ARTIGO SOBRE OBOÉ - Características, Curiosidades, A Origem, Linha do tempo

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Autor: Marcos Oliveira – Todos os direitos estão em processo de registro na Biblioteca Nacional. A venda deste material é proibida. Impressão é permitida. _11 Acesse na internet: http://aprendaoboe.blogspot.com Tema do artigo: O Oboé: Características, Curiosidades, A Origem do Oboé, Linha do tempo. Este artigo faz parte do guia completo de introdução ao estudo de Oboé. Acesse o Blog na internet: http://aprendaoboe.blogspot.com Informações: Marcos Oliveira – [email protected] Aprenda Oboé

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Tema do artigo:

O Oboé: Características, Curiosidades, A Origem do Oboé, Linha do tempo.

Este artigo faz parte do guia completo de introdução ao estudo de Oboé.

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CARACTERÍSTICAS

Cada tipo de instrumento tem seu som característico com qualidades do som que diferem um do outro e todo conjunto de

fenômenos sonoros possuem uma descrição matemática extremamente precisa, isto é que identifica o timbre.

Outras características afetam o modo como os sons são produzidos no oboé: tamanho (62 cm), formato (cônico), presença de

palheta dupla, seleção e qualidade da madeira, usinagem da madeira (corte, perfurações, torneamento), protótipo e montagem,

entre outros aspectos do corpo e da mecânica, assim como o “toque” final do fabricante.

Os harmônicos no Oboé têm intensidade superior à freqüência fundamental, isto permite a emissão de notas ricas; tornando as

graves: densas; e as mais agudas: penetrantes. O som é nasalado é mais áspero quando comparado com o timbre claro e aberto da

flauta. Esta qualidade que diferencia o Oboé dos outros instrumentos musicais, conferindo a ele o papel de afinar a orquestra.

O sistema atual das perfurações foi proposto por Theobald Boehn em 1832. Construtor alemão de flautas, Boehn propôs um

sistema em que orifícios são controlados por chaves, e determinam a freqüência exata da produção de cada nota musical.

A qualidade sonora e a variedade de estilos no Oboé dependem da sensibilidade e da técnica do oboísta, se possui uma boa

embocadura, dedicação ao estudo, etc; associado às técnicas de respiração conseguirá expressar muitos timbres.

Dica: a música não tem limites, por isto, nunca pare de estudar! Dedique-se ao seu instrumento. Oboé S6 Evoluzione

Patricola, 2008. www.patricola.it

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CURIOSIDADES

ORIGEM DO NOME: O nome “Oboé” vem do nome francês haut bois, que significa madeira

alta, devido ao seu registro agudo. Embora a pronúncia atual de haut bois se assemelhe a “oboá”,

até o século XVII à pronúncia era “Oboé”. Como o instrumento já havia se espalhado pelo mundo

quando esta mudança ocorreu, o nome permaneceu assim em português e em algumas outras

línguas. Pela mesma razão, em algumas línguas o instrumento é chamado de “oboa”.

CLASSIFICAÇÃO: A definição do Oboé é do Naipe: madeiras. O termo madeiras, refere-se à

forma de execução e não ao material de que o instrumento é feito. E estes por sua vez são

subdivididos de acordo com a forma de produção de som.

TIMBRE: Devido ao seu timbre penetrante e ao fato de ser o único instrumento de sopro que não

depende de regulagem para afinação, é o Oboé que toca a nota “Lá” antes de um concerto

começar, para que todos os outros instrumentistas afinem seus instrumentos.

COMPOSITORES: Os Oboés foram incorporados à orquestra em meados do século XVII, onde

desfrutou de grande popularidade entre compositores como Bach, Tomaso Albinoni, Vivaldi e

Handel, do período barroco. Sendo o único instrumento musical que permaneceu regularmente

presente nas orquestras até os dias atuais.

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A ORIGEM DO OBOÉ

UMA “PEQUENA” HISTÓRIA

Os instrumentos de palheta dupla são utilizados no mundo inteiro desde os tempos mais remotos. As provas mais antigas

levam-nos à civilização Suméria, a primeira a utilizar a escrita, três mil anos a. C. Conhecemos sobretudo o Aulos grego e

a Tibia romana, mas encontram-se ainda hoje "Oboés" que evoluíram muito pouco e que nos dão a ideia de como eram os

instrumentos primitivos. Apesar de serem diferentes, estes apresentam algumas analogias.

