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Fado de Coimbra Arquivo de letras de música 28 de Janeiro de 2002 1

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Fado de Coimbra

Arquivo de letras de música

28 de Janeiro de 2002

1

Conteúdo

Adeus Sé velha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3À meia noite ao luar . . . . . . . . . . . . . . . . . 4A minha capa rasgada . . . . . . . . . . . . . . . . 5Ao cair da tarde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6Ao morrer os olhos dizem . . . . . . . . . . . . . . 7Balada da despedida . . . . . . . . . . . . . . . . . 8Balada da despedida (2) . . . . . . . . . . . . . . . 9Balada do Mondego . . . . . . . . . . . . . . . . . 10Balada do Outono . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11Capa negra, rosa negra . . . . . . . . . . . . . . . 12Coimbra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13Coimbra é uma lição . . . . . . . . . . . . . . . . 14Coimbra menina e moça . . . . . . . . . . . . . . 15Contos Velhinhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16Esmeralda verde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17Fado das fogueiras . . . . . . . . . . . . . . . . . 18Fado de Santa Cruz . . . . . . . . . . . . . . . . . 19Fado Hilário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20Fado solitário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21Feiticeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22Menina e moça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23Menino de oiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24Menino d’oiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26Minho encantador . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27No lago do Breu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28O fado dos passarinhos . . . . . . . . . . . . . . . 30Oh Coimbra do Mondego . . . . . . . . . . . . . . 31O meu desejo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32O meu menino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33Ondas do mar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34O sol anda lá no céu . . . . . . . . . . . . . . . . . 35Os teus olhos são tão verdes . . . . . . . . . . . . 36Pátria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37Protesto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38Samaritana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41Saudades de Coimbra . . . . . . . . . . . . . . . . 42Senhor poeta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43Torre de Santa Cruz . . . . . . . . . . . . . . . . . 44Vira de Coimbra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

2

Adeus Sé velha

Letra e música: ?(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

Adeus Sé velha saudosaCom guitarras a rezar

Minh’alma parte chorosaNo dia em que te deixar

A hora da despedidaSó durará um minuto...

Mas fica na minha vidaComo cem anos de luto!... [bis]

3

À meia noite ao luar

Letra e música: ?(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

À meia noite ao luarRé Lá

Vai nas ruas a cantarO boémio e sonhador

A recatada donzelaSol Ré

De mansinho abre a janelaLá

À doce canção de amor.

Ai como é beloRé

À luz da luaLá

Ouvir um fadoSol

Em plena ruaRé

O cantadorRé

ApaixonadoLá

Trinando as cordasSol

A cantar o fado.Ré

Dão as doze badaladasAo ouvir-se as guitarradasSurge um luar que é de prata [bis]A recatada donzelaDe mansinho abre a janelaVem ouvir a serenata.

Ai como é beloRé

À luz da luaLá

Ouvir um fadoSol

Em plena ruaRé

O cantadorRé

ApaixonadoLá

Trinando as cordasSol

A cantar o fado.Ré

4

Vira de Coimbra

Letra e música: ?(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

Coimbra p’ra ser CoimbraLá- Mi-

Três coisas há-de contarLa-

Guitarras, tricanas lindasMi-

E rouxinóis a voar.La-

Fui encher a bilha e trágo-aVazia como a leveiMondego qu’é da tu’aguaqu’é dos prantos que eu chorei.

Dizem que amor de estudanteNão dura mais que uma horaSó o meu é tão velhinhoInda não se foi embora.

45

Torre de Santa Cruz

Letra e música: ?(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

O Mondego perdeu a majestadeO luar sobre si não mais se viuO Mondego perdeu a majestadeO luar sobre si não mais se viu

E o famoso penedo da saudadeTem saudades da torre que caiuE o famoso penedo da saudadeTem saudades da torre que caiu

A velha academia está de lutoNos olhos das tricanas não há luzA velha academia está de lutoNos olhos das tricanas não há luz

Corroída p’los tempos longo e brutosCaiu a Catedral de Santa CruzCorroída p’los tempos longo e brutosCaiu a Catedral de Santa Cruz

Ré Mi- La7 Ré Fá#

Si- Fá#7Mi- Fá#-Fá#7Si-

44

A minha capa rasgada

Letra e música: ?(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

A minha capa rasgadaÉ espelho de um coraçãoPorque te diz p’ra seres minhaE lhe dizes sempre que não.

Lá no alto junto a DeusOuvi os anjos rezarCá na Terra junto a tiPassei a vida a penar.

