ARTIGO: A EAD PELA WEB COMO APOIO AO ENSINO MÉDIO PROFISSIONALIZANTE NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

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GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA FUNDAÇÃO DE APOIO À ESCOLA TÉCNICA INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA PARA DOCENTES DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA NÍVEL MÉDIO A EAD PELA WEB COMO APOIO AO ENSINO MÉDIO PROFISSIONALIZANTE NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO José Barbosa de Sousa 1 Professora orientadora: Vera Lucia Martins Sarubbi 2 Resumo Atualmente muito se fala em EAD Educação à Distância, aulas on-line etc. Muitos profissionais de educação do ensino médio técnico da Cidade do Rio de Janeiro, ainda não se prepararam para esta nova realidade. Este artigo apresenta em seu corpo, informações sobre a história, trajetória, desenvolvimento, legalidade e tecnologias da EAD, assim como exemplos de ferramentas que podem ajudar o professor no conhecimento e iniciação nesta nova e fascinante fronteira da educação. Também sugere reflexões sobre a nova postura exigida dos professores, diante das expectativas dos nossos novos estudantes, imersos no mundo digital. Palavras-chave: EAD. Rio de Janeiro. WEB 20. Abstract: Currently, very much is said about DE - Distance Education, online classes, etc. Many education professionals from technical school in Rio de Janeiro, are not prepared for this new reality. This article introduces it into his body, information about the history, trajectory, development, legality and technologies EAD, as examples of tools that can help the teacher in knowledge and initiation in this exciting new frontier of education. It also suggests some reflections on the required new teachers position , according to the expectations of our new students, immersed in the digital world. Keywords: EAD. Rio de Janeiro. WEB 20. 1 Pós-grad em Gestão de TI p/ Educação IST-RIO/Faetec/RJ; Pós-grad Docência do ensino Superior Cândido Mendes/RJ Graduado em Tecnologia da Informação UniverCidade/RJ 2 Professora. Drª. Letras / UFF - Professora de Metodologia da Pesquisa - Curso de Formação Pedagógica / ISERJ-FAETEC. Orientadora.

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Resumo Atualmente muito se fala em EAD – Educação à Distância, aulas on-line etc. Muitos profissionais de educação do ensino médio técnico da Cidade do Rio de Janeiro, ainda não se prepararam para esta nova realidade. Este artigo apresenta em seu corpo, informações sobre a história, trajetória, desenvolvimento, legalidade e tecnologias da EAD, assim como exemplos de ferramentas que podem ajudar o professor no conhecimento e iniciação nesta nova e fascinante fronteira da educação. Também sugere reflexões sobre a nova postura exigida dos professores, diante das expectativas dos nossos novos estudantes, imersos no mundo digital. Palavras-chave: EAD. Rio de Janeiro. WEB 20.

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GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA

E TECNOLOGIA

FUNDAÇÃO DE APOIO À ESCOLA TÉCNICA

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO

DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO

PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA PARA DOCENTES DA

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA NÍVEL MÉDIO

A EAD PELA WEB COMO APOIO AO ENSINO MÉDIO PROFISSIONALIZANTE

NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

José Barbosa de Sousa1

Professora orientadora: Vera Lucia Martins Sarubbi2

Resumo

Atualmente muito se fala em EAD – Educação à Distância, aulas on-line etc. Muitos

profissionais de educação do ensino médio técnico da Cidade do Rio de Janeiro, ainda não se

prepararam para esta nova realidade. Este artigo apresenta em seu corpo, informações sobre a

história, trajetória, desenvolvimento, legalidade e tecnologias da EAD, assim como exemplos

de ferramentas que podem ajudar o professor no conhecimento e iniciação nesta nova e

fascinante fronteira da educação. Também sugere reflexões sobre a nova postura exigida dos

professores, diante das expectativas dos nossos novos estudantes, imersos no mundo digital.

Palavras-chave: EAD. Rio de Janeiro. WEB 20.

Abstract: Currently, very much is said about DE - Distance Education, online classes, etc.

Many education professionals from technical school in Rio de Janeiro, are not prepared for

this new reality. This article introduces it into his body, information about the history,

trajectory, development, legality and technologies EAD, as examples of tools that can help the

teacher in knowledge and initiation in this exciting new frontier of education. It also suggests

some reflections on the required new teachers position , according to the expectations of our

new students, immersed in the digital world.

Keywords: EAD. Rio de Janeiro. WEB 20.

1 Pós-grad em Gestão de TI p/ Educação IST-RIO/Faetec/RJ; Pós-grad Docência do ensino Superior Cândido Mendes/RJ

Graduado em Tecnologia da Informação UniverCidade/RJ 2 Professora. Drª. Letras / UFF - Professora de Metodologia da Pesquisa - Curso de Formação Pedagógica / ISERJ-FAETEC. Orientadora.

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1. Introdução

O Brasil é um país de dimensões continentais, onde a população está distribuía

irregularmente por diversas regiões. Além das dificuldades geográficas, existem as diferenças

econômicas e sociais, que impedem que nas esferas municipal, estadual ou federal, se consiga

atender com qualidade e eficiência as demandas educacionais da sociedade, principalmente

para os cursos de capacitação e profissionalização.

Além dos enormes desafios estruturais, a sociedade brasileira e nossos estudantes

urgem por novas soluções para suas novas demandas, dentre elas a educação, que necessita

aumentar a sua velocidade e capilaridade do seu alcance no território nacional e todos os

grupos sociais. E a Educação a Distância - EAD surgiu com o objetivo de auxiliar no

atendimento destes alunos distantes geograficamente e sem disponibilidade de tempo para

participar de cursos presenciais e tradicionais. Podemos crer que as tecnologias de EAD serão

ferramentas complementares importantes, para atender as necessidades educacionais dos

estudantes do nosso país, contribuindo na construção de bases sólidas para nosso futuro e

desenvolvimento de forma mais igualitária e com qualidade.

