ARTE E PÚBLICO - ACESSIBILIDADE CULTURAL E CIDADANIA
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7/29/2019 ARTE E PBLICO - ACESSIBILIDADE CULTURAL E CIDADANIA
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ARTE E PBLICO: ACESSIBILIDADE CULTURAL E CIDADANIA
Teresinha Maria de Castro Vilela UFPB/UFPE
Lvia Marques Carvalho UFPB/UFPE
RESUMOEste artigo tem como objetivo dar continuidade as reflexes sobre arte e pblicoapresentadas no texto Educativos dos espaos expositivos uma utopia, a partir do resultadoda pesquisa, que tem como ttulo Ensino de artes visuais e espao expositivos: limites e
possibilidades nas escolas pblicas de Cabedelo (PB). Um dos procedimentosmetodolgicos para essa pesquisa foi o estudo de caso, com o ponto de vista tanto doseducadores de Cabedelo, como dos responsveis pelos programas educativos de doisespaos expositivos de Joo Pessoa. Um dos resultados observados a escola como oprincipal acesso dos educandos aos espaos expositivos.
Palavras-chave: Artes Visuais; Acessibilidade Cultural; Espao Expositivo.
RESUMENEl propsito de este artculo es continuar com los debates sobre arte y pblico presentados
en el texto Educativos dos espaos expositivos uma utopia, a partir del resultado de lainvestigacin, que se titula Ensino de artes visuais e espao expositivos: limites e
possibilidades nas escolas pblicas de Cabedelo (PB). Uno de los procedimientosmetodolgicos para esta investigacin fue un estudio de caso, con el punto de vista tanto delos educadores de Cabedelo como de los responsables de los programas educativos de dosespacios de exposicin de Joao Pessoa.Uno de los resultados observados es la escuelacomo el acceso principal de los educandos a los espacios de los expositivos.
Palabras clave:Artes visuales; Accesibilidad cultural; espacio de exposicin
Introduo:
Sujeitos transformados em pblicos e no emcidados (Gabriela Wilder).
O artigo, de nossa autoria Educativos dos espaos expositivo uma utopia
apresentado no 20 Encontro Nacional da Associao Nacional de Pesquisadoresem Artes plsticas Rio de Janeiro - 2011traou um panorama, sobre a interao
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entre arte e o pblico, baseado nas aes dos programas educativos dos espaos
expositivos. Esse tema foi tratado na minha dissertao intitulada Ensino de artes
visuais e espaos expositivos: limites e possibilidades nas escolas pblicas de
Cabedelo (PB).
No referido artigo ressaltamos a necessidade de estender os programas educativos
para os espaos expositivos de todas as regies do Brasil, pois, compartilhamos da
preocupao de Gabriela Wilder, citada na epigrafe acima, de que, os visitantes
tenham uma participao ativa na vida cultural e no se tornem apenas nmeros na
estatstica dos espaos.
Para dar continuidade s reflexes sobre o assunto escolhemos o captulo cinco da
pesquisa, que teve como objetivo, analisar os principais entraves que dificultam o
acesso das escolas pblicas de Cabedelo aos espaos expositivos de Joo Pessoa.
No presente artigo, tecemos algumas consideraes: sobre as relaes entre arte e
pblico. Fundamentando-nos no pensamento de alguns autores que investigam o
assunto e nas contribuies dos envolvidos nesta pesquisa educandos,
educadores das escolas pblicas do municpio de Cabedelo e responsveis pelos
programas educativos na Casa do Artista Popular e na Estao Cabo BrancoCincia, Cultura e Artes - os dois espaos expositivos que fizeram parte da nossa
pesquisa. A seguir discorremos sobre o mbito em que a pesquisa foi realizada.
Cabedelo - A palavra cabedelo significa pequeno cabo; pequeno monte de areia
que se forma junto foz dos rios (SOUZA, p. 50). Fundada ao final do sculo XVI,
seria umas das primeiras regies habitadas da Paraba. (SOUZA, p. 49). Apspertencer ao territrio da capital Joo Pessoa, em 1956 Cabedelo voltou a figurar
como municpio, constituindo-se de apenas um distrito e tendo Joo Pessoa como
um dos municpios limtrofes, alm de Santa Rita e Lucena, possuindo 15
quilmetros de costa e todo esturio do Rio Paraba. Adiante, veremos a distribuio
dos espaos expositivos por regies no Brasil at chegar ao municpio de Cabedelo.