Na "nossa" Idade Média, as Bombardas e Charamelas são usadas em diversas ocasiões. Mas foi na Renascença (Séc.XVI),

e graças aos primeiros tratados de organologia que ficamos a saber da grande evolução que os instrumentos tiveram. O

espírito inventivo da época trouxe melhoramentos consideráveis, por exemplo a distância entre orifícios diminuiu,

aparecem as primeiras chaves nos instrumentos graves, o apoio dos lábios fica mais curto permitindo assim um controle

sobre a palheta, melhorando a sonoridade a afinação.

No fim do Séc. XVI princípio de XVII, dá-se a grande mudança com o aparecimento da ópera em que a voz é solista. Para

esta nova forma, são precisos instrumentos que acompanhem, (imitem) o que a voz canta, assim no decorrer deste século e

no seguinte, assiste-se à introdução de "novos" instrumentos nas orquestras. As Flautas de bisel são substituídas pela Flauta

travessa ou alemã, alguns instrumentos de palheta dupla, pela sua rudeza são postos de lado, mas em contrapartida o fagote

ganha terreno. O controle do som já é feito pelos lábios e a sua sonoridade é aceite pelos compositores.

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Só em 17 de Janeiro de 1657, Lully, utiliza o Oboé pela primeira vez no bailado "L'amour Malade", embora não haja uma

alusão concreta ao instrumento, há uma indicação inglesa de aproximadamente 1695 que refere: "O presente Oboé com

menos de 40 anos, é um aperfeiçoamento do (grande) Oboé francês, muito semelhante às Charamelas", aqui o adjetivo

‘grande’ não é para classificar o tamanho mas a tessitura, seria um Oboé grave. Neste comentário ao subtrair cerca de 40

anos à data, ficamos com mais certezas que o nosso Oboé entrou oficialmente na orquestra de Lully em 1657.

Daqui em diante o Oboé só conheceu a glória. No período Barroco e Clássico é utilizado por todos os compositores, tanto

na orquestra como em solista, mas tecnicamente evolui pouco e Mozart começa a preferir o Clarinete, pela sua sonoridade

doce e emissão fácil.

Em 1799 nasce Henri Brod, grande virtuoso e pedagogo, veio sobretudo inovar a construção do Oboé, melhorando a forma

interior, modernizando o mecanismo, e a grande inovação: inventou os atuais "pratos" onde encaixam as sapatilhas,

possibilitando uma maior precisão em toda a construção.

Beethoven escreveu um concerto para Oboé que se perdeu. No Romantismo só há lugar para o Oboé na orquestra. Robert

Schumann compôs as "Drei Romanzen op.94" para oferecer a Clara Schumann, sua esposa, como prenda no Natal de 1849,

sendo esta a única obra de um compositor representativo do período romântico escrita originalmente para Oboé. Como se

disse, na orquestra o Oboé tem um papel de extrema importância, nas sinfonias de Brahms, Mendelssohn, nas óperas de

Rossini, Verdi, Wagner, é sobretudo com os dois últimos, que também o Corne-inglês tem um papel de destaque, basta

referir alguns solos importantíssimos de óperas: (Verdi) "Baile de Máscaras", "Falstaff", "D. Carlos", (Wagner) "Tristão e

Isolda" e em todas as Óperas o Corne inglês. tem sempre algo a "cantar".

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Ainda na segunda metade do Séc.XIX a 13 de Outubro de 1842, nasce em Palermo (Sicilia) Antonino PASCULLI Oboísta-

compositor, achando que não havia obras que satisfizessem a sua virtuosidade, resolveu escrevê-las. Temos assim no nosso

repertório e a título de exemplo: "Fantasia" Sull' Opera Poliuto di Donizetti, "Gran Concerto" su temi dall' Opera "I Vespri

Siciliani" di Verdi, etc., podemos considerar estas obras ainda do período Romântico.

Devemos a Felix Mendelssohn o renascer do esquecido J.S.Bach, que é também o renascer da família dos OBOÉS, desde

então votada a um imerecido esquecimento, sobretudo o Oboé d'Amor com a sua sonoridade entre o Oboé e o Corne

inglês, tem o timbre ideal para acompanhar as vozes que Bach desejava que chegassem à Deus.

No virar do Séc. XIX para o Séc. XX assistimos à grande mudança já com Ravel, que no seu concerto para Piano em Sol,

compôe no segundo andamento um dos solos mais belos para Corne inglês, seguindo por Stravinsky.

