Artigo_Uma breve história dos mapas

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Uma breve história dos mapas Elvis Christian Madureira Ramos 1 RESUMO: Uma história breve e concisa dos mapas, dos avanços e mudanças pela qual esse instrumento de representação gráfica passou ao longo de sua trajetória até nossos dias. Destaca de forma pontual pensadores e determinados períodos que possibilitam vislumbrar alguns pontos de mutação desse saber acumulado historicamente e constrói uma perspectiva cronológica da cartografia. Unitermos: História da Cartografia, Ciência cartográfica, Mapas, Representação gráfica. ABSTRACT: A brief and concise history of the maps, advances and changes for which this instrument of graphical representation passed throughout its trajectory until our days, detaches of prompt form thinking and determined periods that they make possible to glimpse some points of mutation of this to know historical accumulated, in this way, making possible a chronological perspective of the cartography. Keywords: History of the Cartography, Cartographic Science, maps, graphical representation. O que se escreveu aqui é uma autêntica síntese, cujo intento é enfatizar personagens e contextos temporais que visam representar sinteticamente o devir histórico e significativo da arte e ciência cartográfica. Trabalhou-se com poucas fontes, e dessas encetou-se esforço de análise naquela que se inscreve na linha de histórias gerais que pontuam linearmente a história cartográfica. O que se pretende é oferecer aos leitores uma referência pontual dessa história. De início, é preciso definir o que se entende por conhecimento cartográfico. Em 1966, a Associação Cartográfica Internacional estabeleceu a

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Uma breve história dos mapas

Elvis Christian Madureira Ramos1

RESUMO: Uma história breve e concisa dos mapas, dos avanços e mudanças

pela qual esse instrumento de representação gráfica passou ao longo de sua

trajetória até nossos dias. Destaca de forma pontual pensadores e

determinados períodos que possibilitam vislumbrar alguns pontos de mutação

desse saber acumulado historicamente e constrói uma perspectiva cronológica

da cartografia.

Unitermos: História da Cartografia, Ciência cartográfica, Mapas, Representação

gráfica.

ABSTRACT: A brief and concise history of the maps, advances and changes for

which this instrument of graphical representation passed throughout its

trajectory until our days, detaches of prompt form thinking and determined

periods that they make possible to glimpse some points of mutation of this to

know historical accumulated, in this way, making possible a chronological

perspective of the cartography.

Keywords: History of the Cartography, Cartographic Science, maps, graphical

representation.

O que se escreveu aqui é uma autêntica síntese, cujo intento é enfatizar

personagens e contextos temporais que visam representar sinteticamente o

devir histórico e significativo da arte e ciência cartográfica. Trabalhou-se com

poucas fontes, e dessas encetou-se esforço de análise naquela que se inscreve

na linha de histórias gerais que pontuam linearmente a história cartográfica. O

que se pretende é oferecer aos leitores uma referência pontual dessa história.

De início, é preciso definir o que se entende por conhecimento

cartográfico. Em 1966, a Associação Cartográfica Internacional estabeleceu a

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seguinte definição: "conhecimento cartográfico é o conjunto de estudos e

operações científicas, artísticas e técnicas, tendo por base os resultados de

observações diretas ou de análise de documentação com vista à organização e

preparação de mapas, projetos e outras formas de expressão, bem como sua

utilização".

Deve-se esclarecer que, ao se mencionar a história da cartografia, se

estará igualmente fazendo menção à história dos mapas. Erwin Raisz (1969),

cartógrafo norte-americano, afirma que o uso de mapas é mais antigo que o

aparecimento de documentos escritos antigos, ou seja, seu aparecimento situa-

se na pré-história.

Harley (1991) destaca que desde o século XIX predominou a visão

eurocêntrica, ou seja, mapas não-europeus ou mapas antigos que não

apresentassem uma objetividade inerente ao estilo gráfico e semiológico2

europeu eram “considerados indignos de atenção científica” . Segundo Harley,

“somente há alguns anos” essa visão sofreu uma revisão conceitual, para uma

cosmovisão multicultural que busca focalizar, além do uso prático dos mapas,

também os usos “míticos, psicológicos e simbólicos” destes.

Harley (1991) também aponta comparações eivadas de reducionismo,

como a de atribuir à cartografia chinesa caráter mais científico que a indiana,

cujos mapas antigos, contêm signos desconhecidos e estilo pictórico

A representação gráfica de mapas é uma produção cultural por meio da

qual os povos exprimiram suas peculiaridades geográficas e suas concepções

de espaço e tempo. Nesse aspecto, mais que meros instrumentos técnicos, os

mapas são um produto cultural, pois são visões de épocas, representações de

entorno e registro de informações geográficas. Subjacentes aos pontos, traços

e ilustrações há nos mapas uma perspectiva cultural, uma linguagem que

merece análise histórica.

