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ARQUITECTURA DE PELE E OSSOS: UM ATLAS DE IMAGENS COMO COMPLEMENTO DA LEITURA DO TEXTO “MIES POPULAR” DE JUAN JOSÉ LAHUERTA 1 FAUP / PDA / DOMÍNIO DAS IMAGENS. TEORIAS E PRÁTICAS DA REPRESENTAÇÃO 2011/12 Paulo Adriano Vieira Lousinha 1 de 11 1 Juan José Lahuerta, “Mies Popular” in Humaredas. Arquitectura, Ornamentación, Medios Impresos. Madrid, Lampreave, 2010, p. 286-339.

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ARQUITECTURADE PELE E OSSOS:UM ATLAS DE IMAGENS COMO COMPLEMENTO DA LEITURA DO TEXTO “MIES POPULAR” DE JUAN JOSÉ LAHUERTA1

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Paulo Adriano Vieira Lousinha 1 de 11

1 Juan José Lahuerta, “Mies Popular” in Humaredas. Arquitectura, Ornamentación, Medios Impresos. Madrid, Lampreave, 2010, p. 286-339.

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A desmaterialização da arquitectura miesiana explica-se bem através do seu próprio aforismo “arquitectura de pele e ossos“, que usava com frequência para se afastar de qualquer especulação estética ou questão formal. 2 No texto “Mies Popular”, Lahuerta parte da sequência de fotomontagens do edifício de escritórios de 1921, na Friedrichstraße, para ver no registo do colectivo de Camera Work, mais do que uma influência sobre o modo de representar a arquitectura, uma influência sobre a sua - de Mies - própria arquitectura.

Mas regressemos para já, ao desenho a carvão e grafite do edifício. O que nós vemos? Lahuerta cita uma leitura possível recorrendo às metáforas habituais: uma gigantesca quilha, o fio ameaçador de uma enorme faca, um bisturi. 3

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2 Fritz Neumeyer, Mies van der Rohe, La Palabra Sin Artificio. Reflexiones Sobre Arquitectura1922/1968. Madrid, El Croquis Editorial, 1995 p. 261.

3 Juan José Lahuerta, “Mies Popular” in Humaredas. Arquitectura, Ornamentación, Medios Impresos. op. cit., p. 287.

1. Na página anterior, Mies van der Rohe, perspectiva exterior norte do edifício de escritórios da Friedrichstraße, em Berlim. (1921, desenho a carvão e grafite, 173,4 x 121,9 cm).

2. Frame do filme de terror “Dark Ride” de Craig Singer, 2006.

3. Frames do filme “Psycho” de Alfred Hitchcock, 1960.

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Ou a proa afiada de um navio, acrescentaria eu.

Antes de atingir a versão final, este desenho de Mies para o concurso de um edifício de escritórios na Friedrichstraße, passou por várias fases, em saltos de uma sucessiva

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4. Langley (CV1), vista aérea da proa com um avião no deck, 3 de Agosto de 1923.

5. Langley (CV-1), outra vista aérea, 1923.

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abstracção da envolvente, cada vez mais obscurecida, afastando-se da fotomontagem inicial, mas revelando um objecto - o prédio a concurso - numa imagem o mais forte possível: “O objecto mais simples de ver.”4 Lahuerta considera ser possível ordenar as imagens no tempo através deste processo de obscurecimento. Na primeira conseguimos ver com detalhe o paralelepípedo e as lajetas no pavimento ou os anúncios das lojas, bem como - pelo elevado tempo de exposição da fotografia - as silhuetas fantasmagóricas de quem percorre a rua. Na segunda os detalhes do pavimento e dos edifícios perdem legibilidade. São obscurecidas pelo carvão de Mies, para finalmente chegar ao desenho, que de um mesmo ângulo rente ao chão, mostra um edifício ostensivamente visível, tão mais visível, quanto invisíveis ficam as outras fachadas da rua. Mas nesta sequência, há uma outra mudança radical na passagem da primeira para a segunda fotomontagem: a fachada de vidro que era opaca, transforma-se numa pele transparente que deixa ver esqueleto, formado por finas lajes horizontais. Olhando estas imagens, percebe-se o que Mies quis dizer quando escreveu em 1922 “Só os arranha-céus que se encontram ainda em

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4 Georges Didi-Huberman, O Que Nós Vemos, O Que Nos Olha. Porto, Dafne Editora, 2011, p. 29. Título do capítulo sobre “Imagens da tautologia: paralelepípedos da arte minimalista.”

6. Mies van der Rohe, fotomontagem inicial do edifício de escritórios, 1921.

7. Mies van der Rohe, outra fotomontagem do edifício de escritórios, 1921.

8. Mies van der Rohe, perspectiva exterior norte do edifício de escritórios da Friedrichstraße, em Berlim, 1921 (desenho a carvão e grafite, 173,4 x 121,9 cm).

