ARTIGO RAULIM

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XXVI Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa Poços de Caldas-MG, 18 a 22 de Outubro 2015 FLOTAÇÃO DE MINÉRIO DE COBRE DA MINA DO SOSSEGO COM USO DE ÓLEO DE PALMA COMO AUXILIAR DE COLETOR. Dhiêgo R. Oliveira 1 , Moacir R. Neres 1 , Raulim O. Galvão 1 , Douglas M. Sousa 1 , Denilson da S. Costa 1 , Paulo F. A. Braga 2 1 Faculdade de Engenharia de Minas e Meio Ambiente, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Brazil. 2 Coordenação de Processos Minerais, Centro de Tecnologia Mineral, Rio de Janeiro, Brazil, RESUMO Um dos métodos utilizados atualmente para aumentar a recuperação de finos em flotação de minérios é a utilização de óleo diesel como reforçador de hidrofobicidade. No entanto, este composto pode ser prejudicial ao meio ambiente. Na Amazônia é possível encontrar inúmeros óleos vegetais com potencial para serem utilizados na indústria mineral, porém são pouco estudados. As vantagens da utilização desses insumos é que são de fontes renováveis e com baixo impacto ao meio ambiente. Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho do óleo de palma como coletor auxiliar na flotação do minério de cobre da mina do sossego, em Canaã dos Carajás, estado do Pará. Para isso, foi realizada a caracterização física, química e mineralógica do minério de cobre, bem como o refino e a caracterização físico-química do óleo de palma. Os testes de flotação em bancada foram feitos usando 8 g/t de xantato como coletor e 30 g/t de MIBC (Metil isobutil carbinol) como espumante. As dosagens do auxiliar de coletor (óleo de palma) utilizadas foram: 60, 80,100 e 120 g/t. Em todas as dosagens os óleos apolares foram adicionados na forma emulsificada. Os resultados foram comparados com os obtidos usando óleo diesel, atualmente usado no processamento do minério de cobre de Sossego. Nos ensaios utilizando óleo de palma, o teor de cobre no concentrado chegou a 17,9%, enquanto que com óleo diesel o teor máximo de cobre foi de 15,5%. Já em relação a recuperação metalúrgica, a média obtida nos ensaios foi de 95,74% com óleo de palma e de 97,02% com óleo diesel. A partir dos resultados dos ensaios é possível concluir que o óleo de palma apresenta um desempenho adequado como auxiliar de coletor na flotação de minério de cobre, podendo substituir total ou parcialmente o óleo diesel. PALAVRAS CHAVES: óleo de palma, auxiliar de coletor, flotação

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Flotação extensora Óleo de Palma

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XXVI Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa

Poços de Caldas-MG, 18 a 22 de Outubro 2015

FLOTAÇÃO DE MINÉRIO DE COBRE DA MINA DO SOSSEGO COM USO DE ÓLEO DE PALMA COMO AUXILIAR DE COLETOR.

Dhiêgo R. Oliveira1, Moacir R. Neres1, Raulim O. Galvão1, Douglas M. Sousa1, Denilson da S. Costa1, Paulo F. A. Braga2

1 Faculdade de Engenharia de Minas e Meio Ambiente, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Brazil. 2Coordenação de Processos Minerais, Centro de Tecnologia Mineral, Rio de

Janeiro, Brazil,

RESUMO

Um dos métodos utilizados atualmente para aumentar a recuperação de finos em flotação de minérios é a utilização de óleo diesel como reforçador de hidrofobicidade. No entanto, este composto pode ser prejudicial ao meio ambiente. Na Amazônia é possível encontrar inúmeros óleos vegetais com potencial para serem utilizados na indústria mineral, porém são pouco estudados. As vantagens da utilização desses insumos é que são de fontes renováveis e com baixo impacto ao meio ambiente. Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho do óleo de palma como coletor auxiliar na flotação do minério de cobre da mina do sossego, em Canaã dos Carajás, estado do Pará. Para isso, foi realizada a caracterização física, química e mineralógica do minério de cobre, bem como o refino e a caracterização físico-química do óleo de palma. Os testes de flotação em bancada foram feitos usando 8 g/t de xantato como coletor e 30 g/t de MIBC (Metil isobutil carbinol) como espumante. As dosagens do auxiliar de coletor (óleo de palma) utilizadas foram: 60, 80,100 e 120 g/t. Em todas as dosagens os óleos apolares foram adicionados na forma emulsificada. Os resultados foram comparados com os obtidos usando óleo diesel, atualmente usado no processamento do minério de cobre de Sossego. Nos ensaios utilizando óleo de palma, o teor de cobre no concentrado chegou a 17,9%, enquanto que com óleo diesel o teor máximo de cobre foi de 15,5%. Já em relação a recuperação metalúrgica, a média obtida nos ensaios foi de 95,74% com óleo de palma e de 97,02% com óleo diesel. A partir dos resultados dos ensaios é possível concluir que o óleo de palma apresenta um desempenho adequado como auxiliar de coletor na flotação de minério de cobre, podendo substituir total ou parcialmente o óleo diesel.