5

Ao cair da tarde

Letra e música: ?(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

Lá longeLá-

Ao cair da tardeRé-

Vejo as nuvens de oiroSol

Que são os teus cabelos.Ré- Fa Mi

Fico mudo ao vê-losRé-

São o meu tesoiroLá-

Lá longeMi

Ao cair da tarde.Lá-

Lá longeAo cair da tardeQuando a saudadeSe esvai ao sol poente.

Como canção dolenteDuma mocidadeLá longeAo cair da tarde.

6

Senhor poeta

Música: Zeca Afonso (?)Letra: António Barahona; Manuel AlegreIntérprete: Zeca Afonso(fado de Coimbra)Fernando Carvalho (Gravação no mosteiro de Santa Clara (?))

Meu amor é marinheiro,E mora no alto mar,Seus braços são como o vento,Ninguém o pode amarrar.

Senhor poeta,Vamos dançar,Caem cometas,No alto mar.

Cavalgam Zebras,Voam duendes,Atiram pedras,Arrancam dentes.

Senhor poeta...

Soltam as velas,Vamos largar,Caem cometas,No alto mar.

43

Saudades de Coimbra

Letra e música: Edmundo Bettencourt (?)Intérprete: Edmundo Bettencourt(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

O Coimbra do MondegoLá- Mi Fá

E dos amores que eu lá tive

Quem te não viu anda cegoSol Do

Quem te não amar não vive

Do Choupal até à LapaFoi Coimbra os meus amores

A sombra da minha capaDeu no chão abriu em Flores

42

Ao morrer os olhos dizem

Letra e música: ?(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

Ao morrer os olhos dizemPara a morte espera aí

Vida não vás tão depressaQ’eu’inda te não vivi

A vida vai e a morteÉ quem responde em vez dela [bis]

Mas que culpa tem a vidaDe que não saibam vivê-la

7

Balada da despedida

Letra e música: ?(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

Coimbra tem mais encantoMi- La-

Na hora da despedida.Do Si7

Não me tentes enganar,Re Sol

Com a tua formosura,Si7 Mi-

Que para além do luar,Si7 Mi-

Há sempre uma noite escura.La- Si7

Coimbra tem mais encantoNa hora da despedida.

E as lágrimas do meu prantoMi-

São a luz que me dão vida.Ré Sol/si7

Coimbra tem mais encantoNa hora da despedida.

Quem me dera estar contente,Enganar a minha dor,Mas a saudade não mente,Se é verdade no amor.

8

Samaritana

Letra e música: Edmundo Bettencourt (?)Intérprete: Edmundo Bettencourt(fado de Coimbra)Azeituna

Dos amores do redentorDó

não reza a história sagradaRé#7dim

mas diz uma lenda encantadaRém Fá

que o bom Jesus sofreu de amor.Sol Sol7Dó

Sofreu consigo e calousua paixão divinalassim como qualquer mortalum dia de amor palpitou.

[Refrão]

Samaritana plebeia de SicalSol7Dó Ré#7dimSol

Alguém espreitando te viu Jesus beijarRém Sol7Dó

De tarde quando foste encontrá-lo sóSol7Dó Dó7 Fá

Morto de sede junto à fonte de Jacob.Dó Sol7Dó

E tu risonha acolhesteDó Lá7 Rém

o beijo que te encantouSol7Dó

Serena, empalidecesteLá7 Rém

e Jesus Cristo corouSol7Dó

Corou por ver quanta luzDó7 Fá

irradiava da tua fronteSol7Dó

Quando disseste ò bom JesusDó7 Fá

-’Que bem eu fiz, Senhor, em vir à fonte.’Sol7Dó

[Refrão]

41

sicais: uma cujo autor ignoro e ouvi pela primeira vez em1970, por um dos ’trovadores’ anónimos que na época apa-reciam e de que não existem gravações em disco e uma ou-tra que ouvi cantar numa sessão com o então Padre Fran-cisco Fanhais , alguns anos depois. Suponho também queFanhais nunca chegou a gravá-la em disco (em CD muito me-nos, como é óbvio: ninguém sabia o que isso era).