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construção reflectem as suas audazes ideias estruturais, e durante esta fase o efeito que produz o seu esbelto esqueleto de ferro é imponente. Ao colocar o revestimento exterior destrói-se por completo esta impressão e anula-se a ideia estrutural que é a base necessária para a configuração artística.”5

Esta visão fantasmagórica do desenho de Mies, remete-nos para a descoberta que o alemão Wilhelm Roentgen fez em finais de 1895, que curiosamente, antes de ter tido uma

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5 Mies van der Rohe, “Rascacielos” in Fritz Neumeyer, Mies van der Rohe, La Palabra Sin Artificio. Reflexiones Sobre Arquitectura 1922/1968. Madrid, El Croquis Editorial, 1995, p. 362.

9. Primeira imagem de raio-x, 22 de Dezembro de1895; o anúncio da descoberta de Roentgen foi ilustrado com uma imagem de mão da própria mulher.

10. Raio-x de corpo inteiro numa única exposição, de um adulto calçando botas com tachas; data desconhecida.

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utilidade médica, era um popular divertimento de feiras. O raio-x, essa imagem abstracta e transparente com que passámos a ver o corpo humano numa delicada gama de cinzentos, entre a luz e a sombra, segundo Lahuerta, é exactamente a mesma que vemos nos desenhos dos arranha-céus de vidro. Arquitectura de pele e ossos. “A radiografia transforma aquilo que era opaco em transparente, e deixa ver o interior que até ao momento havia permanecido oculto, ainda que na realidade o faça à conta de uma enorme simplificação [...] a massa confusa de carne e sangue se transformam nessa subtil gaze vaporosos e brilhantes que envolvem os ossos, todo ela a preto e branco, contemplada numa translúcida placa fotográfica de vidro.”6

O desenho a carvão de Mies de que partimos, partiu ele próprio de uma fotografia invernal, que mostra uma cidade cinzenta e desvanecida, para acabar ainda mais obscurecida na sucessiva aproximação à representação final do objecto: quanto mais obscurecida estiver a cidade, maior será o protagonismo do objecto representado. Esta percepção - da cidade nublosa e obscurecida - é suficiente para Lahuerta associar esta imagem à estética que

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6 Juan José Lahuerta, “Mies Popular” in Humaredas. Arquitectura, Ornamentación, Medios Impresos. op. cit., p. 295.

11. Alfred Stieglitz, A Derigible, Camera Work, 1910 (17,7 x 18 cm).

12. Alfred Stieglitz, The City of Ambitions, 1910.

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gravitava em torno da revista trimestral de fotografia Camera Work, publicada por Alfred Stieglitz entre 1903 e 19017.7

Neste período, as imagens do próprio Alfred Stieglitz, mas também Alvin Langdon Coburn ou Edward Steichen, aplicam técnicas e estilos da fotografia pictoralista, não nos temas habituais - manchas de nuvens, amanhecer e pôr-do-sol, montanhas envoltas em nevoeiro, paisagens em contraluz, árvores retorcidas e retratos mais ou menos esbatidos - mas na representação da cidade moderna de vanguarda: Nova Iorque. Troca-se a natureza habitual do pictoralismo, por uma outra “natureza”. E um dos temas preferidos nesta nova “natureza”

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7 Juan José Lahuerta, “Mies Popular” in Humaredas. Arquitectura, Ornamentación, Medios Impresos. op. cit., p. 296.

13. Em cima, Alfred Stieglitz, The Flatiron, Camera Work, 1903.

14. Ao lado, Edward Steichen, The Flatiron, Camera Work 14, 1906.

15. Em baixo, Alvin Langdon Coburn. The Flatiron, 1912.

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é o arranha-céus, quer pela sua inesperada escala, quer pelo seu ameaçador tamanho. Nesta primeira década do século XX, o Flatiron que acabou de ser construído em 1902, rapidamente se transformou no arranha-céus preferido dos fotógrafos. Pela característica particular do lote onde se implanta, na intercepção da Quinta Avenida com a Broadway, em frente a Madison Square, assume uma forma cortante, como se de uma gigantesca proa de um navio se tratasse, avançando decidido sobre a cidade. Esta fotogenia, produz uma imagem poderosa, captada invariavelmente rente ao chão e repetida vezes sem conta.

Aqui, chegamos de novo ao início do nosso texto, para terminar citando Lahuerta: “O que nos ocorre quando colocamos estas fotografias ao lado das perspectivas do arranha-céus da Friedrichstraße? Fica claro, e haveria pouco para discutir sobre isso, que as fotomontagens e os desenhos de Mies surgem do tipo de representação característico do próprio expressionismo alemão, mas talvez não se tenha valorizado suficientemente a influência, que creio determinante, que o pictoralismo urbano de círculo de Camera Work exerceu sobre arquitectos como Mies, não só sobre a sua ideia de representação da arquitectura, mas sobre a arquitectura ela mesma, ou, melhor ainda, sobre o modo como esta se impõe na cidade: formalmente, ideologicamente.”8

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8 Juan José Lahuerta, “Mies Popular” in Humaredas. Arquitectura, Ornamentación, Medios Impresos. op. cit., p. 301.