Ao se estudar os povos da Antigüidade, é significativa a preocupação

com o registro das marcas espaciais e/ou territoriais: distribuição de vilas,

relevo, rios, vias de acesso ou rotas de intercâmbio comercial. Contudo, cada

sociedade desenvolveu sua maneira particular de representar seu espaço

geográfico.O contraste entre essas representações, num mesmo período

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histórico, é geralmente significativo.

Há certamente vários fatores para o aparecimento de discrepâncias, e é

na compreensão desses fatores que o estudo da história dos mapas se torna

relevante. Isso porque todo mapa traduz uma expressiva e durável forma de

linguagem criada pelos homens que mostra sua íntima relação com o espaço

terrestre e celeste. O primeiro é essencial nessa jornada, pois, a partir de certa

fase, e daí progressivamente, o homem passou a transformar espacialmente a

natureza e sua geografia de forma cada vez mais intensa. Quanto ao segundo,

revela a profunda convicção de que é possível conhecer os mistérios do

firmamento e dele fazer objeto de conhecimento.

Cabe identificar aspectos comuns às formas de cartografia que existiram

e cujas funções ainda são atuais. Expressos numa linguagem capaz de

sintetizar e generalizar a espacialidade geográfica (dimensão territorial,

elementos do relevo, acidentes geográficos, meio urbano, agrário, etc.) servem

de instrumento estratégico tanto no aspecto civil e militar, voltados à

segurança, logística e apropriação de recursos naturais. E, englobando todas

essas funções, tornam-se documento histórico e cultural tanto de uma

civilização em particular, como de uma determinada época.

Registros históricos, relatos, gravuras e fragmentos arqueológicos são

valiosos objetos de estudo para pesquisadores entenderem o desenvolvimento

das representações gráficas dos diferentes povos.

São várias as formas de representações nesse gênero.Os povos da

Antigüidade, engenhosamente desenvolveram desenhos cartográficos por meio

de diferentes materiais e configurações. Os habitantes das ilhas Marshall, no

Oceano Pacífico, por exemplo, confeccionavam formas de representação do seu

espaço geográfico com varas de bambu, conchas e fibras de palmeiras. Tais

referências funcionavam como cartas náuticas: a armação de bambu eram

atadas por fibras de palmeiras, colocando-se nela conchas que, devidamente

posicionadas, representavam ilhas, atóis, arquipélagos, etc. Havia até o uso de

artefatos para representar as correntes marinhas, engenho que contribuiu para

que os polinésios pudessem percorrer grandes distâncias no Oceano Pacífico.

Os povos pré-colombianos também possuíam formas singulares de

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representação espacial. Os astecas elaboravam mapas em linguagem pictórica,

dando ênfase mais nos registros históricos do que em detalhes do relevo. Os

povos do altiplano sul-americano, na atual região do Peru, faziam mapas em

relevo em trabalhos sobre pedras.

Na América do Norte, os povos das pradarias elaboravam mapas em pele

de animais empregando uma escrita ideográfica o que facilitava a comunicação

e o entendimento: um cavalo significava um caminho, um homem cruzando um

rio representava um local mais raso para passagem, etc.

Outra menção da engenhosidade dos povos está registrada na obra

Entre os Nativos do Brasil Central do etnólogo Karl Von Den Steinen (1855-

1929), publicada na Alemanha em 1886. Além de fotos, levantamentos

cartográficos e dados da distribuição geográfica das várias tribos da região do

Xingu, essa obra ainda revela um esboço das nascentes do rio Xingu feito pelos

ameríndios dessa região com pedaços de junco (Mirador Internacional, 1987).

Um registro remoto de representações gráficas que merece destaque é o

mapa babilônico da cidade de Ga Sur encontrado por meio de escavações

arqueológicas na área central do antigo império babilônico (atual território

iraquiano). Grafado com símbolos e caracteres cuneiformes em tabuleta de

argila, foi datado entre 2300 a.C. a 2500 a.C., tem uma dimensão pequena (7,6

´ 6,8 cm). A superfície da tabuleta mostra um distrito limitado por duas

cadeias de montes que, segundo alguns arqueólogos, representa o vale

situando entre a cadeia de montanhas Zagros a leste e o Anti-Líbano a oeste

(Anti-Líbano é uma cadeia de montanhas situadas à oeste da cadeia de

montanhas Monte-Líbano).

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Fig. 1 Esta figura mostra os traços na tabuleta de Ga sur, em

Cartographic Image, slide/monografia 100.

