Artigo12neur Intro SOFROLOGIA

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Neurociências • Volume 6 • Nº 1 • janeiro/março de 2010 63 Introdução Atualmente, o homem contemporâneo é exposto a situações di- versas que podem desencadear estresse físico e mental. As represen- tações mentais que temos de determinadas realidades, muitas vezes potencializam esse estresse e podem dificultar nossas relações sociais, afetivas, além de forma de nos relacionarmos com nós mesmos. A sofrologia é a ciência que busca a compreensão desse estresse e desenvolve ferramentas capazes de trazer a harmonia entre o corpo e a mente. Foi desenvolvida em 1960, pelo neuropsiquiatra colombia- no Afonso Caycedo, tendo como principio fundamental o pensamento positivo. Hoje, a sofrologia é utilizada em várias áreas de conhecimento, principalmente na Europa, onde tem muito sucesso. Na medicina e psicologia é utilizada como método profilático. Esse artigo foi produzido a partir do material de estudo da Escola Francesa de Somatoterapia e Sofrologia, localizada na cidade de Tours, França e apresenta ao público brasileiro uma introdução aos conceitos iniciais, definições, métodos, aplicações e práticas da sofrologia. Histórico A sofrologia é uma ciência que nasceu da hipnose e abriu as vias da psicanálise. Franz-Anton Mesmer (1734-1815), através de suas pesquisas sobre o magnetismo, foi seu precursor. Foi o padre José Custódio de Faria (1756-1819) que desmistificou o poder sobrenatural do magnetizador, ressaltando que o praticante age pela sugestão ver- bal. Ainda que suas teorias tenham sido desacreditadas durante vários anos, ele foi o primeiro codificador da hipnose. A primeira intervenção cirúrgica sob anestesia por sugestão foi re- alizada em 1814 por Jules Choquet. Em 1859 Paul Broca (1824-1880) opera um abscesso de ânus sob hipnose. Hippolyte Bernheim (1843- 1917) e Ambroise Auguste Liébault (1823-1904) fundaram a Escola de Nancy (França), onde eles reconheceram a importância da sugestão nos fenômenos hipnóticos. Jean Martin Charcot (1825-1893), neurologista no Hospital La Salpêtrière (França), estudou a histeria e tentou demonstrar o poder do espírito sobre o corpo. Josef Breuer (1842-1925) descobriu que no caso dos histéricos o traumatismo inicial provocado por uma emoção anterior Atualização Introdução à sofrologia William Bonnet Psicólogo, diretor da École de somatothérapies et de sophrologie appliquées, França Correspondência: E-mail: contact@ sophrologie.net, www.sophrologie. net www.sofrologiabrasil.blogspot. com

Transcript of Artigo12neur Intro SOFROLOGIA

  • Neurocincias Volume 6 N 1 janeiro/maro de 2010 63

    Introduo

    Atualmente, o homem contemporneo exposto a situaes di-versas que podem desencadear estresse fsico e mental. As represen-taes mentais que temos de determinadas realidades, muitas vezes potencializam esse estresse e podem dificultar nossas relaes sociais, afetivas, alm de forma de nos relacionarmos com ns mesmos.

    A sofrologia a cincia que busca a compreenso desse estresse e desenvolve ferramentas capazes de trazer a harmonia entre o corpo e a mente. Foi desenvolvida em 1960, pelo neuropsiquiatra colombia-no Afonso Caycedo, tendo como principio fundamental o pensamento positivo.

    Hoje, a sofrologia utilizada em vrias reas de conhecimento, principalmente na Europa, onde tem muito sucesso. Na medicina e psicologia utilizada como mtodo profiltico.

    Esse artigo foi produzido a partir do material de estudo da Escola Francesa de Somatoterapia e Sofrologia, localizada na cidade de Tours, Frana e apresenta ao pblico brasileiro uma introduo aos conceitos iniciais, definies, mtodos, aplicaes e prticas da sofrologia.

    Histrico

    A sofrologia uma cincia que nasceu da hipnose e abriu as vias da psicanlise. Franz-Anton Mesmer (1734-1815), atravs de suas pesquisas sobre o magnetismo, foi seu precursor. Foi o padre Jos Custdio de Faria (1756-1819) que desmistificou o poder sobrenatural do magnetizador, ressaltando que o praticante age pela sugesto ver-bal. Ainda que suas teorias tenham sido desacreditadas durante vrios anos, ele foi o primeiro codificador da hipnose.

    A primeira interveno cirrgica sob anestesia por sugesto foi re-alizada em 1814 por Jules Choquet. Em 1859 Paul Broca (1824-1880) opera um abscesso de nus sob hipnose. Hippolyte Bernheim (1843-1917) e Ambroise Auguste Libault (1823-1904) fundaram a Escola de Nancy (Frana), onde eles reconheceram a importncia da sugesto nos fenmenos hipnticos.

