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Brasil 2 Arquivo de letras de música 28 de Janeiro de 2002 1

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Brasil 2

Arquivo de letras de música

28 de Janeiro de 2002

1

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Conteúdo

Alegria, Alegria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4A luz de Tieta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6Amigo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8Amor de índio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9Aquarela do Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . 10Avarando . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12Azul . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13Baby . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14Baby . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15Barca Dos Amantes . . . . . . . . . . . . . . . . . 16Cálice . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18Canção Amiga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19Canção da América . . . . . . . . . . . . . . . . . 20Coração de Estudante . . . . . . . . . . . . . . . . 21Coração Vagabundo . . . . . . . . . . . . . . . . . 22Desafinado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23Dom de iludir . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24Eclipse Oculto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25Felicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26Fé menino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27Festa da Música . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28Força Estranha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30Irene . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31Lealdade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32London London . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33Lua de São Jorge . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34Luz do Sol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35Luz do Sol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36Maria Ninguém . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37Meu bem meu mal . . . . . . . . . . . . . . . . . 38Meu Bem, Meu Mal . . . . . . . . . . . . . . . . . 39Não Identificado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40O amor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41Oceano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42O Leãozinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43Onde o Rio é mais baiano . . . . . . . . . . . . . . 44O Quereres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45O rouxinol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46Os Argonautas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47Paisagem da janela . . . . . . . . . . . . . . . . . 48Partido Alto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49Paula e Bebeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50Podres Poderes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51Qualquer Coisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52Rapte-me, Camaleoa . . . . . . . . . . . . . . . . 53Sampa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54San Vicente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

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Você Não Entende NadaLetra e música: Caetano VelosoIntérprete: Caetano VelosoCarlos Coutinho

E A C#m F#m B7 E A EQuando eu chego em casa nada me consola, você está sempre aflitaE A C#m F#m B7 E A ELágrimas nos olhos de cortar cebola, você é tão bonita

A D Bm7Você traz a coca-cola, eu tomo

E7 A D G#m C#7 F#mVocê bota a mesa, eu como, eu como, eu como, eu como, eu como

B7 E A C#m F#m B7Você não tá entendendo quase nada do que eu digoE A C#m F#m B7 E E7Eu quero é ir-me embora, eu quero dar o fora

A B7 E E7E quero que você venha comigo [bis]

Eu me sento, eu fumo, eu como, eu não agüento, você está tão curtidaEu quero é tocar fogo neste apartamento, você não acredita

Traz meu café com suita, eu tomoBota a sobremesa, eu como, eu como, eu como, eu como, eu comoVocê tem que saber que eu quero é correr mundo, correr perigoEu quero é ir-me embora, eu quero é dar o foraE quero que você venha comigo [bis]

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Nos bailes da vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57Nos bailes da vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58Nos bailes da vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59Nos bailes da vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60Sorte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61Tigresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62Trilhos Urbanos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63Um Índio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64Vaca Profana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65Você Não Entende Nada . . . . . . . . . . . . . . 67

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Alegria, AlegriaLetra e música: Caetano VelosoIntérprete: Caetano VelosoCarlos Coutinho

Intr.: D G B7

E A B7 ECaminhando contra o vento, sem lenço, sem documento

A D B7No sol de quase dezembro, eu vouE A B7 EO sol se reparte em crimes, espaçonaves, guerrilhas

A D B7 EEm Cardinales bonitas, eu vou

A B7 E A B7 A EEm caras de presidentes, em grandes beijos de amor

A B7 A E A B7 A C#m7Em dentes, pernas, bandeiras, bomba e Brigite Bardot

F#m C#m7 F# C#m7O sol nas bancas de revista me enche de alegria e preguiça

B7Quem lê tanta notícia

D A D E7 AEu vou por entre fotos e nomes os olhos cheios de cores

D GO peito cheio de amores vãosB7 E A EEu vou, por que não? Por que não?

A B7 EEla pensa em casamento, e eu nunca mais fui à escola

A D B7Sem lenço, sem documento, eu vouE A B7 EEu tomo uma coca-cola, ela pensa em casamento

A D E7E uma canção me consola, eu vou

E A B7 A E A B7 A EPor entre fotos e nomes, sem livros e sem fuzil

A B7 A E A B7 A C#m7Sem fone e sem telefone no coração do Brasil

F# C#m7 F# C#m7Ela nem sabe, até pensei em cantar na televisão

B7O sol é tão bonito

D A D E7 AEu vou sem lenço, sem documento, nada no bolso ou nas mãos

D G B7Eu quero seguir vivendo, amor

E A EEu vou, por que não? Por que não?

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Vaca Profana

Letra e música: Caetano VelosoIntérprete: Caetano VelosoCarlos Coutinho

Intr.:Am F G F C

CRespeito muito minhas

Flágrimas, mas

Cainda mais minha

Amrisada

Escrevo assim minhas paDmlavras na voz de uma mulher sagrada

F

CVaca profana põe teus

Dcornos prá

C#fora e acima da manada

C[bis]

Ê,Cdona de divinas

Dtetas, derr

Fama o leite bom na minha cara

E oCleite mau na cara dos

Fcaretas

C F C F

Segue a ’movida Madrileña’, também te mata BarcelonaNapoli Pino, Pí, Pau, punks, picassos movem-se por LondresBahia onipresentemente, Rio e belíssimo horizonte [bis]

Ê, vaca de divinas tetas, la leche buena toda em mi gargantaLa mala leche para los ’puretas’

Quero que pinte amor Bethânia, Stevie Wonder, AndaluzMais do que tive em Tel Aviv, perto do mar, longe da cruzMas em composição cubista, meu mundo Thelonius Monk’s blues [bis]

Ê, dona das divinas tetas, quero teu leite todo em minha almaNada de leite mau para os caretas

Sou tímido e espalhafatoso, torre traçada por GaudiSão Paulo é como um mundo todo, no mundo um grande amor perdiCaretas de Paris e New York, sem mágoas estamos aí [bis]

Ê, vaca das divinas tetas, teu bom só para o oco, minha faltaE o resto inunde as almas dos caretas

Mas eu também sei ser careta, de perto ninguém é normalÀs vezes segue em linha reta, a vida que é meu bem, meu malNo mais, as ramblas do planeta, Orchata de chufa, si us plau [bis]

Ê, deusa de assombrosas tetas,gotas de leite bom na minha caraChuva do mesmo bom sobre os caretas,la mala leche para los ’puretas’Nada de leite mau para os caretas,e o leite mal na cara dos caretasChuva do mesmo bom sobre os caretas,e o resto inunde as almas dos caretas

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Um ÍndioLetra e música: Caetano VelosoIntérprete: Caetano VelosoCarlos Coutinho

Intr.: D

(D G)Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhanteDe uma estrela que virá numa velocidade estonteante

D G AE pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante

Depois de exterminada a última nação indígenaE o espírito dos pássaros das fontes de água límpidaMais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias

(Bm7 E7 G A Bm7)Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu viApaixonadamente como Peri, virá que eu viTranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu viO axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá

Um índio preservado em pleno corpo físicoEm todo sólido, todo gás e todo líquidoEm átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiroEm sombra, em luz, em som magnífico

Num ponto equidistante entre o Atlântico e o PacíficoDo objeto, sim, resplandecente descerá o índioE as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizerAssim, de um modo explícito

REFRÃO

E aquilo que nesse momento se revelará aos povosSurpreenderá a todos, não por ser exóticoMas pelo fato de poder ter sempre estado ocultoQuando terá sido o óbvio

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E A EPor que não? Por que não? Por que não?