Ainda em relação ao registro de mapas encontrados na Antigüidade, a

revista de historia cartográfica Imago Mundi divulgou em 1964 um mapa

estampado em rocha (petróglifo). representando um ordenamento de

habitações ou sítio urbano, possivelmente de uma comunidade denominada

Camunos, no norte da atual Itália. Tal representação situa-se em meados do II

milênio, na Idade do Bronze. Contudo, a mais antiga representação gravada

encontrada até agora é de Çatal Höyük, achada em 1963, em uma escavação

no planalto de Anatólia. Datada entre o período de 6000 a 6300 a.C.,

aproximadamente, está grafada em uma parede e retrata algumas construções,

tendo ao fundo um vulcão em erupção (Mirador Internacional, 1987) .

As grandes civilizações antigas também desenvolveram formas de

linguagem cartográficas, muitas vezes conseqüência de sua própria evolução

tecnológica. É o caso da civilização egípcia, cuja necessidade de estabelecer

correções territoriais sobre os férteis lotes cultivados ao longo do importante

rio Nilo, fez com que se desenvolvessem cálculos geométricos, técnicas de

agrimensura e planilhas cadastrais. Tal desenvolvimento técnico contribuiu

para feitura de mapas peculiares à sua cultura, da qual os mapas da região

mineira da Núbia — área de exploração mineral do império egípcio — são um

exemplo. Fragmentos (papiros) dessas plantas e mapas encontram-se

atualmente no museu de Turim.

Por seu turno, a necessidade mercantil influenciou os fenícios a

desenvolverem uma cartografia muito conhecida entre os povos do

Mediterrâneo. Esses mapas, futuramente denominados cartas náuticas, lidam

com aspectos de localização marítima.

Deve-se ressaltar ainda o elevado grau de desenvolvimento técnico da

cartografia chinesa cujos primeiros registros datam de 227 a.C. Nos mapas

dessa civilização, por demanda administrativa e militar, ganharam relevância as

descrições geográficas precisas de seu território. Muitas inovações técnicas dos

mapas chineses são atribuídas a Pei-Xiu (223-271), o qual sistematizou e

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incorporou vários elementos aos mapas. Nessa fase os mapas apresentam

quadrículas, uso da orientação, medição de distâncias e indicação de cotas

altimétricas semelhantes ao conjunto gráfico dos mapas contemporâneos

(Harley, 1991).

As bases da ciência geográfica e cartográfica, tais como as conhecemos

nos dias atuais, foram em grande parte plasmadas pelos gregos da

Antigüidade. De início, a forma da Terra aceita entre os gregos era a

concepção homérica: um disco com um platô no centro circundado pelas águas.

Hades, o reino da morte, estava no meio do platô, abaixo da superfície;

Tarturus, o reino da escuridão eterna, e as águas que circundam as terras

emersas denominavam-se Oceanus, o rio do mundo. Erguendo-se da periferia

desse disco, a abóbada celeste com o Sol e as constelações. Outras concepções

surgiram entre os próprios gregos, embora todas apresentassem semelhanças

entre si.

Até por volta do final do século II a concepção do mundo se assentava

na teoria consagrada por Platão e Aristóteles. A Terra era considerada um

corpo imóvel e esférico no centro de uma esfera estrelada que se movia

uniformemente; entre a Terra e essa esfera celeste, os sete planetas

descreviam órbitas variáveis incluindo o Sol (Beaujeu, 1959).

. Várias contribuições técnicas e científicas, resultado dos esforços de

observações e registros metódicos além do aprimoramento da linguagem

matemática empregada como instrumento de mensuração e sistematização,

alicerçaram gradualmente o sistema cartográfico grego.

Convém destacar algumas das maiores contribuições helênicas: a

concepção da esfericidade da Terra, a projeção gráfica, os sistemas de

coordenadas (latitude e longitude), as linhas e referenciais geográficos

(trópicos, pólos e equador), as zonas climáticas e as primeiras medidas da

circunferência terrestre, estas um passo importante para o desenvolvimento

da astronomia e da geodésica (ciência que faz análises e mensurações sobre a

forma e tamanho da Terra). De modo geral, propunham o entendimento do

espaço; não somente em registrar e fabular, mas também transformar em

saber estruturado tudo que registravam e calculavam.

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Atribui-se a Anaximandro de Mileto (610 - 547 a.C.) o primeiro mapa do

mundo que contempla o universo geográfico conhecido pelos gregos, uma

tentativa de representar o ecúmeno (regiões do mundo habitado), que

correspondia à orla mediterrânica: Ásia e norte da África. Outros pensadores,

tais como; Parmênides (séc. V a.C.), Hecateu de Mileto (550 - 480 a.C.),

Pitágoras (582 - 500 a.C.), Erastóstenes (276 - 197 a.C.), Hiparco (190 -120

a.C.) e Posidônio (135 - 51 a.C.) fizeram relevantes contribuições no campo da

matemática, geografia e astronomia que se estenderam até a cartografia.

