolo Trentino di Bento GonçalvesQuando - 23 de maio de 2015, 20h Onde - Vale dos Vinhedos Atividades culturais com início às 19h

AS PALAVRAS

As Palavras, volume organizado pelo semiólogo e estudioso da obra de Clarice Lispector (1925-1977), Roberto Corrêa dos Santos, reúne citações da autora extraídas de suas obras mais importantes. A obra inventaria as frases emblemáticas de Clarice, sempre enigmáticas e reflexivas; muitas vezes duras e secas. Mas que sempre fazem pensar.

Os excertos catalogados no livro são verdadeiras pérolas de sabedoria e sentimento, revelando o que a famosa escritora pen-sava sobre si, a vida e o mistério do mundo. É um mosaico de prosa poética, de pura poesia, de ensaio e filosofia. Retrato fiel da mais alta literatura. As frases de Clarice são sintomas de sua metafísica e espanto, de sua visão sobre tudo e todos.

As passagens pinçadas pelo organizador da obra revelam, enfim, a genialidade da escrita de Clarice, seu mundo interior e universo poético. A seleção buscou incluir todo tipo de escrita rea-lizada pela autora, desde romances, contos e crônicas, passando pelas cartas e anotações pessoais de Clarice. As frases acabam por revelar a escritora em uma linha do tempo, lançando luz em diferentes etapas de sua vida.

Um livro para ler e reler. Para explorar. Um convite para entrar na obra de uma das mais importantes escritoras brasileiras de to-dos os tempos.

Projeto “Corrente do Sorriso”

Shows, bate-papo sobre assuntos como positividade, esperança e gratidão, além de interatividade irão rolar nas escolas Cecília Meireles e Mestre no próximo dia 7 de abril. Através da música e do diálogo, o intérprete Ivo Mozart vai trazer à tona assuntos como bullying, sonhos, perspectivas, trabalho, au-toestima, viagens e valores.Corrente do Sorriso em Bento Gonçalves:10h - Instituto Estadual de Educação Cecília Meireles14h - Escola Mestre Santa Bárbara

O graffiti é um movimento das artes plásticas surgido no final dos anos 70 em Nova Iorque. Na época era praticado pela minoria excluída da cidade. Com o passar do tempo essa arte “proibida” ganhou espaço no cenário mundial. O “marginal” virou cool. Nes-sa levada está Bento Gonçalves, que do dia 30 de março a 5 de abril deste ano sedia a 6ª edição do “Battle In The Cypher”, reu-nindo talentos do graffiti, dj, Mc (rapper) e dança.

Entre o final de janeiro, até março deste ano ocorreram em diversas cidades brasileiras e do exterior etapas eliminatórias do “Battle In The Cypher”. De 31 de janeiro à 01 de fevereiro foi em Valença, na Bahia, a primeira pré- seleção. Depois, em feve-reiro, foi a vez de São Paulo, além do Paraguai e Argentina. Os ganhadores das etapas estão participando do evento em Bento Gonçalves. Os organizadores do evento, Pedro Festa (Pedrinho Footwork Squad) e William Balestrim 27 ressaltam que, dentro da proposta de intervenção urbana, diversos bairros da cidade foram escolhidos para serem grafitados. Festa ressalta que cada artis-ta está tendo três metros e meio de muro para mostrar sua arte. “Escolhemos os espaços para os artistas pensando no estilos de pinturas que eles desenvolvem. Determinamos o contexto pelo perfil do grafiteiro e do local”, explica.

Talentos do graffiti registram sua arte em bairros de Bento Gonçalves

Divulgação

O município de Pinto Bandeira vai sediar um dos Polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB) a partir de 2016. Inicialmente, serão ofe-recidos os cursos de licenciatura em Pedago-gia e em Física, ministrados pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com cerca de 200 vagas, na edificação que pertence à Igreja Católica, junto ao Santuário Nossa Senhora do Rosário de Pompéia.

Compete ao município oferecer a infraestru-tura básica, disponibilizando, além das salas de aula, secretaria, biblioteca, sala de laboratório de informática, banheiro e acessibilidade, bem como professor graduado ligado à educação com - no mínimo, um ano de experiência, e um técnico de informática.

A UFSM será responsável pelo suporte dos

Graduações em Pedagogia e Física oferecidas pela UFSM em Pinto Bandeira a partir de 2016

cursos, com professores e tutores, enquanto a Capes apoiará na manutenção da coordenação do polo, realizando eventuais editais para a in-fraestrutura.

