Artigo formação e educação caso dianova_2012

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ARTIGO CONTRIBUÍDO Susana Almeida, Gestora-Coordenadora do Centro de Formação Dianova Dianova Portugal EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA «Educação, Formação e Aprendizagem ao Longo da Vida» (EF&ALV) são três conceitos que acompanham o paradigma Europeu há mais de 20 anos e que não podem ser dissociados. O debate foi lançado para que se repensassem as estratégias globais sobre Crescimento | Competitividade | Emprego, alertando a Europa para o impacto suscitado pela sociedade da informação, pela globalização, pelos progressos da ciência e da tecnologia e sensibilizando para a resposta que a educação e a formação podem dar a este desafio. A consolidação da democracia, o progresso social, e consequentemente o aumento da quantidade e da qualidade do emprego são os resultados esperados das sucessivas políticas comuns que preconizam o acesso à Educação e à Formação a todos os indivíduos, ao longo de todo o seu ciclo de vida. Com o progresso, as transformações dos contextos sociais e económicos acontecem a um ritmo vertiginoso, sendo necessária uma adaptação constante para a qual todos devemos estar preparados. É fundamental que neste contexto, prevaleça uma estratégia comum de apoios e incentivos à Educação e à Formação, mas principalmente que as sociedades sofram uma transformação focalizada no princípio da Aprendizagem ao Longo da Vida, sob pena de que a selecção natural afecte negativamente os que não se inquietem perante este desafio. Ciente de que «o desenvolvimento comanda as aprendizagens e as aprendizagens intervêm no desenvolvimento» (Danis e Solar, 1998), e não me explanando acerca da perspectiva holística da aprendizagem do indivíduo, sobejamente explorada pelos especialistas da área, debruço- me sobre o papel das entidades empregadoras neste domínio. É fundamental que os Decisores das Empresas/Organizações entendam que o Crescimento e a Competitividade se constroem com Capital Humano preparado, qualificado, formado ao Longo da Vida. Para tal, terá de prevalecer cada vez mais, uma cultura de investimento na retenção e promoção de Talentos individuais e colectivos que só se alcança quando as entidades patronais incentivam, valorizam e disponibilizam o acesso ao Conhecimento. Destaco assim a necessidade da articulação entre entidades empregadoras (de todos os sectores) e as entidades formadoras de forma a que, em conjunto, consigam delinear planos de acção que visem colmatar o défice de competências transversais com que a população

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Como Parceiro Embaixador para a Economia Social da iniciativa "Estratégia EU 2020: Oportunidade, sim ou não?" promovida pela APG e CIEJD, a Dianova contribui para a divulgação da mesma junto do Sector Social. Artigo contribuído da autoria de Susana Almeida, Gestora-Coordenadora do Centro de Formação Dianova, 2012

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ARTIGO CONTRIBUÍDO Susana Almeida, Gestora-Coordenadora do Centro de Formação Dianova Dianova Portugal

EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA

«Educação, Formação e Aprendizagem ao Longo da Vida» (EF&ALV) são três conceitos que acompanham o paradigma Europeu há mais de 20 anos e que não podem ser dissociados. O debate foi lançado para que se repensassem as estratégias globais sobre Crescimento | Competitividade | Emprego, alertando a Europa para o impacto suscitado pela sociedade da informação, pela globalização, pelos progressos da ciência e da tecnologia e sensibilizando para a resposta que a educação e a formação podem dar a este desafio.

A consolidação da democracia, o progresso social, e consequentemente o aumento da quantidade e da qualidade do emprego são os resultados esperados das sucessivas políticas comuns que preconizam o acesso à Educação e à Formação a todos os indivíduos, ao longo de todo o seu ciclo de vida.

Com o progresso, as transformações dos contextos sociais e económicos acontecem a um ritmo vertiginoso, sendo necessária uma adaptação constante para a qual todos devemos estar preparados. É fundamental que neste contexto, prevaleça uma estratégia comum de apoios e incentivos à Educação e à Formação, mas principalmente que as sociedades sofram uma transformação focalizada no princípio da Aprendizagem ao Longo da Vida, sob pena de que a selecção natural afecte negativamente os que não se inquietem perante este desafio.