    Jean Martin Charcot (1825-1893), neurologista no Hospital La Salptrire (Frana), estudou a histeria e tentou demonstrar o poder do esprito sobre o corpo. Josef Breuer (1842-1925) descobriu que no caso dos histricos o traumatismo inicial provocado por uma emoo anterior

    Atualizao

    Introduo sofrologia William Bonnet

    Psiclogo, diretor da cole de

    somatothrapies et de sophrologie

    appliques, Frana

    Correspondncia: E-mail: contact@

    sophrologie.net, www.sophrologie.

    net www.sofrologiabrasil.blogspot.

    com

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    desaparecia quando o paciente vivia novamente a situao traumatizante. Ele o inventor do conceito de catarse. Sigmund Freud (1856-1939), discpulo de Charcot criou a psicanlise em 1896.

    Em 1932, Johannes Schultz (1884-1970) divul-gou seu mtodo de relaxamento, conhecido como Training autognico. Trata-se de uma tcnica que se baseia no yoga e na hipnose.

    William Reich (1897-1957) inspirou, atravs dos seus trabalhos, a vegetoterapia, depois o suporte terico das Somatoterapias. Sua obra originou os conceitos de base da sofrologia. Alexander Lowen criou a Bioenergia.

    Definio

    Interessado pelas tcnicas orientais de rela-xamento, o neuropsiquiatra colombiano Alfonso Caycedo (1932-), esteve na sia para descobrir os diferentes mtodos praticados. Suas observaes permitiram-lhe chegar seguinte concluso: todas essas prticas tm em comum a busca do domnio do corpo pelo esprito. Inspirado por suas formid-veis descobertas, ele retorna ao Ocidente e cria seu prprio mtodo de relaxamento, ocidentalizado e desprovido de todo misticismo.

    O aperfeioamento deste mtodo resulta de uma premissa cientfica onde cada hiptese de trabalho verificada antes de ser aplicada. Caycedo deu o nome de Sofrologia a essa nova cincia. Em 1960, ele fundou a Escola de Sofrologia e deu ao seu mtodo a seguinte definio: a sofrologia uma cincia, ou melhor, uma Escola cientfica que estuda a conscin-cia, suas modificaes e os meios fsicos, qumicos ou psicolgicos que podem modific-la, com o fim teraputico, profiltico ou pedaggico em medicina.

    A palavra Sofrologia vem do grego sos phren logos onde: sos = harmonia; phren = conscincia; logos = estudo.

    Portanto, a sofrologia a cincia do esprito sereno aplicada conscincia humana. Ela estuda a modificao dos estados de conscincia, a modifi-cao dos nveis de vigilncia e os meios de produzir essas modificaes.

    Para isso, a sofrologia utiliza as tcnicas de-nominadas sofrnicas passivas ou ativas, sadas da hipnose e da sugesto. Alm dos mtodos de relaxao tradicional como o Training autognico de Schultz, que so igualmente utilizados.

    Desta forma, o indivduo pode se encarregar da sua totalidade psicossomtica por uma vivncia direta da sua prpria conscincia, alcanando o do-

    mnio dessa conscincia, sendo capaz de modificar o seu contedo, assim como, os diferentes estados e nveis de vigilncia, atravs do autocontrole do corpo e do esprito.

    Caycedo define a conscincia segundo trs es-tados qualitativos e trs nveis quantitativos.

    A conscincia segundo Caycedo

    A conscincia apresenta trs estados qualitati-vos e trs quantitativos. Os trs estados qualitativos so o estado patolgico; o estado ordinrio; o estado sofrnico. Os trs nveis quantitativos so: a viglia; o sono; o nvel sofroliminar.

    O nvel sofroliminar se situa entre a viglia e o sono. Trata-se de uma zona sensvel utilizada para reforar a conscincia. Segundo Caycedo, o indivduo pode permanecer nesse estado de conscincia co-mum, se instalar no estado de conscincia patolgica ou ento progredir na conscincia sofrnica positiva.

    A escola francesa imps a tomada de considera-o do inconsciente na sofrologia. Em destaque esto o Dr. Jean Pierre Hubert, o Dr. Jacques Donnars e o Dr. Roland Cahen.

    A somatoterapia

    Historia e fundamentos da somatoterapia

    Vivemos uma poca de grande audcia no dom-nio das curas, nos garantindo uma fuso espantosa de terapias, muitas das quais podemos achar gra-a. Porm mais sensato considerarmos algumas dessas terapias com interesse. Esta multiplicao de prticas simplesmente responde diversidade da demanda, assim como a particularidade de cada terapeuta.

    O verdadeiro praticante sabe que precisar criar uma terapia prpria para cada terapeuta e a cada encontro teraputico; a diferenciao que se fazia, durante muito tempo, espontnea e silenciosa, se sistematiza agora, se inscreve em um quadro estru-turado.

    Existem causas histricas para a ecloso dessas novas prticas. A sociedade evolui cada vez mais rapidamente, abrindo novos campos aos terapeutas. Quando foi preciso reagir a todas as descobertas recentes na medicina, em tcnica e organizao, na metade do sculo XIX, no tempo de Claude Bernard, foi pela psique, pelo discurso e pelos processos intra-psquicos, como fizeram Charcot, Freud ou Pierre Janet (1859-1947). A poca no era ainda do uso do

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    corpo. Mesmo Sndor Ferenczi (1873-1933) e Reich ainda resistiram e s o reconhecerem 50 anos mais tarde, entre as duas guerras.

