Arquidiocese de Braga - BOLETIM · 2016. 9. 15. · De registar que nos parágrafos 10 e 11 se...

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editorial B O L E T I M *30 março 2015 . boletim trimestral . ano 7 E ducar alguém na fé cristã, iniciar à vida em Cristo, é tudo me- nos um ato isolado, que se possa realizar de modo solitário: é educar na e pela relação! Esta relação com Deus, do Deus que vive em nós, mostra-se sobretudo no modo como nos situa- mos no mundo: «eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé» (Tg 2, 18). Os cristãos entendem a sua relação com o mundo a partir do conceito de Caridade, porque a «fé sem caridade não dá fruto e a caridade sem fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida» (PF 14). Ao longo deste ano tive a possibilidade de tomar consciência de que a fé sem obras está morta? Foi possível viver a alegria do Evangelho no encontro com os outros, orientado pelas obras de misericórdia? Concretizar em gestos simples e diários, no próximo, o amor a Deus? Refletir sobre a Constituição Pastoral Gaudium et Spes? O que é que ainda posso fazer?

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BOLETIM 1

editorial

B O L E T I M *30março 2015 . boletim trimestral . ano 7

Educar alguém na fé cristã, iniciar à vida em Cristo, é tudo me-nos um ato isolado, que se possa realizar de modo solitário: é educar na e pela relação! Esta relação com Deus, do Deus

que vive em nós, mostra-se sobretudo no modo como nos situa-mos no mundo: «eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé» (Tg 2, 18). Os cristãos entendem a sua relação com o mundo a partir do conceito de Caridade, porque a «fé sem caridade não dá fruto e a caridade sem fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida» (PF 14).

Ao longo deste ano tive a possibilidade de tomar consciência de que a fé sem obras está morta? Foi possível viver a alegria do Evangelho no encontro com os outros, orientado pelas obras de misericórdia? Concretizar em gestos simples e diários, no próximo, o amor a Deus? Refletir sobre a Constituição Pastoral Gaudium et Spes? O que é que ainda posso fazer?

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BOLETIM 2

Secção OPINIÃO

Leigos ConsagradosP.E LUÍS MIGUEL FIGUEIREDO RODRIGUES

Quando, a 28 de Outubro de 1965, se publicou o Decreto Perfecta Caritatis, dava-se origem à renovação dos institutos de vida religiosa,

na fidelidade à novidade trazida pelo Vaticano II. Este documento procurou ser o estímulo para que a vida consagrada acompanhasse a renovação eclesial. Nem podia ser de outro modo, pois a vida consagra-da faz parte da essência da Igreja.

De registar que nos parágrafos 10 e 11 se aborda a possibilidade de existirem leigos e leigas «consa-grados» através dos mesmos três votos dos conse-lhos evangélicos [pobreza, obediência e castidade], sem que sejam considerados religiosos. Na verda-de, são chamados leigos consagrados, vinculados a um instituto secular. A existência destes parágrafos justifica-se porque ao tempo não estava ainda clara-mente definida a distinção entre religiosos e leigos consagrados, o que veio a ocorrer mais tarde. Mais uma vez se verifica que o Espírito suscita sempre dinamismos novos na Igreja e que a capacidade de os compreender e «catalogar» é sempre posterior, como não podia deixar de ser.

O que não deixa de ser evidente é que a fidelida-de ao testemunho trinitário presente na Igreja sus-citou ao longo dos séculos as comunidades de vida monástica e de vida apostólica nas quais germinou, apoiando-se, uma sobre a outra, a experiência pas-toral e o aprofundamento teológico. No nossos dias, tal como no passado, há de ser nestas comunidades onde a fé e a reflexão sobre a mesma se realiza que se há de restaurar os seus verdadeiros fundamentos. É na circularidade de carismas, descobertos e vividos por comunidades espiritualmente livres, onde se de-senvolverão os caminhos de uma renovação espiri-tual, teológica e missionária, digna do chamamento profético do Vaticano II (Cf. Marie-Joseph Le Guillou).

Estas novas organizações de apostolado secular, excepcionalmente dinâmicas, chegariam a ser de-

nominadas pelo termo genérico de «movimentos», expressão que nem o Vaticano II nem o Código de Direito Canónico empregam ao referir-se aos cris-tãos leigos, pois falam mais de associações seculares. João Paulo II utilizou-a em 1981, referindo-se aos novos movimentos na Igreja que é ela mesma movi-mento. Na Redemtoris Missio assinala como uma no-vidade surgida recentemente em não poucas Igrejas

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BOLETIM 3

Leigos Consagradoscom que experimentassem uma amarga decepção de impotência, assim como a ineficácia dos seus mé-todos, ainda que tivessem algum desejo de evange-lizar e não só de ‘manter a fé’. Logo, esta novidade do Espírito, que leva alguns batizados a consagrarem a sua vida à causa do Reino, não pode deixar de ser considerada na hora de redescobrir os «velhos» mo-dos de viver a especial consagração.

Estas novas realidades têm a característica de estarem dotadas de uma certa imprevisibilidade, mutabilidade, assombro, profunda novidade, gra-tuidade e liberdade. Não podia ser de outra forma, ao serem expressão da ação do Espírito Santo na Igreja.

Ajudam a Igreja a tomar consciência de algumas dimensões que podem continuar esquecidas. São realidades eclesiais novas, onde se verifica a impor-tância e o papel dos leigos, totalmente competentes e autónomos na sua missão eclesial. São de origem carismática, pois pertencem à vida e dinamismo da Igreja, não à sua estrutura ou dimensão institucional, logo surgem inesperadamente conforme a liberdade e a imprevisibilidade do Espírito Santo. Possuem um forte impulso missionário numa sociedade seculari-zada. Têm como tarefa principal a missão no mundo, no qual se situam como testemunhas daqueles va-lores cristãos que o vendaval secularista pretendeu apagar. Mas a grande novidade profética advém do facto de viverem no hoje da nossa história o aconte-cimento cristão de modo excepcional, recuperando aquelas formas de ser cristão que foram esquecidas pela grande massa dos cristãos. Tratam de encarnar na vida a Jesus Cristo, o Senhor, e de testemunhá-Lo desde essa experiência vital. Por isso têm um grande potencial para impulsionar caminhos de nova evan-gelização, não por estratégia mas como consequên-cia do seu encontro existencial com o acontecimen-to Jesus Cristo, em comunhão com a Igreja.

o grande desenvolvimento dos movimentos ecle-siais, dotados de um forte dinamismo missionário.