No que diz respeito ao aperfeiçoamento do instrumento, este, atingiu a configuração atual em 1906, com o modelo do

Conservatório de Paris. Outros países criaram modelos próprios, mas sempre com base no sistema francês. As grandes

melhorias dos últimos anos, centram-se na afinação, precisão e durabilidade do mecanismo, homogeneidade do som em

todos os registos, facilidade de emissão sobretudo na região grave. Os fabricantes alemães permaneceram mais fiéis à

tradição ao passo que os franceses estiveram sempre abertos a algumas melhorias técnicas.

Atualmente já é possível encontrar no mercado Oboés feitos de resina plástica (ABS), porém o som não possui as mesmas

qualidades dos Oboés feitos em madeira, pois a madeira possui qualidades próprias que determinaram sua sonoridade

(densidade, presença de fibras e poros, entre outras).

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LINHA DO TEMPO

Este cronograma do desenvolvimento do oboé na história possui uma breve narrativa da linha do tempo.

Antiguidade - Os antepassados do Oboé e sua palheta dupla são provavelmente os mais antigos que outros instrumentos.

Instrumentos similares à palheta dupla aparecem na arte e foram referenciados na literatura da Índia, Mongólia, China e

Japão, e com os árabes e gregos. A partir daí, a sua influência se espalhou pelo oeste da Europa provavelmente por meio da

“Rota da Seda” (uma série de rotas interconectadas através da Ásia do Sul, usadas no comércio da seda entre o Oriente e a

Europa) e combates medievais na época das Cruzadas.

Aulos: Na Grécia antiga começaram a usar este instrumento no teatro, bem como em ocasiões importantes. Consistia em

um instrumento de corpo-duplo, formato cilíndrico (para ter um tipo de embocadura) com buracos para os dedos. Esta foi

uma das primeiras aparições registradas de um instrumento de palheta dupla.

1200 – Doucaine: foi descoberto há alguns anos atrás (cerca de 1969) em um naufrágio de um dos navios afundados de

'Henry III' (Rei da Inglaterra, 1207-1272). É semelhante ao 'Shawm' mas tem um orifício cilíndrico, em vez de cônico.

1400 – Crumhorn: O nome do 'Crumhorn' vem do alemão krumhorn, significando chifre-curvado. Foi utilizado desde o 14

séc. ao 17 séculos na Europa, e teve a sua origem de uma bexiga em formato de cachimbo. É de madeira, com um furo

cilíndrico e uma palheta dupla que é coberta por uma tampa de madeira perfuradas por uma fenda levantada na qual o

instrumentista toca. O efeito desta articulação é de abrir/fechar a saída de ar.

Egípcio tocando AULOS, de palheta dupla.

475 A.C.

CRUMHORN Popular na Europa entre

os séculos 14 a 17.

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Curtal ou Dulcian: É o precursor do Fagote. O corpo cônico e um desdobrável orifício cônico, onde a palheta é anexada ao final de um bocal

de metal inserido no topo deste pequeno orifício. O antecessor do moderno Fagote floresceu entre 1550 e 1700, antes disto existiu o Fagote

barroco usado na Espanha até o início do século XX. Veja a imagem a seguir.

1500/1600 – Rackett: De inventor desconhecido foi outro relacionado ao Fagote em meados de 1576. A sua estrutura interna é

constituída de 9 cilindros paralelos criando um longo tubo capaz de atingir notas muito graves. Por causa de sua construção, o

padrão de digitação era estranho e dificuldade às vezes para o músico. Em meados de 1600 um alemão criou sua versão barroca

com melhorias no sistema de digitação; aumentou o número de cilindros porém condensou o tamanho, isto o tornou um

instrumento mais versátil para alcançar notas. Veja como a foto à esquerda.

1200-1600 – Shawn: Este foi o antepassado direto do Oboé, provavelmente introduzido na Europa durante as cruzadas,

quando os exércitos usavam o instrumento para anunciar o início da guerra, bem como para a dança. O formato cônico e

amplo, construído com uma peça única de madeira com buracos para os dedos. Vide à foto à direita.

1600 – Cor anglais, English horn (chifre angulado): Apesar de ter sido criado no século 17, só entrou no padrão de orquestra

em meados de 1830. É caracterizado pela campana forma de sino (curvilíneo) e utilização de um bocal.