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A luz de Tieta

Letra e música: Caetano VelosoNestor

Todo dia é o mesmo dia,a vida é tão tacanhaNada novo sob o solTem que se esconder no escuroquem na luz se banhaPor de baixo do lençol

Nessa terra a dor é grandee a ambição pequenaCarnaval e futebolQuem não finge,quem não mente,quem mais goza e penaÉ que serve de farol

Existe alguém em nósEm muitos dentre nósesse alguémQue brilha mais do quemilhões de sóisE que a escuridãoconhece tambémExiste alguém aquiFundo no fundo de você,de mimQue grita pra quem quiser ouvirQuando canta assim:

Eta,Eta, eta, eta,É a lua, é o sol, é a luz de Tieta,eta, eta!

Toda noite é a mesma noite,a vida é tão estreitaNada de novo ao luarTodo mundo quer sabercom quem você se deitaNada pode prosperarÉ domingo, é fevereiro,é sete de setembro,Futebol e carnavalNada muda, é tão escuroaté onde eu me lembro

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Trilhos UrbanosLetra e música: Caetano VelosoIntérprete: Caetano VelosoCarlos Coutinho

D E/D D E/D DO melhor o tempo esconde, longe, muito longe

E/D Bm7 E7 Eb7M D7MMas bem dentro aqui, quando o bonde dava a volta ali

No cais de Araújo Pinho, tamarindeirinhoNunca me esqueci onde o imperador fez xixi

F G F G FCana doce Santo Amaro, gosto muito raro

G Dm7 G7 F#7M F7MTrago em mim por ti, e uma estrela sempre a luzir

Bonde das Trilhos Urbanos vão passando os anosE eu não ti perdi, meu trabalho é de traduzir

Rua da Matriz ao Conde no trole ou no bondeTudo é bom de vê, São Popó do Maculelê

Mas aquela curva aberta, aquela coisa certaNão dá prá entender o Apolo e o rio Subaé

Pena de Pavão de Krishna, maravilha, vixe MariaMãe de Deus, será que esses olhos são meus ?

Cinema transcendental, Trilhos UrbanosGal cantando Balancê, como eu sei me lembrar de você

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TigresaLetra e música: Caetano VelosoIntérprete: Maria BethâniaCarlos Coutinho

Intr.: Bm

Bm Em Bm GUma tigresa de unhas negras e íris cor de mel

Bm Em A7 D EUma mulher, uma beleza que me aconteceu

Bm E Bm F#mEsfregando sua pele de ouro marrom do seu corpo contra o meu

G A7 BmMe falou que o mal é bom e o bem cruel

Bm Em Bm GEnquanto os pelos dessa deusa tremem ao vento ateu

Bm Em A7 D EEla me conta, sem certeza, tudo que viveu

Bm E Bm F#mQue gostava de política em mil novecentos e setenta e seis

G A7 BmE hoje dança no Frenetic Dancing Days

Bm Em Bm GEla me conta que era atriz e trabalhou no ’Hair’Bm Em A7 D E

Com alguns homens foi feliz, com outros foi mulherBm E Bm F#m

Que tem muito ódio no coração, que tem dado muito amorG A7 BmE espalhado muito prazer e muita dor

Bm Em Bm GMas ela ao mesmo tempo diz que tudo vai mudarBm Em A7 D EPorque ela vai ser o que quis, inventando um lugarBm E BmOnde a gente e a natureza feliz vivam sempre em comunhãoG A7 BmE a tigresa possa mais do que um leão

Bm Em Bm GAs garras da felina me marcaram o coraçãoBm Em A7 D EMas as besteiras de menina que ela disse nãoBm E BmE eu corri para o violão, num lamento, e a manhã nasceu azulG A7 BmComo é bom poder tocar um instrumento

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Uma dor que é sempre igual.

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Amigo

Letra e música: Milton NascimentoIn: ’A arte e a musica de Milton Nascimento’ (colectânea)Victor Almeida

Amigo é coisa para se guardardebaixo de sete chaves, dentro do coraçãoassim falava a canção que na América ouviMas quem cantava chorou, ao ver seu amigo partir

Mas quem ficou, no pensamento voouCom seu canto que o outro lembroue quem voou, no pensamento ficoucom a lembrança que o outro cantou.

Amigo é coisa para se guardarno lado esquerdo do peitomesmo que o tempo e a distânciadigam não, mesmo esquecendo a cançãoo que importa é ouvir a voz que vem do coração

Pois seja o que vier, venha o que vierqualquer dia amigo eu volto a te encontrarqualquer dia amigo a gente vai se encontrar

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SorteLetra e música: Celso Fonseca; Ronaldo BastosIntérprete: Gal Costa; Caetano VelosoCarlos Coutinho

Intr.: (D7M G#7/5- G7M C7/9) D7M G#7/5- G7M G/A

D A7 BbTudo de bom que você me fizerBm G7M A7Faz minha rima ficar mais raraD A7 BbO que você faz me ajuda a cantarBm G7M A7Põe um sorriso na minha cara

D G#7/5- G7M C7/9Meu amor, você me dá sorteMeu amor, você me dá sorte

D7MMeu amor, você me dá sorte na vida

D A7 BbQuando te vejo não saio do tomBm G7M A7Mas meu desejo já se reparaD A7 BbMe dá um beijo com tudo de bomBm G7M A7E acende a noite na Guanabara

Meu amor, você me dá sorteMeu amor, você me dá sorteMeu amor, você me dá sorte de cara

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Nos bailes da vida

Letra e música: Milton Nascimentofelemos

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Amor de índio

Letra e música: Milton Nascimentofelemos

Tudo que move é sagradoE remove as montanhasCom todo cuidado, meu amorEnquanto a chama arderTodo dia te ver passar

Tudo, viver a teu ladoCom o arco da promessaNo azul pintado pra durarAbelha fazendo o melVale o tempo que não voouA estrela caiu do céuO pedido que se pensouO destino que se cumpriuDe sentir seu calor e ser todoTodo dia é de viverPara ser o que for e ser tudo

Sim, todo amor é sagradoE o fruto do trabalhoÉ mais que sagrado, meu amorA massa que faz o pãoVale a luza do teu suor

Lembra que o sol é sagradoE alimenta de ouro horizontesO tempo acordado de viverNo inverno te protegerNo verão sair pra pescarNo outono te conhecerPrimavera poder gostarNo estio me derreterPra na chuva dançar e andar juntoO destino que se cumpriuDe sentir teu calor e ser tudoSim, todo amor é sagrado, sim.

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Aquarela do Brasil

Letra e música: Ary BarrosoIntérprete: Gal CostaCarlos Coutinho; José Roberto Molina (canção escrita em 1939)

Brasil, meu Brasil brasileiroMeu mulato inzoneiroVou cantar-te nos meus versosO Brasil, samba que dáBamboleio que faz gingarO Brasil do meu amorTerra de Nosso SenhorBrasil, prá mim, prá mim, prá mim

Abre a cortina do passadoTira a mãe preta do serradoBota o Rei-Congo no congadoBrasil, prá mimDeixa cantar de novo o trovadorA merencória luz da luaToda a canção do meu amorQuero ver essa dona caminhandoPelos salões arrastandoO seu vestido rendadoBrasil, prá mim, prá mim, prá mim

Brasil, terra boa e gostosaDa morena sestrosaDe olhar indiscretoO Brasil, samba que dáBamboleio que faz gingarO brasil do meu amorTerra de Nosso SenhorBrasil, prá mim, prá mim, prá mim

Esse coqueiro que dá côcoOnde amarro a minha redeNas noites claras de luarBrasil, prá mimAh ouve essas fontes murmurantesAonde eu mato a minha sedeE onde a lua vem brincarAh esse Brasil lindo e trigueiroÉ o meu Brasil brasileiroTerra de samba e pandeiroBrasil, prá mim, prá mim, BrasilBrasil, prá mim, prá mim, BrasilBrasil, prá mim, prá mim quarela do Brasil

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Nos bailes da vida

Letra e música: Milton Nascimentofelemos

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Nos bailes da vida

Letra e música: Milton Nascimentofelemos

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Nota:

Em Novembro de 1997 esta canção foi votada como a MelhorCanção Brasileira do Século por um jurado de treze peritosfeito pela Academia Brasileira de Letras.

