ARTIGO NICILLEYA

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A GESTÃO ESCOLAR PERANTE A INDISCIPLINA DO ALUNO QUEIROZ, Nicilleya Silva de 1 ARAÚJO, Maria José de Brito 2 RESUMO: Este trabalho objetiva mostrar a indisciplina que ocorre constantemente em sala levando em consideração que a indisciplina presente nas salas de aula pode estar sinalizando a falta de motivação dos alunos diante dos conteúdos acadêmicos, metodologias de ensino que não favorecem a aprendizagem significativa ou dificuldades na relação professor-aluno. A motivação do aluno para aprender é caracterizada de duas formas: como um traço geral( motivação intrínseca), ou como um estado situacional( motivação extrínseca). Apresenta uma abordagem qualitativa e diferencia as características dos alunos motivados e dos desmotivados em relação à aprendizagem escolar e oferece sugestões de ações para o professor organizar a situação de aprendizagem e influenciar positivamente o nível de motivação dos alunos nas atividades propostas. Visando identificar soluções na busca de se obter um ensino de qualidade, sendo de grande importância à participação de pais, professores, coordenadores e direção. Palavras-chaves: Indisciplina; motivação; relação professor-aluno; gestão. ABSTRACT: This work aims to show the indiscipline that occurs constantly in the room taking into consideration that the indiscipline 1 QUEIROZ, Nicilleya Silva de. Formação em Licenciatura Plena em Matemática. UNEAL/Palmeira dos Índios. Email: [email protected]. A Gestão Escolar Perante a Indisciplina do Aluno. 2 ARAÚJO, Maria José de Brito. Mestra em Educação Brasileira pela UFAL, graduada em Pedagogia pelo CESMAC. Professora Titular da Universidade Estadual de Alagoas, orientadora do curso de Especialização em Psicopedagogia da Faculdade Regional Alternativa-FERA. 1

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MODELO DE ARTIGO CIENTÍFICO

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A GESTO ESCOLAR PERANTE A INDISCIPLINA DO ALUNO

QUEIROZ, Nicilleya Silva de

ARAJO, Maria Jos de Brito

RESUMO:Este trabalho objetiva mostrar a indisciplina que ocorre constantemente em sala levando em considerao que a indisciplina presente nas salas de aula pode estar sinalizando a falta de motivao dos alunos diante dos contedos acadmicos, metodologias de ensino que no favorecem a aprendizagem significativa ou dificuldades na relao professor-aluno. A motivao do aluno para aprender caracterizada de duas formas: como um trao geral( motivao intrnseca), ou como um estado situacional( motivao extrnseca). Apresenta uma abordagem qualitativa e diferencia as caractersticas dos alunos motivados e dos desmotivados em relao aprendizagem escolar e oferece sugestes de aes para o professor organizar a situao de aprendizagem e influenciar positivamente o nvel de motivao dos alunos nas atividades propostas. Visando identificar solues na busca de se obter um ensino de qualidade, sendo de grande importncia participao de pais, professores, coordenadores e direo.Palavras-chaves: Indisciplina; motivao; relao professor-aluno; gesto.ABSTRACT:This work aims to show the indiscipline that occurs constantly in the room taking into consideration that the indiscipline present in the classrooms may be signaling that the lack of motivation of students' academic content, teaching methodologies which are not conducive to learning or significant difficulties in the teacher-student relationship. The motivation of the student to learn is characterized in two ways: as a general trace( intrinsic motivation), or as a situational condition( extrinsic motivation). Presents a qualitative approach and distinguishes the characteristics of the students motivated and unmotivated in relation to school learning and offers suggestions of actions for the teacher to organize the learning situation and positively influence the level of motivation of the students in the proposed activities. Aiming to identify solutions in the quest to obtain a quality education, and is therefore of great importance to the participation of parents, teachers, coordinators, and direction.