“Esse modelo de universidade é diferencia-do. Quem ministrará neste primeiro momento será a Universidade Federal de Santa Maria, po-rém, a partir de 2017 - por meio do sistema de Universidade Aberta, poderão ser atraídos cur-sos de qualquer instituição de ensino, entre as quais, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Fundação Universidade Federal de Rio Grande (FURG) Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), e da Universidade Federal de San-ta Catarina (UFSC)”, ressalta o prefeito de Pinto Bandeira, João Pizzio.

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Abordando o dialeto Talian na Serra Gaúcha, o documentário Ta-lian - La Nostra Vera Lengua Madre será lançado pela Associação Ca-minhos de Pedra no dia 11 de abril, sábado. A comunidade está con-vidada a prestigiar a sessão, que ocorre no Salão da Comunidade do distrito de São Pedro, em Bento Gonçalves, a partir das 20h.

Com financiamento da Secreta-ria de Cultura do RS, por meio do Fundo Pró-Cultura e produção da Alba Arte, o audiovisual tem como objetivo valorizar e preservar o Ta-lian, que começou a ser falado na Serra Gaúcha a partir de 1845, com

Talian - La Nostra Vera Lengua Madre será lançado em abrilDocumentário aborda o uso na Serra Gaúcha do “talian”.

Site sobre o tema também será apresentado à comunidade

Fotos: Alba Arte

a chegada dos imigrantes italianos provenientes das regiões do Vê-neto e Trento. A narrativa enfatiza a origem da língua, as influências que ela recebeu ainda na Europa, a migração para a Serra Gaúcha e as novas influencias de dialetos e locais e do Português, até chegar ao Talian falado atualmente.

O embasamento histórico se deu com o depoimento do historia-dor Darcy Loss Luzzatto, residente em Pinto Bandeira, que estuda o Talian há mais de 40 anos, tendo publicado diversos livros sobre o tema. Luzzatto, que foi o entrevista-do da sobrecapa da edição 159, de

setembro de 2014 do Jornal Inte-gração da Serra, estará presente na noite de lançamento do docu-mentário para um bate-papo com o público. As gravações ocorreram em Bento Gonçalves (distrito de São Pedro), Tuiuty, Monte Belo do Sul, Santa Tereza e Garibaldi. Estes cenários apresentam a história da

região por meio de costumes, can-tos, rezas, entre outros.

Além do documentário, o evento contará também com o lançamento de um site desenvolvido para criar uma comunidade de interessados no tema do dialeto Talian, nos afa-zeres da tradição italiana na Serra Gaúcha e no Brasil.

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Estrada Linha 15 da Graciema, s/nVale dos Vinhedos

Bento Gonçalves | RSFone 54 3055.0499

www.zaccaronalimentos.com.brLinha 15 da Graciema | Vale dos Vinhedos | Bento Gonçalves | RS

Fone 54 3459.1111 | [email protected]

Por Janete [email protected]

As comunidades, no interior de Bento Gonçalves, formaram-se em torno da igreja. Muitas delas são construções com riquezas ar-quitetônicas. Outras, têm histórias curiosas. É o caso da capela São Pedro, da Comunidade 15 da Gra-ciema, pertencente ao distrito Vale dos Vinhedos de Bento Gonçalves. O travessão da linha imaginária de divisão territorial entre o lote de número 15, do município de Bento Gonçalves e o lote número 45, do município de Garibaldi, passa pela capela. Assim, o altar fica situado em Garibaldi e a assembleia, em Bento Gonçalves. A capela, inaugu-rada em 19 de abril de 1936, que inicialmente pertencia a Garibaldi, recebeu o nome de São Pedro, em homenagem ao padroeiro do vizi-nho município. Hoje, é vinculada à Paróquia de Cristo Rei, de Bento Gonçalves.

O santuário, de acordo com a integrante da Equipe Paroquial, Cé-lia Michelon, além de missas, sedia outras celebrações, entre elas a de casamentos de noivos de outras comunidades e municípios. Célia lembra que a primeira-dama de Bento Gonçalves, Cynthia Gomes Costa Pasin e o prefeito Guilherme Pasin, estão entre os casais que, nos últimos anos, escolheram a ca-pela para a cerimônia religiosa de casamento.

Cerca de 50 famílias, que acompanharam o crescimento da localida-de, formam a Comunidade 15 da Graciema. É o caso do casal de octo-genários, Lourdes e Ricardo Splendor, que tem um mercado no local há 45 anos. “Houve uma mudança com a chegada do asfalto e do turismo, mas os vizinhos são famílias tradicionais da localidade,” diz Splendor. Ele acrescenta que foi um dos que ajudou a construir o novo salão nos anos 1970. “Eu ia buscar a cal para a construção. Antes o salão era de madeira e ficava acima da estrada,” lembra.