Esta canção tornou-se popular sob o nome ’Brasil’, tendosido gravada inúmeras vezes por vários artistas. Dos seusmais conhecidos intérpretes destaca-se João Gilberto (comuma versão ligeiramente alterada), Cármen Miranda, Gal Costa,etc.

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Avarando

Letra e música: Caetano VelosoIntérprete: Maria BethâniaVictor Almeida

Cada palmeira da estradatem uma moça recostadauma é minha namoradae essa estrada vai dar para o marCada palma enluaradaTem de estar quieta, paradaQualquer canção, quase nadaVai fazer o dia nascerVai fazer o sol levantarNamorando a madrugadaEu e minha namoradaVamos andando na estradaVamos dar no avarando do amanhecerNo avarando do amanhecer

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Nos bailes da vida

Letra e música: Milton Nascimentofelemos

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San Vicente

Letra e música: Milton Nascimentofelemos

Coração americanoAcordei de um sonho estranhoUm gosto vidro e corteUm sabor de chocolateNo corpo e na cidadeUm sabor de vida e morteCoração americanoUm sabor de vidro e corte

A espera da fila imensaE o corpo negro se esqueceuEstava em San VicenteA cidade, suas luzesEstava em San VicenteAs mulheres e os homensCoração americanoUm sabor de vidro e corte

As horas não se contavamE o que era negro anoiteceuEnquanto se esperavaEu estava em San VicenteEnquanto aconteciaEu estava em San VicenteCoração americanoUm sabor de vidro e corte

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Azul

Letra e música: DjavanIntérprete: Gal CostaIn: ’Personalidade’Carlos Ilharco

Eu não seuse vem de Deus;do céu ficar azul...ou virádos olhos teusessa corque azuleja o dia ?se acasoanoitecer,do céu perder o azulentre o mare o entardeceralga-marinha, vána maresiabuscar alium cheiro de azul...essa cornão sai de mimbate e finca péa ’sangue-de-rei’até o sol nasceramarelinhoqueimando mansinhocedinho, cedinho, cedinhocorre e vai dizerpró meu benzinhoum dizer assimo amor é azulinho

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Baby

Letra e música: Caetano VelosoIntérprete: Gal CostaIn: ’Personalidade’Carlos Ilharco

Você precisa saber da piscinaDa Margarina, da Carolina, Da gasolinavocê precisa saber de mimbaby, babyeu seu que é assimvocê, precisa tomar um sorvetena lanchonete, andar com a genteme ver de pertoouvir aquela canção do Robertobaby, babyhá quanto tempovocê precisa aprender inglêsprecisa aprender o que eu seie o que eu não sei mais ( bis )não sei, comigo vai tudo azulcomigo vai tudo em pazvivemos na melhor cidadeda América do Sul ( bis )você precisavocê precisavocê precisanão seileia na minha camaBaby, babyI love you

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C/G A5+/7 Dm G7/6 E7 A5+/7Panaméricas de áfricas utópicas, túmulo do samba

Dm G5+/7 G7 C G5+/7Mais possível novo quilombo de ZumbiC Bm5-/7 E7 Am Am7M Am7 C7E os novos baianos passeiam na tua garoa

F A7 DmE os novos baianos te podem curtir numa boa

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SampaLetra e música: Caetano VelosoIntérprete: Caetano VelosoCarlos Coutinho

Intr.: Dm G5+/7 G7 C G5+/7

C Bm5-/7 E7 Am Am7M Am7 C7Alguma coisa acontece no meu coração

F A7 DmQue só quando cruza a Ipiranga com a avenida São João

G7 G# AmÉ que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi

D7/9Da dura poesia concreta de tuas esquinas

Dm G7Da deselegância discreta de tuas meninas

C C7 F7M F#Ainda não havia para mim Rita Lee, a tua mais completa traduçãoC/G A5+/7 Dm G7/6 E7 A5+/7Alguma coisa acontece no meu coração

Dm G5+/7 G7 C G5+/7Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João

C Bm5-/7 E7 Am Am7M Am7 C7Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto

F A7 DmChamei de mau gosto o que vi, de mau gosto o mau gosto

G7 G# AmÉ que Narciso acha feio o que não é espelho

D7/9E a mente apavora o que ainda não é mesmo velho

Dm G7Nada do que não era antes quando não somos mutantes

C C7 F7M F#E foste um difícil começo, afasta o que não conheçoC/G A5+/7 Dm G7/6 E7 A5+/7E quem vem de outro sonho feliz de cidade

Dm G5+/7 G7 C G5+/7Aprende depressa a chamar-te de realidadeC Bm5-/7 E7 Am Am7M Am7 C7Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso

F A7 DmDo povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas

G7 G# AmDa força da grana que ergue e destrói coisas belasD7/9

Da feia fumaça que sobe apagando as estrelasDm G7

Eu vejo surgir teus poetas e campos e espaços

C C7 F7M F#Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva

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BabyLetra e música: Caetano VelosoIntérprete: Gal CostaCarlos Coutinho

Intr.: ( D G )

D G DVocê precisa saber da piscina

G D G DDa margarina, da Carolina, da gasolina

G D GVocê precisa saber de mimD Bm Em A7Baby, baby, eu sei que é assimBaby, baby, eu sei que é assim

Você precisa tomar um sorveteNa lanchonete, andar com a gente, me ver de pertoOuvir aquela canção do Roberto

Baby, baby, há quanto tempoBaby, baby, há quanto tempo

Você precisa aprender inglêsPrecisa aprender o que eu seiE o que eu não sei mais, e o que eu não sei mais

Não sei, comigo vai tudo azulContigo vai tudo em pazVivemos na melhor cidade da América do Sul, da América do SulVocê precisa, você precisaNão sei, leia na minha camisa

Baby, baby, I love youBaby, baby, I love you

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Barca Dos Amantes

Música: Milton NascimentoLetra: Sérgio GodinhoIntérprete: Sérgio GodinhoIn: ’coincidências’Aveiro

Ah, quanto eu queria navegarPra sempre a Barca dos AmantesOnde o que eu sei deixei de serOnde ao que eu vou não ia dantes

Ah, quanto eu queria conseguirTrazer a Barca à madrugadaE desfraldar o pano brancoNa que for terra mais amada

E que em toda a parte o teu corpoSeja o meu porta-estandartePlantado no céu mais fundoPossa agitar-me no ventoE mostrar a cor ao mundo

Ah, quanto eu queria navegarPra sempre a Barca dos AmantesOnde o que eu vi me fez vogarDe rumos meus, a cais errantes

Ah, quanto eu queria me espraiarFazer a trança à calmariaAvistar terra e não saberSe ainda o é quando for dia

E que em toda a parte o teu corpoSeja o meu porta-estandartePlantado no seu mais fundoPossa agitar-me no ventoE mostrar a cor ao mundo

Ah, quanto eu queria navegarPra sempre a Barca dos AmantesOnde o que eu sei deixei de serOnde ao que eu vou não ia dantes

