Artes Apolinea e Dionisiaca

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Colgio SESI CAMBFILOSOFIA Oficina Starway to heavenNome do aluno (a):________________________________________________________Nome da equipe:__________________________________________________________Data:________________________

A Origem da Tragdia, de Nietzsche

1. Helenos. Os gregos, na antiguidade clssica, se caracterizavam por uma sensibilidade exacerbada para o sofrimento e uma grande sensibilidade artstica que se explica pela fora de seus instintos. Por causa da fora de seus instintos a vida dos helenos era rica em sofrimentos.2. Perigo de vida O Pessimismo. A dolorosa violncia da existncia, devido fora de seus instintos, pode lev-los ao pessimismo, a negao da prpria existncia, o aniquilamento da vida. A materialidade deste pessimismo a sabedoria popular ou filosofia do povo.3. O antdoto. A arte grega tem origem nesta problemtica. O mesmo instinto que cria a arte cria a religio. Os gregos criam a religio, os deuses olmpicos, para tomar a vida desejvel. A criao da arte apolnea expresso de uma necessidade, pois a vida s se torna possvel pelas miragens artsticas. Para que o grego, povo exposto ao sofrimento, pudesse viver foi necessrio mascarar os terrores e atrocidades da existncia com os deuses olmpicos, da alegria e da beleza, filhos do sonho. A arte Apolnea um modo de reagir a um saber pessimista do aniquilamento da vida. Os deuses olmpicos no foram criados como uma maneira de escapar do mundo em nome do alm-tmulo, nem como forma de ditar um comportamento religioso baseado na ascese, na espiritualidade, no dever. A religio grega expresso de uma religio de vida, inteiramente imanente, que diviniza (torna belo) o que existe. Para escapar do saber pessimista, o grego cria um mundo de beleza que ao invs de expressar a verdade do mundo, uma estratgia para que ela no ecloda.4. O Conceito de beleza. Para os helenos beleza medida, harmonia, ordem, proporo, delimitao, calma e liberdade com relao s emoes (serenidade). Contra a dor, o sofrimento e a morte, o grego diviniza o mundo, torna-o belo, criando a beleza. No existe belo natural, o belo uma aparncia (critica a Scrates e a Plato). A beleza (aparncia) um fenmeno, uma representao que tem objetivo de mascarar, velar a verdade essencial do mundo a Vontade, o Uno primordial.5. Concepo da Arte Apolnea. O mundo apolneo o mundo da individuao (do individuo, do estado), da conscincia de si mesmo. A individuao, a conscincia, aparncia, representao do Uno primordial. Atravs do princpio de individuao se produz a transfigurao da realidade que caracteriza a arte. Esse desejo originrio de aparncia (instinto apolneo), de arte, o que possibilita a muralha capaz de resistir sabedoria pessimista concepo apolnea da vida, elogio da aparncia. Mas a conscincia apolnea apenas um vu, que dissimula um mundo que no pode ser ignorado. O instinto apolneo, virando as costas realidade, desconsidera o outro instinto esttico da natureza que no pode ser esquecido o instinto Dionisaco.6. Concepo da Arte Dionisaca. O instinto Dionisaco, sem a medida apolnea, considerado o aniquilador da vida. A arte dionisaca em sua embriaguez proclama a verdade, a contradio. O individuo, seus limites e medidas caem no esquecimento quando vivencia o instinto dionisaco. A desmesura, a ausncia de medida, se desvela como verdade. A contradio e a volpia nascida da dor se expressam. A experincia dionisaca rompe com o princpio de individuao em uma total reconciliao do homem com a natureza e com os outros homens, em uma desintegrao total do eu. O xtase dionisaco, a experincia do instinto dionisaco, produz, enquanto dura, um efeito letrgico que dissipa o passado. uma negao do indivduo, da conscincia do estado, da civilizao e da histria. Mas no trmino do xtase, a emoo da experincia dionisaca que significa um acesso verdade da natureza, uma natureza desmesurada, contraditria, faz o homem compreender a iluso em que vivia ao criar um mundo de beleza, vivenciando o instinto Apolneo, justamente para mascarar a verdade. Neste sentido a experincia dionisaca uma embriaguez do sofrimento que destri o sonho belo. Eis que o homem retoma o sentimento de desgosto pela vida. O pessimismo sem a arte apolnea aniquila a vida. O apolneo sem o dionisaco encobre, esconde a verdade.7. Tragdia tica. Tragdia tica a integrao e no represso do instinto dionisaco ao instinto apolneo, transformando o sentimento de desgosto causado pelo horror e pelo absurdo da existncia, atraindo a verdade dionisaca para o mundo da bela aparncia, transformando o fenmeno natural em fenmeno esttico. A Vontade, o uno primordial o inverso do sentimento esttico que puramente contemplativo e destitudo de vontade (a msica aparece como vontade na tragdia tica). Transforma o instinto dionisaco puro em arte, integrando sua experincia exttica ao mundo apolneo aliviando sua fora irracional destruidora. Esta a arte apolnea- dionisaca ou tragdia tica, que constitui o momento mais importante da arte