Na Igreja-movimento, estes movimentos sobres-saem e chamam a atenção pela sua novidade e por um dinamismo espiritual, missionário e evangeli-zador; supõem uma forte interpelação para outras realidades eclesiais mais antigas e tradicionais que o tempo foi anquilosando e que a modernidade fez

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BOLETIM 4

Secção OPINIÃO

Formação (Filosofia) Cristã de Adultos V – Viver A PácoaANTÓNIO JOAQUIM GALVÃO

Ainda a saborear a densidade espiritual da Vi-gília Pascal, da «passagem» da «noite» para a «luz», das trevas do pecado para a alegria da

liberdade de sermos filhos de Deus, da ressurreição do Senhor e do Espírito Santo que nos une em Igreja renasce em mim a esperança de partilhar com todos a alegria de continuarmos a viver a Páscoa.

Viver a “Páscoa é dizer sim ao amor e à vida; é in-vestir na fraternidade, é lutar por um mundo melhor, é vivenciar a solidariedade.” (Stela Maris Blandino) e como nos diz o Papa Francisco (Evangelii Gaudium, EG) procurar “comunicar cada vez melhor a verda-de do Evangelho num contexto determinado, sem renunciar à verdade, ao bem e à luz que pode dar, quando a perfeição não é possível” (EG, 45).

O desejo de responder ao apelo de Jesus: «Sede, pois, perfeitos, como é perfeito vosso Pai celeste» (Mt 5, 48) convida-nos à santidade (1Tes 4, 3 e Ef 1, 4) e chama-nos a vivermos e a comunicarmos o Seu amor - a mensagem da Santíssima Trindade. A renas-cermos do poder criador do Espírito de Deus no seio da Igreja que nos acolhe e nos aceita na comunhão do Corpo de Cristo. Para sermos Igreja temos que ser batizados «num só Espírito para formarmos um só corpo» (1 Cor 12, 13) que é «morada de Deus» (Ef 2, 22), tornarmo-nos templo do Espírito Santo (1 Cor 3, 16) e sermos o novo Povo de Deus que na Páscoa nasceu segundo a lei do Amor gravada no coração de cada um: “Peçamos ao Senhor que nos faça com-preender a lei do amor. Que bom é termos esta lei! Como nos faz bem, apesar de tudo amarmo-nos uns aos outros!” (EG, 101).

É neste contexto de Amor que a celebração da Páscoa tem um significado importante, de reno-vação, de mudança, de libertação. É um momento oportuno para fazermos uma reflexão sobre a nossa vida, sobre a nossa família, sobre a nossa vocação à santidade, sobre a nossa profissão, sobre o nosso país e o mundo que queremos à luz da verdade da Pás-coa da Ressurreição! Cuidado! Não adormeçamos no «jardim das oliveiras» à espera que Cristo tudo faça,

mas sejamos vigilantes para que Jesus Cristo seja a nossa Páscoa (1 Cor 5,7) e levemos luz onde haja escuridão; levemos esperança onde reine o deses-pero; tenhamos compaixão perante a dor… que o nosso serviço e testemunho andem de mãos dadas na missão das diversas situações em que o homem de hoje se encontra. Sejamos pessoas de fé e oração para com S. Paulo compreendermos que «onde, po-rém, abundou o pecado, superabundou a graça, para que, assim como o pecado reinou pela morte, assim também reine a graça pela justiça» (Rom 5, 20-21).

Viver a Páscoa é ser capaz de mudar; é ser capaz de partilhar a vida com esperança: “não deixemos que nos roubem a esperança!” (EG, 86); é ser capaz de estar junto com os que sofrem: “não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno!” (EG, 101); é ser capaz de estar disponível para ajudar os outros num clima de verdadeira libertação: “não deixemos que nos roubem o Evangelho!” (EG, 97); é crer na vida capaz de vencer a morte, é vivermos ressuscitados com Ele em Igreja: una, santa, católica e apostólica.

Independentemente do grau de instrução/for-mação e ou profissão é num mundo de contrastes que as pessoas investem na fraternidade e vivem a solidariedade no sentido de procurar a mudança para melhor! “A formação dos leigos e a evange-lização das categorias profissionais e intelectuais constituem um importante desafio pastoral” (EG, 102) para vivermos a Vida, para vivermos a Páscoa. É mistério. Mas porque é Vida com o Espírito San-to abre-nos à vontade de Deus, à Palavra de Deus que nos acompanha no nosso dia-a-dia e nos re-vela constantemente o Novo e nos leva a novos caminhos. Hoje são muitas as pessoas, mesmo nas nossas comunidades, que vivem afastadas de Deus e que não vivem a Páscoa. Rezemos a Jesus que aumente a nossa fé, que nos torne atentos aos sinais dos tempos das nossas comunidades e nos disponibilizemos para O levarmos em novo corte-jo pascal! Que as pessoas O vejam a Ele e não a nós! Vivamos alegres porque Ele é Vida e salvação

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BOLETIM 5

Formação (Filosofia) Cristã de Adultos V – Viver A Pácoa

para todos. Não esperemos que o fruto do nosso trabalho seja imediato, mas não deixemos de fazer o que deve ser feito segundo a Sua vontade.

