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ARMAZENAGEM E MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS EM UMA EMPRESA VAREJISTA DO RAMO DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO Ivan Alves da Silva JÚNIOR (1); Miguel Crecêncio da Costa NÉTO (2); Rosângela Silva de ANDRADE (3); Trícia Thaise e Silva PONTES (4); Victor Hugo Clementino dos SANTOS (5); Cristine PIMENTEL (6) (1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPB), Av. 1º de Maio, 720 - Jaguaribe CEP: 58.015-430 - João Pessoa/PB, Fone: (0xx83) 3208.3000 Fax: 3208.3088, e-mail: [email protected] (2) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPB), e-mail: [email protected] (3) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPB), e-mail: [email protected] (4) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPB), e-mail: [email protected] (5) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPB), e-mail: [email protected] (6) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPB), e-mail: [email protected] RESUMO O presente artigo tem por finalidade analisar a gestão da armazenagem e movimentação de materiais em uma empresa varejista do ramo de material de construção. O tema proposto tem importante impacto sobre a eficiência organizacional e na redução dos custos, desta forma tem sido um diferencial competitivo nas empresas deste setor que vem apresentando um crescimento acelerado nos últimos anos no Brasil. A pesquisa foi baseada em uma análise qualitativa realizada na empresa no período compreendido entre Abril e Junho do corrente ano através da utilização de um questionário semi-estruturado e uma entrevista individual, tendo também a observação sistemática como objetivo para a descrição precisa do que foi analisado, além de uma investigação bibliográfica objetivando um maior domínio sobre a temática do artigo para efeitos de comparação com a prática. Verificou-se que a empresa não possui uma gestão adequada da armazenagem e movimentação, sendo necessária à utilização de algumas ferramentas para uma melhor gestão e organização dos materiais na empresa tendo como foco na otimização e eficiência sobre os recursos alocados na área. Palavras-chave: Armazenagem, Movimentação, Layout, Programa 5S, PEPS.

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ARMAZENAGEM E MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS EM UMA

EMPRESA VAREJISTA DO RAMO DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

Ivan Alves da Silva JÚNIOR (1); Miguel Crecêncio da Costa NÉTO (2); Rosângela Silva de ANDRADE (3); Trícia Thaise e Silva PONTES (4); Victor Hugo Clementino dos SANTOS

(5); Cristine PIMENTEL (6)

(1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPB), Av. 1º de Maio, 720 - Jaguaribe CEP: 58.015-430 - João Pessoa/PB, Fone: (0xx83) 3208.3000 Fax: 3208.3088, e-mail: [email protected]

(2) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPB), e-mail: [email protected]

(3) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPB), e-mail: [email protected]

(4) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPB), e-mail: [email protected]

(5) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPB), e-mail: [email protected]

(6) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPB), e-mail: [email protected]

RESUMO

O presente artigo tem por finalidade analisar a gestão da armazenagem e movimentação de materiais em uma empresa varejista do ramo de material de construção. O tema proposto tem importante impacto sobre a eficiência organizacional e na redução dos custos, desta forma tem sido um diferencial competitivo nas empresas deste setor que vem apresentando um crescimento acelerado nos últimos anos no Brasil. A pesquisa foi baseada em uma análise qualitativa realizada na empresa no período compreendido entre Abril e Junho do corrente ano através da utilização de um questionário semi-estruturado e uma entrevista individual, tendo também a observação sistemática como objetivo para a descrição precisa do que foi analisado, além de uma investigação bibliográfica objetivando um maior domínio sobre a temática do artigo para efeitos de comparação com a prática. Verificou-se que a empresa não possui uma gestão adequada da armazenagem e movimentação, sendo necessária à utilização de algumas ferramentas para uma melhor gestão e organização dos materiais na empresa tendo como foco na otimização e eficiência sobre os recursos alocados na área.

Palavras-chave: Armazenagem, Movimentação, Layout, Programa 5S, PEPS.

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1. INTRODUÇÃO

Em meio a um mercado dinâmico, as empresas devem procurar a melhoria continua de seus processos de gestão, como forma de adquirir ou manter vantagem competitiva. O adequado gerenciamento de armazenagem e movimentação de materiais, é um fator que poderá auxiliar a organização nesse nível de competitividade, tornando mais fácil o controle das entradas e saídas de produtos do estoque agilizando assim, o processo da empresa com um todo, e evitando a perda de espaço e até mesmo de produto.

O presente estudo pretende mostrar, baseado na teoria, como a má gestão da armazenagem e movimentação de materiais pode ser prejudicial para a empresa. Usando como exemplo, uma loja de Material de Construção, serão analisados problemas como o layout inadequado do armazém, falta de distribuição correta dos materiais, ausência de estruturas (como Paletes e Cantilever) para armazenagem dos produtos e equipamentos adequados de movimentação de materiais.

A fim de minimizar os problemas acarretados pela incorreta armazenagem e movimentação do estoque, serão propostas melhorias que visem à otimização dos processos de organização, disposição e distribuição dos produtos. O que de certa forma, poderá contribuir significativamente para o desempenho da organização de forma geral.