Casa do Artista Popular e na Estao Cabo Branco Cincia, Cultura e Artes - A
Casa do Artista Popular1 Pblica Estadual, um espao destinado ao artesanato e
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arte popular paraibana. Inaugurada em 2006, est localizada no Centro de Joo
Pessoa, em um casaro do incio do sculo XX. Abriga, atualmente, cerca de 150
artesos em exposio permanente. E a Estao Cabo Branco Cincia, Cultura e
Artes Pblica Municipal, faz parte de um complexo arquitetnico, projetado por
Oscar Niemeyer, localizado prximo ao ponto mais oriental das Amricas, a Ponta
do Seixas, em Cabo Branco, Joo Pessoa. A Estao Cabo Branco, como
conhecida, foi inaugurada em 2008, realizando aes no campo das cincias, da
cultura e das artes, como o prprio nome que a identifica.
Acessibilidade cultural e cidadania
Os conceitos de acessibilidade cultural e cidadania embasam vrias questes que
permeiam este estudo, contribuindo para a discusso dos limites e possibilidades de
visitas das escolas pblicas aos espaos expositivos. Sobre esse assunto, Wilder
(2009, p. 72) afirma:
Apesar da conscincia do valor da cultura, o acesso aos espaos em que acultura pode ser vivenciada, aprendida e cultivada ainda um problema, ou
seja, o acesso pblico aos espaos culturais ainda no acontece comtranquilidade e apresenta muitas dificuldades.
Em concordncia com o parecer de Wilder, consideramos que o ensino de arte, em
consonncia com as concepes contemporneas e em conjunto com as aes dos
espaos expositivos, pode contribuir para amenizar as dificuldades de acessibilidade
cultural. A facilidade na aproximao e na aquisio dos bens culturais colabora
para a formao de cidados crticos, reconhecendo-se a arte e a cultura como
direito. Neste trabalho, entendemos a participao dos sujeitos nas escolhas de
polticas pblicas tambm como direito. Ainda de acordo com Wilder (2009, p. 29):
O sentido de cidadania s ter condies de emergir quando os sujeitos se
perceberem partcipes de uma cultura.
Carvalho (2008, p. 30) corrobora com esse pensamento, pois considera que a arte
uma questo de direito e destaca o resultado da I Conferncia Mundial dos Ministros
Responsveis pela Juventude, realizada em Portugal em 1998:
Inspirados na filosofia dos direitos humanos, a concluir que o conhecimentosobre a arte e o fazer artstico no deve ser considerado apenas como uma
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atividade complementar formao [...], mas como um direito de cadacidado ou cidad.
A educadora (T) 2 comenta que os educandos precisam de aes efetivas de
cidadania e acredita que a arte para eles fundamental.
De acordo com Chau (2006), todos ns somos produtores de cultura. Em relao ao
direito do cidado, ela acrescenta:
O direito participao nas decises de poltica cultural o direito doscidados de intervir na definio de diretrizes culturais e dos oramentospblicos, a fim de garantir tanto o acesso como a produo de cultura peloscidados. [...] Afirmar a cultura como um direito opor-se poltica
neoliberal, que abandona a garantia dos direitos, transformando-os emservios vendidos e comprados no mercado e, portanto, em privilgios declasse. (CHAU, 2006 p. 138, grifo do autor).
A ideia sobre direito do cidado que Chau apresenta est diretamente relacionada
com a de cidadania cultural, na qual a cultura no pode ser resumida ao
entretenimento, e com os padres do mercado. Os cidados so os sujeitos sociais
e polticos do processo. Eles se diferenciam, entram em conflito, comunicam e
trocam suas experincias, recusam formas de cultura, criam outras e movem todo oprocesso cultural. (CHAU, 2006, p. 138).
Arte e pblico
Para refletirmos sobre a relao entre arte e pblico, lembramos o perodo das
colees de curiosidades, em que o acesso era restrito, passando para os sculos
XIX e XX, com a segunda gerao dos museus, na qual, de acordo com Marandino
(2009, p. 33), iniciou-se uma tentativa de dilogo com o pblico. Porm, apenas
mais recentemente, observamos a intensificao na busca da aproximao dos
espaos expositivos com o pblico.
Dentro das transformaes da sociedade mundial, os espaos expositivos sofrem
atualizaes. Sendo assim, o termo acessibilidade cultural, segundo Wilder (2009, p.
25), faz parte dos estudos de formao de novos pblicos, no sentido de incluso
cultural.
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Para complementar as concepes atuais sobre o tema, damos a conhecer o ponto
de vista de Silva (2009). A autora considera que se deve repensar o papel desses
espaos expositivos, oportunizando o desenvolvimento de novas estratgias de
relacionamento com os pblicos e com as colees, repensando e re-equacionando
os espaos e as formas para esse encontro. (SILVA, 2009, p. 122).
