Arte Moderna

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ARTE MODERNA

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Escola E. E. M. Presidente Castelo Branco

Diretora: Ana Cristina

Professora: Cssia Mendes

Alunos(as): Dayane Oliveira

Osimar Barroso

Elizeth

Josiane

Sarilene

Srie: 1

Turma D

Turno: Noturno

Paragominas-PA

2008

IntroduoA Arte Moderna uma forma de pintura e escultura que surgiu nos fins do sculo passado, reagindo contra as obras clssicas. Os primeiros pintores modernos foram os impressionistas, que escolhiam cenas de exteriores, pessoas humildes, paisagens, etc. como seus temas. Depois deles surgiram outros movimentos de arte moderna, sempre inovando e criando novas maneiras de expressar-se. As cores vivas e as figuras deformadas (para exprimir sofrimento), os cubos e as cenas sem lgica, so recursos que os modernistas usam para criar uma pintura livre dos modelos antigos. Foi muito difcil para esses artistas serem aceitos, pois os crticos no aceitavam as novidades. Com o tempo, porm, foram aumentando as exposies, e o pblico passou a aceitar e entender os modernistas, admirando suas obras. Fazem-se exposies em muitos lugares, e em So Paulo h o Museu de Arte Moderna, com mostras regulares, assim como as Bienais, e outras iniciativas para estimular o artista moderno.

Um Perfil da Arte Moderna no BrasilAnita Catarina MalfattiNasceu em So Paulo, em 1896, e seus primeiros estudos artsticos foram orientados pela me, pintora amadora. Em 1912 foi enviada para a Alemanha, a fim de cursar a Academia de Belas-Artes de Berlim, aps curto estgio em Dresden. A prpria artista, em depoimento de 1939, assim descreveu esses primeiros tempos na Europa: "Em Berlim continuei a busca e comecei a desenhar. Desenhei seis meses dia e noite. Um belo dia fui com um colega ver uma grande exposio de pintura moderna. Eram quadros grandes. Havia emprego de quilos de tintas, e de todas as cores. Um jogo formidvel. Uma confuso, um arrebatamento, cada acidente de forma pintado com todas as cores. O artista no havia tomado tempo para misturar as cores, o que para mim foi uma revelao e minha primeira descoberta. Pensei: o artista est certo. A luz do sol composta de trs cores primrias e quatro derivadas. Os objetos se acusam s quando saem da sombra, isto , quando envolvidos na luz. Tudo resultado da luz que os acusa, participando de todas as cores. Comecei a ver tudo acusado por todas as cores. Nada neste mundo incolor ou sem luz. Procurei o homem de todas as cores, Louis Corinth, e dentro de uma semana comecei a trabalhar na aula desse professor." Aps uma curta passagem pela Alemanha se dirigiu a Paris e retornou ao Brasil em 1914 quando realizou sua primeira exposio individual. Em 1917 aps estudos feitos nos Estados Unidos realizou outra exposio. Criticas feitas ao seu trabalho por reacionrio como Monteiro Lobato a desestabilizaram e sua obra declinou logo aps. Seus trabalhos foram expostos na Semana de Arte Moderna de 1922 e em outras exposio onde foi premiada e consagrada.

O Homem Amarelo - leo s/ Tela - 1916Para Mrio de Andrade, outro expoente do modernismo brasileiro: "foi ela, foram os seus quadros, que nos deram uma primeira conscincia de revolta e de coletividade em luta pela modernizao das artes brasileiras."

Principais obras: O Homem Amarelo; Torso / Ritmo; A Estudante; A Mulher de Cabelos VerdesEmiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Melo - Di Cavalcanti

Possvel autor da iniciativa de 1922, Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Melo, artisticamente conhecido como Di Cavalcanti, nasceu e morreu no Rio de Janeiro. Teve seu trabalho publicado pela primeira vez em uma revista, em 1914. Realizou sua primeira mostra individual em 1917, como desenhista; era ento na opinio de Mrio de Andrade, "o menestrel dos tons velados", e utilizava como meio de expresso predileto o pastel, evocando figuras femininas "de angelitude ento em voga". Em 1921 realizou sua primeira exposio de pinturas e em seguida presenciou a Semana de Arte Moderna, ao que parece originada de uma sugesto de Di Cavalcanti e Paulo Prado.