O Papa Francisco disse que a «Igreja é uma mãe e não uma empresária». Disse que é uma mãe que deve alimentar os seus filhos com a Palavra de Deus, com a Verdade do Evangelho que se mani-festa em obras concretas segundo o Espírito por medida que Deus dá a quem envia (Jo 3, 34). So-mos enviados em Seu nome e “os desafios existem para ser superados. Sejamos realistas, mas sem perder a alegria, a audácia e a dedicação cheia de esperança. Não deixemos que nos roubem a força missionária!” (EG, 109) para melhorarmos as coisas que não gostamos de ver e sermos mais felizes por dar do que por receber! Por vivermos à maneira de Jesus acreditando que o Amor fala mais alto do que o individualismo, do que o consumismo, do que o economicismo desenfreado… e abrirmos o coração à misericórdia do Senhor na Fé, na Espe-rança e na Caridade.

Vamos educar-nos neste esforço constante de dar o nosso contributo para uma esperança sempre nova e renovada de partir em missão para anunciar a Vida, a Ressurreição no meio em que nos encon-tramos, “de evangelizar, de humanizar e, sobretudo, de dar a tudo isto aquela plenitude que Cristo deu pela sua Igreja viva, feita de amor, de comunidade, de esperança e de perenidade” (Fátima Magalhães stj).

É porque quero viver esta Verdade no meu dia-a--dia, com a minha família, com os meus amigos, com os meus colegas de estudo, de trabalho, de desporto e lazer, com os que vivem marginalizados, excluídos da sociedade, nos grandes centros urbanos, nas pe-riferias… em toda a parte e lugar que eu preciso da pessoa de Jesus Ressuscitado. Que eu preciso ser cristão da ressurreição, de ser cristão da alegria por-que vivo na Alegria de Cristo Ressuscitado, na litur-gia, nas bem-aventuranças, nas obras de misericór-dia… contribuindo para um mundo novo, de paz, de humildade, de serviço e de justiça.

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BOLETIM 6

Secção PONTES DOS ARCIPRESTADOS Amares

ARCIPRESTADO DE AMARES ORGANIZA “VIGÍLIA DE ORAÇÃO”

Os catequistas do arciprestado de Amares concretizaram no passado dia 26 de feverei-ro uma Vigília de Oração em tempo quares-

mal com o tema ‘Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro’, reflectindo sobre as Obras de Misericórdia Espirituais. Este momento de oração, que teve lugar na Igreja Paroquial de Caires foi presidido pelo Sr. Pe. Avelino, arcipreste de Amares e contou com a pre-sença de cerca de 100 catequistas.

Esta oração foi, para além de uma oportunidade de rezar em comunhão, uma ótima ocasião para re-fletir sobre o tempo de Quaresma vivido.

No final, houve ainda tempo para um pequeno lanche partilha onde foi possível o convívio entre pá-rocos e catequistas presentes.

II CORTEJO BÍBLICO DO ARCIPRESTADO DE BARCELOS

No domingo dia 8 de Março teve lugar o II COR-TEJO BÍBLICO DO ARCIPRESTADO DE BARCE-LOS, inserido na Semana Bíblica Arciprestal.

Esta atividade, organizada pela Equipa de Cate-quese Arciprestal, contou com a participação de cen-tenas de jovens, crianças e adultos.

Foram representados cerca de 95 quadros, entre personagens, passagens Bíblicas, documentos da igreja e formação.

O percurso começou no Parque da Cidade pelas 15 horas e terminou no Largo Dr. Martins Lima pelas 18 horas.

Barcelos

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BOLETIM 7

Celoricode Basto

Secção PONTES DOS ARCIPRESTADOS

Realizou-se no fim de semana 28 de fevereiro e 1 de março 2015, na casa do Verbo Divino em Guimarães, um retiro para os catequistas do

Arciprestado de Celorico de Basto, que contou com a orientação do Sr. Padre Leonel Claro (Missionário Comboniano) auxiliado por um casal amigo, Goreti e Rodrigo. Contou ainda com a presença de 30 cate-quistas do arciprestado.

Um retiro vive-se… Dificilmente se conta. Da vida à Palavra e desta à expressão da fé, na oração comunitária e pessoal, assim se partilhou mais um fim-de semana, onde a alegria de nos deixarmos se-guir e transformar pelo Senhor Jesus, esteve sempre presente. Não podia ainda deixar em vão um dos “momentos altos” do encontro: aconteceu no sába-do à noite, à hora da Vigília… foi um tempo onde todos os presentes se puderam encontrar mais inti-mamente com Jesus, deixando-se envolver por Ele… Refletir!

De realçar a presença de uma parte significativa de jovens catequistas que, apesar das milhares de ofertas do nosso mundo, decidiram deixar de lado

RETIRO PARA OS CATEQUISTAS

um fim de semana da sua vida pessoal e social, para se renderem ao Amor de Jesus.

Que este testemunho venha reforçar a admira-ção e a gratidão de todos os catequistas presentes, pela forma sábia e profunda com que foi conduzido o retiro e partilhado este dom… esta fé… esta en-trega a Deus!

FafeREFLETINDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO EM GRUPO E LIDERANÇAENCONTRO DE COOORDENADORES PAROQUIAIS

No dia 12 de Janeiro, de acordo com o plano arciprestal de catequese para o ano pasto-ral 2014/2015, realizou-se o 2º Encontro de

Coordenadores Paroquiais. A equipa arciprestal tem vindo a desenvolver

“redes” de comunicações com os catequistas do ar-ciprestado: a página no facebook ”Catequese e Vida – Fafe”; o blog com o mesmo nome; utilização do correio eletrónico e uma rede de SMS… São estraté-gias encontradas para nos sentirmos mais próximos

uns dos outros, estando, quanto possível, em comu-nhão…

Todos recordamos a “parábola dos sete vimes – a união faz a força” de Trindade Coelho; todos nós conhecemos as estratégias da própria Natureza na busca da sobrevivência e no alcance do objetivo comum: os peixes nadam em grandes grupos para se proteger contras os perigos; na migração, as aves, para garantirem a sobrevivência e para diminuírem o esforço físico, num processo de entreajuda, voam

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BOLETIM 8

em bandos atravessando continentes… Eis a precio-sa lição do mundo animal: é muito importante tra-balhar em conjunto….Unidos, somos mais fortes…Voamos mais alto…