Key words: Indiscipline; motivation; teacher-student relationship; management. INTRODUO

A escolha deste tema surgiu com a necessidade de expor sobre a indisciplina do aluno voltada para uma anlise nos anos iniciais do ensino fundamental. Abordando que o conceito de indisciplina susceptvel de mltiplas interpretaes. Logo, um aluno ou professor indisciplinado em princpio algum que possui um comportamento desviante em relao a uma norma explicita ou implcita sancionada em termos escolares e sociais.

A escola deve ensinar seus alunos a aprender continuamente, fornecendo-lhes os instrumentos para isso, as chaves do conhecimento. escola cabe ensinar o aluno a pensar, sendo que igualmente, precisa-se atuar dentro de um quadro de valores que leve em considerao o fato de vivermos dentro de uma sociedade democrtica, e que o bem-estar coletivo deve estar sempre presente nas decises que se toma.

Dessa forma, acredita-se que a essncia do trabalho destinado para o coordenador pedaggico a mesma daquela atribuda ao supervisor que atua na escola. A mudana de nome, entretanto, um aspecto positivo, porque revela a necessidade de operar certo distanciamento da proposta inicial do supervisor escolar, que foi inspirada no modelo norte-americano, como objetivo de controle e inspeo.

O aluno contesta porque no est de acordo com as exigncias do professor, com os valores que ele pretende impor, com os seus critrios de avaliao, a sua parcialidade, assim existe entre o professor e o aluno uma relao desequilibrada. O aluno no aceita o professor ou a sua disciplina. O professor no consegue motivar o aluno ou despert-lo ou cativ-lo.

Contudo, os motivos da indisciplina podem ser extrnsecos aula, tais como problemas familiares, insero social ou escolar, excessiva proteo dos pais, carncias sociais, forte influncia de dolos violentos, etc. Nestes casos o professor pouco pode fazer. No entanto, existem outras causas que resultam de disfunes entre os alunos e a escola.

Entende-se que visvel que a indisciplina, em todas as classes sociais, tornou-se uma prtica crescente no s dentro das escolas, mas tambm dentro de casa, nas ruas, nos ambientes coletivos como shoppings, nos meios de transporte etc.; a situao est se tornando insustentvel e frequentemente os meios de comunicao noticiam uma nova demonstrao da falta de limites na violncia cometida por um jovem ou adolescente.

O trabalho do coordenador consiste em administrar a rotina escolar dentro do regime estabelecido de ordem e disciplina, garantindo que as atividades de ensino fossem realizadas de forma satisfatria e combater a indisciplina.

A indisciplina escolar apresenta, atualmente, expresses diferentes, mais complexa e criativa, e parece aos professores mais difcil de equacionar e resolver de um modo efetivo. Um dos aspectos mais interessantes reside na alterao da natureza dominante das expresses de indisciplina na escola.

Portanto, a grande tarefa dos educadores brasileiros na atualidade fazer com que os alunos permaneam na escola e que progridam tanto quantitativa quanto qualitativamente nos estudos. Mesmo porque escolaridade mnima e obrigatria um direito adquirido de todo aquele nascido neste pas. E desse princpio tico-poltico, e tambm legal, no se pode abrir mo sob hiptese nenhuma.

FUNDAMENTAO TERICA

Origem da indisciplina na Escola

Desde os primrdios histricos da organizao escolar, se constata a marcante presena de um autoritarismo por parte dos docentes, seja explcito ou implcito, e deste ponto dinamizou-se as preocupaes, incertezas e dvidas da ao professor/aluno e o fator indisciplina.Analisado diversos olhares, para Rocha apud Pain (2001, p. 338), indisciplina a falta de disciplina, que significa regime de ordem, imposta ou livremente consentida, a ordem que convm ao funcionamento regular de uma organizao. Um aspecto de grande relevncia a famlia, problemas de diversas ordens podem motivar a indisciplina escolar. Assim conclu-se que o lar desestruturado em que os pais no se respeitam pode fazer com que os alunos reproduzam essa falta de respeito na escola.