Ciente de que «o desenvolvimento comanda as aprendizagens e as aprendizagens intervêm no desenvolvimento» (Danis e Solar, 1998), e não me explanando acerca da perspectiva holística da aprendizagem do indivíduo, sobejamente explorada pelos especialistas da área, debruço-me sobre o papel das entidades empregadoras neste domínio.

É fundamental que os Decisores das Empresas/Organizações entendam que o Crescimento e a Competitividade se constroem com Capital Humano preparado, qualificado, formado ao Longo da Vida. Para tal, terá de prevalecer cada vez mais, uma cultura de investimento na retenção e promoção de Talentos individuais e colectivos que só se alcança quando as entidades patronais incentivam, valorizam e disponibilizam o acesso ao Conhecimento.

Destaco assim a necessidade da articulação entre entidades empregadoras (de todos os sectores) e as entidades formadoras de forma a que, em conjunto, consigam delinear planos de acção que visem colmatar o défice de competências transversais com que a população

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activa se depara no final dos ciclos de ensino obrigatório ou superior, não conseguindo corresponder às necessidades do mercado de trabalho e, consequentemente, entorpecendo o desenvolvimento.

A Dianova, associação sem fins lucrativos e de utilidade pública, ao longo dos anos tem aplicado e desenvolvido metodologias inovadoras de gestão organizacional, ampliando o potencial de todos os seus Stakeholders (Colaboradores/as, Parceiros, Clientes, Fornecedores, etc.).

Alicerçado na acreditação como Entidade Formadora e nos cerca de 30 anos de experiência de gestão da mudança e desenvolvimento organizacional, o Centro de Formação Dianova constitui-se um parceiro estratégico no desenvolvimento de Empresas, Pessoas e Organizações Sociais, ao nível da sua capacitação técnica, intelectual e social, criando sinergias entre todos os sectores, com vista à reflexão e actuação proactiva da integração deste paradigma europeu no quotidiano.

Exemplo das boas práticas da Dianova neste âmbito, são:

• A aplicação de Diagnósticos de Necessidades Educativas e Formativas em Empresas, Organizações do Terceiro Sector, Escolas, Poder Local;

• O desenvolvimento de planos de formação focalizados em necessidades individuais e organizacionais, potenciando o crescimento e a competitividade;

• O desenvolvimento de projectos de formação co-financiada pelo Fundo Social Europeu e pelo Estado Português nas Empresas e Organizações, mitigando os custos inerentes à formação das Pessoas e estimulando o conhecimento e a sensibilização para os sistemas e dispositivos de reconhecimento e validação de aprendizagens e competências na Europa;

• A consultoria especializada e o desenvolvimento de planos de formação integrados nas áreas da Gestão Organizacional, Gestão de Pessoas, Gestão da Qualidade, Gestão de Projectos, e Gestão do Desenvolvimento Pessoal e Social; Nesta última área, com especial enfoque no estímulo ao desenvolvimento da proactividade na procura e aplicação do conhecimento obtido através da Aprendizagem ao Longo da Vida e na construção e desenvolvimento de carreiras de sucesso;

• A elaboração e desenvolvimento de projectos que visam o estímulo da cidadania participativa, da responsabilidade social, da sustentabilidade e ecologia, da promoção de estilos de vida saudáveis, do desenvolvimento de competências e habilidades sociais, pautados pelas orientações estratégicas «Europa 2020»;

Em suma, persiste uma preocupação constante que nos deve inquietar: tendo a crise global anulado anos de progresso económico e social, é fundamental que todos conheçam o seu papel na sociedade. Se Educação, Formação e Aprendizagem ao Longo da Vida são sinónimos de Crescimento, Competitividade e Emprego, o mercado de trabalho tem de estar atento às políticas e estratégias Europeias e aberto a uma transformação profunda na forma como gere o Capital Humano.