2. METODOLOGIA

O conhecimento é o processo pelo qual as pessoas deduzem, assimilam e depois expressam o que foi analisado, mostrando suas conclusões sobre o objeto de estudo, tendo a pesquisa como a atividade predominante na metodologia. Assim, de acordo com Deslandes (1996, p. 42), metodologia é uma parte complexa e deve requerer maior cuidado do pesquisador. Mais que uma descrição formal dos métodos e técnicas a serem utilizadas, indica as opções e a leitura operacional que o pesquisador fez do quadro teórico.

Este estudo buscará relacionar os conceitos teóricos de Armazenagem com a análise realizada no período de Abril a Junho do corrente ano, tendo como natureza de pesquisa um caráter qualitativo, possuindo como fonte direta para coleta de dados uma Loja de Material de Construção localizada em João Pessoa – Paraíba e os pesquisadores como instrumento-chave. É descritiva, pois envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados, como: o questionário, que foi do tipo semi-estruturado, e a entrevista individual, tendo também a observação sistemática como objetivo para a descrição precisa do que foi analisado.

Com relação aos procedimentos técnicos, foi utilizada a pesquisa bibliográfica e documental, objetivando um maior domínio sobre a temática apresentada nesse artigo. Dessa forma, a pesquisa bibliográfica e documental constituem uma inigualável técnica para fornecer ao pesquisador a bagagem teórica de conhecimento e o treinamento cientifico. Utilizando-se como fonte: livros, dissertação, artigos, material impresso, redes eletrônicas, e o Estudo de Caso, dando grande suporte para a elaboração do mesmo, pois será apresentada uma avaliação do estado atual e propostas de melhorias na Gestão de Armazenagem que atendam às necessidades da empresa em estudo.

O método utilizado para compreensão e caracterização do assunto é o estudo de caso, que foi realizado com a colaboração direta da administração da Loja de Material de Construção. Conforme Révillion (2003), o estudo de caso examina um fenômeno em seu ambiente natural, pela aplicação de diversos métodos de coleta de dados, visando obter informações de uma ou mais entidades.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Armazenagem

Segundo Santos (2005), a armazenagem de matérias merece um planejamento especifico, já que condições impróprias de materiais geram desperdícios, devido à dificuldade de acesso, controle do estoque entre outros, ele continua, afirmando que a armazenagem é uma operação que não acrescenta valor ao produto, mas aumenta o seu custo. Desta forma faz-se necessário um sistema de armazenamento eficiente e que por conseqüência gere o menor custo possível.

Moura (2005), diz que armazenar refere-se à estocagem aliada a uma série de funções voltadas para a movimentação, tais como consolidar, separar, classificar e preparar as mercadorias para despacho. Ele acrescenta ainda, que a armazenagem é a denominação ampla que inclui todas as atividades de um local

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destinado à guarda temporária e à distribuição de materiais, tais quais, depósitos, almoxarifado e centros de distribuição entre outros.

Para Guarnieri et al. apud Braga, Pimenta e Vieira (2009) as atividades envolvidas no processo de armazenagem são: recebimento, inspeção, endereçamento, estocagem, separação, embalagem, carregamento, expedição, emissão de documentos e inventários, que, agindo de forma integrada, atendem às necessidades logísticas, evitando falhas e maximizando os recursos.

Dois fatores importantes influenciam no processo de estocagem: um em função das características do material, que explora possibilidades de agrupamentos por tipo, tamanho, frequência de movimentação, ou mesmo até a estocagem por tipo de material que seja usado em um departamento específico. E o outro em função das características do espaço, e a forma com que se pretende utilizar este espaço, considerando o tamanho, características da construção (paredes, pisos etc.), localização em consonância às demais áreas de empresa que se relacionam, critérios de disponibilidade (existência de filas para atendimento), etc. MOURA (1997).

Segundo Braga, Pimenta e Vieira (2009) objetivo do armazenamento é utilizar o espaço nas três dimensões (comprimento, largura e altura), de maneira eficaz. As instalações do armazém devem propiciar a movimentação ágil de suprimentos desde o recebimento até a expedição.

O armazenamento de matérias não possui uma forma clara que ordenem o modo como os materiais devem ficar organizados no estoque, desta forma é necessário analisar os aspectos citados anteriormente, como as dimensões do armazém (comprimento, largura e altura), bem como as características do produto a ser armazenado. Desta forma Viana (2002) cita algumas alternativas de armazenagem que podem ser utilizadas de acordo com a necessidade do almoxarifado, das quais destacamos:

• Armazenagem por agrupamento: consiste em agrupar materiais com a mesma característica, muito embora nem sempre permita o melhor aproveitamento do espaço;

• Armazenagem por freqüência: que consiste na arrumação mais próxima possível dos materiais que tenham maior freqüência de movimento.

3.1.1 Equipamentos de armazenagem

No mercado existem vários tipos de equipamentos destinados a armazenagem dos estoques, dentre os quais destacaremos aqueles que podem auxiliar a empresa pesquisada, que são: paletes, estruturas metálicas e cantilever.

