Armazenagem-logistica

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O Processo de Armazenagem Logística: O Trade-off entre Verticalizar ou Terceirizar Prof. Aluisio dos Santos Monteiro Junior, M.Sc. (UVA/ICT) [email protected] Zeferino Francisco da Silva Filho (UVA/ICSA) [email protected] Resumo O objetivo principal do presente trabalho é analisar as conseqüências práticas do trade-off da gestão logística, no que diz respeito a decisões de armazenagem e o processo decisório relacionado aos custos envolvidos nessa atividade. Gerando um framework que auxilie as decisões entre realizar investimentos em ativo imobilizado na forma de instalações de armazenagem e a terceirização dessa operação por operadores logísticos. A armazenagem possui um aspecto de elevada consideração no processo de negócios junto ao mercado, pois assimila uma parcela significativa dos custos logísticos na cadeia de suprimentos. Serão mostrados os aspectos envolvidos no processo de decisão e as ações diretas e indiretas na qualidade do nível de serviço oferecido aos clientes, onde no primeiro caso temos a redução de transações de impostos, deslocamento e coordenação. No segundo, redução de investimentos em ativos, qualidade de serviços, e o direcionamento do foco na atividade central do negócio, maior flexibilidade operacional e maximização de retornos sobre os investimentos. Palavras-Chave: Armazenagem logística, Custo de armazenagem, Verticalização e terceirização.

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Descrição detalhada de como se fazer o processo de armazenagem suas técnicas e aplicações em todos os formatos e possibilidades, na parte logística pois todas as etapas fazem parte integradora do processo logístico, seja como operante ou operador logístico.

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  • O Processo de Armazenagem Logstica: O Trade-off entre Verticalizar ou Terceirizar

    Prof. Aluisio dos Santos Monteiro Junior, M.Sc. (UVA/ICT) [email protected]

    Zeferino Francisco da Silva Filho (UVA/ICSA) [email protected]

    Resumo

    O objetivo principal do presente trabalho analisar as conseqncias prticas do trade-off da gesto logstica, no que diz respeito a decises de armazenagem e o processo decisrio relacionado aos custos envolvidos nessa atividade. Gerando um framework que auxilie as decises entre realizar investimentos em ativo imobilizado na forma de instalaes de armazenagem e a terceirizao dessa operao por operadores logsticos. A armazenagem possui um aspecto de elevada considerao no processo de negcios junto ao mercado, pois assimila uma parcela significativa dos custos logsticos na cadeia de suprimentos. Sero mostrados os aspectos envolvidos no processo de deciso e as aes diretas e indiretas na qualidade do nvel de servio oferecido aos clientes, onde no primeiro caso temos a reduo de transaes de impostos, deslocamento e coordenao. No segundo, reduo de investimentos em ativos, qualidade de servios, e o direcionamento do foco na atividade central do negcio, maior flexibilidade operacional e maximizao de retornos sobre os investimentos.

    Palavras-Chave: Armazenagem logstica, Custo de armazenagem, Verticalizao e terceirizao.

  • 1. Introduo

    Expressivas mudanas na gesto logstica tm ocorrido na gesto contempornea

    empresarial, conseqncia de inmeros aspectos dentre os quais se destacam: as variaes

    de demandas, novas tendncias de mercado e especulaes. A esse respeito, Pimenta

    (2000) argumenta que o maior obstculo da logstica moderna a exigncia cada vez maior

    dos clientes por melhores nveis de servios, onde o preo passa a ser um qualificador, e o

    nvel de servio um diferenciador perante o mercado.

    O ambiente corporativo, tanto em nvel nacional como mundial, tem observado profundas

    mudanas nos ltimos anos. A palavra-chave no planejamento estratgico passou a ser a

    flexibilidade, onde a mesma tem sido observada quando uma empresa possui rpida

    capacidade de adaptar-se a flutuaes de preos, de demanda e dos diferenciais exigidos

    pelo mercado.