    O trabalho em grupo nascia, a aproximao franca e aberta do corpo deram-se aps a derrota do totalitarismo.

    Mas agora a grande liberao a possibilidade que o homem tem de explorar todas as suas poten-cialidades. Enquanto isso, o inconveniente desta gerao quase espontnea, reside na denominao muitas vezes incoerente das terapias. Uma clas-sificao metdica e segura das bases cientficas ajudaria provavelmente a situar cada etapa em razo aos critrios objetivos, respeitando o toque inventivo pessoal.

    nesse estado de esprito que desde 1989, a somatoterapia tenta se situar. A cincia do corpo em terapia, que ns podemos chamar somatologia, a cincia do corpo qualitativa. Assim o corpo em terapia no somente anatmica, biolgica e psicolgica, ele dotado de uma qualidade suplementar: a vivn-cia. O nosso corpo vivencia experincias qualitativas e singulares: cada pessoa vive o novo e original a cada instante.

    A somatologia a cincia desse corpo s vezes anatomo-bio-psicolgico e vivido em situaes.

    Como a psicanlise h cem anos dava acesso palavra, as somatoterapias abrem hoje o acesso ao corpo para lhe dar a palavra.

    A somatoterapia , com a psicoterapia e a socioterapia, uma das trs grandes categorias de terapia. Enquanto que a psicoterapia estuda mais precisamente os processos psquicos individuais e a socioterapia estuda a dinmica relacional, a somatoterapia trabalha sobre o funcionamento e a vivncia corporal.

    Essas trs vias so interativas e inseparveis, mas a prtica conduz cada terapeuta a privilegiar uma ou outra.

    A somatoterapia rene em um s termo todas as terapias corporais e as situa no seu verdadeiro lugar. Ela no se interessa pelo corpo plstico, mas transfere toda sua ateno sobre a reatividade do corpo s estimulaes psquicas, as obrigaes da vida social e profissional e a vida afetiva.

    Esse conceito destinado a introduzir o rigor metodolgico e uma nova exigncia terica.

    Desde 1960, teoria e prtica do corpo se mul-tiplicam e hoje necessitam de uma classificao. Essa classificao pode se orientar essencialmente para dois pontos. Ns podemos distinguir as terapias ditas estruturadas e as terapias analticas. Assim

    como a psicoterapia e a socioterapia, a somatotera-pia pode ser estruturada ou analtica.

    No primeiro caso, o tratamento curto, visa um sintoma com um meio bem circunscrito, por exemplo: a sexoterapia.

    No segundo, o tratamento visa o sujeito na sua globalidade e pode durar anos, utilizando meios muito mais amplos. A relao com o terapeuta se torna transfervel, mas tudo isso no elaborado de maneira formal.

    Da mesma forma, uma psicanlise pode perma-necer estruturada por anos, uma cincia teraputica pode ser analtica desde o incio.

    Com o objetivo de classificao cientfica das terapias, ns devemos considerar quatro critrios principais: Primeiro critrio: a durao. As terapias estrutura-

    das so geralmente curtas, atingindo uma mdia de 10 a 15 sesses. As terapias analticas tm uma durao longa e indeterminada, no definitiva de incio.

    Segundo critrio: finalidade da terapia. Com efeito, o primeiro tipo de terapia se estrutura em torno de um sintoma preciso e termina quando esse sintoma desaparece. Trata-se geralmente de um sintoma limitado mais funcional que orgnico abordvel em 10 a 15 sesses precisamente. O segundo tipo de terapia contorna o sintoma ime-diatamente para analisar o terreno, considerando que somente uma mudana mais geral pode curar, isto , eliminar toda recada e a transferncia do sintoma.

    Terceiro critrio: considerao dos meios utiliza-dos. Se tomarmos o exemplo da insnia, utiliza-mos uma terapia curta, algumas sesses de re-laxamento, por exemplo, para eliminar o sintoma, o qual bem circunscrito. Ns utilizaremos (de preferncia) uma anlise bioenergtica de dura-o indeterminada quando a insnia representa apenas a ponta do iceberg.

    Quarto critrio: o tipo da relao teraputica. Em uma terapia estruturada, a relao continua hierar-quizada entre um terapeuta e um paciente, entre o que se sabe e o que se aprende, entre aquele que pode e aquele que fracassou at o momento, entre o professor e o aluno. Porm, no podemos dizer que esta relao estruturada no transfe-rvel. Existe certamente uma transferncia, mas se trata de uma forma imposta de transferncia, desta forma hierarquizada precisamente.

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    Em uma terapia estruturada, no preciso sair desta forma de relao desejada. A relao analtica, ao contrario, consiste em uma projeo de transfe-rncia que desloca sobre o terapeuta os tipos de relaes habituais, antigas e repetitivas.

