ARTIGO CIENTÍFICO COORDENAÇÃO ESCOLAR
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1. Pedagogo, Especialista em Supervisão e Coordenação dos Espaços Educativos (FAP – Faculdade
Piauiense) e professor das redes municipais de ensino de Buriti dos Lopes e Parnaíba. E-mail:
A SUPERVISÃO ESCOLAR NA PERCEPÇÃO DOS
COORDENADORES PEDAGÓGICOS DE ESCOLAS PÚBLICAS DE
BURITI DOS LOPES.
Alexsandro Souza dos Santos¹
Resumo
Este artigo é o resultado de uma revisão bibliográfica que foi organizada a partir de leituras de
obras de vários autores e de uma pesquisa de campo com alguns coordenadores pedagógicos
das redes municipal e estadual de ensino da cidade de Buriti dos Lopes-PI realizada entre os
meses de maio e junho de 2012 em que se utilizou como coleta de dados a entrevista
semiestruturada. Esse trabalho seguirá uma abordagem qualitativa e tem como problema
central a seguinte indagação: que concepção os supervisores ou coordenadores pedagógicos
têm sobre supervisão escolar? Nessa perspectiva o objetivo central deste estudo é analisar as
concepções que os coordenadores pedagógicos têm sobre o tema supervisão escolar. Assim no
início abordaremos a história e as mudanças ocorridas na supervisão escolar no Brasil nos
últimos anos, bem como as novas concepções do trabalho do supervisor escolar na atualidade
e as percepções que os coordenadores pedagógicos têm acerca da supervisão escolar e de sua
prática na escola. Para embasar essa pesquisa recorreu-se a estudos de autores como: Alarcão
(2001), Rangel (1988 e 1999), Lima (2011), Saviani (1999), dentre outros.
Palavras-chave: Supervisão escolar. Coordenador pedagógico. Escola. Prática pedagógica.
Percepções.
SCHOOL SUPERVISION IN PERCEPTION OF ENGINEERS TEACHING OF
PUBLIC SCHOOLS OF BURITI DOS LOPES.
Abstract
This article is the result of a literature review that was organized from works readings of
various authors and a field survey with some coordinators of municipal and state schools of
the city of Buriti dos Lopes-PI between the months of May and June 2012, in which data
collection semistructured interview was used. This work will follow a qualitative approach
and its central problem is the following question: what conception do supervisors or
coordinators have on school supervision? In this perspective the main objective of this study
is to analyze the conceptions coordinators have on school supervision. So, at the beginning,
the history and changes in school supervision in Brazil in recent years will be presented, as
well as new conceptions of the work of the school supervisor today and perceptions that the
coordinators have about school supervision and practice in school. To support this research
we used the studies of authors such as: Alarcão (2001), Rangel (1988 and 1999), Lima (2011),
Saviani (1999), among others.
Keywords: Supervision school. Pedagogical coordinator. School. Pedagogical practice.
Perceptions
1. INTRODUÇÃO
O tema supervisão ou coordenação escolar tem ganhado grande relevância no campo
das pesquisas em educação nos últimos anos, pesquisadores como Alarcão (2001), Rangel
(1988 e 1999), Lima (2011), Saviani (1999), entre outros, têm produzido estudos com o
propósito de abordar a nova configuração da supervisão escolar, isso por conta da emergente
necessidade de mudanças nas práticas pedagógicas dentro da escola. Entendemos que essas
mudanças estão diretamente relacionadas com o novo conceito de supervisão escolar que se
apresenta na atualidade, pois este deve corresponder às novas exigências da sociedade atual, a
cada dia mais complexa devido, entre outras coisas, aos efeitos da globalização e as novas
tecnologias educacionais.
A atividade de supervisão escolar ou como também é conhecida coordenação
pedagógica assume na atualidade uma grande importância no contexto escolar, isso ocorre
devido a complexidade das funções que a escola vem assumindo, o que exige dessa instituição
ações de supervisão e coordenação que estejam voltadas para essa nova realidade.
Sendo assim é necessário que todos os educadores como, professores, coordenadores
pedagógicos e gestores escolares tenham mais conhecimento sobre essa temática para que
possam compreender melhor a importância da prática de coordenação no contexto escolar, e a
contribuição desta para a melhoria da prática pedagógica do professor em serviço.
Sobre a função da supervisão/coordenação escolar essa tem se modificado
consideravelmente nas últimas décadas, porém, entre os próprios supervisores e
coordenadores existem diferentes concepções acerca do que seja supervisão escolar, ou seja,
para alguns suas práticas ainda permanecem baseadas em concepções tradicionais de
educação, para outros, estão pautadas em concepções mais progressistas, voltadas para um
novo paradigma de educação e de formação humana. Mas, afinal como os coordenadores
pedagógicos veem a supervisão/coordenação escolar? Qual a concepção que eles têm acerca
de coordenação pedagógica? Como os coordenadores pedagógicos percebem suas próprias
práticas no contexto escolar? E qual será o papel do supervisor/coordenador escolar no
ambiente escolar?
