Arte como Experiência pag 109 a 142

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Comentado [LM1]: A experiência é um processo natural na vida. A fragmentação das disciplinas e a forma como as aulas são desenvolvidas, dentro de um controle de tempo, podem impedir a consumação de um processo de experiência. As vezes o professor não tem consciência crítica do seu papel na promoção da experiência singular, limitando-se a experiências incipientes. A experiência se dá no fluxo, transbordando-se em outras experiências. A compartimentação prejudica esse fluxo, e o próprio sentido da experiência singular.

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Reflexões pag 109 a 142

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Comentado [LM1]: A experiência é um processo natural na vida. A fragmentação das disciplinas e a forma como as aulas são desenvolvidas, dentro de um controle de tempo, podem impedir a consumação de um processo de experiência. As vezes o professor não tem consciência crítica do seu papel na promoção da experiência singular, limitando-se a experiências incipientes. A experiência se dá no fluxo, transbordando-se em outras experiências. A compartimentação prejudica esse fluxo, e o próprio sentido da experiência singular.

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Comentado [LM2]: Uma experiência consumatória provoca sensações, emoções que podem desencadear novas outras experiências. A vida é uma experiência, a grande experiência. É a soma sequencial de um total de experiências; ...

Comentado [LM3]: “no meu tempo... quando eu .... “ “aquilo que era uma aula... uma escola.... uma festa...” – são as lembranças que se destacam e que estão no proscênio das nossas memórias. A experiência, com começo e fim, é uma unidade no fluxo da vida, separando-o em pequenas histórias. Há o sentido do fluxo caracterizado pela continuidade, sempre um elo que dá continuidade. Os diversos ...

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Comentado [LM4]: Definição de experiência. A experiência é um fluxo ininterrupto, relacionando a ação no tempo. O fracionamento do tempo e a diversidade de ações escolares no campo das disciplinas, por exemplo, podem fragmentar o processo de uma experiência consumatória. A construção do sentido da experiência exige respeito ao seu fluxo, ao encadeamento das partes, mesmo que cada parte da experiência se distinga por si mesma. A experiência é um fluxo com dinâmica própria. É preciso ter consciência dessa dinâmica para que se respeite as características intrínsecas das partes da experiência. O cientista e o filósofo, embora produzam material intelectual, são sujeitos passíveis às experiências significativas. A ideia é resultado de fluxos de ideias.

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Comentado [LM5]: A experiência singular possui características intrínsecas, que perpassam toda a experiência, que lhe conferem identidade e particularidade. A experiência, para fazer sentido, deve ser integral. O sentido deve ser intrínseco à experiência. Em uma experiência de pensamento, a consumação está diretamente ligada à conclusão, à proposição. A proposição somente se evidencia mediante a conclusão da experiência e, esta dá origem a subsequentes experiências como um movimento cíclico crescente. A conclusão é, verdadeiramente, um movimento de consumação. Às vezes há uma ênfase em atividades diversas na escola, soltas, sem nenhuma compreensão do quê e do porquê as desenvolvem. Sem uma clareza dos processos, sem a compreensão, a experiência é incipiente. O professor deve estimular o pensamento do aluno, ajudando-o à novas possibilidades de experiências. Criar novas verdades por meio de hipóteses. Chegar à conclusão, resultado de processos investigativos.

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Comentado [LM6]: Busco nas minhas memórias o que ficou guardado das minhas experiências com a arte, no início de minha escolarização. É forte o que trago sobre experiências de misturar cores ao colorir meus desenhos, sempre mimeografados, e de gostar muito deles. Não me lembro ser estimulada à criar, a relacionar, a contextualizar nada, totalmente desvinculada de um propósito de formação humanística. Enfim, a educação artística como expressão, sem uma consciência crítica.

Comentado [LM7]: Desprovida dos conceitos que regem a educação atual, as aulas de educação artística praticadas à época dos meus estudos iniciais, alcançavam seus fins, o da satisfação pela expressão, o estímulo ao gosto artístico, sem nenhum foco para além disso. Da mesma forma, as experiências com as demais áreas, por exemplo, com a matemática, que imprimia um ensino sem reflexão, sem se relacionar com os fatos reais, parecia não ter sentido, mas, a mim, se fazia orgânico. Ao analisar tais experiências e seus significados produzidos na minha vida, compreendo-os não como equívocos em seus propósitos; cumpriam, com certeza, sua função, dentro dos conceitos que se praticava; Não se buscava uma contextualização, nem uma análise crítica, apenas, o prazer pela experiência e isso era alcançado. Entendo que minha personalidade carrega estes traços.