Sambaleo sobre tela - 1928 -

Compareceu com 12 obras nas quais se observa certa persistncia de tendncias passadas, como o Impressionismo e o Simbolismo, temperadas com algumas pitadas de Expressionismo. As crticas, como de costume a qualquer forma de mudana na arte da poca, foram intensas e arrasadoras. Aps a Semana, Di Cavalcanti embarcou para a Europa onde se dedicou exclusivamente pintura e onde sofreu muitas influncias no trabalho. Retornando ao Brasil realizou nova mostra e uma exposio individual. Mrio de Andrade no poupou elogios aos seus trabalhos e maneira explendida como mostrou o Brasil como ele . Suas coisas, sua gente, sua alegria. A dcada de 40 foi o apogeu do talento de Di Cavalcanti, que se tornou um dos mais notveis pintores brasileiros gerados pelo modernismo. Principais obras: Pierrete; Pierrot; Samba; Mangue; Cinco Moas de Guaratinguet; Retratos de Maria.Flvio de Resende Carvalho Pioneiro da arquitetura moderna brasileira, pintor desenhista, escritor, Flvio de Resende Carvalho estudou na Inglaterra e sempre se distinguiu pelo arrojo e pelo ineditismo de sua atuao. Foi um inovador, acostumado, desde o princpio, a nunca pisar caminhos j sulcados. Sua originalidade revelou-se, por exemplo, no Bailado do Deus Morto, quando realizou cenrios luminosos para uma sinfonia coreogrfica de seu amigo Camargo Guarniere. Ou ainda em sua ridicularizada tentativa de impor, aos brasileiros, um traje mais adequado ao clima do pas, desfilando com um saiote pelas ruas de So Paulo. Grande pintor e desenhista ligado ao Expressionismo, teve na figura humana seu tema favorito, sendo famosos os retratos que fez de personalidades da vida cultural brasileira, como Mrio de Andrade e Jos Lins do Rego. Mas foi nos desenhos da Srie Trgica, realizados junto ao leito de morte de sua me, em 1947, que Flvio de Carvalho atingiu o auge de sua arte. Sobre esses trabalhos, escreveu Almeida Sales: "No sabendo expressar-se mais profundamente do que por intermdio de sua gagueira de traos acumulados sobre a folha alva, ousou transformar o quarto da me morrendo em ateli de registro do estranho fato. Saiu da alcova trgica como um deus que tivesse detido o processo inexorvel da morte. Debaixo do brao, folhas riscadas com carvo guardavam, indelevelmente, a mais extraordinria fotografia de todos os tempos: os ltimos estertores da vida de uma anci entrando na morte, fixado pelo homem nascido de suas entranhas".Principais obras: Srie Trgica; livros Experincia N 2 e Os Ossos do Mundo.

Auto retrato de FLAVIO DE CARVALHOAlberto da Veiga Guignard Ainda adolescente, Alberto da Veiga Guignard, seguiu com sua famlia para a Europa onde cursou as academias de Arte de Florena e Munique, e exps por duas vezes no Salo de Outono, em Paris. Referindo-se a si mesmo na terceira pessoa, Guignard disse, em 1960, que de acadmico passou a moderno , aps ter visto uma exposio de arte moderna alem: o modernismo o fascinou." Em 1929, retornou ao Rio de Janeiro e lecionou na Fundao Osrio e na Antiga Universidade do Distrito Federal, alm de montar seu ateli. De meados da dcada de 30 at o final da vida, Guignard evoluiu gradativamente, sempre concedendo primordial importncia ao desenho.