grega, o seu auge. O dionisaco puro impossvel de ser vivido, pois aniquila a vida. A arte tica faz a experincia dionisaca possvel sem ser destrutvel, possibilitando uma embriaguez sem perda de conscincia, tornando a embriaguez uma representao (msica). Uma simultaneidade entre conscincia e embriaguez. A arte trgica controla o que a de desmesurado no instinto dionisaco como se o instinto apolneo ensinasse a medida ao dionisaco. uma unio entre a aparncia e a essncia, uma articulao dos dois instintos, das foras artsticas da natureza, na medida em que o apolneo transforma em imagens os estados dionisacos. A tragdia tica representa o conflito entre o princpio de individuao e o Uno primordial. Finalidade da Tragdia tica: A arte no tem objetivo de educar, mas de revelar o ser, proporcionando alegria, mostrando o destino, no mascarando a dor. Na experincia trgica que a arte tica proporciona o homem se torna o prprio Uno Primordial, sentindo seu desejo e seu prazer de existir. Enquanto a arte apolnea nega o sofrimento da vida e afirma a eternidade do fenmeno pela aparncia, a tragdia tica nega o individuo justamente por ser fenmeno, afirmando a eternidade da vontade.8. Hiptese metafsica. O verdadeiro (Vontade, Uno primordial) tem necessidade da bela aparncia para sua libertao. Uma libertao da dor pela aparncia. Para Nietzsche a existncia do mundo s se justifica como fenmeno esttico. A essncia (Vontade), fora que eternamente deseja de forma irracional, tem necessidade do instinto apolneo (Principio de individuao) como conscincia de si.9. Consolao Trgica. A consolao trgica a aceitao da dor, a afirmao da vida. uma certeza de que existe um prazer superior produzido pela experincia dionisaca, somente possvel de ser experienciada na tragdia tica. Um equilbrio entre a iluso e a verdade, entre a aparncia e a essncia: o nico modo de superar a radical oposio metafsica de valores.10. Metafsica do Artista. A metafsica do artista a valorizao da arte, e no do conhecimento racional, como atividade que d acesso ao ser, s questes fundamentais da existncia, uma alternativa contra a metafsica clssica criadora da racionalidade. A arte a atividade propriamente metafsica, possibilitando uma experincia de vida como sendo, no fundo das coisas, indestrutvel, poderosa e alegre, apesar da mudana dos fenmenos. a expresso do Uno primordial, da verdade essencial, na linguagem fenomnica, mais precisamente na msica. Uma oposio metafsica tradicional e a cincia que desapareceu violentamente em detrimento de uma arte racionalizada tendo Scrates como representante desta arte.11. Esttica Racionalista. A esttica racionalista a introduo na arte do pensamento e do conceito. Momento em que a conscincia, a razo, a lgica despontam como novos critrios de produo da arte; quando a racionalidade faz uma critica explicita a produo artstica na perspectiva da conscincia; quando a arte toma como critrio o grau de clareza do saber classificando a tragdia como irracional. O que faz a diferena a subordinao da beleza razo; o estabelecimento do postulado socrtico segundo o qual s pode ser belo aquilo que consciente e racional. O Socratismo despreza o instinto e, portanto a arte. Nega a sabedoria justamente onde se encontra seu verdadeiro reino. Desprezando o instinto em nome da criao consciente que tem como critrio a razo.12. Concluses Nietzschiana. O estudo da relao entre metafsica de artista e metafsica conceitual vai alm de uma questo esttica, remetendo, em ltima instncia, ao problema da verdade. um modo de por em questo o esprito cientifico (otimismo terico) caracterizado como crena que nasceu com Scrates, na penetrabilidade da natureza (metafsica racional). justamente a crena inabalvel de que o pensamento, seguindo o fio da causalidade, pode atingir os abismos mais longnquos do ser e que ele no apenas capaz de conhecer o ser, mas ainda de corrigi-lo. Para Nietzsche, o saber trgico no foi vencido pela verdade, mas pela crena na verdade, por uma iluso metafsica ligada cincia. Nietzsche afirma que o problema da cincia no pode ser elucidado no nvel da prpria cincia, pois lutar contra a iluso (aparncia) uma forma de iluso. Nietzsche se fundamenta na filosofia kantiana que distingue o fenmeno, que o domnio da cincia, da coisa em si, desqualificando desta forma a cincia como forma de acesso ao ser. A estrutura conceitual racional imprpria para exprimir a essncia do mundo. A crena de que o conhecimento capaz de penetrar consciente na essncia, separando a verdade da aparncia um erro, uma iluso metafsica. Nietzsche preconiza o retorno da predominncia da arte trgica em seu tempo, exatamente por causa do retorno ao pessimismo prtico, ocasionado pela descrena na cincia.

QUESTES

1. Para Nietzsche, a arte e a religio tem a mesma origem. Comente e explique.2. Qual , segundo Nietzsche, o conceito de beleza grega?3. Explique quais as caractersticas e diferenas das artes apolnea e dionisaca.4. O que , segundo Nietzsche, a esttica racionalista?5. Qual a relao entre arte dionisaca e msica?