Inspirados por estes ensinamentos, decidimos dedicar o tempo deste encontro à importância do trabalho em grupo e à temática da liderança em Igreja. Na verdade, a história da Humanidade e a his-tória da Salvação são também histórias de liderança. Sem líderes, o mundo não teria avançado e progre-dido até aos nossos dias. Na sociedade, nas organiza-ções... é fundamental a presença de um líder. A reali-dade mostra-nos que a importância da liderança se torna visível num sem fim de situações: em grupos de amizade, na família, nos meios educativos, na catequese... Através da história da humanidade, co-nhecemos muitos líderes que conseguiram alterar o rumo do mundo (para o bem... alguns para o mal!..). No plano divino da “Economia da Salvação”, grandes líderes conseguiram manter vivo o nome de Deus e a sua revelação: Abrão, Isaac, Jacób, Profetas… Nos “últimos tempos”, Cristo é, sem dúvida, o modelo de vida, o líder, para todos aqueles que o querem seguir de uma forma consciente.

No senso comum, o colocar o seu esforço, as suas energias, as suas qualidades e ideias ao serviço de um bem comum, revela a qualidade e a importância de um autêntico líder.

O mote da nossa reflexão foi-nos dado pelas pa-lavras de S. Paulo na Carta aos Romanos:

3Assim, em virtude da graça que me foi dada, digo a todos e a cada um de vós que não se sinta acima do que deve sentir-se; mas sinta-se preocu-pado em ser sensato, de acordo com a medida de fé que Deus distribuiu a cada um. 4É que, como

Secção PONTES DOS ARCIPRESTADOS

num só corpo, temos muitos membros, mas os membros não têm todos a mesma função, 5as-sim acontece connosco: os muitos que somos for-mamos um só corpo em Cristo, mas, individual-mente, somos membros que pertencem uns aos outros.6Temos dons que, consoante a graça que nos foi dada, são diferentes: se é o da profecia, que seja usado em sintonia com a fé; 7se é o do serviço, que seja usado a servir; se um tem o de ensinar, que o use no ensino; 8se outro tem o de exortar, que o use na exortação; quem reparte, faça-o com ge-nerosidade; quem preside, faça-o com dedicação; quem pratica a misericórdia, faça-o com alegria.” (Rom. 12.3-8)As palavras de S. Paulo conduzem-nos, como cris-

tãos, a realidades comuns e banais: – Como cristãos, cada um de nós ocupa um

espaço especial e único, conforme as suas quali-dades, os seus dons: cada um vai desenvolvendo um papel dentro da Igreja.

– São diferentes as experiências de vida, as idades, a formação, os dons e aptidões que com-põem o ser de cada um(a).

– Todos os trabalhos e tarefas desenvolvidas, devem ser colocados em favor do bem comum;

– Como catequistas, cada um faz parte de um corpo comum: a Igreja de Cristo ;

– Fazer parte de um grupo de catequistas implica que a educação da fé se baseie sempre na experiência da comunhão, partilha, amor. Por isso, a tarefa do(a) coordenador(a) não é fun-ção solitária. É fruto do cuidado, do olhar atento, da escuta apurada, que motiva e proporciona pe-quenos agrupamentos utilizando os dons e de-sejos presentes no grupo. Compartilha e divide tarefas propiciando a cumplicidade, a correspon-sabilidade que envolve cada um de corpo e alma, sem sobrecarregar uns em detrimento de outros.

Em Igreja, na catequese, a liderança deverá ser entendida como:

– Um serviço de animação missionária, um serviço de amor a Cristo;

– Uma arte, com uma aplicação de métodos que implicam atividade e movimento;

– Uma força interior, oriunda de um grande Amor a Cristo e à Sua Igreja;

– Um processo relacional do catequista com os catequizandos. Com o seu dom e influência, o catequista orienta, incentiva o grupo de catequi-

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zandos a fim de alcançar os objetivos propostos;– Um processo de aprendizagem, exercita-

ção e aperfeiçoamento: O líder não nasce; faz--se!.. Ninguém dá o que não tem”!.. Este último postulado faz parte do senso comum, aplica-se a toda e qualquer relação humana. Ao nível con-creto, coloca-se aqui o problema da formação sistemática do catequista… é uma conclusão evidente: além do carisma pessoal, é necessá-ria uma formação contínua.

Aplica-se, com maior propriedade, a todos aqueles que, na Igreja, exercem algum ministé-rio. Substancialmente, Jesus veio ao mundo para servir de exemplo aos homens. Pela Palavra e pela atitude de vida, Jesus revelou aos homens o caminho de e para Deus. Se um líder tem que comunicar a fé, a esperança e o amor, o ardor missionário, a vibração e alegria, a responsabili-dade e dedicação, e tantas outras virtudes, deve-rá possuí-las antes. Doutra forma correrá o risco de apresentar um Cristo deformado. O líder deve agir segundo a palavra de Jesus: “ Aquele que

quiser ser o primeiro entre vós, deverá ser um servidor, porque o filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em favor dos outros” (Mt 20, 27-28)

Entre outros, um dos aspetos focados relacio-nou-se com a interioridade e vivência espiritual do vocacionado à missão da evangelização. Para ser ca-tequista, é preciso:

– ter uma fé madura, que leve ao compromis-so com o próximo;

– ter confiança nos desígnios de Deus, para entregar-se por inteiro à ação missionária;

– ter coragem para anunciar o projeto do Rei-no e denunciar toda forma de injustiça. A arte de ser catequista e ser líder na cateque-

se está em deixar-se possuir e amar por Deus e envolver-se no seu plano de amor para com a hu-manidade.

