Artigo - Avaliação Do Lucro Como Incremento de Riqueza Para as Empresas

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    AVALIAO DO LUCRO COMO INCREMENTO DE RIQUEZA PARA ASEMPRESAS.

    Delci Grapegia Dal Vesco (UNIVEL)

    Marcelo Resquetti Tarifa(UEL)

    Marins Taffarel (UNICENTRO)

    Telma Regina Stroparo (UNICENTRO)

    Willson Gerigk (UNICENTRO)

    Resumo

    Em tempos de desenvolvimento, crescem as preocupaes tanto dos profissionais como dos estudiosos darea contbil, quanto correta avaliao dos elementos que compem o patrimnio e os resultados geradospelas empresas, os quais podem ser tempestivamente quantificados de formas diferentes, dependendo dasformas como so avaliados os elementos que compem o ativo e as necessidades informacionais da entidade.Buscando contribuir nesse processo, o presente estudo, sob uma tica econmico-financeira, tem comoobjetivo, a partir do lucro contbil apresentado pelas empresas, analisar se o mesmo reflete-se como umincremento riqueza das empresas. A metodologia empregada neste trabalho ser explicativa, baseada emreviso de literatura. Para tanto, sero abordados os seguintes instrumentos relacionados avaliao dosresultados da empresa e a apurao de seu valor: Avaliao do Desempenho Operacional por meio do Retornosobre o Ativo e Retorno sobre o Patrimnio Lquido, Alavancagem Financeira, Valor Econmico Agregado eValor Agregado pelo Mercado. Espera-se que o presente estudo possa contribuir para a anlise do lucroapresentado nas empresas, avaliando seu desempenho e potencialidade de gerao de resultados lquidossuperiores as expectativas de retorno manifestadas pelos proprietrios de capital, ou seja, lucro com valor

    agregado, criando assim riqueza para os empreendimentos.

    Palavras-chave:Avaliao de resultados, lucro, criao de riqueza.

    Introduo

    Ao processo de desenvolvimento econmico, agregaram-se grandes desafios

    contabilidade, dentre os quais, o de como avaliar corretamente o patrimnio das empresas e

    os resultados por elas gerados.Os resultados obtidos nas empresas podem ser diferentemente quantificados,

    dependendo da forma como so avaliados os elementos que compe o seu ativo, como por

    exemplo: a avaliao pode ser realizada a valores histricos, correntes ou de potencialidade

    futura, entre outros. Assim, diferentes formas de avaliao, geram valores diferentes de

    lucros, no curto e mdio prazo, porm no longo prazo todos se convertem em um nico

    valor.

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    Conforme entendimento de Martins (2000, p. 28), o qual afirma que:

    So vrias as formas de se medir o patrimnio e o lucro de uma empresa; desdeo Custo Histrico, com base nas transaes ocorridas, passando pelo CustoCorrente, considerando a reposio dos fatores de produo sendo consumidos,avaliando cada ativo e passivo pelo seu valor Lquido de Realizao e chegandoao valor presente dos Fluxos de Caixa Futuros. Nesse aspecto, todas elasconsideram, no fundo, um nico objeto: o caixa; o caixa acontecido, os prestes aacontecer, o que aconteceria se ativos e passivos fossem vendidos, o caixaesperado por transaes futuras, etc., cada uma das informaes vlidas parauma finalidade diferente.

    Cabe salientar, que cada uma das formas de avaliao do patrimnio e

    conseqentemente do resultado das empresas no so excludentes umas das outras,devendo ser tratadas como complementares, pois, cada uma gera informaes com

    finalidades decisrias diferentes. Consoante com esse pensamento Hendriksen e Breda

    (1999, p. 199) relatam que, (...) o conhecimento de medidas distintas de lucro lquido de

    uma empresa pode ser til para finalidades diversas.

    Martins (2001), relata que os nicos fatores que no longo prazo podem fazer

    divergir a mensurao do lucro so: inflao e custo de oportunidade. Sendo que o no uso

    desses dois fatores torna-se uma falha contnua dos contadores. Em sua concepo, para o

    primeiro fator dispem-se de metodologias simplificadas e complexas, os quais seriam

    respectivamente o modelo societrio de correo monetria e a correo monetria integral.

    Porm, para o segundo, no se tm aplicado nem os juros sobre o capital prprio e quanto

    menos a parcela relativa ao risco, o que evidencia que a situao mais complexa e exige

    uma maior ateno dos estudiosos e profissionais da rea.

    Assim, buscando analisar o resultado das empresas, o presente estudo busca

    responder aos seguintes questionamentos: O Lucro evidenciado nos demonstrativos

    contbeis de forma tradicional evidencia a parcela de riqueza criada a seus proprietrios decapital? E ainda: Quais instrumentos de avaliao do desempenho podem ser utilizados

    para mensurar o lucro e seu valor agregado para as empresas?