    Em certo momento do tratamento, esta dimen-so transfervel se torna pr-valida e preciso traba-lhar. Agora, como no se trata mais de um sintoma simples, mas existente, a durao desta analise indeterminada e geralmente longa. , portanto, o cri-trio relacional que condiciona a diferena de durao entre os dois tipos de terapia, pois, ns podemos suportar em mdia uma relao hierrquica durante 10 a 15 sesses, mas, alm disso, existe um risco, o retorno a espontaneidade de transferncia.

    Critrios distintivos das terapias estruturadas e analticas Caractersti-

    casTerapias

    estruturadasTerapias

    analticasDurao Curto LongoFinalidade Sintoma TerrenoMtodos Parcial GlobalRelaes Hierrquico Analtico

    Os dois grandes critrios de classificao rela-tivos ao lugar de aplicao e a forma do emprego, permitem propor um quadro geral que diferencia seis grandes categorias de terapias.

    As grandes classes de terapiasLocal de aplicao

    Terapias estruturadas

    Terapias analticas

    Psiquismo Psicoterapias AnlisesSocial Socioterapias Anlises de grupoSomticas Somatoterapias Somato-anliseClassificao das psicoterapias

    Local de impacto

    Terapias

    RelacionalPsicoterapia de apioPsicoterapia central sobre a pessoa

    CognitivaTerapias comportamentaisTerapia de Erikson

    Sistmica Terapias familiaresAnlise familiar

    PsicodinmicaPsicoterapia brevePsicanlise, anlise

    Classificao das socioterapiasNatureza do grupo Terapias

    CasalTerapia de casal, conselho conju-gal, sexo terapia

    Famlia Terapias sistmicas

    Grupos teraputicosTreinamento em grupo, grupo de anlise, psicodrama,

    Instituio Terapias institucionais

    Classificao das somatoterapiasFuno corporal Terapias

    Movimento e postura

    Psicomotricidade, yoga, expresso corporal, terapia atravs da dan-a, ginstica, mtodo Alexander,Expresses artsticas privilegiando o movimento.

    Toque Massagem, auto-anlise

    SentidoMusicoterapia, psicofonia, m-todo Tomatis, terapia atravs do instinto e do olfato, etc.

    Voz Expresses vocais, ortofonia, etc.Respirao reberth

    Global Bioenergia, gestalt, grito primal, somato-anlise

    Estados de conscin-cia

    Sofrologia, relaxamento, isolao sensorial, transe, meditao, hipnose, sofro-anlise

    A sofronizao

    Na prtica, uma cincia como a sofrologia come-a pelo acesso ao nvel sofroliminar, com a ajuda de um processo chamado sofronizao. Para isso, so utilizadas tcnicas precisas que permitem modificar os estados de conscincia. No nvel sofroliminar, se produz uma ativao intra-sofrnica que permite a conscincia se reforar. Em seguida utiliza-se um processo chamado de desofronizao, ou seja, o sofronizado retoma progressivamente seu nvel de vigilncia e seu tnus muscular, necessrios a atu-alidade e a atividade.

    Descrio dos fenmenos

    A tcnica comea por um relaxamento muscular dito simples. Trata-se de uma evocao dos lugares do corpo, ponto a ponto, segmento por segmento, comeando pela face. Esse procedimento permite atravessar as barreiras musculares, de aceder ao relaxamento e de modificar a conscincia ordinria.

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    Nesse estado de conscincia particular, o sofro-nizado vive fenmenos que podem prepar-lo a uma sofro- anlise e de aceder ao campo descobrindo.

    No ponto de vista de Caycedo, a sofrologia considerada como uma cincia fenomenolgica. Deste forma ele recusa a dimenso analtica desta disciplina. Nosso ponto de vista diferente, pois ns pensamos que a sofrologia oferece um terreno remarcvel para a anlise, permitindo a explorao e a percepo da dimenso inconsciente sofrnica.

    A passagem do nvel sofroliminar na conscincia modificada permite: 1) Uma hiper amnsia sofrni-ca: aumento das capacidades de memorizao; 2) Uma sofro-oniria: produo de imagens hipnaggicas espontneas; 3) No existe amnsia ps-sofrnica: como o caso para a hipnose.

    Caycedo observa tambm o que ele chama uma plasticidade imaginativa excepcional, que se manifesta de duas maneiras:1. Desenvolvimento de uma sofro-produtividade:

    A vivncia sofrnica ativa o mundo fantstico e fantasmagrico. Em certos casos pode favorecer a produo de alucinaes diversas.

    2. Sofro-estimulao imaginativa: O sofronizado pode representar situaes sob formas variadas, que correspondam ou no a uma realidade. Esta expresso pode, em seguida, ser analisada em terapia.Na ativao intra-sofrnica, o sofronizado pode

    constatar: 1) Um aumento das percepes; 2) Um aumento de sua ateno: esta ateno pode ser fo-calizada, difusa, com relao com o mundo exterior ou o mundo interior.

    O dinamismo das estruturas e das possibilida-des que se mobilizam durante a experincia sofrni-ca abre um leque de possibilidades permitindo um crescimento da integrao das atividades conscien-tes. A experincia da realidade enriquecida pela experincia sofrnica.