Educandos e educadores das escolas pblicas do municpio de Cabedelo
Se pensarmos no acesso aos espaos expositivos de forma quantitativa, podemos
concluir que entre os 124 educandos entrevistados das cinco escolas pblicas deCabedelo, apenas 20,16% afirmaram que nunca haviam visitado uma exposio de
arte. Esse um nmero baixo, considerando a pesquisa realizada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), com os dados de 2008, que revelou que
93,4% dos brasileiros jamais frequentaram uma exposio de arte. Entretanto,
pensamos que outros pontos devem ser levados em considerao para que essas
aes sejam principalmente qualitativas.
Um desses pontos foi verificado na fala da educadora (A), que no ano de 2011
estava trabalhando com educandos da Educao Infantil. Ela cita uma dificuldade
em relao ao acesso desses educandos e comenta: com criana mais
complicado de levar. Em anlise de pesquisa realizada em Joo Pessoa, com
educadores de artes dos Centros de Referncia em Educao Infantil (CREIs),
Sousa (2011, p.141) afirma: No foram presenciadas, durante as observaes,
atividades fora dos CREIs, como, por exemplo, visitas a espaos expositivos.
Sabemos que ainda h muito para se pesquisar sobre a Educao Infantil e os
educadores e educandos dessa modalidade. Contudo, um agravante que dificulta o
acesso desse pblico pode estar relacionado aos prprios espaos expositivos,
tendo em vista que encontramos em foldera seguinte mensagem: Visitas Abertas
ao Pblico 3 acrescentando-se em seguida: Recomendao etria: para todas as
idades, a partir de 7 anos. Muitos espaos excluem ou no oferecem aes nos
seus programas especificas para esse pblico, porm pensamos que a
acessibilidade cultural deve se iniciar desde a infncia.
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Outro ponto observado nos dados obtidos na pesquisa refere-se ao fato de a
maioria dos educandos 84,84% - visitar os espaos expositivos com a mediao da
escola. Segundo Franz (2001, p. 49), As crianas das classes menos favorecidas
no vo a museus com seus pais, pois esses tambm no o frequentam. Na fala da
educadora (E), confirma-se essa realidade: O professor tem que ser um mediador,
porque se o professor no for quem que vai ser? Como que eles vo aprender, a
admirar, a conhecer a arte se no for atravs da escola.
Ainda deve se levar em considerao que o acesso dos educandos aos espaos
expositivos deve ser planejado tanto pela escola quanto pelos espaos, para que os
educandos possam ter acesso aos cdigos e para que seja significativa essa visita.
Esses cuidados incluem tanto a preparao da escola como do espao expositivo,
para que as inter-relaes aconteam de fato.
Dessa forma, em um texto organizado pelo Programa Educativo do Centro Cultural
do Banco do Brasil do Rio de Janeiro, Lima (2002, p. 7) reitera nossa preocupao,
quando afirma: Criar programas educativos em exposies e desenvolver projetos
socioeducacionais muito importante, mas s isso no basta. preciso ter bastante
claro o que se pretende, para evitar aes incuas.
Acessibilidade cultural
Observamos que, no decorrer das entrevistas com as educadoras e com os
responsveis pelos programas educativos dos espaos expositivos, a incluso tanto
cultural quanto social permeia as suas falas e suas aes, conforme os dois
exemplos:
Costumo trabalhar com comunidades carentes, ento tanto a minhaespecializao quanto todas as minhas aes so voltadas para
acessibilidade das pessoas carentes s artes. (Educadora T).
O nosso tema e o nosso lema incluso social, tanto faz se algum daclasse A ou da classe C recebido aqui da mesma maneira [...]. Por isso
que desde o incio ns criamos esse setor [programa educativo], que vemdando certo e vem atendendo as necessidades da populao e da casatambm. (Responsvel P).
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De acordo com Nascimento Jnior, essa incluso observada na maioria dos
pases ibero-americanos:
Depois de longo tempo eles tm a possibilidade de construir, olhando para ofuturo, uma viso de nao planejada e alicerada em polticas pblicas queviabilizem a incluso de vastas camadas da populao nos parmetros decidadania e que expressem, entre outros fatores, a democratizao doacesso aos bens culturais e a democratizao da produo cultural.
O conjunto das polticas pblicas de cultura tem sido percebido como fatorde desenvolvimento econmico e de incluso social. (NASCIMENTOJNIOR, 2009, p. 149).
Para pensarmos a respeito da acessibilidade cultural, temos que refletir sobre
quantos e como so distribudos os espaos expositivos em territrio brasileiro.