Ouvi várias opiniões sobre o autor destes versos, que nãosei identificar. Em qualquer dos casos, o estilo musical dasversões que conheci não tinha raízes de Coimbra. Chamemos-lhe apenas canção de protesto.

um abraço. Fernando Pais

40

Balada da despedida (2)

Letra e música: ?(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

Quando passas nos meus olhosNunca és o que eu sonhei

Se és vida nunca viviSe és amor nunca te amei

Não podes negar-me um beijoSenhora da minha vida

Nunca se nega um desejoa uma alma perdida

9

Balada do Mondego

Letra e música: ?(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

Ai oh água do MondegoAi águas do mondeguinhoNum dos teus barcos à velaSeguirei o meu caminho

Ai oh água do MondegoAi águas do mondeguinhoDeixa-me beber-te as águasQue me vou pôr a caminho

Adeus aulas, pesadelosDa vida que vai findarVou-me embora adeus, adeusMas hei-de um dia voltar

Hei-de voltar naquele diaEm que nos formos casarHei-de voltar naquele diaEm que nos formos casar

10

discursos, salmão, lagostapão duro, desespero e crostae sorrisos de hospedeirase assassínios de ceifeiras

[Refrão]

Ai não há dúvidacontinuam ainda a existiraté ao raio que há-de partiraté ao raio que os há-de partir

Nota: história deste Protesto

Para o caso de ter interesse a sua publicação, envio uma ’can-tiga de protesto’. Escrevo-a de memória, pode eventualmentefaltar um ou outro verso.

A crise estudantil e de acentuada contestação ao regimevigente culmina em Coimbra com a greve aos exames no anolectivo de 1968/69. A partir da visita do então PresidenteAmérico Tomás à inauguração do edifício das Matemáticas(17 de Abril, se não erro), sessão em que consegui então estarpresente, sendo presidente da Associação o actual deputadoAlberto Martins, meu colega de curso nesse ano, as coisascomplicaram-se. O presidente da Associação Académica pe-diu a palavra, que lhe foi recusada pelo Almirante. Depois,já no exterior da sala, nos corredores do novo edifício, houvevaias e recordo-me de um outro colega nosso, africano, lhe terchamado à sua passagem sepulcro caiado (o Almirante vestiade branco). Isto para além de outros mimos. A polícia dechoque não interveio logo ali, o que teria tido consequênciasmuito graves, talvez pelo facto do Ministro da Justiça de en-tão, prof. da Faculdade de Direito de Coimbra Mário Júliode Almeida e Costa), estar ali presente e ter evitado que talacontecesse. Esta foi pelo menos a versão que correu entre osestudantes.

Uma das formas de mobilização dos estudantes passavapelo convívio em que participavam alguns dos cantores deprotesto, como foi o caso de Adriano ou de José Afonso.Como diz um poeta espanhol, a poesia é uma arma carregadade futuro e os versos eram então uma das armas possíveis decombate.

A par das canções do Adriano ou do Zeca, hoje conheci-das porque delas existem registos gravados, outras eram can-tadas, algumas demasiado ’fortes’ para poderem ser sequergravadas.

Dos versos que escrevo a seguir conheci duas versões mu-

39

Protesto

Letra e música: ?Intérprete: Francisco Fanhais(canção de Coimbra)Fernando Pais

’Palhaço lacrimogéneo’Ai não há dúvidavocês existem ,vocês persistemvocês existem com grémios e tribunaismedidas de segurança e capitaisplenários, mercenários, festivaisgrades torturas verbenascativeiros de longas penascom vistas para o marpara matarpara matar

[Refrão]Palhaço lacrimogéneo capacete de açopalhaço lacrimogéneo capacete de aço

Vocês existem,baionetas e chá com boloscooperativas, clubes de mãesconcursos de gatos e cãescães de luxo para lambercães policiaspolícias cãespara morderbarracas de lata para vivertrapos suor e lodoamáveis conversas de casacae sobre as nossas cabeçasa matracaa matracaa matraca...

[Refrão]

Vocês existembordados a ponto cruzfazendo a guerrasugando o povosorvendo a luzcom Estoris, cocktails, recepçõeswhisky, cascatas e ralliestrapeiras e esconsos saguões

38

Balada do Outono

Letra e música: Zeca Afonso(fado de Coimbra)Arménia Rua, jj

mimÁguas

Erépedras do

mimrio

Meurésono va

mimzio

Nãorévão Acor

mimdar

mimÁguas

Dasréfontes ca

mimlai

Ó ribréeiras chor

mimai

Que eu nãosib7volto

réA can

mimtar

Rios que vão dar ao marDeixem meus olhos secarÁguasDas fontes calaiÓ ribeiras choraiQue eu não volto A cantar

ÁguasDo rio correndoPoentes morrendoP’ras bandas do marÁguasDas fontes calaiÓ ribeiras choraiQue eu não volto A cantar

Rios que vão dar ao marDeixem meus olhos secarÁguasDas fontes calaiÓ ribeiras choraiQue eu não volto A cantar

11

Capa negra, rosa negra

Música: António Portugal; Adriano Correia de OliveiraLetra: Manuel AlegreIntérprete: Adriano Correia de Oliveira(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

Capa negra, rosa negraRosa negra sem roseiraAbre-te bem nos meus ombrosComo o vento numa bandeira.