Equipa arciprestal de catequese de Fafe

MISSÃO CUMPRIDA… NÃO ACABADA…

Frequentemente podemos cair na tentação de pensar que o prémio de eternidade cristã es-tará relacionado com o número orações e atos

litúrgicos realizados na nossa vida terrena. Entretanto, Jesus adverte-nos: “Nem todo o que diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino do Céu, mas sim aquele que faz a von-tade de meu Pai que está no Céu” (Mt 7,21). É necessá-rio amar a Deus sobre todas as coisas… É necessária uma relação pessoal com Deus através da oração… É essencial o exercício da presença de Deus na minha vida… Contudo, Deus não vive egoisticamente fecha-do numa “redoma de vidro”. Deus vive “expandindo--Se”… em mim… em ti…nos outros. Deus é dádiva… doação… entrega… Esta total e sublime doação con-cretiza-se na dádiva amorosa do “Seu amado Filho” à Humanidade. Pessoalmente, Deus, nesta entrega, nada cobra… Apenas exige: “amai-vos uns aos ou-tros como Eu vos amei”. (Jo. 13,34) Eis reciprocidade do Amor de Deus pelos Homens: que eu saiba amar cada semelhante, como Cristo me amou. Nisto se “resume toda a Lei e os Profetas”( Gal. 5,14).

O exercício espiritual da vida cristã terá como complemento necessário a caridade: só poderei amar a Deus se amar o próximo. “A atitude cristã em relação ao próximo revelará o acolhimento ou a re-cusa da graça e do amor divino. No último dia, Jesus dirá: “Cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25,40) (CCE 678) A substancialidade prática da nossa vida moral e espiritual, como diz S. Agostinho, estará no Amor: “A consumação de todas as nossas obras é o amor. É nele que está o fim; é para alcançá-lo que corremos; corremos para lá chegar e, uma vez chegados, é nele que descansamos.” (In Epistulam Iohannis ad Parthos Tratatus,10,4)

Durante os três anos da Sua vida pública, Jesus não deixou um tratado retórico de doutrina fria, inconse-quente… Na sua deambulação diária pelos caminhos da Judeia, Samaria… Jesus dirigiu essencialmente a sua atenção para aqueles que precisavam da Sua pre-sença: os necessitados, os oprimidos, os doentes, os re-jeitados socialmente, os desesperados…

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BOLETIM 10

Secção PONTES DOS ARCIPRESTADOS

Seria preciso concretizar este princípio básico da doutrinação cristã: “O Amor”

O desafio havia sido lançado… estávamos no tempo propício de preparação para a vinda do se-nhor… o Advento. Era preciso manifestar a nossa ati-tude concreta e voluntária à voluntariedade da Vin-da amorosa de Jesus…É que na vida cristã não existe verticalidade sem horizontalidade… Deus não é um ser imaginário e abstrato… Deus vive em mim … em cada um dos meus irmãos … indiferentemente da posição social, da raça e da cor… Ao olhar em redor, lembramos as palavras do Concílio Vaticano II: . É ne-cessário… tornar acessíveis ao homem todas as coisas de que necessita para levar uma vida verdadeiramente humana: alimento, vestuário, casa, direito de escolher livremente o estado de vida e de constituir família, di-reito à educação, ao trabalho, à boa fama, ao respeito, à conveniente informação, direito de agir segundo as normas da própria consciência, direito à proteção da sua vida e à justa liberdade mesmo em matéria religio-sa” (GS 26). No fim de contas, as palavras do Concílio traduzem as Obras de Misericórdia: o modo como acolho os outros, o modo como cuido o meu próxi-mo: aconselhando, instruindo, consolando, confor-tando, perdoando e suportando com paciência, dan-do pão a quem tem fome, água a quem tem sede, acolhendo quem peregrina, vestindo a quem está nu, visitando quem está doente ou recluso… Coisas tão simples!... Mas muito complexas: lista de direitos humanos que, muitas vezes, abrange os fundamen-tais direitos de sobrevivência.

O desafio havia sido lançado… Era preciso “cami-nhar para o Natal… com Amor”. Jesus viria, mais uma vez, revelando aos homens que o Amor… o puro Amor… O levou a deixar o seio Pai para se “tornar um igual a nós” e demonstrar que a vida sem Amor… sem entrega… sem doação… sem dádiva… sem partilha não tem relevância, nem sentido de sobre-natural… O Emanuel doava-se incondicionalmente aos homens numa perspetiva de infinita bondade… “Eis-me aqui, ó Pai, para fazer a Tua vontade”. (Hb.10,9) Chiara Lubich, ao comentar estas palavras, diz “O ver-dadeiro amor a Deus não consiste em belas palavras, ideias e sentimentos, mas na obediência efetiva aos seus mandamentos. O sacrifício de louvor que ele espe-ra de nós é que lhe ofertemos tudo o que temos de mais íntimo, o que é radicalmente nosso: a nossa vontade. Esta Palavra nos faz compreender a grande lição que Jesus, com toda a sua vida nos quer dar. Isto é, que a coisa mais importante é fazer não a nossa, mas a von-

tade do Pai; tornarmo-nos capazes de dizer “não” a nós mesmos para dizer ”sim” a Deus… Esta Palavra é tam-bém uma das que mais se choca com o homem moder-no… Vivemos na época da exaltação do eu, da auto-nomia da pessoa, da liberdade como fim em si mesma, da autossatisfação como realização do indivíduo, do prazer considerado como o critério das próprias op-ções e o segredo da felicidade. Mas conhecemos tam-bém a que consequências desastrosas esta cultura nos conduz”. Ainda que os homens de hoje continuem a apostar na materialidade das coisas, no sentido tér-reo da vida, os Amigos de Jesus terão de demonstrar que a autêntica felicidade tem horizontes bem mais largos… tem horizontes divinos.

O desafio lançado estava à nossa frente… muitos outros haveria!...Infelizmente, no mundo de hoje, as desigualdades económicas…sociais… raciais… são muitas. Os desequilíbrios financeiros, económicos e sociais são profundos… e criam enormes desigual-dades entre os povos. Os apelos de ajuda surgem diariamente… Partíamos do princípio do senso comum: “Falta muito a quem nada tem”… Acompa-nhava-nos uma certeza “Como Jesus, pertencemos ao mundo inteiro, vivendo não para nós mesmos, mas para os outros. A alegria do Senhor é a nossa força”. Pretendíamos alcançar o princípio cristão: “O impor-tante não é o que se dá, mas o amor com que se dá”.(Madre Teresa de Calcutá).