A inovadora maneira de representar no plano uma superfície esférica

(forma de projeção) utilizando linhas paralelas e perpendiculares foi resultado

dos esforços de Estrabão da Amásia (a.C. 64 – 20 d.C.). Marino de Tiro (c. 70 –

130 d.C), aperfeiçoou o método, compondo de forma cilíndrica a projeção e

linhas eqüidistantes, configurando uma rede quadriculada (Guedes, 1992). Ao

se comentar a história da cartografia e da geografia é inescapável a alusão ao

astrônomo e cartógrafo grego Cláudio Ptolomeu que viveu em Alexandria

possivelmente entre 90 - 150 d. C. Sua obra síntese, Tratado de Geografia,

incorpora os estudos matemáticos e geográficos no estudo do espaço terrestre,

o que torna possível o desenvolvimento dos primeiros princípios da ciência

cartográfica, em realidade, ao longo do tempo sofreu vários acréscimos na

versão original (Guedes, 1992).

Embora dois séculos antes já houvesse sido apresentada a concepção

heliocêntrica proposta por Aristarco de Samos (310 a.C. - 230 a.C.), Ptolomeu

apresenta sua teoria geocêntrica no Almagesto (grande obra). Estudiosos

persas traduziram essa obra posteriormente, difundindo com mais força a

teoria geocentrica, contribuindo para eclipsar a teoria heliocêntrica por mais de

1500 anos.

O Tratado de Geografia foi uma tentativa de mapear o mundo conhecido

na época de forma mais abrangente. Baseado nos trabalhos de Hiparco, dividiu

o equador em 360 partes iguais definindo os meridianos e os paralelos e

estabeleceu um sistema de coordenadas utilizado ainda hoje . Não considerou

o trabalho de Erastóstenes, uma avaliação do comprimento do equador que,

em medições atuais, corresponde a 41663 km muito próximo do valor

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conhecido hoje em dia, 40077 km. Em vez disso, adotou as medidas de

Posidônio, 30 % inferiores, um erro que chega até ao século XV e Cristóvão

Colombo a supor que chegara à Ásia, quando descobriu a América.

O erro de Ptolomeu o levou a representar as latitudes de forma

alongada. Pelos seus cálculos, a Ásia estendia-se muito mais a leste e a Europa

estaria muito próxima da extremidade oriental da Ásia. Não obstante, o Tratado

de Geografia será, até a renascença, fonte de inspiração cartográfica e

geográfica, ponto de partida para aperfeiçoamentos e acréscimos trazidos por

outros cartógrafos e geógrafos.

Distantes de elucubrações profundas e dos cálculos que os gregos

realizavam acerca do espaço terrestre e celeste, os romanos usaram os mapas

para fins militares e administrativos. A cartografia romana é bem representada

pela Tábua peutingeriana, conjunto de mapas que cobria vasta região

dominada pelo império romano abrangendo em que são mostradas estradas e

pousadas em cerca de cinco mil lugares geográficos, do sudeste da Bretanha

até regiões da Índia.

Deve-se destacar também a qualidade dos trabalhos topográficos

realizados nas povoações romanas, inclusive em Roma. No reinado do

imperador Sétimo Severo entre 203 e 211 d.C., encontra-se um registro

gravado em mármore, medindo 13 x 18 metros e localizado no Fórum Romano

do qual ainda se conservam 600 fragmentos. Resta destacar a adoção do

modelo discóide proposto pelos gregos, por parte dos romanos. Esse modelo

que leva à representação do espaço terrestre em projeção circular e plana,

será conhecido como Orbis terrarun. Representando o mundo conhecido da

época, esse mapa continha itinerários de todo o império e grande número de

dados geográficos (Mirador Internacional, 1987) .

O apogeu e declínio do processo de sistematização do conhecimento

geográfico aparece de forma significativa em alguns dos mapas do cartógrafo

europeu Ambrosius Aurelius Theodosius (395 a 423 d.C.). Com o colapso do

império romano, grande parte dos conhecimentos técnicos acumulados pelo

mundo helênico e pela contribuição de outras civilizações foi dispersada. Em

um dos mapas de Ambrosius, pode-se verificar algumas concepções da

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geografia grega, tais como o mundo habitado do hemisfério norte e desabitado

do hemisfério sul, as linhas e zonas climáticas derivadas da visão ptolomaica e

a orientação para o norte, esta última contrária à adotada por muitos mapas

medievais.