PALAVRAS CHAVES: óleo de palma, auxiliar de coletor, flotação

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ABSTRACT

One of currently used methods to improve the fine recovery during ore flotation is the use of diesel oil as hydrophobicity enhancer. However, this compound can be environmentally harmful. Several vegetal oils found in the Amazon area present the potential to be used in the mineral industry, yet are seldom focus of studies. Such supplies are renewable and present a low environmental impact. In that scenery, the present work aims to evaluate the palm oil as a collector auxiliary during the flotation of Copper ore from Sossego mine (Canaã dos Carajás, Pará). With that aim, physical, chemical and mineralogical characterizations of the copper ore were made, as well the refining and physical-chemical characterization of Palm oil. The batch flotation tests used 8 g/t of xanthate as collector and 30 g/t of MIBC (Metil isobutyl carbinol) as frothing agent. The extender collector (palm oil) concentrations used were: 60, 80, 100 and 120 g/t. In all concentrations the added nonpolar oil was emulsified. The results were compared as the ones found with diesel oil, which is currently used in the copper ore processing at Sossego. For the tests in which palm oil was used, the copper content in the concentrate was up to 17.9%, while with diesel oil, the maximal copper content was 15.5%. The average metallurgical recovery found during the tests was 95.74% with palm oil and 97.02% with diesel oil. These results show that palm oil presents a high performance as collector auxiliary during the copper ore flotation, and should be considered as a replacement for diesel oil.

KEYWORDS: Palm oil, collector auxiliary, flotation

1. INTRODUÇÃO

A recuperação de partículas minerais finas (<38 µm) é um dos principais problemas que afetam as usinas concentradoras de minério de cobre sulfetado. As plantas de beneficiamento, geralmente, são projetadas para recuperar partículas de tamanho médio e com alta cinética de flotação. Além disso, com o aumento da demanda por bens minerais e o esgotamento dos depósitos de alto teor, há a necessidade beneficiar minérios finamente disseminados e com baixo teor. Dessa forma, é necessário uma moagem mais fina para que ocorra a liberação do mineral de interesse (Rubio, 2004).

Diversas técnicas vêm sendo estudas para minimizar a problemática das partículas finas na flotação, entre elas a flotação extensora, que consiste na utilização de óleos apolares (emulsificado ou não) juntamente com coletores tradicionais que recobrem as superfícies minerais hidrofóbicas, aumentando o caráter apolar e aprimorando a adesão bolha-partícula. No entanto, a maior importância da flotação extensora refere-se à recuperação de partículas finas e ultrafinas por meio do processo de homoagregação, no qual ocorre o aumento do tamanho das partículas através da interação entre as milhares de gotas de óleo em dimensão coloidal (1- 5µm) produzidas no processo de emulsificação. (Matiolo, 2005)

Atualmente essa técnica de flotação já é aplicada em escala industrial, na maioria dos casos, utilizando o óleo diesel como o auxiliar de coletor (Capponi et al., 2005; Nankran et al., 2007). Entretanto, o óleo diesel, além de provir de uma fonte energética não renovável, apresenta em sua composição: enxofre, hidrocarbonetos aromáticos

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(BTEX) e poliaromáticos (PAH’s), que são elementos altamente poluentes e considerados tóxicos à saúde humana (Mariano, 2006).

O setor mineral, pela sua natureza, seguramente é a atividade menos aceita dentro do novo arcabouço conceitual de desenvolvimento sustentável. Dessa forma, faz-se necessário uma reavaliação dos insumos e processos utilizados pela indústria mineral. Nesse sentido, há uma quantidade considerável de óleos vegetais cujas propriedades indicam a possibilidade de serem utilizados como reagentes na flotação de minérios (Costa, 2012).

O objetivo deste trabalho é apresentar os principais resultados na recuperação de finos de minério de Cobre por meio da técnica de flotação extensora com a utilização de óleo de Palma (Elaeis guineensis Jaquim). A justificativa para a uso do óleo de Palma é o seu baixo impacto ambiental, caráter renovável, além da abundância do recurso na região Amazônica.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Minério

Foi utilizado uma amostra de minério sulfetado de cobre, proveniente da mina de Sossego (VALE), em Canaã dos Carajás, estado do Pará. A preparação envolveu reduzir granulometricamente o minério, até atingir um P80 de 150 µm, semelhante à alimentação real da etapa rougher da usina de beneficiamento. As Figuras 1 e 2 ilustram a distribuição granulométrica da amostra e o teor de Cu por faixa granulométrica, respectivamente.