Os paletes, são plataformas dispostas horizontalmente para carregamento, podendo ser feitas em madeira, metal ou plástico, constituídas de vigas, blocos ou uma simples face sobre os apoios, cuja a altura é compatível com a introdução de garfos do equipamento de movimentação utilizado, possibilitando o agrupamento de materiais, possibilitando a estocagem e manuseio VIANA (2002).

As estruturas metálicas, possuem vários tamanhos e formatos, enfatizaremos aqui a estrutura leve em prateleira de bandejas. Assim de acordo com VIANA (2002, p. 330-331),

Trata-se de estantes metálicas constituídas com colunas em perfis de chapa de aço dobrada, perfuradas continuamente segundo determinado passo, e prateleiras, também em chapa de aço dobrada, com posição regulável na altura, adequadas ao armazenamento de matérias leves, de até 35 kg, manuseados sem a necessidade de qualquer equipamento, e que admitem uma carga de até 250 kg uniformemente distribuídos.

A estrutura cantilever é indicada para armazenagem de peças de grande comprimento (Viana 2002), como barras e tubos, formada por colunas perfuradas nas quais se encaixam os braços, cuja altura é regulada.

3.2 Layout

Segundo Martins e Laugeni (2006) para elaboração do layout, são necessárias informações sobre especificações e características do produto, quantidades de produtos e de materiais, espaço necessário para cada equipamento, incluindo espaço para movimentação do funcionário, estoques e manutenção e informação sobre o recebimento, expedição, estocagem de matérias primas e produtos acabados e transportes.

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Dias (1993) define layout como sendo à disposição de homens, máquinas e materiais que permite integrar o fluxo de materiais e a operação dos equipamentos de movimentação para que a armazenagem se processe dentro do padrão de economia e rendimento.

Seguindo essa mesma linha de pensamento de Dias, observa-se que Viana (1998) apud Freitas et al. (2006) também define o layout com um arranjo de homens, máquinas e materiais, sendo a integração do fluxo típico de materiais, da operação dos equipamentos de movimentação, combinados com as características que conferem maior produtividade ao elemento humano, isto para que a armazenagem de determinado produto se processe dentro do padrão máximo de economia.

Na concepção de Matos (1999) apud Piazzarollo et al. (2008, p. 02) os objetivos básicos do layout são: Integração total de todos os fatores que afetam o arranjo físico; Movimentação de materiais por distâncias mínimas; Todo o espaço efetivamente utilizado; Satisfação e segurança para os empregados; Um arranjo flexível que possa facilmente ser reajustado. Ainda de acordo com o autor o layout é uma integração de diversos fatores, há sempre alguma coisa imperfeita nele. Sempre se pode criticar alguma coisa em qualquer layout.

De acordo com Moura (1997), o layout deve ter por objetivo:

• Assegurar a utilização máxima do espaço; • Proporcionar movimentação de materiais da forma mais eficiente; • Permitir estocagem mais econômica, minimizando as despesas de equipamento, espaço danos de

material e mão-de-obra do armazém; • Proporcionar a máxima flexibilidade do sistema que atenda as necessidades de mudança de estocagem e

movimentação, e; • Permitir a boa organização.

A metodologia geral, para projetar um layout de um armazém, consiste em cinco passos, segundo VIANA (2002, p. 310):

• Definir a localização de todos os obstáculos; • Localizar as áreas de recebimento e expedição; • Localizar as áreas primárias, secundárias, de separação de pedidos e de estocagem; • Definir o sistema de localização de estoque e; • Avaliar as alternativas de layout do armazém.

Há algumas situações que originam a mudança do layout:

• Variedades dos produtos; • Lançamento de produtos; • Variação na demanda; • Obsolescência das instalações; • Ambiente de trabalho inadequado e; • Redução dos custos

O layout é uma estrutura que já foi bastante ignorada por seus administradores, sendo considerado secundário nos seus planejamentos. Hoje, o meio empresarial concebe que não se pode obter eficiência nas operações logísticas, sem que haja um arranjo físico bem planejado da área do armazém (FREITAS et al., 2006).

3.3 Movimentação

A movimentação de materiais é uma tarefa que demanda grande esforço, a utilização de equipamentos adequados para cada tipo de material contribui de forma a proporcionar aos funcionários uma execução melhor desta tarefa.

Dessa forma, o projeto de movimentação de materiais deve, portanto, considerar no investimento de equipamentos, a sua efetiva necessidade. O uso de carrinhos manuais devem ser preferidos, se o processo não exigir equipamento com maior sofisticação e de maior custo, tanto de aquisição como de manutenção.

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Moura (1997, p. 204), menciona que a maior parte do trabalho executado num armazém consiste na movimentação de materiais. É nessa área que as soluções para os problemas devem ser buscadas. O modo pelo qual os materiais são localizados, estocados e movimentados, tem uma influência decisiva sobre como é efetivamente utilizado o espaço.