Ah, quanto eu queria me espraiarFazer a trança à calmariaAvistar terra e não saberSe ainda o é quando for dia

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Rapte-me, CamaleoaLetra e música: Caetano VelosoIntérprete: Caetano VelosoCarlos Coutinho

A GRapte-me, camaleoa, adapte-me a uma cama boa(F#m B)Capte-me uma mensagem à toa

De um quasar pulsando loaInterestelar canoa

(E D)Leitos perfeitos, seus peitos direitos me olham assimFino menino me inclino pro lado do simRapte-me, adapte-me, capte-me, it’s up to me, coraçãoSem querer ser merecer ser um camaleão

A G A (G A)Rapte-me, camaleoa, adapte-me ao seu ne me quitte pas

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Qualquer CoisaLetra e música: Caetano VelosoIntérprete: Caetano VelosoCarlos Coutinho

Bm7 E7Esse papo já tá qualquer coisa

A C#7 F#7Você já tá prá lá de MarraqueshBm7 E7Mexe qualquer coisa dentro doida

A C#7 F#7Já qualquer coisa doida dentro mexe

G7M F#7Não se avexe não, baião de dois, deixe de manha, deixe de manha

G7MPois sem essa aranha, sem essa aranha, sem essa aranha

F#7Nem a sanha arranha o carro, nem o sarro arranha a Espanha

G7M B7MNessa tamanha, nessa tamanha, esse papo seu já tá de manhã

C#m F#7 C#m F#7Berro pelo aterro, pelo desterroB7M E7M B7M DBerro por seu berro, pelo seu erroC#m F#7 C#m F#7Quero que você ganhe, que você me apanheG#7Sou o seu bezerro gritando mamãe

E7M Em7Esse papo seu tá qualquer coisa

Bm7E você tá prá lá de Teerão

E7Qualquer coisa...

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Cálice

Letra e música: Gilberto Gil; Chico BuarqueIntérprete: Chico BuarqueJosé Roberto Molina(1973)

Pai, afasta de mim esse cálicePai, afasta de mim esse cálicePai, afasta de mim esse cáliceDe vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amargaTragar a dor, engolir a labutaMesmo calada a boca, resta o peitoSilêncio na cidade não se escutaDe que me vale ser filho da santaMelhor seria ser filho da outraOutra realidade menos mortaTanta mentira, tanta força bruta

Como é difícil acordar caladoSe na calada da noite eu me danoQuero lançar um grito desumanoQue é uma maneira de ser escutadoEse silêncio todo me atordoaAtordoado eu permaneço atentoNa arquibancada pra a qualquer momentoVer emergir o monstro da lagoa

De muito gorda a proca já não andaDe muito suada a faca já não cortaComo é difícilo, pai, abrir a portaEssa palavra presa na gargantaEsse pileque homérico no mundoDe que adianta ter boa vontgadeMesmo calado o peito, resta a cucaDos bêbados do centro da cidade

Talvez o mundo não seja pequenoNem seja a vida um fato consumadoQuero inventar o meu próprio pecadoQuero morrer do meu próprio venenoQuero perder de vez tua cabeçaMinha cabeça perder teu juízoQuero cheirar fumaça de óleo dieselMe embriagar até que alguém me esqueça

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Podres PoderesLetra e música: Caetano VelosoIntérprete: Caetano VelosoCarlos Coutinho

Intr.: A

AEnquanto os homens exercem seus podres poderesB/AMotos e fuscas avançam os sinais vermelhosD E7 F F#mE perdem os verdes, somos uns boçais

Queria querer cantar setecentas mil vezesComo são ricos, como são ricos os burguesesE os japoneses, mas tudo é muito mais

C E7Será que nunca faremos senão confirmar a incompetência da América CatólicaF7M Bb7Que sempre precisará de ridículos tiranos?

Será, que será, que será, que será, será que esta minha estúpida retóricaTerá que soar, terá que se ouvir por mais zil anos?

Enquanto os homens exercem seus podres poderesÍndios e padres e bichas, negros e mulheresE adolescentes fazem o carnaval

Queria querer cantar afinados com elesSilenciar em respeito ao seu transe, num êxtaseSer indecente, mas tudo é muito mau

Ou então cada paisano e cada capatazCom sua burrice fará jorrar sangue demaisNos pantanais, nas cidades, caatingas e nos gerais

Será que apenas os hermetismos pascoaisE os tons e os mil tons, seus sons e seus dons geniaisNos salvam, nos salvarão dessas trevas e nada mais?

Enquanto os homens exercem seus podres poderesMorrer e matar de fome, de raiva e de sedeSão tantas vezes gestos naturais

Eu quero aproximar o meu cantar vagabundoDaqueles de velam pela alegria do mundoIndo mais fundo, tins e bens e tais, tudo mais fundo, tins e bens e tais

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Paula e Bebeto

Letra e música: Milton Nascimentofelemos

Eh, vida, vidaQue amor brincadeira, VeraEles amaram de qualquer maneira, VeraQualquer maneira de amor vale a penaQualquer maneira de amor vale amar

Eilá, que penaQue coisa bonita, digaQual a palavra que nunca foi dita, digaQualquer maneira de amor vale aquelaQualquer maneira de amor vale amarQualquer maneira de amor vale a penaQualquer maneira de amor valerá

Eles partiram por outros assuntos, muitoMas no meu canto estarão sempre juntos, muitoQualquer maneira que eu cante este cantoQualquer maneira me vale cantar

Eles se amam de qualquer maneira, VeraEles se amam é pra vida inteira, VeraQualquer maneira de amor vale o cantoQualquer maneira me vale cantarQualquer maneira de amor vale aquelaQualquer maneira de amor valerá

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Canção Amiga

Letra e música: Milton Nascimentofelemos

Eu preparo uma cançãoEm que minha mãe se reconheçaTodas as mães se reconheçamE que fale como dois olhos

Caminho por uma ruaQue passa em muitos paísesSe não me vêm, eu vejoE saúdo velhos amigos

Eu distribuo um segredoComo quem ama sorrirNo jeito mais naturalDois carinhos se procuram

Minha vida, nossas vidasFormam um só diamanteAprendi novas palavrasE tornei outras mais belas

Eu preparo uma cançãoQue faça acordar os homensE adormecer as crianças.

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Canção da América

Letra e música: Milton Nascimentofelemos

Amigo é coisa pra se guardarDebaixo de sete chavesDentro do coraçãoAssim falava a cançãoQue na América ouviMas quem cantava chorouAo ver seu amigo partirMas quem ficouNo pensamento voouCom seu canto que o outro lembrouE quem voouNo pensamento ficouCom a lembrança que o outro trancou

Amigo é coisa pra se guardarNo lado esquerdo do peitoMesmo que o tempo e aDistância digam nãoMesmo esquecendo a cançãoO que importa é ouvirA voz que vem do coração

Pois seja o que vierVenha o que vierQualquer dia amigo eu voltoPra te encontrarQualquer dia amigoA gente vai se encontrar

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Partido AltoLetra e música: Caetano VelosoIntérprete: Caetano VelosoCarlos Coutinho

E A E A E A E ADiz que deu, diz que dá, diz que Deus dará, não vou duvidar, ô nega

E A G#7 C#m A EE se Deus não dá, como é que vai ficar, ô nega ?, Deus dará, Deus dará

Diz que deu, diz que dá, diz que Deus dará, não vou duvidar, ô nega

E se Deus negar, eu vou me indignar e chegar, Deus dará, Deus dará

EDeus é um cara gozador, adora brincadeira

Bm7 E7 APois prá me jogar no mundo, tinha o mundo inteiro

A# EMas achou muito engraçado me botar cabreiro

C#m F#m BNa barriga da miséria nasci batuqueiroEEu sou do Rio de JaneiroE A E A E A E AJesus Cristo ainda me paga, um dia ainda me explica