Na metade do século VII d.C, um anônimo clérigo de Ravena (Itália)

escreveu uma descrição do mundo em cinco livros. Resultado de um esforço

compilatório, esse trabalho é considerado o mais elaborado e interessante livro

geográfico do início do período medieval ocidental (Cartographic Images,

monograph 203, 2002). Esse livro apresenta citações de vários geógrafos

importantes até aquele período, tais como Isidoro, Ptolomeu, Aristarco e

informações geográficas extraídas da Tabua peutingeriana. A figura abaixo

mostra uma reprodução de uma imagem na forma circular romana encontrada

na compilação do clérigo de Ravena.

Fig. 2 Reconstrução (Avezac/Beazley) do mapa do mundo pelo anônimogeógrafo de Ravena, imagem gerada a partir de slide/monograph 203<http://www.henry-davis.com/MAPS/EMwebpages/203mono.html>

A cartografia ocidental da Idade Média será objeto da atenção religiosa

como elemento ilustrativo, material bíblico e trabalhos históricos geográficos

para fins teológicos, confeccionados nos conventos. Na Idade Média

predominam distorções e novas singularidades em relação às concepções de

Ptolomeu, pois o Tratado de Geografia ainda não havia sido traduzido para o

latim. O que se vê em Cartografia é a continuação do modelo discóide: os

mapas, conhecidos mais tarde como mapas T-O, ou mapas em roda, são

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orientados para leste e sul e os continentes conhecidos apresentam uma

representação rígida geometricamente como mostra a figura abaixo:

Fig.3 Etymologiarun sive Originum libri XX : mapa do século VII d.C. cujo autor

seria Santo Isidoro (600 - 636 d.C) gerado de CARTOGRAPHIC IMAGES (2002)

Esses mapas esquemáticos vão ganhando ornamentação ao longo da

Idade Média. Fruto da cosmovisão cristã, são retratados o Éden e outros locais

como Jerusalém e Roma além de freqüentes inclusões de cenas bíblicas.

No período de 800 a 1300 verifica-se uma produção árabe expressiva,

destacando-se o geógrafo Al-Idrisi (1100-1154) que elaborou a Tábua

Rogeriana, obra que contém setenta mapas e sintetiza o saber cartográfico da

época. Muitas das informações geográficas colhidas por Al-Idrisi foram

gravadas num planisfério em prata, uma maravilha da época.

A partir do século XIII os mapas começam a adquirir maior objetividade,

mudança devida, por um lado, às informações geográficas trazidas pelos

cruzados e, por outro, às conquistas da astronomia e da navegação na época,

além do contato maior entre as tradições cristã e muçulmana, via rotas

comerciais e zonas limítrofes entre as duas culturas.

A cartografia chinesa apresenta avanços importantes na Idade Média,

destacando-se o astrônomo Su Song (séc. XI). Além do estudo das esferas

armilares que possibilitou a elaboração de cartas celestes, confeccionou cartas

com projeções cartográficas polares e cilíndricas, estas últimas com uma

projeção muito próxima da projeção de Mercator no século XVI (Haudricourt,

1959).

Em 1193, é confeccionado um planisfério celeste, gravação em pedra

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dessa carta que se encontra no templo confuciano de Su Tcheu. Por sua vez,

em Si-Ngan (região chinesa) conservam-se duas cartas terrestres datadas de

1137, nas quais se nota o uso de quadrículas, escalas e raios. Os mapas

chineses dessa época já definem o norte como ponto de orientação. Nos

séculos posteriores estancaram-se os avanços significativos na cartografia

chinesa tal como aconteceu com outras áreas, talvez em decorrência do

processo de isolamento dessa civilização.

Até o século XIX persiste na China modelo de mundo em forma de disco ,

com o Império do Meio no centro, circundado por um oceano contendo

numerosas ilhas de entorno. No século XVII, o contato dos jesuítas com a

cultura chinesa deu origem a um mapa do império chinês, concluído com a

ajuda das observações e dados específicos coletados a partir de mapas

chineses antigos.

A cartografia náutica desenvolveu-se muito na Idade Média, o que a liga

diretamente ao core comercial do mundo antigo e medieval, o Mediterrâneo,

então a grande área de comércio. As cartas-portulano, representantes dessa

cartografia náutica, em vista da sua importância estatal e estratégica (militar e

comercial), já apresentavam evolução técnica em comparação com a

cartografia dos conventos, como a rosa-dos-ventos, teia de rumos e escalas

gráficas. Foram confeccionadas em importantes centros comerciais da Itália

(Veneza, Gênova, Piza e Ancona) e da Península Ibérica (Barcelona e Maiorca).

Também foi relevante nesse período o Atlas Catalão, coletânea de mapas

náuticos dessa época, ricamente detalhado e adornado, organizado por Carlos

V, O Sábio (1338-1380), rei da França.