Cristo

Em 1944, mudou-se para Minas Gerais a convite de Juscelino e foi como paisagista que atingiu seu apogeu sobretudo das sries Jardim Botnico, Itatiaia, Parque Municipal de Belo Horizonte, Lagoa Santa, Sabar e Ouro Preto. Guignard era dotado de excelente tcnica, pintando em camadas finas, que se sucediam umas sobre as outras, maneira dos antigos. Sua pintura , preferentemente, lisa, ignorando o empaste. Principais obras: Cristo; Parque Municipal de Belo Horizonte; Retrato; Paisagem.Ismael Nery Descendente de ndios, negros e holandeses, Ismael Nery, tinha dois anos de idade quando sua famlia se fixou no Rio de Janeiro; aos 15, matriculou-se na Escola Nacional de Belas-Artes, da qual foi aluno rebelde e displicente. Ao contrrio de Di Cavalcanti, Tarsila e Vicente do Rego Monteiro, Ismael Nery buscava o universal: nunca o preocupou a eventualidade de uma pintura brasileira. Por outro lado, em toda a sua obra assoma um s tema: a figura humana. Foi, na verdade, um clssico, cevado na profunda admirao que devotava a Ticiano, Tintorreto, Veronese e Rafael - admirao que estendeu a Chagall, Max Ernst e Picasso. Em sua produo, pouco extensa - cerca de cem leos, apenas, e de um milheiro de aquarelas, guaches e desenhos, distinuem-se trs fases: a expressionista, de 1922 a 1923; a cubista, de 1924 a 1927 e a surrealista, de 1927 ao fim da vida. Se artisticamente o perodo expressionista-cubista o mais importante e fecundo (influncia de Picasso), o ltimo, marcado por Chagall, historicamente o de maior relevo, tendo sido Ismael o introdutor do surrealismo entre ns.

"Nu no Cabide"

Principais obras: Nu no Cabide; figura; cabar; moa; estudo.Lasar Segall Pintor, escultor, desenhista e gravador, Lasar Segall nasceu em 1891 em Vilna, na Litunia, e nessa cidade (ento parte integrante do territrio russo) deu incio ao seu aprendizado, com o escultor e gravador Markus Antokolski. Em 1906 emigrou para a Alemanha, estudando na Academia de Belas-Artes de Berlim entre 1907 e 1909, quando foi desligado por ter participado da Freie Sezession uma exposio de artistas descompromissados com a esttica oficial na qual conquistou o Prmio Max Liebermanu. Em 1910 transferiu-se para Dresden, freqientando a Academia de Belas-Artes local na qualidade de Meisterschller (aluno instrutor), dispondo de atli prprio e de plena liberdade de expresso. Em Dresden, no mesmo ano, realizou sua primeira mostra individual, com pinturas ainda fortemente marcadas pelo Impressionismo de Liebermann. Tinha Segall cerca de vinte anos quando comeou a se afastar gradativamente da influncia de Liebermann e a se aproximar do Expressionismo.