Foi com amor que, nas reuniões interparoquiais, numa perspetiva de preparação da dádiva natalícia de Jesus ao Mundo, foi lançado o desafio “Um sonho em Moçambique”.

Em Fonte Boa, Moçambique, um grupo de crian-ças órfãos precisam de ajuda… O aceso à instrução escolar exige de muitos um profundo sacrifício… é necessário percorrer muitas dezenas de quilómetros para chegar “à escola”. A nível estrutural as condições são péssimas… Sem livros… sem material escolar… lá vão fazendo a sua caminhada escolar como po-dem!

Todos nós reconhecemos a importância da for-mação escolar para o desenvolvimento pessoal de cada um!.. e para o desenvolvimento social de uma região!...

O apelo foi lançado. Em todos os recantos do arciprestado o apelo foi ouvido. Cinco toneladas e meia de livros, cadernos, mochilas, material escolar foram entregues no Centro de Formação de Jovens em Caminhada, em Braga!..

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BOLETIM 11

Esperamos que em breve o resultado da oferta desta Igreja próxima dos mais necessitados che-gue aos diretos interessados. Que estes saibam aproveitar com Amor aquilo que com Amor lhes foi entregue.

Aos pais, párocos, catequizandos, jovens direta-mente envolvidos nesta campanha, aos catequis-

tas, às pessoas que tornaram possível o transporte do material escolar para Braga, a equipa arciprestal, em nome de Jesus, fica profundamente agradeci-da.” Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rom. 8,28)

A Equipa Arciprestal de Catequese de Fafe

DIA DO CATEQUISTA//ARCIPRESTADO DE FAFE

No passado dia 18 de abril, aconteceu o Dia do Catequista do Arciprestado de Fafe. O convite encaminhado pela equipa arciprestal a todos

os catequistas, não deixou a mesma dececionada, dado o elevado número de participantes…350, que encheram por completo seis autocarros.

Era ainda bem cedo e o movimento junto ao Pavilhão Multiusos de Fafe já se fazia sentir. Sorrisos estampados nos rostos, gente bem-disposta e carre-gada de calor humano, contrastava com o dia que despertou sombrio, frio e chuvoso. Tinham como destino a bela cidade conhecida como a “Princesa do Lima”.

Pelo caminho, uma breve paragem na Póvoa de Varzim para o pequeno-almoço. Era necessário ali-mentar o corpo para dar prazer ao espírito.

Já em Viana e no Seminário Diocesano, esperava--nos um momento de formação. Apesar de breve, foi profundo na abordagem e na mensagem transmi-tida. Um jovem padre, na sua simplicidade mas elo-quente no discurso, falou das crianças e das famílias no mundo de hoje, da falta de espiritualidade conju-gal e da relevância de ensinar às crianças o Mistério da Salvação a partir do Mistério Pascal – Paixão, Mor-te e Ressurreição.

Disse aos catequistas que às perguntas cândidas

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BOLETIM 12

dos catequizandos, devem responder sem medos e apontando para exemplos atuais. A este propósito, ninguém ficou indiferente à visualização do peque-no filme “Existe um homem que ama muito o seu fi-lho…”, porque vi lágrimas a deslizarem suavemente pela face de muitos. Prosseguiu afirmando, que os pais e os catequistas não podem esquecer que as crianças vivem de modelos, daquilo que veem no seu dia-a-dia e que tendem a imitar esses exemplos. Falou da urgência em acertar estratégias para che-gar aos pais e da importância em acolher bem, não apenas as crianças mas também os pais. “Quando os filhos participam, os pais também o fazem e estão com mais atenção.”- disse.

Finda a formação, era hora de rumar ao monte de Santa Luzia para o almoço. Agrupados por zonas de catequese e paróquias, foi em são convívio que partilharam e saborearam o farnel, animados por um grupo de tocadores de concertinas de Ribeiros. Não faltou até um pezinho de dança…

O último momento estava reservado à adoração. Aconteceu no Santuário de Nossa Senhora do Car-mo, em Lemenhe, Vila Nova de Famalicão. Foi condu-

zido pelo Sr. Arcipreste, padre Pedro, que delegou em alguém os seus encargos, para acompanhar todo o grupo durante todo o percurso.

”Vem e Segue-me”… Foi o tema escolhido para este momento. Num pequeno, mas formoso Santuá-rio, apinhado de gente de Fafe, o padre Pedro e na semana de oração pelas vocações, dirigiu-se a ho-mens e mulheres catequistas, para lhes falar e dizer que não devem ter medo de seguir e anunciar Cristo aos outros; que todos somos chamados a anunciar o Evangelho e que seguir Jesus como Salvador, é um desafio que mudará radicalmente a vida de qualquer pessoa.

Parabéns à equipa arciprestal pela exímia orga-nização, pela preocupação e disponibilidade sempre presentes.

Foi um “Dia Grande”, vivido em ambiente cívico, em alegria, partilhando sorrisos, afetos, saberes e sa-bores…Amor…Comunhão… Oração e… um gran-de Amor a Cristo e à Igreja. Todos vieram com uma força revigorada, para continuar a anunciar às crian-ças do nosso concelho o projeto de Deus.

Lurdes Freitas

Vieirado Minho

DIA ARCIPRESTAL DO CATEQUISTA

O Dia Arciprestal do Catequista de Vieira do Mi-nho aconteceu no dia 21 de Março, e contou com mais de 80 catequistas vindos de todas

as paróquias do Arciprestado.Este dia contou com a participação do Cónego

Valdemar, Vigário Geral da Arquidiocese, numa refle-xão sobre alguns temas da actualidade.

Os Grupos tiveram algumas perguntas para aprofundamento:

– Cristãos ou pagãos batizados?– Que pedimos à Igreja?