Em consonância com o Tratado de Geografia, a cartografia islâmica da

época aplica muitos dos conceitos ptolomaicos, no entanto o ocidente só teria

contato com essa obra depois da sua tradução para o latim, no século XV, o

que desencadeou um renascimento cartográfico no mundo ocidental.

Em comparação com a cartografia ocidental da Idade Média , densa em

colorido e ilustrações bíblicas, os mapas islâmicos desse período valorizam

traços e linhas em seus contornos. Tal como a sua caligrafia, contém um viés

artístico iconoclástico, além de elementos da cultura persa (Harley, 1991).

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Porém, ambas as culturas aferram-se à concepção plana e circular do mundo

tal como a havia vislumbrado a tradição greco-romana.

A profunda renovação da cartografia no mundo ocidental surgida a partir

da redescoberta do Tratado de Geografia originou-se sobretudo das inovações

na arte de gravação e impressão. Essa obra já vinha sendo alterada

qualitativamente ao longo do tempo com relação às suas cópias, não obstante,

no período renascentista há uma reformulação mais profunda dos seus mapas

e das sua concepções cartográficas. Várias impressões foram feitas e nelas

incluídas alterações para corrigir distorções em suas edições seqüenciais,

assim, uma atmosfera de renovação cartográfica varreu a Europa. Decerto, o

invento da gravação também resultou na popularização e no incremento do

comércio de mapas.

No século XV surgem importantes cartógrafos portugueses tais como

Lopo e Andre Homem, Gaspar Viegas, Diogo Ribeiro. Os aperfeiçoamentos do

instrumental náutico e de navegação astronômica, mais o substantivo grau de

informações geográficas conseguidas com as incursões náuticas na costa

africana, se amalgamam possibilitando maior precisão na medida de

coordenadas e no delineamento de rotas, além de uma cartografia mais

elaborada na qual as posições dos astros auxiliavam na determinação das

latitudes com razoável exatidão; tudo isso corroborava o arrojo das navegações

ultramarinas portuguesas.

A cartografia portuguesa dos séculos XV e XVI reflete uma precisão até

então não atingida. É provável que tenha sido influenciada pela cartografia

catalã do século XIII. Esta última utilizava o sistema de rumo e estima, desse

modo, cálculos de distâncias, direções e rumos feitos com o recurso da bússola

possibilitavam maior precisão nos contornos litorâneos, tão importantes para a

navegação.

A partir do século XVI a aceitação da esfericidade terrestre consolida-se

com a viagem de Fernão de Magalhães; nessa época, o conhecimento

geográfico torna-se mais amplo fornecendo informações mais precisas que

permitiram aos cartógrafos a produção de mapas regionais com maior

detalhamento. O planisfério português de Cantino, concluído em 1502, já

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apresenta ampla representação do globo até aquele período. Nele, além do já

conhecido continente europeu e sua orla mediterrânea, aparecem também o

continente africano, com boa correção, e terras americanas, incluindo o Brasil.

Estão incluídos também o Oceano Indico, a Índia e terras além do sudeste

asiático, embora com algumas incorreções.

Ainda no século XVI o geógrafo e matemático flamengo Gehard Mercator

(1512-1594) desenvolve um sistema aperfeiçoado de projeção, no qual as

longitudes são representadas por linhas retas paralelas eqüidistantes e as

latitudes por linhas retas paralelas, perpendiculares aos meridianos. Os mapas

adquirem importância estratégica tanto para grandes empresas e frotas

comerciais, quanto para parte das coroas européias; a cartografia torna-se

saber fundamental para a delimitação territorial dos domínios coloniais e para a

exploração ultramarina.

O século XVII foi um período de fértil produção da cartografia holandesa,

que se destacou pelo detalhamento e acabamento com a publicação de

milhares de cartas cartográficas e centenas de atlas, gravados em cobre e

ricamente ornamentados com belos frontispícios e motivos heráldicos.

Destacam-se nesse período Abraham Ortelius, Jodocus Hondius , Guilielmus

Jansonius Blaeu , Jan Blaeu e Cornelis Blaeu.

O florescimento cartográfico dos Países Baixos deve-se aos exploradores

e navegadores holandeses das empresas de navegação que faziam incursões

em vastas áreas do mundo estabelecendo importantes rotas comerciais. Essas

empresas mercantes eram, ao mesmo tempo, consumidoras e fornecedoras de

informações geográficas. Sua ousadia e espírito comercial deram origem a

vários mapas, inclusive das regiões do ártico, das Américas e do leste do

Japão. Não obstante, inaugura-se na Europa uma fase de mapas mais objetivos

e de menores custos, fruto da necessidade de mapas mais baratos e em maior

quantidade.