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Por outro lado, as escolas e os centros de formação deverão desenvolver-se de forma a que os seus destinatários possam capitalizar experiências e informação que os habilitará a melhor ser-fazer-estar nos seus percursos de aprendizagem contínua. Esta aprendizagem não se consubstancia no cumprimento das 35 horas anuais de formação a que obriga o Código do Trabalho. É muito para além disso. É coleccionar experiências e conhecimento diariamente, transformando-os e aplicando-os a novas situações. É fazer valer a máxima popular «aprender até morrer». É deitar por terra o velho jargão «burro velho não aprende línguas».

Esta inquietação deverá conduzir-nos a todos a atitudes proactivas e verdadeiramente empreendedoras no campo pessoal e profissional para que nos consigamos adaptar às mudanças e desafios com que nos deparamos a curto, médio e longo prazo.

Acredito que o caminho para o desenvolvimento sustentável está no desenvolvimento da excelência da Aprendizagem ao Longo da Vida, que se conseguirá através da promoção da eficácia organizacional pela formação do Capital Humano (hard skills) e pelo incremento das suas valências relacionais (soft skills).

Susana Almeida | Gestora-Coordenadora do Centro de Formação Dianova, Dianova Portugal

Licenciada na área das Ciências da Educação pela ESEL – IPL, Pós-graduada em Gestão de Projectos em Parceria pelo ISCTE – IUL, entre outras formações diversas. Actualmente, desempenha funções como Gestora-Coordenadora do Centro de Formação Dianova, responsável pela gestão de uma Equipa de 3 colaboradores e uma Bolsa externa de +250 Formadores, e pelo desenvolvimento estratégico do CFD. Anteriormente, desenvolveu diversos projectos nas áreas da Educação, Formação e Desenvolvimento Sociocomunitário em organizações como a Competir – Formação e Serviços, Lda., Câmara Municipal de Torres Vedras – Divisão de Ambiente, Projecto EQUAL, entre outras. A sua experiência profissional e académica inclui docência em diversas Escolas.

-FIM-

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Sobre a Dianova

A Dianova Portugal – Intervenção em Toxicodependências e Desenvolvimento Social é publicamente reconhecida como Instituição Particular de Solidariedade Social, Associação de Utilidade Pública e Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento, com sede na Quinta das Lapas, Monte Redondo Torres Vedras. Tem as suas áreas de intervenção licenciadas e protocoladas pelo Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT, IP) – actual SICAD, Instituto da Segurança Social (ISS, IP), Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), Direcção-Geral do Emprego e Relações no Trabalho (DGERT) e Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD-MNE).

Disponibilizamos actualmente os seguintes recursos: Centro de Formação (acreditado pela DGERT), Comunidade Terapêutica (a 1ª em Portugal com Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001:2008 certificado pela SGS – ICS desde 2005), Empresa de Inserção Viveiros Floricultura, Centro de Apoio Psicossocial +Saúde e Apartamento de Reinserção Social.

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Tendo por missão desenvolver acções e programas que contribuam activamente para a autonomia pessoal e o progresso social, alicerçada nos valores de Solidariedade • Compromisso • Tolerância • Internacionalidade, a nossa visão fundamenta-se na convicção de que, com a ajuda adequada, cada pessoa pode encontrar em si mesma os recursos para alcançar o seu desenvolvimento pessoal e integração social.

Toda a nossa intervenção assenta em quatro pilares de diferenciação: Profissionalismo e Competência, Inovação e Qualidade, Eficácia no Tratamento e Reinserção e Ética e Responsabilidade Social.

Somos membro e parceiros da rede Dianova com Estatuto Consultivo Especial junto do Conselho Económico e Social das Nações Unidas (ECOSOC/UN), do Vienna NGO Committee on Narcotic Drugs (VNGOC), do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG); da REDE Nacional de Responsabilidade Social das Organizações RSO PT; da European Federation of Therapeutic Communities (EFTC), em Relações Operativas com a UNESCO, entre outras afiliações e protocolos, e ainda Coordenadora Nacional das campanhas European Action On Drugs e Access City Award da Comissão Europeia – DG Justiça (EC – DG JUST).

Fruto do nosso desenvolvimento organizacional e cooperação, eis o nosso Impacto Social no quinquénio 2007-2011 nas múltiplas áreas de intervenção: beneficiámos 21.838 Pessoas (crianças, jovens, adultos e idosos).