O salão “do 15”, como é chamado, sedia eventos comunitários anuais, como o Festival do Quentão e a Festa em Honra a São Pedro. A localidade tem boa infraestrutura turística, representada por docerias e restaurantes, entre outros estabelecimentos comerciais. Cerca de 80% de estrada é as-faltada. A parte que falta asfaltar, pertence ao município de Garibaldi.

Uma comunidade entre dois municípios

Parte dos lotes de número 15 de Garibaldi e 45 de Bento Gonçalves formam a comunidade do 15 da Graciema

A história do casal formado pela gaúcha Marília Gabriele Berlato Me-deiros Ragni e pelo paulista Luiz Renato Ragni ilustra a atra-ção que a capela exerce sobre os noivos. De acordo com Marília, hoje, residindo em São Paulo, o Vale dos Vinhedos sempre teve um lugar especial nos cora-ções deles, principalmente pela cultura italiana. ”So-mos descendentes de famí-lias vindas da Itália,” diz. Ela acrescenta que, ao planejar o casamento, pensou em procurar uma igreja no Vale dos Vinhedos para a ceri-mônia religiosa. “Em inúme-ras visitas ao Vale, descobri essa capela simples, mas tão linda. Não pensei duas vezes: falei com meu ma-rido e ele adorou a ideia,” recorda. Marília acrescenta que Loiri Brandelli, um dos

coordenadores da capela, ajudou--a a realizar o sonho do casal. Ela acrescenta ainda que foi Brandelli quem contou a eles que, na verda-de não iriam casar no Vale dos Vi-nhedos, mas sim em Garibaldi. “A capela fica entre as duas localida-des, um barato!” comemora. Como presente de casamento da família Brandelli o casal ganhou uma ima-gem de São Pedro, padroeiro da comunidade 15 da Graciema.

A gaúcha Marília e o paulista Luiz Renato Ragni escolheram a capela São Pedro, do 15 da Graciema, pela simplicidade e beleza

Lourdes e Ricardo Splendor têm um mercado no local há 45 anos

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Beleza e tranquilidade

Tranquilidade do interior ainda faz parte do cotidiano do 15 da Graciema

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LeituraPor Paulo R. Wünsch

ProfessorIlustrações: Ernani Cousandier

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Livro, fontede escolhas

hábito da leitura representa um suporte para se compartilhar ideias, além das fronteiras huma-nas do espaço e do tempo. O livro

independentemente de seu suporte, impresso ou digital, permite compartilhar conhecimentos, desenvolver a imaginação, estimular a compre-ensão mútua, possibilitar a abertura para o pen-sar e imaginar, bem como auxiliar na incorpo-ração de ideias e valores. Por isso, se considera que a leitura tem a potencialidade de contribuir com a autonomia das pessoas ao ampliar o hori-zonte de compreensão e análise do mundo.

Aqui cabe lembrar que ler, origina-se da pa-lavra do latim legere que significa fazer escolhas. Portanto ler livros é fazer escolhas, e principal-mente, contribui para se fazer opções, uma vez que promove a educação, a ciência, a cultura e a informação.

Quanto à escolha do que as pessoas estão lendo, pode-se recorrer a lista de livros dos mais vendidos no país em 2014, segundo o site publishNews que monitora o mercado editorial. Nela, os livros mais vendidos no país foram: “Nada a perder” de Edir Macedo, “A culpa é das estrelas”, de Jonh Green e “Ansiedade: como en-frentar o mal do século”, de Augusto Cury. Por sua vez, aqui em Bento Gonçalves os livros mais retirados na Biblioteca Pública Castro Alves no mesmo ano foram: “A menina que roubava li-vros”, de Markos Zusak, “Um porto Seguro”, de Nicholas Sparks e “Memórias de um Sargento de Milícias” de Manuel Antonio de Almeida.

A partir desta lista, pode-se refletir que um dos desafios atuais em relação à leitura é definir o que ler diante da diversidade de temas, abor-dagens e qualidade literária das obras. E que superada a etapa da escolha do que ler, surge o desafio de fazer uma análise critica daquilo que se lê, a fim de permitir um posicionamento au-tônomo por parte do leitor.

O reconhecimento da importância do livro para o desenvolvimento intelectual, cultural e moral pode ser avalizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cul-tura (Unesco), que estabeleceu o Dia Mundial do Livro e dos Direitos do Autor, para ser cele-brado no dia 23 de abril. A escolha deste dia se

deve principalmente à homenagem a três gran-des escritores da literatura mundial, pois nesta data morreram Miguel de Cervantes, William Shakespeare e Garciliaso de la Vega. Para a Unesco, o objetivo deste dia é promover o pra-zer da leitura, e para que se reflita sobre a ma-neira de melhor propagar a cultura da palavra escrita.