    Figura 1 - Schma dune sophronisation. Do ponto de vista estritamente prtico, a sofro-nizao compreende trs partes: 1) um acesso ao relaxamento: trata-se de uma fase fsica de relaxa-mento, seguida de uma fase mental transformada; 2) um trabalho ao nvel sofroliminar: incluindo a ati-vao intra-sofrnica e a sugesto do sofrlogo; 3) preparao mental ao retorno: O sofronizado deve preparar-se a deixar a zona X e em seguida um retorno fsico necessrio.

    A conservao do nvel sofroliminar feita com a ajuda do terpnos logos, ritmo regular da palavra que inclui a sugesto.

    A sofronizao de base constitui o primeiro percurso obrigatrio de qualquer terapia ou de qual-quer compromisso de desenvolvimento pessoal. Isto de alguma maneira o trampolim do comeo do compromisso no processo de mudana. A sofro-nizao de base constitui por si prpria, um comeo de amnsia, pois permite que o paciente expresse a sua experincia aps a sesso e que o terapeuta observe os comportamentos que constituem uma primeira investigao. assim que a sofronizao de base pode ir alm da impossibilidade patolgica de se descontrair, at a liberao inteira do ser.

    Os mtodos de sofronizao

    Instale-se confortavelmente, feche os olhos. Comece a relaxar. Primeiramente a testa. Sua testa lisa. Elimine as rugas de expresso da sua testa. Re-laxe as sobrancelhas, os olhos, os msculos detrs dos olhos, ao redor dos olhos. Relaxe as bochechas, as faces externas das bochechas em relao ao seu rosto. A face interna em relao com sua boca. Sua lngua flexvel, e os dentes esto relaxados. Relaxe o queixo, deixe-o cair levemente. Relaxe a sua nuca, ela estar perfeitamente relaxada.

    Em seguida os ombros. Relaxe-os. Comeando pelos ombros, relaxe os braos, os ligamentos dos cotovelos... Imagine-os flexveis e relaxados. O ante-brao, os pulsos, os ligamentos dos pulsos... Imagine e experimente estes ligamentos leves e flexveis. As mos, os dedos at as unhas.

    Relaxe profundamente, depois de ter relaxado os msculos do rosto, do pescoo, dos ombros, dos braos; relaxe a nuca, a sua nuca est leve. Deitado nesta posio muito fcil de relaxar os msculos da nuca. Relaxe-os profundamente, progressivamente.

    Agora a barriga. Relaxe a barriga. Ela uma larga rea muscular abdominal. Relaxe esta cintura abdominal. Desaperte. Abra profundamente esta cintura. Sua barriga um grande segmento do seu

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    corpo. Ao mesmo tempo relaxe suas costas. Relaxe com sua respirao, com o seu trax. Ao relaxar seu trax, relaxe um pouco mais suas costas, toda a regio lombar, toda sua costa. Este relaxamento est agradvel. Respire de forma relaxada. Uma respirao calma, agradvel e regular.

    Agora eu lhe proponho relaxar o crebro, como se fosse outro msculo. Tente senti-lo como um ms-culo em repouso. Para relaxar seu crebro imagine uma folha branca sem nada, nenhuma inscrio. Seu crebro olha para esta folha e comea a relaxar no mesmo instante.

    Relaxe agora as pernas. Comece pelas coxas. Os msculos profundos, os msculos superficiais. Os joelhos, os ligamentos dos seus joelhos... Veja-os leve, desligados. As panturrilhas, os tornozelos, os li-gamentos de seus tornozelos. Dos ps at os dedos.

    Depois de ter relaxado estas partes do corpo, segmento por segmento, lugar por lugar; rena estas partes do corpo. E muito rapidamente, viva seu cor-po como um lugar confortvel, agradvel, dentro do qual voc sente-se bem. um corpo unitrio. Viva a energia profunda que esta em voc, principalmente depois de cada expirao.

    Voc passou uma barreira muscular e, dessa forma, pode viver um pouco mais profundamente seu corpo, seu mundo interior. Tome o tempo que for necessrio e contrate um dilogo com seu corpo; tenha um dialogo profundo. E seu corpo responder. Seu corpo responder por diversos fenmenos e sensaes agradveis. Aceite esta noo de prazer. Voc poder igualmente captar as sensaes neu-tras. Isto , aquelas que no tm uma verdadeira importncia para voc. E at mesmo qualquer outra forma de resposta.

    A importncia neste estgio privilegiado viver profundamente seu corpo, seu meio interior, prprio a si mesmo.

    Aprofunde seu relaxamento. Sob o efeito do re-laxamento muscular, observe que seus braos esto pesados. Eles tornam-se progressivamente pesados.

    Traga sua ateno sobre o seu brao direito, sinta-o pesado, mais e mais pesado. E formule mentalmente:

    Meu brao direito est pesado. Meu brao direito est muito pesado. Meu brao direito est a cada vez mais pesado.