Isso resultou numa profusão de mapas com informações imprecisas e

repetição de erros em série. As empresas de navegação e o estado já não

estavam mais interessados em investir dinheiro em trabalhos de campo,

medições onerosas e demoradas. Em síntese, houve um salto quantitativo mas

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não qualitativo.

Os avanços cartográficos, porém, não cessaram em outras regiões da

Europa. A França já produzia mapas de refinado estilo, semelhantes às cartas-

portulano. No século seguinte ganham relevo os nomes de Guillaume Deslisle

(1675-1726) e Jean-Baptiste Bourguignon d'Anville (1697-1782). A veracidade

e autenticidade das fontes de informação permitiram uma cartografia mais

próxima à realidade geográfica.

No final do século XVII avanços na ciência astronômica provocaram

reformas na Cartografiapor causa da Academia das Ciências de Paris. De início,

foram feitas observações e mensurações para determinar astronomicamente as

longitudes e elevou-se o número de pontos de referência longitudinais. Por

meio dessa descoberta, Jean Dominique Cassini (1625 - 1712) realizou a

sobreposição desses pontos no mapa-múndi obtendo maior precisão de cálculo

para a localização de pontos geográficos nos mapas.

Nesse período surgiu uma divergência entre os modelos propostos por

Isaac Newton (1642-1727) e Jacques Cassini (1677 - 1756), sobre a forma

exata da Terra nos pólos (extremidades do eixo de revolução). Para Newton a

Terra seria ligeiramente achatada, enquanto Cassini sugeria o oposto, ela seria

ligeiramente alongada nos pólos. Em 1743 duas expedições enviadas pela

Academia de Ciências de Paris, uma ao Peru e outra à Lapônia para medir um

arco de meridiano em cada uma dessas regiões confirmou a hipótese de

Newton. Essa confirmação, segundo Grenot (1992), marca o início da

cartografia moderna que passou a incorporar essa forma geométrica nos seus

cálculos cartográficos e estudos geodésicos.

Significativa, nessa época, é a obra cartográfica de João Teixeira

Albernaz, cosmógrafo da família real portuguesa. Seu trabalho é um registro

histórico e compreensivo da imagem lusitana das terras brasileiras, 36 cartas

gráficas ricamente ornamentadas onde estão delineados os contornos do litoral

descritos por meio de uma semiologia gráfica que ressalta as peculiaridades

tropicais das novas terras. O conjunto da obra cartográfica da família Albernaz

tem profunda relevância na história cartográfica brasileira, há mapas e atlas

que identificam marcas do desbravamento e da ocupação do Brasil

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desconhecido e selvagem que se inserem na cartografia do século XVII3;

Merecem menção os notáveis mapas confeccionados por cartógrafos

holandeses por ocasião da invasão holandesa no nordeste brasileiro.

No período moderno o estado passa a financiar as pesquisas geográficas,

principalmente os exércitos que se preocupavam cada vez mais com o

planejamento logístico e estratégico. Levantamentos fisiográficos e

topográficos possibilitaram maior precisão e detalhamento das cartas em

diferentes escalas; mais uma vez a França saiu na frente com a Carta

Geométrica, 186 folhas de mapas na escala 1:86000 cobrindo todo o território

francês. Tal empreendimento foi um marco significativo para o avanço técnico

e científico, no âmbito geográfico, topográfico e cartográfico, dada a acuidade

das descrições, das mensurações e da projeção espacial. Desde então se

estabeleceu esse tipo de mapeamento em diversas escalas de um território.

Entre o século XVIII e XIX verifica-se alta produtividade cartográfica. Os

grandes estados realizam extensos e sistemáticos mapeamentos de seus

territórios. Surgem mapas ou cartas oficiais, desdobramento direto da

expansão dos impérios ocidentais em todo mundo, das expedições geográficas

e viagens exploradoras. A geografia e a cartografia foram favorecidas por

instrumentos topográficos aperfeiçoados e critérios descritivos mais bem

definidos. Além disso, a cartografia se beneficia da revolução industrial que

proporciona o desenvolvimento da arte gráfica, com destaque para a litografia.

A ciência cartográfica ganha novas especializações, como a cartografia

temática. Publicam-se nessa fase atlas de grande qualidade. Adolf Stieler, Vidal

de La Blache e Vivien de St. Martin são referências nas ciências cartográfica e

geográfica dessa fase.

Ainda no século XIX, verifica-se a difusão maior dos mapas entre a

população em geral. Enquanto na Idade Média o mapa era artigo raro, nessa

época já se transforma em artigo comum. O negócio de venda de mapas se

expande muito nesse período. A variedade de apresentações dos mapas

também se diversifica: aparecem os mapas dobráveis (portáteis) e mapas de

estradas ricamente ilustrados.