    Objetivo da Pesquisa

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    O presente estudo tem por objetivo analisar, sob uma tica financeira, o resultado

    apresentado pelas empresas, por meio da reflexo sobre as formas de sua mensurao,

    utilizando para tanto conceitos de lucro, custo de oportunidade e valor. Para tanto, sero

    abordados como instrumentos de avaliao do desempenho operacional de uma empresa o

    Retorno sobre o Ativo e Patrimnio Lquido, Grau de Alavancagem Financeira, Valor

    Econmico Agregado e Valor Agregado pelo Mercado. Buscando-se mensurar o lucro

    como incremento de riqueza, agregando assim, valor ao empreendimento.

    Procedimentos metodolgicos

    A metodologia empregada neste trabalho explicativa, baseada em uma reviso de

    literatura sobre o tema proposto, com o objetivo de refletir sobre os resultados lquidos das

    empresas, apresentados de forma tradicional pelos demonstrativos contbeis e prticas mais

    avanadas da administrao econmico-financeira. Tais prticas so imprescindveis para a

    avaliao do desempenho e mensurao do lucro nas empresas e devem ser cada vez mais

    utilizadas no dia-a-dia pelos profissionais da contabilidade.

    Fundamentao terica

    Conceitos de lucro e valor

    Antes de qualquer abordagem sobre o que lucro e valor e os seus significados para

    as empresas, se faz necessrio entender suas conceituaes e a complexidade das suas

    abrangncias. Para Hessem apudMartins (2001, p.15), o conceito de valor: (...) pertence

    ao nmero daqueles conceitos supremos, como os do ser, existncia etc, que no admitemdefinio. Tudo o que se pode fazer simplesmente tentar uma clarificao ou mostrao

    do seu contedo.

    Assim, entendendo que a concepo de valor individual, no presente estudo o

    mesmo ser evidenciado do ponto de vista do acionista ou proprietrio da empresa, ou seja,

    como um incremento a sua riqueza, levando em considerao o valor de seus ativos e os

    futuros benefcios econmicos que uma empresa capaz de gerar.

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    Nesse contexto, o sentido de valor abordado refere-se sob o prisma contbil e

    econmico, buscando quantificar sua representao monetria, ou seja, a riqueza criada

    pelas empresas a seus acionistas ou proprietrios.

    Quanto ao conceito de lucro, existe um conceito que tem influenciado

    significativamente os estudiosos da rea contbil, que a definio de lucro sustentada por

    dois economistas, primeiramente por Adam Smith e posteriormente aprofundada por John

    Hicks. Conforme Hendriksen e Breda (1999, p. 183), os quais relatam que:

    (...) Adam Smith foi o primeiro a definir lucro como sendo o montante quepoderia ser consumido sem reduzir o capital (...) Hicks, aprofundou essa idiadizendo que o lucro o montante que uma pessoa pode gastar durante um

    perodo, e ainda estar to bem ao final do perodo quanto no incio. Em outraspalavras, o lucro, de acordo com Smith e Hicks, o excedente aps amanuteno do bem-estar, mas antes do consumo.

    No entendimento de Iudcibus (2000), no incio, os contadores interpretaram a

    definio de lucro de Hicks de forma ingnua, os quais a destacavam apenas como um

    conceito esttico de manuteno de capital. Segundo o autor, mesmo que a preocupao

    com a permanncia do nvel do capital deva ser uma constante, necessrio definir antes

    qual o tipo de capital se deseja manter: se a valores histricos, a valores correntes de

    entrada ou sada, a custo histrico corrigido, a valor corrente corrigido, etc.Iudcibus (2000), descreve que aps a adaptao das necessidades de objetividade e

    aos mecanismos de apurao da contabilidade, o lucro em Contabilidade o que se pode

    distribuir durante um perodo, mantida intacta a potencialidade do Patrimnio Lquido da

    empresa inicial.

    No que concerne a definio de lucro lquido do ponto de vista dos acionistas ou

    proprietrios de capital, Hendriksen e Breda (1999, 215) descrevem que (...) a verso mais

    tradicional e aceita de lucro de que representa o retorno aos proprietrios da empresa.Sendo que para os autores, o fornecimento de uma medida de lucro como indicador do

    desempenho de uma empresa a principal preocupao da moderna divulgao de

    informaes financeiras.

    Assim, a definio de lucro pode ser entendida, como o da preservao do capital

    inicial, determinando que o excedente gerado pela empresa pode ser utilizado, desde que

    essa utilizao no comprometa a potencialidade de quem o gerou, ou seja, o seu capital

    inicial.