Navio de EmigrantesSempre em busca de novos caminhos, estava em 1912 nos Pases Baixos, e em 1913 aventurou-se at o Brasil, onde realizou a primeira exposio de arte moderna. No mesmo ano retornou Alemanha; em 1914, cidado russo que era, foi internado num campo de concentrao. Essa amarga experincia lhe serviria, anos mais tarde, na abordagem de alguns de seus quadros mais trgicos, inspirados pela guerra de 1939. At 1923 Segall permaneceu na Alemanha, onde publicou quatro lbuns de litografias e guas-fortes e realizou exposi6es individuais em Hagen (1920), Frankfurt (1921) e Leipzig (1923). A Alemanha vencida proporcionava-lhe campo propicio ao trgico e rude Expressionismo dc sua mocidade. Aos 32 anos, j senhor de sua tcnica, praticava urna temtica pessoal: velhos leitores do Talmude, camponeses e mendigos, indigentes e crianas, evocaes da terra natal e retratos de parentes e intelectuais, auto-retratos. Seu desenho incisivo e anguloso; o colorido, forte e cru, O corpo humano deformado de modo a melhor evocar paixes e sofrimento. Em 1923, decidiu voltar ao Brasil, radicando-se definitivamente em So Paulo, onde, no ano seguinte, efetuou nova mostra individual, e realizou a decorao do Pavilho de Arte Moderna de Dona Olivia Guedes Penteado. Casando-se em 1925 com uma discpula, Jenny Klabn, adotou como sua a nova terra, naturalizando-se mais tarde cidado brasileiro. Ao mesmo tempo, deu inicio s pinturas de temtica brasileira mulatas com filhos ao colo, marinheiros e prostitutas, favelas e bananeiras expostas em 1926 em Berlim, Dresden e Stuttgart, em 1927 cm So Paulo em 1928 no Rio de Janeiro. Em 1929 Segall passou a esculpir, criando, em madeira, pedra e gesso, as mesmas figuras sofridas e solitrias que j eternizara em pinturas, desenhos e gravuras. Cabe recordar que seu primeiro mestre, Antokolski, foi. um dos mais importantes escultores russos do sculo XIX: sua obra, influenciada por Rodin, oscila entre os temas judaicos e as grandes personagens da histria russa, sem falar nos mrtires e santos do cristianismo, que muito o seduziram. Pode-se aventar a hiptese de uma influncia, leve mas duradoura, de Antokolsk sobre Segall escultor. Aps ter realizado uma exposio em Paris, em 1932, Segall fundou, com outros artistas, a Sociedade Pr-Arte Moderna SPAM da qual foi, por assim dizer, a alma. Duas de suas series mais importantes de pinturas tiveram Inicio em 1935: as interpretaes da natureza de Campos do Jordo e os Retratos de Lucy (sua jovem aluna Lucy Citti Ferreira). Foram intervalos de calma, nos quais vibram tonalidades lricas. Em 1936, porm, o artista estava de volta antiga ambincia de tragdia e solido: a poca de suas primeiras pinturas de temtica social, que lhe garantiram um lugar de destaque entre os principais expressionistas do sculo. Essas pinturas preludiam a iminente conflagrao mundial, os massacres, o genocdio. Pogrom. Na pio de Emigrantes, Guerra, Campo de Concentrado. Os Condenados e as gravuras do lbum Vises de Guerra (1940-1943) compem uma dramtica seqncia de sofrimento, raras vezes expresso, em obras pictricas, de modo to intenso e profundo. Uma grande exposio realizada em 1943 no Museu Nacional de Belas-Artes, no Rio de Janeiro (no sem incidentes criados pelos pintores tradicionalistas ou acadmicos), colocou definitivamente Sega11 entre nossos maiores artistas. Em 1944 a temtica das prostitutas, que vinha