– Como vivemos em família?Além de algumas reflexões sobre a falta de vo-

cações.Às 12 horas celebrou-se a Eucaristia seguindo-se

um almoço com os catequistas, alguns párocos e o senhor Cónego Valdemar, que nos brindou com um Soneto de sua autoria.

Secção PONTES DOS ARCIPRESTADOS

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BOLETIM 13

Vila Nova

de Famalicão

CATEQUISTAS DE FAMALICÃO SAÍRAM À RUA PARA DAR “VIVAS” À FÉ

Os catequistas das diferentes paróquias do Arciprestado de V. N. Famalicão viveram uma tarde diferente no passado dia 31 de Janeiro,

pois, no contexto do Encontro Arciprestal de Cate-quistas, foram desafiados a deixar nas ruas da cidade um eco alegre, festivo e contagiante de “vivas” à Fé.

Esta iniciativa, realizada no Arciprestado pelo 8º ano consecutivo e subordinada, desta feita, ao tema “Viv’à Fé”, em consonância com a temática proposta pela Arquidiocese de Braga para este ano pastoral, “Fé Vivida”, iniciou às 14h00, com o acolhimento a to-dos os catequistas participantes no Salão Paroquial de Calendário.

Os perto de 500 catequistas presentes come-çaram por ser saudados pelo Arcipreste de V. N. Fa-malicão, o P.e Paulino Carvalho, que os felicitou pela presença no encontro e enfatizou a importância de “sempre testemunharem e viverem a Fé em Jesus Cristo, contagiando outros com o seu anúncio”.

Estas palavras foram corroboradas pelo Assisten-te da Equipa Arciprestal de Catequese, o P.e António Loureiro, que quis também felicitar e agradecer a todos os catequistas que escolheram dedicar essa tarde a um tempo de formação e convívio.

De seguida, e após um breve momento de ora-ção, teve lugar a conferência proferida pelo Cón. Luís Miguel Figueiredo, Presidente da Comissão Arqui-diocesana para a Educação Cristã, sobre a Constitui-ção Pastoral “Gaudium et Spes”, documento este que, tendo sido fruto do Concílio Vaticano II, na década de 60, serve de fundamento e inspiração ao programa proposto pela Arquidiocese para este ano pastoral.

Assim, depois de descrever o contexto em que surgiu e se realizou o Concílio, o orador apresentou uma visão geral de todo o documento, destacando sempre a relação entre o teor do mesmo e a missão do catequista no seio da Igreja. Deste modo, enfati-zou que o catequista é também aquele que “vive e sente as alegrias e as esperanças, as tristezas e as an-gústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem”, e que, “mesmo reco-nhecendo as dificuldades com que se pode debater, e sem as ignorar, tem sobre as mesmas uma visão ilu-minada pela Fé, isto é, uma perspectiva de esperan-

ça”. Além disso, o Cón. Luís Miguel deixou bem clara a importância de “promover a vivência da unidade e da comunhão, enquanto missão da Igreja”, devendo também esta unidade “ser vivida entre catequistas”, na medida em que só desta forma se exerce a ver-dadeira caridade e se dá um autêntico testemunho de Fé.

Terminada a conferência, e quando já passava das 16h00, o grande grupo de catequistas saiu para a rua, em caminhada até à Igreja Nova Matriz de V. N. Famalicão, percorrendo várias artérias da cidade e interpelando todos com o seu testemunho e com a sua presença, gritando “vivas” à Fé, entre cânticos e breves reflexões, e entregando àqueles com quem se iam cruzando um pequeno cartão, em forma de coração, onde estavam escritas as diferentes Obras de Misericórdia, assim como alguns textos retirados da Sagrada Escritura que evocam o mandamento do amor a que Jesus nos chama e desafia.

Chegados à Nova Matriz e já no interior da mes-ma, os catequistas viveram um novo momento de oração, com todos a rezarem a uma só voz a partir de uma pagela oferecida a cada um e alusiva à temática de todo o encontro.

No final houve ainda tempo para o lanche, no Centro Pastoral de V. N. Famalicão, terminando assim a tarde em ambiente festivo, de partilha e de agradá-vel convívio entre todos.

Departamento Arciprestal da Comunicação Social

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BOLETIM 14

No passado dia 6 de Março, a Equipa Arcipres-tal de Catequese de V. N. de Famalicão promo-veu um encontro de Recolecção destinado a

todos os catequistas do Arciprestado, subordinado ao tema “Fortalecei os vossos corações” e procuran-do enfatizar a imperatividade da Cruz, enquanto via de conversão e de autêntica vivência da Fé.

Esta iniciativa, realizada no Seminário dos Missio-nários Combonianos, em Antas, a partir das 21h15, reuniu perto de uma centena de catequistas, pro-venientes de inúmeras paróquias do Arciprestado, que, assim, em plena Quaresma, quiseram viver um momento privilegiado de celebração, manifestação e fortalecimento da sua Fé.

Deste modo, depois das boas-vindas a todos, deu-se início à exposição e adoração ao Santíssi-mo Sacramento, presidida pelo P.e António Lourei-ro, Assistente da Equipa Arciprestal de Catequese. Enquanto louvavam Cristo presente e vivo no altar, os catequistas presentes puderam assistir a uma re-flexão, composta por vídeos, textos e cânticos, que procurou evocar os últimos passos da vida de Jesus,

Secção PONTES DOS ARCIPRESTADOS

CATEQUISTAS DE FAMALICÃO DESAFIADOS A FORTALECER O CORAÇÃO NA CRUZ DE JESUS

desde a sua flagelação e condenação até à morte na Cruz. Este momento de oração salientou “a incom-parável grandeza e infinitude do amor de Deus por nós, assim como a necessidade de nos convertermos e fortalecermos os nossos corações por via desse mesmo amor, isto é, dando-nos aos outros, sem re-servas, como Cristo Se deu, abraçando e amando a Cruz como Ele o fez, pois só a Cruz nos salva e só nela a Fé se traduz em frutos de caridade e de vida abun-dante”.