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    Para Hendriksen e Breda (1999, p. 181) o conceito de lucro interpretado

    contabilmente (...) o que se baseia no conceito de preservao de capital. Ou seja, o

    lucro definido pelo montante que uma empresa poderia distribuir a seus acionistas e ficar,

    no final do exerccio em situao idntica quela que se encontrava no incio. Para os

    autores alm do conceito de preservao da riqueza, tambm, deve-se levar em conta outra

    situao concreta, que o conceito de eficincia, caracterizada pela avaliao do

    desempenho administrativo.

    Segundo Guerreiro (1991), tanto a definio de lucro, quanto seu modelo de

    mensurao tem sido alvo de inmeras discusses entre economistas e contadores. Em

    termos econmicos o lucro visto como a quantia mxima que a empresa pode distribuircomo dividendos e ao final do perodo estar to bem quanto do incio. O lucro econmico

    gerado assim que exista um aumento no Patrimnio Lquido, por outro lado, para se avaliar

    o lucro como incremento do Patrimnio Lquido necessria a avaliao de todos os ativos

    da empresa com base nos recebimentos lquidos futuros esperados.

    Em termos contbeis Catelli e Guerreiro (2001) relatam que o lucro corresponde ao

    resduo derivado do confronto entre a receita realizada e o custo consumido, porm, para o

    processamento desse mecanismo necessria uma srie de regras que, em ltima anlise,

    provm das crenas e valores dos indivduos que manipulam esses instrumentos. Esses

    mesmos autores trazem uma definio de Canning referenciado por Chang onde (...) o

    lucro ento mensurado simplesmente a figura que resulta, quando o contador termina o

    procedimento que ele adota. (CATELLI e GERREIRO, 2001, p. 85).

    Na concepo dos autores no existem incompatibilidades entre Teoria da Entidade

    do Patrimnio Lquido e os enfoques mais modernos dos objetivos da contabilidade, que

    so os de fornecer informaes adequadas aos modelos decisrios dos diversos tipos de

    usurios. Existindo assim, um nico conceito relevante de lucro, para determinar aviabilidade de investimento e o desempenho do administrador: (...) o incremento do valor

    presente da entidade. (CATELLI e GUERREIRO, 2001, p. 87).

    Entende-se desta forma, que os critrios contbeis considerados tradicionais de

    mensurao do lucro no evidenciam o valor criado pelo empreendimento, contudo aps

    alguns ajustes, os demonstrativos contbeis se traduzem em um dos principais instrumentos

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    de sua avaliao. Portanto, quanto mais completas forem s informaes prestadas pela

    contabilidade, maior xito ser obtido na avaliao do seu desempenho.

    Corroborando Assaf Neto (2005), descreve que o lucro contbil mensurado de

    acordo com os princpios Fundamentais da Contabilidade, no representa o efetivo

    desempenho da empresa, mas constitui-se num parmetro de medio desse desempenho.

    Para o autor uma empresa avaliada pelo seu todo, por seu potencial de lucro, tecnologia

    absorvida, qualidade de seus produtos, estratgias financeiras, preos, imagens,

    participao de mercado, etc.

    Nesse sentido, adotar-se-, para o desenvolvimento deste estudo, o conceito de lucro

    econmico, a fim de mensurar a riqueza produzida pela empresa, ou seja, seu lucro comovalor agregado para os acionistas, entendendo que a preciso das decises, com relao s

    polticas de investimentos e financiamentos do capital aplicado na empresa que

    determinam a sua riqueza.

    Custo de oportunidade e criao de valor.

    Sempre que uma empresa ou pessoa se depara com duas ou mais alternativas

    igualmente vlidas e de risco semelhantes para a aplicao de recursos, espera-se que a

    deciso tomada traga um retorno maior do que a alternativa no aceita. Assim, sempre que

    se estiver perante a esta situao, onde se pode optar por uma ou outra deciso de

    investimento, estar presente nesse processo o conceito de custo de oportunidade.

    Martins (2000, p. 33) comenta que, (...) o conceito de custo de oportunidade um

    dos mais relevantes na economia e nas decises, no s do homem como de qualquer ser

    vivo que decide. natural, instintivo, intuitivo. No que se refere s decises das empresas,

    para Guerreiro (1999, p. 319), (...) em termos prticos, o custo de oportunidadecorresponde remunerao mnima exigida pelos acionistas sobre seu investimento na

    empresa. Em outras palavras, o retorno mnimo desejado ao se aplicar recursos em

    determinado investimento.

    Assim, o custo de oportunidade evidencia quanto se sacrificou de remunerao, ao

    se aplicar recursos em um determinado investimento. Por exemplo, se uma empresa, ao

    fazer um planejamento de aplicao para seus recursos percebe que o benefcio gerado

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    entre as possibilidades de investimento diferente, logo ir optar pela alternativa que lhe

    proporcionar o melhor retorno.