2. Conceitos de Educação a Distância

Sabe-se que a educação tradicional e presencial necessita de uma estrutura que envolve

o fornecimento de um espaço físico, uma metodologia apropriada aliada a interação física

entre os estudantes e o professor e outros importantes aspectos. A EAD surgiu como

alternativa e um excelente auxílio no apoio à educação, pois a sua proposta é ajudar nas ações

pedagógicas produzidas pelos professores, mesmo sem a proximidade em entre os docentes e

os alunos. Melhor definição pode ser entendida a partir de MORAN (1994, p.2), que diz que o

conceito de EAD é:

(...) educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem, mediado por

tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente.

É ensino/aprendizagem onde professores e alunos não estão normalmente juntos,

fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por tecnologias,

principalmente as telemáticas, como a Internet. Mas também podem ser utilizados o

correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias

semelhantes. Na expressão "ensino à distância” a ênfase é dada ao papel do

professor (como alguém que ensina a distância). Preferimos a palavra "educação"

que é mais abrangente, embora nenhuma das expressões seja perfeitamente

adequada. Hoje temos a educação presencial, semipresencial (parte presencial/parte

virtual ou à distância) e educação à distância (ou virtual). A presencial é a dos cursos

regulares, em qualquer nível, onde professores e alunos se encontram sempre num

local físico, chamado sala de aula. É o ensino convencional. A semipresencial

acontece em parte na sala de aula e outra parte a distância, através de tecnologias. A

educação a distância pode ter ou não momentos presenciais, mas acontece

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fundamentalmente com professores e alunos separados fisicamente no espaço e ou

no tempo, mas podendo estar juntos através de tecnologias de comunicação.

3. Um Rápido Histórico da EAD

Para melhor entender a EAD, é necessário fazer uma rápida reflexão sua histórica.

Que desde o seu início, tem evoluído junto com as tecnologias disponíveis, em cada momento

da humanidade. É uma prática de educação mais antiga do que se imagina, acredita-se que

tenha surgido na Grécia e posteriormente em Roma como uma nova maneira de ensinar. Para

melhor visualizarmos a evolução da EAD numa linha de tempo, ALVES (2011) classifica a

evolução em três fases, conforme evolui a tecnologia das comunicações:

3.1. Primeira Fase: o Uso da Mídia Impressa

No inicio no século XVIII, o ensino era por correspondência e caracterizava-se pelo

uso de material impresso. Na tabela1, vê-se a progressão da sua evolução em alguns países.

Tabela 1

ANO PAÍS Projeto de EAD

1728 EUA

Esta data é considerada o inicio da Educação a Distância, quando numa na edição do mês de março de

1728 da Gazeta de Boston, é publicado um anuncio de um curso de TAQUIGRAFIA, onde o Professor

Caleb Philipps, oferecia material para ensino e tutoria por correspondência.

1829 Suécia Surge o Instituto Líber Hermondes, onde mais de 150.000 pessoas realizaram cursos por EAD.

1892 EUA Em Chicago, o Departamento de Extensão da Universidade de Chicago, cria a Divisão de Ensino por

Correspondência para a formação de docentes.

1965 Brasil

Criado o Instituto Universal Brasileiro, o IUB foi um dos pioneiros no Brasil nesta modalidade de

ensino e vem colaborando, até os dias de hoje, no preparo de profissionais através dos cursos

profissionalizantes, técnicos e o supletivo.

(Fonte: Alves (2011), Educação à distância: conceitos e história no Brasil e no mundo, RBAAD, p. 86).

3.2. Segunda Fase: o Uso de Mídias Impressas Integradas as Eletrônicas

Esta fase ocorreu aproximadamente depois da segunda Guerra Mundial, caracteriza a

evolução dos cursos por correspondência (mídias impressas) integrados às mídias do rádio e

televisão, com o surgimento da tele-educação e telecursos. Na tabela 2, podem-se ver

exemplos de do uso desta modalidade de EAD.

Tabela 2

ANO PAÍS Projeto de EAD

1935 Japão O Projeto de radiodifusão, Japanese National Public Broa-dcasting Service, inicia programas

escolares pelo rádio, complementando aulas tradicionais de escolas estatais.

1947 França Em Paris a Rádio Sorbonne da inicio a transmissão de matérias da Faculdade de Letras e Ciências

Humanas de Paris.

1956 EUA

Na cidade de Chicago, a TV College, já transmitia programas educativos pela televisão,

influenciando outras universidades por todo o país a seguir seu modelo de EAD, baseado na

televisão.

1960 Argentina É fundada a Tele Escola Primária do Ministério da Cultura e Educação, através de materiais

impressos e televisão.

1967 Brasil Foi criado o Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização), criado pela Lei n° 5.379, de 15 de

dezembro de 1967, projeto que visava a alfabetização de jovens e adultos.

(Fonte: Alves (2011), Educação à distância: conceitos e história no Brasil e no mundo, RBAAD, p. 87).

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3.3. Terceira Fase: o uso dos Ambientes Virtuais na Internet

Finalmente na virada do século XX para o XXI, surgiram os meios de EAD realmente

interativos, onde a forma da comunicação é assíncrona com uma razoável interatividade entre

os professores e os alunos. Atualmente usando-se a Internet é possível acessar modernas

ferramentas, chamadas WEB 2.0, tais como: fóruns de discussão, correio eletrônico, BLOGS,

espaços WIKI. Também surgiram os sites que os são portais para verdadeiras plataformas de

educação, chamadas de AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem).

3.4 Histórico da EAD no Brasil

No Brasil as primeiras iniciativas em EAD, ocorreram no início no final do século

XIX, com o envio de materiais impressos por correio (Cursos por Correspondência). Logo em

seguida o rádio e a televisão que contribuíram para a difusão e a ampliação do alcance desses

cursos, tais como: Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização), Programa Projeto

Minerva, Curso Supletivo Telecursos 2º Grau para rádio e televisão. Mais recentemente, com

a difusão da Internet e o avanço das tecnologias de informação e comunicação, os cursos de

ensino a distância passaram a ser repensados como um processo de ensino-aprendizado mais

interativo, onde a relação professor-aprendiz ganha uma dimensão mais participativa,

aumentando a troca de informações e de discussão durante o curso. Na última década, as

instituições de ensino brasileiras tanto particulares como públicas, têm criado cursos em EAD

num ritmo crescente. Parecem crer que esta modalidade, pode ser uma opção de apoio as

metodologias tradicionais ou até uma alternativa, como pode ser observado na tabela 3.