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Jean-Baptiste Lully (1632-1687): foi um compositor francês de origem italiana, trabalhou a maior parte de sua vida na

corte de Luís XIV (França). Para ele foi creditada a criação da ópera francesa e seu estilo de composição influenciou

largamente a orquestra e literatura na Europa. Ele foi provavelmente envolvido no desenvolvimento do 'hautbois'. Em

1657 ele acrescentou vários instrumentos em orquestras. Financeiramente, foi o músico mais bem-sucedido de seu

tempo, também foi talentoso violinista e bailarino; colaborou com inúmeras peças teatrais, incluindo peças sacras, era

amante de literatura e artes.

Tomaso Giovanni Albinoni (1671-1751): nasceu em Veneza, filho mais velho de um comerciante. Uma criança

prodígio, Albinoni ficou conhecido como cantor e, mais em notavelmente, como um virtuoso violinista. Logo

abandonou o seu desempenho profissional e dedicou-se inteiramente à composição.

Morou por toda a vida em Veneza, casou-se com a conta de ópera Margherita Raimondi, e compôs 81 obras para

óperas, a maioria delas com grande aclamação na Itália e no norte da Europa.

Considerado igual aos gigantes contemporâneos Corelli e Vivaldi, Albinoni publicou suas composições na Itália, Inglaterra e Holanda.

Todas suas composições foram patrocinadas por importantes membros da nobreza européia.

Iniciou a compor em meados de 1700, concertos quase que exclusivamente para cordas. Porém, foi o primeiro italiano a compor concertos

para oboé. É provável que os primeiros concertos com um solo de oboé apareceram com compositores alemães como Telemann ou Handel.

No entanto, os quatro concertos com um oboé (n. º s 3, 6, 9 e 12) e outros quatro com dois oboés (n. º s 2, 5, 8 e 11) relevaram o sucesso de

sua fórmula, Opus 7 - 1715, repetida então com o concerto para oboé e cordas: Opus 9 - 1722.

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Hautbois - Jacques (Jean) Martin Hotteterre (1674-1763): ele foi um dos mais reconhecidos membros da família

Hotteterre, que já possuía renome na criação de vários instrumentos musicais do século 17, incluindo o 'hautbois', onde

começa a nascer o oboé que conhecemos atualmente. Foi um notável músico e respeitado professor na França,

membro de uma dinastia musical, atuou na orquestra da corte de Luís XIV, realizando melhorias. Além de tocar flauta

e fagote, foi compositor de muitas peças e sonatas para estes instrumentos, principalmente para flauta.

Foi quando Jean finalmente desenvolveu uma nova versão do ‘Shawn’ devido à crescente necessidade de flexibilidade na música cromática

da época. Seus irmãos Martin Hotteterre e Michel Philidor foram responsáveis pela criação de outros diversos instrumentos barrocos.

As mudanças foram: o estreitamento do orifício, o instrumento foi dividido em três partes e diminuiu a largura da palheta. Além disso,

algumas chaves foram acrescentadas para facilitar a digitação das notas.

1700 – Oboe d’amore: foi usado primeiramente em uma orquestra por Christoph Graupher (1683-1760), e posteriormente por J.S. Bach e G.

P. Telemann. No entanto ele caiu em desuso no século 19, retornando com compositores como Strauss e Debussy. É um instrumento

transpositor em LÁ, portanto um terço abaixo do oboé (em Dó), reconhecido como a voz 'alto' da família.

1800 – Heckelphone (oboé baixo): Criado por Wilhelm Heckel, possui um corpo alongado e alcança uma notas muito mais graves que a

versão do Oboé. Não é comumente usado, mas apareceu em algumas peças orquestrais do século 19 ("The Planets" de Gustav Holst).

Em 1831 foi criada a fabricante alemã de instrumentos, por Johann Adam Heckel; produzindo atualmente desde fagotes, contra-fagotes,

hechelfones, até o hechelfone-piccolo. Este trecho da história será detalhado no guia sobre o fagote e suas respectivas histórias.

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1820 – Stephen Koch (1772-1828) e Joseph Sellner (1787-1843): desenvolveram o oboé com estilo vienense, com uma aparência

clássica e furos que foram considerados extremamente estreitos para os padrões da época, e extremamente versátil com 13

chaves e ainda propondo palhetas mais estreitas, alterando ‘a personalidade’ do período barroco. Sellner desenvolveu métodos

para oboé e saxofone.

1860 – Oboé moderno - Família Triébert: França, aqui ocorreu grandes mudanças, em especial entre a família Triébert.