    Segundo Assaf Neto (2005), um aspecto fundamental a ser considerado na definio

    do custo de oportunidade, a comparao de investimentos de riscos semelhantes. Para o

    autor, no faz sentido comparar a taxa de retorno de uma deciso de risco com os ganhos

    oferecidos por uma alternativa sem risco, como por exemplo: ttulos pblicos, rendimentos

    de poupana. Em sua concepo, a diferena entre essas duas taxas mais bem entendida

    como um prmio pelo risco incorrido, e no como um custo oportunidade.

    O que deve ser ressaltado, que muito embora essa situao seja quase que a ideal,

    nem sempre isso de fcil aplicao, pois as alternativas de investimentos nem sempre seconsolidam ao mesmo nvel de risco, o que acaba dificultando a avaliao do retorno desses

    investimentos.

    Quando o scio ou acionista aplica seu capital em determinada empresa, o que ele

    espera que o benefcio gerado por esse investimento seja superior as suas expectativas

    mnimas de retorno, face aos riscos assumidos e sejam maiores que as demais alternativas

    de investimentos.

    Cavalcante (2004 apudSchmidt 2006, p. 58), explica que (...) o acionista investe

    seu capital espera de retorno, e que essa taxa de retorno denominada custo de capital.

    Portanto o custo do capital prprio o retorno mnimo esperado pelos acionistas sobre o

    seu capital prprio investido em determinado negcio. Para Schmidt (2006), no clculo do

    retorno mnimo esperado deve-se levar em considerao dois elementos bsicos, sendo o

    primeiro a remunerao esperada e o segundo a remunerao pelo risco.

    No que concerne criao de valor, na viso de Assaf Neto (2005), uma empresa

    considerada como criadora de valor quando for capaz de oferecer a seus proprietrios de

    capital (credores e acionistas), uma remunerao acima de suas expectativas mnimas deganhos, ou seja, quando o resultado gerado pelos negcios superar a taxa de remunerao

    exigida pelos credores ao financiarem parte dos ativos, e esperada pelos acionistas, em suas

    decises de investimentos de risco.

    Para Assaf Neto (2005, p.171), criao de valor entendida quando o preo de

    mercado da empresa apresentar uma valorizao decorrente de sua capacidade em melhor

    remunerar o custo oportunidade de seus proprietrios.

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    Desta forma, com o intuito de analisar os resultados gerados por uma empresa, face

    concepo de custo de oportunidade do capital prprio, sero abordadas medidas de

    avaliao do lucro e criao de valor por uma empresa, utilizado no presente estudo, formas

    de Avaliao de Desempenho do Operacional, Alavancagem Financeira, Valor Econmico

    Agregado e Valor Agregado pelo Mercado.

    Desempenho operacional e alavancagem financeira

    Um aspecto importante da avaliao do desempenho operacional o de verificar o

    efetivo resultado gerado pelos ativos de uma empresa, ou seja, seu lucro operacional. ParaAssaf Neto (2005, p. 145), (...) esse lucro formado antes da deduo dos encargos

    financeiros (lucro antes dos juros), e reflete o efetivo valor gerado pelos ativos da

    empresa. Ou seja, o resultado operacional o formado pelas atividades da empresa, o que

    independe de quem financia essas operaes, se capital prprio ou capital de terceiros.

    Conforme Hendriksen e Breda (1999, p.215) (...) as decises relativas s fontes de

    capital (...) so questes financeiras, e no operacionais. Assim, a correta avaliao entre

    as possibilidades de financiamento no afetar diretamente o desempenho operacional, pois

    o custo do capital de terceiros no pertence ao objeto social da empresa, um custo da

    disponibilidade do capital, e no da atividade.

    Porm, de acordo do Assaf Neto (2005, p. 146):

    (...) na legislao brasileira o lucro operacional calculado de forma equivocada,aps as despesas financeiras, sugerindo que os juros sobre o passivo sejamentendidos como despesas operacionais da empresa. Assim a correta apuraodo lucro operacional deve ser realizada antes dos encargos financeiros, refletindoefetivamente os desempenho das operaes da empresa.

    Assim, quando se aborda lucro operacional, se faz referncia ao resultado gerado

    pela atividade objeto social da empresa, em outras palavras, a capacidade que o ativo da

    empresa, representado pelas aplicaes de recursos, tem de criar valor, para tanto, devem

    ser excludos desse resultado as despesas financeiras, pois essas representam despesas

    atreladas remunerao dos capitais de terceiros investidos na empresa. J o lucro lquido,

    representa o retorno para o proprietrio ou acionista do capital investido e esse resultado

    influenciado pelas polticas de financiamentos ou investimentos utilizados pela empresa.

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    Para Schmidt (2006, p. 09), as organizaes de maneira geral necessitam

    permanente aferir se o seu desempenho est compatvel com os objetivos estabelecidos.