4

Tabela 3

(Fonte: CensoEAD. br / Org. Associação Bras. de Educação à distância (2010), p. 152).

4. A EAD na Internet

Atualmente a EAD alcançou uma dimensão muito maior do que no passado, pois os

AVAs (Ambiente Virtual de Aprendizagem) têm sido disponibilizados para acesso na

internet, através de programas que criam sites chamados E-LEARNINGS ou LMS (Learning

Management System). A proposta destes ambientes virtuais é possibilitar ao professor/tutor

desenvolver e gerenciar seus cursos, com funcionalidades criadas para que seus estudantes

tenham uma real experiência de alta interatividade, não apenas entre o professor, como

também entre os cursistas.

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4.1 Fundamentos Básicos dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem

Os AVAs estão inseridos num cenário bem maior que é a EAD, obedecendo assim,

seus paradigmas, permitindo que o estudante participe remotamente de um curso. Porém, os

processos pedagógicos dos AVAs fogem dos modelos da educação tradicional, no qual o

professor ensina basicamente num monólogo, expondo conteúdos e os alunos apenas ouvem.

Por isso, muitas vantagens podem ser obtidas pelo estudante, participando de um curso por

AVAs, tais como:

a) É possível que o estudante faça seu planejamento de ações e o remanejamento do seu

tempo para estudo e conclusões de tarefas;

b) Podem-se atender as diferenças individuais, do modo que convir ao aluno, no horário

e no ritmo de estudo mais adequado;

c) Um número maior de alunos é alcançado mais rapidamente e simultaneamente;

d) Obtêm a verdadeira democratização da educação e a facilitação quanto ao seu acesso.

4.2 Os LMS e os processos educativos

Os LMS ou AVAs são softwares baseados na Internet que facilitam a aplicação e

gestão de cursos pela Internet. De acordo com Clark e Mayer (2007), os ambientes virtuais

são elementos fundamentais e importantes na tarefa de ensino, porém estão carentes de

suporte pedagógico adequado e específico em relação ao processo de aprendizagem que deve

ser fornecido pelo tutor/professor. Daí, a necessidade do envolvimento do docente neste

processo, onde educadores virtuais, os tutores, utilizam softwares como MOODLE3 ou os

brasileiros SOLAR4, SÓCRATES

5, TELEDUC

6, dentre outros, para o manuseio e controle de

aulas, postagens de apresentações, criação de discussões, envio e recebimento de tarefas, ou

seja, todas as atividades educacionais importantes na forma virtual, conforme melhor define

Almeida (2003):

(...) ambientes digitais de aprendizagem são sistemas computacionais disponíveis na

internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de

informação e comunicação. Permite integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos,

apresentar informações de maneira organizada, desenvolver interações entre pessoas e

objetivando elaborar e socializar produções tendo em vista atingir propósitos

educacionais ou informativos. (ALMEIDA, 2003, p. 331)

3 www.moodle.org;

4 Solar, software desenvolvido pelo Instituto UFC Virtual, Universidade Federal do Ceará

(www.solar.virtual.ufc.br);

5 Sócrates, www.vdl.ufc.br/socrates

6 TelEduc , Núcleo de Informática Aplicada à Educação / Instituto de Computação da Universidade de Campinas

( UNICAMP) ( www.teleduc.org.br);

6

Com os LMS a EAD ganhou a possibilidade de organizar a forma de gerenciar os

cursos, fazendo a mixagem entre as aulas presenciais e as aulas apenas virtuais. Esta

integração trouxe novas possibilidades de interação, aproximando mesmo que de forma

virtual, professores e alunos. Para este intento, o número de ferramentas disponíveis cresce a

cada dia, tais como e-mails, fóruns, conferências, vídeos, slides, bate-papos, textos em

Hipermídia, WIKIS, blogs, dentre outros. Deve-se ressaltar que estas mídias integram-se,

potencializando os processos da educação através da comunicação.

5. O Ambiente virtual MOODLE

Em constante desenvolvimento, o software da plataforma MOODLE foi desenhado

para criar com eficiência a infraestrutura de cursos on-line com muita qualidade, de forma

gratuita e que pode ser instalado em Sistemas Operacionais como Linux, Windows ou

MacOS, desde que os mesmos consigam executar a linguagem de programação PHP.

Integram-se com vários programas de base de dados, tais como MYSQL, POSTGRESQL,

ORACLE, ACCESS ou INTERBASE. Seu desenvolvimento ocorre de forma colaborativa por

uma comunidade virtual, constituída por programadores, desenvolvedores de software livre,

administradores de sistemas, professores, e usuários de todo o mundo e encontra-se disponível

em diversos idiomas, inclusive em português.

5.1. Configurações e recursos do site MOODLE

Existem várias formas de configurar (ajustar) o site MOODLE, quanto a sua forma de

controlar o andamento dos cursos, usando, como por exemplo: gerenciar por determinado

período de tempo; gerenciar por tópicos de estudo; gerenciar de forma aberta ou focada em

discussões entre seus participantes.

São inúmeros os recursos fornecidos pelo sistema, para serem ferramentas que

realmente auxiliem o desenvolvimento e gerenciamento dos cursos, tais como: as alterações

dos cursos aparecem na página principal de login dos usuários; as interações (Fóruns,

Questionários, Pesquisas de Opinião e Tarefas) que podem ser visualizadas num painel único

na página principal, ou podem ser “baixados” como arquivos de grade de tarefas; relatórios

completos de atividades por aluno; integração via e-mail; possui gerenciamento de envio de

mensagens no formato RSS (Really Simple Syndication).

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5.2. Ferramentas de Interação do MOODLE

Para criar e incluir nos cursos atividades educacionais, existem recursos como listados

na tabela 4. São atividades individuais ou colaborativas que permitem a criação e envio de

trabalhos para avaliações, com uma boa interatividade entre os estudantes e professores.

Tabela 4

CHAT (BATE-PAPO) Uma sala de conversa virtual e em tempo real.

FÓRUM Tópicos de conversas para quem quiser participar no curso, podendo ser limitado a

grupos de estudantes utilizadores.