A partir dessas questões é que norteamos as discussões dessa pesquisa, que tem como
problema a ser investigado: que concepção os supervisores ou coordenadores pedagógicos
têm sobre supervisão escolar?
Nesse sentido para direcionar a investigação tivemos como objetivo geral analisar as
concepções que os supervisores ou coordenadores pedagógicos têm sobre supervisão escolar,
e como objetivos específicos: descrever os aspectos históricos da supervisão escolar no Brasil;
compreender a evolução da concepção de supervisão escolar; destacar as funções do
supervisor/ coordenador pedagógico na escola atual, descrever e analisar as percepções que os
coordenadores pedagógicos têm sobre a supervisão escolar.
Assim para fundamentar esse estudo nos baseamos em produções de diversos autores
do campo das pesquisas na área de educação como Alarcão (2004), Libâneo (2004), Lima
(2011), Lück (2011), Saviani (1999), Silva (1998), e Rangel (1988, 1997, 2011), Medina
(1995, 2002), dentre outros, que respaldarão esta investigação.
2. METODOLOGIA
A construção do presente artigo se caracteriza por uma abordagem qualitativa, pois
acreditamos que essa seja a melhor abordagem para o nosso estudo, devido às suas
características como ressalta Deslauriers (1991, p. 58):
Na pesquisa qualitativa, o cientista é ao mesmo tempo o sujeito e o objeto de
suas pesquisas. O desenvolvimento da pesquisa é imprevisível. O
conhecimento do pesquisador é parcial e limitado. O objetivo da amostra é
de produzir informações aprofundadas e ilustrativas: seja ela pequena ou
grande, o que importa é que ela seja capaz de produzir novas informações
A fim de produzir informações novas e aprofundadas sobre a prática do coordenador
pedagógico na escola nos baseamos no levantamento de dados tanto bibliográficos quanto de
pesquisa de campo. Esses percursos metodológicos nos proporcionou compreender melhor
qual a concepção que os coordenadores pedagógicos têm construído acerca de sua função.
Sobre as características da pesquisa bibliográfica Fonseca (2002, p.32) destaca:
A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências
teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como
livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico
inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador
conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém pesquisas
científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando
referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou
conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a
resposta.
A pesquisa de campo segundo Fonseca (2002) caracteriza-se pelas investigações em
que, além da pesquisa bibliográfica e/ou documental, se realiza coleta de dados junto a
pessoas, com o recurso de diferentes tipos de pesquisa.
De acordo com Gil (2002) o estudo de campo procura o aprofundamento de uma
realidade específica e, é basicamente realizado por meio da observação direta das atividades
do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar as explicações e
interpretações do que ocorre naquela realidade.
Nesse sentido Segundo José Filho (2006, p.64) “o ato de pesquisar traz em si a
necessidade do diálogo com a realidade a qual se pretende investigar e com o diferente, um
diálogo dotado de crítica, canalizador de momentos criativos”. A tentativa de conhecer
qualquer fenômeno constituinte dessa realidade busca uma aproximação, visto sua
complexidade e dinamicidade dialética. Com base nisso buscamos por meio deste estudo
utilizando a pesquisa de campo investigar uma realidade partindo de uma perspectiva crítica
através de um processo dialético.
Assim, utilizamos para a coleta de dados uma entrevista semiestruturada, pois segundo
Triviños (1987) a entrevista semiestruturada tem como característica questionamentos básicos
que são apoiados em teorias e hipóteses que se relacionam ao tema da pesquisa. Desta forma
com base em (TRIVIÑOS, 1987, p.152) a entrevista semiestruturada “[...] favorece não só a
descrição dos fenômenos sociais, mas também sua explicação e a compreensão de sua
totalidade [...]”. Vale ressaltar que a pesquisa de campo foi realizada com três coordenadores
pedagógicos atuantes nas redes municipal e estadual de ensino.
E quanto à organização este artigo está estruturado da seguinte forma: na primeira
parte apresentamos um breve histórico acerca da supervisão escolar no Brasil, na segunda
parte tratamos da nova concepção de supervisão escolar e a função desse profissional na
escola, destacando o papel do supervisor escolar ou coordenador pedagógico na escola da
atualidade. Na quarta parte apresentamos os resultados da pesquisa de campo, aqui
denominado de: a percepção que os coordenadores pedagógicos têm sobre supervisão escolar,
por fim, temos as considerações finais.
3. BREVE HISTÓRICO DA SUPERVISÃO ESCOLAR NO BRASIL
A história da supervisão escolar está intimamente ligada às diversas mudanças
ocorridas na sociedade decorrente dos avanços tecnológicos e da divisão de trabalho. Segundo
Lima (2001) a ideia de supervisão surgiu inicialmente com o processo de industrialização,
tendo em vista a melhoria quantitativa e qualitativa da produção, antes de ser assumida pelo
sistema educacional, em busca de um melhor desempenho da escola em sua tarefa educativa.
Com o passar do tempo o ato de supervisão começou a não ser utilizado somente nas
indústrias, mas sim, adentrou o espaço das escolas, com o intuito de contribuir para o melhor
desempenho da escola e seu propósito de atender as exigências da sociedade vigente, que
estava vivendo um processo de transformação no qual a escola desempenharia um papel
importantíssimo na formação do indivíduo para atender as exigências sociais da sociedade
capitalista.