    A cada momento econmico surgem novos trade-offs que gerou um grande desafio para

    os tomadores de deciso, em especial a gerncia das operaes de armazenagem que se

    desenvolvem em todos os elos da cadeia de suprimentos. Manter as operaes logsticas

    em seu controle ou deleg-la a terceiros (operadores logsticos) uma deciso de grande

    relevncia na gesto estratgica para as empresas.

    2. A Importncia da armazenagem no Gerenciamento Logstico

    Para o desenvolvimento de uma estratgia empresarial efetiva, um princpio importante

    compreender como criar ou agregar valor para os clientes. Especialmente, quando esse

    valor agregado atravs posicionamentos competitivos que so selecionados para apoiar a

    determinada estratgia.

  • A realidade atual dos centros logsticos prega a reduo de custos e a criao de um

    sistema racional de armazenagem de matrias-primas e insumos (na rea de suprimentos) e

    uma maior flexibilidade e velocidade na operao, para atender s exigncias e flutuaes

    do mercado. A armazenagem surge como uma das funes que agrega um estimado valor

    ao sistema logstico, pois a mesma apresenta solues para os problemas de estocagem de

    materiais e melhorando a integrao entre os componentes, destacados na figura abaixo

    descrita.

    Figura 1 Relacionamento na cadeia de suprimentos.

    Existem vrias razes para realizar o armazenamento (estocagem) de produtos, esteja ele

    em qualquer estado de produo (matria-prima, semi-acabado e acabado), o que difere a

    linha de ao a ser tomada e a sua prioridade, as principais razes para a: reduo de custos

    de transporte e de produo, coordenao entre demanda e oferta, auxiliar no processo de

    produo e no processo de marketing. Ballou (2001) apresenta alguns motivos que

    justificam a armazenagem na cadeia de suprimentos:

    Reduo de custos de transporte e de produo: com a decorrncia do melhoramento no transporte e produo, as despesas adicionadas podem se

    compensadas com custos mais baixos da armazenagem e o estoque associado.

    DistribuioProduoSuprimento

    Lado do Fornecimento Lado da Demanda

    Clientes de Primeira

    Camada

    Clientes de Segunda

    Camada

    Fornecedores de Primeira

    Camada

    Fornecedores de Segunda

    Camada

    FbricaFbrica

  • Coordenao entre demanda e oferta: empresas que possui produtos de produo sazonal e demanda varivel, recorrem em alguns momentos por manter uma produo

    em nveis constante durante um determinado perodo, a fim de minimizar os custos de

    produo. Ao passo que a coordenao entre demanda e oferta torna-se muito cara,

    necessrio realizar a armazenagem. Um outro fator gerador de armazenagem em

    decorrncia da variao oferta/demanda atribudo ao preo das mercadorias. Quando

    existe uma grande oscilao de preo em um curto espao de tempo, as empresas

    buscam de certa forma negociar, se antecipando na compra de insumos ou produtos,

    afim de obt-los a um preo mais baixo.

    Processo de produo: a armazenagem pode ser considerada parte do processo de produo. Esse fato se d especialmente quando o produto requer um certo perodo de

    envelhecimento (vinhos, queijos, etc).

    Processo de marketing: uma freqente preocupao do marketing a disponibilidade dos produtos ao consumidor. Em alguns casos a armazenagem agrega um determinado

    valor ao produto, em funo da diminuio do tempo de entrega e disponibilidade.