A movimentação para Lambert et al. (1998) apud Braga, Pimenta e Vieira (2007) trata de todos os aspectos do manuseio o fluxo de matérias-primas, estoques de produtos dentro de uma fábrica ou armazém. A movimentação de materiais procura atingir os seguintes objetivos: eliminar o manuseio onde possível; minimizar distâncias; proporcionar um fluxo uniforme, livre de gargalos; e minimizar perdas com: quebra, desperdício e desvio.

No mercado existem equipamentos modernos e sofisticados. A escolha dos equipamentos depende de algumas variáveis como: o custo, o produto a ser manuseado, espaço disponível, entre outros.

Também existem duas importantes variáveis para a seleção dos equipamentos que farão à movimentação de materiais: a distância do trajeto e o volume de material. Essas variáveis apontam para quatro categorias de equipamentos (REVISTA INTRALOGÍSTICA, 2009, p. 94):

• Equipamentos de movimentação simples – adequados para distâncias curtas e baixa intensidade. Por exemplo, transpaletes manuais.

• Equipamentos de movimentação complexos – adequados para distâncias curtas e alta intensidade. Por exemplo, transportadores contínuos de rolos.

• Equipamentos de transporte simples – adequados para longas distâncias e baixa intensidade. Por exemplo, rebocadores e carretas industriais.

• Equipamentos de transporte complexos – adequados para longas distâncias e alta intensidade. Por exemplo, transportadores contínuos de correia.

Para Moura (2005) o layout e a movimentação estão ligados de tal maneira que é difícil determinar, muitas vezes, as áreas de influencia de um sobre o outro. Na verdade, movimentação de materiais é uma consequência do layout. Um layout bem planejado e estruturado proporciona uma movimentação adequada de equipamentos, material e pessoas.

3.4 Programa 5S

A fim de contextualizarmos historicamente e conceitualmente, sinalizamos que o Programa 5S ou House

Keeping, surgiu no Japão nas décadas de 50 e 60, com a equipe do professor Kaoru Ishikawa que lançou um método de combate aos desperdícios e eliminação de perdas, visando otimizar os poucos recursos existentes em um país destruído pela Segunda Guerra Mundial, quando aquele país vivia a chamada crise de competitividade (CASTRO, 2006).

O programa tem esse nome por tratar-se de um sistema de cinco conceitos básicos e simples, porém essenciais e que fazem à diferença no Sistema da Qualidade (Anvisa, 2005; Castro, 2006). A pesar da simplicidade das idéias e da facilidade de aplicação na prática, a sua implantação efetiva não constitui uma tarefa simples, isto porque a essência do seu entendimento é a promoção da mudança de atitudes e hábitos das pessoas.

O programa 5S fundamenta-se na melhoria da qualidade dos ambientes e faz com que pequenas mudanças do dia-a-dia proporcionem um grande resultado, atrelando as possíveis mudanças comportamentais e atitudes das pessoas, uma vez que o ambiente é um fator preponderante no processo, na satisfação das pessoas e para a Gestão da Qualidade Total (AGILITY, 2002; LAPA, 1999 apud SILVA JÚNIOR et al., 2009).

Segundo Castro (2006), o Programa foi utilizado, inicialmente, pelas donas de casa japonesas para envolver todos os membros da família na administração e organização do lar, estendendo-se, posteriormente ao segmento industrial.

Conforme o autor, na década de 80, o Programa foi redescoberto por alguns países do Oriente, cujo enfoque e objetivo foram alcançados como maneira de se comunicar pronta e eficazmente. Segundo Andrade (2002, p. 43), no Brasil, a partir de 1991, o 5S tem sido implantado formalmente nas empresas.

De acordo com o Sebrae (2008, p. 08), o Programa 5S consiste de cinco “sensos”, cujas palavras em Japonês iniciam com a letra S:

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� Seiri: Senso de utilização (descarte). Esse é o senso de utilidade, ou seja, separar as coisas úteis das inúteis, dando um destino àquelas que, no instante e no ambiente atual, não são mais úteis. Vale a pena esclarecer que inútil não significa que poderá ser jogado fora, e sim que no momento não tem utilidade naquele local especifico. Pode ser encontrado no Brasil com os nomes: organização, utilização, seleção, classificação.

� Seiton: Senso de organização. A ordem é “pesquisa de layout”, de forma a encontrar um lugar para cada coisa e manter todas as coisas sempre em seus devidos lugares. A organização é a etapa que mais contribui para o “gerenciamento visual”. Pode ser encontrado no Brasil com os nomes: sistematização, arrumação.

� Seiso: Senso de respeito (limpeza). Esse é o senso de respeito a tudo que está ao nosso redor – objetos, equipamentos, instalações – e às pessoas. Terminada a etapa do senso de utilização, ficou somente o útil, e este deverá ser respeitado, pois quando for preciso terá obrigação de cumprir seu propósito. Pode ser encontrado no Brasil com os nomes: inspeção, zelo.

� Seiketsu: Senso de higiene. É o senso para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Nele são praticados todos os sensos anteriores, na vida pessoal e no ambiente, para garantir uma melhor qualidade de vida. Pode ser encontrado no Brasil com os nomes: padronização, saúde, aperfeiçoamento, asseio.