Figura 1: Distribuição granulometrica do minério.

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Tamanho de partícula (µm)

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Figura 2: Distribuição granuloquímica do Cu

Os principais minerais presentes na amostra, determinados por difração de raios-X

(DRX), estão mostrados no difratograma da Figura 3.

Figura 3: Difratograma de raios-X da amostra.

Óleo de Palma

O óleo de palma utilizado no estudo foi obtido comercialmente e os índices de acidez e saponificação foram determinados de acordo com métodos estabelecidos pela AMERICAN OIL CHEMISTS' SOCIETY (AOCS). Todas as análises foram feitas no laboratório da empresa Indústrias Químicas Ltda. (HIDROVEG) do Rio de Janeiro.

Devido ao elevado índice de acidez apresentado pelo óleo de palma, notou-se a necessidade reduzi-lo, pois os ácidos graxos livres presentes poderiam, em meio

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Cu

Faixa Granulometrica (µm)

Distribuição de Teor de Cu(%)

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alcalino, ocasionar a formação de sais de ácidos graxos (coletores aniônicos), dando assim um caráter duplo ao óleo, atuando tanto como auxiliar de coletor quanto coletor.

A Tabela 1 mostra o óleo de palma antes e após o tratamento para redução da acidez.

Tabela 1: Índices de acidez e saponificação do óleo de palma

Óleo de palma Antes Após Métodos

Índice de acidez (mg KOH/g) 9,33 2,60 A.O.C.S TE IA-54 Índice de Saponificação (mg KOH/g)

195,37 193,97 A.O.C.S TG IA-64

Ensaios de Flotação

Os ensaios foram realizados em uma máquina de flotação Denver D-12, de laboratório, e uma cuba com capacidade de 1,5 litros. A polpa, com 38% de sólidos em peso, pH 10,5, regulado com leite de cal, foi condicionada à 800 rpm durante 3 minutos, utilizando os seguintes reagentes: amil xantato de potássio (AXK) (8 g/t) e Aero 7294 A (5 g.t-1) como coletores, os óleos apolares emulsificados (em diferentes dosagens) como auxiliar de coletor e com 30 g/t de MIBC como espumante (adicionados nesta ordem). Após o condicionamento (3 min) aumentou a rotação da célula para 1200 rpm, injetado ar e então o minério foi flotado durante 7 minutos. A Tabela 2 apresenta os ensaios de flotação realizados e as dosagens de reagentes utilizados.

Os auxiliar de coletor (OP e OD) foram emulsificados em soluções óleo/água na concentração de 6000 mg·L-1 por agitação mecânica durante 10 minutos para garantir uma emulsão homogênea.

Tabela 2: Ensaios de flotação standart (STD) e o de flotação extensora utilizando óleo de palma (OP) e óleo diesel (OD) emulsificados em diferentes dosagens.

ORDEM ENSAIO REAGENTES (g/t)

AXK Aero 7294A MIBC O. palma O. diesel

1 STD 8 5 30 - -

2 OPP - - 30 80 -

3 OP-60 8 - 30 60 -

4 OP-80 8 - 30 80 -

5 OP-100 8 - 30 100 -

6 OP-120 8 - 30 120 -

7 ODP - - 30 - 80

8 OD-60 8 - 30 - 60

9 OD-80 8 - 30 - 80

10 OD-100 8 - 30 - 100

11 OD-120 8 - 30 - 120

Ao final dos testes, os produtos obtidos (concentrado e rejeito) foram filtrados e secos em estufa a uma temperatura máxima de 100°C por aproximadamente 12 horas. Após

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a secagem, foram enviados ao laboratório de análises química para determinação do teor de cobre por meio da técnica de fluorescência de raio-x.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na figura 4 observa-se um aumento no teor Cu para dosagens de OP acima de 60 g.t-

1, sendo que na dosagem de 120 g.t-1 foram obtidos os melhores resultados, com 17,9% de Cu no flotado. Para os estudos com adição de OD, também são observados ganhos no teor de Cu (14,8% em 120 g.t-1) se comparado ao ensaio STD (13,4%). Entretanto, todos os ensaios utilizando OD como auxiliar de coletor apresentaram menores teores de Cu, quando comparados aos ensaios com OP.

Figura 4: Teor de Cu no flotado

Na Figura 5 está ilustrada a recuperação metalúrgica de cobre para os estudos com adição de OP e OD. De maneira geral, os ensaios utilizando OP e OD emulsificados apresentaram acréscimo na recuperação de Cu, porém pouco expressivo em relação ao STD.

No ensaio com dosagem de 60 g.t-1 para OD e OP obtiveram-se valores mais satisfatórios de recuperação metalúrgica de 97,9% e 96,88%, respectivamente, frente 96,59 % do STD.