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Bibliografia

DIDI-HUBERMAN, Georges, O Que Nós Vemos, O Que Nos Olha. Porto: Dafne Editora, 2011.

LAHUERTA, Juan José, “Mies Popular” in Humaredas. Arquitectura, Ornamentación, Medios Impresos. Madrid: Lampreave, 2010, p. 286-339.

FORTY, Adrian, Words and Buildings. A Vocabulary of Modern Architecture. Londres: Thames & Hudson, 2004.

NEUMEYER, Fritz, Mies van der Rohe, La Palabra Sin Artificio. Reflexiones Sobre Arquitectura 1922/1968. Madrid: El Croquis Editorial, 1995.

Lista de Imagens

1. Na página anterior, Mies van der Rohe, perspectiva exterior norte do edifício de escritórios da Friedrichstraße, em Berlim. (1921, desenho a carvão e grafite, 173,4 x 121,9 cm).

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_CijcaA9yq58/TO_EPqYQQXI/AAAAAAAAIHY/iwhv_dlhjRI/s1600/Mies%2BVan%2BDer%2BRohe%253B%2BFriedrichstrasse%2BTower%252C%2B1921.jpg

2. Frame do filme de terror “Dark Ride”, de Craig Singer, 2006.Fonte: http://www.best-horror-movies.com/image-files/dark-ride-killer-with-knife.jpg

3. Frame do filme “Psycho” de Alfred Hitchcock, 1960.Fonte: http://static.guim.co.uk/sys-images/Observer/Columnist/Columnists/2010/9/30/1285864655594/psycho-006.jpg

4. Langley (CV1), ex-Jupiter; vista aérea da proa com um avião no deck, 3 de Agosto de 1923.

Fonte: http://media.nara.gov/media/images/43/12/43-1192a.gif

5. Langley (CV-1), outra vista aérea, 1923Fonte: http://www.navsource.org/archives/02/020105.jpg

6. Mies van der Rohe, fotomantagem inicial do edifício de escritórios, 1921.Fonte: Mies van der Rohe, European Works. London: Academy Editions / St. Martin´s Press, 1986

7. Mies van der Rohe, outra fotomontagem do edifício de escritórios, 1921.Fonte: http://payload.cargocollective.com/1/0/1987/2204365/mies_office_tower_friedrichstrasse_1922_2048.jpeg

8. Mies van der Rohe, perspectiva exterior norte do edifício de escritórios da Friedrichstraße, em Berlim, 1921 (desenho a carvão e grafite, 173,4 x 121,9 cm).

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_CijcaA9yq58/TO_EPqYQQXI/AAAAAAAAIHY/iwhv_dlhjRI/s1600/Mies%2BVan%2BDer%2BRohe%253B%2BFriedrichstrasse%2BTower%252C%2B1921.jpg

9. Primeira imagem de raio-x, 22 de Dezembro de1895; o anúncio da descoberta de Roentgen foi ilustrado com uma imagem de mão da própria mulher.

Fonte: http://www.nlm.nih.gov/dreamanatomy/images/1200%20dpi/Z1.jpg

10. Raio-x de corpo inteiro numa única exposição, de um adulto calçando botas com tachas; data desconhecida

Fonte: http://www.bl.uk/learning/images/bodies/illustrations/x-ray-lg.jpg

11. Alfred Stieglitz, A Derigible, Camera Work, 1910 (17,7 x 18 cm)Fonte: http://www.photogravuregallery.com/images/large/CameraWork_36_08.jpg

12.Alfred Stieglitz, The City of Ambitions, 1910.Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_knHmw4EPfhE/TGZaKWj0vwI/AAAAAAAACPM/mtoWIR4IwWI/s1600/StieglitzCityAmbition1910.jpg

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13. Em cima, Alfred Stieglitz, The Flatiron, Camera Work, 1903.Fonte: http://www.christies.com/LotFinder/lot_details.aspx?intObjectID=4953901

14. Ao lado, Edward Steichen, The Flatiron, Camera Work 14, 1906.Fonte: http://s3.amazonaws.com/data.tumblr.com/tumblr_l2gzdgpnQw1qayv9no1_1280.jpg?AWSAccessKeyId=AKIAJ6IHWSU3BX3X7X3Q&Expires=1328996701&Signature=a0jqik8nCJ2og9I%2FCd29IT%2FXvVA%3D

15. Em baixo, Alvin Langdon Coburn. The Flatiron, 1912.Fonte: http://blog.eastmanhouse.org/wp-content/uploads/2010/10/196701440303.jpg

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