� Shitsuke: Senso de disciplina (ordem mantida). Autodisciplina significa autocontrole, nova atitude para ter e manter as habilidades de fazer as coisas certas. Argumentar sobre o caminho percorrido até o momento, os benefícios obtidos e a importância da continuidade. Uma vez obtido o comprometimento de todos os envolvidos, cumprir rigorosamente as regras.

De acordo com Ribeiro (1994), é possível, implantar o Programa 5S e integrar todos os colaboradores, sócios, clientes, e pessoas que façam parte do empreendimento, seguindo os seguintes passos:

• Sensibilização – é preciso que todos se comprometam com a condução do Programa 5S; • Definição de quem irá promovê-lo – o responsável por implantá-lo na empresa deve ter conhecimento

dos conceitos que fazem parte desse programa tendo como função criar a estrutura para execução do Programa 5S, elaborando um plano, treinando/formando e promovendo a integração dos funcionários;

• Anúncio oficial – o responsável pelo Programa deve anunciar para todos, a decisão de implantar o 5S, fazendo uma cerimônia ou reunião enfatizando a importância dos conceitos;

• Treinamento/Formação – pode ser feito através de visitas a outras instituições que já estejam implantando o programa 5S, cursos, materiais específicos e etc.;

• Elaboração do plano – deve definir os objetivos a serem atingidos, estratégias e meios de verificação; • Formação de comitês locais – é função do grupo encarregado, promover o 5S no seu local de trabalho; • Treinamento de comitês, locais para o lançamento do 5S – com um maior conhecimento sobre o

programa, os grupos locais podem orientar e conduzir os colegas de trabalho durante a implantação do mesmo.

O Programa 5S, terá grande êxito com o comprometimento e dedicação de todos que fazem parte do empreendimento, contando até mesmo com a colaboração daqueles de difícil personalidade.

3.5 PEPS ou FIFO (First-In-First-Out)

A gestão de estoques é essencial para o bom funcionamento da empresa, daí a importância de controle em relação ao estoque tanto com relação a sua quantidade que deve ser ótima, de forma suficiente para atender a demanda, sem grandes excessos que geram custos demasiados para a empresa.

Outro importante mecanismo de controle de estoques é determinar o custo dos produtos estocados que estão destinados à venda. Este cálculo é feito através do valor de aquisição da mercadoria menos o ICMS mais os acréscimos referentes a fretes e seguros pagos pelo comprador.

Administrar estoques exige certo cuidado, visto que um mesmo produto do estoque pode ter preços diferentes para a empresa, dependendo do período em que foi adquirido. Esse fator quando não é levado em consideração pode representar prejuízos para a empresa. Para auxiliar nesse controle e avaliação dos estoques pode-se citar, dentre outros, o método PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair).

O método PEPS é controle de entradas e saídas do estoque de forma cronológica. Por esse método, à medida que ocorrerem as vendas, é dado baixa no estoque dos primeiros itens que foram comprados pela empresa, ou seja, as primeiras unidades compradas são as primeiras a serem vendidas. A mercadoria vendida é contabilizada de acordo com o seu valor de entrada no estoque, devendo ser aplicado o seu custo real.

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De acordo com Mattos (2006, p. 08), quando o giro dos estoques ocorre de maneira rápida ou quando as oscilações normais nos custos podem ser absorvidas no preço do produto, ou quando se dispõe de material que esteja mantido por longo prazo, esse tipo de avaliação serve também para valorização dos estoques. Consequentemente, os estoques são mantidos em contas do ativo, com valores aproximados dos preços atuais de mercado.

4. ANÁLISE

4.1 A empresa objeto do estudo

A empresa estudada foi constituída em 1984, com um capital inicial de 10 mil reais e iniciando como uma empresa de fabricação de portas e janelas, que também podiam ser produzidas sob medida de acordo com a preferência do consumidor. Com o passar dos anos a empresa tornou-se uma loja varejista do ramo de material de construção especializada em acabamentos em geral (materiais hidráulicos, elétricos, tintas, iluminação, pisos e revestimentos, louças e vasos sanitários portas e janelas entre outros produtos), não produzindo mais portas e janelas, que agora são responsabilidade de mão de obra terceirizada.

Caracteriza-se por uma organização LTDA e familiar, que atualmente tem um faturamento médio mensal de R$ 100.000,00. Possui um quadro de funcionários composto por 14 colaboradores divididos da seguinte forma: oito vendedores; dois funcionários para entrega dos produtos (um motorista e um ajudante); quatro funcionários (da família) que fazem serviços gerais (atendimento, caixa, acompanhamento de pedidos entre outros serviços). No período de sazonalidade alta (entre Outubro e Janeiro) a empresa contrata de dois a três funcionários temporários.

O aumento das vendas ocorre no período compreendido entre os meses de Agosto a Janeiro, sendo as esquadrias de madeira e o piso cerâmico os produtos que apresentam os melhores desempenhos, pois tem uma boa procura por parte dos consumidores durante todo o ano.