Os restos mortais de um “imortal”Um fato marcante que antecede o Dia do Li-

vro, deste ano, é o achado dos restos mortais do escritor espanhol Miguel de Cervantes, uma das referencias literárias que motivou a escolha da data. Seu corpo foi encontrado, em janeiro últi-mo, junto à cripta do Convento de Madrid.

De sua vida se conhece diversos fatos, entre os quais destacamos sua ida para Roma, a fim de trabalhar como camareiro do cardeal Júlio Acquaviva. O motivo disto é a necessidade de sair da Espanha, para fugir de uma ordem de

Miguel de Cervantes

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prisão, uma vez que havia ferido num duelo seu oponente. Anos depois regressou à Espanha e se alistou no Exército, vindo a participar de diver-sas campanhas militares contra as tentativas de invasão do ocidente pelos turcos. Num destes

O livro impresso atualmente tem a companhia dos livros digitais viabilizados pela tecnologia da informação, contudo ao longo da história os registros escritos mudaram de suportes. As mudanças de seu suporte ao longo da história da humanidade são notórios, por exemplo, na antiguidade os povos Sumérios faziam seus registros gravados em tijolos de barro, argila ou pedra. Na Índia, por sua vez, eram usadas folhas de palmeiras, en-quanto que entre os maias e astecas, o material usado era a casca de árvore e sua madeira. Entre os romanos fazia-se uso de pedaços de madeira cobertos por cera. Enquanto que, entre os egípcios os textos encontravam-se em rolos de papiros, ainda havia aqueles que usavam o pergaminho, isto é principalmente pele de carneiro.

O papel somente surgiu com os chineses e foi trazido ao ocidente inicialmente pelos mercadores árabes. Sendo que somente na idade média que os livros adquirem um for-mato com alguma semelhança com os atuais, isto é de folhas de papel, mas manuscritos principalmente pelos religiosos nos mosteiros. A invenção da impressão de livros como conhecemos hoje, deu-se somente a partir da metade do século XV, por Johannes Gutemn-berg, e o livro digital é uma invenção de nossa época.

retornos, a embarcação em que se encontrava foi atacada por corsários argelinos. Cervantes foi levado como cativo, permanecendo durante cin-co anos preso, sendo libertado após pagamento de resgate. Posteriormente, tornou-se coletor de impostos vindo a ser preso sob a acusação de praticar irregularidades.

A publicação da obra Dom Quixote deu-se numa realidade em que a Espanha vivia uma fase de transição entre o áureo período do Sécu-lo de Ouro e a crise econômica e social, eviden-ciada pelos preços altos das mercadorias, pelos juros altos, pela baixa produtividade e pela con-centração de riqueza. Portanto, haviam chegado ao fim os tempos gloriosos financiados pela ex-ploração colonial.

Dom Quixote: breves apontamentosFoi em meio a esta realidade e na solidão

do cárcere que Cervantes iniciou o esboço da primeira parte do livro Dom Quixote, obra que apresenta as contradições entre a tradição aris-tocrática e a modernidade. Isso fica claro quan-do utiliza como personagem principal a figura de um cavaleiro feudal em plena idade moderna para apresentar uma Espanha do pós “século de ouro” em crise, na qual a nobreza era incapaz de produzir riquezas diante da repulsa ao traba-lho e sua preocupação em apenas defender sua honra. Assim, a jornada empreendida por Dom Quixote, com apoio de Sancho Pança, baseia-se na sua predestinação de seus nobres propósitos combatendo um mundo dominado pela injusti-ça.

Na obra, Cervantes faz uso da sátira dos li-vros de Cavalaria, muito populares na época, se opondo as epopeias fantasiosas da sociedade feudal. O livro caracteriza-se pelo caráter dra-mático da narrativa, que apresenta um descom-passo entre o idealizado e o real através de Dom Quixote, que se apresenta como um sonhador, um delirante, recobrando a lucidez na segunda parte da narrativa, enquanto que seu leal e fiel escudeiro Sancho Pança é um sujeito pragmáti-co e moderado.

Em resumo, a leitura de Dom Quixote de La Mancha mesmo após 400 anos de sua publica-ção, mantém-se como um clássico da literatura universal, e estimula reflexões, como por exem-plo, sobre o conflito entre os momentos de lou-cura e lucidez presentes no ser humano, sobre o papel da elite econômica e os princípios éticos e valores morais presentes na sociedade. Assim fica o convite para uma boa leitura e reflexão. Você pode encontrar o livro na Biblioteca Públi-ca Castro Alves ou na internet. Lembre-se, ler é fazer escolhas.

O livro e seus diversos suportes

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