Garcia (2001, p. 87), pode-se dividir as causas para a indisciplina escolar em trs que so: a desestruturao familiar; falta de imposio de limites; e influncias negativas da mdia e da sociedade. Sendo que a desestruturao familiar decorre muito mais da falta de ateno, dilogo e afeto, do que da estruturao familiar considerada padro: pai, me e filho. Na maioria das famlias muitas pessoas moram na mesma casa e sequer formam uma famlia, pois no tem dilogo, nem afeto entre elas. A falta de limites gritante em nossa sociedade. As famlias esto deixando de proporcionar s crianas e aos adolescentes o desenvolvimento da cordialidade e boa convivncia entre as pessoas.O trabalho com a famlia tambm essencial, pois nesses casos ela segue uma linha desordenada, desorientada, sem saber quais aes devem ser tomadas com esse filho, e o cenrio do orientador educacional se faz, detectando no aluno seus anseios frustrados, suas necessidades, inseguranas, excessos de cuidado e carinho ou se simplesmente um problema em corresponder-se com normas e regras.

A escola tem como um de seus maiores obstculos a conduta em formas de bagunas, falta de limites, maus comportamentos e desrespeito aos professores entre outros. Ultrapassando assim fronteiras culturais e econmicas.

A ausncia de cultura disciplinar preventiva nas escolas, bem como falta de preparo por parte dos professores para lidar com distrbios em sala de aula, trs um contexto social onde a indisciplina se expressa. Muitas escolas no oferecem estrutura, ou seja, espaos adequados para a prtica de esportes, para brincar e interagir nos intervalos.Deve-se lembrar que as escolas em meados de 1960, conseguiam fazer com que seus alunos se comportassem, pois a disciplina era imposta de forma autoritria, com ameaas e castigos.

O medo levava a obedincia e a subordinao por parte dos alunos, eles no podiam se posicionar, questionar e refletir, sobre quaisquer que fosse o assunto. Atualmente se vive um outro contexto, onde influenciados por mudanas polticas, sociais, econmicas e culturais instituies escolares, alunos e professores, assumem um papel diferente na sociedade.A origem dos comportamentos ditos indisciplinares podem estar em diversos fatores: uns ligados a questes relacionadas ao professor, principalmente na sala de aula; outros centrados nas famlias dos alunos; outros verificados nos alunos; outros gerados no processo pedaggico escolar; e outros alheios ao contexto escolar.

Chagas apud Morais (1997, p. 11) define a disciplina escolar como sendo: um conjunto de regras que devem ser obedecidas para o xito do aprendizado escolar. Ela uma qualidade de relacionamento humano entre o corpo docente e os alunos em uma sala de aula e, conseqentemente, na escola.

O professor possui autoridade, e no deve us-la de forma abusiva, mas por ela, apresentar suas idias, conhecimentos e experincias, sem desrespeitar o conhecimento do grupo, sempre encorajando-os participao, encarando-os como sujeitos conscientes e responsveis pelo seu prprio processo de aprendizagem.

Por vezes, os pais no comparecem escola e resistem idia de que seus filhos apresentem problemas para aprender, porque no acreditam na escola. Como se pode observar, nem sempre os educadores sabem explicitar com clareza o que est acontecendo com o aluno. Desse modo, natural que os pais duvidem da opinio da escola.

A existncia de um trabalho que oferea conhecimentos para que os educadores possam compreender o processo de aprendizagem dos alunos e diagnosticar com preciso problemas dele decorrentes permitir que estabeleam um dilogo firme e seguro com os pais, contribuindo para que confiem na orientao da escola.

Estes alunos so chamados de aluno-problema, tomado em geral, como aquele que padece de certos supostos em distrbios psicopedaggicos em; distrbios estes que podem ser de natureza cognitiva (os tais distrbios de aprendizagem) ou de natureza comportamental, e nessa ltima categoria enquadra-se um grande conjunto de aes que chamamos usualmente de indisciplinadas. Esse tipo de entendimento da questo disciplinar, mais de cunho psicolgico, merece pelo menos dois reparos: o primeiro, com relao idia de ausncia absoluta de limites e do desrespeito s regras; o segundo, sobre a suposta permissividade dos pais. A Indisciplina e a Avaliao Para Medir a Capacidade do Aluno na Viso do ProfessorO desenvolvimento de uma prtica reflexiva cobra, enquanto educadores, mudanas no mbito do pedaggico e tambm, no da gesto de uma unidade escolar, onde se assume responsabilidades relacionadas com a sua gesto, alm de funo formadora.