desde os tempos da mocidade em Berlim, de novo irrompe nas gravuras do lbum Mangue. A mesma temtica ressurge numa de suas ltimas sries de pinturas,4s Erradias, de 1949. Neste mesmo ano, tem inicio uma nova fase, interrompida pela morte em 1957: As Florestas. Lasar Segall tipicamente expressionista. Enquadrando-se como artista de tcnica e temperamento europeus, pode tambm ser considerado brasileiro, no s porque viveu entre ns vrios anos, chegando mesmo a se naturalizar, mas porque se inspirou em nossa gente e em nossas coisas, chegando, em certos momentos, a ser tocado pela luminosidade tropical. Foi excepcional como pintor, como desenhista, como gravador nas trs tcnicas e como escultor, Alm do mais, contribuiu poderosamente para a implantao da arte moderna em So Paulo e no Brasil, cujos limites culturais alargou. Sua temtica , no dizer de Geraldo Ferraz, a do sofrimento humano- O drama de sua raa judaica e, mais do que isso, o drama da raa humana, ameaada de extermnio pela violncia e pela intolerncia, motivaram-lhe os quadros mais sofridos. Segall nunca foi maior nem mais sincero do que quando retratou os desamparados e os oprimidos-+, e em suas grandes obras de cunho social chega a evocar o Goya dos Desastres de Ia Guerra e o Picasso de Guernica. No fim da vida tornou-se mais lrico, adotando por vezes tom buclico ante a paisagem de Campos do Jordo; sentiu tambm o apelo do no-figurativismo, na srie As Florestas, que presenciou experincias formais e cromticas; mas tinha necessidade da figura humana para externar seus sentimentos. E como grande pintor figurativo, um dos maiores que viveram no Brasil, que ser sempre evocado. Principais obras: Me negra entre casas; o bebedouro; gado em repouso; famlia; maternidade.Tarsila do Amaral margem da Semana de Arte Moderna, despontaram algumas personalidades importantes, sem as quais no seria possvel apresentar um quadro completo da criao modernista, pois sua obra fundamental tanto pelo nvel expressivo quanto pela originalidade da soluo. E no exagerado afirmar que entre esses criadores isolados se encontram alguns dos maiores artistas brasileiros deste sculo, como Tarsila do Amaral, Antnio Gomide, Celso Antnio de Meneses e Osvaldo Goeldi. Tarsila do Amaral nasceu em Capivari, no interior do Estado de So Paulo. Estava perto dos trinta anos quando, em 1916, -deu incio sua carreira de artista, tornando-se aluna dos escultores Zadig e Mantovani. Em 1917 era aluna de Pedro Alexandrino, nada tendo feito que deixasse pressupor o alto nvel que atingiria sua pintura, anos mais tarde. Depois dc curto estgio no ateli do pintor alemo Georg Fischer Elpons, em 1920 Tarsila seguiu para a Europa, cursando por algum tempo a Academia Julian, de Paris, e o ateli de mile Renard, retratista da moda. Certas figuras femininas de Tarsila, executadas por volta de 1922, em plidas cores com predomnio de azuis, evocam diretamente o estilo desse mestre, o qual teve o mrito de encoraj-la em direo modernidade. Em 1922, Tarsila expunha em Paris, no pacato Salo dos Artistas Franceses, uma pintura que evocava o passado, sem remeter ao futuro. Nesse mesmo ano, contudo, retornando ao Brasil, decidiu modificar sua orientao esttica; ao mesmo tempo, ligou-se aos intelectuais que formavam o Grupo Klaxon: Mrio de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti dei Picchia e Srgio Buarque de Holanda, entre outros.