GLOSSÁRIO Uma lista de termos e os seus significados.

LIÇÃO Uma lição para ser lida e também resolvida pelos participantes pode ter tempo limitado,

pode ter vários formatos.

ENQUETE Um bloco de texto com uma simples com uma pergunta e com múltipla escolha de

respostas, onde os participantes votam.

SCORM7

Permite colocar um pacote SCORM (Modelo de Referência de Objetos de Conteúdos

Compartilháveis), que é uma ferramenta de integração com outras tecnologias e

linguagens para WEB, para criar conteúdos com interatividade.

TABELAS Cria uma base de dados para os estudantes poderem realizara pesquisas na plataforma.

TESTES Cria uma sequência de perguntas cotadas, com conceitos já valorados, para os

participantes resolverem.

TRABALHOS Espaços que são diretórios de arquivos criados na plataforma, para receber trabalhos dos

participantes, existem vários tipos de formatos de trabalhos.

WIKI Ferramenta web, que cria um espaço para a criação colaborativa de documentos no

formato de hipertextos, criados por professores e alunos sem que tenham que conhecer

nada da linguagem de programação HTML.

(Fonte: docs.moodle.org/all/pt_br/Documentação_para_docentes)

5.3. Experimente o MOODLE

Esta plataforma de EAD destaca-se pela cultura que formou, disseminando-se nos

meios acadêmicos. É um verdadeiro sucesso. Se o docente sentiu-se tecnicamente capacitado,

pode “encarar” o desafio de adquirir de forma gratuita o software de instalação do portal

MOODLE, para administrá-lo por conta própria. Basta para isso, acessar o site oficial,

localizado no endereço da web https://moodle.org, onde na tabela 5 podem-se observar os

serviços do site:

Tabela 5

Notícias Notícias de utilizadores, desenvolvedores e eventos com o LMS.

Suporte Documentação do software, FORUNS de utilizadores e colaboradores, livros e manuais

eletrônicos e serviços comerciais oferecidos por parceiros do MOODLE.ORG.

Comunidade Grande comunidade de com 1,3 milhões de usuários registrados, comunicando-se em vários

idiomas em 231 países. Neste link é possível participar de FORUNS, inscrever-se em cursos e

eventos online, fazer doações e comprar produtos.

Downloads Link onde é possível fazer “baixar” todos os softwares necessários para a instalação e

manutenção de um site com a plataforma MOODLE.

Fonte: moodle.org

7 SCORM: http://scorm.com/pt/

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5.4. Onde encontrar serviços de MOODLE no Brasil

Algumas empresas disponibilizam o serviço de postagem e publicação de cursos na

WEB, auxiliando os professores no desenvolvimento de cursos por LMS, através de suporte

na plataforma. Livrando o docente do trabalho técnico, deixando-o confortável na criação,

produção e administração do seu curso.

O portal EDUCAÇÃONANET (http://www.educacaonanet.com.br) foi desenvolvido pela

empresa D2S - Desenvolvimento Social e Sistemas, nele o professor podem viver a

experiência de planejar, desenhar e administrar o seu curso na WEB, gratuitamente.

O portal ENSINE ONLINE (http://www.ensineonline.com.br), é um projeto voltado para

soluções E-LEARNING, localizado no Centro do Professorado Paulista CPP, na cidade de

Mauá - SP. Oferece a plataforma MOODLE, gratuitamente para os professores de todo

Brasil, que não dispõem de recursos financeiros para iniciar um projeto de ensino a

distância, limitado a até 40 alunos por curso.

MESTREMIDIA localizada em Vitória no estado do Espírito Santo, é uma empresa do

ramo de consultoria de projetos educacionais, oferece a plataforma MOODLE

gratuitamente através do site: http://www.mestremidia.com.br/ead/.

6. O uso das ferramentas da WEB 2.0 para a EAD

A respeito do surgimento da WEB (World Wide Web), no início dos anos 90, Berners

Lee et AL. (1994) afirma que “A WEB foi desenvolvida para ser um repositório do

conhecimento humano, que permitiria que colaboradores em locais distintos partilhassem as

suas ideias e todos os aspectos de um projeto comum”. A Internet evoluiu de modelos

técnicos e econômicos para um espaço verdadeiramente democrático, mas forma de produção

e publicação de conteúdos, muito limitada e unidirecional. Com o surgimento de novos

recursos e a evolução tecnológica, tais como banda larga e desenvolvimento de novas

linguagens de programação, surgiram novas ferramentas para a publicação e interação online

de conteúdos, facilmente realizada pelos internautas, refletindo uma mudança significativa de

hábitos. Em 2004, O´Relly (2005), compilou estas novas ferramentas, formatando pela

primeira vez o conceito da Web 2.0.

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6.1. Como usar as ferramentas da WEB 2.0 na educação

A indústria de tecnologia e informática vem popularizando os dispositivos e

equipamentos computacionais, numa escala impressionante, possibilitando o acesso dos

estudantes à Internet 24 horas por dia e com grande mobilidade. Atualmente é um grande

desafio dos professores, criar estratégias no seu processo pedagógico, para atrair os

estudantes. Assim, produzir conteúdos online na WEB pode ser a solução para o professor,

uma vez que para muitos alunos isto já faz parte da sua vida.

6.2. Algumas poderosas ferramentas da WEB 2.0

6.2.1. BLOG: A facilidade de criação, publicação deste mini-site, a possibilidade de

construção coletiva de textos e o potencial de interação, tornam os blogs uma destacada

ferramenta pedagógica. O professor pode propor questões, exercícios, publicar trabalhos,

indicar endereços de sites, propor avaliações de sua disciplina, como por exemplo, o blog do

professor José Barbosa: profjbsousa. blogspot.com.br. Por sua vez, os alunos podem utilizar

blogs para a construção coletiva e publicação de textos que poderão ser comentados pelos

colegas, construindo, assim, um conhecimento coletivo.