E A G#7 C#m A EComo é que pôs no mundo essa pobre coisicaE A E A E A E AVou correr o mundo afora, dar uma canjica

E A G#7 C#m A EQue prá ver se alguém me amarra ao ronco da cuícaEE aquele abraço prá quem fica

E A E A E A E ADeus me deu mão de veludo prá fazer carícia

E A G#7 C#m A EDeus me deu muita saudade e muita preguiçaE A E A E A E ADeus me deu perna cumprida e muita malícia

E A G#7 C#m A EPrá correr atrás da bola e fugir da políciaEUm dia ainda sou notíciaE A E A E A E ADeus me fez um cara fraco, desdentado e feio

E A G#7 C#m A EPele e osso simplesmente, quase sem recheioE A E A E A E AMas se alguém me desafia e bota a mãe no meio

E A G#7 C#m A EDou paulada a três por quatro e nem me despenteioEQue eu já tô de saco cheio

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Paisagem da janela

Letra e música: Milton Nascimentofelemos

Da janela lateral do quarto de dormirVejo uma igreja, um sinal de glóriaVejo um muro branco e um vôo, pássaroVejo uma grade, um velho sinal

Mensageiro natural de coisas naturaisQuando eu falava dessas cores mórbidasQuando eu falava desse homens sórdidosQuando eu falava desse temporalVocê não escutou

Você não quer acreditarMas isso é tão normalVocê não quis acreditarQue eu apenas era

Cavaleiro marginal lavado em ribeirãoCavaleiro negro que viveu mistériosCavaleiro e senhor de casa e árvoresSem querer descanso nem dominical

Cavaleiro marginal banhado em ribeirãoConhecia as torres e os cemitériosConhecia os homens e os seus velóriosQuando olhava da janela lateralDo quarto de dormir

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Coração de Estudante

Letra e música: Milton Nascimentofelemos

Quero falar de uma coisaAdvinha onde ela andaDeve estar dentro do peitoOu caminha pelo arPode estar aqui do ladoBem mais perto que pensamosA folha da juventudeÉ o nome certo desse amor

Já podaram seus momentosDesviaram seu destinoSeu sorriso de meninoQuantas vezes se escondeuMas renovasse a esperançaNova aurora, cada diaE há que se cuidar do brotoPra que a vida nos dêFlor e fruto

Coração de estudanteHá que se cuidar da vidaHá que se cuidar do mundoTomar conta da amizadeAlegria e muito sonhoEspalhados no caminhoVerdes, planta e sentimentoFolhas, coração,Juventude e fé.

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Coração Vagabundo

Letra e música: Caetano VelosoIntérprete: Gal Costa; Caetano VelosoCarlos Coutinho

Gm Gm/F Eb Gb/D Cm Cm/Bb Am5-/7 (Gm D7/9-){Flauta, Violão}

Gm7 A7Meu coração não se cansa

Am7/5-De ter esperança

D7 Gm7De um dia ser tudo o que querDm7/5- G7/9- Cm7Meu coração de criança

A7/13Não é só a lembrança

A5+/7 D7/9 D7/9-De um vulto feliz de mulher

Gm7 A7Que passou por meu sonho sem dizer adeusAm5-/7 D7E fez dos olhos meus

G7Um chorar mais sem fimCm7 F7 Bb7+/9Meu coração vagabundo

Eb7+/9 A7/9- D7/9- F/G G5+/7Quer guardar o mundo em mim

{Sobe 5 tons}:-BIS-

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Os Argonautas

Letra e música: Caetano VelosoIn: 1968 (?)Alberto Moby

O barcoMeu coração não agüentaTanta tormenta, alegriaMeu coração não contentaO diaO marcoMeu coraçãoO portoNão

Navegar é precisoViverNão é preciso

O barcoNoite no teu tão bonitoSorriso solto, perdidoHorizonte e madrugadaO risoO arcoDa madrugadaO portoNada

Navegar...

O barcoO automóvel brilhanteO trilho solto, barulhoDo meu dente em tua veiaO sangueO charcoBarulho lentoO portoSilêncio

Navegar...

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O rouxinol

Letra e música: Milton Nascimentofelemos

Rouxinol tomou contaDo meu viverChegou quando procureiRazão para poder seguir

Quando a música iaE quase eu fiqueiQuando a vida choravaMais que eu gritei

Pássaro deu a voltaAo mundo e brincavaRouxinol me ensinou que é só não temerCantou, se hospedou em mim

Todos os pássarosAnjos dentro de nósUma harmoniaTrazida dos rouxinóis.

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Desafinado

Letra e música: Tom Jobim; Newton MendonçaIntérprete: João GilbertoIn: ’História da Música Popular Brasileira - Tom Jobim’, Edi-tora Abril, 1982.Murgel

Se você disser que eu desafino, amorSaiba que isso em mim provoca imensa dorSó privilegiados têm ouvido igual ao seuEu possuo apenas o que Deus me deuSe você insiste em classificarMeu comportamento de anti-musicalEu mesmo mentindo, devo argumentarQue isso é bossa nova, que isso é muito naturalO que você não sabe nem sequer pressenteÉ que os desafinados também têm um coraçãoFotografei você na minha Rolley FlexRevelou-se a sua enorme ingratidãoSó não poderá falar assim do meu amorEle é o maior que você pode encontrar, viuVocê com sua música esqueceu o principalÉ que no peito dos desafinados,No fundo do peito bate calado,É que no peito dos desafinados também bate um coração.

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Dom de iludir

Letra e música: Caetano VelosoIntérprete: Gal CostaIn: ’Personalidade’Carlos Ilharco

Não me venha falar na malícia de toda a mulhercada um sabe a dor e a delícia de ser o que énão me olhe como se a polícia andasse atrás de mimcale a bocae não cale na boca notícia ruimvocê sabe explicarvocê sabe entender, tudo bemvocê estávocê évocê fazvocê quervocê temvocê diz a verdadee a verdade é o seu dom de iludircomo pode querer que a mulher vá viver sem mentir

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O QuereresLetra e música: Caetano VelosoIntérprete: Caetano VelosoCarlos Coutinho

Intr.: ( A B/A )

A B/A AOnde queres revólver sou coqueiro, onde queres dinheiro sou paixãoA B/A F#mOnde queres descanso sou desejo, e onde sou só desejo queres não

C F#mE onde não queres nada, nada falta, e onde voas bem alta eu sou o chão

D B AE onde pisas no chão minha alma salta, e ganha liberdade na amplidão

Onde queres família sou maluco, e onde queres romântico, burguêsOnde queres Leblon sou Pernambuco, e onde queres eunuco, garanhãoE onde queres o sim e o não, talvez, onde vês eu não vislumbro razãoOnde queres o lobo eu sou o irmão, e onde queres cowboy eu sou chinês

F#m DAh, bruta flor do querer, ah, bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato eu sou o espírito, e onde queres ternura eu sou tesãoOnde queres o livre decassílabo, e onde buscas o anjo eu sou mulherOnde queres prazer sou o que dói, e onde queres tortura, mansidãoOnde queres o lar, revolução, e onde queres bandido eu sou o herói

Eu queria querer-te e amar o amor, construírmos dulcíssima prisãoE encontrar a mais justa adequação, tudo métrica e rima e nunca dorMas a vida é real e de viés, e vê só que cilada o amor me armouE te quero e não queres como sou, não te quero e não queres como és

Ah, bruta flor do querer, ah, bruta flor, bruta flor

Onde queres comício, flipper vídeo, e onde queres romance, rock’n rollOnde queres a lua eu sou o sol, onde a pura natura, o inceticídeoE onde queres mistério eu sou a luz, onde queres um canto, o mundo inteiroOnde queres quaresma, fevereiro, e onde queres coqueiro eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim do que em mim é de mim tão desigualFaz-me querer-te bem, querer-te mal, bem a ti, mal ao quereres assimInfinitivamente pessoal, e eu querendo querer-te sem ter fimE querendo te aprender o total do querer que há e do que não há em mim

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Onde o Rio é mais baiano

Letra e música: Caetano VelosoIn: ’Livro’Nestor

A Bahia,Estação primeira do BrasilAo ver a Mangueira nela inteira se viu,Exibiu-se sua face verdadeira.Que alegriaNão ter sido em vão que ela expediuAs Ciatas pra trazerem o samba pra o Rio(Pois o mito surgiu dessa maneira).