    3. Custos Logsticos e de armazenagem

    Basicamente os custos de armazenagem (mo-de-obra, instalaes, aluguel ou aquisio,

    equipamentos, etc) so caracterizados por serem fixos e indiretos, ou seja, existe uma

    obrigao contbil que acompanhar todo o processo ou em quanto durar sua utilizao, e

    alocao realizada por rateio, os itens so contabilizados por sua funo (ex:

    acondicionamento) e no por contas naturais (ex: depreciao). Sendo assim, esses custos

    fixos se comparados capacidade instalada, tornam-se proporcionais. Afinal, mesmo que

    existam poucos produtos no armazm ou sua movimentao esteja abaixo do planejado, os

    custos de armazenagem continuaro constantes, pois na grande maioria esses so

    dependentes dos equipamentos de movimentao, de pessoal, espao fsico e de novos

    investimentos, se tratando de uma atividade de demanda no constante.

    3.1 Mtodos tradicionais de custeio logstico

    Em anos recentes, pela constatao de que a m qualidade das informaes de custos pode

    trazer uma srie de distores no processo de tomada de decises das empresas, foram

  • desenvolvidas novas ferramentas de gesto de custos, algumas das quais so especficas

    para o gerenciamento de custos logsticos.

    Em muitas empresas os gestores comearam a perceber que os sistemas de custeio

    utilizados distorciam dos custos dos produtos. Dessa forma, se o objetivo for o

    custeamento da cadeia logstica, a viso fragmentada do processo logstico torna difcil a

    execuo dessa tarefa. Outro fato que, dos custos logsticos, aqueles relacionados com

    transporte so considerados despesas variveis em relao quantidade vendida e

    associados aos produtos, porm os demais classificam-se como gastos fixos, estando fora

    da rea de abrangncia do custeamento, com base no princpio do Custeio Varivel.

    3.1.1 Mtodo de Custeio Padro

    De acordo com Martins (1998), a fixao do padro de custeio pode ser realizada com

    maior ou menor rigidez, o critrio de rigidez relaciona-se com os objetivos estabelecidos

    pelas empresas. Um padro mais rgido ou padro ideal se presta a uma meta de longo

    prazo, este padro no muito empregado devido a desmotivao e dificuldade em ser

    estabelecido. A fixao de um padro mais realista considera as deficincias relativas ao

    processo produtivo, podendo minimizar o problema da desmotivao. Este padro,

    chamado de corrente, estabelecido em conjunto pela Engenharia Industrial e a

    Contabilidade de Custos.

    A sistemtica do custo padro aplicada a todos os custos da empresa, somente para os

    custos de matria-prima ou mo-de-obra direta. Fixam-se os padres de custos e, ao final

    do perodo, procede-se comparao com os custos realmente ocorridos. As diferenas

    entre o padro e o real so encontradas e analisadas de forma que as correes sejam

    realizadas o mais rpido possvel. O Custo Padro no precisa estar integrado no sistema

    de custos da empresa, sendo assim, as variaes podem ser analisadas parte do sistema

    formal de custos. Este mtodo melhor detalhado por (BORNIA, 1995) e (MARTINS,

    1998).

    O Custo-Padro no se constitui num mtodo, propriamente dito, de apurao de custos,

    uma vez que ele por si s no se sustenta, necessitando de uma metodologia de apoio para

    que seja possvel definir os padres e os custos realmente ocorridos, para fazer a

    comparao e identificar as diferenas e os desvios, o que constitui o seu objetivo.

    (GASPARETTO, 1999)

  • Por necessitar de uma metodologia de suporte para apurar os custos realmente ocorridos

    em cada perodo, o Custo-Padro apresenta os mesmos problemas do Mtodo dos Centros

    de Custos ou do Custeio Varivel, se estes forem utilizados para suport-lo. As

    metodologias que as empresas vinham utilizando tradicionalmente foram desenvolvidas

    para serem utilizadas em ambientes fabris. No sendo projetadas para prover informaes

    alm dos limites da fbrica, de modo que grande parte da cadeia logstica permanece fora

    de sua abrangncia. O tratamento simplificado dado a algumas categorias de gastos e a

    viso vertical da empresa, que predomina em todos esses mtodos, so outros problemas

    que podem ser apontados e que os tornam inadequados no provimento de informaes para

    o gerenciamento das empresas.