6.2.2. WIKI: Estes sites fornecem espaço, geralmente grátis, para a criação de documentos

públicos online. Pode ser bastante útil para os professores, porque é orientado para o trabalho

colaborativo, o que estimula a reflexão, a negociação entre alunos, como por como exemplo:

wikipedia.org e www.xwiki.org, com as seguintes vantagens:

A colaboração e a interação dinâmica entre os estudantes permitem que todos

participem na elaboração de um documento em conjunto;

A possibilidade de criar e troca de ideias, fazer criticas e propor linhas de trabalho;

Fazer glossários, dicionários, livros de texto, manuais, repositórios de aula;

Ver todo o histórico de modificações, permitindo ao professor avaliar a evolução

dos alunos de forma registrada;

6.2.3. SKYPE (Antigo Messenger ou MSN-Windows Live Messenger): É um site de

serviços de bate-papo (chats), por texto, voz ou vídeo, localizado em www.skype.com. Pode

ajudar o professor nas atividades educacionais em grupo dentro de um AVA, permitindo uma

comunicação instantânea entre os participantes.

6.2.4. Yahoo GROUPS e Google GROUPS: Estas ferramentas são disponibilizadas nos

sites HTTP://groups.yahoo.com e HTTP://groups.google.com, respectivamente. São serviços

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de criação de MAILING LISTS (listas de emails), onde o professor pode utilizar as listas de

emails dos seus alunos, trocando mensagens de interesse para suas aulas, como os conteúdos

educacionais ensinados em sala de aula ou até mesmo anúncios.

6.2.5. FACEBOOK: Nesta rede social (www.facebook.com) o professor pode publicar uma

página pessoal, referente à sua área educacional, podendo também criar uma comunidade com

seus alunos, para discutirem sobre os temas propostos na sua disciplina.

6.2.6. TWITTER: Nesta rede social (twitter.com) o professor pode criar um micro-blog,

utilizando-o em postagens para notificar seus alunos a respeito do andamento das atividades

de sua disciplina. Como sugestões de endereços da Internet, lançar antecipadamente o que

será apresentado em sala de aula, divulgar data de eventos e palestras importantes na área de

conhecimento de sua disciplina. Está limitado a um texto de no máximo 140 caracteres, muito

bom para ser lido em dispositivos móveis.

6.2.7. GOOGLE DOCS e SKIDRIVE: Estas ferramentas são fornecidas, respectivamente

nos sites HTTPS://drive.google.com e HTTPS://skydrive.live.com, permitindo que o professor

crie um repositório de arquivos. É possível também o compartilhamento, com os alunos, de

forma síncrona ou assíncrona, dos arquivos de textos, planilhas eletrônicas, apresentação de

slides, vídeos e fotos, por várias estudantes simultaneamente. Facilitando a criação de

atividades educacionais colaborativas na Web, como exemplo pode-se acessar o site

profjbsousa.blogspot.com.br e participar de uma atividade online.

6.2.8. SLIDESHARE: Neste site (www.slideshare.net), o professor pode publicar e

disponibilizar seus próprios conteúdos, compartilhando com seus alunos arquivos de

apresentações de slides, onde é possível visualizá-los online na WEB. Ou cada aluno pode

elaborar uma apresentação de slides, como atividade de avaliação.

6.2.9. YOUTUBE: Esta excelente e conhecidíssima ferramenta da Web 2.0, é um dos

serviços fornecidos pelo GOOGLE, encontrado no endereço www.youtube.com, nele o

professor pode, por exemplo, publicar sua vídeo- aula.

7. A legalização da EAD no Brasil

Desde 1996, através da Lei de Educação Nacional, a EAD é reconhecida em todos os

seus níveis e modalidades no BRASIL. A sua legalização, foi fundamentada juridicamente

por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394/96), atual LDB. No Título

VIII, artigo 80, está redigido que, “o Poder Público incentivará o desenvolvimento e a

veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e

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de educação continuada” (BRASIL, 1996, p.3). A partir desta primeira regulamentação,

outros decretos e portarias que foram organizando e legitimando a EAD como uma

modalidade educacional, onde a mediação ocorre de forma diferente do ensino presencial. Em

19 de Dezembro de 2005, o DECRETO Nº 5.622 no artigo 1º, regulamentou o artigo 80

da LDB 9394/96, caracterizando a EAD (BRASIL, 2005, p.1):

Art. 1º Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a educação à distância como

modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de

ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de

informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades

educativas em lugares ou tempos diversas.

§ 1º A educação a distância organiza-se segundo metodologia, gestão e

avaliação peculiares, para as quais deverá estar prevista a obrigatoriedade de

momentos presenciais para:

I - avaliações de estudantes;

II - estágios obrigatórios, quando previstos na legislação pertinente;

III - defesa de trabalhos de conclusão de curso, quando previstos na legislação

pertinente; e.

IV - atividades relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso.

Art. º A educação a distância poderá ser ofertada nos seguintes níveis e

modalidades educacionais:

I - educação básica, nos termos do art. 30 deste Decreto;

II - educação de jovens e adultos, nos termos do art. 37 da Lei no 9.394, de 20

de dezembro de 1996;

III - educação especial, respeitadas as especificidades legais pertinentes;

IV - educação profissional, abrangendo os seguintes cursos e programas:

a) técnicos, de nível médio; e

b) tecnológicos, de nível superior;

V - educação superior, abrangendo os seguintes cursos e programas:

a) sequenciais;

b) de graduação;

c) de especialização;

d) de mestrado; e

e) de doutorado.

Mais especificamente para a regulamentação da EAD, referente ao ensino

profissionalizante, o decreto nº 5622, de 19 de dezembro de 2005 no seu capítulo III, dispõe

sobre as seguintes diretrizes:

CAPÍTULO III

DA OFERTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, EDUCAÇÃO

ESPECIAL E

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NA MODALIDADE A DISTÂNCIA, NA

EDUCAÇÃO BÁSICA.

Art. 18. Os cursos e programas de educação a distância criados somente

poderão ser implementados para oferta após autorização dos órgãos competentes dos

respectivos sistemas de ensino.

Art. 19. A matrícula em cursos à distância para educação básica de jovens e adultos

poderá ser feita independentemente de escolarização anterior, obedecida a idade

mínima e mediante avaliação do educando, que permita sua inscrição na etapa

adequada, conforme normas do respectivo sistema de ensino.