A base do "oboé moderno" foi desenvolvido pela família Triébert no século 19, sendo a família inventora de instrumentos em

Paris (1810-1881). Usando uma flauta Boehm como fonte de idéias para os trabalhos nas chaves, Guillaume Triébert (1770–

1848) e seus filhos, Charles-Louis e Frédéric (1813-1878), conceberam uma série cada vez mais complexas de funções nos

sistemas de chaves (ilustração ao lado). Seu segundo filho, Frédéric, desenvolveu novo sistema com montagem flexível (encaixes

de registro médio-grave e agudos) e alguns buracos cobertos por chapas perfuradas.

Na mesma época seus instrumentos foram declarados de uso oficial pelo Conservatório de Paris por Georges Gillet e Francois

Lorée (que trabalhou por 14 anos com Triébert).

O trabalho da família Triébert marcou as características do Oboé (estilo francês) que conhecemos atualmente, agora com o

aperfeiçoamento no sistema Boehm do oboé. Depois disto o francês François Lorée, realizou desenvolvimentos importantes que

definem o oboé moderno.

Pequenas melhorias foram feitas para os furamentos através do século 20 até os dias presentes, mas não houve nenhuma

mudança fundamental para as características gerais do instrumento por várias décadas. Oboé de Triébert, 1830. Museu de Arte Boston/EUA

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1799-1839 – Henri Brod: foi exímio oboísta, fabricante de instrumentos, professor e compositor. Atualmente os

oboístas usam as ferramentas engenhosas que ele criou como o “cane shaper”, “gouging machine” e “straight-

bodied”. Era um homem criativo e muito inovador; criou os atuais "pratos" onde as sapatilhas são encaixadas,

possibilitando desde então uma maior precisão em toda a construção do oboé.

Foi aluno de Gustave Vogt e fez parte do seu quinteto “Reicha”. Viveu em Paris, tocando na orquestra de ópera e

dedicando-se no Conservatório. Ele criou 28 peças para quintetos de madeira, e 3 obras se descatam (no opus 2),

que são as mais brilhantes e virtuosas, pois exploram ao limite a capacidade técnica do oboísta, fazendo uso de

todos os recursos de mecanismo recentemente feitos na mesma época.

No momento de sua morte, com apenas 40 anos de idade, ele estava em processo de re-desenvolvimento de um oboé tenor, trabalho que

seria concluído até o final daquele século. Mais tarde sua idéia foi retomada por fabricantes alemãos, resultando no Heckelphone.

1781-1870 – Gustave Vogt: começou tocando na orquestra da “Opéra-Comique” em 1812. Em 1814 foi o nomeado

assistente dos professores de oboé do Conservatório de Paris e também foi professor (1816-1853), quando fez um

método para oboé e alguns artigos. Junto com Antonio Sallantin (1754-?) apresentou sugestões de melhoria para quatro

notas do oboé (o Fá de forquilha, Si grave, Mi e Dó graves), participou do quinteto “Reicha”.

Em união com outros os estudantes: Henri Brod, Stanislas Verroust, Apollon-Marie-Rose Barret, e Charles-Louis Triébert, entre outros;

Gustave Vogt desempenhou um papel importantíssimo na concepção mecânica e de precisão. E também é lembrado por ter aperfeiçoado

vários outros instrumentos do naipe “madeiras”.

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1835-1902 – François Lorée: nasceu e cresceu em uma época em que se verificou não só o

desenvolvimento e o aperfeiçoamento da construção do oboé, mas também uma expansão para o interesse

geral e a popularidade de instrumentos de madeira.

Em 1881, François Lorée, ex-chefe de Triébert, se estabelece com a fundação de sua própria fábrica de oboé

e corne inglês. Já em 1882, seu oboé foi aprovado por Georges Gillet como o oboé oficial para uso no

Conservatório, ganhando rápida popularidade entre os estudantes.

Os jovens alunos de Gillet logo adrquiriram seus em 1881 e 1882, foram eles: Cesar-Paulin Aubert, Jean-Baptiste Chassaing,

Alfred-François Robert, Jules-Victor Bertain, Henri Gunstoett, Désiré-Alfred Lalande, Maxime-Léon Maury e Louis Bas.

Entre as diferentes categorias de instrumento fabricadas no século 19, apenas instrumento de sopro construídos em madeira e

latão tiveram um aumento na produção. Mesmo aposentado, em 1893, Lorée continua refletindo sobre o impacto da música na

vida das pessoas, e como continuar com sua tradição no novo século.

Mais tarde seu filho Lucien Lorée assume a empresa em 1902, com a morte do pai. Ainda auxiliado por Georges Gillet, Lucien

moderniza o oboé com importantes invenções, e estas mudanças tiveram efeito em todo o mundo.