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Comentado [LM8]: As experiências com a arte são imprevisíveis. Elas são contingentes em algum estado mental anterior, e a mesma obra não afetará duas pessoas diferentes da mesma maneira, nem mesmo a mesma pessoa da mesma maneira em diferentes ocasiões. (DANTO, 2006, p.199) Diferença entre experiência singular e experiência estética

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Comentado [LM9]: A experiência estética ocupa um lugar relacionado ao sentir e extrair o prazer da obra de arte. Ela não precisa estar, necessariamente, vinculada à uma produção artística. O intelectual e o estético não podem se separar. A emoção perpassa a percepção A experiência somente se constitui como uma unidade se tiver qualidade estética, então, nem toda produção artística se constitui em uma experiência estética.

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Comentado [LM10]: “olhar para trás para compreender o agora” remete às qualidades estéticas que interligam diferentes épocas, contextos, das diversas e variadas partes que compõem uma experiência e sua culminância e, isso que a torna significativa para a pessoa. Ao observar um trabalho desenvolvido pelos alunos da EETI Edmundo Pinheiro de Abreu, recentemente apresentado no Teatro Goiânia, percebe-se uma experiência com qualidade estética. O que aquelas crianças demonstraram no palco e atrás das coxias, demonstram os sentidos produzidos ao longo dos processos de suas experiências; ficou claramente perceptível que os professores, gestores e familiares, de igual forma, embora, em suas individualidades, foram afetados por esta experiência; Trata-se de uma escola que concluíra o ano anterior em um verdadeiro caos institucional tanto no campo pedagógico quanto no gerenciamento administrativo da unidade escolar. Uma nova gestão se inicia neste inicio de ano letivo que, assume com o propósito de “fazer a diferença”, termo comumente discursado, às vezes não vivenciado. Um ano de trabalho em que “a pedra”, ao rolar ladeira abaixo, incorporou dor, desejo, expectativa, decisão, afetividade, propósitos, vivências, reflexões, consumando uma experiência de qualidade estética de tamanha significação, prolongada nas redes sociais por depoimentos de familiares, professores estudantes afetados.

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Comentado [LM11]:

A experiência é integral quando há a conexão entre o fazer e o perceber imbricados. É necessário a conexão intelectual e emocional.

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Comentado [LM12]: A emoção como força motriz que consolida uma experiência estética, que confere unidade qualitativa arredondando a uma experiência consumatória.

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Comentado [LM13]: As experiências de hábito cotidiano podem ser transformadas a partir dos significados que lhes são dados. Uma mera experiência pode ser transformada em “uma experiência singular”. Uma aula “ordinária” pode ser transformada em um “acontecimento”; essas mudanças acontecem a partir dos significados que cada situação tem para os sujeitos envolvidos.

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Comentado [LM14]: Fala-se do fracasso escolar como resultado de uma formação inconsistente dos docentes e seu distanciamento dos estudantes. Atribuo à essa proposição, uma relação circular viciosa: professores são frutos de uma escola incipiente desde sua educação básica. Ao ingressarem na universidade já carregam em sua bagagem verdadeiro falhas advindas de sua formação que prevalecem no exercício da docência. Pergunto. Onde está a falha? Na formação que o ensino básico oferece e que a ele retorna em um movimento cíclico. Um professor incipiente de uma origem incipiente. Então, os processos precisam ser modificados - ação, consequência, ação.

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Comentado [LM15]: O apressamento, característica do mundo contemporâneo, produz o empobrecimento das experiências. Um exemplo nas bandas escolares que advém de uma cultura de tocar músicas do gosto e desejo dos estudantes os leva a queimarem etapas nas qualidades técnicas e se tornarem músicos “medíocres”, música sem qualidade musical, ocasionado pelo repertório com dificuldades não resolvidas. No afã de “segurar” os alunos nas bandas, professores têm invertido estes valores.