Para Soares (2002) no início da industrialização, a ideia de supervisão teve como
sentido a melhoria na quantidade e na qualidade da produção industrial, a partir dessa
perspectiva a supervisão foi revestida de um forte sentimento de repressão, vigilância,
controle e monitoramento das ações. Isso se manteve durante muito tempo nos séculos XVIII
e início do século XX, e que posteriormente também influenciou no surgimento da supervisão
no processo de ensino como nos situa Lima (2001, p. 69):
Durante o século XVIII e princípio do século XIX, a supervisão manteve-se
dentro de uma linha de inspecionar, reprimir, checar e monitorar. Somente
em 1841, em Cincinnatti, surgiu a ideia de supervisão relacionada ao
processo de ensino, sendo que até 1875 estava voltada primordialmente para
a verificação das atividades docentes.
Assim segundo Lima (2001) no final do século XIX e início do século XX, a
supervisão passou a se preocupar com o estabelecimento de padrões de comportamento bem
definidos e de critérios de aferição do rendimento escolar, visando à eficiência do ensino. No
começo do século XX começa a ter influência na supervisão e no processo de ensino os
conhecimentos científicos e as ciências comportamentais, acompanhado a isso se começa a
pensar no papel do supervisor como líder democrático.
A supervisão escolar no Brasil também acompanhou essas mudanças e teve durante
anos presa apenas a função de inspeção ou fiscalização, isso foi se modificando com as
reformas educacionais e as políticas públicas de programas de formação que deram mais
atribuições e significados para a supervisão.
Dentre as reformas podemos destacar a Francisco de Campos, Decreto Lei 19.890 de
18/4/1931, que instituiu o Estatuto das Universidades Brasileiras prevendo a implantação de
Faculdades de Educação, Ciências e Letras que teriam a incumbência de formar professores
das disciplinas específicas do Curso Normal bem como os “técnicos de educação”.
Nas políticas públicas de formação de supervisores destacamos também a aliança entre
Brasil e Estados Unidos na década de 1950, por meio do Programa Americano-Brasileiro de
Assistência ao Ensino Elementar (PABAEE), em que a formação dos supervisores seguiu um
modelo americano de desenvolvimento focado nos meios, ou seja, nas técnicas e métodos de
ensino. A autora Lima (2001, p. 71) salienta muito bem sobre este assunto, do modelo
educacional implantado no Brasil vinculado com os Estados Unidos:
Essa supervisão se inicia no Brasil mediante cursos promovidos pelo
Programa americano Brasileiro de Assistência ao Ensino Elementar
(Pabaee), que formou a primeira leva de supervisores escolares para atuar no
ensino elementar (primário) brasileiro com vistas à modernização do ensino
e ao preparo do professor leigo. A formação de tais supervisores se deu
segundo o modelo de educação americano, que enfatizava os meios
(métodos e técnicas) do ensino. O Pabaee expandiu-se no Brasil durante o
período de 1957 a 1963 [...]
Após isso começou a se discutir no âmbito da formação superior o profissional capaz
de assumir a função de supervisor na escola. Nesse contexto surge a necessidade de
modificações no curso de Pedagogia, pois os mesmos formavam pedagogos que eram técnicos
em educação com uma formação geral e não específica, a partir disso foi criado o Conselho de
Educação em 1969 que teve como um dos seus principais objetivos reformular o curso de
Pedagogia, que foi organizado em habilitações específicas, como bem descreve Saviani
(1999, p. 29):
O curso de Pedagogia foi, então, organizado na forma de habilitações, que,
após um núcleo comum centrado nas disciplinas de fundamentos da
educação, ministrados de forma bastante sumária, deveriam, garantir uma
formação diversificada numa função específica da ação educativa. Foram
previstas quatro habilitações centradas nas áreas técnicas, individualizadas
por função, a saber: administração, inspeção, supervisão e orientação [...].
Assim a atividade de supervisão escolar exercida pelo supervisor escolar, como
profissão nas instituições escolares brasileiras surgiu a partir das reformas do ensino
universitário através de uma nova estruturação no curso de Pedagogia no final dos anos 60.
Com isso no início dos anos 70 a supervisão escolar no Brasil assumiu grande
relevância, tendo como embasamento os pressupostos da pedagogia tecnicista, tendência
baseada no autoritarismo, nas práticas mecanizadas e na repressão.
E baseado no tecnicismo foi criada a lei 5.692/71 que instituiu a supervisão nas
escolas de primeiro e segundo graus, com a função de controle e fiscalização em nome da
eficiência e da eficácia da execução das políticas oficiais. Inicialmente, além de agente
fiscalizador, o supervisor era o responsável principal pela escola, atuando nos setores
administrativo, cultural e de serviço.
Ao longo dos anos a supervisão escolar sofreu diversas alterações, e no âmbito
educacional começou a ser vista como uma prática necessária, atribuindo funções mais
voltadas para o trabalho pedagógico desvinculando-se da concepção técnica e burocrática
atribuída na tendência tecnicista, que influenciou a educação brasileira durante anos.