As compras (feitas pela empresa) são concentradas no mês de Julho, ao final do período chuvoso e um mês antes do aumento das vendas, desta forma, todo o estoque adquirido atende a demanda do período compreendido entre Agosto e Janeiro. Nos demais meses, podemos observar um baixo volume de compras devido à sazonalidade do mercado, onde as vendas de artigos para construção civil sofrem uma queda nos seus volumes de vendas.

A empresa possui um software de gerenciamento, que facilita o controle do estoque da empresa, pois informa os níveis do mesmo em cada venda que é realizada e equipamentos de informática (computadores, impressoras, leitor óptico) e telecomunicação (dados e voz). Além disso, os vendedores fazem um acompanhamento periódico do estoque, observando, visualmente, aqueles produtos que se encontram em pequeno volume. Possui estoque de produtos para venda e um estoque para materiais de consumo. As mercadorias são codificadas de acordo com a ordem de entrada na loja, não havendo um código de referência por tipo de material.

Não é feita a depreciação dos bens, devido ao desconhecimento por parte dos diretores da existência de um cálculo que determine a Vida Econômica dos Bens. A substituição dos equipamentos acontece quando eles já não estão em condições de uso ou quando são identificados como equipamentos obsoletos e o investimento feito em patrimônio é todo de capital próprio, já que não existe um fundo de reserva gerado pela depreciação dos equipamentos. Geralmente se investe quando é identificada a necessidade de atualização da loja de acordo com as tendências do mercado. Esta decisão de investimento é tomada pelos dois sócios.

4.2 Processo de armazenagem da empresa em estudo

O processo de armazenagem inicia-se com a chegada da mercadoria a empresa, logo o funcionário recebe e confere junto ao distribuidor se o lote está de acordo com o que foi pedido. Em seguida, é feita a codificação das mercadorias de acordo com a sua ordem de chegada, e consequente registro dos seus dados no sistema de gerenciamento de estoque. Posteriormente as mercadorias são armazenadas de acordo com suas especificidades. O diagrama abaixo descreve esse processo.

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4.3 Quadro atual da empresa

Foram identificados na organização visitada, alguns problemas relacionados à parte de organização, distribuição, movimentação e armazenagem. Nesses pontos, torna-se necessário uma intervenção e além de uma veemente busca por melhorias, já que o estoque para esse tipo de organização representa um alto índice de capital investido.

Os principais problemas encontrados na área de armazenagem foram:

• Falta de organização do layout; ausência de uma distribuição correta dos materiais dentro da Organização e perda de alguns produtos do estoque, devido à falta de estruturação do almoxarifado.

• Espaço inadequado para movimentação de materiais, funcionários e equipamentos e falta de equipamentos de movimentação apropriado para carregar alguns tipos de produtos do estoques;

• Ausência de estrutura apropriada para armazenagem de produtos como portas, cerâmicas e louças (figura 2);

Uma análise, desses problemas encontrados na Loja de Material de Construção em estudo, será apresentada a seguir.

Figura 01 – Diagrama do processo de armazenagem. Fonte: Pesquisa direta, 2009.

ARMAZENAGEM

CODIFICAÇÃO

REGISTRO NO SISTEMA (Software de Gerenciamento)

NÃO

SIM

CHEGADA DA MERCADORIA

CONFERE O LOTE

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PLANTA DO PAVIMENTO SUPERIOR

PLANTA DO PAVIMENTO TÉRREO

LOJA

ESQUADRIAS

PISO

LOUÇAS

MATERIAL

HIDRÁULICOMATERIAL

HIDRÁULICO

ARGAMASSA

ESQUADRIASLOUÇAS

MATERIALELÉTRICO

Ilustração: Rosângela Andrade

FOI OBSERVADO E ILUSTRADO NAS PARTESHACHURADAS, QUE A EMPRESA EM ESTUDO NÃOTEM A PREOCUPAÇÃO COM A MOVIMENTAÇÃO ECIRCULAÇÃO DOS PRODUTOS E FUNCIONÁRIOS,POIS OS PRODUTOS FICAM EM LOCAIS DE DIFÍCILACESSO, SEM CORREDORES QUE FACILITEM A BUS-CA E O ACESSO AS MERCADORIAS DO ESTOQUE. EMALGUNS PONTOS, FICA CONFUSO SABER QUE TIPODE PRODUTO PODE SER ENCONTRADO NO LOCAL.

4.4 Análise dos dados

Apesar de todos os problemas encontrados na Gestão da Armazenagem e Movimentação da Loja em estudo, estarem interligados, será necessário fazer a análise de alguns desses problemas ponto a ponto, para melhor compreensão e aplicação de melhorias.

Fica bem evidente ao observar às fotos 01, 02, 03 e 04 a falta de organização do Layout da Loja. A área que corresponde à armazenagem do estoque da empresa é má estruturada, apesar da mesma adotar certa divisão de produtos por área, mais isso não é seguido corretamente, pois ao examiná-la foram encontradas portas, cerâmicas e louças (sanitárias) no mesmo setor, já no pavimento superior da loja estão dispostas juntas novamente as louças com uma parte dos produtos elétricos e hidráulicos, como também entulhos (sacos plásticos, papelão, produtos quebrados entre outros), que amontoam o espaço.