    Traga sua ateno sobre o outro brao, o brao esquerdo. Pense agora:

    Meu brao esquerdo est pesado. Meu brao esquerdo est muito pesado. Meu brao esquerdo esta a cada vez mais pesado. Eu estou profundamen-te descontrado, profundamente confortvel, meus dois braos esto pesados.

    Imagine agora um raio de sol projetando-se sobre sua mo direita. Imagine a sua mo direita mais quen-te, agradavelmente quente sob este raio de sol. Pense:

    Minha mo est quente. Minha mo direita est muito quente. Minha mo direita est agrada-velmente quente

    Outro raio de sol pousa sobre sua outra mo, a mo esquerda. Imagine sua mo esquerda quente, agradavelmente quente. E pense:

    Minha mo esquerda est quente. Minha mo esquerda est muito quente. Minha mo esquerda est agradavelmente quente. Meus braos esto pesados. Minhas duas mos esto quentes, agra-davelmente quentes.

    Aprofunde seu relaxamento. Seu corao bate regular e eficazmente. O som das batidas do seu prprio corao agradvel. Aceite este som. Viva a escute com seu corao.

    Observe que ao mesmo tempo sua respirao mais eficaz, perfeitamente relaxada, presente... Voc observa o fluxo ao nvel de sua respirao. Eu proponho que voc diga:

    Eu sou respirao, eu respiro, tudo respira em mim.

    Voc vive essa respirao agradavelmente e profundamente.

    Imagine um raio de sol no buraco do estomago. Seu raio solar quente, super quente, agradavel-mente quente. E este calor aumenta em seu corpo. uma onda que faz bem, agradvel. Seu ventre quente. Seu ventre se torna quente. Imagine seu corpo mergulhado em um banho de gua quente, a gua agradavelmente quente.

    Todo o seu ser; seu corpo repousado mergu-lhado nesse banho de gua quente.

    Imagine seu rosto que emerge desse banho. Imagine um sopro de ar fresco em sua face. Esse sopro de ar fresco vem de longe. Ele vem do alto, do mar ou da montanha.

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    Deixe vir sobre sua tela mental uma imagem que evoca esse sopro de ar fresco. Sua fonte fresca, agradavelmente fresca.

    E este frescor ativa seu bem estar, sua clarivi-dncia, sua intuio, sua imaginao, sua presena a si mesmo. Presena profunda, equilibrada. Nesse momento, seu corpo e seu esprito esto em perfeita harmonia. Formule mentalmente:

    Eu sou harmonia, eu sou energia, eu sou a vida.

    Agora deixe vir uma imagem agradvel em sua mente. Voc impregna essa imagem em seu meio am-biente. Ela pode ser o mar, o campo, a montanha

    Olhe essa imagem tranquilamente, agradavel-mente...

    Essa imagem ligada ao seu relaxamento. Ela ocupa toda a rea de sua conscincia atualmente. Essa imagem te ser util. Cada vez que voc sentir o estresse tomar conta de voc, deixe vir essa imagem na sua mente. E logo em seguida, voc mergulhar em um estado de relaxamento agradvel e calmo.

    Voc est bem, muito a vontade, e percebe que poderia prolongar durante um certo tempo seu estado de relaxamento. Mas voc tem idia de retomar. Para isso, voc presta ateno em sua respirao. Princi-palmente sobre suas inspiraes. A cada inspirao, voc encontrar seu nvel de vigilncia necessrio atualidade e seu tnus muscular necessrio atividade.

    Quando voc tiver a impresso de ter se recu-perado suficientemente, voc abrir os olhos e se espreguiar profundamente. Voc retomar contato com todo o positivo que o cerca.

    Training autognico de Schultz

    Voc feche os olhos e sinta os pontos de apoio de seu corpo sobre a superfcie na qual ele repousa. Sinta sua cabea bem apoiada, suas costas bem en-caixadas ao nvel da coluna vertebral, as omoplatas, os rins, as ndegas.

    Sinta os pontos de apoio das suas coxas, das suas panturrilhas, dos seus calcanhares. Os pontos de apoio dos seus braos ao nvel dos cotovelos, dos antebraos, dos punhos, das mos. E voc se deixa invadir por essa msica de relaxamento, deixando de lado todas as distraes exteriores.

    E lentamente, progressivamente a cada expi-rao, voc deixa seu corpo se tornar pesado, se abandonando pesadamente.

    Voc est escuta do seu corpo, das sensa-es, das mensagens que ele te enderea, de todas as percepes.

    Voc est imvel, os olhos fechados, escutando essa msica. Essa msica atravs da qual voc vai logo obter, um grande relaxamento muscular.

    Preste ateno na sua respirao. Voc no pensa mais em nada. Voc respira lentamente, cal-mamente, sem esforo... E ao mesmo tempo voc faz silncio em voc. Voc comea a perceber que seu corpo relaxa progressivamente, cada vez mais...

    Respire calmamente percebendo o silncio interior que se instala em voc. Seu corao bate calmamente. Sua respirao sempre lenta, regu-lar... E voc sente que seus msculos abandonam progressivamente suas contraes.