Assim na década de 90 a supervisão escolar começou a assumir uma postura mais
contextualizada dentro das escolas fazendo uso de técnicas sem necessariamente está
associado aos princípios do tecnicismo, o papel da supervisão escolar nesse caso se aproxima
do contexto escolar, como salienta Lima (2001, p. 77):
E chega-se aos anos 90 reconhecendo-se que a supervisão pode fazer uso da
técnica, sem a conotação de “tecnicismo”. Trata-se, portanto, de uma função
que, contextualizada, insere-se nos fundamentos e nos processos
pedagógicos, auxiliando e promovendo a coordenação das atividades desse
processo e sua atualização, pelo estudo e pelas práticas coletivas de
professores.
Desta forma podemos afirmar que nas últimas décadas a supervisão escolar evoluiu de
uma concepção técnica, burocrática e fragmentada para uma concepção de prática
colaborativa pautada numa escola participativa, envolvendo o trabalho coletivo em regime de
parcerias entre coordenador pedagógico e os professores, a fim de promover na escola um
trabalho pedagógico eficiente e de qualidade.
4. CONCEPÇÃO DE SUPERVISÃO ESCOLAR E O PAPEL DO SUPERVISOR
ESCOLAR NA ATUALIDADE
A supervisão escolar com o passar do tempo modificou-se, deixou de ser uma prática
fragmentada, fiscalizadora, uma atividade apenas de controle e inspeção para tornar-se mais
complexa assumindo novos desafios, como o da formação continuada e o do
acompanhamento do trabalho pedagógico dos professores no cotidiano escolar.
Nesse sentido segundo Rangel (1988, p.14) a supervisão deixa de ser escolar para ser
pedagógica caracterizada por “um trabalho de assistência ao professor, em forma de
planejamento, acompanhamento, coordenação, controle, avaliação e atualização do
desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem”.
Assim atualmente o papel do supervisor além de ser político, é também social e
crítico, evidenciado nas afirmações de Rangel (1997, p.151):
O supervisor não é um “técnico” encarregado da eficiência do trabalho e,
muito menos, um “controlador” de “produção”; sua função e seu papel
assumem uma posição social e politicamente maior, de líder, de coordenador
que estimula o grupo à compreensão – contextualizada e crítica – de suas
ações, também, de seus direitos.
Desta forma podemos afirmar que na função de supervisor escolar um dos principais
aspectos é o da liderança junto aos professores, estabelecendo uma relação horizontal sem
imposições através da interação, numa perspectiva dialógica. O supervisor como líder é o
responsável pela articulação entre os saberes dos professores e a sua relação com a proposta
da escola, viabilizando assim o projeto político pedagógico.
Alarcão (2004, p. 35) entende o supervisor escolar como líder, para ela o objeto da
supervisão é definido como “o desenvolvimento qualitativo da organização escolar e dos que
nela realizam seu trabalho de estudar, ensinar ou apoiar a função educativa por meio de
aprendizagens individuais e coletivas, incluindo a formação de novos agentes”.
O supervisor escolar numa visão qualitativa de organização escolar é, portanto, o
coordenador pedagógico, que segundo Libâneo (2004, p.183) é o profissional que “responde
pela viabilização, integração e articulação, do trabalho pedagógico-didático em ligação direta
com os professores, em função da qualidade de ensino”.
Então o papel do coordenador pedagógico é de dar assistência didático-pedagógica aos
professores em serviço através de processos contínuos de formação, auxiliando-os na
construção de situações de aprendizagem adequadas às necessidades educacionais dos alunos,
objetivando a qualidade no processo de ensino aprendizagem.
Segundo Libâneo (2004) de acordo com estudos recentes sobre formação continuada
de professores, o papel do coordenador pedagógico é de assistência e monitoramento da
prática pedagógica dos professores, através de procedimentos reflexivos e de investigação,
baseando-se nas situações práticas do cotidiano da sala de aula.
Assim o coordenador pedagógico deve no exercício da função levar o docente a
refletir sobre sua prática em sala de aula, proporcionando uma investigação crítica sobre a
ação, criando momentos de discussões coletivas na escola, nas reuniões e nos planejamentos,
e também fazer o acompanhamento individual com o professor nos horários reservados aos
estudos e organização pedagógica. Como defende Medina (1995, p. 46):
O supervisor abdica de exercer poder e controle sobre o trabalho do
professor e assume uma posição de problematizador do desempenho
docente, isto é, assume com o professor uma atitude de indagar, comparar,
responder, opinar, duvidar, questionar, apreciar e desnudar situações de
ensino, em geral, e, em especial, as da classe regida pelo professor.
Sabemos que muitas vezes na escola o coordenador pedagógico, assume funções que
não suas atribuições, ficando ele impossibilitado de cumprir com o seu papel fundamental que
segundo Libâneo (2004) é responder por todas as atividades pedagógico-didáticas e
curriculares da escola e pelo acompanhamento das atividades de sala de aula, visando a níveis
satisfatórios de qualidade cognitiva e operativa do processo de ensino e aprendizagem.