E agora estamos aquiDo outro lado do espelhoCom o coração na mãoPensando em Jamelão no Rio VermelhoTodo ano, todo anoNa festa de IemanjáPresente no dois de fevereiroNós aqui e ele láIsso é a confirmação de que a MangueiraÉ onde o Rio é mais baiano.

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Eclipse OcultoLetra e música: Caetano VelosoIntérprete: Caetano VelosoCarlos Coutinho

Intr.: (A E)

E A ENosso amor não deu certo, gargalhadas e lágrimas

A EDe perto fomos quase nada

Bm F#m GTipo de amor que não pode dar certo na luz da manhã

F# F EE desperdiçamos os blues do Djavan

Demasiadas palavras, fraco impulso de vidaTravada a mente na ideologiaE o corpo não agia como se o coração tivesse antes que optarEntre o inseto e o inseticida

A E A ENão me queixo, eu não soube te amar

A E A EMas não deixo de querer conquistarA F# F A EUma coisa qualquer em você, o que será?

Como nunca se mostra o outro lado da luaEu desejo viajar do outro lado da suaMeu coração galinha de leão não quer maisamarrar frustraçãoÓ eclipse oculto na luz do verão

Mas bem que nós fomos muito felizes só durante oprelúdioGargalhadas e lágrimas até irmos pro estúdioMas na hora da cama nada pintou direitoÉ, minha cara, falar, não sou proveito sou purafama

REFRÃO

Nada tem que dar certo, nosso amor é bonitoSó não disse ao que veio, atrasado e aflitoE paramos no meio sem saber os desejos aondeé que iam darE aquele projeto ainda estará no ar?

Não quero que você fique fera comigoQuero ser seu amor, quero ser seu amigoQuero que tudo saia como som de Tim Maia, semgrilos de mimSem desespero, sem tédio, sem fim

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FelicidadeLetra e música: Lupicínio RodriguesIntérprete: Caetano VelosoCarlos Coutinho

G7M Am7Felicidade foi se embora

D9 G7ME a saudade no meu peito ainda mora

E7 Am7E é por isso que eu gosto lá de fora

D9 G7MPorque sei que a falsidade não vigora

G7M Am7A minha casa fica lá de traz do mundo

D9Onde eu vou em um segundo quando começo a cantar

G7M Am7O pensamento parece uma coisa à toa

D9Mas como é que a gente voa quando começa a pensar

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O LeãozinhoLetra e música: Caetano VelosoIntérprete: Caetano VelosoCarlos Coutinho

Intr.: C C7M

(C C7M) GGosto muito de te ver, leãozinhoAm EmCaminhando sob o solF7M Bb (C C7M)Gosto muito de você, leãozinho

Para desentristecer, leãozinhoO meu coração tão sóBasta eu encontrar você no caminho

Am Ab C/G F#m5-/7Um filhote de leão, raio da manhãF7M Em Dm G7Arrastando o meu olhar como um imãAm Ab C/G F#m5-/7O meu coração é o sol, pai de toda corF7M Em Dm G7Quando ele lhe doura a pele ao léu

Gosto de te ver ao sol, leãozinhoDe te ver entrar no marTua pele, tua luz, tua juba

Gosto de ficar ao sol, leãozinhoDe molhar minha jubaDe estar perto de você e entrar numa

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Oceano

Letra e música: DjavanCarla Fernandes

Assim que o dia amanheceuLá no mar alto da paixãoDava prá ver o tempo ruirCadê você, que solidãoEsquecerá de mimEnfim, de tudo que há na terraNão há nada em lugar nenhumQue vá crescer sem você chegarLonge de ti tudo parouNinguém sabe o que eu sofri

Amar é um deserto e seus temoresVida que vai na sela dessas doresNão sabe voltar, me dá teu calorVem me fazer feliz porque eu te amoVocê deságua em mim e eu oceanoEsqueço que amar é quase uma dor

Só sei viver se for por você

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Fé menino

Letra e música: Gilberto GilIntérprete: Ney MatogrossoIn: ’Feitiço Elektra’, 1978Carlos Ilharco

Vou levando cada vez mais fémenino, felino, levado felizvou levando cada vez mais jeitobela meninabela meninabela menina minha sinacada vez maisbelo menino meu destinocada vez maiscada vez maisvou gostandovou dando certocada vez maisentendendochegando chegando pertoKing-Kong Kung-Fue tudo, cada vez mais pertoKing-Kong Kung-Fue nada resta como éKing-Kong Kung-Fue eu ou três modos de Deusbem querer meninobem querer meninavou levandoô ô belo meninoa a bela menina

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Festa da Música

Letra e música: Gabriel o PensadorCarla Fernandes

Há muito tempo tá rolando essa festa maneira Da música PopularBrasileira Ninguém me convidou mas eu queria entrar Peguei o 175e vim direto pra cá Festa da música Tupiniquim Que tá rolandoaqui na rua Antônio Carlos Jobim Todo mundo tá presente e nãotem hora pra acabar E muita gente ainda tá pra chegar Naportaria o segurança pediu o crachá do Gilberto Gil Ele apenassorriu Acompanhado por Caetano, Djavan, Pepeu, Elba, Moraes,Alceu Valença (Xá comigo! Dá licença! Abre essa porta, cabra dapeste) E foi assim que eu penetrei com a galera do Nordeste Babytá na área, senti firmeza! E aí Sandra de Sá! - ’Bye byetristeza ...’ Birinight à vontade a noite inteira Olha o EdMotta assaltando a geladeira Olha quanta gata bonita e gostosa!Olha o Tiririca com uma negra cheirosa Ué! Cadê os críticos?!Ninguém convidou? ’Barrados no Baile uououo’ Não é festa docabide mas o Ney tirou a roupa Bzz... Paulinho Moska pousou naminha sopa Cidade Negra apresentou um reggae nota cem Tá rolandoum Skank também! E o Tim Maia até agora nem pintou Mas o JorgeBenjor trouxe a banda que chegou ’Pra animar a festa’ Festa damúsica Tupiniquim Que tá rolando aqui na rua Antônio CarlosJobim Todo mundo tá presente e não tem hora pra acabar E muitagente ainda tá pra chegar A festa tá correndo bem O Lobão atéagora não falou mal de ninguém O Barão e os Titãs tão tocandoRaulzito A Rita Lee tá vindo ali ... ãnh? Não acredito! Elaolhou pra mim e disse ’Baila comigo’ Eu senti aquele frio noumbigo Mas é claro que adorei o convite E fui dançar ouvindo osom do Kid Abelha, Paralamas e a Blitz (Isso aqui tá muito bom,isso aqui tá bom demais ...) ’Segura o tchan, amarra o tchan’(Xô, Satanás!) Há! Há! Lulu Santos acabou de chegar Com PimentaMalagueta pro Planeta balançar O Chico César, Science e oBuarque Observam um pessoal dançando break no chão E no andar láde cima um dos donos da festa Tá na boa, tá em paz, tá tocandoum violão: ’Festa estranha com gente esquisita, eu não tô legal,não agüento mais birita’ Festa da música Tupiniquim Que tárolando aqui na rua Antônio Carlos Jobim Todo mundo tá presentee não tem hora pra acabar E muita gente ainda tá pra chegarChopp na Tulipa, vinho na taça (camisinha na boquinha dagarrafa!) ... Salve-se quem puder! Ih... o João Gordo vomitou nomeu pé Fui limpar e dei de cara com os Raimundos Que me contaramque entraram pelos fundos Perguntei pelo banheiro e fiz papel demané Os sacanas me mandaram pro banheiro de mulher As meninastavam lá e foi só eu entrar Que a Cássia Eller, Zizi Possi e aGal começaram a gritar (Ahhhhh!) Quanta saúde! Fernanda Abreu,Daniela Mercury, Marisa Monte, Daúde ... Calma, eu não vi nada!A Ângela Rô Rô queria me dar porrada Mas os três malandros,