Abaporu

Logo depois formou, com os trs primeiros e Anita Malfatti, o Grupo dos Cinco, de vida efmera; em 1923 encontrava-se de novo em Paris para estudar seriamente. Em janeiro de 1923, ainda sob a influncia do Impressionismo, pintou Paquita, a Espanhola. Na obra seguinte A Negra j se acham algumas das caractersticas que marcam sua grande obra. Por essa poca, a artista comeou a freqentar os atelis dos principais mestres cubistas. Como escreveu Srgio Milliet, em 1924, na Revista do Brasil, "Andr Lhote foi o seu primeiro mestre. Com ele conheceu a necessidade de uma reao contra o boichevismo impressionista. Lhote, pintor secundrio, excelente professor. Trao de unio entre o cubismo e o academismo. Seu segundo mestre foi Fernand Lger. Mais um passo para a frente: mecanismo da vida moderna, assunto novo, sntese, ritmo, movimento. Quis, porm, conhecer os requintes da nova tendncia e dirigiu-se a Albert Gleizes. Geometria, abstrao do objeto, criao. Passou pelas trs fases do cubismo. Convinham-lhe todas parcialmente. E continuou a ser Tarsila do Amaral". Ao mesmo tempo em que seu esprito se abria e amadurecia, Tarsila conhecia Picasso e De Chirico, Brancusi, Manuel de Falia, Stravinsky, Andr Breton, Cendrars, John dos Passos e outros plasmadores da arte do sculo XX. Em 1924, durante uma viagem s cidades histricas de Minas Gerais, em companhia de Oswald de Andrade e do poeta Blaise Cendrars, Tarsila descobriu o Brasil: as obras que comps nos anos seguintes constituem a fase "pau-brasil", da qual E. E. C. B. altamente significativa. Tal fase resume-se, segundo Srgio Milliet, em alguns poucos ingredientes: "As cores ditas caipiras, rosas e azuis, as flores de ba, a estilizao geomtrica das frutas e plantas tropicais, dos caboclos e negros, da melancolia das cidadezinhas, tudo isso enquadrado na solidez da construo cubista". Em 1926 Tarsila casou-se com Oswald de Andrade. Um dia, em 1928, surgiu-lhe, sem premeditao, um quadro diferente, incio da chamada fase "antropofgica", na qual se situam seus quadros mais importantes. A prpria Tarsila assim descreve o incio dessa fase: "Eu quis fazer um quadro que assustasse o Oswald, uma coisa que ele no esperava. A que vamos chegar no Abaporu. O Abaporu era figura monstruosa, a cabecinha, o bracinho fino, aquelas pernas compridas, enormes, e junto tinha um cacto, que dava a impresso de um sol, como se fosse tambm uma flor. Oswald ficou assustadssimo e perguntou: Mas o que isso? Que coisa extraordinria! Ele telefonou para o Raul Bopp: Venha imediatamente aqui, que para voc ver uma coisa! Raul Bopp foi l no meu ateli, na rua Baro de Piracicaba, assustou-se tambm. Oswald disse: Isso como se fosse selvagem, uma coisa do mato, e o Bopp concordou. Eu quis dar um nome selvagem tambm ao quadro e dei Abaporu, palavra que encontrei no dicionrio de Montoya, da lngua dos ndios. Quer dizer antropfago. Baseando-se nessa obra, Oswald de Andrade elaborou toda uma teoria, da qual a Revista de Antropofagia seria o rgo oficial. Em 1931 Tarsila viajou para a Unio Sovitica, chegando a realizar, em Moscou, uma exposio individual; ao regressar, impressionada com o que l observara, pintou alguns quadros de tema social, entre eles duas obras-primas: Operrios e 2a Classe. Essa fase social pouco duraria, pois logo em seguida a artista retornou sua temtica caipira, agora resolvida num esprito talvez mais lrico. Tais retornos de Tarsila a fases anteriores tornaram-se habituais: em 1946, pintL ras como Primavera ou Praias retomavam "o gigantismo onrico da fase antropofgica, agora imersa num lirismo novo, pontilhista quase, em meios tons"; Fazenda outras obras feitas aps 1950 de novo apresentam "as tnicas da fase pau-brasil no colorido de ba, porm sensivelmente suavizado". Na verdade, concluda sua fase social dos anos 30, Tarsila repetia-se Sua ltima grande obra o mural Procisso do Santssimo em So Paulo no Sculo XVIII foi-lhe encomendada em l95~ pelo Governo do Estado de So Paulo. Tarsila do Amaral faleceu a 17 de janeiro de 1973, deixando obra relativamente pequena: cerca de 250 leos, meia dzia de esculturas, trs gravuras e umas poucas centenas de desenhos, conforme o recenseamento levado a cabo por sua bigrafa Aracy Amaral. Uma das precursoras do que se poderia chamar de pintura nacional brasileira, Tarsila soube emprestar a seus temas um lirismo intenso, adaptando formas e cores brasileiras severa disciplina cubista. Principais obras: Abaporu; Paisagem com touro; Operrios; Anjos; Sono; Pescador; Sol Poente; Cuca; A Famlia; Carto Postal; Negra; Lago; O Mamoeiro; Antropofagia.Pases e Artistas Que Influenciaram a Arte Moderna No BrasilA denominao Arte Moderna. Muito embora internacionalmente aceita, e por isso aqui adotada, a expresso arte moderna merece reparos: (1) no existe uma arte moderna em oposio a uma arte antiga e nitidamente separada dela: pelo contrrio, toda arte moderna, no sentido de que acompanha (e no raro ultrapassa) o esprito da poca em que surge. Assim, Giotto moderno em relao a Cimabue, e Masaccio em relao a Giotto; (2) arte moderna pode ser a denominao adequada para a arte correspondente Era Moderna, iniciada, como sabido, em 1453: Renascena, Maneirismo, Barroco, Rococ, Neoclassicismo, Romantismo, Impressionismo e os diversos movimentos artsticos que se seguiram ao Impressionismo no passariam, assim, de subdivises da arte moderna, que desta arte compreenderia cinco sculos: XVI ao atual.

Precursores da Arte Moderna

Czanne, Gauguin e Van Gogh so considerados os trs grandes precursores da Pintura moderna, prendendo-se a contribuio original do primeiro ao espao, do segundo composio e do terceiro cor. Paul Czanne pode ser considerado como precursor conjuntamente do Expressionismo (Tentao de Santo Antonio, de 1867), do Fauvismo e sobretudo do Cubismo (Jogadores de Cartas). Num inqurito levado a efeito em 1953, Braque, Jacques Villon, Lger e diversos outros pintores reconheceram sua dvida para com o pintor de Aix-em-Provence, afirmando peremptoriamente: Todos partimos da obra de Czanne.