Até hoje, em comparação com os métodos de fabricação de muitas empresas, a marca 'Lorée' se destaca, mantém um grau de

envolvimento pessoal e de cuidados para os seus produtos, o que lhe concede um grande renome internacional.

Sistema Boehm de Lorée Versão de Lucien, 1913.

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1804–1879 – Apollon Marie-Rose Barret: nasceu na França e foi professor de oboé na “Royal Academy of Music” de Londres. Ele publicou

seu "Método completo de Oboé" que tem sido amplamente utilizado por professores de oboé em todo o mundo desde então.

É ainda lembrado por ter aperfeiçoado o sistema do oboé no século 19, em colaboração com o fabricante Triébert - o que viria a resultar no

oboé atual. Foi aluno de Gustave Vogt no Conservatório de Paris, e passou a maior parte de sua vida tocando, durante 45 anos, foi o

primeiro-oboísta do “Royal Italian Opera”, Covent Garden, em Londres.

1854-1920 – Georges Gillet: este foi outro célebre professor de oboé do Conservatório de Paris. Vários de seus alunos se tornaram célebres

oboístas, e estabeleceu a escola "Franco-americana" com um método próprio de ensino do oboé. Em junho de 1868 recebeu seu primeiro

prêmio na competição 'Charles Colin' de solistas, e a medalha por Excelência de leitura musical.

Fez carreira como oboísta na Itália (1872). Participou da orquestra da Ópera de Paris (1878-1895). Em 1879 foi membro da 'Chamber Music

Society' para instrumentos de madeira, onde realizou inúmeros trabalhos por mais de 20 anos com o famoso flautista Paul Taffanel.

Participou de todos os concertos como oboísta principal, exceto em 1887, quando estava na Rússia com Taffanel, Turban e Charles Camille

Saint-Saëns.

Em 1881, Gillet leva outro mestre após Charles Colin (1832-1881), ao Conservatório de Paris. Foi nessa época o mais jovem professor de

oboé desta grande instituição. Usaram seu ensino em estudos com Barret, Ferling, Luft e Brod. Publicou o seu famoso 25 estudos e dá uma

contribuição especial para a literatura de ensino oboé.

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Seus estudos excederam as limitações técnicas de oboé, incluindo as mais difíceis combinações de notas de grave, desenvolvimento de

passagens agudas e fraseados de oitavas/harmônicos, páginas dedicadas a trilhos (cromática ou em sttacato), que continuam a ser um desafio

para todos oboístas.

Ironicamente, ele ofereceu as maiores inovações musicais quase que inteiramente obras escritas por compositores

não-oboístas. Dedicou a maioria dessas peças para competições, mas também muitas peças compositores de oboé,

como: Barthe, Godard, e Dimert Colomer.

A melhoria mais significativa foi substituindo o sistema de anel pelo sistema de 'bandeja' permitindo a

simplificação da técnica ao tocar. Por isto Gillet dividiu seus méritos sobre melhorias na mecânica do oboé com

Lorée, que continuou realizando melhorias antes de falecer, até o seu modelo final de 1906.

Georges Gillet é tio de Fernand Gillet (1882-1980), também oboísta. Muitos hoje em dia não percebem, mas

Fernand Gillet (foto), assim como o seu tio, desenvolveu novas técnicas no controle de expressão ao tocar

instrumentos, especificamente a flauta e o oboé, transformando radicalmente a maneira de seus próprios professores ensinarem.

Há muito mais o que falar sobre esta história. Pessoas simples que se dedicaram à música e ao desenvolvimento de instrumentos

ficaram registradas na história. Faça a sua parte: construa “novas histórias”.

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“Louvai ao Senhor

Cantai ao Senhor um cântico novo,

E o Seu louvor na congregação dos santos.”

Salmos 149, 1

Este documento tem o fiel objetivo de esclarecer as principais dúvidas sobre o oboé, eliminar

dúvidas, elucidar as pessoas e assim motivá-lo ao início do aprendizado deste instrumento a

qualquer pessoa, sem restrições ou quaisquer discriminações.

.

Você que é estudante de música, lembre-se que ao estudar qualquer instrumento, faça com

vontade e determinação, lutando para aperfeiçoar o seu aprendizado na música, pois assim

teremos a possibilidade de nos aperfeiçoar como pessoas.

Marcos Oliveira

E-mail: [email protected] Acesse na internet: http://aprendaoboe.blogspot.com

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