Analisar e discutir a avaliao no processo de ensino e aprendizagem analis-la no de modo fragmentado, mas inserida no prprio processo do qual faz parte. Como a avaliao um dos elementos da ptria pedaggica, ela faz parte de um todo e, como tal, interage com cada um dos outros elementos desse todo. Sendo o professor um dos elementos envolvidos e com um papel fundamental, bvio que sua concepo de avaliao vai direcionar toda atividade e todo o resultado dessa atividade, pois ele que organiza e promove a atuao de todos os outros.

Dessa forma, organizar-se para inovar consiste em estar aberto para aprender atravs de reflexes coletivas e individuais realizadas, necessariamente, na escola, lcus de trabalho e, tambm, lcus de formao continuada dos docentes.

A tarefa de discutir um pouco sobre estas idias uma das intenes deste texto que, com o propsito de conduzir o professor leitor a pensar um pouco mais sobre o reflexo de suas aes no mbito da escola, enquanto co-participante e co-responsvel pela gesto escolar, espera suscitar interrogaes que o conduzam s fronteiras alm texto.

Freire (1993, p. 154),

O ato de ensinar requer do professor um (re)construir constante da ao de aprender a aprender, pois a todo momento, aprende como ensinar atravs das reflexes que faz acerca de como seus alunos esto, ou podem estar, (re)construindo os conceitos, os procedimentos e as atitudes que compem os contedos escolares, tambm com ele prprio os (re)constri.

A ao de aprender a aprender envolve por conseguintes, o rever do conceito de aprendizagem enquanto simples mudana de comportamento e de responsabilidade exclusiva do professor. Cremos que ao aprender alguma coisa ampliamos nossas redes de interaes, fazendo e refazendo novas conexes que modificaro, ou melhor, reconfiguraro todo nosso sistema complexo crebro-mente.

Desta forma, considera-se que um processo pedaggico significativo quando produz tal reconfigurao, isto porque ao aprender algo novo, o que ocorre no to somente um simples acrscimo de conhecimento, mas conexes entre os conhecimentos novos e os j existentes capazes de produzir mudanas que alteram toda a estrutura existente, modificando todo nosso sistema. Assim, o aprender torna-se tambm responsabilidade do aluno, at mais do que do professor.

Pois, a ao de avaliar realizada por todos os indivduos nos mais diversos momentos de seu cotidiano. No processo de ensino e aprendizagem, a avaliao muito enfatizada e exerce uma influncia significativa em todo o contexto escolar, nas famlias e, especialmente, no prprio aluno(SOARES, 1999, p. 92).Tambm para o professor a avaliao importante, pois os resultados dos seus alunos podero contribuir para uma anlise reflexiva, no sentido de avaliar a eficcia de seu desempenho. A partir desses resultados, o professor tem a possibilidade de melhorar sua compreenso das formas de aprendizagem dos alunos e do processo de ensino e aprendizagem.

Assim, a avaliao atingir sua funo didtico-pedaggica de auxiliar o aprendiz e o professor a obterem eficcia no processo ensino e aprendizagem quando for conduzida de acordo com seu verdadeiro significado.

Quando se percebe um grande nmero de professores utilizando aes como testar, observar, medir ou atribuir nota como se isso fosse avaliar, pode-se entender o porqu dos questionamentos feitos por outros professores sobre a necessidade e Negrine (1995, p. 13) diz que: a avaliao no deve ser vista como uma caa aos incompetentes, mas como uma busca de excelncia pela organizao escolar como um todo. Aplicar um teste ou fazer uma observao so tcnicas que podem ser usadas pelo professor para colher informaes sobre o atual estgio de desenvolvimento dos alunos. Atribuir uma nota , apenas, expressar os resultados e no avaliar.