Abre-te bem nos meus ombrosVira costas à saudadeCapa negra, rosa negraBandeira de liberdade.

Eu sou livre como as avesE passo a vida a cantarCoração que nasceu livreNão se pode acorrentar.

12

Pátria

Música: António PortugalLetra: António Ferreira GuedesIntérprete: Adriano Correia de Oliveira(Fado de Coimbra)Fernando Pais

A minha boca é um cravona tua boca desfeitooutro cravo é o coraçãodesfolhado no teu peito

O coração só desfolhase lhe apodrece a raiztriste destino o destinoda gente do meu país

A minha boca é um cravona tua boca desfeitonascem cravos murcham cravosdesfolhados no teu peito

37

Os teus olhos são tão verdes

Letra e música: ?(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

Os teus olhos são tão verdesSão duas Avé-Marias

Um Rosário de amargurasQue eu rezo todos os dias

Os teus olhos não são teusDesde o dia em que te vi

Os teus olhos são os meusQue os meus cegaram por ti

36

Coimbra

Letra e música: ?(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

Coimbra tem mais encantoRé- Sol-

Na hora da despedida.

Que as lágrimas do meu prantoLá7 Ré-

São amores que lhe dão vidaDó7 Fá

Coimbra tem mais encantoNa hora da despedida

Quem me deraDó7

Estar contenteFá

Enganar a minha dorLá7 Ré-

Mas a saudade não menteLá7 Ré-

Se é verdade no amor.Lá# Lá7

13

Coimbra é uma lição

Música: Raul FerrãoLetra: José Galhardo(fado de Coimbra)Fernando Carvalho, Arthur Reed

Intr:Dó Lá- Láb Sol7

Coimbra do Choupal,Do-

Ainda és capital

Do amor em Portugal,

Ainda.Sol7

Coimbra, onde uma vez,Com lágrimas se fezA história dessa InêsTão linda!

Do-

Coimbra das canções,Tão meiga que nos põesOs nossos coraçõesA nu.Coimbra dos doutores,P’ra nós os teus cantoresA fonte dos amoresÉs tu.

CoimbraDóé uma li

Fá#dimção

De sonho e tradiçãoLáb Sol7

O lente é uma canção

E a lua a faculdadeDó

O livro é uma mulherFá#dim

Só passa quem souberLáb Sol7

E aprende-se a dizer

Saudade.Dó

nota:

Esta canção teve também uma versão inglesa - April in Por-tugal

14

O sol anda lá no céu

Letra e música: ?(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

O Sol anda lá no céuTão pertinho atrás da LuaTambém trago a minha almaDe castigo atrás da tua

Eu fui lavar ao MondegoAs penas da minhas mágoasMinhas mágoas eram negrasNegras ficaram as águas

Oh estrelinha do NorteEspera por mim que já vouEnsina-me o caminhoJá que o luar me enganou.

35

Ondas do mar

Letra e música: Fernando Rolim(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

Meu amor vem sobre as ondasMeu amor vem sobre o marAi quem me dera morrerNas águas do teu olharMeu amor vem sobre as ondasMeu amor vem sobre o mar

Dos meus olhos meu amorNascem as ondas do mar...Lágrimas tristes que choroSaudades do teu olhar!...

34

Coimbra menina e moça

Letra e música: ?(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

Coimbra menina e moçaLá Mi Ré

Rouxinol de Bernardim

Não há terra como a nossaFá# Si-

Não há no mundo outra assim. [bis]Mi Lá

Coimbra é de PortugalComo a flor é do jardimComo a estrela do céuComo a saudade é de mim.