12

Quanto ao devido credenciamento das instituições de ensino profissionalizantes, cabe

ao sistema de ensino dos estados e do Distrito Federal, realizar estes atos. Conforme é

proposto no capítulo II, artigo 11º, do decreto nº 5622, de 19 de dezembro de 2005:

Art. 11. Compete às autoridades dos sistemas de ensino estadual e do Distrito

Federal promover os atos de credenciamento de instituições para oferta de cursos a

distância no nível básico e, no âmbito da respectiva unidade da Federação, nas

modalidades de:

I - educação de jovens e adultos;

II - educação especial; e

III - educação profissional.

§ 1o Para atuar fora da unidade da Federação em que estiver sediada, a

instituição deverá solicitar credenciamento junto ao Ministério da Educação.

§ 2o O credenciamento institucional previsto no § 1

o será realizado em regime

de colaboração e cooperação com os órgãos normativos dos sistemas de ensino

envolvidos.

§ 3o Caberá ao órgão responsável pela educação a distância no Ministério da

Educação, no prazo de cento e oitenta dias, contados da publicação deste Decreto,

coordenar os demais órgãos do Ministério e dos sistemas de ensino para editar as

normas complementares a este Decreto, para a implementação do disposto nos §§ 1o

e 2o.

7.1. Organismos do MEC que regulamentam a EAD

Juntamente com a primeira legislação para a EAD, o MEC através do Decreto nº

1.917, de 27 de maio de 1996, criou oficialmente a Secretaria de Educação a Distância –

SEED. Logo em seguida, em 1997 foi lançado o PROINFO – Programa Nacional de

Informática na Educação, com o objetivo de instalar de laboratórios de computadores para as

escolas públicas de ensino básico, nas áreas urbanas e rurais do Brasil. Por intermédio da

SEED, o Ministério da Educação, atuava na inovação tecnológica nos processos de ensino e

aprendizagem, promovendo a inclusão de novas tecnologias de informação e comunicação

(TICs) e a EAD, nas escolas públicas brasileiras. Em 2012, através do Decreto nº 7690, de 2

de março de 2012, foi regulamentada a SECADI (portal.mec.gov.br), organismo que

substituiu a então já extinta SEED, através de suas Coordenadorias regulam e deliberam ações

para o fomento da EAD em vários níveis das Instituições de ensino do Brasil.

7.2. Comissão Especial de Educação a Distância / CEERJ / SEEDUC RJ

No âmbito do estado do Rio de Janeiro, cabe a Comissão Especial de Educação a

Distância, pertencente ao Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro da SEEDUC -

Secretaria de Educação do estado do Rio de Janeiro, atuar como órgão normativo e recursal.

Sua criação foi regulamentada pela Lei Estadual nº 51/75 e alterada pela Lei nº 3155/98, com

poderes para emitir pareceres para o credenciamento de instituições de ensino interessadas em

13

prestar serviços de educação na modalidade de EAD (<http://cee.rj.gov.br/coletanea/d275.pdf>).

Estes pareceres apenas autorizam a criação de cursos dentro do território do Estado do Rio de

Janeiro, como pode ser visto na tabela 6 alguns cursos técnicos profissionalizantes nível

médio ofertados na modalidade à distância.

Tabela 6 - Instituições com pareceres autorizativos emitidos até 2011

INSTITUIÇÃO PARECER

CEE/RJ CURSO AUTORIZADO

Centro de Tecnologia Aplicada –

CTA 298/10 Técnico em Administração, Segurança do Trabalho e Informática.

Centro Educacional Barbosa Figueiredo

193/11 Técnico em Secretaria Escolar e Transações Imobiliárias

Centro Educacional de Niterói 211/10 Técnico em Transações Imobiliárias e Secretaria Escolar

CES José Carlos Brandão

Monteiro 099/09 Técnico em Administração

Colégio Internacional Signorelli 84/11

Técnico em Administração, Comércio, Dança, Gerência em Saúde, Guia de

Turismo, Publicidade, Secretaria Escolar, Segurança do Trabalho, Transações Imobiliárias e Vendas

Colégio Marechal Hermes 112/08 Técnico em Estrutura Naval, Operação e Manutenção da Produção do Petróleo e Gás Natural e Meio Ambiente.

Colégio Realengo 210/10

Técnico em Administração, Contabilidade, Secretariado, Prótese Dentária,

Segurança do Trabalho, Turismo, Secretaria Escolar, Informática e Telecomunicações.

Escola Técnica Electra 178/11 Técnico em Eletrônica, Eletrotécnica, Mecatrônica e Telecomunicações.

Instituição de Ensino Sigma 572/02 Técnico em Transações Imobiliárias

Instituto Monitor 026/08 Técnico em Contabilidade, Secretariado, Transações Imobiliárias, Informática,

Eletrônica.

Instituto Trompowsky 152/11 Técnico em Administração, Informática, Logística, Manutenção Automotiva, Meio Ambiente.

SENAC 224/10 Técnico em Secretaria Escolar

Sindicato das Secretárias do

Estado do Rio de Janeiro – SINSERJ

195/05 Técnico em Secretariado

Fonte: www.cce.rj.org.br em 16/05/2012

Instituições de educação que utilizam a EAD pela Internet

Devido a sua ótima interatividade e inúmeros recursos em da EAD pela Internet, em 2012

segundo a ABED (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA),

existiam 8491 instituições de ensino com cursos autorizados, entre federais, estaduais,

municipais e particulares, como pode ser visto na tabela 8.

14

Tabela 8: Distribuição dos cursos de EAD em 2012

Categoria jurídica

Quantidade de cursos

TOTAL Produção

Própria

Fornecido de

empresa

comercial

Fornecido de

empresa

educacional

Parceria com

outras instituições

Pública federal 273 41 314

Pública estadual 57 1 58

Privada com fins

lucrativos 1527 120 33 1033 2713

Privada sem fins

lucrativos 1651 7 400 97 2155

Fundação educacional 1436 12 1448

Sec. educação estadual 18 60 78

Sec. educação

municipal 4 4

Empresa do sistema “S” 821 38 15 99 973

Empresa não

exclusivamente

educacional 250 14 12 276

Órgão público militar 115 3 118

Órgão público

judiciário 11 2 24 37

Órgão público da saúde 1 9 10

ONG 25 9 34

Outra 19 205 23 26 273

Total 6.208 386 474 1.423 8491

Fonte: Censo EAD.BR: relatório analítico da aprendizagem a distância no Brasil , pag. 43 ,

<HTTP://www.abed.org.br/censoead/censo2012.pdf

15

8.1. Instituições de educação federais, localizadas no Municio do Rio de Janeiro, que

utilizam a EAD pela Internet na oferta de cursos profissionalizantes.