Essa prática deve fazer parte do cotidiano do coordenador pedagógico, que não pode
ocupar boa parte do seu tempo na escola com tarefas burocráticas e administrativas, como
preenchimento de diários, fichas de rendimento, e nem resolvendo outros que acontecem na
escola como, por exemplo, problemas de indisciplina dos alunos, seu trabalho tem que ser
significativo quanto ao aspecto da organização didático-pedagógica da escola, efetivando a
concretização do projeto político pedagógico da escola.
5. ANÁLISE DOS DADOS: RESULTADOS E DISCUSSÕES DA PESQUISA DE
CAMPO
A fim de buscar subsídios e verificar qual a percepção dos coordenadores pedagógicos
e dos docentes sobre supervisão escolar, foram entrevistados 3 (três) profissionais da cidade
de Buriti dos Lopes no estado do Piauí, que atuam como coordenadores pedagógicos nas
redes municipal e estadual de ensino. Para coleta de dados foi utilizado como instrumento a
entrevista semiestruturada, composta de 5 (cinco) questões aplicadas aos coordenadores
pedagógicos. Os Coordenadores serão identificados como: C1, C2 e C3.
Sobre os coordenadores investigados: a primeira coordenadora (C1) é formada no
curso de licenciatura plena em História com especialização em História do Brasil e trabalha
há dois anos numa escola da rede municipal; a segunda coordenadora (C2) tem formação
superior em Agronomia e está cursando Licenciatura plena em Pedagogia é coordenadora há
quase 1 ano numa escola da rede estadual de ensino; a terceira coordenadora (C3) é graduada
em Pedagogia, tem experiência com gestão e coordenação escolar, especialista em
Psicopedagogia e Administração de Organizações Educacionais, no momento coordena o
programa Mais Educação, educação integral em uma escola pública da rede estadual de
ensino de Buriti dos Lopes.
Com a finalidade de investigar a percepção desses coordenadores pedagógicos acerca
da Supervisão Escolar e de sua atuação na escola, apresentaremos a seguir os resultados da
pesquisa de campo com análise e interpretação dos dados coletados, para isso, o estudo foi
distribuído nas seguintes categorias: a) visão da escola; b) concepções dos coordenadores
pedagógicos sobre supervisão/coordenação escolar; c) a prática do coordenador pedagógico;
d) as mudanças na supervisão escolar na visão dos coordenadores pedagógicos; e) a
importância do supervisor escolar.
5.1 A visão da escola
A primeira questão teve como abordagem direcionada a visão que a escola tem sobre o
trabalho de supervisão escolar. Assim foi realizada a seguinte pergunta: como a sua escola vê
o trabalho de supervisão ou coordenação escolar? As coordenadoras responderam:
(C1) – O trabalho de supervisão ou coordenação pedagógica na minha concepção é uma
função que requer muito dinamismo, por realizar várias atividades em coletividade e está
em meio a um constante confronto de ideias e opiniões e, principalmente, por ser o
profissional que zela pela organização e cumprimento dos prazos e atividades, como
planejamento e diários, acho que por isso nem sempre é visto com bons olhos e
principalmente por aqueles profissionais desorganizados e tradicionalistas. Confesso que
tenho dificuldades em pensar pela escola para responder essa pergunta, porém, acredito
que a escola veja o trabalho de supervisão ou coordenação como necessário, pois são
inúmeras as cobranças que recebo dos professores, e se existe cobrança do profissional é
porque sentem a necessidade dele na escola.
(C2) – Na escola em que trabalho o coordenador pedagógico e de suma importância e
muito valorizado pelos professores, que têm uma relação boa comigo.
(C3) – Para a escola que trabalho o trabalho de supervisão escolar é de suma importância,
pois as escolas estão tendo muito mais trabalho, como o desenvolvimento de vários
programas ao mesmo tempo, e não há um profissional tanto ou mais importante que o
coordenador pedagógico para está orientando, mostrando os caminhos do trabalho
docente.
A primeira coordenadora entrevistada (C1), destacou o dinamismo e o trabalho
coletivo da supervisão escolar, bem como a diversidade e o confronto de ideias, resultante das
relações estabelecidas na escola, ela sentiu dificuldades em responder a pergunta partindo de
uma visão da escola que trabalha, porém deixou claro que o trabalho de coordenação escolar
não é bem visto por profissionais “desorganizados” e “tradicionalistas”, devido o coordenador
ser responsável pela organização das atividades da escola como planejamento e diários
escolares e que observa muitas cobranças dos professores quanto o seu trabalho na escola.
Na concepção da coordenadora (C2) verificamos a questão da valorização do
coordenador pedagógico pelos professores no ambiente escolar e das relações positivas entre
coordenador e professores devido ao entendimento de ambos sobre a importância da
supervisão escolar na escola em que trabalham.
A coordenadora (C3) enfatizou a importância do trabalho de supervisão na
coordenação dos programas que a escola desenvolve, pois hoje nas escolas existem vários
programas que visam a melhoria da aprendizagem dos alunos, e o coordenador pedagógico é
o profissional que orienta bem os professores quanto à execução desses programas, a partir da
orientação do trabalho pedagógico, e esse apoio se constitui como uma das principais funções
do coordenador pedagógico.