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O amor

Letra e música: Caetano Veloso; Ney Costa Santos; VladimirMaiakovskiIntérprete: Gal CostaIn: ’Personalidade’Carlos Ilharco

Talvez quem sabe, um diapor uma alameda do zoológicoela também chegaráela que também amava os animaisentrará sorridente assim como estána foto sobre a mesaela é tão bonitaela é tão bonita que na certa eles a ressuscitarãoo século trinta venceráo coração destroçado jápelas mesquinhariasagora vamos alcançar tudo o que não podemos amar na vidacom o estrelar das noites inumeráveisressuscita-meainda que mais não sejaporque sou poetae ansiava o futuroressuscita-melutando contra as misérias do quotidianoressuscita-me por issoressuscita-mequero acabar de viver o que me cabeminha vida para que não mais existam amores servisressuscita-mepara que a partir de hoje a partir de hojea família se transforme e o pai seja pelo menos o universoe a mãe seja No mínimo a terraa terraa terra

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Não IdentificadoLetra e música: Caetano VelosoIntérprete: Caetano VelosoCarlos Coutinho

D G BmEu vou fazer uma canção prá elaEm A4/7 A7 DUma canção singela, brasileiraG D GPara lançar depois do carnaval

D G BmEu vou fazer um iê-iê-iê romântico

Em A4/7 A7 DUm anticomputador sentimental

G CEu vou fazer uma canção de amorCm7 Em Cm7 (A7)Para gravar num disco voador

Uma canção dizendo tudo a elaQue ainda estou sozinho, apaixonadoPara lançar no espaço sideral

Minha paixão há de brilhar na noiteNo céu de uma cidade do interior

G CComo um objeto não identificadoCm7 G CQue ainda estou sozinho e apaixonadoComo um objeto não identificadoPara gravar num disco voadorEu vou fazer uma canção de amorComo um objeto não identificado

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Moreira, Bezerra e Dicró, me ajudaram a escapar do pior Fui proFundo de Quintal, Casa de Bamba Todo mundo bebe todo mundo sambaBeth Carvalho, Alcione, Zeca Pagodinho Neguinho da Beija-Flor... Diz aí Martinho Comé que é, professor? - ’É devagar, édevagar, devagarinho’ Festa da música Tupiniquim Que tá rolandoaqui na rua Antônio Carlos Jobim Todo mundo tá presente e nãotem hora pra acabar E muita gente ainda tá pra chegar E essafesta é uma loucura Olha lá o Carlinhos Brown com o pessoal doSepultura Vieram com os índios Xavantes E a polícia veio atrástentando dar flagrante E-e-e-ê! O índio tem apito e eu nãoentendi porquê Começaram a apitar quando a polícia chegou Mas agalera do cachimbo da paz nem escutou Porque o Olodum tavafazendo um batuque maneiro Até chegarem milhares de funkeirosEram tantas duplas que eu até me confundi Chamei o Leandro eLeonardo de MC! E o Zezé di Camargo e o Luciano ficaram mezoando E o funk rolando! Aah ... vocês tinham que ver!Chitãozinho e Xororó gritando Uh! Tererê! O pessoal da JovemGuarda agitando sem parar Estavam em outra festa mas vieram pracá Passei ali por perto e ouvi o Roberto comentar: ’Ê hei! Queonda, que festa de Arromba!’ Todo mundo no maior astral Masrolou um boato que preocupou o pessoal Diziam as más línguas, àboca pequena Que o Michael Jackson tava chegando pra roubar acena E foi aí que a Marina ouviu uma buzina E todos foram prajanela na maior adrenalina Uma Brasília Amarela dobrava aesquina Adivinha quem era? Festa da música Tupiniquim Que tárolando aqui na rua Antônio Carlos Jobim Todo mundo tá presentee não tem hora pra acabar E muita gente ainda tá pra chegar

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Força Estranha

Letra e música: Caetano VelosoIntérprete: Gal CostaCarlos Coutinho

G Dm E7Eu vi o menino correndo, eu vi o tempo

AmBrincando ao redor do caminho daquele menino

F# EmEu pus os meus pés no riacho e acho que nunca os tirei

C D7O sol ainda brilha na estrada e eu nunca passei

Eu vi a mulher preparando outra pessoaO tempo parou para eu olhar para aquela barrigaA vida é amiga da arte, é a parte que o sol me ensinouO sol que atravessa essa estrada que nunca passou

G B7Por isso uma força me leva a cantar

Em Dm G7Por isso essa força estranhaC C# G/D EmPor isso é que eu canto, não posso pararA7 D7Por isso essa voz tamanha

Eu vi muitos cabelos brancos na fronte do artistaO tempo não pára e no entanto ele nunca envelheceAquele que conhece o jogo do fogo, das coisas que sãoÉ o sol, é o tempo, é a estrada, é o pé e é o chão

Eu vi muitos homens brigando, ouvi seus gritosEstive no fundo de cada vontade encobertaE a coisa mais certa de todas as coisas não vale um caminho sob o solÉ o sol sobre a estrada, é o sol sobre a estrada, é o sol

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Meu Bem, Meu MalLetra e música: Caetano VelosoIntérprete: Gal CostaCarlos Coutinho

Intr.: G/A A7/9-/11+ D6/9 C6/7 B6/7 B5+/7 G/A A7/9-/11+

D7M C#m5-/7 F#5+/7Você é meu caminho

Bm7 E7 Am7Meu vinho, meu vícioD7/9 G7M C7/9Desde o início estava você

D7M C#m5-/7 F#5+/7Meu bálsamo benigno

Bm7 E7 Am7Meu signo, meu guruG#5-/7 G7M C7/9Porto seguro onde eu vou ter

F#m5-/7 B5+/7Meu mar e minha mãe

E7 A6/7 A/GMeu medo e meu champagne

F#5-/7 B5+/7 Em7Visão do espaço sideralGm7Onde o que eu sou se afoga

F#m7 B7Meu fumo e minha ioga

Em7 A6/7Você é minha droga

D7M G#5-/7Paixão e carnaval

G/A A7/9-/11+ D6/9Meu zen, meu bem, meu mal

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Meu bem meu mal

Letra e música: Caetano VelosoIntérprete: Gal CostaIn: ’Personalidade’Carlos Ilharco

