Artigo Teorico Macroeconomia 2.Txt

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Aula 22 - 404065- IE. Prof. Eziquiel Guerreiro. Macroeconomia- Det da Renda Nacional

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Outras medidas agregadas

Dos bens e serviços finais produzidos uma parte e destinada a repor os equipamentos e instalações, a título de depreciação. A inclusão ou não dessa parte dos bens finais destinados à depreciação define o produto nacional como sendo bruto ou líquido.

Produto Nacional Bruto (PNB) PNB é o valor monetário de todos os bens e serviços finais produzidos com os

serviços de fatores de produção pertencentes a indivíduos de um país, num certo período de tempo, não importa onde eles estejam

Produto Nacional Líquido (PNL) É o valor monetário dos bens e serviços finais produzidos com os serviços de fatores

de produção pertencentes a indivíduos da nação, num período de tempo, menos àqueles destinados a repor o estoque de capital consumido nesse período.

Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE) Considerando a existência de fatores de produção pertencentes a brasileiros estarem

no exterior e fatores de produção de estrangeiros estarem no Brasil, temos o recebimento de renda do exterior (RRE) por serviços de fatores de produção de brasileiros situados no exterior e o envio de renda ao exterior (REE) por serviços de fatores de produção de estrangeiros situados no Brasil. Os envios menos os recebimentos nos dão a renda líquida enviada ao exterior (RLEE).

Produto Interno Bruto (PIB)

É o valor monetário de todos os bens e serviços finais1 produzidos com os serviços de fatores de produção situados dentro dos limites geográficos de um País durante certo período de tempo, mesmo que parte pertence a estrangeiros.

1Só faz parte do PIB os bens e serviços finais avaliados a preços de mercado. Então, os serviços realizados

pelas "donas de casa"; as hortas domésticas, a produção não declarada das atividades ilegais não entram na composição do PIB.

PNB = PNL + Depreciação

PIB = PNB + RLEE

PNL = PNB – Depreciação

RLEE = REE - RRE

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PIL = PIB - Depreciação

Produto Interno Líquido (PIL)

A diferença entre "Interno" e "Nacional" O conceito de interno está associado ao de território econômico. Este é constituído

pelo território terrestre, o espaço aéreo e as águas territoriais do país, os enclaves extraterritoriais mantidos no exterior por força de acordos internacionais e os equipamentos móveis (aeronaves, embarcações, plataformas flutuantes e satélites) que fazem parte dos estoques de capital mobilizados pelos agentes econômicos sediados no país. Assim, quando se emprega o adjetivo interno, a referência é à localização territorial dos agentes econômicos e não à sua nacionalidade. Já para o conceito de nacional, a referência é à nacionalidade dos agentes econômicos. Então, nacionais são os produtos gerados pelos recursos de propriedade de uma nação, os fluxos de renda por ela apropriados e os dispêndios que ela realiza, independentemente das bases territoriais onde ocorram (ROSSETTI, 1997, p. 562).

PIB versus PNB

PIB > PNB, ocorre quando o país usa dentro do seu território econômico, mais recursos pertencentes a outras nações, comparativamente aos recursos nacionais usados por outros povos em outros países. Por isso, remetem mais pagamentos do que recebem, a título de remuneração de fatores. Assim, REE > RRE. Tem-se uma RLEE > 0.

PIB < PNB, ocorre quando o país fornece recursos para outras nações, em escala superior ao emprego que fazem de recursos pertencentes a outros povos. Neste caso, REE < RRE. Tem-se uma RLEE < 0.

Produtos a custo dos fatores e a preços de mercado Como o governo cobra impostos indiretos (ICMS e IPI) que são repassados aos

preços. Assim, ao medirmos o produto (PIB, PIL, PNB ou PNL) pela soma dos valores adicionados nos diversos estágios de produção obtemos uma avaliação a custo dos fatores (PIBcf, PILcf, PNBcf, PNLcf), não incluindo os impostos indiretos (II). De outro lado, medindo o produto total pela soma dos produtos finais contabilizados os impostos indiretos, obtemos o produto a preços de mercado (PIBpm, PILpm, PNBpm, PNLpm),

Temos, portanto:

PNBPM = PNBCF + II PIBPM = PIBCF + II

PNLPM = PNLCF + II PILPM = PILCF + II

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Pelo lado da renda, só temos renda a custo de fatores (pois sobre a renda só incide impostos diretos) . Sendo:

RNB = renda nacional bruta

RNL = renda nacional líquida

RIB = renda interna bruta

RIL = renda interna líquida

Sobre a igualdade produto e renda temos:

PNBCF = RNB PNLCF = RNL

PIBCF = RIB PILCF = RIL

Considere que:

CC = contribuições compulsórias do setor privado ao setor público (incluindo imposto de renda de pessoas físicas, contribuições ao INSS, etc.