Dessa forma, uma pesquisa feita com 1500 museus que responderam aos
questionrios, dos 3025 museus brasileiros mapeados, realizada pelo Instituto
Brasileiro de Museus (IBRAM), em 2010, aponta a seguinte distribuio:
Distribuio dos 3025 museus mapeados por regies:
Regio Norte Regio
Nordeste
Regio
Sudeste
Regio Sul Regio
Centro Oeste
146 632 1151 878 238
TABELA 1: Museus no Brasil
Quando passamos para a distribuio desses espaos na regio Nordeste, temos
um total de 632 espaos, conforme apresenta a tabela abaixo:
Capital Nmero
demuseus
Nmero de museus
na UnidadeFederativa (UF)
Porcentagem deconcentrao
de museus nas
capitais emrelao ao total da UF
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na capital (%)
So Lus (MA) 17 23 73,9
Teresina (PI) 6 32 18,8
Fortaleza (CE) 31 113 27,4
Natal (RN) 22 65 33,8
Joo Pessoa (PB) 22 63 34,9
Recife (PE) 44 98 44,9
Macei (AL) 27 61 44,7
Aracaju (SE) 15 25 60,0
Salvador (BA) 71 152 46,7
TABELA 2: Museus na regio Nordeste
A pesquisa revela que no estado da Paraba mais de 90% das cidades no tm
museus, assim como os estados de Tocantins, Par e Piau. O Maranho apresenta
o menor percentual, sendo essa taxa de 3,2%.
Segundo a pesquisa, as cidades da Paraba que tm museus so: Alagoa Grande,
Araruna, Areia, Bananeiras, Bayeux, Cabedelo, Campina Grande, Joo Pessoa,
Lagoa Seca, Matureia, Monteiro, Patos, Poo de Jos de Moura, Pombal, Prata,
Princesa Isabel, Santa Luzia, Sap, Serra Branca, Soledade, Sousa e Teixeira.
Em Cabedelo, de acordo com o Guia dos Museus Brasileiros, tem o Parque
Estadual Marinho de Areia Vermelha, que de natureza administrativa: Pblico
Estadual, criado em 2000. Esse parque uma ilha que se forma quando a mar est
baixa e some quando a mar aumenta, localizada na direo entre a Praia de
Camboinha e a Praia do Poo, com acesso usual nutico. O outro o Forte de
Santa Catarina, situado no Centro de Cabedelo, de natureza administrativa: Pblico
Municipal, criado em 1992.
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Cabe ressaltar que o Forte de Santa Catarina uma construo do sculo XVI,
quanto ao seu acervo de tipologia histrica. Da a ausncia apontada nesta
pesquisa de espaos expositivos artsticos, isto , com acervo segundo a tipologia
de artes visuais4 Como o Parque Estadual Marinho de Areia Vermelha de tipologia
das Cincias Naturais e Histria Natural, conclumos ento que na realidade nenhum
museu foi construdo com finalidade de museu at ento no municpio de Cabedelo.
Os dados da pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) aqui
apresentados demonstram as desigualdades no nmero de instituies culturais no
Brasil. Por um lado, constata-se a ausncia de espaos expositivos em vrias
cidades, por outro, observa-se a concentrao desses espaos em outras cidades,
dificultando o processo de incluso cultural e social mais igualitrio.
Esse quadro confirmado com a Representao da Organizao das Naes
Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura (UNESCO) no Brasil, que afirma:
A relao entre cultura e direitos humanos, bem como de seu papel na lutacontra a discriminao, so questes que o Brasil enfrenta. Entretanto, aintegrao da cultura com as demais polticas sociais uma experinciarecente que necessita ser aperfeioada.
No mesmo texto, a UNESCO considera a questo dos direitos culturais como
necessidade bsica e direito dos cidados, o que conduz busca de uma agenda
integrada com as polticas sociais e de desenvolvimento. Continua:
Em que pesem as tendncias recentes, seus impactos ainda no foramsuficientes para reduzir o quadro de desigualdades no acesso produo
cultural e fundamental cuidar para que, ao contrrio, o crescimentoeconmico no faa com que tais desigualdades sejam ainda maisexacerbadas. (Grifos do autor).
Algumas consideraes:
As aes educativas fazem parte dos programas ou servios educativos que
comearam a ser oferecidos pelos espaos expositivos. Dessa forma, observamos
que tanto a escola, na figurados educadores, como o espao expositivo fazem partede um casamento de convenincia, como Huerta (2009) destaca em seus textos, em
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que cada um necessita bastante do outro, fato confirmado em nossa pesquisa, pois
a Casa do Artista Popular e a Estao Cabo Branco Cincia, Cultura e Artes
afirmaram que seu maior pblico a escola pblica.