Durante toda a reflexão os catequistas que as-sim o desejaram tiveram também a possibilidade de receber o Sacramento da Reconciliação, uma forma privilegiada de melhor se viver a Quaresma, um tem-po que convida, precisamente, à penitência.

Terminado o tempo de oração e encontro com Jesus Eucaristia, os presentes foram convidados a to-mar parte de um pequeno convívio, que constituiu um novo momento de partilha e feliz confraterniza-ção entre todos.

Departamento Arciprestal da Comunicação Social

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BOLETIM 15

E tudo começou assim….– Lurdes, podias fazer o “Acreditar”…ias gos-

tar!... – Dizia-me o meu Pároco.– Não posso…não tenho tempo…e é muito tempo…Não deixei o tempo passar e inscrevi-me.O espaço onde ia decorrer a formação, era a Igre-

ja do Sagrado Coração de Jesus e fica a uma distân-cia razoável de minha casa. A distância, que podia ser um obstáculo, estava contornado.

E fui a primeira vez…a segunda… a terceira… e nunca mais deixei de ir. Corria com os afazeres do-mésticos e profissionais para que, à hora certa e no local exato, lá estivesse eu. E foi assim durante três meses. Transpus o maior obstáculo, o tempo.

Por detrás desta minha motivação havia dois in-tervenientes: os formadores.

Tratávamo-los pelo seu nome, numa relação de empatia. A formadora é uma pessoa inabalável na sua Fé e uma excelente comunicadora. Simples… na forma de estar e grandiosa…na forma de ser. Falava das coisas de Deus de um modo tão claro e tão pro-fundo que era impossível não contagiar. O formador, numa disponibilidade total e com a sua sabedoria, complementava, de forma eloquente, todo o traba-lho. Foram verdadeiros discípulos de Jesus, porque conseguiram transmitir que é, na simplicidade da vida, que encontramos o sublime amor de Deus.

Depois foi a excelência do grupo!... Aos poucos as pessoas foram-se conhecendo, tornaram-se mais destemidas e foram-se revelando. Houve momentos inesquecíveis de vivência da Fé, de partilha de opi-niões e de estratégias, que foram verdadeiramente enriquecedores. O chá e as bolachas que a D. Alice e o marido carinhosamente carregavam em todas as sessões, contribuíram para esse perfeito relaciona-

Secção FORMAÇÃO

O Curso Acreditar é uma formação básica dos conteú-dos da fé, em clima de diálogo e oração, pela análise de textos da Sagrada Escritura, do Catecismo da Igreja Católica e da Dei Verbum. Desta formação fazem parte momentos de Lectio Divina e de Celebração.Realiza-se preferencialmente nas Zonas Inter-paro-quiais em articulação com o SF, que tutela o proces-so, qualifica e nomeia os animadores.

Objectivos: Promover uma síntese de fé e o manuseamento da Sagrada Escritura como instrumento de vida, em perspectiva mistagógico/espiritual;Conhecer os principais momentos da História da Salvação;Compreender a dinâmica interna da fé;

Perceber a Comunidade e a missão como exigência de opção por Cristo.

Conteúdos:Narrativa da História da Salvação;Introdução à leitura da Bíblia;Vocação e Vocações;Dimensões da fé: Credo (em que é que acredita um cristão); Sacramentos e Liturgia; Vida em Cristo; Oração.

Destinatários:Jovens maiores de 16 anos e adultos, em caminha-da e discernimento (catequistas, animadores, pais, membros do conselho pastoral e dos movimentos e obras, …)

CURSO ACREDITAR – UM TESTEMUNHOmento. No final de cada sessão e nesses momentos de comunhão, todos tiveram oportunidade de se da-rem a conhecer, de estreitar laços e criar amizades.

A “Lectio Divina”, e foram três (confesso que nunca tinha participado em nenhuma e desconhecia a dinâ-mica e os objetivos da mesma), foram os momentos mais marcantes, mais altos e mais profundos da forma-ção. Aquele diálogo íntimo com Deus, a riqueza dos tex-tos proferidos, o ambiente acolhedor, a interiorização e a partilha, redundaram em momentos de rara beleza.

E eu que pensava, só porque era professora, que não necessitava de fazer o “Acreditar”!...Senti-me tão pequenina…Afinal, eu não sabia nada!...Em boa hora fui saciar a minha sede, bebendo água daquela fonte “Acreditar”. Alterei a minha postura e aprendi a escutar Deus em qualquer lugar, a rezar com sentido e não apenas a pronunciar um conjunto de palavras, a ter prazer na leitura da Bíblia, a saborear a riqueza de cada texto, a consultá-la de forma mais célere que um dicionário na sala de aula.

Do “Acreditar” levo uma certeza e um compro-misso: a certeza de que só posso falar de Deus se o conhecer verdadeiramente e o compromisso de me tornar melhor catequista, de falar de Deus sem receio, sem medo, de ser capaz de mostrar Deus aos meus alunos nas coisas mais simples da vida, de os levar a perceber que a vida, sem amor e sem per-dão, é vazia e desprovida de sentido. Que é preciso sonhar para ser feliz e encontrar Deus nesse sonho!

Foram dias de alegria, inspiração, participação e aprendizagem…

Afinal o tempo foi pouco, comparado com o mui-to que aprendi!...

Lurdes Freitas

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centro cultural e pastoral da arquidioceserua de S. Domingos, 94 B • 4710-435 Braga • tel. 253 203 180 • fax 253 203 190 [email protected] • www.diocese-braga.pt/catequese

impressão: empresa do diário do minho, lda.

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Senhor Deus, ensina-me onde e como buscar-te, onde e como encontrar-te... Tu és meu Deus, Tu és meu Senhor e eu nunca te vi. Tu me moldaste e me remodelaste, deste-me todas as coisas boas que possuo, mas ainda não te conheço... Ensina-me como buscar-te, porque eu não sei buscar-te se Tu não me ensinares, nem encontrar-te se Tu não te mostrares a mim. Que eu te busque em meu desejo, que te deseje em minha busca, que te busque amando-te e que te ame quando te encontrar. Amém. (Santo Anselmo de Cantuária)