Tr = transferências do setor público ao setor privado (seguridade e bem-estar: pagamento de aposentadorias, subsídios, pensões, auxílios para a educação, transporte pessoal, alimentação, nascimento e funerais).

Onde:

RDSP é a renda disponível do setor privado, que é a renda disponível, para consumo e poupança, advinda da atividade econômica no período em questão.

Em resumo:

RNL = RDSP + CC – Tr

RNL = PNLCF

PILCF = PNLCF + RLEE

PILPM = PILCF + II

PIBPM = PILPM + Depreciação

Observe que entre PIBPM e a RDSP temos a intervenção do governo (com CC, Tr e II) e do setor externo (com a renda líquida enviada ao exterior). Quanto maior a renda líquida enviada ao exterior, as contribuições compulsórias do setor privado ao setor público e os impostos indiretos, maior a diferença entre PIBPM e RDSP.

RNL = RNB - Depreciação

RIL = RIB – Depreciação

RDSP = RNL – CC + Tr

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Produto e a renda interna per capita Além do produto e renda interna como medidas do desempenho de uma economia

são utilizados, também, o produto e a renda interna per capita, ou seja, o produto e a renda interna divididos pela população.

6.3.5. Alguns problemas com as medidas de renda e produto Um alto valor do produto ou renda interna total ou per capita como indicadora de

elevado bem-estar alcançado pela população esbarra nos seguintes problemas: • um alto valor do produto só pode ser associado a um alto nível de bem–estar se os

preços utilizados na avaliação de todos os bens finais forem indicadores da contribuição de cada bem ou serviço para o bem-estar. Numa economia com oligopólios e monopólios isso não ocorre para todos os bens e serviços;

• a presença de externalidades (poluição do ar, sonora e visual), que não são

computadas monetariamente, impede o produto e a renda interna serem bons indicadores do bem-estar; e

• o bem-estar social mede-se não apenas pelo tamanho do PIB e pela sua evolução,

mas, também, pela sua distribuição. Um PIB pode crescer a uma taxa anual de 10%, mas os lucros podem estar crescendo de 20% e os salários de 3% a.a.. Os proprietários dos fatores de produção podem estar tendo crescimentos diferentes de suas rendas. Exercícios 1. Mostre como opera o fluxo circular da renda. 2. Sobre o setor de formação de capital, na Contabilidade Social:

a) Defina poupança agregada e investimento agregado. b) Quais são os componentes do investimento agregado? A compra de ações constitui-se em

investimento, no sentido macroeconômico? 3. Defina produto nacional a preço de mercado, e renda nacional a custo de fatores. 4. Defina renda líquida enviada ao exterior, produto nacional bruto (PNB) e produto interno

bruto (PIB). 5. No Brasil, a renda enviada supera a renda recebida do exterior. Qual o maior, o PNB ou o

PIB? 6. Conceitue PIB real monetário e deflação. 7. Defina valores adicionados. Apresente um valor numérico. 8. A medida do PIB não reflete o padrão de desenvolvimento social do país. Comente. 9. Como você faria para saber se está ocorrendo agregação de valor numa empresa? 10. Considerando uma RDSP = 100, CC = 5, Tr = 6, RLEE = 2, II = 2 e Dep. = 10, quais os

valores de RNL, PILPM e PIBPM?2

2RDSP = renda disponível do setor privado. CC = contribuições compulsórias do setor privado ao setor público (incluindo

imposto de renda de pessoas físicas, contribuições ao INSS, etc.). RLEE = renda líquida enviada ao exterior. Dep. = depreciação. Tr = transferências do setor público ao setor privado (seguridade e bem-estar: pagamento de aposentadorias, subsídios, etc.).