    3.1.2 Mtodo ABC (Activity Based Costing)

    O mtodo ABC foi divulgado principalmente pelos professores Robert Kaplan e Robin

    Cooper da Harvard Business School. O desenvolvimento do modelo ABC partiu da

    condio de que as atividades desempenhadas em uma empresa geram custos, e que essas

    atividades so consumidas por produtos e servios gerados por essa empresa. Assume-se o

    pressuposto que os recursos de uma empresa so consumidos por suas atividades e no

    pelos produtos que ela fabrica, estes so conseqncias das atividades necessrias sua

    fabricao ou comercializao.

    A alocao dos custos indiretos aos produtos ocorre em dois estgios. No primeiro estgio,

    os custos dos recursos (elementos de custos) so transferidos para as atividades. Essa

    alocao realizada com base em direcionadores de custos primrios ou direcionadores de

    recursos. No estgio secundrio, os custos das atividades so transferidos para os objetos

    de custos (produtos, servios, clientes, linhas, etc.), com base no consumo dessas

    atividades pelos objetos. Os direcionadores de custos utilizados para fazer essas

    apropriaes so denominados direcionadores de atividades ou direcionadores de custos

    secundrios. Considerando-se o crescimento dos custos relacionados s atividades

    indiretas, essa primeira verso do ABC procurou estabelecer uma atribuio mais criteriosa

    dos custos indiretos aos bens e servios produzidos, fornecendo informaes que podem

    ser utilizadas com o objetivo de direcionar a ateno para as atividades responsveis pelos

    custos.

  • Em relao ao mtodo tradicional de custeio, o custeio ABC pode ser descrito como uma

    tcnica de contabilidade que aloca custos indiretos em proporo real, consumido pela

    produo. (CHASE, 2002)

    4. A Deciso de Investir em Instalaes para Armazenagem: O Processo de Integrao Vertical

    Para Monteiro (2000) em se tratando de decises relacionadas com a estratgia de

    instalaes devemos primeiramente atentar para o nmero de plantas ou armazns,

    unidades ou instalaes. Quando um sistema industrial limitado a apenas uma planta as

    questes operacionais podem ser resolvidas apenas pelo gerente da fbrica, porm em um

    sistema de mltiplas instalaes, h o surgimento de um novo conjunto de problemas

    organizacionais e, portanto gerenciais como: ajustes de unidades e de produtos; qual o

    rendimento base apropriado para uma real comparao entre todas as unidades? Em caso

    de aumento de demanda o que fazer? Ampliar as instalaes existentes ou construir novas

    unidades produtivas?

    Segundo Hayes (1984) a estratgia de instalaes pode ser considerada como a orientao

    para a tomada de decises quanto as unidades produtivas, de forma que cada deciso

    particular contribua para a competitividade global da empresa. uma forma de gerenciar o

    conflito entre o horizonte de urgncias a curto e longo prazo. interessante ressaltar que as

    estratgias de capacidade e de instalaes se combinam, e se fundem, nas decises finais

    tomadas a respeito das instalaes, j que em ltima anlise tratam dos mesmos

    investimentos.

    4.1 Estratgia de Instalaes Multiplanta

    Existem varias abordagens a respeito da orientao da estratgia de instalaes para se

    operar com mltiplas plantas. De acordo com o tipo de negcio da organizao e a sua

    estratgia empresarial, com a sua cultura organizacional, com as tecnologias envolvidas,

    com o comportamento e tendncias dos seus produtos e servios no mercado, etc, a

    estratgia ser mais ou menos precisa na orientao dos procedimentos utilizados no

    projeto das instalaes industriais.