Paul Gauguin influenciou tambm os fauves, e foi o primeiro a chamar a ateno, no Ocidente, para a arte primitiva e para a arcaica. Sua contribuio maior arte do sculo XX reside no fato de ter sido ele o precursor dos pintores no figurativos, pela rejeio deliberada do modelado, dos valores, da perspectiva linear, etc.

Vincent van Gogh, afinal, influenciou, com seu colorido, os fauves e, com a carga emotiva de sua arte, os expressionistas.

Fauvismo. O Fauvismo (fauve=fera, em francs) foi a primeira revoluo artstica do sculo XX, e se manifestou de 1905 a 1907. A rigor, no chega a constituir uma escola, sendo antes um grupo de pintores com idias afins. Tal grupo exps, pela primeira vez, em 1906, no Salo dos Indenpendentes. Liderava-o Matisse, sem dvida o representante mais notvel da tendncia.

Foi o crtico Vauxcelles quem deu nome ao movimento, ao dizer de uma escultura neoclsssica de Marque, rodeada de telas de cores violentas, dos companheiros de Matisse, que parecia Donatello entre feras. A nova denominao substituiu as anteriores: pintura incoerente e pintura invertebrada.

Os pintores fauves pertenceram a trs sub-grupos: o do atelier de Gustave Moreau e da Academia Carrire (Marquet, Manguin, Camoin), o Chatou (Drain, Vlaminck) e o do Havre (Friesz, Dufy, Braque). Kees van Dongen, que aderiu ao Fauvismo, manteve-se independente.

Tecnicamente, caracteriza-se pela equivalncia da luz e pela construo do espao com o auxilio exclusivo da cor; pela abolio do modelado e do jogo de luzes e sombras; pela simplificao dos meios expressivos at ao mnimo necessrio; enfim, pela correspondncia entre o elemento expressivo e o decorativo, com o apoio da composio.

Cubismo. Coube ainda a Louis Vauxcelles batizar o Cubismo, ao dizer da pintura de Braque ao que parece retomando um dito de Matisse - que no passava de bizarrices cbicas (1908). O Cubismo durou de 1908 a 1914, e no tinham seus adeptos grandes preocupaes tericas (Picasso: Quando fizemos o Cubismo, no tnhamos qualquer inteno de faz-lo, mas sim de exprimir o que estava em ns).

Historicamente possvel distinguir entre Cubismo czanniano (1907-1909), analtico (at 1912) e sinttico (at 1914). A primeira etapa comea com grandes retrospectivas de Seurat e sobretudo Czanne em Paris, ao mesmo tempo em que a Escultura africana aparece em cena.

De 1907 As Donzelas de Avignon, de Picasso, considerada a primeira obra cubista. Em 1908 forma-se o grupo do Bateau-Lavoir, ao qual pertencem Apollinaire autor de Pintores Cubistas e terico mximo do movimento Salmon, os Stein, etc. Os principais nomes a realar nessa fase so os de Picasso e Braque.

A fase analtica denominao devida a Juan Gris caracteriza-se pela decomposio crescente da forma: passa-se a dar, de um mesmo objeto, uma srie de aspectos diferentes, retratando-se esse objeto no como visto, mas como se sabe que . O Cubismo analtico , sob certos ngulos, a ltima conseqncia da Pintura representativa.

Quanto ao Cubismo sinttico, teve em Gris e em Lger seus principais adeptos. Signos plsticos tomam o lugar do processo imitativo, do qual comea a emancipar-se rapidamente a Pintura. De um cilindro fao uma garrafa, afirmou certa vez Juan Gris, numa frase que bem traduz a essncia do Cubismo sinttico, e que se ope quela outrora pronunciada por Czanne: Tratar a natureza por meio do cilindro, da esfera, do cone...

A guerra de 1914 ps fim ao perodo criador do Cubismo, ao mesmo tempo em que, simbolicamente, sacrificava Guillaume Apollinaire, o grande exegeta do movimento.