Importante ressaltar que, para o ensino de arte na escola, as visitas aos espaos
expositivos so fundamentais, e pensamos no sentido de frequentao e no
somente de visita espordica, reafirmando assim a aproximao escola e espao
expositivo. Nesse sentido, destacamos principalmente que a frequentao a esses
espaos colabore no acesso aos cdigos.
No que concerne acessibilidade cultural, sentimos a necessidade de um
mapeamento dos espaos expositivos. Neste estudo, vemos, quadro a quadro, que
h no Brasil 3025 museus, verificando-se, na regio Nordeste, o nmero de 632. No
estado da Paraba, temos 63 museus, destes, 22 em Joo Pessoa e dois em
Cabedelo. Embora o nmero total de museus tenha aumentado nas ltimas
dcadas, como o caso do surgimento da Casa do Artista Popular (2006) e da
Estao Cabo Branco Cincia Cultura e Artes (2008), notamos uma concentrao
dessas instituies em determinadas regies do Brasil e at mesmo a inexistncia
delas em outras localidades. Como vimos, em 90% das cidades do estado da
Paraba no existem espaos expositivos.
Sendo assim, o deslocamento da escola para os espaos expositivos termina sendo
uma dificuldade maior, como observamos nas escolas pblicas municipais de
Cabedelo, pois as exposies de arte acontecem fora desse municpio. Desse
modo, no ocorrem nem no Forte de Santa Catarina, nem no Parque Estadual
Marinho de Areia Vermelha, os dois museus que fazem parte do mapeamento do
municpio.
Vale lembrar que a Representao da Organizao das Naes Unidas para a
Educao, a Cincia e a Cultura (UNESCO) no Brasil reconhece que o que se
realizou ainda no foi o suficiente para reduzir o quadro das desigualdades de
acesso produo cultural. Diante de tudo isso, afirmamos o ensino de arte como
um fator colaborador para a transformao social e o acesso cultura e arte como
meio integrador do sujeito como cidado.
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1Casa do Artista Popular: Praa da Independncia, 56 Centro, Joo Pessoa (PB). Site:.2 Identificamos as educadoras de artes de Cabedelo com as letras A, R, T, E e S e os espaosexpositivos com as iniciais de Joo Pessoa J e P.3
Informaes encontradas no folderdo Centro Cultural do Poder Judicirio do estado do Rio de Janeiro.4 Segundo a edio Museus em Nmeros, so considerados da tipologia de Artes Visuais: colees depinturas, esculturas, gravuras, desenhos, incluindo a produo relacionada Arte Sacra. Nesta categoriatambm se incluem as chamadas Artes Aplicadas, ou seja, as artes que so voltadas para a produo. (2011, p.70)
Referncia
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VILELA, Teresinha Maria de Castro. Ensino de artes visuais e espaos expositivos:limites e possibilidades nas escolas pblicas de Cabedelo. Dissertao (Mestrado em ArtesVisuais) PPGAV, Universidade Federal da Paraba, Joo Pessoa, 2012.
VILELA, Teresinha Maria de Castro; CARVALHO, Lvia Marques. Educativos dos espaosexpositivos uma utopia. In: ENCONTRO ASSOCIAO NACIONAL DE PESQUISADORESEM ARTES PLSTICAS, 20., Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: UERJ, 2011.
WILDER, Gabriela Suzana. Incluso social e cultural: arte contempornea e educao em
museus. So Paulo: Editora da UNESP, 2009.
Currculo(s) do(s) autor (es):
Teresinha Maria de Castro Vilela
Mestre em Artes Visuais na (UFPB/UFPE), com especializao em Arte, Educao e
Tecnologias Contemporneas pela (UnB), graduada em Educao Artstica com habilitaoem Histria da Arte pela (UERJ). Membro do Grupo de Pesquisa Ensino da Arte emEspaos No Formais/UFPB e do Grupo de Pesquisa Ensino em Artes Visuais(GPEAV/DAV/UFPB). Professora de Artes da Rede Municipal de Duque de Caxias-RJ. E-mail: [email protected].
Lvia Marques Carvalho
Doutora em Artes pela Escola de Comunicaes e Artes da Universidade de So Paulo(USP). Mestre em Cincia da Informao pela Universidade Federal da Paraba (UFPB).Graduada em Educao Artstica, Habilitao em Artes Plsticas (UFPB). Professora
Adjunta do Departamento de Artes Visuais da UFPB. Pesquisadora sobre ensino de arte em
contextos formais e no formais.