Graças às orientações e incentivo do MEC, praticamente todas as IES Federais

utilizam alguma plataforma AVA na oferta de cursos em EAD, em nível de graduação,

extensão, pós-graduação, latu sensu e stricto censu, dos quais podemos citar algumas:

Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro – CEFET-RJ: Esta IES

tem um AVA vinculado a UAB8, localizado no site http://uab.cefet-rj.br.

Universidade Federal Fluminense - UFF: Esta IES desenvolveu seu AVA, suportado

pelo Moodle, localizado no site http://www.cead.uff.br.

8.2. Instituição de educação estadual, localizadas no Município do Rio de Janeiro, que

utiliza a EAD pela Internet na oferta de cursos profissionalizantes.

Na esfera estadual do Rio de Janeiro, poucas escolas oferecem cursos regulares de

educação profissionalizantes por EAD, foram encontradas ofertas de cursos na Fundação de

Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro – FAETEC. Para tal a instituição, tem

um AVA suportado pelo Moodle, localizado no site

http://www.faetec.rj.gov.br/dif/ead/plataforma/login/index.php.

8.3. Instituições de educação públicas municipais do Rio de Janeiro, que utilizam a EAD

pela Internet.

Ao município do Rio de Janeiro, não cabe ofertar cursos profissionalizantes, mas sim a

educação fundamental. Porém a subsecretaria de Novas Tecnologias educacionais da

Secretaria Municipal de educação, idealizou a criação de uma AVA para seus alunos e

professores. O endereço do site é www.educopedia.com.br, onde é possível acessar o material

institucional e explicativo:

(...) A Educopédia é uma plataforma online colaborativa de aulas digitais, onde alunos

e professores podem acessar atividades autoexplicativas de forma lúdica e prática, de

8 “O Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) tem como prioridade a formação de educadores, por meio

do estímulo à articulação e integração de um sistema nacional de educação superior, formado por instituições

públicas de ensino superior, em parceria com estados e municípios brasileiros, utilizando a Educação a Distância

para a veiculação dos conteúdos dos diversos cursos.” < http://www.uab.ufrr.br/index.php/sobre-a-uab-na-ufrr/o-

que-e-a-uab>, acessado em 30 de Junho de 2013.

16

qualquer lugar e a qualquer hora. As aulas incluem planos de aula e apresentações

voltados para professores que queiram utilizar as atividades nas salas, com os alunos.

Cada uma delas possui temas, competências e habilidades contempladas nas

orientações curriculares da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Essas

orientações curriculares de cada ano e cada disciplina foram divididas em 32 aulas

digitais, que correspondem às semanas do ano letivo, retiradas àquelas voltadas para

avaliações e revisões. As atividades incluem vídeos, animações, imagens, textos,

podcasts, mini-testes e jogos, seguindo um roteiro pré-definido que obedece a teorias

de metacognição. A plataforma visa melhorar a qualidade da experiência educacional,

a partir da utilização das novas tecnologias e novas descobertas da neurociência, para

a criação de um modelo pedagógico que melhor responda às demandas das crianças e

jovens. As aulas são criadas e revisadas por professores da rede municipal de ensino

do Rio de Janeiro. (<http://www.educopedia.com.br/SobreEducopedia.aspx>)

8.4. Instituições de educação particulares, localizadas no Município do Rio de Janeiro,

que utilizam a EAD, na oferta de cursos técnicos profissionalizantes.

No município do Rio de Janeiro, existem inúmeras instituições particulares de ensino

profissionalizantes autorizados, com uma gama muito varia de cursos em todas as áreas.

Abaixo são citadas algumas instituições que oferecem muitos cursos neste seguimento:

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC–RJ: Nesta

instituição, dentre os curso de graduação e pós-graduação, também são

ofertados os técnicos profissionalizantes e os livres de aperfeiçoamento por

EAD. No site são encontrados cursos em várias áreas como: comércio,

gestão, meio ambiente e segurança do trabalho, são suportados pelo Moodle

e pode ser acessado em www.ead.senac.br.

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI-RJ: Nesta

instituição, são ofertados cursos técnicos profissionalizantes e livres de

aperfeiçoamento por EAD. No site são encontrados cursos em mais de 20

áreas tecnológicas e pode ser acessado em

www.portaldaindustria.com.br/senai/canal/educacao-distancia-home.

Centro de Ensino e Treinamento Aplicado a Profissionais – CETAP: Nesta

instituição, são ofertados cursos técnicos profissionalizantes e livres de

aperfeiçoamento por EAD. Seus cursos podem ser acessados em

www.cetap.com.br.

Mitos e Verdades sobre a EAD

Muito se diz sobre as vantagens da EAD, no que refere a produção pedagógica,

facilidade de comunicação entre professores e alunos, mas parece que nos meios acadêmicos,

em determinados setores 100% tradicionalistas, existe grande resistência à implantação de

17

novas tecnologias, que se dá pela simples ignorância, preguiça ou medo da EAD. Para ilustrar

e desmitificar esta realidade, Cláudia Emi Izumi do site UOL (IZUMI, Cláudia. Mito ou

verdade: Especialistas esclarecem 11 dúvidas sobre EAD. Em:

<http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/03/20/especialistas-esclarecem-11-mitos-que-rondam-o-ensino-a-

distancia.htm> Acessado em 30 de junho de 2013), escreveu um interessante artigo a repeito

deste assunto. Para tal, entrevistou: Arlete Gilbert, consultora da Abed - Associação Brasileira

de Educação a Distância; Athail Pulino, coordenador de EAD da UnB - Universidade de

Brasilia; Rosely Zen Cerny, coordenadora adjunta da Universidade Aberta do Brasil da UFSC

- Universidade Federal de Santa Catarina; Stavros Panagiotis Xanthopoylos, diretor executivo

da FGV Online - Fundação Getúlio Vargas. As conclusões desta entrevista podem ser vistas

na tabela 7.