15

Contos Velhinhos

Letra e música: Ângelo AraújoIntérprete: Zeca Afonso(fado de Coimbra)Fernando Pais

Contos velhinhos de amornuma noite branca e friatantos trago para contarsão pétalas duma flordesfolhadas ao luarcontos velhinhos de amornuma noite branca e friatantos trago para contar

Contos velhinhos os meussão contos iguais a tantosque tantos já nos contaramsão saudades de um adeusde sonhos que já passaramcontos velhinhos os meussão contos iguais a tantosque tantos já nos contaram

16

O meu menino

Letra e música: ?(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

O meu menino é d’oiroÉ d’oiro o meu menino

Hei-de levá-lo ao céuEnquanto for pequenino [bis]

Enquanto for pequeninoTão puro como o luar

Hei-de levá-lo ao céuHei-de ensiná-lo a cantar [bis]

33

O meu desejo

Letra e música: ?(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

O meu desejoLá

É dar-te um beijoSol

É ter desejo

De te beijarMi7

PerdidamenteSol(2v.Mi7)

Como quem senteDó(2v.Lá-)

Que o teu sorriso

Vai acabarLá-

O meu desejoÉ dar-te um beijoÉ ter desejoDe te beijar

Como quem amaDo Sol a chamaComo quem rezaSempre a chorar

32

Esmeralda verde

Letra e música: ?(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

Conheço a esmeralda verdeO verde d’água marinha

Nenhum verde é como o verdeDos teus olhos Joaninha

Conheço a esmeralda verdeO verde d’água marinha

Ai vou rezar à saudadeEste meu amor sem fim

São mágoas da mocidadeQue trago dentro de mim

Ai vou rezar à saudadeEste meu amor sem fim

17

Fado das fogueiras

Música: Francisco MenanoLetra: Augusto GilIn: ?, 1909’Fado de Coimbra’

Entraste com ar cansadoNuma Igreja fria e triste.Ajoelhei-me ao teu lado(Ai) - E nem ao menos me viste ...

Se aquilo que a gente sente,Cá dentro, tivesse voz,Muita gente ... toda a genteTeria pena de nós!

18

Oh Coimbra do Mondego

Letra e música: Zeca Afonso (?)(fado de Coimbra)A. Guimarães

Oh Coimbra do Mondegoe dos amores que eu lá tive [bis]quem te não viu anda cegoquem te não ama não vive [bis]

Do Choupal até à Lapafoi Coimbra meus amores [bis]e sombra da minha capadeu no chão abriu em flores [bis]

31

O fado dos passarinhos

Música: António MenanoLetra: popular: Açores(fado de Coimbra)Fernando Carvalho (Ilha das Flores)

Passarinho da ribeiraDó Sol Dó

Se não fores meu inimigo

Empresta-me as tuas asasFá

Deixa-me ir voar contigoSol Dó

Passarinho da ribeiraSol

Ai!...Se não fores meu inimigoFá Sol Dó

Ao longe cruzando o espaçoVai um bando de andorinhas [bis]

Que te leva um abraçoE muitas saudades minhas

Ao longe cruzando o espaçoAi!...Vai um bando de andorinhas

30

Fado de Santa Cruz

Música: Fortunato Roma da FonsecaLetra: ?Intérprete: Edmundo Bettencourt; António Menano(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

Igreja de Santa Cruzfeita de pedra morenaDentro de ti vão rezarUns olhos que me dão pena [bis]

Quando estavas na igrejaA teus pés ajoelheiÀ Virgem por mim rezavaÀ Virgem por ti rezei

19

Fado Hilário

Letra e música: Augusto HilárioIntérprete: António Menano(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

A minha capa velhinhaÉ da cor da noite escura,Nela quero amortalhar-me,Quando for p’ra sepultura.

A minha capa ondulanteFeita de negro tecido,Não é capa de estudanteÉ mortalha de vencido.

Ai!... Eu quero que o meu caixãoTenha uma forma bizarra,A forma de um coração,Ai!... A forma de uma guitarra.

20

Nota:

Balada de inspiração Brassens, define simultaneamente umestado de espírito e uma autobiografia, uma crise de consciên-cia (destruição do sentimento de remorso) e uma meio social(os prostíbulos do ’Terreiro da Erva’ ou os seus sucedâneosmais ou menos bem iluminados.

Zeca Afonso, ’Cantares’

29

No lago do Breu

Letra e música: Zeca Afonso(fado de Coimbra)Fernando Carvalho, Fernando Pais

No lago do Breu,Ré

Sem luzes no céu nem bom Deus

Que venha abrasar os ateus,Lá

No lago do Breu.Ré

No lago do Breu,A noite não vem sem sinaisQue fazem tremer os mortais,No lago do Breu.