Você é o meu caminhomeu vinho, meu víciodesde o início estava vocêmeu bálsamo benignomeu signo, meu guruPorto Seguro onde eu vou termeu mar e minha mãemeu medo e meu champanhevisão do espaço sideralonde o que eu sou se afogameu fumo e minha iogavocê é minha drogapaixão e carnavalmeu zen, meu bem, meu malmeu zen, meu bem, meu mal

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IreneLetra e música: Caetano VelosoIntérprete: Caetano VelosoCarlos Coutinho

D A7 DEu quero ir, minha gente, eu não sou daquiG A7 G A7Eu não tenho nada, quero ver Irene rirG A7 D Bb G DQuero ver Irene dar sua risada (2x)

D A7 G A7Irene ri, Irene ri, IreneG A7 G A7Irene ri, Irene ri, IreneG A7 D Bb G DQuero ver Irene dar sua risada

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Lealdade

Letra e música: Caetano VelosoIn: ’Totalmente demais’, 1986Victor Almeida

Sereiserei leal contigoQuando eu cansar dos teus beijoste digoE tu também liberdade terásP’ra quando quiseres, bater a portasem olhar para trásSereiserei leal contigoQuando eu cansar dos teus beijoste digoE tu também liberdade terásPra quando quiseres, bater a portasem olhar para trásSe o teu corpo cansar dos meus braçosSe o teu ouvido cansar da minha vozQuando os teus olhos cansarem dos meus olhosNão é preciso haver falsidade entre nósSereiserei leal contigoQuando eu cansar dos teus beijoste digoE tu também liberdade terásPra quando quiseres, bater a portasem olhar para trás

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Maria Ninguém

Letra e música: Carlos LyraIntérprete: João GilbertoCarlos Coutinho

Pode ser que haja alma melhor, pode ser,Pode ser que haja alma pior, muito bem.Mas igual à Maria que eu tenho,No mundo inteirinho,Igualzinha não tem.

Maria Ninguém,É Maria e é Maria, meu bem.Se eu não sou João de nada,Maria que é minha é Maria Ninguém.

Maria Ninguém,É Maria como as outras também.Só que tem que ainda é melhor do que muitas Marias que há por aí,Marias tão frias, cheias de manias,Marias vazias do nome que tem.

Maria Ninguém,É um dom que muito homem não tem.Haja visto quanta gente que chama Maria,E Maria não vem.

Maria Ninguém,É Maria e é Maria, meu bem.Se eu não sou João de nada,Maria que é minha é Maria Ninguém.

Tum, tum, tum, tum, tum...

Maria Ninguém,É um dom que muito homem não tem.Haja visto quanta gente que chama Maria,E Maria não vem.

Maria Ninguém,É Maria e é Maria, meu bem.Se eu não sou João de nada,Maria que é minha é Maria Ninguém.

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Luz do SolLetra e música: Caetano VelosoIntérprete: Caetano VelosoCarlos Coutinho

C9 C7 F7M Bb7/6Luz do sol, que a folha traga e traduzEm A7/6 G#7M G6 C#7Em verde novo, em folha, em graça, em vida, em força, em luzC9 C7 F7M Bb7/6Céu azul, que vem até onde os pésEm A7/6 G#7M G6 C7Tocam a terra e a terra inspira e exala os seus azuis

F7M Bb7/6 C9 C7/4 C7Reza, reza o rio, córrego pro rio, rio pro marF7M Bb7/6 C9Reza a correnteza, roça, beira, doura a areiaBm7 Bb7/6 Am7 Am6Marcha o homem sobre o chão, leva no coração uma ferida acesaDm7 G7/4 G7 C7M C6/9Dono do sim e do não diante da visão da infinita belezaF#m7 F7 Em7Finda por ferir com a mão essa delicadeza

Em6 D7 C#7MA coisa mais querida, a glória da vida

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London London

Letra e música: Caetano VelosoIntérprete: Gal CostaIn: ’Personalidade’Carlos Ilharco

Vou vagando por ai não sei quem souEstou sozinho em Londres, não sei pra onde vouAtravesso as ruasVou sem medo o meu caminhoSem conhecer ninguém pra dizer ’hello’ (alô)Sei que estou sozinhoVou tentando o meu caminhoSem medo minha vida vai seguindoE os meus olhosProcuram por qualquer coisa que vem do céuAs estações do ano passam por mimVerão, outono, inverno, depois a primaveraMe lembro o ano inteiroDo sol da minha terraÉ tudo diferente por aquiEnfim a vida é boaE eu não sei mais o que ficou pra trásSem pressas vou levando a vida á toaE os meus olhosProcuram por qualquer coisa que vem do céuEu não escolhi nem decidiAcontece que nem sei como vim parar aquiA grama é tão verde o céu cinza olhos azuisEu vim pra dizer simE eu digo simA grama é tão verde, olhos azuis em toda a parteEu vim pra dizer simE eu digo simE os meus olhosProcuram por qualquer coisa que vem do céu

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Lua de São JorgeLetra e música: Caetano VelosoIntérprete: Caetano VelosoCarlos Coutinho

D B7 E7Lua de São Jorge, lua deslumbranteA7 D A7Azul verdejante, cauda de pavãoD B7 E7Lua de São Jorge cheia, branca, inteiraA7 Bm F#mÓ minha bandeira solta na amplidãoG Gm D B7 E7 A7 DLua de São Jorge, lua brasileira, lua do meu coração

A F#7 B7Lua de São Jorge, lua deslumbranteE7 A E7Azul verdejante, cauda de pavãoA F#7 B7Lua de São Jorge, cheia, branca, inteiraE7 F#m C#mÓ minha bandeira solta na amplidãoD Dm A F#7 B7 E7 A E7Lua de São Jorge, lua brasileira, lua do meu coração

Lua de São Jorge, lua maravilhaMãe, irmã e filha de todo esplendorLua de São Jorge brilha nos altaresBrilha nos lugares onde estou e vouLua de São Jorge brilha sobre os mares, brilha sobre o meu amor

Lua de São Jorge, lua soberanaNobre porcelana sobre a seda azulLua de São Jorge, lua da alegriaNão se vê um dia claro como tuLua de São Jorge serás minha guia no Brasil de Norte a Sul

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Luz do SolLetra e música: Caetano VelosoIntérprete: Gal CostaCarlos Coutinho

Bb7+ Eb7+/9 Dm7/9 Cm7 Eb/F F7/9- Bb7+{Flauta}

1:Ab/Bb Eb7+/9 Ab7/13Luz do Sol que a folha traga e traduzDm7/9 G7/11+Em verde novo,

Gb7+ Bb7+ Eb7+/9 Db7+/9 Gb7+Em folha, em graça, em vida, em força, em luz

Bb7+ Ab/Bb Eb5+/7+ Eb7+ Ab7/13Céu azul que vem até onde os pésDm7/9 G7/11+Tocam na terra

Gb7+ Bb7+ Ab/BbE a terra inspira e exala seus azuis

Eb7+/9Reza, reza o rioEbm6/9 Bb7+ Ab/Bb Bb7/9Córrego para o rio, o rio pro marEb7+/9 Emb6/9 Bb7+Reza correnteza roça a beira doura a areiaAm5-/7Marcha o homem sobre o chãoD7/9- Gm7Leva no coração uma ferida acesaCm7/9Dono do sim e do nãoEb/F F7/9 Bb7+Diante da visão da infinita belezaEm5/7 A5+/7 Dm7+/9Finda por ferir com a mão essa delicadezaDm7/9A coisa mais queridaC7/9 Bb/D Eb7+ Em5-/7 Eb/F F7/9-A gló ...ria da vida

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