Futurismo. Surgiu em 1909, com o Manifesto Futurista publicado no Le Figaro, e de autoria do poeta italiano Marinetti. Os principais componentes do grupo foram Carr, Boccioni, Russolo, Balla e Severini. Estende-se a fase urea do movimento at 1918 e se prolonga at bem mais tarde, se bem que j sem a vitalidade inicial, na obra dos pintores como Rosai, Sironi, Prampolini.

Tecnicamente o Futurismo pode ser definido como uma tentativa de adicionar o elemento dinmico ao Cubismo, essencialmente esttico. Sua grande contribuio arte moderna consiste em ter despertado, com sua irreverncia e rebeldia, aquilo a que se denominou de esprito moderno, e que iria fecundar de ento por diante toda a arte do sculo XX.

Expressionismo. O Expressionismo no um movimento, mas uma constante da arte, manifestando-se de preferncia em pocas de crises. O dio racial e o genocdio, duas conflagraes mundiais e toda espcie de desajustamentos sociais, culminando com o estabelecimento das grandes ditaduras europias, explicam decerto a extraordinria vitalidade do Expressionismo, no sculo atual.

Entre os precursores do moderno Expressionismo esto Van Gogh, Lautrec, Ensor, Munch e Hodler. A tendncia surgiu por volta de 1910, conjuntamente em Munique e em Berlim, quando o grupo Cavaleiro Azul recebeu em seu seio quase todos os ex-componentes do grupo A Ponte, o qual foi, a seu turno, uma espcie de rplica germnica do Fauvismo. Dentro do Expressionismo formaram-se inmeros subgrupos, como os j citados A Ponte (diretamente inspirado de Van Gogh, da Arte Negra e do Fauvismo) e do Cavaleiro Azul (de tendncia abstrata), e como a Nova Objetividade, que quase pode ser definida como um figurativismo beirando a caricatura, e eivado de stira feroz.

ConclusoA Arte Moderna no Brasil. A primeira exposio de arte moderna no Brasil foi a efetuada em 1913 por Lasar Segall em So Paulo. Despertou maiores reaes a de Anita Malfatti, realizada ainda em So Paulo, em 1916. Sempre em So Paulo, realizou-se em 1922 a Semana da Arte Moderna, de que participaram Di Cavalcanti, Brecheret e Goeldi. A Semana teve a vantagem de tornar nacional um movimento at ento puramente local. No Brasil repercutiram fracamente movimentos como Cubismo (que influiu, porm, sobre o Pau-Brasil, de 1926, e o antropofagista, de 1928, de Tarsila do Amaral), o Futurismo, a Arte Metafsica, o Surrealismo. Um construtivismo retardado originou-se no Rio de Janeiro e em So Paulo sob a denominao de Concretismo, logo seguido pelo Neoconcretismo, na dcada de 1950. Quanto ao Expressionismo, tem em Segall e em Portinari seus principais seguidores, e no setor da gravura gerou um mestre como Goeldi, falecido em 1961. Os principais ingnuos nacionais so, no Rio de Janeiro, Heitor dos Prazeres, em So Paulo, Jos Antnio da Silva. Logo aps a II Guerra Mundial, o Realismo Social fez seu aparecimento, com artistas como Scliar e Glauco Rodrigues, que depois iriam conduzir suas pesquisas em outros sentidos. Com Antnio Bandeira, Milton Dacosta e outros, instalou-se, por volta de 1947, o Abstracionismo, hoje generalizado. Quanto a independentes, possui o Brasil em Pancetti, Guignard, Djanira e Iber Camargo seus mais notveis representantes. Outras datas notveis da arte moderna no Brasil: 1935, Portinari premiado em Pittsburgh com o quadro Caf, 1958, criao do Museu de Arte Moderna do Rio; 1951, Primeira Bienal de So Paulo e criao do Salo Nacional de Arte Moderna.

Bibliografiahttp://www.portalartes.com.br/portal/historia_arte_moderna

http://www.brasilescola.com/literatura/artistas-da-arte-moderna

http://www.tg3.com.br/artemoderna/http://pt.wikipedia.org/wiki/Anita_Malfatti