    A filosofia bsica desse modelo o conceito de foco nas instalaes: que estreita a faixa de

    demandas postas em uma instalao industrial conduzindo a uma melhor performance

  • devido a ateno gerencial poder ser concentrada a um pequeno nmero de atividades e

    prioridades-chave. As possveis dimenses para se focar uma instalao individual so:

    servir mercados, volume de produo de diferentes produtos, diminuio da customizao

    dos produtos e a natureza da tecnologia de processo empregada (separando o processo de

    produo de componentes da montagem). A maior fora deste modelo de planejamento de

    instalaes multiplantas est no fato dele prover uma base para o desenvolvimento de

    estratgias personalizadas para instalaes individuais.

    Finalmente, esse modelo pode guiar o desenvolvimento da estratgia de instalaes num

    processo proativo, envolvendo outras funes e nveis gerenciais, ao invs de

    simplesmente reagir a requisitos de mudana para produtos e mercados existentes.

    4.2 Estratgia de Instalaes Individuais

    Uma estratgia de instalaes no conteria apenas um plano para um grupo de plantas, mas

    tambm o plano individual de cada instalao da rede, que envolve: o ciclo de vida de uma

    instalao industrial. Alm disso, desde que as aes tomadas durante as fases precoces

    restrinjam o que pode e no pode ser feito durante as fases mais recentes, a viabilidade

    longo prazo de uma instalao individual pode ser aumentada ou correr riscos por causa

    das decises tomadas muito antes.

    4.3 Desenvolvendo uma Estratgia de Instalaes Logsticas Integrada

    Como descrito anteriormente, uma estratgia de instalaes requer escolhas relativas a

    localizao, dimenso e especializao de plantas individuais, e um profundo entendimento

    da interao dessas decises.

    Com relao a dimenso, trs conceitos importantes tm sido definidos. Primeiro a noo

    de Tamanho Mnimo Econmico. Neste caso, junto com o entendimento das presses e

    expectativas associadas com o estgio inicial do ciclo de vida de uma instalao individual,

    ajuda a definir qual o escopo inicial que a nova instalao teria. Segundo, a noo de

    Tamanho Mximo Econmico, o ponto onde as deseconomias de escala so mais

    compensadoras que as economias. Em algum ponto esses dois extremos tero a dimenso

    tima para uma planta industrial. Apesar da dificuldade de se encontrar com preciso o

    tamanho timo de uma planta, a noo para se determinar os parmetros gerais do tamanho

    timo de uma instalao e utiliza-la como guia para o desenvolvimento de estratgias de

    instalaes til. O nmero de empregados, o nmero dos nveis de gerncia, as

  • caractersticas da tecnologia empregada, e a filosofia da empresa relacionada a estrutura

    organizacional so todos muito importantes para a determinao do tamanho timo da

    planta.

    O terceiro maior elemento da estratgia de instalaes a especializao. O conceito de

    foco poderoso, e a maioria das empresas de manufatura poderia beneficiar-se se desse

    mais ateno a isso. H pelo menos seis maneiras de concentrar plantas mais comumente

    observadas na prtica: focar o mercado, focar o produto, focar o volume, focar o processo,

    focar o produto/mercado e o foco geogrfico. Determinado qual (ou que combinao)

    desses mais apropriado para a organizao desenvolver a sua prpria estratgia de

    instalaes.

    A simples escolha do foco a adotar no suficiente. Para garantir que o foco escolhido ser

    adequado ao longo do tempo, que os gerentes procurem monitorar cuidadosamente o

    desenvolvimento de cada instalao.

    Em se tratando da cadeia de suprimentos, apesar de poucos usurios no mercado possurem

    necessidades estveis de espao e mo-de-obra, em virtude da variao da demanda e o

    alto valor de investimentos, uma operao prpria pode ser economicamente vivel ao

    passo que essa opo impulsionada pela maior manuteno do controle sobre variveis

    como qualidade, prazos, disponibilidade, flexibilidade, devido proximidade,

    exclusividade e facilidade de coordenao do centro logstico. A empresa que possui um

    gerenciamento suficiente para operao, capacidade fsica e mo-de-obra especializada,

    pode se tornar mais atraente para realizao de negcios em crescimento, por ter condies

    de criar uma parceria ampliada e reduzir a certo modo os riscos de que um terceiro possa

    executar um trabalho menos satisfatrio.