Partindo da fala das três coordenadoras, Rangel (2011, p. 57) situa o trabalho do
supervisor pedagógico no ambiente escolar da seguinte forma:
O supervisor pedagógico faz parte do corpo de professores e tem a
especificidade do seu trabalho caracterizado pela coordenação – organização
em comum – das atividades didáticas e curriculares e a promoção e o
estímulo de oportunidades coletivas de estudo.
Neste sentido Rangel de forma propositiva percebe o supervisor pedagógico como membro do
corpo docente, mas que se define no trabalho de coordenação junto aos professores de modo que o
processo da qualidade de ensino seja fruto de um trabalho coletivo. Desta forma o coordenador
pedagógico também faz parte do processo pedagógico que os professores vivenciam na escola, pois
dessa maneira ele se coloca no lugar dos docentes estimulando-os à prática coletiva de estudo e de
reflexões acerca do processo de ensino-aprendizagem.
5.2 Concepções do coordenador pedagógico sobre supervisão escolar
Na segunda pergunta feita para os coordenadores pedagógicos foi a investigado que
concepções ou conceitos os coordenadores tinham sobre supervisão/coordenação escolar.
Essa questão possibilitou perceber as concepções ou conceitos que eles apresentam sobre
supervisão ou coordenação escolar. As respostas foram as seguintes:
(C1) – Vejo a supervisão ou coordenação escolar como um campo de atuação que serve
para aproximar a teoria da prática, promover articulações entre os demais profissionais do
setor, fazer intervenções quando necessário, criar alternativas facilitadoras para o trabalho
pedagógico e principalmente atuar na formação contínua dos professores da escola que
trabalho.
(C2) – Para mim supervisão ou coordenação escolar é dar apoio pedagógico (suporte) ao
professor, é elo entre professor e aluno, é uma maneira de acompanhar o trabalho
pedagógico dentro da escola, na realidade é o suporte que gerencia, coordena e
supervisiona todas as atividades relacionadas com o processo de ensino e aprendizagem,
visando sempre a permanência do aluno com sucesso.
(C3) – Todo o coordenador pedagógico deve ser especialista em como ensinar, em como
o educando aprende, pois a essência da coordenação é garantir que a equipe docente
alcance os objetivos propostos, contribuindo com e para que os professores consigam
fazer uma boa educação, independente do curso ou nível escolar, pois o fator mais
importante é o conhecimento.
Nessa questão todos os coordenadores apresentaram a mesma concepção de
supervisão escolar, uma atividade que contribui para o trabalho pedagógico do professor, e
que se desenvolve com a parceria do supervisor escolar, cumprindo o papel de facilitador,
orientador, através da formação continuada e no acompanhamento do docente em sua prática
pedagógica na escola, contribuindo para a melhoria do processo de ensino aprendizagem.
Essas concepções fazem parte da função da supervisão escolar nas escolas atualmente. Assim
a partir dessas concepções Lück (2011, p.20) define o papel do supervisor escolar:
O papel do supervisor escolar se constitui, em última análise, na somatória
de esforços e ações desencadeadas com o sentido de promover a melhoria do
processo de ensino-aprendizagem. Esse esforço voltou-se constantemente ao
professor, num processo de assistência aos mesmos e coordenação de sua
ação.
Para Lück o trabalho do coordenador pedagógico está diretamente ligado a melhoria
do processo de ensino aprendizagem, para isso é necessário que o supervisor escolar seja um
colaborador da prática docente através de assistências permanentes ao professor coordenando
as ações docentes na escola.
5.3 A prática do coordenador pedagógico
Na terceira categoria investigamos de que modo os entendimentos que os
coordenadores pedagógicos têm sobre supervisão ou coordenação escolar influenciam em
suas práticas na escola. Os coordenadores apresentaram como respostas:
(C1) – Então, como falei anteriormente o supervisor/coordenador é aquele profissional que
busca aproximar a teoria à prática, porém não possuo uma formação específica para atuar
nesta área, mas os conhecimentos que adquiri sobre os aspectos educacionais de modo geral,
associado à experiência em outras funções escolares, bem como o acompanhamento e
observação do trabalho de outros profissionais e um constante estudo, pesquisas, são sem
dúvidas, fatores determinantes para a realização do meu trabalho.
(C2) – Eu procuro desenvolver a supervisão escolar da melhor maneira possível, procurando
dar apoio pedagógico ao professor.
(C3) – De uma maneira importantíssima, pois tudo que aprendi e que venho aprendendo, eu
procuro aplicar no meu dia a dia, facilitando cada vez mais o meu trabalho.
Observamos que a preocupação de desenvolver uma boa prática de coordenação
escolar está sempre presente em todas as falas dos coordenadores pedagógicos entrevistados,
no que destacam os conhecimentos adquiridos e suas experiências profissionais, relacionando-
as com o seus trabalhos.