    Assim, destaca-se procedimentos capazes de auxiliar nesse processo de avaliao como:

    Retorno sobre o Ativo (ROA), Retorno sobre o Patrimnio Lquido (ROE) e Grau de

    Alavancagem Financeira.

    Segundo Gitman (1984, p.232), o ROA, (...) determina a eficincia global da

    administrao quanto a obteno de lucros com seus ativos disponveis. Esse indicador

    evidencia o desempenho operacional, que gerado pela atividade da empresa. Para Assaf

    Neto (2005), o ROA, obtido atravs da seguinte expresso:

    ROA = Lucro OperacionalAtivo Total

    J o ROE, mede o retorno gerado ao capital prprio investido na empresa. Martins

    (2001, p. 243), comenta que (...) o ROE permite avaliar como est a gesto dos recursos

    prprios e de terceiros em beneficio dos scios. O qual evidencia o ganho obtido pelos

    proprietrios e o capital por eles aplicado na empresa. O autor utiliza a seguinte expresso

    para o seu clculo:

    ROE = Resultado do ExerccioPatrimnio Lquido

    Como exemplo, desses dois indicadores de desempenho e utilizando-se da

    metodologia aplicada em Assaf Neto (2005), ser desenvolvida a situao: Os proprietrios

    de uma empresa recm constituda calculam que para iniciar determinada atividade so

    necessrios 2 milhes de investimentos. O resultado projetado para a atividade dessa

    empresa, desconsiderando o nus tributrio, representado da seguinte forma:

    Receita de vendas 4.000.000,00

    (-) Custo das Mercadorias Vendidas (2.400.000,00)

    (=) Lucro Bruto 1.600.000,00

    (-) Despesas Administravas e com Vendas (1.280.000,00)

    (=) Lucro 320.000,00

    Fonte: Adaptado de Assaf Neto, 2005.

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    Para esse exemplo, suponha-se que o custo de captao de recursos de terceiros seja

    de 14% ao ano, caso os proprietrios no disponham de recursos prprios suficientes. Se aempresa for financiada somente por recursos prprios, ter o mesmo retorno tanto para o

    ativo, quanto para o patrimnio lquido conforme segue:

    ROA= ROE = 320.000,00 = 16%2.000.000

    Caso seus proprietrios optem pelo emprstimo de 50% do capital necessrios para

    financiar a atividade da empresa, obter-se-ia o seguinte resultado:

    Receita de vendas 4.000.000,00

    (-) Custo das Mercadorias Vendidas (2.400.000,00)

    (=) Lucro Bruto 1.600.000,00

    (-) despesas Administravas e com Vendas (1.280.000,00)

    (=) Lucro operacional 320.000,00

    Despesas Financeiras:

    (2 milhes x 50% x 14 %)

    (140.000,00)

    (=) Lucro Lquido 180.000,00

    Fonte: Adaptado de Assaf Neto, 2005.

    Nesse caso o ROA e ROE, seriam:

    ROA= 320.000,00 = 16% ROE= 180.000,00 = 18%2.000.000,00 1.000.000,00

    No clculo acima, o custo de captao do capital de terceiros no foi lanado no

    resultado operacional, evidenciado o retorno gerado efetivamente pelas atividades, assim o

    ROA continua sendo o mesmo. J o ROE, passou a ser de 18%, a variao de 2%, est

    justamente na diferena gerada pelo retorno sobre o ativo que de 16% e o custo de

    captao de capital de terceiros que de 14%, essa diferena, nesse caso positiva,

    aumentando o retorno sobre o capital para seus proprietrios.

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    Se os proprietrios resolvessem financiar 75%, dos investimentos necessrios com

    capital de terceiros, a apurao do ROE seria:

    (=) Lucro operacional 320.000,00

    Despesas Financeiras:

    (2 milhes x 75% x 14 %)

    (210.000,00)

    (=) Lucro Lquido 110.000,00

    Fonte: Adaptado de Assaf Neto, 2005.

    ROE= 110.000,00 = 22%500.000,00

    Como o custo de captao de recursos inferior ao retorno proporcionado pelo

    ativo, quanto maior for a participao de capital de terceiros na empresa, maior ser o

    retorno gerado ao capital prprio. A diferena proporcionada do retorno sobre o ativo e o

    custo de captao de recursos de terceiros, que pode ser para mais ou para menos, o que

    pode ser denominado de Alavancagem Financeira.

    Para Assaf Neto (2005, p. 149), Alavancagem Financeira, conceituada da seguinte

    forma:

    (...) o efeito de tomar, numa ponta, recursos de terceiros a determinado custo ,aplicando-se na outra ponta (nos ativos) a outra taxa de retorno: a diferena vaipara os proprietrios e altera seu retorno sobre o PL, para mais ou para menosdo que aquele que seria obtido casos todo o investimento fosse feito apenas comrecursos prprios.