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Comentado [LM16]: Neste sentido, a falta de reflexão e compreensão destes processos por parte dos alunos e o despreparo dos professores têm impossibilitado a formação de uma consciência crítica dos estudantes em seus processos de formação. Um ensino que permite ao estudante elaborar seu projeto de vida pode viabilizar o amadurecimento e a percepção de um aprendizado consciente. Desenvolver o pensamento crítico é necessário para que os estudantes assimilem o conceito de um fazer artístico reflexivo, investigativo, um trabalho de nível intelectual.

Comentado [LM17R16]: Os eixos que se retroalimentam e sustentam as concepções do ciranda da arte e desfaz a ideia de que o artista não pensa. Professor x Artista x Pesquisador. Saber Arte x Produzir Arte x Problematizar Arte

Comentado [LM18]: O pensamento que eleva os intelectuais ao status de maior inteligência que os artistas é de uma insensibilidade sem tamanho. Esse discurso tem minimizado e reduzido o valor e importância da arte na formação humana. Tem demonstrado ser um discurso daqueles que não usufruíram desta experiência, não foram significativamente afetados pela arte. Falta-lhes a dimensão da qual a compreensão estética necessita, do que vem de dentro pra fora, do ser orgânico, vivo, No campo da percepção, do prazer.

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Comentado [LM19]: Artístico – ato de produção Estético – ato de percepção

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Comentado [LM20]: Embora a percepção pareça se relacionar ao receptor, ela não é dissociada do ato da produção artística.

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Comentado [LM21]: Em relação às músicas compostas dentro das regras da harmonia, com o fim de testar os arranjos e encadeamentos possíveis, há neste ato de criação o prazer estético?

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Comentado [LM22]: A intencionalidade da elaboração artística difere uma ilustração como arte ou não. Na categoria artística se qualifica para o museu de arte; destituída dessa categoria, tem seu lugar garantido em um museu de história natural. O criador estabelece sua relação estética com a obra.

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Comentado [LM23]: O artista se apraz de sua arte. Ele faz, refaz, torna a mudar até o momento de que seu prazer sustenta a qualidade da obra.

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Comentado [LM24]: Relação entre ideia e técnica. O artista busca a técnica que traduz sua ideia e a constitui em uma experiência estética. Este é o parâmetro para o resultado de sua obra.

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Comentado [LM25]: As experimentações realizadas para se alcançar o pensamento desejado do artista se dá no campo qualitativo das relações entre artista e obra idealizada. Artista que não aperfeiçoa fica sujeito à velhos hábitos. A falta de estudos, pesquisas, pode levar o professor artista à uma rotina pedagógica, fazendo de sua docência uma docência “ordinária”. A criação se dá primeiramente no interior, de dentro pra fora, no campo da elaboração mental e este, um ato de relevância estética, capaz fazer mudanças durante o processo de criação. ...

Comentado [LM26]: A expressão da ideia se materializa por meio de objetos externos e da interação da energia no corpo. ...

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Comentado [LM27]: Recepção não é sinônimo de passividade. Neste caso seria reconhecimento. A recepção denota o apropriar de conhecimentos que fundaram a obra de arte, a chamada contextualização.

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Comentado [LM28]: Na recepção estima-se a absorção/percepção das ideias do criador, constituídas por um ato crítico. A diferença está na relação estabelecida pelo receptor com a obra do artista. Na recepção há emoção, no reconhecimento estabelece-se uma relação artificial, vazia.

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Comentado [LM29]: A percepção movimenta saída de energia; É preciso uma predisposição contínua para o ato de percepção estética. Não é um item para ocasiões específicas. É ter o olhar, os ouvidos, a mente aguçados para as mais corriqueiras e inusitadas percepções. De contínua interação entre organismo e objetos do cotidiano.

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Comentado [LM30]: O espectador e sua experiência consciente. O ouvido pensante, uma maneira de fazer uma escuta aguçada, uma escuta significativa.

Comentado [LM32]:

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Comentado [LM31]:

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Comentado [LM33]: A importância de se vivenciar os significados de cada etapa da experiência. A soma desses significados resulta em um desfecho, sendo que cada momento tem seu alcance. Trava-se a consolidação dentro de uma normalidade real. O tempo certo das coisas.

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