A avaliao necessria muito mais do que aplicar uma prova, fazer uma observao ou atribuir umas notas. A avaliao necessria aquela que consegue verificar como o aluno capaz de movimentar-se num campo de estudos e estimul-lo, atravs de uma reflexo conjunta sobre o que ele realizou, a encontrar os caminhos do seu prprio desenvolvimento.

O avaliar, na escola atual, exige uma mudana no s nas tcnicas de avaliao, mas tambm na postura de todos os elementos envolvidos no processo ensino e aprendizagem. Preceitua Boavida et all apud Zilberman (2000, p. 03),

A avaliao s tem sentido se for acompanhada por uma mudana de atitudes, por uma concepo diferente do que seja por parte do professor e dos alunos, a avaliao. Isto , qual a sua funo, o que que se lhe deve pedir, como devemos atuar, em suma, quais so os seus reais objetivos.

Portanto, observa-se que mesmo aluno indisciplinado com um professor nem sempre indisciplinado com os outros. Sua indisciplina, portanto, parece ser algo que desponta ou se acentua dependendo das circunstncias. Por isso, talvez se deve indagar mais sobre essas circunstncias, e, por extenso, despersonalizar os dilemas disciplinares. Problemas Causados pela Indisciplina do Aluno frequente a afirmao, por partes dos professores, que os alunos de hoje so indisciplinados, evocando um saudosismo de uma suposta educao de antigamente, que estabelecia parmetros rgidos para o uso do corpo e da mente.

A indisciplina pode ser entendida como um comportamento contrrio a uma norma explcita no Projeto Poltico Pedaggico da escola, ou implcita em termos escolares e sociais. Que em sua maioria se manifesta em forma de cochicho, troca de bilhetes, discusses e na forma de agresses a colegas e professores.

Dentre as medidas que so tomadas pelas escolas, esto a expulso e a transferncia dos alunos "problemticos", medidas que geram muitas discusses. As escolas no podem simplesmente acabar com o problema, transferindo ou expulsando o aluno indisciplinado. O aluno que expulso ou "convidado a se retirar" acaba se sentindo injustiado, rejeitado e isso acaba por interferir em sua capacidade de aprendizagem tornando-os ainda mais indisciplinados. Conforme Gadotti (1997, p. 146), frequente a afirmao, por partes dos professores, que os alunos de hoje so indisciplinados, evocando um saudosismo de uma suposta educao de antigamente, que estabelecia parmetros rgidos para o uso do corpo e da mente.

Diante do que foi exposto, percebe-se que a expulso e a transferncia compulsria, como medidas disciplinares no encontram justificativa admissvel, pois tais medidas constituem flagrante, desrespeito Constituio Federal e ao Estatuto da Criana e do Adolescente. Assim de que se efetive o direito de toda criana e do adolescente educao, deve ser extirpadas de todo Projeto Poltico Pedaggico escolar essas medidas abusivas. Cypel (2001, p. 79), explica que:

Um comportamento indisciplinado qualquer ato ou omisso que contraria alguns princpios do regulamento interno ou regras bsicas estabelecidas pela escola ou pelo professor ou pela comunidade. A indisciplina uma resposta autoridade do professor.

Desse modo, a indisciplina passa, ento, a ser algo salutar e legtimo para o professor. Indisciplina um evento escolar que estaria sinalizando, a quem interessar, que algo, do ponto de vista pedaggico, e mais especificamente da sala de aula, no est se desdobrando de acordo com as expectativas dos envolvidos.

Quanto ao parecer sobre os coordenadores pedaggicos, foi dito que entendem que o papel essencial do coordenador cumprir a proposta pedaggica, orientando, estimulando e acompanhando o trabalho dos docentes, identificando as necessidades dos mesmos com os alunos e so pessoas com alto conhecimento pedaggico.