    Segundo o autor o Grau de Alavancagem Financeira (GAF), pode ser obtido na

    seguinte expresso:

    GAF = ROEROA

    No exemplo apresentado anteriormente a alavancagem financeira seria positiva,

    uma vez que recursos seriam captados a um custo de 14% e, quando aplicados na empresa,

    proporcionariam um retorno de 16%. Assim teramos:

    GAF = 22% = 1,3716

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    O que significa que os proprietrios, ao tomarem um emprstimo com custo inferior

    ao retorno proporcionado pelo investimento, estariam alavancando positivamente seu

    capital e recebendo um rendimento de 37% a mais do que a taxa geradora dos ativos da

    empresa.

    Cabe ressaltar que muito embora a alta participao de capital de terceiros, como no

    exemplo, apresenta-se positiva, nem sempre isso to favorvel. Deve-se levar em

    considerao, que a alta dependncia de captao de recursos de terceiros aumenta os riscos

    da empresa, o que muitas vezes acaba por elevar tambm, as taxas de emprstimo.

    Assim, pode-se considerar que com relao anlise do desempenho operacional, o

    lucro operacional evidencia a capacidade de gerar resultado pelas operaes da empresa,sua eficincia pode ser evidenciada pelo indicador ROA, o qual no alterado pelas formas

    de financiamento da atividade da empresa.

    J o lucro lquido, a parcela do resultado que pertence a seus proprietrios ou

    acionistas, a anlise de seu retorno pode ser obtida pelo indicador ROE, nesse caso as

    decises de investimento e financiamento do capital altera seu resultado.

    Assaf Neto (2005, p.164) observa que:

    Em termos de viabilidade econmica do empreendimento, duas empresas iguaisem tudo, menos na forma como so financiadas, so avaliadas igualmente,revelando mesma atratividade e valor. Denotam, em outras palavras, idnticopotencial econmico de lucro. No entanto, o que ir diferenciar o desempenhodas empresas a capacidade que suas estruturas de financiamento apresentam dealavancar seus resultados operacionais em termos de capital prprio investido.

    (grifo nosso).

    Ou seja, no basta apenas que uma empresa apresente resultados operacionais

    positivos, necessrio avaliar corretamente sua poltica de captao de recursos para obter

    um desempenho maior com relao ao capital prprio nela investido.

    Valor Econmico Agregado (VEA)

    O Valor Econmico Agregado (VEA), pode ser considerado como uma ferramenta

    que analisa o resultado apresentado pela empresa e se ela est ou no criando valor, por

    meio de tal resultado. A divulgao do seu clculo surgiu, atravs da denominao de

    Economic Value Added (EVA), que uma marca registrada de propriedade da Sttern &

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    Stewart. Para Martins (2001, p. 244) (...) podemos compreender EVA como uma

    resposta necessidade de medidas de desempenho que expressem a adequada criao de

    riqueza por um empreendimento. Em seu entendimento no se pode confundir o EVA

    com a Demonstrao do Valor Adicionado, a qual tem outro objetivo.

    Quanto aplicao do EVAEhrbar (1999, p.2) comenta que:

    Como disse Peter Drucker em seu artigo naHarvard Business Reviewem 1995,EVA se baseia em algo que sabemos h muito tempo: Aquilo que chamamos delucro, o dinheiro que sobra para remunerar o capital, geralmente nem lucro.At que um negcio produza um lucro que seja maior do que seu custo decapital, estar operando com prejuzo. No importa que pague impostos como seobtivesse um lucro verdadeiro. O empreendimento ainda retorna menos

    economia do que devora de recursos (...) At ento, no cria riqueza; a destri.

    Percebe-se, portanto, que o EVA tem por objetivo avaliar se uma empresa est ou

    no criando riquezas e que nem sempre um resultado positivo gerado pelo

    empreendimento, pode ser considerado efetivamente de lucro.

    Para Ehrbar (1999, p. 1) explica que, em seu nvel mais bsico, o EVAuma sigla

    para o valor econmico agregado, uma medida de desempenho empresarial que difere da

    maioria dos demais ao incluir uma cobrana sobre o lucro pelo custo de todo capital que

    uma empresa utiliza.Assaf Neto (2005, p. 180) o Valor Econmico Agregado (VEA) pode ser

    conceituado como (...) uma medida de criao de valor identificada no desempenho

    operacional da prpria empresa, conforme retratado pelos prprios relatrios financeiros.

    Embora a essncia dos clculos seja subsidiada pelos demonstrativos contbeis,

    para o autor h a necessidade de se adaptar esses demonstrativos, evidenciando o resultado

    operacional legtimo, segregando a parte, as despesas financeiras, o nus tributrio sobre o

    resultado e os benefcios fiscais que so provenientes da utilizao de capital de terceiros.