    Um operador logstico deve observar com ateno pontos importantes, que de certa forma

    asseguram uma parcela de confiabilidade do seu planejamento quanto administrao de

    suas instalaes (centro de distribuio), aspectos como:

    Meios de zoneamento locais; Atitude da comunidade e do governo; Local com relao ao depsito; Custo para o desenvolvimento conforme o terreno; Custo de construo;

  • Das possibilidades e acesso a servio de transporte; Transporte; Potencial para expanso; Disponibilidade, ambiente e produtividade da mo-de-obra local; Segurana do local (fogo, furto, etc.); Taxas de seguro e disponibilidade de financiamento; Congestionamento de trfego nas redondezas do local. (BALLOU, 1995)

    4.4 Principais vantagens da verticalizao logstica:

    Eliminao dos custos de:

    De transaes; Impostos; Comunicaes; Deslocamento; Coordenao.

    Alm das vantagens acima citadas, as empresas ou organizaes justificam seus

    investimentos no local e no equipamento de manuseio de materiais com estratgias de

    longo prazo com as de:

    Intensa utilizao das instalaes; Quando o produto requer pessoal e equipamentos especializados; Local pode ser revertido em outros usos em tempos futuros (instalaes de produo,

    escritrio de vendas, etc).

    Um ponto relevante dado s vantagens na reduo de custos abordada pela opo de

    administrar um centro de distribuio seria obtido atravs da eliminao da margem do

    fornecedor e dos custos de transao. Considerando que os fornecedores trabalham com

    uma margem de lucro, sendo que a execuo interna permitiria a apropriao deste lucro,

    ou seja, a eliminao da margem. Entretanto, estes argumentos nem sempre so

  • materializados na prtica empresarial, em virtude da no realizao de alguns fatores. A

    abordagem de que possvel obter menores custos atravs da eliminao da margem do

    fornecedor e dos custos de transao, s aplicvel aos casos onde a empresa possua uma

    eficincia operacional parecida com a do operador logstico. No bem da verdade, segundo

    Fleury (1999) na maioria das vezes tal circunstncia no ocorre.

    4.5 Principais desvantagens da verticalizao logstica:

    Altos custos de aquisio de equipamentos; Taxas diversas para construo; Custos com mo-de-obra.

    Quando uma empresa sempre utilizar o argumento de que numa operao interna mais

    fcil garantir a reduo de seus custos atravs dos pontos acima citados como vantagens,

    pode tender suas aes ao que podemos chamar de sndrome do monoplio, ou seja, o

    simples fato de possuir as garantias do fornecimento, no ter que atender a algumas

    exigncias do mercado e no sofre concorrncia externa, leva algumas vezes a decadncia

    da qualidade dos servios e da eficincia no passar do tempo.

    5. A Deciso de terceirizar o processo de Armazenagem

    Com o advento de grandes transformaes nos processos e operaes logsticas, tornado-os

    mais complexos (maiores custos), mais sofisticados tecnologicamente (maiores

    investimentos), com um maior valor do ponto de vista estratgico (diferenciao

    competitiva), que acelera a necessidade de atualizao e ao processo utilizado pelos

    especialistas.No intuito de gerenciar eficazmente esta crescente complexidade, as

    organizaes logsticas tm buscado uma maior sofisticao tecnolgica. Instituindo em

    suas fileiras maiores oportunidades com a introduo de novas tecnologias de informao,

    que envolvem tanto hardware quanto software, e tem aplicaes tanto no fluxo de dados e

    informaes, quanto nas operaes de transporte e armazenagem.