Em 1860, fotografias áreas tiradas de balão proporcionaram notável salto

Page 16: Artigo_Uma breve história dos mapas

qualitativo, pois permitem melhor percepção visual dos contornos e melhor

definição de marcas espaciais.

Os avanços técnicos na aviação, por volta de 1930, aperfeiçoam essa

técnica e permitem melhor qualidade das imagens do terreno; métodos de

medição precisos auxiliam na acurácia das dimensões do espaço, contribuindo

significativamente qualidade dos mapas e no trato das informações

geográficas pelo cartógrafo. Já começam a surgir mapas que lidam com os

fenômenos atmosféricos; mapas meteorológicos e climáticos.

Essa evolução técnica foi acompanhada por trabalhos de cartografia

teórica, estudos que inicialmente se direcionam para os processos de

mapeamento topográfico, projeções e representações gráficas, além de

trabalhos que se preocupam com as formas de comunicação gráfica. O enfoque

de estudos particulares no campo da geomorfologia e geologia iria demandar,

de forma paralela, representações gráficas aplicadas a esses estudos,

instigando novas propostas semiológicas. Esse tipo de trabalho particulariza o

objeto de estudo e contribui para o entendimento de sua espacialidade;

decorre igualmente dessas especificidades o surgimento de maior número de

produtos cartográficos como mosaicos, foto-índices, cartogramas,

detalhamento de cartas marinhas, etc.

Obras como The Look of. Maps (1952) e Elements of Cartography (1953)

do norte-americano Arthur H. Robinson, reforçaram assuntos relacionados à

importância dos mapas e discussão dos métodos empregados no fazer

cartográfico. Em 1959 a reunião de várias associações cartográfica mundiais

deu origem à ACI (Associação Cartografia Internacional), o que possibilitou

maior intercâmbio de trabalhos e avanços quanto à pesquisa teórica e técnica.

Atualmente, a cartografia vem se modernizando incorporando avanços da

tecnologia informacional e aeroespacial, beneficiando-se da geoinformação, ou

seja, da coleta de dados digitais, tendo por base as fontes de imageamento de

satélites e tecnologia fotogramétrica, além de outros sistemas de informação

geográfica, novos recursos gráficos e formatos digitais, além de dispor de vasta

plêiade de informações sobre territórios e dados de diferentes ramos do

conhecimento.

Page 17: Artigo_Uma breve história dos mapas

Concorrem para essa melhoria novos equipamentos computacionais além

dos esforços da comunicação cartográfica no aperfeiçoamento da semiológica

gráfica dos mapas. Joly (1990) empregou o termo infografia para se referir ao

fato da cartografia estar sendo assessorada operacionalmente em quase todos

os seus estágios na elaboração de mapas.

A generalização do uso de mapas em sala de aula constitui ferramenta

essencial para o estudante refletir sobre o espaço geográfico. O estudo e/ou

maneiras de se usar o mapa em sala de aulas é tratado por pesquisadores na

área do ensino de geografia no Brasil. São pesquisas que buscam, em geral,

compreender os processos cognitivos implícitos na linguagem cartográfica e em

tornar mais efetivo processo de ensino e aprendizagem por meio do trabalho

com mapas (Souza & Katuta, 2001).

Por fim, a Cartografia é uma linguagem que contém valiosa carga de

conhecimento adquirido. Sua importância cultural é indiscutível, pois é produto

do saber humano. Assim como para o cartógrafo representar e/ou simbolizar a

realidade geográfica constitui um desafio, também ler e interpretar mapas

exige do leitor sensibilidade para a sua decodificação e análise. Os mapas

adquiriram inúmeras funções ao longo do tempo. Suas características

intrínsecas — cores, traços, símbolos, legendas, etc. — modificaram-se muito,

pois também mudou a tecnologia de sua elaboração, principalmente, se

ampliaram as necessidades e finalidades da sociedade nos tempos atuais e a

forma como o homem intervém no espaço geográfico.

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BEAUJEU, Jean. As ciências no mundo Greco-romano: astronomia e geografia

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cartografia no movimento de renovação da Geografia Brasileira e a importância

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RAISZ, Erwin. Cartografia Geral. Rio de Janeiro: Científica. Editora Científica,

1969.

Page 19: Artigo_Uma breve história dos mapas

Notas

Page 20: Artigo_Uma breve história dos mapas

1 Elvis Christ ian Madureira Ramos, mestrando pela UNESP Campus Bauru no

programa de pós-graduação em Educação para Ciência, or ientado pelo Prof. Dr.

Alberto Gaspar docente desse programa de pós-graduação

2 Conjunto de signos inerentes à l inguagem cartográfica que permitem expressar

conteúdo de informação3 Na Mapoteca da Itamarat i acham-se manuscri tos e originais das obras dos Albernaz