Gadotti (1997, p. 73), O coordenador escolar busca constantemente a integrao do aluno escola e sociedade. A adaptao do estudante escola torna-se muito importante e deve ser preocupao de todos, inclusive do Coordenador Escolar de Gesto; desde o incio da vida escolar, para que a escola represente um ambiente acolhedor e afetivo.

Apesar do entendimento, percebem ainda que, suas tarefas no esto sendo totalmente cumpridas, pois ainda executam tarefas de outro setor e precisam atender demandas com prazo curto e que so repassadas em cima da hora, dificultando o processo de atuao e impactando no comportamento do docente, que consequentemente afeta o aluno. Ainda no parecer, um docente escreveu que, quando a coordenao se faz mais presente em sala de aula, ajuda a administrar com mais freqncia as situaes de indisciplina que so encontradas em sala de aula.

impossvel realizar bem o papel da educao sem compreender a realidade do entorno escolar, a histria da sociedade com suas mudanas sistemticas, as diferentes vises da educao, da psicologia, da sociologia, da filosofia, dentro outras. Mais do que nunca, vivemos em uma sociedade que avana em descobertas cientficas, tecnolgicas e neurocientficas que favorecem a melhor compreenso da pessoa humana, ator necessrio construo interativa do conhecimento.

Na escola, o Coordenador Pedaggico o responsvel pela mediao entre o Projeto Poltico Pedaggico (PPP) e os atores da Comunidade Educativa, mas tambm aquele que faz tudo, desviando-se de sua principal competncia no mbito educativo. Afirma Aquino (1996, p. 148), que:

[...] est cada vez mais difcil lidar com essa questo, pois alunos no respeitam os adultos como antes [...]. No ciclo inicial do primeiro grau, o pesadelo pedaggico, das professoras da quarta srie, tanto na escola privada quanto da pblica, povoado por imagens relativas indisciplina do aluno. Logo o trabalho docente, representado prioritariamente como ordenao, controle e/ou supresso da agitao em sala de aula.

Diante de sua complexidade, a indisciplina deve ser entendida como matria de trabalho, no s das instituies de ensino, mas tambm das polticas pblicas e sociais, j que uma criana indisciplinada, ser no futuro um adulto indisciplinado, sem limites e responsabilidade, jogado na sociedade, que a sala de aula se firme como espao pblico, lugar de realizao coletiva em que ato indisciplinar, uma fora que precisa ser trabalhado a fim de explicitar a quem veio.

As manifestaes de indisciplina, muitas vezes, podem ser vistas como uma forma de se mostrar para o mundo, mostrar sua existncia, em muitos casos o indivduo tem somente a inteno de ser ouvido por algum, ento para muitos alunos indisciplinados a rebeldia uma forma de expresso.

Patto (2004, p. 82), preciso pensar a indisciplina no contexto do desenvolvimento cognitivo dos estudantes. Portanto, sob esta perspectiva, define-se indisciplina como a incongruncia entre os critrios e expectativas assumidos pela escola em termos de comportamento, atitudes, socializao, relacionamentos e desenvolvimento cognitivo, e aquilo que demonstram os estudantes.Quando a criana apresenta problemas para aprender, a forma com que a famlia reage pode agravar ou ajudar sua recuperao. Alm disso, o contato com as famlias pode trazer informaes sobre os fatores que interferem na aprendizagem e apontar os caminhos mais adequados para ajudar a criana. Tambm torna possvel orientar os pais para que compreendam a enorme influncia das relaes familiares no desenvolvimento dos filhos.A falta de contato com as famlias torna-se ainda mais grave quando h necessidade de encaminhar os alunos para profissionais especializados fora da escola, pois as crianas dependem dos pais, muitas vezes ausentes, ou resistentes ao atendimento extra-escolar.No se quer com isso isentar a responsabilidade do professor diante da aprendizagem de seus alunos, se quer apenas ressaltar que apenas as aes do professor (que est para ensinar) no bastam para garantir o processar da aprendizagem de seus alunos (que esto para aprender), mas apenas deve-se enfatizar que boa parte da constituio de uma aprendizagem significativa cabe s aes manifestadas pelos alunos. Tiba (2002, p. 48) As falhas na estrutura e funcionamento da escola tambm desfavorecem o trabalho dos professores e os impedem de detectar prontamente as dificuldades dos alunos e ajud-los a super-las. Quando os alunos so encaminhados para os servios pblicos de atendimento, a situao no menos dramtica. A precariedade desses servios e a inadequadao de muitos de seus profissionais faz com que os problemas de aprendizagem ou passem despercebidos, ou seja, tratados por uma linha medicamentosa de tratamento, como se as causas orgnicas fossem as nicas existentes. A Importncia de Identificar as Dificuldades de Aprendizagem e as Atividades que Podero se Desenvolvidas para Minimizar Essa ProblematicaAtualmente percebe-se com frequncia que os professores apresentam muitas queixas relacionadas as dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos alunos, isso causa uma deficincia no ensino aprendizagem, pois quando no h um bom rendimento, o ndice de reteno aumenta.