    A causa mais freqente para uma deciso de utilizar armazenagem terceirizada a

    flexibilidade, pois sua natureza de utilizao, em especial itens sazonais e a granel, se

  • tratando que os custos de espao podem ser mais importantes que os de mo-de-obra. A

    perspectiva dessa escolha por seus usurios torna-se um fator de grande importncia, pois

    atravs dele que o contratante observa seus principais objetivos, um exemplo : quando

    necessita reduzir custos em funo de uma brusca variao de demanda para diminuio da

    quantidade de produtos a serem armazenados, poder escolher a exposio de risco

    reduzido do armazm alugado, suas necessidades de curto prazo so satisfeitas e adequadas

    a sua realidade atual, evitando qualquer comprometimento em longo prazo.

    5.1 Principais vantagens em terceirizar o processo de armazenamento:

    Custos e qualidade de servios: Reduo de investimentos em ativos; Foco na atividade central do negcio; Maior flexibilidade operacional; Maximizao de retorno sobre os investimentos. Com a delegao dada a um operador

    externo de uma rea to importante como a de armazenagem, os executivos da empresa

    contratante abrem em suas rotinas tempos e espaos para maior dedicao difcil

    misso de desenvolver a competncia de seu negcio. (FLEURY, 1999)

    5.2. Principais desvantagens em terceirizar o processo de armazenamento:

    Perda de aceso a informaes chave do mercado; Falta de envolvimento com as operaes de campo (contato com cliente e

    fornecedores);

    Perda de sensibilidade s mudanas necessrias; Falta de constante evoluo nos mecanismos de comunicao; Inabilidade de respostas s mudanas nas condies de negcio; Cumprimento de metas previamente combinadas; Dependncia excessiva da empresa contratante ao operador logstico; Com o intuito de reduzir as possibilidades de ocorrncia de problemas com os operadores

    logsticos contratados, o caminho natural , adotar um procedimento analtico bem

    estruturado que permita decidir, com bases objetivas possveis, a maneira de terceirizar e

    com quem terceirizar. (FLEURY, 1999)

  • 6. Concluses

    A definio do posicionamento e da funo das instalaes de armazenagem uma deciso

    estratgica. Esse aspecto faz parte de um conjunto integrado de decises, que envolvem

    polticas de servio ao cliente, polticas de estoque, de transporte e de produo que visam

    prover um fluxo eficiente de materiais e produtos acabados ao longo de toda a cadeia de

    suprimentos.

    Em vias de explorar algumas possveis solues logsticas que atendem a necessidades

    especficas, as empresas sofrem com o desconhecimento sobre as solues estruturadas

    para tal deciso e quando as conhecem, se deparam com solues variveis com, bem

    como suas funes e caractersticas principais que apresentam at certo ponto, riscos no

    desenvolvimento de seus projetos. De fato necessrio destacar que tais decises

    envolvem altos investimentos e um enorme esforo para implementao, desenvolvimento

    e execuo por possurem uma conseqncia de longo prazo. fato considerar que atual

    gesto logstica agrega um valor diferenciado, muito maior que h alguns anos atrs,

    tendendo a ser mais expressiva nos prximos anos e de difcil reverso.

    A. Moura (2002) observar alguns aspectos recentes, e argumenta que a previso que dava

    como quase certo o desaparecimento dos armazns, em especial quando visualizado a

    revoluo causada pelo Just-in-Time (JIT) e Resposta Eficiente a o Cliente (ECR), com a

    entrega direta no ponto de vendas e da distribuio do fluxo contnuo, essas ferramentas

    agregaram um alto valor na gesto dos armazns, dando um rumo contrrio ao esperado,

    pois as mesmas acrescentaram fatores importantes na escolha desses trade-off.

    Finalizando, de fundamental importncia possuir um modelo de tomada de deciso para

    questo do trade-off de verticalizar ou terceirizar. Justificando a necessidade de um

    mtodo para otimizar recursos estratgicos do vulto de instalaes para a cadeia de

    suprimentos.

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