Mas quem não for mau, não váLá

Que o céu não se compraráRé

Não vejo a razão p’ro serLá

Quem teme e não quer viverRé

Sem luzes no céu só mesmo como euSol-Ré

No lago do Breu.Lá Ré

No lago do Breu,Os dedos da noite vão juntosPara amortalhar os defuntos,No lago do Breu.

No lago do Breu,A lua nasceu mas ninguémPergunta quem vai ou quem vemNo lago do Breu.

Mas quem não for mau, não váQue o céu não se compraráNão vejo a razão p’ro serQuem teme e não quer viverSem luzes no céu só mesmo como eu,No lago do Breu.

No lago do Breu,Meninas perdidas eu sei,Mas só nestas vidas me achei,No lago do Breu.

28

Fado solitário

Música: Francisco MenanoLetra: Horácio MenanoIntérprete: António Menano(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

Dizem que as mães querem maisLá- Ré-

Ao filho que mais mal faz

Por isso te quero tantoRé- Lá-

Que tantas mágoas me dás

Perguntas-me o que é morrerMeu amor minha alegriaMorrer...passar um diaTodo inteiro sem te ver

21

Feiticeira

Letra e música: ?(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

Ó meu amor,Sol

minha linda feiticeira,Ré

Eu daria a vida inteiraDó

Por um só beijo dos teus.Sol

Por teu amor,Mi

A minha vida era pouca,Lá-

P’ra beberes da minha boca,Ré

O beijo do eterno adeus.Sol

Ó meu amorSonho lindo este que eu tiveÚnica esperança que viveNa minha alma a soluçar.

Por teu amorEu morria de desejoDeste-me a vida num beijoEu vivi por te beijar.

22

Minho encantador

Música: Paulo SáLetra: F. Vilela Passos(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

ASoldeus Minho encanta

Rédor

Onde vive o meu aDómor

Tão sozRéinho abandon

Solado [bis]

EMieu hei-de voltar um

Lá-dia

P’ra senhora da AgoRénia

Há-de ser nosso noiSolvado [bis]

E seSoleu nunca mais vol

Rétar

Deixei meus olhos choDórar

Num a[bis]deus a despe

Rédida

EMifico a solu

Lá-çar

Importa o mundo faRélar

Sobre a minha alma perSoldida [bis]

E aMideus Minho encanta

Lá-dor

Onde vive o meu aRémor...

Tão sozinho abandonSolado [bis]

27

Menino d’oiro

Letra e música: Zeca AfonsoIn: ’As primeiras canções’(canção de Coimbra)Aménia Rua

O meu menino é d’oiroÉ d’oiro finoNão façam casoQue é, pequeninoNão façam casoQue é pequenino

O meu menino é d’oiroD’oiro fagueiroHei-de levá-loNo meu veleiroHei-de levá-loNo meu veleiro

Venham aves do céuPousar de mansinhoPor sobre os ombrosDo meu meninoDo meu meninoDo meu menino

Venham comigo venhamQue eu não vou sóLevo o meninoNo meu ternóLevo o meninoNo meu ternó

26

Menina e moça

Música: Fausto FrazãoLetra: popularIntérprete: António Menano(fado de Coimbra)Fernando Pais

É preciso ter sofridoe ter-se de amores choradopara se entender o sentidoque há na tristeza do fado.

Numa noite de luarsob um céu doce e caladonada se pode igualarà mágoa de um triste fado.

23

Menino de oiro

Letra e música: Zeca AfonsoIn: ’As primeiras canções’(fado de Coimbra)Fernando Carvalho

O meu menino é d’oiroÉ d’oiro finoNão façam caso que é pequeninoO meu menino é d’oiroD’oiro fagueiroHei-de levá-lo no meu veleiro.

Venham aves do céuPousar de mansinhoPor sobre os ombros do meu meninoDo meu menino, do meu meninoVenha comigo venhamQue eu não vou sóLevo o menino no meu trenó.

Quantos sonhos ligeirosp’ra teu sossegoMenino avaro não tenhas medoOnde fores no teu sonhoQuero ir contigoMenino de oiro sou teu amigo

Venham altas montanhasVentos do marQue o meu meninoNasceu p’r’amarVenha comigo venhamQue eu não vou sóLevo o menino no meu trenó.

O meu menino é d’oiroÉ d’oiro é de oiro finoNão façam caso que é pequeninoO meu menino é d’oiroD’oiro fagueiroHei-de levá-lo no meu veleiro.

Venham altas montanhasVentos do marQue o meu meninoNasceu p’r’amarVenha comigo venham

24

Que eu não vou sóLevo o menino no meu trenó.

25