Figura 02 – Layout atual da área de armazenagem. Fonte: Pesquisa direta, 2009.

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A Loja possui uma área grande para a armazenagem do seu estoque, no entanto é mal dividida. A empresa não tem uma preocupação com a estrutura física do Galpão, visto que é observada a má conservação do mesmo, não há uma preocupação da loja em fazer uma limpeza do local, como também não possui um interesse de iluminar adequadamente a parte de estocagem das esquadrias e cerâmicas, esse problema dificulta o trabalho dos funcionários, além disso, não existe nenhum tipo de sinalização, codificação e classificação dos produtos.

No ambiente que corresponde à loja, os produtos vendidos estão agrupados de acordo com suas funções, exemplo é que, na parte das esquadrias os itens complementares como fechaduras, ferrolhos e dobradiças se encontram localizadas próxima às mesmas (foto 05), facilitando o acesso e a sua escolha, já isso não ocorre de forma correta na estocagem, prejudicando o desempenho dos funcionários da empresa, dificultando a busca de um produto, exemplo às portas, pois estão amontoadas de forma inadequada, assunto este que será falado mais adiante.

Como cada produto tem características diferentes, o mesmo deve ser armazenado conforme a suas características e necessidades, garantindo a máxima proteção, mais uma vez isso não ocorre na loja. Podendo ser citado o exemplo das louças e das cerâmicas que são produtos de certa forma frágeis, que no caso de um

Foto 5 – Exposição dos produtos da loja. Fonte: Pesquisa direta, 2009.

Foto 3 – Estoque Fonte: Pesquisa direta, 2009.

Foto 1 – Estoque Fonte: Pesquisa direta, 2009.

Foto 2 – Estoque Fonte: Pesquisa direta, 2009.

Foto 4 – Estoque Fonte: Pesquisa direta, 2009.

Page 11: ARTIGO1-ARMAZENAGEM E MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS EM UMA EMPRESA VAREJISTA DO RAMO DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

mal acondicionamento pode ser danificado, foi o que observou-se com algumas louças que estavam “jogadas” em locais impróprios e com as cerâmicas que estavam espalhadas por várias áreas da loja e do almoxarifado (foto 06), e estavam danificadas e até quebradas.

A empresa não possui em sua área de armazenagem estruturas apropriadas para estocagem de seus produtos, as duas estruturas que a empresa dispõe não são apropriadas, uma delas é improvisada para esse fim que é a estrutura de madeira para estocar os tubos de PVC (foto 07), já o outro são os Pallets no quais as cerâmicas ficam em cima (foto 08), tendo trechos que o acesso as mesma é difícil.

A empresa também não possui uma estrutura adequada para a estocagem das portas, as mesmas ficam acumuladas umas em cima das outras de forma inadequada (foto 09), podendo acarretar a perda do produto, pois a porta pode empenar e pegar umidade (foi observada em uma das visitas a empresa, que aviam portas molhadas).

A falta de organização do almoxarifado acarreta outro problema à falta de espaço para circulação dentro do estoque, pois toda a movimentação é feita só nos corredores, os produtos que ficam perto das paredes possuem difícil acesso, os funcionários passam por cima de determinados produtos para pegar o que esteja procurando.

A empresa utiliza carrinhos manuais, carro de mão e principalmente à força física dos empregados, para locomoção dos produtos, há má adequação do ambiente, acarreta para os empregados, perda do rendimento físico, devido a esforços desnecessários. Como também perda para empresa, visto que a mesma terá custos extras com o problema. Observamos então, que a movimentação de materiais está diretamente ligada a forma como o layout é estabelecido, portanto para uma boa capacidade de movimentação, é necessário um layout

que leve tal ponto em consideração.

Outro aspecto a ser levado em conta é a não utilização do sistema PEPS (Primeiro a entrar é o primeiro a sair), o que acarreta problemas quanto ao cálculo do custo do estoque e da apuração correta do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e prestação de Serviços). Além disso, a falta de controle sobre essa ordem de entrada e saída tem ocasionado perdas para empresa, pois foi verificado no almoxarifado produtos estocados por longo prazos, como cerâmicas, tendo em vista que produtos da mesma linha estão entrando e saindo antes que os que já se encontravam estocados sejam despachados, desta forma vários

Foto 6 – Estoque Fonte: Pesquisa direta, 2009.

Foto 9 – Estoque Fonte: Pesquisa direta, 2009.

Foto 8 – Estoque Fonte: Pesquisa direta, 2009.

Foto 7 – Estoque Fonte: Pesquisa direta, 2009.

Page 12: ARTIGO1-ARMAZENAGEM E MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS EM UMA EMPRESA VAREJISTA DO RAMO DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

produtos acabam ficando sem condições de uso em face a seu longo tempo estocado, o que acarreta em perda das suas condições de uso.