    Segundo Schmidt (2006, p. 43) o EVA entendido como (...) um sistema de

    gesto financeira que mede o retorno que capitais prprios e de terceiros proporcionam aos

    seus proprietrios. Ele mede a diferena entre o retorno sobre o capital de uma empresa e o

    custo desse capital.

    Dessa forma, entende-se que o VEA utilizado para analisar se uma empresa est

    apresentando resultado suficientemente positivo a ponto de criar valor, em outras palavras,

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    se o seu desempenho capaz de remunerar as expectativas mnimas de retorno dos

    proprietrios de capital, quer seja ele prprio ou de terceiros.

    A metodologia de clculo do VEA, utilizada por Assaf Neto (2005), apresentada

    a seguir:

    Lucro Operacional (lquido do IR).............................: XXX

    (-) Custo total de Capital (WACC x Investimento)...: XXX

    (=) Valor Econmico Agregado (VEA) .......................: XXX

    onde:

    WACC: = Custo Mdio Ponderado de capital (prprio e de terceiros)

    Investimento: = capital total aplicado na empresa (fixo e de giro)

    Assim para o clculo do VEA, se faz necessrio saber qual a proporo de

    participao das duas fontes de recursos utilizadas pela empresa, capital prprio e de

    terceiros, e qual o custo dessa captao no caso do capital de terceiros e o retorno mnimo

    desejado para o capital prprio.

    Shmidt (2005, p. 56) observa que:

    essas duas fontes recursos, no so gratuitas. Elas tm um custo e esse precisaser mensurado (...) a forma mais simples de se conhecer esse custo verificandoa taxa estipulada para cada uma das fontes utilizadas e, na seqncia, calcular amdia ponderada das mesmas. Essa mdia denominada custo mdio ponderadode capital WACC (Weighted Average Cost of Capital).

    Dessa forma, o WACC obtido atravs da mdia ponderada de participao do

    capital. Para um melhor entendimento apresenta-se, de forma simplificada um exemplo de

    clculo do VEA, conforme metodologia proposta por Assaf Neto (2005).

    Imagina-se a uma situao, onde determinada empresa possui um ativo total de 2

    milhes, os quais so financiados 45% por capital de terceiros e apresentam um custo de

    captao de 11% ao ano, dos quais j esto subtrados os benefcios fiscais e 55 % so

    financiados por seus proprietrios que esperam um retorno mnimo de 17% ao ano.

    O Custo Mdio Ponderado do Capital (WACC) assim obtido:

    WACC = (45% x 11 %) + (55% x 17%) = 14,30 %

    Utilizando a expresso anterior, para o clculo do VEA tem-se:

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    Lucro Operacional (Lquido dos Impostos) 320.000,00

    (-) Custo Total de capital (WACC x Investimentos)

    ( 14,30 % x 2.000.000,00)

    (286.000,00)

    Valor Econmico Agregado ( VEA) 34.000,00

    Fonte: Adaptado de Assaf Neto, 2005.

    Conforme demonstrado, o custo total do capital aplicado nessa empresa R$

    286.000,00, assim, para que essa empresa apresente lucro com valor agregado para os

    proprietrios de capital necessrio um resultado superior a esse valor. Nesse exemplo, a

    empresa est agregando valor ou criando riqueza, no montante de R$ 34.000,00 ao ano.

    Caso essa empresa apresentasse um resultado positivo, porm, inferior a R$ 286.000,00,no estaria agregando nada a seu capital, e ao contrrio, estaria destruindo seu valor.

    Neste contexto, o VEA pode ser considerado um instrumento de avaliao do

    resultado pelas empresas e verificao de criao de riqueza, face s expectativas de retorno

    do capital aplicado. Na concepo de Assaf Neto (2005) quanto mais elevado se apresenta

    o VEA, maior a riqueza gerada pela empresa no perodo, o que deve refletir-se na

    valorizao de seu preo de mercado.

    Valor Agregado Pelo Mercado (MVA)

    O Desempenho apresentado por uma empresa tem reflexo na sua valorizao no

    mercado, essa medida o que se denomina de Valor Agregado pelo Mercado(MVA), o

    qual traduz a capacidade que uma empresa tem de gerar um resultado operacional que seja

    superior ao retorno mnimo esperado pelos proprietrios de capital.

    Para Schmidt (2006, p. 45) o MVA o valor atual dos futuros EVA . Seu objetivo

    medir a valorizao ou desvalorizao da empresa em funo da obteno de EVA

    negativo ou positivo."