    Perceba as sensaes e viva plenamente o seu corpo. Voc esta bem, calmo, repousado.

    Seus olhos esto fechados sem contraes. E voc respira lentamente, normalmente. Deixe sua cabea se apoiar pesadamente. Voc relaxa agora os traos do seu rosto.

    Preste ateno na sua face. Relaxe sua face. Faa de uma maneira que ela se torne lisa, supri-mindo as rugas de expresso. O mesmo com as sobrancelhas, os olhos, os globos oculares, os msculos detrs dos olhos. Agora voc relaxa as mas do rosto. A face externa das mas do rosto em relao com o seu rosto.

    A face interna em relao com sua boca. Relaxe igualmente o espao no interior de sua boca. Relaxe os dentes. Sua lngua flexvel. Relaxe o cu da boca, sua garganta, sua laringe. Aprecie, sobretudo, esse agradvel estiramento de toda dobra ao nvel do seu rosto, da fonte e do queixo.

    Seus braos so esticados de cada lado do seu corpo. E voc pensa em suas mos. Elas es-to abertas. Elas repousam naturalmente sobre as palmas. Descontraia seus dedos. Suas mos esto descontradas. Seus dedos repousados. Seus dedos esto perfeitamente relaxados.

    Verifique todos os msculos do seu corpo. Relaxe-os.

    Suas mos esto descontradas. E a partir das suas mos, voc sobe em pensamento ao longo dos seus braos. Voc sente o torpor, uma energia agradvel subir atravs das suas mos em direo ao antebrao, depois em seus ombros.

    Suas costas tambm se tornam pesadas. Seus braos esto inertes e suas costas pesadas... E se tornam cada vez mais pesadas... Pense nos seus rins

  • Neurocincias Volume 6 N 1 janeiro/maro de 201070

    igualmente para relax-los. Seus rins esto perfeita-mente repousados. Descontraia tambm seu ventre respirando lentamente, o ventre relaxado, descontrado.

    A inrcia dos seus rins, do seu ventre, ganha agora seus quadris, que se apiam pesadamente. Seus quadris se tornam pesados como chumbo. Voc est inerte, maravilhosamente bem. Tudo est calmo e voc repousa. Toda parte superior do seu corpo inerte, pesada...

    Agora descontraia os ps, como voc fez com as suas mos. Sinta suas pernas que repousam lado a lado. Relaxe os seus ps. A partir dos seus ps, suba os seus pensamentos atravs das suas pernas. Relaxe os seus tornozelos, as suas panturrilhas, os ligamentos dos seus joelhos, das suas coxas, das suas ndegas.

    Faa com que seus membros inferiores sejam completamente inertes, completamente abandona-dos. Alis, agora o abandono tomou conta de todo o seu corpo. Todos os seus msculos esto agora completamente descontrados. Seu corpo est pesado. Cada vez mais pesado. Voc esta inerte, abandonado, descontrado.

    Seu corpo est cada vez mais descontrado, cada vez mais confortvel. Voc se descontrai cada vez mais, principalmente quando expira.

    Primeiro ciclo: ciclo inferior

    Voc atingiu o nvel sofroliminar, graas a esta descontrao progressiva. Eu proponho que voc formule mentalmente as sugestes seguintes obser-vando o que se passa efetivamente no seu corpo. Formule mentalmente:

    Meu brao direito pesado, super pesado, cada vez mais pesado.

    Meu brao esquerdo pesado, super pesado, cada vez mais pesado.

    Minha perna direita pesada, super pesada, cada vez mais pesada.

    Minha perna esquerda pesada, super pesada, cada vez mais pesada.

    Eu sinto essa sensao da gravidade em todo meu corpo.

    Tome conscincia do relaxamento do seu corpo, que se tornou pesado. Perceba essa sensao de gra-

    vidade em todo seu corpo. Observe que, aps essa per-cepo da gravidade, voc tem uma sensao agradvel de calor que invade seu corpo. Essa sensao resulta da dilatao dos vasos sanguneos (vasodilatao).

    Formule mentalmente:

    Meu brao direito quente, super quente, cada vez mais quente.

    Meu brao esquerdo quente, super quente, cada vez mais quente.

    Minha perna direita quente, super quente,

    cada vez mais quente.

    Minha perna esquerda quente, super quente, cada vez mais quente.

    Eu sinto essa sensao de calor em todo meu corpo.

    Voc agora vai tomar conscincia dos batimen-tos regulares do seu corao; em todo o seu peito. Formula mentalmente:

    Meu corao bate calmamente e regularmen-te.

    Agora preste ateno agora na sua respirao. Observe que ela calma e regular. Sinta o ar que penetra em seus pulmes e concentre-se na seguinte formula:

    Minha respirao calma. Eu sou toda a res-pirao.

    Pronuncie, em si mesmo, esta sugesto, em cada expirao.

    Concentre sua ateno sobre os raios solares. Eles se situam na sada do estmago. Sinta uma sensao de calor que se desprende. E diga men-talmente:

    Os raios solares so quente.

    Certamente voc sentir esta sensao de calor se difundir em todo o seu corpo.