O inventário físico, apesar de executado de forma anual, não recebe a atenção devida, pois após a análise de alguns relatórios, verificamos várias discrepâncias entre o estoque físico e o que se encontravam registrados no sistema de gestão utilizado pela empresa, encontrando-se inclusive alguns itens com estoque negativo.

4.5 Sugestões

Com base na análise dos dados foi observada a necessidade de várias alterações no sistema de armazenagem e movimentação dos materiais, visando à otimização do sistema.

Buscando a redução de tempo e melhoria do processo como um todo, sugere-se que a codificação dos produtos, seja realizada através do código de barras, simultaneamente ao seu registro no sistema. Dessa forma o produto estaria disponível para venda mais rapidamente (figura 2).

Identifica-se também a necessidade no processo de armazenagem, de disposição por categorias de produtos e maior cuidado ao acomodá-los, evitando a perda por quebra ou perca de suas propriedades, tornando-se impróprios para venda. O que gera uma porção de custos extras.

Sugere-se a implantação do Programa 5S, que visa trazer benefícios para a estrutura física do ambiente (o layout), para a motivação dos colaboradores, higiene, organização, arrumação e a autodisciplina de todos. Com a sugestão de implantação do Programa de Qualidade Total – 5S acarretará numa melhoria em seu ambiente de trabalho; as relações interpessoais tornar-se-ão mais saudáveis; diminuirá as perdas com acidentes no trabalho; reduzirá o retrabalho; aumentará a produtividade nas atividades realizadas e a imagem da organização junto aos clientes ficará melhor; restringirá os gastos dos serviços para os clientes; os funcionários perceberão a possibilidade de crescimento pessoal e profissional e ocorrerá uma melhora na auto-estima das pessoas envolvidas.

Aliado à implantação dos 5S propomos que a armazenagem dos materiais seja realizada de acordo com o sistema PEPS, pois dessa forma seria garantida a renovação do estoque, visto que, os primeiros itens que entram são os primeiros que devem sair. Para isso é necessário a adequada organização dos itens com sinalização que indique as datas de entrada no estoque, facilitando o controle das entradas e saídas. Dessa

Figura 03 – Diagrama melhorado do processo de armazenagem. Fonte: Pesquisa direta, 2009.

ARMAZENAGEM

NÃO

SIM

CHEGADA DA MERCADORIA

CONFERE O LOTE

REGISTRO NO SISTEMA (Software de Gerenciamento)

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forma, itens recém chegados não poderiam ser expedidos antes dos que estão a um maior tempo no estoque, correndo o risco de tornarem-se obsoletos ou mesmo perderem suas propriedades.

Como sugestão para empresa existe o Empilhamento sobre o piso, os mesmos são empilhamentos que são feitos com os Pallets que ficam no piso, é o que ocorre mais ou menos com estrutura adotada pela empresa para estocar as cerâmicas, mais o que esta sendo proposto é que tenha uma maior organização no empilhamento da cerâmica deixando espaços para que os funcionários possam pegar com facilidade as caixas e também que o equipamento que os mesmos utilizam possa circular de forma acessível.

Possui no mercado uma estrutura chamada Cantilever (figura 10), a mesma é apropriada para estocar tubos de PVC, metálicos e também madeira, seria adequado para a empresa, pois principalmente no caso das madeiras, as mesmas não ficariam mais amontoadas no chão.

Outro ponto que merece destaque é o layout atual da empresa, pois apesar do almoxarifado esta dividido por área não é usado de forma correta, é proposto que os gestores da empresa se conscientizem da importância da utilização adequado do espaço, para evitar perdas, custos extras e que alguns produtos tornem-se obsoleto. A figura 05, traz a proposta de melhoria para o layout da área de armazenagem da empresa em estudo, a mesma terá as áreas adequadas para a circulação de pessoal, equipamentos e material. Como sugestão a empresa poderá investir em um equipamento não motorizado como é o caso do Transpalete hidráulico, que será útil para empresa principalmente no deslocamento das cerâmicas e portas.

Figura 04 – Estante Cantilever Fonte: Pesquisa direta, 2009.

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5. CONCLUSÃO

Foi constatado que a empresa não faz a administração da armazenagem e movimentação materiais de forma correta, o que é um grande erro, visto que, é neles que a empresa investe uma maior quantidade de recursos. Não há planejamento adequado quanto ao layout, nem controle de entrada e saídas dos materiais, bem como a carência de equipamentos para a armazenagem e a movimentação dos mesmos.

A melhor organização da armazenagem e movimentação funciona como mais uma ferramenta de controle, pois irá possibilitar uma melhor e maior eficiência, facilitando as entradas e saídas das mercadorias evitando assim que algumas possam ficar por um longo período estocado, ao passo que produtos novos sejam despachados antes dos antigos.

É nítida a importância de uma administração de materiais consciente para as empresas, mesmo para as de pequeno porte como é o caso da pesquisa, pois dessa forma a empresa consegue obter um maior retorno sobre os recursos que foram alocados nessa área. Além de obter maior qualidade nos seus produtos e serviços e um grande potencial competitivo.

Figura 05 – Proposta de melhorias para o layout da área de armazenagem. Fonte: Pesquisa direta, 2009.

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