As escolas pblicas contam com muitas dificuldades inclusive a falta de profissionais capacitados para trabalhar com os alunos que apresentam problemas, raramente h psiclogos ou psicopedagogos disponveis nas escolas pblicas, assim fica difcil para os professores sanar a dificuldades dos alunos.

importante ter conscincia da importncia da psicopedagogia no desenvolvimento do trabalho com as crianas que apresentar dificuldades de aprendizagem.

Segundo Olvia Porto (2007, p. 16) "A aprendizagem deve comea pelos acontecimentos em que os alunos esto envolvidos, suas crenas, para pode ensinar bem necessrio conhecer os modelos mentais que os alunos utilizam na compreenso do mundo que os rodeia". Da percebe-se a necessidade da insero da psicopedagogia no ambiente escolar. O educador deve ter como objetivo identificar problemas e encaminh-los para profissionais que podero ajud-los.De acordo com pesquisas apresentadas pela mdia televisiva, a qualidade de ensino deixa muito a desejar, e segundo os professores as reclamaes so sempre as mesmas "crianas que no prestam ateno ou no querem aprender".Muitas vezes por falta de conhecimento o professor no identifica o verdadeiro problema que dificulta a aprendizagem. De acordo com Porto apud Santana (2004, p. 11) "Para que ; aprendizagem provoque uma efetiva mudana de comportamento e amplie o potencial do educando necessrio que ele perceba a relao entre o que est aprendendo e sua vida".

Nesse caso o papel do psicopedagogo trabalhar investigando queixas apresentadas pelos educadores, para identificar a dificuldades de aprendizagem e procurar as possveis solues. Para que isso seja possvel necessrio que a escola tenha um profissional nessa rea para atuar na escola de forma que garanta o atendimento de alunos que precisem.

De acordo com Grassi apud Fernandes (2001, p. 16) "O psicopedagogo , um profissional que atua no campo clnico e institucional, no sentido de investigar as causas relativas ao fato de no aprender tanto no carter diagnstico quanto preventivo". Assim trabalhar na rea da educao requer conhecimento em vrias reas e principalmente parceria com profissionais de outras reas que possam contribuir no processo de ensino aprendizagem.

No pode-se esquecer que h muitos alunos que apresentam falta de interesse e motivao para realizar as tarefas, porm isso no pode ser visto como problemas de aprendizagem. Para estudar o processo de aprendizagem necessrio considerar os processos cognitivos que no podem ser observveis diretamente como fatores pessoais (expectativas, pensamentos desejos e crenas); fatores pessoais (recursos ambientais, fsicos) e fatores comportamentais (atos individuais ou escolhas).Portanto, ao encaminhar um aluno para o psicopedagogo o mesmo pode ou no apresentar distrbios de aprendizagem, o que ir definir se o aluno precisa de acompanhamento psicopedaggico so os resultados dos testes aplicados e as anlises realizadas no decorrer das observaes realizadas.

METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a elaborao deste artigo foi um levantamento bibliogrfico, com uma ampla pesquisa em livros, artigos de jornais, seminrios, dentre outros que relatem sobre o assunto para melhor compreenso do tema apresentado, elaborando a pesquisa de qualitativa. Portanto, Gil (2002, p. 45),

Argumenta que a pesquisa bibliogrfica desenvolvida com base em material j elaborado, constitudo principalmente de livros e artigos cientficos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, h pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliogrficas. Assim, este trabalho ser estruturado exclusivamente sobre fontes bibliogrficas.

Relatando que a indisciplina leva ao fracasso escolar que acontece atualmente entre os problemas do processo educacional mais analisando e questionando. A falta de contato com os pais dos alunos que apresentam dificuldades para aprender foi apontada pelas professoras como empecilho para que suas dificuldades sejam solucionadas.

Assim, embora nem sempre compreendam claramente o papel da escola frente aos problemas de aprendizagem, nem encontrem para eles solues eficazes, os educadores conseguem apontar muitos dos fatores que facilitam ou dificultam uma possvel ao.

importante que esse movimento seja captado e inserido numa proposta de trabalho direcionada para o investimento na competncia profissional dos educadores, capacitando-os no s para perceber as dificuldades decorrentes do processo educativo, mas para interferir nelas, a partir da escolha consciente de uma teoria de ensino-aprendizagem, a fim de que possam, tambm conscientemente, selecionar as estratgias de ensino que julgarem mais adequadas.

Desta forma, os educadores necessitam de ter um espao de confiana, onde seja possvel realizar um trabalho que tambm leve em conta as angstias e defesas que acompanham qualquer processo de mudana. Para tanto, a indisciplina pode surgir como a outra alternativa ao seu insucesso escolar, procurando deste modo "valorizar" a sua relao com os outros. CONCLUSOComo exposto neste estudo, o conceito de indisciplina susceptvel de mltiplas interpretaes. Um aluno ou professor indisciplinado em princpio algum que possui um comportamento desviante em relao a uma norma explicita ou implcita sancionada em termos escolares e sociais. Estes desvios so, todavia denominados de forma diferente conforme se trate de alunos ou de professores. Os primeiros so apelidados de indisciplinados, os segundos de incompetentes. Nestas notas vamos apenas abordar os comportamentos desviantes dos primeiros.

Pode-se definir assim, que disciplina, como sendo o acontecimento da aprendizagem em sua plenitude, dentro de uma dinmica organizada e orientada pelo professor, cujo desenvolvimento no depende de um padro pr estabelecido. Ao contrrio da indisciplina, que percebida como um estado gerado pela ociosidade dos e alunos e seu desencanto na escola.

A desmotivao dos alunos e o desinteresse explicito por aquilo que se pretende ensinar ou qualquer outro comportamento inadequado, por vezes no so mais do que chamadas de ateno ao professor sobre os seus mtodos de ensino ou sobre as estratgias de relao na aula. O professor deve ser explcito e justo na negociao do contrato que feito com os alunos. A alterao das regras pode provocar indisciplina.

A constituio fsica ou intelectual do aluno pode provocar comportamentos indisciplinados. A imaturidade, a vadiagem, a desateno, a incapacidade de fixao, o baixo rendimento escolar, a agressividade devem ser pesquisadas como sintomas de distrbios mais profundos (quer fisiolgicos, quer emocionais), que preciso tratar, sem o qual as represses ou sanes sero totalmente ineficazes e at contraproducentes.Prope-se assim que uma ao reflexiva somente ser efetiva na escola, quando processada por sua equipe de professores de forma colegiada, pois se considera ser necessrio, mudanas que tambm os gestores escolares tenham uma prtica reflexiva e uma conduo participativa na administrao de sua unidade escolar.

Portanto, o coordenador pedaggico cobrado pela escola, pelos professores e pelos pais e nem sempre esse profissional encontra a formao necessria para sua atuao.

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