A partir desses relatos constatamos a preocupação dos coordenadores quanto à
importância e a dimensão que eles têm sobre seu trabalho, assumindo enquanto educador uma
postura crítica de sua função. Além disso também observamos a necessidade que os
coordenadores pedagógicos têm de relacionar teoria e prática no contexto escolar articulando
os conhecimentos com a realidade cotidiana que os professores se deparam em sala de aula,
assim o apoio didático-pedagógico ao docente é um ponto fundamental na prática de
coordenação escolar.
5.4 Mudanças na supervisão escolar na visão dos coordenadores pedagógicos
A quarta categoria está relacionada às mudanças ocorridas na supervisão nos últimos
anos, a pergunta para os coordenadores foi a seguinte: Para você quais foram as mudanças
que ocorreram nos últimos anos na supervisão ou coordenação escolar nas escolas brasileiras?
As respostas foram:
(C1) – O que mudou nos últimos anos em algumas escolas brasileiras foi o aumento da
qualificação de profissionais para trabalhar especificadamente nessa área, e isso
consequentemente ampliou a atuação do supervisor ou coordenador, como agentes criadores
de alternativas para enfrentar os novos desafios que a escola assume, diante de uma
sociedade cada vez mais exigente e inovadora.
(C2) – Antes o coordenador era visto como aquela pessoa que iria fiscalizar os diários, hoje o
coordenador é mais valorizado, a grande maioria dos professores já entenderam qual a
função de um coordenador e que seu trabalho é essencial na escola, para tanto, torna-se
necessário a presença de um coordenador pedagógico consciente de seu papel, da
importância de manter uma boa relação com o corpo docente.
(C3) – Os profissionais da educação estão vendo a coordenação com outro olhar, não
somente de um fiscalizador, mas de um colaborador, um “subsidiador”, ou seja, de um
parceiro no seu trabalho docente.
Quanto às respostas podemos analisar que a coordenadora (C1) em sua fala destaca
uma mudança significativa que ocorreu na supervisão escolar nos últimos anos que foi o
aumento da qualificação específica do coordenador pedagógico, o que contribui para a
ampliação a atuação deste profissional na escola.
De acordo com Lei de Diretrizes Bases da educação Nacional nº 9394/96, art. 64 a
formação do profissional da educação que irá trabalhar com a supervisão escolar poderá ser
feita, em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da
instituição de ensino, desde que seja garantida nessa formação, a base comum nacional.
Continuando a análise das falas dos coordenadores, observamos que as coordenadoras
(C2) e (C3) apresentaram as mesmas ideias quanto às mudanças que ocorreram na supervisão
escolar nos últimos anos, para ambas a supervisão deixou o caráter fiscalizador para assumir
uma função mais valorizada e significativa dentro da escola.
Com base nisso Alonso (2003, p. 175), reforça o pensamento dos coordenadores
entrevistados, afirmando que a supervisão escolar:
(...) vai muito além de um trabalho meramente técnico-pedagógico, como é
entendido com frequência, uma vez que implica uma ação planejada e
organizada a partir de objetivos muito claros, assumidos por todo o pessoal
escolar, com vistas ao fortalecimento do grupo e ao seu posicionamento
responsável frente ao trabalho educativo.
Nesse sentido Luck (2011) reafirma o que já foi explicitado anteriormente na fala dos
coordenadores, que recentemente a supervisão escolar ganhou uma nova dimensão, mais
dinâmica e com maior potencial de eficácia em longo prazo: a melhoria do desempenho do
professor, isto é, o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes dos mesmos em
relação ao processo de ensino aprendizagem. Os aspectos de materiais de instrução, métodos,
técnicas, etc., passam a ser meios ou aspectos desse desenvolvimento.
A organização e o planejamento do trabalho do coordenador pedagógico é outro ponto
importante, pois percebemos que ação do coordenador pedagógico não é uma ação que parte
apenas do senso comum, é uma prática intencional, fundamentada em objetivos claros a fim
de fortalecer o grupo de professores no trabalho educativo.
Nesse propósito cabe ao coordenador pedagógico assumir uma postura de liderança na
escola, unido todos em um único propósito que visa melhorar a prática de ensino, para isso ele
deve ter um plano de trabalho organizado com ações estruturadas numa perspectiva de que
contribua para a formação continuada dos professores em serviço.
Então o planejamento do coordenador pedagógico deve contemplar, entre outras tarefas,
as voltadas para a formação continuada docente, privilegiando assim momentos de discussões
e debates sobre práticas pedagógicas e soluções para os problemas enfrentados no cotidiano.
5.5 A importância do supervisor ou coordenador pedagógico
A última pergunta da pesquisa complementa a anterior e indaga os coordenadores
quanto à função e a importância do supervisor escolar ou coordenador pedagógico nos dias
atuais, as percepções que eles tiveram foram as seguintes:
(C1) – A importância do supervisor ou coordenador escolar a cada dia torna-se uma função
indispensável no trabalho escolar, principalmente nos aspectos organizacionais e na
articulação dos demais profissionais para alcançar os objetivos e atingir as metas
estabelecidas.