Tabela 7

MITOS VERDADES O ensino a distância ameaça o emprego do professor? Cursos idealizados e formatados somente com

videoaulas são ruins?

Este profissional é essencial para verificar o

aprendizado a distância do aluno. O computador não

vai substituí-lo. Na opinião de Pulino, o professor de

EAD consegue até acompanhar melhor o desempenho

dos alunos. Isso é feito por meio de atividades

próprias dos cursos a distância, como fóruns de

discussão, testes online e atividades extras, que são em

quantidade maior que nos cursos presenciais.

Apesar de exemplos bem-sucedidos de tutoriais e

aulas em vídeos, como a Khan Academy para os

alunos da educação básica, cursos mais complexos

perdem qualidade se forem dados apenas com a

exposição de vídeos e animações que explicam o

conteúdo escolar. "O melhor formato é aquele baseado

em "comunidades de aprendizagem", com interação

entre alunos e com professores", diz Pulino.

A avaliação do EAD apresenta falhas porque algumas

tarefas, como testes de múltipla escolha, são

corrigidas automaticamente por um sistema, e não

pelo professor?

Não dá para comparar curso à distância com curso

presencial porque são duas metodologias de ensino

completamente diferentes:

A EAD permite uma maior personalização no ensino

que a educação presencial porque o aluno recebe

orientação individualizada, diz Pulino. Ele acredita

que o professor tradicional não tem condições para

comentar uma prova e dar retorno de rendimento para

cada um de seus alunos em apenas 50 minutos de aula.

"Já no EAD, o aluno tem a supervisão do professor e

de tutores. Além disso, os testes de múltipla escolha

não são o único meio de avaliação. O tutor de EAD

acompanha regularmente os avanços do aluno no

curso, e interfere quando ele não faz exercícios, não

participa de fóruns ou não dá retorno", comenta

Pulino.

"Podemos comparar a aprendizagem (domínio de uma

competência, uma habilidade ou um conhecimento),

mas não a forma pela qual ela foi adquirida, que pode

ser presencial, a distância ou mista", diz

Xanthopoylos. "O que podemos afirmar é que a

internet, e principalmente a chegada da Web 2.0 com

as redes sociais, trouxe uma nova dimensão de

comunicação que permitiu alavancar nossa vida

pessoal e profissional e a formação escolar. Esse

fenômeno é irreversível e tem revolucionado os

processos pedagógicos, sem prejuízo nos resultados da

aprendizagem quando comparados com os métodos

tradicionais." O ensino a distância é para quem interrompeu os

estudos e não concluiu um curso superior:

O desempenho de um estudante de EAD pode ser

falsificado porque existe a possibilidade dele colar nas

provas ou colocar outra pessoa para fazer o seu

trabalho.

18

"Hoje o grande lance do ensino a distância é a

possibilidade dada à universidade pública e à privada

de sair de sua esfera e atingir municípios distantes e

menores que jamais terão uma instituição de ensino

superior de qualidade. Ainda existe o preconceito

contra a aprendizagem remota, mas isso está cedendo

e a média de idade dos alunos, entre 30 e 40 anos,

tende a baixar no futuro", opina Cerny.

VERDADE EM PARTE: "Se o aluno fizer a avaliação

pelo computador, sem controle ou acompanhamento, é

óbvio que poderá falsificar um exame. Por isso que,

em cursos certificados ou diplomados no EAD, as

provas são realizadas em polos de forma presencial e

com monitoramento e controle, como exige o MEC

(Ministério da Educação)", lembra Xanthopoylos. De

acordo com ele, a cola só ocorrerá se o sistema de

controle for falho, o que vale tanto para os cursos

EAD quanto para os presenciais.

O aluno de EAD pode ficar desmotivado a estudar por

não ter professores em cima dele: Alguns professores de cursos presenciais e o mercado

de trabalho têm preconceito contra o EAD:

"Em muitos casos, ter um professor em cima da gente

é pior. A motivação do aluno vem da integração com

outros alunos. Eles podem estudar e tirar dúvidas

sozinhos ou em grupo. Além disso, há os polos

presenciais da graduação a distância. É lá que o aluno

presta contas se estudou ou não aos tutores, que são

formados na área de conhecimento do curso e que

esclarecem e checam os pontos da matéria que os

alunos não assimilaram", explica Cerny.

"Hoje vale essa máxima. O preconceito parte da

ignorância, da falta de conhecimento de como

funciona o EAD. Não há outra explicação", comenta

Pulino. "Por sorte, há professores do método

presencial que procuram ferramentas online para

melhorar o ensino", diz. A coordenadora adjunta da

UAB da UFSC acrescenta: "Os professores que vêm

trabalhar com ensino a distância acabam mudando a

tática pedagógica que era adotada em sala de aula

porque percebem que o mesmo material não funciona

no EAD. O ensino a distância não tem lugar para

improvisação, as atividades são pontuais.”.

Fonte: <http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/03/20/especialistas-esclarecem-11-mitos-que-rondam-o-

ensino-a-distancia.htm> , acessado em 30 de junho de 2013

Conclusão

Neste nosso novo ambiente educacional, farto de novas tecnologias e na qual nossos

estudantes estão totalmente imersos. Parece inevitável que o professor esteja preparado para a

mudança de paradigmas, que seja da educação tradicionalista para o construtivismo, mas

atendendo às novas ferramentas educacionais, para seu uso em novas estratégias que o

aproximem mais do aluno que, agora as usa massivamente, nos novos meios de comunicação

como Internet, computador, smart-phones e tablets. Isto indica que cabe ao docente capacitar-

se melhor para falar a linguagem deles. Contudo, deve-se ter muito cuidado, para que todo

este arsenal tecnológico não se torne apenas mais uma “ONDA”, usando-o com os métodos

do passado, mas pensar e agir diferente, sem esquecer que ainda é um professor.

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19

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