    Ehrbar (1999, p. 36) entende MVA como:

    (...) a diferena entre entrada de caixa e sada de caixa entre aquilo queinvestidores colocam na empresa como capital e o que poderiam recebervendendo pelo preo de mercado corrente. Como tal o MVA o montanteacumulado pelo qual a empresa valorizou ou desvalorizou a riqueza dosacionistas.

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    Na viso de Assaf Neto (2005, p.183) essa medida indica (...) quanto empresa

    vale adicionalmente ao que se gastaria para repor todos os seus ativos a preos demercado. Entende-se portanto, verificar apenas quanto vale uma empresa no mercado, no

    traduz efetivamente qual seu potencial de criao de riqueza ou valor. Para essa anlise,

    se faz necessrio verificar quanto foi disponibilizado de capital, ou melhor, qual a diferena

    entre seu valor de mercado e o custo de reposio de seus ativos.

    Ehrbar (1999, p. 35) corrobora esse pensamento o qual afirma que:

    O valor de mercado no diz nada sobre a criao de riqueza. Nos diz o valor de

    uma empresa claro, mas despreza aquele assunto vital de quanto capital aempresa investiu para alcanar aquele valor: a criao de riqueza determinada(...) pela diferena entre o valor de mercado e o capital que investidorescomprometeram naquela empresa.

    Neste contexto, valor agregado pelo mercado se traduz em uma expectativa sobre a

    potencialidade demonstrada de criao de riqueza de uma empresa.Assim o MVA de uma

    empresa obtido aps a avaliao do seu valor no mercado deduzindo-se deste, o total de

    capital nela investido.

    Para garantir o MVA, preciso um correto gerenciamento das decises internas da

    empresa, o que por conseqncia contribuir para a formao do Valor Econmico

    Agregado. Conforme entendimento de Ehrbar (1999, p.42)

    O caminho (...) gerenciar visando aumentar o EVA, porque EVA medidainterna de desempenho mais estritamente relacionada ao MVA e oferece aindicao mais confivel de se em quanto as aes da gerncia contribuiropra a riqueza dos acionistas.

    Percebe-se desta forma, que em um mercado cada vez mais competitivo, polticas

    de reduo de custos ou mudana de preos de vendas, no so suficientes para garantir um

    retorno satisfatrio e criao de riqueza que , a princpio, o objetivo base das empresas.

    Faz-se necessrio obter, alm desses fatores e de outras ferramentas de gesto, alguma

    vantagem competitiva, sobre a qual respalda-se, a qualidade das decises de financiamentos

    e investimentos de uma empresa.

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    Assim, o valor de uma empresa calculado em funo de seu desempenho esperado

    no futuro, a qual s ser atrativa para o mercado se o potencial apresentado de gerao de

    resultados for acima do retorno mnimo desejado de seus investidores.

    Consideraes finais

    O objetivo bsico de qualquer empresa criar riqueza para seus proprietrios, assim

    o lucro por ela apresentado somente estar agregando valor, quando remunerar acima das

    expectativas o custo de oportunidade do capital investido.

    A anlise do desempenho de uma empresa, no se restringe em avaliar seusresultados passados, mas tambm o de verificar a potencialidade de gerao de resultados

    positivos futuros. Embora, os demonstrativos contbeis apresentados de forma tradicional,

    se traduzem em um dos principais componentes da avaliao do desempenho de uma

    empresa, se faz necessrio efetuar alguns ajustes a fim de eliminar possveis distores na

    interpretao dos resultados apresentados. Como exemplo, o lanamento das despesas

    financeiras e o reconhecimento do custo de oportunidade do capital investido. Assim,

    quanto maior e mais completas forem s informaes contbeis oferecidas, mais xito e

    qualidade ser obtido na avaliao do resultado.

    Quanto aos instrumentos utilizados na avaliao dodesempenho de uma empresa, o

    Valor Econmico Agregado (VEA), pode ser considerado como um dos principais, seno o

    principal, indicador de criao de riqueza de uma empresa. O Valor Econmico Agregado

    obtido atravs do seu lucro lquido, quando este for suficientemente positivo a ponto de

    remunerar o capital investido acima das expectativas dos proprietrios de capital. Quanto

    maior for a capacidade da empresa em obter esses resultados positivos, maior a riqueza

    criada por ela, o que se traduz em sua valorizao no mercado.Pode-se concluir ento, que a idia do lucro interpretada contabilmente se traduz no

    conceito de preservao do capital ou preservao da riqueza, neste contexto, no basta

    apenas uma empresa gerar lucro para se ter valor agregado, este reconhecido quando o

    lucro da empresa for acima das expectativas de retorno do capital aplicado por seus

    proprietrios, o que aumentar sua riqueza ou agregar valor ao empreendimento.

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    GITMAN, Lawrence J. Princpios de administrao financeira.3. ed. So Paulo: Harper& Row do Brasil, 1984.

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