    Imagine agora um sopro de ar fresco em sua face e diga mentalmente:

  • Neurocincias Volume 6 N 1 janeiro/maro de 2010 71

    Minha face est agradavelmente fresca.

    Segundo ciclo: ciclo superior

    Sinta agora esse estado particular de descone-xo geral.

    Eu sinto meu corpo como uma massa pesada, quente, tranqila. Minha respirao calma. Meu pulso regular.

    Agora leve seus olhos para o centro da sua face. Voc olha o centro da sua face, os olhos fechados. Atravs desse exerccio voc acentua sua concentra-o e aprofunda sua desconexao.

    Deixe surgir na sua mente uma cor da sua prefe-rncia. Olhe esta cor e permita sentir as sensaes. Observe essas sensaes como se esta cor se im-pregnasse em cada uma de suas clulas.

    Eu sugiro concentrar sua ateno na cor verme-lha (ou outra cor). Se deixe invadir pela cor vermelha, vivendo cada uma se suas sensaes. Tente meditar sobre esta cor. O que ela evoca para voc? Em que ela te faz pensar? Permita surgir todas as suas reflexes sobre a cor vermelha.

    Agora, eu proponho que voc pense em um ob-jeto que possa representar a idia que voc faz da sua personalidade. Esse objeto pode ser um galho de uma rvore se voc pensa que flexvel. O tronco de uma rvore se voc pensa ser robusto e slido. Ou qualquer outro objeto que o sugere a idia que voc tem da sua personalidade.

    Agora imagine os objetos que possam evocar os conceitos que eu vou te propor:

    O primeiro conceito a palavra justia. Imagine um objeto que represente a justia.

    Imagine um objeto que represente o amor ou a afeio. Mentalmente, olhe esse objeto por um instante.

    Agora imagine o sentimento de felicidade. De-pois o sentimento de bem-estar.

    Se voc desejar, pode tentar visualizar outros conceitos que correspondam s suas preocupaes do momento.

    Agora voc vai tentar desenvolver o seu senti-mento prprio.

    Imagine uma pessoa que voc tenta julgar. Deixe-a se impor para voc sobre sua tela mental. Olhe-a. Ela ocupa toda a rea da sua conscincia mentalmente. Essa pessoa, lhe atribui qualidades, positivas ou negativas?

    Depois, veja si mesmo em sua mente. Voc se julga. Note suas atitudes. Voc vai discernir seus comportamentos especficos.

    Agora voc vai interrogar sua conscincia sobre as seguintes questes:

    O que a vida?

    O que a morte?

    Como os outros me percebem?

    Para termina resta reflexo, eu proponho que voc formule uma frase que corresponda a um com-portamento especfico que voc deseja melhorar.

    Por exemplo, se voc tem a impresso de no ser autnomo o suficiente, voc pode formular :

    Decido eu mesmo.

    Se voc tem a impresso de ser muito egocn-trico, pronuncie:

    Eu tenho considerao pelas pessoas.

    Esses diferentes exerccios vo permitir integrar melhor sua personalidade e seu comportamento no meio ambiente em voc que vive.

    Voc est bem, perfeitamente vontade. E voc observa que voc poderia prolongar ainda du-rante certo tempo seu estado de relaxamento. Voc vai retomar. Sair progressivamente desse nvel de conscincia particular entre viglia e sono. Retomar conscincia do nvel de vigilncia necessria a atua-lidade e ao tnus muscular necessrio a atividade.

    Voc inspira profundamente uma primeira vez, uma segunda vez, uma terceira vez. Voc abre os olhos. Voc retoma a conscincia de todo o positivo que o circula. E voc se espreguia profundamente. Quando voc tiver a impresso de ter se recuperado suficientemente, voc abre os olhos e se levanta lentamente.

    Concluso

    A sofrologia uma cincia que se destaca no cenrio mundial por seu carter heterogneo, com-binando diversas tcnicas de relaxamento, teorias e filosofias. Atravs da sofrologia o indivduo capaz de compreender o seu sistema de pensamento e atuar no sentido de modific-lo da melhor forma

  • Neurocincias Volume 6 N 1 janeiro/maro de 201072

    possvel, com o intuito tornar sua existncia cada vez mais positiva.

    As tcnicas aplicadas na sofrologia podem se utilizadas em diversas situaes, por qualquer indiv-duo que seja apto, no tratamento de doenas, como mtodo pedaggico, teraputico, etc. Atualmente muitos profissionais de sade utilizam a sofrologia como terapia complementar, preparando seus pacien-tes psicologicamente para o tratamento.

    Os exerccios de relaxamento em sofrologia so ferramentas importantes para promover o equilbrio entre o corpo e a mente, reduzindo o estresse e os problemas psicossomticos.

    Os mtodos da sofrologia esto sendo estu-dados e aprofundados cada vez mais em todo o mundo, tendo bastante sucesso na Europa. No Brasil, a sofrologia est em fase de implementao. Recentemente, vrios grupos de estudiosos esto sendo formados com o objetivo de aprofundar a aplicabilidade da sofrologia no pas.

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