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5,00%

10,00%

15,00%

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STD PURE OIL 60 g/t 80 g/t 100 g/t 120 g/t

TEOR Cu (%)

ÓLEO DE PALMA ÓLEO DIESEL

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q

Figura 5: Recuperação metalúrgica de Cu nos estudos de flotação extensora e standart.

A figura 6 mostra que adição de óleo de palma emulsificado na etapa rougher proporcionou, estatisticamente, os mesmos ganhos metalúrgicos quando comparado ao ensaio STD, porém apresentou ganhos de até 4,5% no teor do metal de interesse.

Os resultados de recuperação metalúrgica e teor de cobre no concentrado, foram próximos aos valores da etapa rougher da flotação da usina do Sossego, que são em média de 13 a 17% no teor de concentração e de 94 a 96% para a recuperação metalúrgica (Nankran et al., 2007).

Figura 6: Recuperação metalúrgica e teor de cobre no flotado para os estudos utilizando OP.

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STD PURE OIL 60 g/t 80 g/t 100 g/t 120 g/t

Recuperação Metalurgica (%)

ÓLEO DE PALMA ÓLEO DIESEL

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STD OPP OP-60 OP-80 OP-100 OP-120

Teo

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Rec. Metalúgica Teor de Cu no flotado

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CONCLUSÃO

Os resultados obtidos neste estudo mostram que a flotação de sulfetos de cobre com a adição de óleo de palma emulsificado apresentou os mesmos ganhos na recuperação metalúrgica, porém com maior teor do metal no concentrado flotado se comparado aos estudos utilizando óleo diesel emulsificado e ao ensaio padrão.

Os maiores ganhos metalúrgicos foram obtidos com adição de óleo diesel emulsificado (OD) nas concentrações de 60 e 80 g⋅t-1 alcançando recuperações de Cu de 97,90%. Já nos estudos com a utilização de óleo de palma emulsificado (OP) os melhores resultados metalúrgicos foram alcançados na concentração de 60 g.t-1 apresentado recuperação de Cu de 96,88%. Os menores ganhos, em relação ao OD, podem ser explicados pela interação existente entre os grupos naftênicos do óleo diesel e os sítios hidrofóbicos dos sulfetos.

Em relação à concentração de Cu os melhores resultados foram obtidos com adição de óleo de palma emulsificado (OP) na concentração de 120 g.t-1 alcançando 17,90% de teor de Cu no concentrado, enquanto com a adição de óleo diesel emulsificado (OD) o maior teor de Cu no concentrado alcançado foi de 15,50% coma utilização do óleo na concentração de 80 g.t-1, porém sem a adição do coletor tradicional amil xantato de potássio (AXK).

Considerando a proximidade dos valores obtidos com os dois óleos apolares, verifica-se que o óleo de palma pode apresenta potencial para ser utilizado como auxiliar de coletor. Entretanto faz-se necessários estudos mais específicos para uma possível substituição total ou parcial ao óleo diesel.

AGRADECIMENTOS

Os autores do trabalho expressam os agradecimentos ao Centro de Tecnologia Mineral e à empresa VALE- Projeto Sossego pelo apoio dado para o desenvolvimento desses estudos.

REFERÊNCIAS

Capponi F, Matiolo E, Rugio J, 2005. Flotação extensora de finos de minério de cobre e molibdênio. In: Anais do XXI Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa. Natal, Brasil vol. 1, pp 235-242.

Costa, D. C, 2012. Uso de óleos vegetais amazônicos na flotação de minérios fosfáticos. Tese de Doutorado – Escola de Engenharia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica, Materiais e Minas – PPGEM/UFMG, Belo Horizonte, Brasil, pp 1-176.

Mariano, A. P, 2006. Avaliação do potencial de biorremediação de solos e de águas subterrâneas contaminados com óleo diesel. Tese de Doutorado - Programa de Pós-Graduação em Geociências e Meio Ambiente – PPGGMA/UNESP, Rio Claro, Brasil, pp 1-147.

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Matiolo, E, 2005. Recuperação otimizada de finos de minérios de cobre e molibdênio por flotação não convencional. Dissertação de mestrado – Escola de Engenharia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e Materiais -PPGEM/UFRGS, Porto Alegre, Brasil, pp 1-99.

Nankran, M.; Bergerman, M.; Miranda, A.; Oliveira, J.; Souza, M.; Batista Filho, J.; Cardoso, W, 2007. Controle operacional da usina do sossego. In: Anais do XXII Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa. Ouro Preto, Brasil, 2007. vol. 1, pp 502-512.

Rubio, J., Capponi, F., Matiolo, E., Rosa, J, 2004. Avanços na flotação de finos de minérios sulfetados de cobre e molibdênio. In: Anais XX Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa, Florianópolis, Brasil, Vol. 2, pp 69-77.