(C2) – São muitas responsabilidades da direção que muitas vezes o trabalho escolar
pedagógico fica em segundo plano, então cabendo, assim ao coordenador pedagógico manter
essas ações que viabilizem a formação do grupo e que mantenha o bom funcionamento das
ações pedagógicas.
(C3) – Ser parceira do professor no processo de educar, ajudando a dar certo. Orientando-o e
subsidiando-o para que ele (o professor), possa ministrar uma boa aula, pois o coordenador
pedagógico se preocupa com a equipe de docentes, ele é o gestor específico dos processos
ligados ao ensino e a aprendizagem, gerindo professores na direção da excelência
profissional. Ele enfrenta desafios diários para a contribuição do sucesso da escola.
A parceria que o coordenador deve estabelecer em sua prática com o professor foi o
mais frisado pelos coordenadores, destacaram também a importância do coordenador como
um articulador na escola entre a formação continuada e os processos de ensino, sendo assim o
companheiro dos docentes para a concretização de uma prática pedagógica eficiente. Nesse
sentido ficou destacada a importância do diálogo entre coordenador e professores em um
processo constante de articulações de ideias e pensamentos. Partindo de uma relação dialética
entre coordenador pedagógico e professor, Medina (2002, p. 159) esclarece:
O supervisor que tiver como ponto de partida e de chegada o pensamento de
que a escola, como instituição social, precisa ser pensada dialeticamente cria
um espaço novo e diferente daquele que, historicamente, foi ocupado e que
se caracterizou pelo controle e também, como refúgio burocrático [...]
A coordenação escolar, então, vista como uma atividade dialética entre coordenador
pedagógico e professor contribui para a desvinculação do sentido burocrático que foi
atribuído a supervisão escolar anos atrás, e isso só é possível quando o coordenador
pedagógico dentro de sua prática assume uma postura inovadora no processo educativo,
quando o coordenador se reconhece como um agente parceiro dos docentes e não como um
fiscalizador que apenas tem a função de punir e controlar o trabalho docente.
Esse processo de interação entre coordenador pedagógico e professores ocorre no dia a
dia do cotidiano escolar e nos momentos do planejamento, em que o coordenador pedagógico
assume a posição de líder e busca através do diálogo, da reflexão e pela formação a solução
dos problemas vividos pelos professores em sala de aula. Essa parceria entre coordenador
pedagógico e professores fortalece o ensino e proporciona ao docente mais segurança no seu
fazer pedagógico em sala de aula. Partindo desse entendimento percebemos o quanto é
importante o papel do coordenador pedagógico como mediador e facilitador da formação
continuada dentro do ambiente escolar.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nessa pesquisa reafirmamos os estudos de vários autores que tratam sobre as
mudanças significativas nas concepções e conceitos de supervisão ou coordenação escolar,
saindo de uma concepção burocrática e fiscalizadora para um trabalho inovador e dinâmico,
baseado num propósito de formação continuada a partir do contexto do dia a dia da prática
docente.
Partindo desse aspecto o nosso estudo de campo mostrou que os coordenadores
pedagógicos entrevistados percebem a prática de supervisão escolar como um importante
instrumento para o desenvolvimento do trabalho docente, sendo que o papel do supervisor
escolar nos dias atuais contribui para que o professor sinta-se seguro e preparado em sua
prática pedagógica.
Nessa perspectiva observamos que, em suma, o coordenador pedagógico sabe de seus
desafios e do seu verdadeiro papel, bem como de sua importância dentro da escola. Eles
compreendem que sua função está associada diretamente ao trabalho didático e pedagógico da
escola. Também percebemos que os mesmos se deparam com muitas tarefas burocráticas
advindas do núcleo gestor, e que isso dificulta o desenvolvimento de trabalho voltado para a
formação continuada dos docentes.
Essas concepções mostram que hoje os coordenadores pedagógicos entendem que sua
função na escola está vinculada a prática docente, pois o trabalho do supervisor ou
coordenador pedagógico está diretamente associado à formação continuada dos professores.
Ambos são, portanto, responsáveis pela qualidade de ensino fornecido pela escola, e devem
trabalhar num regime colaborativo, onde o supervisor escolar dá os meios necessários para o
aprimoramento profissional do docente em serviço.
Desta forma entendemos que além das relações entre professor e aluno em sala de aula
o processo de ensino aprendizagem também está diretamente ligado as troca de
conhecimentos entre supervisor escolar e docentes, isso através do acompanhamento didático-
pedagógico que ocorre na prática de supervisão ou coordenação escolar.
É nesse trabalho colaborativo que o coordenador pedagógico desenvolve a sua prática,
é uma ação intencional e planejada que busca fornecer subsídios aos docentes que necessitam
permanentemente de conhecimentos teóricos e práticos para desenvolverem suas atividades
pedagógicas com eficiência.
Nesse contexto entendemos que o supervisor escolar é aquele que na escola constrói
constantes situações de formação, contribuindo assim para o trabalho do professor em sala de
aula. O seu papel é importantíssimo para a melhoria da qualidade de ensino por sua função
está diretamente associada ao desenvolvimento e qualidade da prática docente.
7. REFERÊNCIAS
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